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Direito Penal I – Professor Thiago Celli Robert Farias Possibilidades de estudo do Direito Penal → Teoria Criminológica do Direito Penal Toma o estudo do Direito Penal a partir de ‘fora’ – Ex: Sociologia, Filosofia da Punição → Teoria Dogmática do Direito Penal ou Teoria Jurídico-Penal Toma o estudo do Direito Penal a partir de ‘dentro’ Os conceitos usados nesta Teoria não existem na realidade. São construções jurídicas. Crime é um tipo de injusto penal e culpável. Um código que expressa determinada ideia que corresponde à um conceito penal. → Teoria Critica do Direito Penal Um meio termo entre as outras teorias. Se o Direito Penal constrói ou define condutas criminosas, tais condutas são entendidas como sócio- construídas. Nisso, entende-se que o crime não é um ente ontológico, ou seja, não é da natureza humana. O Direito Penal limita o poder do Estado. Poder Legislativo: Pensa em condutas sociais equivocadas, agressivas e errôneas, às etiqueta como crime e transfere para o Código Penal. PRINCÍPIOS PENAIS CONSTITUCIONAIS Ordenam e guiam o Direito Penal. No estudo de um tipo de injusto, é necessário atentar-se a alguns princípios. →Princípio da Legalidade Nulla crimen, nulla poena, sine lege Princípio mais importante do Direito Penal. Fundamentado no artigo 5º, XXXIX da Constituição Federal. Na teoria do delito, este princípio se desmembra em quatro aspectos que devem ser vedados para que este princípio seja respeitado: a) Retroatividade (in malam partem) É vedada a retroatividade da lei penal. Isto se dá em dois sentidos: a.1) Quanto à norma de conduta: Proíbe todas as mudanças e pressupostos de punibilidade prejudiciais ao réu, compreendendo os tipos legais, as justificações e as exculpações. a.2) Quanto às penas: O que é o Direito Penal? Setor do ordenamento jurídico que constrói crimes e a eles comina penas, sanções ou medidas de segurança. Penas possíveis: Privativas de liberdade Restritivas de direito Multa Abrange as penas e as medidas de segurança, os efeitos da condenação, as condições objetivas da punibilidade, as causas de extinção da punibilidade (em especial os prazos prescricionais), os regimes de execução e todas as hipóteses de excarceração. “Suponhamos que eu pratique um ato hoje. Hoje eu pratiquei um ato e amanhã o poder legislativo do país passa a considerar esse ato como crime. Eu posso ser punido pelo ato que eu pratiquei hoje? Não. Por que? Porque isso seria retroatividade da lei penal especificamente em relação à um tipo legal. Esse tipo legal não existia. Eu pratiquei uma conduta normal do dia-a-dia e amanhã o cara considera crime. Eu não posso ser punido pelo que eu fiz ontem. A mesma coisa vale para a causa de justificação. Suponhamos – e aqui é só uma abstração porque isso seria uma impossibilidade - que eu matei um cara hoje em legitima defesa e amanhã o legislativo brasileiro decide que não existe mais legitima defesa, que é uma causa de justificação de um crime de homicídio. Poderia eu ser punido? Não. Porque quando eu pratiquei o ato isso ainda existia. ” “Mas isso não se manifesta tão somente nos tipos e nas justificações (...) se manifestam nas penas, nas possibilidades de progressão de regime, em tudo. Hoje eu pratiquei um ato cuja pena é de cinco a dez anos de prisão. Amanhã essa pena é aumentada de dez a vinte. O máximo que eu posso ficar preso são dez anos. Por que? Porque no momento que eu pratiquei era de cinco a dez. Também, pratiquei o crime hoje. O crime tem regime inicial semi-aberto. Amanhã passa a ser regime inicial fechado. Eu vou começar no semi- aberto ou no fechado? Se eu for culpado, vou começar no semi-aberto. “ OBS: A lei pode retroagir sempre que for em BENEFÍCIO do réu. b) Costume O recurso ao costume não pode servir de fundamento para criminalizar e punir um indivíduo. O costume apenas pode ser usado para o benefício. “Suponhamos que um sujeito pratica pequenos furtos em uma determinada área do Rio de Janeiro. Nessa área do rio de janeiro tem se o costume de ‘pegou o sujeito que furta, enfia a porrada’. A polícia vê a ação e os moradores do local falam: ‘...mas ele estava furtando na área! Foi por isso que a gente fez isso!