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1) (20 Exame de Ordem) A Lei do Município de Alegre determina a incidência do ISS sobre serviços de advogado à alíquota de 5% sobre o valor dos honorários cobrados ao cliente. Pergunta-se: está correta a exigência da Lei Municipal? A exigência é indevida. O ISS, previsto no art. 156, III da CRFB e regulamentado pela LC 116/03 é fixo para as sociedades uniprofissionais que não se organizem como empresas de responsabilidade limitada, na forma do art. 9º, § 3º do Dec. 406/68. Como a sociedade de advogados não pode ser empresária, na forma do art. 15 da lei nº 8906/94, o ISS deve ser fixo, não podendo variar de acordo com o faturamento. 2) IV Exame Unificado - O Laboratório de Análises Clínicas Almeida Silva Ltda., cuja sociedade é constituída por 3 (três) sócios, um médico, um farmacêutico e uma empresária, explora, no ramo da medicina, serviços de análises clínicas, em caráter empresarial, mantendo, para tanto, várias filiais em funcionamento em diversas municipalidades de determinada região do país. Ocorre que, a partir de março/2011, a referida empresa, na qualidade de contribuinte do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN, deixou de recolher o respectivo tributo, dando origem a diversas autuações fiscais, que geraram defesas administrativas no sentido de que o ISS deveria ser calculado e recolhido como tributo fixo, ou seja, com base em um valor fixo previsto na legislação municipal pertinente a ser calculado em relação a cada sócio, não devendo ser considerado, para fins de apuração do imposto, o valor do serviço praticado pela empresa com incidência da alíquota correspondente à sua atividade. Esclareça se o laboratório tem ou não direito a realizar o recolhimento na forma pretendida. Justifique, com base na legislação tributária pertinente. O ISS, previsto no art. 156, III da CRFB e regulamentado pela LC 116/03 é fixo para as sociedades uniprofissionais que não se organizem como empresas de responsabilidade limitada, na forma do art. 9º, § 3º do Dec. 406/68. Assim, a sociedade em questão não pode gozar do benefício do ISS fixo. 3) (2010.2) Lei Municipal n. XYZ, publicada em 20/09/2010, alterou a cobrança do ISS para os advogados. A lei definiu que, a partir de 2011, a base de cálculo dos serviços prestados por advogados será o preço do serviço, qual seja, o valor dos honorários profissionais recebidos. Com base na situação hipotética, emita parecer acerca da legalidade do diploma legal em questão. Caso entenda pela ilegalidade da cobrança, que medida(s) judicial(ais) um advogado pode propor para suspender a cobrança do tributo? A exigência é indevida. O ISS, previsto no art. 156, III da CRFB e regulamentado pela LC 116/03 é fixo para as sociedades uniprofissionais que não se organizem como empresas de responsabilidade limitada, na forma do art. 9º, § 3º do Dec. 406/68. Como a sociedade de advogados não pode ser empresária, na forma do art. 15 da lei nº 8906/94, o ISS deve ser fixo, não podendo variar de acordo com o faturamento. Poderão ser ajuizadas duas medidas judiciais. O MS preventivo com pedido liminar e a ação declaratória com tutela de urgência. 4) (36º Exame de Ordem) A empresa Demolis, sediada unicamente em Fortaleza – CE, é especialista em demolição de edifícios e foi contratada pela empresa Prédio Velho, sediada em Contagem – MG, para realizar a demolição de um prédio localizado no município de Cuiabá – MT, tendo sido o respectivo contrato firmado em Belém – PA. Nessa situação hipotética, a que município será devido o ISS incidente sobre a demolição e quem será o responsável pelo pagamento do tributo, caso o município credor da obrigação não tenha norma específica sobre a responsabilidade? Justifique sua resposta. O ISS, previsto no art. 156, III da CRFB e regulamentado pela LC 116/03 é devido, via de regra, no local onde se encontra a sede da empresa, na forma do art. 3º da Lei complementar referida. No entanto, no inciso IV do citado art. 3º da LC 116/03, o ISS é devido no local da prestação de serviço no caso de demolição. Assim, o ISS é devido no município de Cuiabá-MT. Na forma do art. 6º da LC 116/03 o tomador de serviço será o responsável pelo recolhimento do ISS. Então, no caso concreto, o contribuinte será a empresa Demolis e a responsável será a empresa Prédio Velho. 