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Fontes e Princípios do Processo do Trabalho

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
1) NOÇÕES CONCEITUAIS: 
Temos a teoria geral do processo que compreende um sistema
metodológico reconhecido pelos diversos ordenamentos jurídicos. Esta teoria geral
do processo encerra um sistema de conceitos e princípios elevados ao grau
máximo de generalização útil e condensados indutivamente a partir do confronto
dos diversos ramos do direito processual, como o civil, o penal, e o trabalhista.
Carlos Henrique Bezerra Leite (Curso de direito processual do
trabalho. São Paulo: LTr, 2006, p. 86.): O ramo da ciência jurídica, constituído por
um sistema de normas, princípios, regras e instituições próprias, que tem por
objeto promover a pacificação justa dos conflitos individuais, coletivos e difusos
decorrentes direta ou indiretamente das relações de emprego e de trabalho, bem
como regular o funcionamento, dos órgãos que compõema Justiça do Trabalho.
2) FONTES: 
- Diversos conceitos: A própria origem do direito, pedra fundamental, exteriorização
do direito, etc.
- Diversas classificações: Primárias (lei) e Secundárias (costume, doutrina,
jurisprudência); ou Materiais (fato social) e Formais (lei, costume, jurisprudência, analogia,
eqüidade, princípios gerais de direito).
2.1) FONTES MATERIAIS: Fontes potenciais, emergem do próprio direito material
do trabalho. Este encontra a sua fonte substancial nos fatos sociais, políticos, econômicos,
culturais, éticos e morais de determinado povo em dado momento histórico.
2.2) FONTES FORMAIS: São as que lhe conferem o caráter de direito positivo.
2.2.1) FONTES FORMAIS DIRETAS: Abrangem a lei em sentido genérico (atos
normativos e administrativos editados pelo Poder Público) e o costume. No topo destas fontes
temos a Constituição; depois, por força do art. 59, CF: as leis complementares, leis ordinárias,
leis delegadas, medidas provisórias, decretos, resoluções do Congresso Nacional. Demais
normas processuais: CLT, Lei 5.584/70 (rito sumário, etc.), CPC, Lei 6.830/80 (Execução
Fiscal), Lei 7.701/88 (organização dos tribunais), Lei 8.069/90 (ECA), Lei 7.853/89 (proteção
aos portadores de deficiência), Decreto-Lei 779/69 (prerrogativas da Fazenda Pública), etc.
OBS.: Art. 103-A, da CF (súmula vinculante, como fonte formal direta).
2.2.2) FONTES FORMAIS INDIRETAS: As que são extraídas da doutrina e da
jurisprudência. Resoluções do TST, Súmulas, orientações jurisprudenciais, regimentos
internos dos tribunais, etc.
2.2.3) FONTES FORMAIS DE EXPLICITAÇÃO: São as fontes integrativas do direito
processual, tais como a analogia, os princípios gerais de direito e a eqüidade. Exemplo: art.
769 da CLT, que permite a aplicação subsidiária do art. 140 NCPC + art. 141 NCPC. Exemplo
de costume: protesto anti preclusivo (art. 795, CLT) para atacar decisão interlocutória.
3) PRINCÍPIOS:
Celso Antonio Bandeira de Mello ( Curso de direito administrativo. São Paulo:
Malheiros, 2007): “... o princípio é por definição, mandamento nuclear de um
sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se erradia sobre
diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para a sua
exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e o raciocínio
do sistema normativo no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido humano. É o
conhecimento dos princípios que preside a intelecção das diferentes partes
componentes do todo unitário que há por nome sistema jurídico positivo. Violar
um princípio é muito mais grave do que transgredir uma norma. É a mais grave
forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade , conforme o escalão do princípio
atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus
valores fundamentais, contumélia (injúria) irremissível a seu arcabouço e corrosão
de sua estrutura mestra”.
3.1) PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PROCESSUAL:
a) Igualdade ou isonomia – art. 5º, caput, CF.
b) Contraditório e ampla defesa - art. 5º, LV, CF.
c) Imparcialidade do juiz – arts. 95 e 93, IX, da CF.
d) Devido processo legal - art. 5º, LIV, CF.
e) Juiz natural - art. 5º, LIII, CF.
f) Duplo Grau - art. 5º, XXXV, LIV e LV, CF.
g) Razoabilidade da duração do processo - art. 5º, LXXVIII, CF (EC 45/2004).
h) Dispositivo – Exceções na JT: art. 39, CLT; art. 878, CLT; art. 856, CLT (art.
114, §§ 2º e 3º, CF).
i) Impulso oficial – art. 2º, NCPC; art. 765, CLT; art. 878, CLT.
j) Instrumentalidade– art. 188, NCPC; art. 277, NCPC; art. 769, CLT.
k) Impugnação especificada – art. 341, NCPC. OBS.: jus postulandi na JT, art.
791, CLT.
l) Estabilidade da lide – art. 329, NCPC; arts. 846 e 847, CLT.
m) Eventualidade – art. 336, NCPC; art. 769, CLT.
n) Preclusão – art. 278, NCPC; art. 507, NCPC; art. 795, CLT; art. 879, § 2º, CLT.
o) Economia processual – art. 5º, LXXVIII, CF; art. 288, NCPC; Súm. 263, TST.
p) Ônus da prova – art. 373, NCPC; art. 818, CLT.
q) Oralidade – art. 840, § 2º, CLT; art. 847, CLT; art. 850, CLT.
r) Lealdade processual – arts. 79, 80 e 81, NCPC.
3.2) PRINCÍPIOS PECULIARES DO PROCESSO DO TRABALHO:
a) Proteção/finalidade social – art. 765, CLT (Súm. 68, 212 e 338, TST); art. 878,
CLT; art. 844, CLT; art. 651, CLT; arts. 467 e 496, CLT; art. 14, L. 5584/70 (AJG).
b) Busca da verdade real – art. 355 do NCPC e art. 818 da CLT (primazia da
realidade).
c) Normatização coletiva – arts. 8º e 114, §§ 1º, 2º, 3º, CF; art. 611 e segts. CLT.
d) Concentração - arts. 845 a 850, CLT (audiência única); art. 893, § 1º, CLT.
e) Celeridade – arts. 765, 845 a 850 da CLT; L. 9957/2000 (rito sumaríssimo).
f) Informalidade/Simplicidade das formas - arts. 791 (Jus Postulandi), 840
(reclamatória verbal em secretaria); 899 (recurso por simples petição), CLT.
g) Despersonalização do empregador – art. 28, CDC; art. 50, CC; arts. 2º e 8º,
CLT; arts. 10 e 448, CLT (sucessão trabalhista).
h) Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias - Súm. 214, TST

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