‘. Isso é legal? Não, porque pouco importa o costume. ” c) Analogia É vedado o uso de analogias para prejudicar o réu. À contrario sensu, a analogia pode ser usada para beneficiar. d) Indeterminação Os tipos penais não podem ser nem indefinidos, nem obscuros. → Principio da Culpabilidade Nulla poena sine culpa Trata-se de um conhecimento real ou possível do tipo de injusto. Disto se depreende que o princípio da culpabilidade está em relação de dependência com o princípio da legalidade. Não se pode punir sem que se façam presentes os requisitos do juízo de reprovação. *CASOS: a) Inimputáveis: Pessoas consideradas incapazes de saberem o que fazem. São os menores de idade e os incapazes mentalmente. b) Imputáveis em erro de proibição inevitável: Não sabem o que fazem justamente por estarem em erro, o que exclui a motivação. c) Imputáveis em situação de exculpação: Sem o poder de não fazer o que fazem. → Princípio da Lesividade Vedação de aplicação de penas e medidas de segurança pela lesão irrelevante aos bens jurídicos tutelados pelo Direito Penal. Trata-se da expressão positiva do princípio da insignificância. → Princípio da Proporcionalidade Expressa três princípios parciais: Adequação, Necessidade e Proporcionalidade em sentido estrito. → Princípio da Humanidade Artigo 1º, III, CF/88: Dignidade da Pessoa Humana. Artigo 5º, XLVII, CF/88: Vedada a tortura e pena de morte Artigo 88, Código Penal. → Princípio da Responsabilidade Penal Pessoal Limita autores e partícipes à responsabilização pela realização do tipo de injusto. Limita a responsabilização penal aos seres humanos de carne e osso, uma vez que há o requisito da culpabilidade, vedando a criminalização da pessoa jurídica, porquanto inconstitucional. TEORIA DA AÇÃO Tudo começa com uma conduta humana. ADEQUAÇÃO NECESSIDADE PROPORCIONALIDADE EM SENTIDO ESTRITO A pena é adequada ao caso concreto? A pena é necessária ao caso concreto? A pena criminal cominada e aplicada é proporcional à lesão abstrata (limita o legislador) ou concreta (limita o juiz) ao bem jurídico? BEM JURIDICO: NÚCLEO DURO QUE LEGITIMA A CRIAÇÃO DE QUALQUER NORMA DO DIREITO PENAL. CONDUTA HUMANA AÇÃO OMISSÃO TIPO DE INJUSTO + CULPÁVEL FATO TÍPICO + ANTIJURIDICO + CULPÁVEL Antes de definir o que é tipicidade, antijuridicidade e culpabilidade, é preciso compreender o que é a ação em lato sensu, ou seja, a ação ou omissão. Aquela ação que é relevante para o direito penal, que é a que corresponde a um tipo penal. Teoria da ação: Modelo Teleológico de ação ou Finalismo (do alemão, Tatbestand - “situação de fato”). Ação Teleológica: Seleção dos meios para a produção de resultados ou determinada situação e o emprego de meios de modo adequado para o resultado pretendido. Nesse sentido, algumas ações não podem ser consideradas teleológicas, como por exemplo: •Ações Mecânicas •Hipnose •Reações instintivas de afeto •Acontecimentos da natureza. TIPICIDADE A tipicidade engloba os juízos objetivo e subjetivo. Primeiro analisa-se o juízo objetivo e depois o subjetivo. → Teoria da Adequação Social e Exclusão da tipicidade Em alguns casos, o indivíduo realiza um tipo penal (juízo objetivo), com dolo (juízo subjetivo),mas o caso concreto é adequado socialmente, portanto se exclui a tipicidade. “Quem nunca xingou o irmão de filha da puta é mentiroso e é frouxo. ” → Modalidades de tipos: a) Tipos de Resultado: Quando há uma separação espaço-temporal entre ação e resultado. Ex: arts 121, 155 Tipos de Simples Atividade: A realização da ação não produz resultado independente. Ex: arts 150, 342 b) Tipos Simples: Protegem apenas um bem jurídico. Ex: arts 121, 129, 165 Tipos Compostos: Protegem mais de um bem jurídico. Ex: arts 157, 159 c) Tipos de Lesão: Ocorre a lesão real do objeto da ação. Tipos de Perigo Concreto: Exigem a efetiva produção de perigo para o objeto de proteção de modo que a ausência de lesão pareça acidental. Ex: arts 130, 250, 251. Tipos de Perigo Abstrato: Presumem o perigo para o objeto em proteção. d) Tipos Instantâneos/de Estado: Complementam-se com a produção de determinados estados. Ex: arts 121, 129, 163. Tipos Permanentes/Duráveis: Caracterizam-se pela extensão no tempo da situação fática. e) Tipos Gerais: Realizáveis por qualquer indivíduo. Tipos Especiais: Somente podem ser realizados por sujeitos portadores de qualidades descritas ou pressupostas no tipo penal. • Especiais próprios: Fundamentam a punibilidade. Ex: arts 312, 316, 317. • Especiais impróprios: Agravam a punibilidade. Ex: art 150, §2. Tipos de Mão-Própria: Somente podem ser realizados por autoria direta, nunca por autoria mediata, ou seja, quando o autor domina a vontade alheia e desse modo, se serve de outra pessoa que atue como instrumento. Ex: arts 123, 342. f) Tipos Básicos: Representam a forma fundamental do tipo de injusto. Geralmente está no caput do artigo. Tipos Privilegiado ou Qualificado: Privilegiado atenua e o qualificado agrava a pena. Indicam caracteres ligados ao modo de execução, ao emprego de certos meios, as relações entre autor e vítima ou as circunstâncias de tempo ou de lugar que atenuam ou agravam a punibilidade do fato. Num encontro entre estes aspectos, prevalece os critérios do tipo privilegiado. Tipos Independentes (delictum sui generis): Possuem conteúdo típico próprio, posto que sua combinação cria um tipo independente. Em outras palavras, é um tipo que serve de núcleo para outro tipo independente. g) Tipos de Ação: Comportamentos ativos descritos em forma positiva no tipo legal. Tipos de Omissão da Ação: Comportamentos