Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PELVE MATERNA E ESTÁTICA FETAL Enfª Ms. Carolina Guizardi Polido O parto resulta da interação de três fatores: Canal do parto: compreende a bacia óssea e partes moles – comumente chamados de trajeto duro e trajeto mole; Móvel: corresponde ao feto; Força: representada pela união das contrações com a prensa abdominal. Trajeto Motor Objeto Determinismo do Parto CANAL DO PARTO – A PELVE MATERNA O TRAJETO O trajeto - ou canal da parturição, estende-se do útero à fenda vulvar. Constituição partes moles (trajeto mole) segmento inferior do útero a cérvice a vagina e a região vulvoperineal bacia óssea (trajeto duro) O TRAJETO DURO Bacia Óssea BACIA ÓSSEA A pelve é constituída pelos ossos do quadril E e D, sacro e cóccix. Está situada na parte caudal do tronco, suportando o restante do esqueleto axial. Repousa sobre os fêmures na posição ereta e sobre os túberes isquiáticos E e D na posição sentada. Delimita ampla cavidade que pode ser dividida em duas porções: uma superior, maior - pelve maior ou bacia anatômica- limite inferior da cavidade abdominal propriamente dita e outra menor, inferior - pelve menor, escavação pélvica ou bacia obstétrica. A grande bacia é limitada, lateralmente, pelas fossas ilíacas internas, e posteriormente, pela coluna vertebral, de pequena importância em obstetrícia, dão forma e dimensões à escavação. A pequena bacia, acha-se limitada acima, pelo estreito superior e abaixo pelo estreito inferior. O estreito superior é constituido pela saliência do promontório, borda da asa do sacro, articulação sacroilíaca, eminência iliopectínea e borda superior do corpo e da sínfise púbica. O estreito médio começa atrás, no ápice do sacro, passa pela 5ª vétebra sacra, borda inferior dos ligamentos sacrociáticos, espinhas cíaticas, arcos tendineos do elevador do ânus e termina na face posterior do pube. O estreito inferior é composto pela borda inferior dos dois pubes (revestidos pelo ligamento arcuatum), ramos isquiopúbicos, tuberosidades isquiáticas, borda interna dos grandes ligamentos sacrociáticos e extremidade do coccige ( articulação sacrococcígea, depois da retropulsão do coccige). 1. Saliência do promontório 2. Borda anterior da asa do sacro 3. Articulação sacroilíaca 4. Linha inominada 5. Eminência íleopectínea 6. Borda superior do corpo da pube Estreito superior 12 3 4 5 6 2 3 4 5 1. Bordo inferior da pube 2. Borda inferior do ramo ísquiopúbico 3. Tuberosidades isquiáticas 4. Grande ligamento sacrociático 5. Extremidade do cóccix Estreito inferior 1 2 3 4 5 3 2 4 TIPOS DE BACIA Ginecóide ou Feminina: tem o estreito superior quase redondo, ou em forma de coração.Não tem afunilamento, facilitando a passagem do feto. 50 % das mulheres apresentam esse tipo de bacia. Andróide ou Masculina: o estreito superior em forma de cunha; 20% das mulheres. Antropóide: o estreito superior é oval, e o maior diametro é o antero- posterior; 25% das mulheres. Platipelóide: o estreito superior é oval e o maior diâmetro é o transverso, propicia nascimento de face; 5% das mulheres. A embebição gravídica nas articulações permite aos ossos se moverem para ampliarem os diâmetros, facilitando a passagem do feto pelo canal de parto. IMPORTANTE – BACIA MOLE Denomina-se bacia mole toda a estrutura muscular envolvida no trajeto do parto. Compreende a musculatura do infundíbulo, do períneo e da vulva – o Diafragma Pélvico. O Diafragma Pélvico é o conjunto muscular que dá sustentação aos órgãos da pelve e confere, através de três orifícios, passagem e saída, de cima para baixo, à uretra, vagina e ao reto. Auxilia no terceiro período do trabalho de parto, pois as contrações simultâneas do útero e desta musculatura é que provocarão a expulsão do feto. O TRAJETO MOLE Segmento inferior do útero, Cérvice uterina, Vagina e Região Vulvoperineal SEGMENTO INFERIOR DO ÚTERO O segmento inferior do corpo uterino, tem como limite inferior o orifício interno do colo uterino e superiormente, a união do peritônio à face uterina, a artéria coronária (ramo transverso da artéria uterina) e pela região onde os ligamentos redondos refletem-se. Durante o trabalho de parto, o feto é forçado a distender o segmento, que aos poucos assimila a cérvice, ampliando o trajeto. CÉRVICE UTERINA A cérvice é delimitada pelos orifícios interno e externo e, durante o período gestacional, apresenta grandes alterações morfológicas. Durante o trabalho de parto, sofre os fenômenos de apagamento ou esvaecimento e dilatação, modificações que irão permitir a ampliação do canal do parto. VAGINA A vagina é um conduto cilíndrico, musculomembranoso que se estende do útero à vulva. Suas paredes, devido à embebição gravídica, apresentam grande elasticidade, que permitem a passagem do feto sem sofrer lacerações importantes. REGIÃO VULVOPERINEAL A região vulvoperineal é constituída