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Economia-Aula-1.pdf Economia Módulo 1/Aula 1 Profa. Dra. Simone El Khouri Miraglia simone.miraglia@unifesp.br Conteúdo da Aula 1 - Apresentação do Curso e Conceitos Básicos 1. Apresentação do Curso: conteúdo, bibliografia e forma de avaliação 2. Conceitos básicos de economia: conceito, métodos de investigação, definições sobre ciência econômica, problemas econômicos básicos e aplicações da economia na engenharia. Economia Profa. Simone Miraglia Economia Profa. Simone Miraglia Ementa • Introduz conceitos básicos de economia e definições sobre a ciência econômica e aplicações; • Apresentação das teorias microeconômica e macroeconômica e aplicação através de diversos exercícios práticos de equilíbrio, análise mercadológica e medidas da atividade econômica; • Prepara e subsidia o aluno com os conceitos econômicos para fazer associação e aplicação em economia ambiental e aplicação em empresas, ênfase em engenharia química. Conteúdo • Conceitos básicos de economia; • Mercantilismo, fisiocracia, escola clássica, marxismo, neoclassicismo e a fase contemporânea; Microeconomia • Teoria da utilidade (total e marginal); • Teoria e curva da demanda e excedente do consumidor; • Teoria da escolha: cestas de mercadorias, curvas de indiferença, preço dos bens e renda do consumidor, linha de restrição orçamentária; • Teoria da oferta, equilíbrio de mercado; • Elasticidade da demanda; • Teoria da firma: função de produção, fatores de produção fixos e variáveis, custos de produção; • Rendimentos da firma (receita total, média e marginal); • Estruturas de mercado: monopólio, concorrência perfeita, oligopólio, cartel; • Prova P1. Economia Profa. Simone Miraglia Conteúdo (continuação) Macroeconomia • Indicadores Socioeconômicos (PIB, PIB-verde); • Considerações sobre o conceito de inflação; • Matemática financeira: taxa de juros, estimativas de valor presente X valor futuro; • Análise Custo-Benefício Ambiental; • Análise de viabilidade econômica; • Economia Ambiental, Ecológica, Marxista X Recursos Naturais; • Instrumentos Econômicos – instrumentos de comando e controle / princípio poluidor pagador, mercados de direito a poluir, taxas e subsídios; • Valoração Econômica: classificação dos recursos naturais, externalidades, custos ambientais; • Métodos de Valoração Ambiental: fundamentos teóricos e exemplos; • Prova P2. • Subs – (Atestado médico segundo normas UNIFESP); • Exame. Economia Profa. Simone Miraglia Bibliografia Básica • Diva Benevides Pinho e Marco Antonio S. de Vasconcellos. Manual de Economia. São Paulo: Saraiva, 5a. edição (2006). ISBN85-02-04662-4. • H. Hirschfeld. Engenharia econômica e análise de custos. São Paulo: Atlas, 7a. edição (2001). ISBN: 8522426627. Economia Profa. Simone Miraglia Bibliografia Complementar • Artigos técnicos selecionados, artigos publicados em jornais - a serem indicados no decorrer do curso. • Moura, Luiz A. A.. Economia Ambiental: Gestão de Custos e Investimentos. Editora Juarez de Oliveira, 3a. edição (2006). ISBN 85-7453-601-6. • Mankiw, N. Introdução à Economia. São Paulo. Thomson Pioneira, 3a. edição (2005). ISBN 8522104085. • Casarotto Filho, N., Kopittke, B.H. Análise de Investimentos: matemática financeira, engenharia econômica, tomada de decisão, estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 10a. edição (2007). ISBN 9788522448012. Economia Profa. Simone Miraglia • Torres, Oswaldo Fadigas Fontes. Fundamentos da Engenharia Econômica e da Análise Econômica de Projetos. Editora Thomson, 3a. edição (2006). ISBN 85-22105227. Avaliação • Prova P1 (40%) => 25/06 • Prova P2 (40%) => 13/08 • Exercícios e Trabalhos (20%) => 06/08 • Prova SUBS => 20/08 (para quem perder somente, justificado normas UNIFESP) Exame => 27/08 Economia Profa. Simone Miraglia Observação: Aulas • 16/07/13 => Aula à distância: A evolução da economia no Brasil Trabalhos • A serem definidos, um em cada bimestre. Material de Apoio • Ambiente Moodle Conceitos Básicos • Teoria: conjunto de idéias sobre a realidade, sempre analisadas de forma interdependente. • Definições: significado dos termos (idéias) da teoria. • Argumentos: referem-se às condições nas quais a teoria se sustenta. • Hipóteses: conjecturas relativas à maneira como as coisas da realidade se comportam. • Modelos: representação das principais características dos componentes de uma teoria. Economia Profa. Simone Miraglia Conceitos Básicos (continuação) Métodos científicos caracterizam-se pelo raciocínio lógico e são classificados em: • Método indutivo: parte dos fatos específicos para chegar a conclusões gerais. • Método dedutivo: método que parte das conclusões gerais para explicar o particular. Economia Profa. Simone Miraglia Introdução Capítulo I Introdução à Economia Diariamente, nos deparamos com informações sobre economia nos jornais e noticiários na TV. Com a intensificação das relações econômicas internacionais, determinados fatos e conceitos econômicos estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas, tais como: Inflação Desemprego Taxa de Juros Taxa de Câmbio Crise do Petróleo Crise Cambial Introdução Capítulo I Introdução à Economia Todos esses assuntos, além de fazerem parte das inúmeras questões estudadas pela ciência econômica, também possuem grande importância nas mais diversas áreas do conhecimento, como por exemplo: Direito Administração Ciência Política entre outros. Natureza da Investigação na Ciência Econômica • Biologia e Química => é possível produzir fenômenos por meio da experimentação controlada de laboratório. • Economia e Astronomia => é necessário esperar pelo tempo para desenvolver observações, a fim de serem utilizadas como evidências no teste das hipóteses sobre o comportamento dos fenômenos. • A investigação científica no campo da Economia procura testar pela evidência a estabilidade do comportamento humano, segundo uma hipótese formulada. • Como é possível predizer o comportamento humano? Economia Profa. Simone Miraglia • O caráter estável do comportamento humano deve-se ao fato de ser possível gerar (prever) observações a priori com certa margem aceitável de erro. • Exemplo: suponha-se uma multidão nas praias do Guarujá tomando banho de mar sob uma temperatura elevada de 39 ºC => é bastante aceitável a idéia de que o consumo local de sorvetes e refrigerantes deve ser estimulado. É difícil predizer que alguns indivíduos particularizados vão ou não participar deste consumo. Falando pelo comportamento da coletividade, estaríamos propensos a dizer que sim, e a chance de acertar é maior do que a de errar. • O comportamento humano apresenta caráter estável pela simples determinação da maior chance associada à tendência das ações da maioria das pessoas da coletividade que se está estudando => vantagem da Economia sobre as demais ciências sociais => o comportamento econômico é o mais estável. Economia Profa. Simone Miraglia Economia Profa. Simone Miraglia Conceito de Economia Capítulo I Introdução à Economia ECONOMIA OIKONOMOS oikos = casa nomos = lei Economia Ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas da melhor maneira possível. Economia (definição) • “Economia é uma ciência social que estuda a administração dos recursos escassos entre usos alternativos e fins competitivos.” (Paul Samuelson) • “Economia é arte de pensar.” Antonio Delfim Neto Economia Profa. Simone Miraglia