passivos que podem apresentar omissão própria ou imprópria. • Omissão Própria (‘deixar de’): Descrita de forma negativa no tipo legal, caracterizando-se pela simples omissão da ação mandada. Ex: 135, 269. • Omissão Imprópria ou Comissão por Omissão: O inverso dos tipos de ação, atribui-se o resultado ao autor em posição de garantidor. h) Tipos Dolosos: São produzidos pela vontade consciente do autor. Tipos Culposos: Produzidas pela lesão do dever de cuidado ou lesão do risco permitido. → TIPO DE INJUSTO DOLOSO DE AÇÃO Tipo Objetivo: 1 – Determinar a relação de causalidade entre ação e resultado 2 – Definir o resultado como realização do risco criado pelo autor. É imputável ao autor como obra dele. TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DAS CONDIÇÕES (conditio sine qua non) a) Todas as condições determinantes de um resultado são necessárias. b) Causa é condição que não pode ser excluída hipoteticamente sem excluir o resultado. INTERRUPÇÃO DO NEXO CAUSAL OU DA RELAÇÃO DE CAUSALIDADE a) Superveniência de causa absolutamente independente: Produz diretamente o resultado, interrompendo o curso causal anterior. ATRIBUIÇÕES DO TIPO OBJETIVO 1 – CAUSAÇÃO DO RESULTADO 2 – IMPUTAÇÃO DO RESULTADO b) Superveniência de causa relativamente independente: Artigo 13, §1, Código Penal. Importa identificar a causa que por si só produziu o resultado. A imputação do resultado mais grave não acontece. Rompe- se o nexo de causalidade. DOLO = Saber e querer (realizar) DOLO EVENTUAL: Assume os riscos de produzir o ato. → Erro de tipo: Defeito de conhecimento do tipo legal, ou seja, a realização objetiva do fato não se concilia com o elemento subjetivo do autor. Há um descompasso com que o autor queria realizar e o que ele efetivamente realizou. OBS: Se o dolo exige conhecimento atual das circunstancias do tipo legal, então o erro sob tais circunstâncias faz-se conduta culposa. ERRO DE TIPO ESSENCIAL VS ERRO DE TIPO ACIDENTAL → Erro de tipo essencial: Aquele que recai sobre dados objetivos que se vinculam à própria essência da matéria de proibição. O erro de tipo essencial SEMPRE exclui o dolo. Erro de tipo essencial invencível (inevitável): Quando qualquer pessoa no lugar do agente incidiria no mesmo erro. Erro de tipo essencial vencível (evitável): O sujeito não incidiria no erro se fosse um pouco mais cauteloso. → Erro de tipo acidental: Trata-se de um erro irrelevante. O sujeito incide sobre um erro que não possui nenhuma repercussão. I – Erro sobre o objeto II – Erro sobre a pessoa III – Erro na execução (aberratio ictus): III.1 – Erro na execução com resultado único: Ex: “A” tenta matar “B”, mas acaba matando “C”. III.2 – Erro na execução com unidade complexa: Ex: “A”, ao matar “B”, acaba matando “C” também. IV – Erro com resultado diverso do pretendido (aberratio delicti): Sempre trata de uma relação “coisa- pessoa”. Ex: O agente “A” procura danificar um patrimônio, mas acaba lesionando um indivíduo “B”. V – Erro sobre o nexo causal (aberratio causae): Acontecimentos típicos praticados em dois atos. O autor pratica atos posteriores sem saber que está consumando um crime. Ex: “A” atira em “B”. “B” é dado como morto por “A”, que oculta o cadáver de “B”, atirando-o no mar. Entretanto, “B” ainda se encontrava vivo antes de ser jogado e acaba morrendo afogado, gerando outro nexo causal. → TIPO DE INJUSTO CULPOSO Culpa é a inobservância do dever objetivo de cuidado, manifesta numa conduta produtora de um resultado não desejado, objetivamente previsível. Tipo Doloso = Pune por uma conduta dirigida a um fim ilícito. Tipo Culposo = Pune o autor por uma conduta mal dirigida. Elementos Constitutivos do Tipo de Injusto Culposo: 1- Previsão legal da conduta típica culposa 2- Inobservância do dever objetivo de cuidado: Consiste em reconhecer o perigo para o bem jurídico tutelado e preocupam-se com as possíveis consequências que uma conduta descuidada pode produzir-lhe, deixando de praticá-la ou então executá-la somente depois de adotar as necessárias e suficientes precauções para evita-la. 3- Relação de causalidade entre a conduta e o resultado naturalístico 4- Previsibilidade objetiva do resultado. Modalidades do tipo de injusto culposo 1- Imprudência: É a prática de uma conduta arriscada ou perigosa, que tem caráter comissivo. Conduta imprudente é aquela que se caracteriza pela intempestividade, precipitação, afoiteza, insensatez ou imoderação. 