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ASSISTÊNCIA A MULHER COM ALTERAÇÕES EM COLO UTERINO ATENÇÃO PRIMÁRIA Á SAÚDE É definida como um conjunto de ações de promoção e proteção à saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde nas dimensões coletiva e individual , por meio de ações gerenciais e sanitárias participativas e democráticas, trabalho em equipe, responsabilização sanitária e resolução dos problemas de saúde mais frequentes e relevantes. (MS,SAS,DAB;2006) ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NA PREVENÇÃO E CONTROLE DO CÂNCER DE COLO UTERINO MUITAS AÇÕES SÃO EXECUTADAS NESSE NÍVEL DE ATENÇÃO – AÇÕES DE PREVENÇÃO DAS DST, AÇÕES DE DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER: esclarecimento sobre rastreamento,faixa etária prioritária,identificação de risco aumentado,convocação para exame, realização da coleta,identificação de faltosas, avaliação da qualidade da coleta... ATENÇÃO SECUNDÁRIA Unidades ambulatoriais e serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, na oferta de consulta e exames especializados. Os serviços devem ser ofertados de forma hierarquizada e regionalizada , assim servem de referencia para um conjunto de unidades de atenção primária No caso do câncer de colo uterino é referencia para confirmação diagnóstica e tratamento ambulatorial das lesões precursoras do câncer. ATENÇÃO TERCIÁRIA Composta de serviços de apoios diagnóstico e terapêutico hospitalares. junto com a atenção secundária constituiu referencia para a atenção primária dentro da lógica de hierarquização e regionalização do SUS. Cirurgia oncológica,radioterapia, quimioterapia PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DO UTERO NO BRASIL 1956 – CENTRO DE PESQUISAS LUÍZA GOMES DE LEMOS – FUNDAÇÃO PIONEIRAS SOCIAIS – RJ, ATUALMENTE INTEGRADO AO INCA – CANCER DE COLO E MAMA 1968 – JOSÉ ARISTODEMO PINOTTI – PROGRAMA DE CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO – INICIALMENTE CAMPINAS, EXTENDENDO-SE A VÁRIOS MUNICIPIOS DE SÃO PAULO – FUNDAÇÃO ONCOCENTRO DE SÃO PAULO 1972 E 1975 – MS - IMPLEMENTOU O PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DO CÂNCER NO AMBITO NACIONAL PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DO UTERO NO BRASIL 1984 – PAISM – OS SERVIÇOS BÁSICOS DE SAÚDE – ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO, SENDO A COLETA DE MATERIAL PARA EXAME CITOPATOLÓGICO COMO PROCEDIMENTO DA CONSULTA GINECOLÓGICA. 1986 – PROGRAMA DE ONCOLOGIA (PRO- ONCO) – PROJETO EXPANSÃO DA PREVENÇÃO E CONTROLE DO CÂNCER CERVICOUTERINO: integração entre os programas e a comunidade,ampliação da rede de coleta de material e capacidade dos laboratórios de citopatologia, articulação da rede primária com os serviços de níveis secundário e terciário. PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DO UTERO NO BRASIL COM A CRIAÇÃO DO SUS PELA CONSTITUIÇÃO DE 1988, REGULAMENTADO PELA LEI ORGÂNICA DE SÁUDE EM 1990 – O INCA PASSOU A SER O ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA FORMULAÇÃO POLÍTICA NACIONAL DO CÂNCER – PRO- ONCO. 1988 – PROGRAMA NACIONAL DE COMBATE AO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO – PORTARIA GM/MS nº 3.040/98 DE 23 DE JUNHO DE 1999. PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO DO UTERO NO BRASIL 1996 – PROGRAMA VIVA MULHER, PARA MULHERES COM IDADE ENTRE 35-49 ANOS – PADRONIZAÇÃO DA COLETA,CIRURGIA DE ALTA FREQUENCIA. 