Inter-relação com as demais ciências Economia Profa. Simone Miraglia Conceito de Economia Capítulo I Introdução à Economia Conceitos Fundamentais Em qualquer sociedade, os recursos produtivos (ou fatores de produção) são limitados, em oposição às necessidades humanas, que são ilimitadas. Problema de escassez recursos limitados X necessidades humanas ilimitadas. Conceito de Economia Capítulo I Introdução à Economia Sociedade escolhe entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados das atividades produtivas. Questão central: Como alocar recursos produtivos limitados para satisfazer todas as necessidades da população? Objeto da Ciência Econômica: a lei da escassez • Lei da Escassez: produzir o máximo de bens e serviços com os recursos escassos disponíveis em cada sociedade. • Recursos disponíveis: trabalho, terra e capital (máquinas, edifícios, matérias-primas, etc) => são combinados para a produção de bens, chamados de “bens econômicos”. • Exemplo: jazidas de minério de ferro são abundantes; já o minério em forma de chapas de aço e o automóvel são bens econômicos escassos. Só haverá escassez se houver procura para aquisição de um determinado bem. Economia Profa. Simone Miraglia Por que os bens são desejados? Um bem é demandado porque é útil. • Utilidade: a capacidade que tem um bem de satisfazer a necessidade humana. • Bem: tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana. Podem ser materiais ou imateriais. • “Economia é a ciência social que se ocupa da administração dos recursos escassos entre usos alternativos e fins competitivos.” • “Economia é o estudo da organização social, pela qual os homens satisfazem suas necessidades de bens e serviços escassos.” Economia Profa. Simone Miraglia Problemas Econômicos Básicos • O que e quanto produzir? Isso significa quais produtos deverão ser produzidos (carros, cigarros, café, vestuários, entre outros) e em que quantidades deverão ser colocados à disposição dos consumidores. • Como produzir? Isto é, por quem serão os bens e serviços produzidos, com quais recursos e de que maneira ou processo técnico. • Para quem produzir? Ou seja, para quem se destinará a produção (fatalmente, para os que têm renda). Economia Profa. Simone Miraglia • O que, quanto, como e para quem produzir não seriam problemas se os recursos utilizáveis fossem ilimitados. • Na realidade existem ilimitadas necessidades e limitados recursos disponíveis e técnicas de fabricação. • Baseada nessas restrições, a Economia deve optar dentre os bens a serem produzidos e os processos técnicos capazes de transformar os recursos escassos em produção. Economia Profa. Simone Miraglia Sistema de Preços na Economia de Mercado Economia Profa. Simone Miraglia Sistemas Econômicos Capítulo I Introdução à Economia Sistema Econômico Forma política, social e econômica de organização de uma sociedade. É um particular sistema de organização da produção, distribuição e consumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam, buscando uma melhoria no padrão de vida e bem-estar. Sistemas Econômicos Capítulo I Introdução à Economia Elementos Básicos de um sistema econômico Estoques de recursos produtivos ou fatores de produção; Complexo de unidades de produção (empresas); Conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais. Sistemas Econômicos Capítulo I Introdução à Economia Classificação em dois grandes grupos Sistema Socialista (ou economia planificada ou centralizada) Sistema Capitalista (ou economia de mercado) Sistemas Econômicos Capítulo I Introdução à Economia Sistema Socialista - Questões econômicas resolvidas por um órgão central de planejamento; - Propriedade pública dos fatores de produção (meios de produção). Sistema Capitalista - Funcionamento da economia é regido pelas forças do mercado; - Propriedade privada dos fatores de produção; - Sistema de mercado predominante atualmente. Curva de possibilidades de produção (ou curva de transformação) Capítulo I Introdução à Economia A curva (ou fronteira) de possibilidades de produção (CPP) é a fronteira máxima de produção da sociedade, supondo pleno emprego dos recursos ou dos fatores de produção de que se dispõe em dado momento. Trata-se de um conceito teórico que ilustra como a escassez de recursos impõe um limite à capacidade produtiva de uma sociedade, que terá de fazer escolhas entre opções de produção produto de pleno emprego Curva de possibilidades de produção (ou curva de transformação) Capítulo I Introdução à Economia Exemplo: Alternativas de produção Máquinas (milhares de unidades) Alimentos (milhões de toneladas) A 10 0 B 8 6 C 6 8 D 0 10 Curva de possibilidades de produção (ou curva de transformação) Capítulo I Introdução à Economia Conceito de Custo de Oportunidade A transferência dos fatores de produção de um bem X para produzir um bem Y implica um custo de oportunidade que é igual ao sacrifício de se deixar de produzir parte do bem X para se produzir mais do bem Y. Custo de Oportunidade Custo Alternativo Custos de Oportunidade são crescentes (aumento da produção de um bem aumento do grau de sacrifício diminui a produção dos outros bens) Curva de possibilidades de produção é côncava. Curva de possibilidades de produção (ou curva de transformação) Capítulo I Introdução à Economia Deslocamentos da curva de possiblidades de produção No curto prazo, os deslocamentos ocorrem sobre a CPP realocação de fatores, obtém-se mais de um bem sacrificando a produção do outro. No longo prazo, ocorrem deslocamentos da CPP para fora (para a direita) progresso tecnológico, maior eficiência produtiva, elevação do grau de qualificação da mão de obra, etc, possibilitam a expansão da produção de ambos os bens. Funcionamento de uma economia de mercado: fluxos reais e monetários Capítulo I Introdução à Economia Fluxo real de uma economia de mercado fechada e sem interferência do governo Famílias e empresas exercem duplo papel: ofertantes e demandantes. Funcionamento de uma economia de mercado: fluxos reais e monetários Capítulo I Introdução à Economia Fluxo monetário de uma economia de mercado fechada e sem interferência do governo O fluxo real da economia só se torna possível na presença de moeda, utilizada para remunerar fatores de produção e para pagar bens e serviços. Daí a razão de incluirmos conjuntamente nesta análise o fluxo monetário. Funcionamento de uma economia de mercado: fluxos reais e monetários Capítulo I Introdução à Economia Fluxo Circular da Renda Capítulo I Introdução à Economia Definição de bens de capital, bens de consumo, bens intermediários e fatores de produção Bens de capital - São utilizados na fabricação de outros bens, mas não se desgastam totalmente no processo produtivo. Exemplo: máquinas, equipamentos e instalações. Bens de consumo - Destinam-se diretamente ao atendimento das necessidades humanas. De acordo com sua durabilidade, podem ser classificados como duráveis (por exemplo,- geladeiras, fogões, automóveis) ou como não-duráveis (alimentos, produtos de limpeza). Funcionamento de uma economia de mercado: fluxos reais e monetários Capítulo I Introdução à Economia Definição de bens de capital, bens de consumo, bens intermediários e fatores de produção Bens intermediários - são transformados ou agregados na produção de outros bens e são consumidos totalmente no processo produtivo. Exemplo: insumos, matérias-primas e componentes. Diferenciam-se