2- Negligência: É a displicência no agir, a falta de precaução, a indiferença do agente que podendo adotar as cautelas necessárias não o faz. 3- Imperícia: Falta de capacidade, despreparo ou insuficiência de conhecimentos técnicos para o exercício de arte, profissão ou ofício. Negligência (do alemão, “Fahrlässigkeit”) “Forma de conduta humana que se caracteriza pela realização do tipo de um delito (objetivo) por meio de uma ação perigosa e contrária ao dever de cuidado, materializável em um resultado proibido previsível e evitável e cuja a culpabilidade se assenta no fato de não haver o agente evitado sua realização apesar de capaz e em condições de fazê-lo”Juarez Tavares Tipos de Culpa: Culpa Consciente: Prevê o resultado, embora não o aceite. Culpa Inconsciente: É sem previsão Culpa Imprópria: O sujeito incorre em erro de tipo essencial, mas evitável supondo que está coberto por uma causa excludente de ilicitude. → CRIME QUALIFICADO PELO RESULTADO É aquele que o legislador após descrever uma conduta típica, com todos os seus elementos, acrescenta- lhe um resultado cuja ocorrência acarreta em agravamento da sanção penal, a) Dolo no antecedente e dolo no consequente: Ex: Artigo 129, §2, IV do Código Penal. b) Culpa no antecedente e culpa no consequente: Ex: Incêndio culposo e desse incêndio morre alguém. c) Culpa no antecedente e dolo no consequente: Ex: Omissão de socorro após atropelamento culposo. d) Conduta dolosa e resultado agravador culposo (Preterdoloso): Ex: Lesão corporal seguida de morte. → ANTIJURIDICIDADE E JUSTIFICAÇÃO É uma contradição entre a ação humana, realizada ou omitida, e o ordenamento jurídico no conjunto de suas proibições e permissões. Excluindo a antijuridicidade, em modelos bipartidos, temos um fato atípico. Em tripartidos, fato típico justificado. PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA DO DIREITO PENAL Direito Penal como ultima ratio: quando nenhuma outra área do Direito resolve o problema. Antijuridicidade Formal: Exprime a contradição do comportamento concreto com o conjunto das proibições e permissões do ordenamento jurídico. Qualidade invariável de toda ação típica e antijurídica. Antijuridicidade Material: Exprime a lesão injusta do bem jurídico. Dimensão graduável do tipo de injusto. Causas de justificação/Causas de exclusão de antijuridicidade (Artigo 23, I, II, III, CP): 1- Estado de Necessidade 2- Legítima Defesa 3- Estrito Cumprimento do Dever Legal 4- Exercício Regular do Direito → Legítima Defesa É a repulsa da agressão ilegítima, atual ou iminente, pelo atacado ou terceira pessoa, contra o agressor, sem ultrapassar a necessidade da defesa e dentro da racional proporção dos meios empregados para impedi-la ou repeli-la. Características necessárias para se configurar a oportunidade de legítima defesa: I – Agressão: É toda ação humana de violência real ou ameaçada dirigida contra bens jurídicos do agredido ou de terceiros, isto inclui omissão da ação e tipo de injusto imprudente. II – Injusto: É a agressão imotivada ou não provocada pelo agredido, e nesse sentido, marcada por desvalor da ação e de resultado. Ou seja, não há legitima defesa contra legitima defesa. III – Atual: Em realização ou em continuação. IV – Iminente: Agressão de realização imediata, ou seja, está prestes a acontecer. V – Direito próprio ou de outrem: Defesa dos bens jurídicos individuais. Ex: Vida, liberdade, propriedade. Elementos Subjetivos da Ação de Defesa: *Corrente Majoritária: Conhecimento da situação justificante *Corrente Minoritária: Conhecimento da situação justificante + Vontade de proteger o bem jurídico. Elementos Objetivos da Ação de Defesa: a) Necessidade: Compreende o poder de excluir a agressão com o menor dano possível ao agressor. Ex: Defesa protetora ao invés de defesa agressiva; ameaça de violência ao invés de violência; ferir ao invés de matar. OBS: Não se exige proporcionalidade entre meios de defesa e de agressão. A defesa necessária pode render efeitos indesejados que podem ser adequados ou não. Se forem inadequados, a ação permanece antijurídica. b) Moderação: Enquanto persistir a agressão, é moderado o uso dos meios necessários. Se algum dos elementos objetivos não for satisfeito, temos um excesso, que é punível. A permissibilidade da Legítima Defesa: Define limitações ético-sociais excludentes ou restritivas ao exercício da legítima defesa. 1) Agressões de incapazes (crianças, adolescentes, doentes mentais ou mesmo bêbados sem sentido): Criam para o agredido um leque de atitudes alternativas prévias: a) Desviar da agressão b) Empregar defesa sem dano c) Pedir socorro aos pais, professores, policiais, etc. d) Assumir o risco de pequenos danos e) Se nada disso for possível, então e somente então, a defesa necessária pode ser permitida. 2) Agressões entre pessoas ligadas com relações de garantia fundadas na afetividade, no parentesco e na convivência. a) Mesmos limites anteriores, mas em regra exclui os resultados de morte e lesões graves. EXCEÇÕES a) Riscos de lesões graves b) Maus tratos duradouros ou continuados 3) Agressão provocada pelo agredido para agredir o agressor Doutrina Majoritária: Entende-se que exclui a possibilidade de legítima defesa. Doutrina Minoritária: Crítica de Juarez Cirino dos Santos, fundamentada pelo excesso. Segundo o entendimento dele, a doutrina majoritária acaba entregando um salvo conduto para o agressor, pela exclusão da possibilidade de legítima defesa. OBS: A agressão provocada pelo agredido sem a finalidade de agredir o agressor condiciona as mesmas limitações, mas se antijurídicas, excluem a legítima defesa; se não, subsiste a mesma. 