5) (34º Exame de Ordem) Apesar de a progressividade ser um instrumento de justiça fiscal e contemplar importante função extrafiscal, a Constituição Federal prevê expressamente sua aplicação apenas a três tributos. Identifique cada um desses tributos e discorra sobre o significado da(s) progressividade(s) aplicada(s) a cada um deles. A progressividade é um instrumento da capacidade contributiva. Por meio dela, o imposto varia para que seja aplicada a isonomia. A constituição prevê expressamente a incidência para três impostos. O imposto de renda, previsto no art. 153, III da CRFB e art. 43 do CTN, será progressivo, conforme previsto no art. 153, § 2º, I da CRFB variando de acordo com a riqueza do contribuinte. O ITR, previsto no art. 153, VI da CRFB e no art. 29 do CTN, será progressivo para obrigar o particular a atender a função social da propriedade, na forma do art. 153, § 4º, I da CRFB O terceiro imposto que se submete ao princípio da progressividade é o IPTU, conforme previsto no art. 156, § 1º da CRFB e art. 182, § 4º, II da CRFB. No entanto, a aplicação do princípio é facultativa, cabendo ao munícipio decidir se o aplica ou não. Nesse caso, o IPTU poderá ser progressivo para obrigar o particular a atender a função social da propriedade e de acordo com o valor, localização e utilização do bem. Por último mas não menos importante, o ITCMD também poderá ser progressivo apesar da ausência de previsão constitucional, na forma do posicionamento do STF, enquanto o ITBI não pode ser progressivo conforme posicionamento previsto na sumula 656 do STF. 6) (2010.1) Manoel adquiriu apartamento em município cuja legislação relativa ao imposto sobre transmissão inter vivos de imóveis e de direitos reais estabelece como contribuinte do imposto o adquirente de bem imóvel. A administração tributária do município, todavia, não aceitou como base de cálculo do imposto o preço pago por Manoel na compra do apartamento. Em face dessa situação hipotética, responda, com base na legislação pertinente, se há fundamento jurídico na decisão da administração tributária do município de não aceitar a mencionada base de cálculo. O ITBI é um imposto de competência dos municípios previsto na CRFB no art. 156, II e no CTN, art. 35. Tem como fato gerador a transmissão onerosa de bens imóveis e sua base de cálculo é o valor venal do bem, na forma do art. 38 do CTN. Assim sendo, o município por desconsiderar a informação do contribuinte e arbitrar a base de cálculo, na forma do art. 148 do CTN. 7) (36º exame de ordem) José é proprietário de imóvel na cidade Y, no estado de Minas Gerais. No ano de 2004, José foi contribuinte de imposto sobre propriedade territorial rural (ITR). Em 2005, o município Y editou lei em que passou a considerar como urbana a localidade em que está situado o imóvel de José, razão pela qual lhe exigiria imposto sobre a prorpriedade predial e territorial urbana (IPTU) no exercício seguinte. Na situação hipotética apresentada, no ano de 2006, José deveria pagar em relação à propriedade do imóvel ITR ou IPTU? Justifique sua resposta. No caso concreto, incide o IPTU, previsto na constituição no art. 156, I e regulamentado pelo CTN no art. 32. Tal imposto tem como fato gerador a propriedade, domínio útil de imóvel por natureza ou acessãofísica situado em área urbana. No caso concreto, apesar não preencher os requisitos do art. 31, § 1º do CTN, há lei determinando a área como zona de expansão urbana, já sendo esse o requisito suficiente para a cobrança do IPTU, na forma do art. 32, § 2º do CTN. Não incide o ITR, imposto previsto no art. 153, VI da CRFB e 29 do CTN por ser área urbana na forma da lei. 8) (2010.2) A empresa Vídeo Locadora, estabelecida no Município Y, tem como atividade principal a locação de fitas de vídeo, dvd ́s e congêneres, estando tal atividade prevista em item específico da Lista de Serviços anexa à Lei Complementar do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, desta Municipalidade. Todavia a empresa, por meio de seu representante legal, entende que a sua atividade estaria fora do campo de incidência do ISS, razão pela qual pretende suspender o seu pagamento. A empresa ainda não foi notificada pelo Fisco e também nunca pagou o tributo. O entendimento da empresa está correto? Em caso afirmativo, qual(is) demanda(s) a ser(em) proposta (s)? Justifique. O ISS, previsto no art. 156, III da CRFB e regulamentado pela LC 116/03 tem como fato gerador a prestação de serviços, ou seja, a obrigação de fazer. Locação não caracteriza obrigação de fazer, na estando sujeita a incidência do ISS na forma da sumula vinculante 31 do STF. Assim, o entendimento da empresa está equivocado. 