dos bens finais, que são vendidos para consumo ou utilização final. Os bens de capital, como não são “consumidos” no processo produtivo, são bens finais, e não intermediários. Fatores de produção – também chamados recursos de produção da economia, são constituídos pelos recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e tecnologia. Funcionamento de uma economia de mercado: fluxos reais e monetários Inter-relação da economia com outras áreas do conhecimento Capítulo I Introdução à Economia Economia, Física e Biologia Economia sob a influência das concepções organicistas (biologia) e mecanicistas (física). Concepção humanística com o passar do tempo. Inter-relação da economia com outras áreas do conhecimento Capítulo I Introdução à Economia Economia, Matemática e Estatística Economia se ocupa de quantidades físicas e das relações entre essas quantidades. Nesse aspecto, a matemática e a estatística são importantes ferramentas. A área da Economia que está voltada para a quantificação dos modelos é a Econometria, que combina teoria econômica, Matemática e Estatística. Inter-relação da economia com outras áreas do conhecimento Capítulo I Introdução à Economia Economia e Política Economia e política são áreas muito interligadas, sendo difícil estabelecer uma relação causa-efeito entre elas. A política fixa as instituições sobre as quais se desenvolverão as atividades econômicas. Nesse sentido, a atividade econômica se subordina à estrutura e ao regime político do país. Inter-relação da economia com outras áreas do conhecimento Capítulo I Introdução à Economia Economia e História Fatos econômicos afetam o desenrolar da História. Economia e Geografia Estudos de economia regional, economia urbana, teorias de localização industrial e demografia econômica. Inter-relação da economia com outras áreas do conhecimento Capítulo I Introdução à Economia Economia, Moral, Justiça, Direito e Filosofia Na Idade Média, a atividade econômica era vista como parte integrante da Filosofia, Moral e Ética (economia era orientada por princípios morais e de justiça). Divisão do Estudo Econômico Capítulo I Introdução à Economia Microeconomia ou teoria de formação de preços Examina a formação de preços em mercados específicos, ou seja, como consumidores e empresas interagem no mercado e como decidem os preços e a quantidade para satisfazer a ambos simultaneamente. Macroeconomia Estuda a determinação e o comportamento dos grandes agregados nacionais, como o produto interno bruto (PIB), investimento agregado, a poupança agregada, o nível geral de preços, entre outros. Seu enfoque é basicamente de curto prazo (ou conjuntural). Divisão do Estudo Econômico Capítulo I Introdução à Economia Economia internacional Analisa as relações econômicas entre residentes e não residentes do país, as quais envolvem transações com bens e serviços e transações financeiras. Desenvolvimento econômico Preocupa-se com a melhoria do padrão de vida da coletividade ao longo do tempo. O enfoque é também macroeconômico, mas centrado em questões estruturais e de longo prazo (como progresso tecnológico, estratégias de crescimento). Bibliografia desta Aula • Diva Benevides Pinho e Marco Antonio S. de Vasconcellos. Manual de Economia. São Paulo: Saraiva, 5a. edição (2006). ISBN85-02-04662-4. Capítulo 1. Economia Profa. Simone Miraglia Economia-Aula-2.pdf Economia Evolução da Ciência Econômica Aula 2 Profa. Dra. Simone El Khouri Miraglia simone.miraglia@unifesp.br Conteúdo da Aula 2a 1. Raízes da ciência econômica; 2. Mercantilismo; 3. Fisiocracia; 4. Escola Clássica; 5. Marxismo; 6. Fase contemporânea; 7. Observações Finais; 8. Exercício para 15/03/12. Raízes da Ciência Econômica das origens até 1750 – fase pré-científica da Economia • Grécia antiga => idéias econômicas fragmentadas em estudos filosóficos e políticos. • Econômico = oikos (casa) e nomos (lei) usado pela primeira vez por Xenofontes, tratava de conhecimentos práticos de administração doméstica. Aristóteles referia-se aos aspectos das transações comerciais, e apresentou contribuições às teorias do valor, preços e moedas. • Roma antiga => apesar da economia de troca ter sido mais intensa em Roma do que na Grécia, as preocupações eram mais políticas. Raízes da Ciência Econômica das origens até 1750 – fase pré-científica da Economia • Idade Média => surgimento de atividade econômica regional e inter-regional (feiras periódicas: Flandres, Champagne, Beaucaire e outras), onde ocorriam trocas urbano-rurais e impulsionamento do comércio mediterrâneo (Gênova, Pisa, Florença e Veneza => grandes centros comerciais da época). • Igreja => procurou “moralizar”o interesse pessoal, dignidade do trabalho, condenou as taxas de juros e buscou o “preço justo” e equilíbrio dos atos econômicos => moral cristã. Mercantilismo (1450-1750) • Mercantilismo => imprimiu ao pensamento econômico um cunho de arte empírica, de preceitos de administração pública em que os governantes deveriam usar para aumentar a riqueza da nação e do príncipe. • Espanha e Portugal => os economistas aconselharam a proibição da saída de metais preciosos e da entrada de mercadorias estrangeiras; • França => intervencionismo na indústria e o protecionismo alfandegário, a fim de desenvolver a industrialização interna, exportar mais e reduzir as importações ao mínimo possível; • Grã-Bretanha => comércio e navegação apareceram como as principais fontes de riqueza nacional. Mercantilismo (continuação) Importantes transformações marcaram o início do Mercantilismo, destacando-se: • Transformações intelectuais: Renascimento – artes (da Vinci, Miguel Ângelo, Rafael, etc); literária, imprensa (Gutemberg – impressão da Bíblia em 1450); • Transformações religiosas: Reforma – Calvino, exaltando o individualismo e a atividade econômica, justificando empréstimo a juros, lucro, etc; • Transformações do padrão de vida: desejo de bem-estar, alimentação requintada, habitações arejadas, viagens, etc; Mercantilismo (continuação) • Transformações políticas: Estado Moderno, coordenador dos recursos materiais e humanos da nação; • Transformações geográficas: ampliação dos “limites do mundo”, graças às grandes descobertas (bússola) e navegação => Colombo (1492); Vasco da Gama (1498); Cabral (1500), etc; • Transformações econômicas: afluxo à Europa de metais preciosos do Novo Mundo, provocando o deslocamento do eixo econômico mundial, ouro e prata instrumentos de aquisição de riqueza. Mercantilismo (continuação) • Atribuiu demasiado valor ao metal precioso; • Considerou a produção apenas em função da prosperidade do Estado ou enriquecimento público, sem se preocupar com o bem-estar dos indivíduos; • Comércio internacional unilateral e agressivo – o lucro de um país é o prejuízo de outro (Montaigne); as perdas de um país equivalem aos lucros realizados pelo estrangeiro (Montchrétien); um país não ganha sem que o outro perca, etc. Política Colonial Mercantilista • Consistia em explorar a colônia ao máximo e impedir que se desenvolvesse nela qualquer atividade econômica que pudesse, ainda que remotamente, fazer concorrência à Metrópole (protecionismo mercantilista). A criação científica da Economia: de 1750 a 1870 • Fisiocracia => impôs-se principalmente como doutrina da ordem natural: o Universo é regido pelas leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, desejadas pela Providência Divina