4) Agressões irrelevantes Ex: Contravenções. Em caso de legítima defesa de terceiros, depende da vontade do agredido, salvo se a vontade for presumida. →Estado de Necessidade (Artigo 24, §1 e §2) Ponderação de bem jurídico. O Estado de necessidade é um estado de perigo atual, para legítimos interesses que unicamente pode conjurar-se mediante à lesão dos interesses de outra pessoa. SITUAÇÃO DE PERIGO ATUAL PARA O BEM JURÍDICO + LESÂO AUTORIZADA DE OUTRO Teorias: a) Unitária: Majoritária. Adotada pelo Código Penal. O Estado de Necessidade sempre causa exclusão de ilicitude. b) Teoria Diferenciadora: Deve ser feita uma ponderação entre os valores dos bens e deveres em conflito. Somente será causa de exclusão quando o bem salvo for de valor maior (bem jurídico). Se o bem destruído for de igual ou maior valor, temos uma circunstância de exclusão de culpabilidade. Requisitos: I – Atual II – Bem próprio ou alheio: Para defender bem de terceiro, não é necessária prévia autorização. III – O perigo não pode ter sido causado voluntariamente pelo agente. Corrente 1: Damásio de Jesus. Só o doloso é impeditivo. Corrente 2: Assis Toledo. Doloso e culposo. IV – Inexistência do dever legal de arrostar o perigo (Artigo 24, §1, CP). V – Inevitabilidade do comportamento: Quando não existir nenhum outro meio de efetuar o salvamento. VI – Razoabilidade do sacrifício. VII – Conhecimento da situação justificante: Racionalizar juridicamente o pensamento subjetivo. I, II, III e IV se referem à situação de perigo. V, VI e VII se referem à conduta lesiva. → Estrito Cumprimento do Dever Legal Ao contrário de outras modalidades de excludente de antijuridicidade, esta não possui um tipo mais elaborado, devendo ser depreendido do artigo 23, III do Código Penal. a) Dever Legal: É necessário que haja um dever legal que possa acobertar a conduta lesiva. O dever deve ser oriundo de uma norma legal. Não dirigida apenas a funcionários públicos, mas também a particulares. OBS: Não existe “dever legal” de matar. b) Concorrência de deveres: Não se pode considerar isoladamente a existência de um dever legal sem compreender o contexto de interação de muitos outros deveres legais no qual esteja inserido. OBS: Alguns autores estabelecem que, em certos casos, há uma linha tênue entre o Estrito Cumprimento do Dever Legal e a Legítima Defesa. c) Estrito Cumprimento: A permissão para a realização da conduta está vinculada aos estritos limites da lei que institui o dever, e qualquer inobservânciados limites importa na ilicitude da conduta. LEGÍTIMA DEFESA ESTADO DE NECESSIDADE Há repulsa a um ataque. Há um conflito entre dois bens jurídicos. O direito sofre uma agressão atual ou iminente. O bem jurídico é exposto ao perigo. Sempre provém de uma conduta humana. O perigo pode não vir de uma conduta humana. A conduta não é dirigida a um terceiro inocente. A conduta é dirigida a um terceiro inocente. A agressão sempre é injusta. A agressão não precisa ser injusta. d) Elemento Subjetivo: A justificação exige, além da objetiva realização de uma conduta obrigada, que o sujeito tenha se motivado pela vontade de cumprir, fielmente e sem abusos, o dever que lhe cabia. → Exercício Regular do Direito (Artigo 25, III, CP – Abrangente) Esse dispositivo, antes de descrever um modelo para o comportamento permitido, define um princípio de aplicação geral para a justificação capaz de abranger uma gama variada de situações. REQUISITOS a) A existência do direito: A proteção emanada do sistema jurídico em seu sentido mais amplo. O direito que suporta a exclusão de ilicitude não necessariamente é expresso em normas claras e precisas, podendo também ser extraído do sistema normativo e dos princípios que nele são acolhidos. b) Concorrência de direitos: Pode redundar em soluções interpretativas que são diametralmente opostas. c) Regularidade do exercício: Quaisquer inobservâncias das formalidades necessárias para o exercício do direito transforma o ato abusivo em ilícito. d) Elemento Subjetivo: O agente deve conhecer a existência do direito e motivar a sua conduta para exercê-lo fielmente e sem abusos. → Excesso na Justificativa O excesso materializa abuso do direito de proteger um bem jurídico, portanto somente pode verificar-se em relação à conduta que inicialmente esteve amparada pela ordem jurídica. 