9) (29º Exame de Ordem) Técio, domiciliado no Brasil, recebeu honorários de causa ganha na Justiça portuguesa. O cliente nascido em Angola, mas domiciliado em Moçambique, fez uma ordem bancária para Técio. O imposto de renda deve ser declarado e recolhido em que País? Explique o seu entendimento. Tendo em vista que Tício é residente no Brasil, o imposto de renda é devido no Brasil. Isso porquê, o imposto de renda é imposto de competência da União, previsto no art. 153, III da CRFB e no art. 43 do CTN e tem como fato gerador auferir renda ou disponibilidade econômica de qualquer natureza. Como se submete ao princípio da Universalidade, na forma do art. 153, § 2º, I da CRFB e na forma do art. 43, § 1º do CTN, o imposto de renda incide independentemente da fonte pagadora e do local do pagamento. 10) Em processo de separação em que figuram JOÃO e MARIA, o varão decide “abrir mão” de sua parte na meação para que todos os bens fiquem na propriedade do cônjuge virago. No entanto, após o retorno dos autos das Fazendas Estaduais e Municipais, MARIA é surpreendida com a decisão do juiz que a mandou pagar os tributos de transmissão relativos aos imóveis objetos da liberalidade do ex marido. Responda fundamentadamente. a) MARIA deve recolher tais valores? Maria deve recolher o ITCMD sobre o valor da liberalidade praticada por João. Tal imposto está previsto na CRFB, no art. 155, I e no CTN no art. 35 e tem como fato gerador a transmissão gratuita de quaisquer bens. b) Quais tributos podem ser cobrados? Incide o ITCMD sobre o valor da liberalidade praticada por João. Tal imposto está previsto na CRFB, no art. 155, I e no CTN no art. 35 c) Sobre que valor devem incidir os tributos? Incide o ITCMD sobre o valor da liberalidade praticada por João. Tal imposto está previsto na CRFB, no art. 155, I e no CTN no art. 35. Tendo em vista o regime de casamento, Maria já é proprietária de 50% do patrimônio, sendo certo que a outra metade cabe a joão, incidindo o imposto sobre a doação de tal parte. 11) (38º Exame de Ordem) Considere que a empresa Informática Ltda. tenha sido contratada pelo Ministério do Trabalho e Emprego para desenvolver programa de computador para controle do trâmite de documentos internos, segundo diretrizes especificadas pelo órgão ministerial. Nessa situação, caso a operação seja, de fato, realizada pela referida empresa, deverá incidir sobre tal operação ICMS ou ISS? Fundamente sua resposta. O ISS, previsto no art. 156, III da CRFB e regulamentado pela LC 116/03 tem como fato gerador a prestação de serviços, enquanto o ICMS está previsto no art. 155, II da CRFB e é regulamentado pela LC 87/96 e seu fato gerador é a circulação de mercadorias. No caso concreto o que foi contratado foi uma obrigação de fazer e não o fornecimento de um produto, sendo tributável, portanto, pelo ISS, de competência dos municípios. 12) Após aberto o inventário de Bruno, que deixou para seus herdeiros bens avaliados em R$500.000,00 a serem transmitidos para seus dois filhos, únicos herdeiros e que concorrem por igual na legítima, alguns fatos ocorreram, a saber: A) João, o filho mais velho, abriu mão do direito de herdar, renunciando abdicativamente para o monte; B) Caio, o outro filho, celebrou um contrato de cessão onerosa de direitos hereditários de um imóvel no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), integrante da partilha. Sabendo que a Lei estadual determina alíquota para o ITCMD, 4% nas transmissões causa mortis, quais os tributos e alíquotas incidentes nas transmissões supra? Incide o ITCMD sobre a transmissão causa mortise doação, ou seja, sobre a transmissão gratuita de quaisquer bens. Tal imposto está previsto na CRFB, no art. 155, I e no CTN no art. 35. Com a morte os bens se transmitem aos herdeiros, na forma do art. 1784 do Código Civil, sendo cabível o ITCMD na transmissão de Bruno para seus filhos João e Caio. No entanto, como João renuncia do seu direito de herdar, o STJ entende que não incide ITCMD pois seu quinhão hereditário não sai do monte. Nesse caso, incide o ITCMD sobre 100% do