para a felicidade dos homens. • Quesnay (1694-1774) => Quadro Econômico - representou o fluxo de despesas e de bens entre as diferentes classes sociais, distinguindo um equilíbrio de quantidades globais => precursor da economia quantitativa. A Escola Clássica • Adam Smith (1723-1790) => Riqueza das Nações – teoria de desenvolvimento econômico, especialização da força de trabalho, que acompanha o avanço econômico, e a alocação da força de trabalho entre várias linhas de emprego. • Distinguiu “valor de uso” do ‘valor de troca” atribuindo interesse econômico ao valor de troca. Considerou valor distinto de preço, afirmando ser o trabalho “a medida de valor”. • Analisou a distribuição da renda ao discutir as 3 componentes do “preço natural”: salários, lucros e rendas da terra. • Concorrência maximiza o desenvolvimento econômico e os benefícios são partilhados por toda a sociedade. • Discípulos: Malthus, Ricardo, Stuart Mill e Say. • Thomas Robert Malthus (1766-1834) => tentou precisar a terminologia teórica e colocar a economia em sólidas bases empíricas. Estabeleceu a lei da população onde a potência da população é infinitamente maior do que a potência da terra na produção: crescimento a taxa geométrica e a subsistência a taxa aritmética. Subestimou o impacto do progresso tecnológico e não previu a revolução agrícola e técnicas de limitação da fertilidade humana. • David Ricardo (1772-1823) => banqueiro, mostrou as interligações entre expansão econômica e distribuição de renda. Tratou dos problemas do comércio internacional e defendeu o livre-cambismo. • John Stuart Mill (1806-1873) => filho de economista, sistematizou e consolidou a análise clássica. Introduziu na economia preocupações de ‘justiça social” que o qualificaram como “clássico de transição” entre sua Escola e as reações socialistas (distribuição de renda). • Jean Baptiste Say (1768-1832) => jornalista, industrial e professor de economia, retomou a obra de Smith para corrigi-la e completa-la em vários pontos. Concepção de que a oferta cria a procura equivalente (“Lei de Say”). O marxismo • Karl Marx (1818-1883) => opôs-se aos processos analíticos clássicos e às suas conclusões. Modificou a análise do valor, desenvolveu conceitos como o de mais-valia, capital variável, analisou a acumulação do capital, a distribuição da renda, as crises econômicas, etc. • Afirmou que “o valor da força de trabalho é determinado, como no caso de qualquer mercadoria, pelo tempo de trabalho necessário à produção,e conseqüentemente à reprodução desse artigo em especial.” • Sistema capitalista => obrigam o trabalhador a vender mais tempo de trabalho do que o necessário para produzir valores equivalentes às suas necessidades de subsistência. Os trabalhadores são obrigados a aceitar as condições impostas pelos empregadores pois não dispõem de fontes alternativas de renda. • Capitalismo tende a separar as classes sociais de modo crescente, permite abundante oferta de trabalho e salários baixos. A elaboração dos princípios teóricos fundamentais: 1870-1929 • Análise econômica moderna: o economista se preocupa com a alocação dos recursos escassos entre usos alternativos, com o fim de maximizar a utilidade ou satisfação dos consumidores. • Neoclassicismo ou Marginalismo: buscou integrar a teoria da utilidade do valor com a teoria do custo de produção dos clássicos, bem como explicar os preços dos bens e dos fatores, a alocação dos recursos com o auxílio da análise marginal. • Análise marginal: representou um instrumento, rapidamente difundido, para explicar a alocação de determinados recursos escassos entre os usos correntes, com o objetivo de se chegar a resultados ótimos. • Alfred Marshall (1842-1924) => professor de Economia Política da Universidade de Cambridge – Principles of Economics – considerava a economia como o estudo da humanidade nos negócios comuns da vida, ou seja, ciência do comportamento humano e não ciência da riqueza. • Tornou-se famoso seu exemplo de uso da metodologia dedutiva ou abstrata para investigar a interação das forças da oferta e da procura e para explicar o aparecimento do preço de equilíbrio. A fase contemporânea: de 1929 em diante • Problemas da Primeira Guerra Mundial e da crise de 1929 => ocasionaram elevados índices de desemprego e descontentamento do povo; • Ausência de um diagnóstico teórico sobre a economia do desemprego, os políticos e governantes restringiram importações, aumentaram tarifas, desvalorizaram a moeda, realizaram obras públicas para estimular a economia, etc. • John Maynard Keynes (1883-1946) => programa de ação governamental para a promoção do pleno emprego – “Revolução Keynesiana” – fundou o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento). • Autores pós-keynesianos: Robinson, Hicks, Samuelson, etc. • Keynes reabilitou o capitalismo; Socialismo implantado nacionalmente pela primeira vez em 1917 na URSS serviu de modelo depois da Segunda Guerra Mundial (China, Vietnão, Cuba, etc). • Final do Século XX => bruscas mudanças econômicas, tecnológicas, políticas, sociais e culturais surpreenderam o mundo. Implodiram modelos socialistas. • Áreas científica e tecnológica => crescente e intenso progresso. • Globalização => aumento das desigualdades entre os países, reforçada pela revolução da informática, em especial novas tecnologias de comunicação planetária. • Pós-Keynes => nenhuma obra de grande impacto, mas inúmeras publicações. Permanece o problema das desigualdades sociais e pouca atenção na análise das agressões ecológicas. Caminho possível => examinar as contribuições dos Prêmio Nobel de Economia. Principais Tendências Atuais da Ciência Econômica • Revolução matematizante da ciência econômica; • Oposição econometristas versus economistas institucionalistas; • Os grandes modelos macroeconômicos; • A divulgação didática da teoria econômica matematizada; • Os grandes questionamentos. Observações Finais • Importância da interação entre fatos marcantes e contribuições de pesquisadores e cientistas da área econômica; • Economia da Informação – toma como base as análises dos mercados com informações assimétricas; • Evolução histórica da ciência econômica; • O atual estágio das teorias econômicas; • Críticas e desafios. Exercício para 28/05/13 • Dividir a turma em grupos; • Cada grupo deverá entregar uma linha cronológica posicionando os economistas clássicos, indicando seus principais feitos e escolas. Bibliografia de Referência • Manual de Economia. Diva Benevides Pinho e Marco Antonio S. de Vasconcellos. 