1 – Excesso Doloso: O agente possui plena consciência de que após ter agido sob o amparo de uma causa de justificação, o prosseguimento da conduta apresenta-se desnecessária. O agente, consciente de que a situação fática já não mais permite a conduta justificada, prossegue visando lesionar desnecessariamente o bem jurídico. Exemplos: Estado de Necessidade: Aproveitamento da situação de perigo para destruir o bem jurídico. Legítima Defesa: Tiro fatal contra agressor dominado Estrito Cumprimento do Dever Legal: Revista em preso ou visitante mais apalpada libidinosa. Exercício Regular do Direito: Pai separado deliberadamente pega o filho no dia errado. 2 – Excesso Culposo: No excesso que decorre de culpa, as produções dos resultados mais gravosos não foram intencionalmente perseguidas pelo agente. O excesso deriva da negligente falta de contenção do sujeito no desenvolvimento do fato inicialmente justificado, sendo que, objetivamente, o controle da atividade lhe era possível e era previsível à produção dos resultados necessários. Exemplos: Estado de Necessidade: Percepção exagerada do perigo que leva à uma ação de salvamento desproporcionada. Legítima Defesa: Avaliação errada quanto à persistência da agressão. Estrito Cumprimento do Dever Legal: Disparos desnecessários. Exercício Regular do Direito: Lesão corporal no filho. → CULPABILIDADE Análise se o que fez é reprovável ou não. É a área mais problemática da dogmática jurídica. Ela parte de premissas elementares: 1- Todos são dotados de livre-arbítrio; juízo de responsabilização. 2- Na prática jurídica, o magistrado não leva em consideração a culpabilidade. Somente analisa a “peça”. 3- Se parte de uma concepção ontológica do delito. Está intrínseco à natureza humana. Fundamentos da culpabilidade: a) Imputabilidade: Conjunto de condições pessoais mínimas que capacitam o sujeito a saber e controlar o que faz, excluída ou reduzida nas hipóteses de minoridade ou de doenças e anomalias mentais incapacitantes. b) Conhecimento do injusto: Conhecimento concreto do valor que permite ao autor imputável saber realmente o que faz, excluído ou reduzido em casos de erro de proibição. c) Exigibilidade de conduta diversa: Expressão da normalidade das circunstâncias do fato e concreta indicação do poder de não fazer o que faz. IMPUTABILIDADE 1 – Capacidade de culpabilidade: A capacidade de culpabilidade é atributo jurídico de indivíduos de determinados níveis de desenvolvimento biológico e normalidade psíquica, necessários para compreender a natureza proibida de certas ações e orientar seu comportamento conforme tal compreensão. Menoridade: Artigo 27. CP / Artigo 228, CF. Incapacidade psíquica: Artigo 26, CP. ♦ Embriaguez completa e Teoria da axio libera in causa. Ela foi elaborada para responsabilizar o agente que livremente decidiu pelo consumo de bebida ou entorpecente e depois de alcançar a situação de inimputabilidade cometeu o crime. Em outras palavras, bebeu para tomar coragem de praticar o ato, o que aumenta a pena. ♦ Embriaguez voluntária Verifica-se quando o agente consome bebidas alcóolicas ou qualquer outra substância entorpecente agindo livre, voluntária e conscientemente. Bebeu porque quis. ♦ Embriaguez culposa Ocorre quando o agente não quer embriagar-se e acaba o fato acontecendo devido ao seu comportamento descuidado. ♦ Embriaguez fortuita Verifica-se quando o agente não quer embriagar-se, mas por acidente atribuível ao acaso ocorre embriaguez. Se enganou, bebeu algo que não sabia. ♦ Embriaguez por motivo de força maior Decorre da situação de fato que obriga em razão da superioridade de forças que o agente se embriague. Típico caso de ingestão induzida por terceiro. 2 – Conhecimento do injusto: Erro de proibição O erro de proibição é instituto que produz efeitos na potencial consciência da ilicitude do fato, que é elemento do juízo de reprovação da culpabilidade. Na lição de Welzel, o agente não sabe o que faz, porém supõe erroneamente que estaria permitido. Não conhece a norma jurídica ou não a conhece bem (interpreta mal) ou supõe erroneamente que concorre uma causa de justificação. Espécies de erro Assim como no erro de tipo, o erro de proibição pode ser evitável ou inevitável. É inevitável quando o agente à época da realização dos fatos não tinha consciência da ilegalidade do ato, nem potencial da ilicitude, ou seja, nas circunstâncias em que se encontrava não tinha como saber que o ato era ilícito. Aqui haverá isenção de pena, ou seja, exclusão de culpabilidade. Considera-se evitável o erro de proibição se o agente atua ou se omite sem consciência da ilicitude do fato quando lhe era possível nas circunstâncias ter ou atingir essa consciência. Aqui a pena poderá ser reduzida de 1/6 a 1/3. 1 – Erro de proibição direto (Artigo 20, CP) Difere-se de desconhecimento da lei. Se verifica quando o sujeito desconhece a norma proibitiva ou não conhece adequadamente seu âmbito de incidência. Nesses casos, o erro incide diretamente sobre a fonte do conhecimento da ilicitude: a norma proibitiva. 