pela vulva e pelo períneo. O períneo é constituído por seis músculos que são o isquiocavernoso, bulbo cavernoso, transverso superficial do períneo, o esfíncter do ânus, levantador do ânus e o isquiococcígeo. Há quem divida o períneo em anterior e posterior, sendo os três músculos citados, inicialmente, como da porção anterior e os outros, da porção posterior. ESTÁTICA FETAL – O FETO COMO MÓVEL ESTÁTICA FETAL É toda a relação mantida intimamente entre o feto e a mãe durante o parto. Compreende todo o posicionamento e evolução destas posições do feto de acordo com os eixos maternos. São as chamadas relações útero-fetais. Estática Fetal Atitude Situação Posição Apresentação ATITUDE FETAL É maneira pela qual o feto se coloca dentro da cavidade uterina. Atitude de flexão da cabeça, da coluna, flexão da coxa sobre a bacia, perna sobre a coxa, braço sobre o tronco, dando a configuração de um ovóide, com duas extremidades ou pólos: cefálico e pélvico. Polo Cefálico Polo Pélvico ATITUDE Cabeça: Composta crânio e face Crânio: Constituído por ossos, suturas e fontanelas (fontículos) ATITUDE - CABEÇA 1- Suboccipicitobregmatico = 9,5 -> 32cm 2- Suboccipitofrontal = 11 -> 33cm 3- occipitofrontal = 12 -> 34cm 4- submentobregmatico = 9,5 -> 32cm 5- Biparietal = 9,5 6- Bitemporal = 8 7- Occipitomentoniano = 13,5 -> 36cm Coronária Metópica Lambdóide Sagital SITUAÇÃO É a relação entre o maior eixo materno e o maior eixo fetal. É longitudinal quando os maiores eixos coincidem. É transversa quando estes eixos se cruzam perpendicularmente. É oblíqua quando a relação entre os eixos é diagonal. Situação APRESENTAÇÃO É a parte do feto que vai se colocar no estreito superior da bacia com a insinuação do feto. Importante: só se fala em apresentação a partir do sétimo mês de gestação!!! Apresentações possíveis: Occipício Bregma Raiz do nariz ou maxilar superior Mento Sacro Acrômio Fletidas Defletidas ALTURA DA APRESENTAÇÃO Gravidez: apresentação afastada do estreito superior da pelve Final gestação e início trabalho de parto: Alta e móvel – sem contato estreito pelve Ajustada – ocupa área do estreito Fixa – ao palpar está imóvel Insinuada – maior circunferência transpõe estreito da pelve ALTURA DA APRESENTAÇÃO Comparação do plano fetal mais baixo com os planos da pelve => indicador dinâmico da evoluçãodo trabalho de parto ALTURA DA APRESENTAÇÃO Planos de DeLee - espinhas ciáticas ponto 0 Estreito superior Estreito inferior POSIÇÃO É o ponto da mãe para o qual está voltado o ponto que caracteriza a apresentação fetal. Assim, temos somente duas posições: direita ou esquerda. No entanto, existem as variedades de posição. VARIEDADES DE POSIÇÃO Estas relações levam em conta o ponto que caracteriza a apresentação fetal e o ponto de referência materno. São Pontos de Referência Maternos: Pube Sacro Iminência Iliopectínea (Anterior) Sinostose Sacroilíaca (Posterior) Diâmetro Transverso (Direito e Esquerdo) Posterior Anterior Transversa Occipício esquerda anterior- OEA Occipício esquerda posterior- OEP P S EA EP DA DP EA P EP S DP DA ET ETD T DT Situação Longitudinal e apresentação Cefálica Occipício direto anterior- ODA Occipício direito posterior- ODP P S EA EP DA DP DT ET P S EA EP DA DP DT ET Occipício esquerdo transverso- OET Occipício direito transverso- ODT P S EA EP DA DP P S EA EP DA DP ETDTDT ET Occipício Pube- OP Occipício sacro- OS P S EA EP DA DP P S EA EP DA DP ETDTDT ET APRESENTAÇÕES, POSIÇÕES E SUAS VARIEDADES LONGITUDINAL PONTO DE REFERÊNCIA LINHA DE ORIENTAÇÃO APRESENTAÇÃO POSIÇÃO VARIEDADE DENOMINAÇÃO OCCIPÍCIO SUTURA SAGITAL CEFÁLICA FLETIDA Esquerda anterior Esquerda posterior Direita anterior Direita posterior OEA OEP ODA ODP BREGMA SUTURA SAGITOMETÓPICA CEFÁLICA DEFLETIDA Esquerda anterior Esquerda posterior Direita anterior Direita posterior BEA BEP BDA BDP RAIZ DO NARIZ OU MAXILAR SUPERIOR SUTURA METÓPICA CEFÁLICA DEFLETIDA Esquerda anterior Esquerda posterior Direita anterior Direita posterior NEA NEP NDA NDP MENTO LINHA FACIAL CEFÁLICA DEFLETIDA Esquerda anterior Esquerda posterior Direita anterior Direita posterior MEA MEP MDA MDP SACRO SULCO INTERGLÚTEO PÉLVICA (COMPLETA, INCOMPLETA OU PODÁLICA Esquerda anterior Esquerda posterior Direita anterior Direita posterior SEA SEP SDA SDP TRASNVERSA ACRÔMIO TRANSVERSA OU DE ESPÁDUA Esquerda anterior Esquerda posterior Direita anterior Direita posterior AEA AEP ADA ADP Manobra de Leopold BIBLIOGRAFIA NEME, B. Obstetrícia básica. 3ª edição. São Paulo: Sarvier, 2005. MONTEIRO, C. A. B.; REZENDE-FILHO, J. Obstetrícia Fundamental. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. ZIEGEL, E.E. & CRANLEY, M. S. Enfermagem Obstétrica. Rio de Janeiro: Interamericana, 1995. SMITH, R. P. G. Ginecologia e obstetrícia de Netter. Porto Alegre: Artmed, 2004 NETTER, F.H. Atlas de anatomia humana. Porto Alegre: Artes médicas, 1998.
Compartilhar