5a. edição, São Paulo: Editora Saraiva 2005 – Capítulo 2. Conteúdo da Aula 2b – Microeconomia: Teoria Elementar de Funcionamento do Mercado 1. Teoria Elementar da Demanda 2. Relação entre quantidade demandada e preço do bem 3. Relação entre a demanda de um bem e o preço de outros bens 4. Relação entre a demanda por um bem e a renda do consumidor 5. Relação entre a demanda por um bem e o gosto do consumidor 6. Teoria Elementar da Oferta 7. Equilíbrio de Mercado 8. Exercícios 9. Bibliografia Economia Profa. Simone Miraglia Microeconomia É o ramo da ciência econômica voltado ao estudo do comportamento das unidades de consumo representadas pelos indivíduos e/ou famílias ao estudo das empresas => suas respectivas produções e custos, e ao estudo da geração e preços dos diversos bens, serviços e fatores produtivos. Visão microscópica dos fenômenos econômicos. Economia Profa. Simone Miraglia Macroeconomia Interessa-se pelo estudo dos agregados como a produção, o consumo e a renda da população como um todo. Ótica telescópica, funcionamento da economia de modo global. Economia Profa. Simone Miraglia Introdução Atualmente, muito se fala sobre o mercado: que o mercado determina isso ou aquilo, que o mercado não permite que um governo tome uma ou outra medida, etc... Neste contexto, o que buscamos entender é: O que é o mercado? Como ele funciona? Economia Profa. Simone Miraglia Teoria Elementar da Demanda • Demanda = desejo de adquirir, aspiração, plano, e não sua realização. • Demanda individual => a quantidade de um determinado bem ou serviço que o consumidor deseja adquirir em certo período de tempo. • Demanda = fluxo por unidade de tempo. Ex.: Maria tem desejo de adquirir 1 Kg de feijão por semana. • Obs.: Não confundir demanda com compra. Economia Profa. Simone Miraglia Teoria Elementar da Demanda • Do que depende a demanda? Quais são os fatores ou variáveis que influenciam a demanda? • A teoria da demanda é derivada de hipóteses sobre a escolha do consumidor entre diversos bens que seu orçamento permite adquirir => O objetivo é explicar o processo de escolha do consumidor perante as diversas alternativas existentes. • Tendo um orçamento limitado (determinado nível de renda), o consumidor procurará distribuir esse seu orçamento (renda) entre os diversos bens e serviços de forma a alcançar a melhor combinação possível, ou seja, aquela que lhe trará maior nível de satisfação. Economia Profa. Simone Miraglia Teoria Elementar da Demanda • Exemplo: o que influencia a escolha de um indivíduo ao ir almoçar num restaurante? • Recebendo o cardápio, a primeira coisa que ele olha são os preços. • A escolha de um determinado prato, digamos um filé, depende não só do preço do filé, mas também do preço das outras carnes, do preço das massas e outros. • Quanto maior for o preço do filé, menos o indivíduo estará propenso a pedir um. • Quanto menor for o preço dos outros pratos principais, como massas e carnes, menor o desejo ele terá de comer filé. • Isso ocorre porque o filé, as outras carnes e as massas são substitutos. Economia Profa. Simone Miraglia Teoria Elementar da Demanda • Dificilmente o consumidor pedirá um frango acompanhado de um peixe. • Existem acompanhamentos e complementos. Filé com fritas, com arroz, ou com fritas e arroz. • Caso o preço dos acompanhamentos seja alto, ele reduzirá sua vontade de pedir um filé. • Além dos preços, outra variável afeta essa escolha: a renda. Se o indivíduo não tiver dinheiro para pagar a conta, não irá pedir o filé com fritas. • O gosto do consumidor também determina a escolha. Mesmo que o preço do bife de fígado e seus acompanhamentos seja baixo, o indivíduo não pedirá, caso não suporte fígado. Economia Profa. Simone Miraglia Teoria Elementar da Demanda Principais determinantes da demanda individual: Preço do bem Preços dos outros bens Renda do consumidor Gosto ou preferência do indivíduo Economia Profa. Simone Miraglia Determinantes da Demanda Individual Matematicamente: Dx = f (Px, P1, P2 .... Pn-1, R, G) sendo: • Dx = a demanda do bem x; • Px = o preço do bem x; • P1 = o preço dos outros bens, i = 1,2, ... n-1; • R = renda; • G = preferências. Economia Profa. Simone Miraglia Teoria Elementar da Demanda • Para estudar a influência de cada fator sobre a demanda é necessário fazer uma simplificação, que é considerar cada efeito, cada variável, separadamente, fazendo a hipótese de que tudo o mais permaneça constante. • Esta hipótese é também conhecida como a cláusula do coeteris paribus. • Assim, considerando que a quantidade demandada depende apenas do preço do bem, teríamos que: Dx = f(Px) Tudo o mais permanecendo constante Economia Profa. Simone Miraglia Relação entre quantidade demandada e preço do bem Dx = f (Px), tudo o mais permanecendo constante (cláusula coeteris paribus) • Relação inversa entre o preço do bem e a quantidade demandada. Quando o preço do bem, este fica mais barato em relação a seus concorrentes e dessa forma, os consumidores deverão aumentar seu desejo de comprá-lo. • De outra parte, quando o preço cai, o indivíduo fica mais rico em termos reais. • Quando o indivíduo fica mais rico, normalmente aumentam suas demandas. Px Dx Px Dx Economia Profa. Simone Miraglia Curva de demanda • Curva de demanda: mostra a relação entre a demanda e o preço da mercadoria, ou seja, a relação entre o preço do bem e a quantidade desse bem que o consumidor está disposto a adquirir em certo período de tempo, tudo o mais permanecendo constante. Economia Profa. Simone Miraglia Relação entre a demanda de um bem e o preço de outros bens • Dx = f (Px), tudo o mais permanecendo constante. • Para essa função não há uma relação geral: o aumento do preço do bem i poderá aumentar ou reduzir a demanda do bem x. A reação depende do tipo de relação existente entre os dois bens. • Neste caso, os bens podem ter entre si estabelecidas relações de substituição ou complementariedade. • a) Se o aumento do preço do bem i aumentar a demanda do bem x, os bens i e x serão chamados substitutos ou concorrentes. Exemplo do restaurante: o filé e as massas são bens substitutos. Outros: manteiga e margarina, trem e avião, café e chá. • Bens concorrentes são aqueles que guardam relação de substituição. Consome-se um ou outro. O consumo de um pode substituir o consumo do outro. Economia Profa. Simone Miraglia Bens substitutos ou concorrentes O aumento do preço do bem i aumenta a demanda do bem x. Quando o preço do bem i aumenta, aumenta ao mesmo tempo o preço do bem x, a quantidade demandada deste bem aumenta. Economia Profa. Simone Miraglia Relação entre a demanda de um bem e o preço de outros bens • b) Se o aumento do preço do bem i ocasionar uma queda na demanda do bem x, serão chamados de bens complementares. Exemplos: pão e manteiga, caneta e tinta, etc. => Bens complementares são aqueles que, em geral, são consumidos conjuntamente. Economia Profa. Simone Miraglia Bens complementares O deslocamento será apresentado em sentido oposto ao dos bens substitutos. Economia Profa. Simone Miraglia Relação entre a demanda por um bem e a renda do consumidor • Dx = f (Px), tudo o mais permanecendo constante. • Em geral, existe uma relação crescente e direta entre a renda e a demanda por um bem ou serviço. • Quando a renda cresce, a demanda do bem deve aumentar. O indivíduo ficando mais rico, vai desejar aumentar seu padrão de consumo e, portanto, demandar maiores quantidades de bens e serviços. • Bem Normal Tipo de bem cuja quantidade demandada varia diretamente a variações na renda do consumidor, coeteris paribus. • Bem de Consumo Saciado Dada uma variação na renda do consumidor, a quantidade demandada não se altera, coeteris paribus. • Bem Inferior Tipo de bem cuja quantidade demandada varia inversamente a variações na renda do consumidor, coeteris paribus. Relação entre a demanda por um bem e a renda do consumidor • Bens inferiores => bens cuja demanda diminui quando a renda aumenta. Exemplo: a demanda por carne de segunda diminui quando o indivíduo aumenta seus ganhos, pois ele passará a demandar carne de primeira e não mais de segunda. Economia Profa. Simone Miraglia Bens normais (1), bens de consumo saciado (2) e bens inferiores (3) Relação entre a demanda de um bem e a renda do