2 – Erro de proibição indireto Ocorre quando o sujeito supõe a existência de causa da justificação inexistente ou percebe com imperfeição os limites da causa de justificação existentes. Inexigibilidade de conduta diversa Um dos requisitos centrais da culpabilidade é a exigibilidade de conduta diversa, expressão da normalidade das circunstâncias do fato e concreta indicação do poder de não fazer o que faz. 1 – Inexigibilidade na colisão de deveres O agente percebe com clareza a finalidade protetiva da norma jurídica, mas não se orienta por ela, pois lhe sobrepõeum imperativo de ética superior. A convicção funciona, assim, como legitimação pessoal para a prática do ato proibido. Ex: Um médico que faz transfusão de sangue em um Testemunha de Jeová, sem o consentimento do indivíduo, para salvar sua vida. 2 – Inexigibilidade por coação irresistível Trata-se de coação moral que poderá ocorrer mediante a utilização de violência que maltrata o indivíduo e obriga-o à resolução delitiva viciada pela coação ou utilização de ameaça. Lembre-se que só serve para coação moral irresistível. Entende-se como coação moral resistível aquela em que não se configurando o pleno domínio da vontade do coator sobre a vontade o coato/coagido, ambos deverão ser responsabilizados pela produção do resultado. Na coação resistível, o coato poderia supera-la ou vence-la empregando maior ou menor esforço; no entanto por covardia ou comodidade preferiu submeter-se aos mandamentos do autor. 3 – Inexigibilidade por obediência hierárquica Não se confundindo com a excludente de antijuridicidade (Estrito Cumprimento do Dever Legal), ocorre quando acontece o cometimento de um crime por cumprimento de ordem de autoridade superior. ORDEM ILEGAL: Manifestamente ilegal: O destinatário não tinha como desconhecer a sua ilegalidade; os dois agentes respondem criminalmente. Não manifestamente ilegal: Era possível ao destinatário desconhecer a ilegalidade. A hierarquia é sempre de tipo público. a) Quando o executor supõe a licitude da ordem: É modalidade especial de erro quando determinado por terceiro, que decorre da relação de subordinação hierárquica. O executor, em erro de proibição inevitável, não pode ser punido pelo resultado atribuível somente ao mandante. b) O executor conhece a ilegalidade da ordem, mas a ela não pode se opor em consequência de um rigoroso sistema disciplinar. c) O executor conhece a ilegalidade da ordem e ela pode se opor. Obs: Só os casos a) e b) excluem a culpabilidade e a c) pode reduzi-la. Confissão de autoria A confissão de crime é considerada circunstância atenuante, desde que se efetive de modo espontâneo, conforme dispõe o artigo 65, III, alínea d do Código Penal. Deve-se entender a previsão legal de maneira ampla, de modo a permitir a atenuante em casos de autoria e de participação. Poderá essa confissão ser dirigida tanto à autoridade judicial quanto à policial. ♦Doutrina Majoritária: Não há motivos para o legislador conceder um prêmio ao indivíduo que, por exemplo, é pego em flagrante e confessa o crime. ♦Doutrina Minoritária: Crítica de Juarez Cirino dos Santos. A lei exige apenas duas condições: a) A confissão deve ser espontânea, ou seja, fundada em decisão autônoma do autor, independente da natureza da ação (egoísmo, altruísmo, nobreza, etc) – o que exclui determinadas heterônomas, como confissões obtidas por pressão ou em face de provas irrefutáveis. b) A confissão deve ocorrer perante a autoridade. Autoria & Participação (Artigo 29, CP) Modalidades: 1 – Teoria Extensiva Entende que todos que concorrem para o delito são autores. Essa teoria não estabelece qualquer distinção entre autor, coautor e partícipe. 2 – Teoria Restritiva Só o considerado autor aquele que pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Tal teoria se divide em: 2.1 – Teoria Objetivo-Formal Autor executa núcleo do tipo; partícipe colabora de forma secundária com a execução do delito. 2.2 – Teoria Objetivo-Material Autor não é quem/apenas realiza o núcleo do tipo, mas sim aquele que realiza a contribuição material mais importante. 2.3 – Teoria do Domínio do Fato Teoria majoritária. Tem como premissa essencial o fato de que para aferir a autoria ou participação, é fundamental abordar elementos objetivos e subjetivos da conduta. A ideia básica para distinguir autor e partícipe na Teoria do Domínio do Fato é a realização do tipo de injusto, controlando a continuidade ou paralisação da ação típica. O partícipe não domina a realização do tipo de injusto e nem tem controle da continuidade ou paralisação da ação típica. OBS: Roxin defende que tal teoria é capaz de diferenciar autores e partícipes somente nos delitos de autoria geral, que podem ser realizados por qualquer pessoa, uma vez que nos crimes próprios ou de mão própria a autoria é restrita. Modalidades de autoria & participação a) Autoria direta e imediata: O próprio agente executa a conduta proibida. O princípio do fato estabelece-se por meio do domínio da ação ou omissão que adquirir adequação típica. Diz-se autoria direta porque o autor executa diretamente o comportamento descrito no tipo penal incriminador. b) Autoria indireta ou mediata: Define a realização do tipo de injusto com o domínio da vontade de outrem, utilizado como instrumento que realiza o fato em posição subordinada no controle do autor. Em casos de autoria mediata, só o autor é responsabilizado. OBS: Não se admite autoria mediata em: 1 – Crimes culposos: Não é possível “instrumentalizar” alguém estando em culpa. 