2002 – FORTALECIMENTO E QUALIFICAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA E AMPLIAÇÃO DE CENTROS DE REFERÊNCIA 2005 – POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ONCOLÓGICA - CONTROLE DO CÂNCER DE COLODO ÚTERO E MAMA CLASSIFICAÇÃO DAS ANORMALIDADES CITOPATOLÓGICAS A classificação atual das anormalidades citopatológicas é baseada no Sistema Bethesda. Essa é a forma padrão para relatos da citologia cervical que foi aprovada no consenso de especialistas em 2001, introduzindo os termos lesões intraepiteliais escamosas de baixo grau (LSIL, do inglês low-grade squamous intraepithelial lesion) e alto grau (HSIL, do inglês high-grade cervical squamous intraepithelial lesion), em substituição ao termo neoplasia intraepitelial cervical (NIC). CLASSIFICAÇÃO DAS ANORMALIDADES CITOPATOLÓGICAS Atipias em células escamosas - lesões intra- epiteliais de baixo (Low-grade Squamous Intraepithelial Lesion – LSIL) equivale ao antigo NIC1/infecção pelo HPV e alto grau (High-grade Squamous Intraepithelial Lesion – HSIL) equivale a NIC2 e NIC3. Carcinoma epidermóide invasor Wright TC Jr, Cox JT, Massad LS, Twiggs LB, Wilkinson EJ; ASCCP-Sponsored Consensus Conference. 2001 Consensus Guidelines for the management of women with cervical cytological abnormalities. JAMA. 2002;287(16):2120-9. CLASSIFICAÇÃO DAS ANORMALIDADES CITOPATOLÓGICAS Atipias de significado indeterminado – escamosas e glandulares: A categoria de células escamosas e glandulares atípicas de significado indeterminado, ASCUS e AGUS (AGC) (Atypical Glandular Cells of Undetermined Significance), respectivamente. Atipias em células glandulares- Adenocarcinoma “in situ” Adenocarcinoma invasor: cervical, endometrial CONDUTA NO ASCUS CONTROLE - LSIL O Ministério da Saúde do Brasil (2006) recomenda para mulheres com diagnóstico de LSIL - repetir o citopatológico em seis meses e só encaminhar à colposcopia caso haja resultado de persistência ou progressão da lesão Ministério da Saúde e Instituto Nacional de Câncer (INCA). Nomenclatura brasileira para laudos cervicais e condutas preconizadas: recomendações para profissionais de saúde. [cited 2009 Set. 17]. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Nomenclaturas_2_1705.pdf. CÂNCER DE COLO UTERINO NO MUNDO 7°câncer mais incidente 2°entre as mulheres 83% dos casos ocorre nos países em desenvolvimento 2ªcausa de morbidade e mortalidade por câncer nas mulheres de países em desenvolvimento 493.000 novos casos para 2002 274.000 óbitos NO BRASIL Esperados mais de 19.000 novos casos Taxa de incidência 20/100.000 (17 a 28) 2ª causa de morte por câncer entre as mulheres Mais de 50% dos casos com estádio avançado ao diagnóstico GEORGIOS PAPANICOLAOU(1883-1962) DIMINUIÇÃO DA INCIDÊNCIA E DA MORTALIDADE DO CÂNCER DE COLO UTERINO EM 75% NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS FATORES DE RISCO HPV - Subtipos de HPV de alto risco (16,18) – fator necessário para o desenvolvimento do câncer Etilismo Paridade Parceiro sexual de alto risco Exposição à radiação História prévia de neoplasia do trato genital baixo Baixo nível sócio-econômico Tabagismo Imunosupressão (HIV, transplantadas, uso crônico de esteróides) História de doenças sexualmente transmitidas Múltiplos parceiros sexuais (> 2) 1ª relação sexual antes dos 17 anos > 3 anos do último Papanicolau PAPEL DO HPV O DNA do vírus pode ser identificado em mais de 95% dos casos de câncer de colo uterino Mais de 100 sub-tipos 35 com tropismo para a mucosa do trato genital 6 e 11 condilomas 16, 18, 45, 31 e 33 câncer 18 adenocarcinomas Infecção geralmente transitória Infecção persistente oncogênese HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA DISLASIA, CA IN SITU E CA INVASIVO HISTOPATOLOGIA Carcinoma escamoso Cerca de 80% Adenocarcinoma Cerca de 15% Adenoescamoso Entre 3% e 5% MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Nenhuma Sangramento vaginal anormal, principalmente após relações sexuais Leucorréia clara Dor pélvica (tardia) Ciatalgia Edema de membro inferior Insuficiencia renal, Hidronefrose Hematúria/incontinência urinária Tenesmo/constipação/sangramento retal Obstrução ureteral – meta de linfonodos iliacos EXAME FÍSICO - GINECOLÓGICO A maioria das mulheres vai apresentar lesão cervical visível – confirmada com exames - colposcopia Colo normal não exclui o diagnóstico DIAGNÓSTICO Exame