consumidor Deslocamento da curva de demanda, dado um aumento da renda do consumidor Economia Profa. Simone Miraglia Relação entre a demanda por um bem e o gosto do consumidor Influência do gosto ou da preferência do consumidor sobre sua demanda. • Exemplo: se houver uma campanha publicitária incentivando a população a beber mais leite, mostrando o valor nutritivo do leite e os benefícios para a saúde. O que ocorrerá com a curva de demanda por leite? A curva de demanda se deslocará para a direita. Economia Profa. Simone Miraglia Curva de demanda de mercado • Demanda de mercado = soma das demandas individuais. Quantidade Procurada Preço Consumidor A Consumidor B Consumidor C Mercado 2500 4 5 12 21 2000 14 10 22 46 1500 24 15 32 71 1000 34 20 42 96 500 44 25 52 121 Economia Profa. Simone Miraglia Teoria Elementar da Oferta • Oferta = a quantidade de um bem ou serviço que os produtores desejam vender por unidade de tempo. • Oferta = desejo, plano, aspiração. • Oferta = fluxo por unidade de tempo. • Obs.: Não confundir oferta com venda. Fatores dependentes da oferta • Preço: quanto maior for o preço do bem, mais interessante será produzi-lo e, portanto, a oferta é maior. Economia Profa. Simone Miraglia Curva de oferta • Curva de oferta: relaciona a quantidade ofertada de um produto com seu preço. Economia Profa. Simone Miraglia Fatores dependentes da oferta Preço do bem Preços dos fatores de produção Preços dos demais bens produzidos • A oferta do bem x depende dos preços dos fatores de produção => o preço dos fatores, juntamente com a tecnologia empregada determinam o custo de produção => havendo aumento do preço do fator, aumentará o custo de produção. • Os bens em cuja produção se empregam grandes quantidades desse fator sofrerão aumentos de custos significativos, enquanto os que pouco o utilizam sofrerão menos. Exemplo: aumentando o preço da terra, teremos grande aumento no custo de produção de café, enquanto que em outros setores que aproveitam em menor intensidade o fator terra teremos aumentos menores de custos. • Outros exemplos? Economia Profa. Simone Miraglia • A mudança no preço do fator acarretará alterações na lucratividade relativa das produções, e isso ocasionará deslocamentos nas curvas de oferta das diferentes mercadorias. • Bens que se beneficiam da mudança tecnológica terão uma lucratividade aumentada, surgindo deslocamentos nas curvas de oferta de diversos bens e serviços. • A oferta de um bem pode ser alterada por mudança nos preços dos demais bens produzidos => se os preços dos demais bens subirem e o preço do bem x permanecer idêntico, sua produção tornar-se-á menos atraente em relação à produção dos outros bens, conseqüentemente diminuindo sua oferta => deslocamento da demanda para a esquerda. • Exemplos? Economia Profa. Simone Miraglia Função Oferta Ox = f(Px, P1 ... P n-1, 1 , 2 , ... m, T), onde: • Ox = quantidade ofertada do bem x; • Px = o preço do bem x; • Pi = o preço do bem i, i = 1, 2 ... n-1; • j = o preço dos fatores de produção , j= 1, 2 ...m; • T = tecnologia. Economia Profa. Simone Miraglia O Equilíbrio de Mercado • O preço na economia de mercado é determinado tanto pela oferta quanto pela demanda. • A curva de demanda, que representa o desejo dos consumidores, é decrescente. A curva de oferta, crescente. Economia Profa. Simone Miraglia • E = intersecção das curvas, ponto de preço P0 e quantidade Q0. Ponto de coincidência de desejos: a quantidade que os consumidores desejam comprar é exatamente igual à quantidade que os produtores desejam vender. • Para qualquer preço superior a P0 a quantidade que os ofertantes desejam vender é maior que aquela que os consumidores desejam comprar = excesso de oferta => quanto > o preço > excesso de oferta. • Para qualquer preço inferior a P0 surgirá um excesso de demanda. Quanto < o preço > o excesso de demanda. • Não há compatibilidade de desejos quando os preços estão acima ou abaixo de P0. Economia Profa. Simone Miraglia • Conseqüências: I – quando existir excesso de demanda surgirão pressões para que os preços subam, pois: • a) os compradores, incapazes de comprar tudo o que desejam ao preço existente, dispõem-se a pagar mais; e • b) os vendedores vêem a escassez e percebem que podem elevar os preços sem queda em suas vendas. • Conseqüências: II – quando existir excesso de oferta surgirão pressões para os preços caírem, pois: • a) os vendedores percebem que não podem vender tudo o que desejam, seus estoques aumentam e, assim, passam a oferecer a preços menores; e • b) os compradores notam a fartura e passam a regatear no preço. • No ponto E (P0, Q0) não existem pressões para alterações nos preços. Nesse ponto os planos dos compradores são consistentes com o plano dos vendedores. Sendo o único nessas condições, E é o ponto de equilíbrio das curvas de oferta e demanda. • P0 = preço de equilíbrio; Q0 = quantidade de equilíbrio. Exercícios Economia Profa. Simone Miraglia Bibliografia desta Aula • Diva Benevides Pinho e Marco Antonio S. de Vasconcellos. Manual de Economia. São Paulo: Saraiva, 5a. edição (2006). ISBN85-02-04662-4. Capítulo 6. Economia Profa. Simone Miraglia Economia-Aula-3.pdf Economia Aula 3 Profa. Dra. Simone El Khouri Miraglia simone.miraglia@unifesp.br Conteúdo da Aula 3 1. Mudanças do ponto de equilíbrio devido a deslocamentos das curvas de oferta e demanda 2. Elasticidade-preço da demanda 3. Elasticidade-preço da oferta 4. Exercícios 5. Bibliografia Economia Profa. Simone Miraglia Mudanças do ponto de equilíbrio devido a deslocamentos das curvas de oferta e demanda (1/2) a) Aumento de renda real dos consumidores => a demanda do bem x, ao mesmo preço, será maior Economia Profa. Simone Miraglia => Portanto, há um deslocamento da curva de demanda para a direita, para D’D’. => Novo equilíbrio com preço e quantidade maiores. Mudanças do ponto de equilíbrio devido a deslocamentos das curvas de oferta e demanda (2/2) b) Os preços das matérias-primas do bem x se reduzem => o preço de equilíbrio será menor e a quantidade maior. Economia Profa. Simone Miraglia => Portanto, há um deslocamento da curva de oferta para a direita, para O’O’. => Novo equilíbrio com preço menor e quantidade maior Elasticidade-preço da demanda • Mudanças nos preços dos bens, coeteris paribus, provocam mudanças nas quantidades demandadas. • Análise do grau em que a quantidade demandada responde a uma variação nos preços: A situação de equilíbrio é modificada por um aumento da oferta. A nova posição de equilíbrio vai depender da curva de demanda do referido bem. Economia Profa. Simone Miraglia Elasticidade-preço da demanda Em ambos os casos, as curvas O e O’ são as mesmas; Caso 1: grande aumento na quantidade de equilíbrio e pequena variação no preço; Caso 2: pequeno acréscimo na quantidade e grande redução no preço. Economia Profa. Simone Miraglia Elasticidade-preço da demanda • Suposição: o governo deseja aumentar o consumo de batatas e concede estímulo aos seus produtores. Estes reagem ao estímulo aumentando a oferta (deslocamento da curva). Se o mercado de batatas for do tipo do caso 1, o governo obterá bons resultados => haverá grande aumento do consumo e pequena redução dos preços. • O mesmo não ocorrerá no caso 2 => os resultados obtidos serão fracos nesta situação => o aumento na quantidade consumida será pequeno, apesar da grande redução nos preços. • Como se poderia medir