2 – Tipos próprios: Dependem da qualidade individual do autor. 3 – Tipos de mão-própria. Formas de autoria mediata a) Erro determinado por terceiro: Quando o instrumento orientar sua conduta por causa de erro determinado intencionalmente por terceiro, que deve ser considerado autor do fato materialmente praticado pelo instrumento. O erro que exclui a responsabilidade de instrumento pode ser tanto o erro de tipo quanto o erro de proibição. b) Coação moral irresistível: Quando se atua moralmente, coagindo de forma irresistível, a ação e vontade encontram-se totalmente submissas à vontade do coator. c) Executor inimputável por doença mental, menoridade ou embriaguez: A autoria mediata configura-se quando o executor material do fato não é capaz de entender o caráter ilícito do seu comportamento ou determinar-se de acordo com esse entendimento. O outro que conheça essa situação, domina-lhe a vontade. d) Autoria mediata nos crimes próprios e de mão-própria: I – Nos crimes próprios, o tipo não se exige a realização pessoal de conduta delitiva. II – Se o autor mediato for funcionário público, poderá valer-se de instrumento não funcionário para realizar a conduta proibida. No entanto, a princípio, torna-se impossível a autoria sob forma mediata quando faltar ao mandante a qualidade especial de autor exigida pelo tipo. OBS: Não se trata de questão absoluta, se a pessoa não-funcionária for coautora atuando conjuntamente com o funcionário público é possível que seja responsabilizada pelo crime próprio. III – Nos crimes de mão-própria é exigência típica que determinada pessoa realize a conduta punível pessoalmente. e) Autoria mediata em tipos omissivos: Ex: Responsável de uma instituição de tratamento não impede agressão de doente mental sobre outro interno. Corrente Majoritária: Considera o garantidor autor mediato pela omissão de ação. Corrente Minoritária: Considera garantidor como autor direto de omissão de ação. Coautoria Mais de um autor com domínio do fato. Domínio comum do tipo de injusto mediante a divisão do trabalho entre coautores: a) Subjetivamente, pela decisão comum de realizar (com consciência e vontade) um tipo de injusto determinado, que fundamenta a responsabilidade de cada coautor pelo fato típico comum integral. b) Objetivamente, pela realização comum do tipo de injusto mediante contribuições parciais no domínio comum do fato típico. c) Convergência objetivo-subjetiva, que pode ser expressa ou tácita. 1 – Decisão comum para o fato: A decisão comum desencadeiaa distribuição de tarefas individuais necessárias a produção do resultado comum. Não há coautoria culposa. Por isso nos crimes de imprudência, do ponto de vista conceitual, a coautoria é impossível e do ponto de vista prático, ela é desnecessária porque na hipótese de comportamentos imprudentes simultâneos, cada lesão do dever de cuidado ou do risco permitido fundamenta a atribuição do resultado como autoria colateral independente. •Autoria colateral: Autorias independentes e não necessariamente realizadas simultaneamente, contribuem para a produção de um ou mais tipos de injusto. 2 – Realização comum do fato: A realização comum do fato é constituída pelas contribuições objetivas de cada autor para o acontecimento total, que explicam o domínio funcional do tipo de injusto. As contribuições objetivas para o fato comum podem consistir na realização integral, parcial ou mesmo na ausência de realização das características do tipo de injusto, desde que a ação atípica realizada pelo coautor seja necessária para realiza-lo. Distribuição da responsabilidade penal A distribuição da responsabilidade depende das contribuições individuais para o fato comum, não sendo consideradas do ponto de vista igualitário, mas diferenciados pela natureza das respectivas contribuições para o tipo de injusto, como objeto de valoração do juízo de culpabilidade. Responsabilidade pelo excesso (Artigo 29, §2, CP) A aplicação da regra é facilitada por uma distinção entre excesso quantitativo e excesso qualitativo, essencial para definir a previsibilidade do resultado mais grave. a) Quantitativo: É previsível e, por isso, determina o aumento da pena do crime menos grave, objeto do dolo comum aos autores e partícipes. Furto: Que vira roubo Lesão corporal grave: Homicídio doloso.
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