ginecológico Exame citológico Falso negativo 20% a 30% NIC alto grau 10% a 15% câncer invasivo Colposcopia/biópsia Curetagem endocervical Conização PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS •Teste de Papanicolau ou exame citologico ou citologia oncótica •Exame ginecológico completo : inspeção vaginal, palpação vaginal, retal. •Biopsia da lesão cervical : quando há infiltração, ulceração com evidência clínica do Tu. •Quando não houver crescimento tumoral evidente: curetagem ou aspiração do canal cervical. •Exame colposcópico. •Citoscopia( para detectar invasão da bexiga). •O Teste de Schiller ( o iodo colore de escuro as células normais e deixa incolores as células anormais a serem biopsiadas) . •Biópsia em cone ( pacientes com citologia positiva mas sem anormalidades visíveis ). Colposcopia - Definição das características das lesões tamanho, localização, envolvimento do canal cervical e orienta o procedimento excisional. Porém, sua realização associada com a biópsia dirigida eleva os custos do atendimento, além de submeter a mulher à ansiedade e ao desconforto. Para a detecção do HPV por biologia molecular, dois métodos têm sido utilizados, a reação em cadeia de polimerase (PCR) e a captura de híbridos. COLPOSCOPIA Conduta preconizada pelo Ministério da Saúde - encaminhar à colposcopia após repetição do diagnóstico citopatológico de LSIL mostra-se adequada para prevenção do câncer cervical, pois a implementação de métodos de biologia molecular acarretaria substancial aumento nos gastos na Saúde Pública, sem grande impacto na efetividade do programa de rastreio (Gonçalves et al,2010) ACHADOS CITOLÓGICOS E HISTOLÓGICO – BIÓPSIA GUIADA POR COLPOSCOPIA ESTADIAMENTO - FIGO Tumor primário não pode ser avaliado - TX Sem evidências do tumor primário - TO Tumor in situ - TIS I-Tumor limitado ao útero – T1 IA-Tumor invasor identificado apenas microscopicamente. Toda lesão visível mesmo com diagnóstico microscópico de invasão superficial deve ser estadiada como IB. Neste estadio,a invasão estromal é limitada a 5mm e com maior dimensão na superfície menor que 7mm. – T1A IA1-Invasão estromal de 3mm ou menos em profundidade e de 7mm ou menos em extensão horizontal –T1A1 IA2- Invasão estromal maior que 3mm e não superior a 5mm em profundidade com extensão horizontal inferior a 7mm – T1A2 IB-Lesão clinicamente visível confinada ao colo uterino ou lesão microscópica maior que IA –T1B ESTADIAMENTO - FIGO IB1-Lesão visível com 4cm ou menos no maior diâmetro-T1B1 IB2-Lesão visível com mais de 4cm de diâmetro –T1B2 II-Tumor invade paramétrio e/ ou vagina sem acometer parede óssea ou 1/3 inferior da vagina- T2 IIA-Tumor envolvendo vagina até 2/3 craniais, sem envolvimento parametrial –T2A IIB-Tumor com envolvimento parametrial sem acometer parede óssea – T2B III-Tumor que se estende à parede óssea (paramétrio) ou 1/3 distal da vagina. Hidronefrose e exclusão renal- T3 IIIA-Tumor que envolve o 1/3 inferior da vagina – T3A IIIB- Tumor que se estende à parede óssea e/ ou causa hidronefrose ou exclusão renal – T3B IVA-Tumor que se estende à mucosa vesical e/ ou retal, confirmado histologicamente apóscistoscopia ou retossigmoidoscopia. Extensão fora da pelve verdadeira – T4 IVB- Metástases a distância – M1 LINFONODOS (N) E METASTASES (M) TRATAMENTO NIC I: conduta expectante ou destrutiva NIC II: conduta destrutiva ou ablativa NIC III: ablação (conização ou histerectomia) Radioterapia externa e braquiterapia seguida de cirurgia radical. Qumioterapia neoadjuvante seguida de cirurgia e radioterapia Cancer de colo avançado (IVA)- Exenteração pélvica – tratamento cirurgico radical, remoção da bexiga urinária,uretra,vagina, cervice,útero, tubas uterinas,ovários,reto,ânus, e em alguns casos, a vulva – colostomia permanente e reconstrução da bexiga com esvaziamento em bolsa no abdomen.
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