bem que é transferido para Caio, na alíquota de 4%. Ademais, incide ITBI, que é um imposto de competência dos municípios previsto na CRFB no art. 156, II e no CTN, art. 35, na operação de venda de quinhão hereditário praticada por Caio. 13) (V Exame Unificado) Determinado jogador integrante de importante time de futebol de estado da federação brasileira, na qualidade de pessoa física, ao promover, em dezembro de 2010, a importação, por conta própria, de um automóvel de luxo, da marca Jaguar, zero quilômetro, fabricado no exterior, foi surpreendido com a cobrança de tributos, inclusive o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Todavia, o jogador de futebol, inconformado com a cobrança do referido imposto estadual, ajuizou, por meio de seu advogado, competente mandado de segurança, com base na súmula 660 editada pelo STF, a fim de viabilizar a defesa dos seus direitos perante a Justiça Estadual. Com base no caso acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) O jogador de futebol em questão estaria enquadrado na qualidade de contribuinte do ICMS? O ICMS é um imposto de competência dos estados, previsto na constituição no art. 155, II e regulamentado pela LC 87/96. Tem como fato gerador a circulação de mercadorias e a prestação de serviços de comunicação e transporte interestadual e intermunicipal. Com relação às operações de importação, o STF entendeu pela não incidência no caso de importação para uso próprio por não contribuinte do imposto, quando da redação original do art. 155, § 2º IX, ‘a’ da CRFB, editando a sumula 660. No entanto, com a edição da EC 33/01, passou a ser prevista expressamente no texto constitucional a incidência do ICMS na importação, para uso próprio ou não, por contribuinte ou não. Com isso, o STJ editou a sumula 198, entendendo pela incidência e o STF adequou sua jurisprudência, editando a sumula 661 e a sumula vinculante nº 48. Assim, o jogador de futebol é contribuinte do ICMS na importação de veículo para uso próprio. b) Considerando que existe pedido liminar,analise sua viabilidade, bem como a do direito em discussão. Não cabe a concessão da liminar no caso concreto, tendo em vista a jurisprudência consolidada. 14) (VII Exame Unificado) Determinado contribuinte adquiriu um lote de terreno, em zona de expansão urbana, situado em Condomínio ainda não dotado de qualquer dos melhoramentos elencados no art. 32, parágrafo 1o, do CTN. A esse respeito, responda aos itens a seguir: A) Sobre o bem imóvel especificado há incidência de imposto? (Valor: 0,50) B) Havendo incidência, qual Ente o titulariza? (Valor: 0,75) Justifique, com a indicação dos dispositivos legais pertinentes. No caso concreto, incide o IPTU, previsto na constituição no art. 156, I e regulamentado pelo CTN no art. 32. Tal imposto tem como fato gerador a propriedade, domínio útil de imóvel por natureza ou acessão física situado em área urbana. No caso concreto, apesar não preencher os requisitos do art. 31, § 1º do CTN, há lei determinando a área como zona de expansão urbana, já sendo esse o requisito suficiente para a cobrança do IPTU, na forma do art. 32, § 2º do CTN. 15) (VII Exame Unificado) Um jovem de 14 (quatorze) anos, especializado em rastreamento de sistemas e informática em geral, aufere, mensalmente, a quantia total de R$ 10.000,00 (dez mil reais), por força de contrato verbal de prestação de serviços, mantido com certa empresa contratante. Nesse caso, entende o jovem, em razão da sua absoluta incapacidade civil, não estar adstrito a quaisquer obrigações tributárias, razão pela qual não procede ao recolhimento do tributo decorrente das operações acima mencionadas. À vista disso, o procedimento adotado pelo referido jovem está em consonância com o sistema legal tributário? Justifique, apontando os dispositivos legais pertinentes. No caso concreto incide o Imposto de Renda, previsto no art. 153, III da CRFB e art. 43 do CTN que tem como fato gerador auferir renda ou disponibilidade econômica de qualquer natureza. Tal imposto se submete ao princípio da generalidade, que significa que todas as pessoas estão sujeitas a incidência do imposto e, além disso, a capacidade tributária independe da capacidade civil, conforme previsto no art. 126, I do do CTN. Assim, o jovem de 14 anos é contribuinte do imposto de renda.
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