essa sensibilidade da demanda a mudanças nos preços? Que medida utilizar? Economia Profa. Simone Miraglia • Elasticidade-preço da demanda: variação percentual de quantidade demandada do bem x, para cada unidade de variação percentual no preço do bem x. • e = Qx _____ Px • Ou seja, a relação das porcentagens da variação da quantidade e do preço do bem x. • Variação percentual da quantidade: Q/Q, onde Q = Q2 – Q1 • Variação percentual do preço: P/P, onde P = P2 – P1 Economia Profa. Simone Miraglia • Situação inicial: o preço do bem x é P1 e a quantidade demandada é Q1. No segundo momento, o preço mudou para P2 em que P2 > P1. Logicamente a quantidade demandada passa a ser Q2 < Q1. A declividade da curva de demanda é sempre negativa. A elasticidade-preço da demanda também é negativa. Economia Profa. Simone Miraglia Exemplo • Elasticidade entre os pontos A e B • Dada a seguinte curva de demanda: • QD = 10 – 2P onde QD é a quantidade demandada e P é o preço. Dados P1 = 2 e P2 = 4, teremos: • Ponto A => P1 = 2 => Q1 = 6 • Ponto B => P2 = 4 => Q2 = 2 Q = Q2 – Q1 = 2 – 6 = - 4 P = P2 – P1 = 4 – 2 = 2 e = Q/ P = -4/2 = - 2 Economia Profa. Simone Miraglia Definições • Em valor absoluto, a elasticidade varia entre zero e infinito. Desse modo, dividem-se as demandas de bens em três categorias no que se refere à elasticidade-preço da demanda: • I – demanda inelástica, quando e > - 1 ou |e| < 1 => a variação percentual da quantidade demandada é menor que a variação percentual dos preços; • II – demanda de elasticidade unitária, quando e = - 1 ou |e| = 1 => ocorre igualdade entre essas variações percentuais; • III – demanda elástica, quando e < - 1 ou |e| > 1 => inverso do caso I => variação percentual da quantidade demandada é maior que a variação percentual de preços. Economia Profa. Simone Miraglia Extremo do Caso I: demanda inelástica = elasticidade é 0 => qualquer variação nos preços não provocará variação na quantidade demandada. Economia Profa. Simone Miraglia Extremo do Caso III: demanda elástica = elasticidade tende ao infinito => a quantidade demandada pode variar sem que haja modificação no preço. Economia Profa. Simone Miraglia Fatores que influenciam a elasticidade-preço da demanda (1/2) • Existem muitos fatores que determinam o valor da elasticidade de um bem. É muito difícil a priori afirmar que um bem tenha demanda elástica ou inelástica. • Existem certos elementos que podem explicar ou influenciar a elasticidade: I – A existência de bens substitutos: quanto melhores substitutos tiver o bem, maior deverá ser sua elasticidade. Exemplo: se o preço da Coca-cola aumentar, o indivíduo poderá passar a beber guaraná ou outro refrigerante => com pequeno aumento no preço haverá grande redução na quantidade demandada. Economia Profa. Simone Miraglia Fatores que influenciam a elasticidade-preço da demanda (2/2) II – O peso do bem no orçamento: se for pouco substituível quanto menor seu peso no orçamento, menor será sua elasticidade. Exemplo: cafezinho, sal de cozinha. III – Essencialidade do bem: quanto mais essencial for o bem, menor deverá ser sua elasticidade-preço. Economia Profa. Simone Miraglia Elasticidade-preço da oferta do bem x • Elasticidade-preço da oferta do bem x = variação percentual na quantidade ofertada do bem x para cada unidade de variação percentual no preço do bem x. • Ao contrário da elasticidade da demanda, a elasticidade-preço da oferta é positiva, pois as variações de preço e quantidade são no mesmo sentido => se aumentar o preço, aumenta a quantidade oferecida. Economia Profa. Simone Miraglia Casos Particulares I – Elasticidade-preço da oferta zero: a qualquer preço a quantidade ofertada será a mesma. Economia Profa. Simone Miraglia Casos Particulares II – Elasticidade-preço da oferta infinita: a curva de oferta será horizontal. Economia Profa. Simone Miraglia Algumas aplicações da teoria de mercado Aplicações importantes da teoria de mercado podem ser notadas diariamente: • Fixação de preços mínimos • Controle de preços e racionamento • Lançamento de imposto sobre as vendas – Por exemplo, se a oferta de um bem aumentar, coeteris paribus, o preço de equilíbrio deve cair. – A teoria de preços desenvolvida, apesar de elementar, é muito poderosa em sua aplicação a uma série de situações concretas. Economia Profa. Simone Miraglia Fixação de preços mínimos Quando o governo garante preços mínimos, pretensamente justos, visando proteger os produtores de flutuações de mercado. 2 casos devem ser considerados: preço de equilíbrio superior ao preço mínimo preço de equilíbrio inferior ao preço mínimo Economia Profa. Simone Miraglia Garantias de preços mínimos Preço de equilíbrio superior ao preço mínimo Como o preço mínimo é inferior ao preço de mercado, ninguém vai usar essa garantia, pois é melhor para o produtor vender diretamente ao mercado, no qual recebe P0, do que recorrer às autoridades e ganhar PM por unidade. Economia Profa. Simone Miraglia Garantias de preços mínimos • Preço de equilíbrio inferior ao preço mínimo Como o preço mínimo é superior ao preço de mercado, haverá excesso de oferta, pois os produtores preferirão vender ao preço PM do que ao preço P0, pois PM>P0. Nesse caso, o excesso de oferta será a diferença QS – QD. Economia Profa. Simone Miraglia Neste caso, o governo pode intervir no mercado de duas formas: a) programa de compras – o governo compra o excedente ao preço PM (a curva de demanda se desloca para a direita). Garantias de preços mínimos Economia Profa. Simone Miraglia b) programa de subsídios – o governo permite que os preços caiam, mas, para manter a receita dos produtores, paga-lhes um subsídio, exatamente igual à diferença entre o preço mínimo e o preço de mercado. Garantias de preços mínimos Economia Profa. Simone Miraglia Controle de preços e racionamento • A política de preços mínimos visa defender o produtor. Já a política de controle de preços tem por objetivo defender o consumidor, pois nesses casos o governo fixa um preço máximo pelo qual a mercadoria poderá ser vendida. • Este preço deve ser, portanto, inferior ao preço de equilíbrio, o que ocasionará necessariamente um excesso de demanda. Como os preços não podem subir, serão necessários outros mecanismos para distribuir a quantidade ofertada entre os demandantes. Economia Profa. Simone Miraglia Controle de preços e racionamento Formas de resolver o problema do excesso de demanda: I) Filas: o primeiros são contemplados II) Vendas por “debaixo do pano” III) Mercado negro (que surge quando as autoridades não dispõem de meios adequados para fiscalizar as vendas) IV) Racionamento Economia Profa. Simone Miraglia Lançamento de imposto sobre as vendas Imposto específico • O imposto específico é aquele que recai sobre a unidade vendida. • Sua primeira repercussão é o deslocamento da curva de oferta para a esquerda, sendo que a distância vertical do deslocamento é igual ao valor do imposto. • Sendo P o preço de mercado e I o valor do imposto, o preço recebido pelo produtor será: P’ = P – I • Logo, haverá um aumento do preço de mercado e uma diminuição da quantidade de equilíbrio. Economia Profa. Simone Miraglia Lançamento de imposto sobre as vendas Imposto específico Parcela do imposto paga pelo consumidor: ∆P = P1 – P0 Parcela do imposto paga pelo produtor: ∆P’ = P0 – P’ Economia Profa. Simone Miraglia Lançamento de imposto sobre as vendas Imposto ad valorem • O imposto ad valorem é aquele que incidirá sobre o valor das vendas. É, portanto, uma porcentagem da receita total do produtor. • Logo, o preço efetivamente recebido pelo produtor é uma parcela do preço de mercado. Economia Profa. Simone Miraglia Lançamento de imposto sobre as vendas Imposto ad valorem Parcela do imposto paga pelo consumidor: ∆P = P’ – P0 Parcela do imposto paga pelo produtor: ∆P’ = P0 – P’ Economia Profa. Simone Miraglia Exercícios Economia Profa. Simone Miraglia Bibliografia • Manual de Economia – Capítulo 6 • Organizadores: Diva Benevides Pinho e Marco Antonio S. de Vasconcelos • Editora Saraiva • 5a. Edição, 2005. Economia Profa. Simone Miraglia Economia-Aula-4.pdf Economia Aula 4 Profa. Dra. Simone El Khouri Miraglia simone.miraglia@unifesp.br Conteúdo da Aula 4: Teoria do Consumidor 1. A Teoria da Utilidade: Utilidade Total e Utilidade Marginal 2. A Curva da Demanda Individual e o Equilíbrio do Consumidor 3. O Excedente do Consumidor 4. Exercícios 5. Bibliografia Economia Profa. Simone Miraglia A Teoria da Utilidade Como a demanda fundamenta-se no comportamento dos consumidores? a) ela serve de guia para a elaboração e interpretação de pesquisas de mercado, principalmente as relacionadas com o lançamento de um novo produto cuja demanda potencial é ainda desconhecida; b) ela fornece métodos para comparar a eficácia de diferentes políticas de incentivo ao consumidor; c) ela fornece alguns elementos necessários à avaliação da eficiência dos sistemas econômicos. Economia Profa. Simone Miraglia Teoria da Utilidade Por quê as pessoas demandam mercadorias? Porque seu consumo lhes traz algum tipo de prazer ou satisfação. A utilidade é, portanto, uma medida comumente utilizada que tem por objetivo quantificar a satisfação do consumidor, ou ao menos aproximar-se disso. Suposição: o prazer e a satisfação podem ser medidos através da medida “utilidade”. Economia Profa. Simone Miraglia Exemplo: consumo de uma barra de chocolate • Suponhamos uma criança que não consumia nada de chocolate; • Se passarmos a dar uma barra de chocolate por semana a essa criança, essa barra de chocolate provavelmente trará uma satisfação muito grande a essa criança, gerando assim uma utilidade relativamente alta; • O que acontecerá se depois disso, passarmos a dar duas barras de chocolate por semana a essa criança? • Essas serão bem recebidas por essa criança mas provavelmente não com o mesmo entusiasmo com que foi recebida a primeira; • Uma terceira barra será recebida com entusiasmo ainda menor; • Se formos aumentando o número de barras de chocolate, chegaremos ao ponto em que uma barra adicional de chocolate representará um benefício tão pequeno que para ela será quase indiferente receber ou não essa barra adicional. Economia Profa. Simone Miraglia • A utilidade total derivada do consumo de chocolate cresce à medida que aumentamos o número de barras por semana. • Entretanto, o valor acrescentado à utilidade total pela última barra de chocolate consumida é tão menor quanto maior for o total consumido de barras de chocolate. Economia Profa. Simone Miraglia Variação da utilidade total de acordo com o consumo Economia Profa. Simone Miraglia Utilidade Total • A utilidade total derivada do consumo de determinado bem cresce à medida que elevamos a quantidade consumida desse bem. • Mas esses acréscimos ocorrem a taxas decrescentes: quanto mais temos de um bem, menos utilidade uma unidade a mais desse bem nos acrescerá na utilidade total. Utilidade Marginal • Utilidade marginal => a utilidade que a última unidade consumida acrescenta à utilidade total. ou • A utilidade marginal do consumo de determinada mercadoria é o acréscimo à utilidade total decorrente do consumo de uma unidade adicional dessa mercadoria. • Na figura anterior, a utilidade marginal é representada pela área escura em cada coluna. Economia Profa. Simone Miraglia Utilidade Marginal • No nosso exemplo, a utilidade marginal do chocolate diminui à medida que aumenta o seu consumo. Comportamento semelhante deve ser esperado para a utilidade marginal de qualquer mercadoria. • À medida que o consumo de uma mercadoria por parte de uma pessoa aumenta, o prazer decorrente de uma unidade adicional, isto é, a utilidade marginal dessa mercadoria diminui. Economia Profa. Simone Miraglia Variação da utilidade marginal conforme a quantidade consumida Economia Profa. Simone Miraglia Lei da utilidade marginal decrescente • Lei da utilidade marginal decrescente => à medida que aumenta o consumo de determinada mercadoria, a utilidade marginal dessa mercadoria diminui. • Utilidade total do consumo da 1a. barra = Utilidade marginal da1a. barra; • Utilidade total do consumo da 2a. barra = soma da utilidade marginal da 1a. e 2a. barras; • Utilidade total do consumo da 3a. barra = soma da utilidade marginal das 1a., 2a. e 3a. barras. Economia Profa. Simone Miraglia Utilidade total e utilidade marginal Dessa forma, podemos concluir que a utilidade total de se consumir certa quantidade de um bem é igual a soma das utilidades marginais de cada unidade consumida desse bem, ou seja: n i iUMgnU 1 )()( onde U(n) é a utilidade total do consumo de n unidades e Umg(i) é a utilidade marginal da i-ésima unidade consumida. Economia Profa. Simone Miraglia • Qual a utilidade total do consumo de três barras de chocolate por semana? • Somar o valor das três primeiras barras do gráfico da utilidade marginal. • Aumentar a precisão => o consumo de chocolate pode variar de grama em grama. • As colunas dos gráficos ficarão pequenas podendo ser substituídos por gráficos de linha. Economia Profa. Simone Miraglia Relação entre utilidade total e o consumo de uma mercadoria Economia Profa. Simone Miraglia Utilidade marginal e o consumo de chocolate A área sob a curva de utilidade marginal indica a utilidade total do consumo. Economia Profa. Simone Miraglia Curva de demanda individual e o equilíbrio do consumidor • Falamos de utilidade total e utilidade marginal sem definirmos uma medida; • Uma pessoa valoriza mais aquilo que lhe traz mais utilidade, ou, ela está disposta a pagar mais por algo que tenha utilidade maior para ela. • Definição de medida de utilidade do consumo de qualquer mercadoria: o máximo que a pessoa está disposta a pagar por esse consumo. Economia Profa. Simone Miraglia Exemplo da criança e as barras de chocolate: • A primeira barra de chocolate acrescenta mais utilidade que todas as outras barras individualmente, então, a criança está disposta a pagar um preço maior por essa barra => R$ 4,00. • Como a segunda barra de chocolate é a que acrescenta, depois da primeira, a maior utilidade à utilidade total, então o preço que a criança está disposta a pagar pela segunda barra deve ser menor que o da primeira e maior do que a terceira => R$ 3,00. • Do mesmo modo, o preço máximo que a criança está disposta a pagar pela terceira barra é menor do que a segunda e maior do que a quarta e assim por diante. • Preço marginal de reserva = preço máximo que o consumidor está disposto a pagar por unidade adicional da mercadoria. • O preço marginal de reserva é uma medida da utilidade marginal. Economia Profa. Simone Miraglia Preço marginal de reserva e quantidade consumida As barras mais à direita são menores em decorrência da lei da utilidade marginal decrescente. Se o preço efetivo da barra de chocolate for igual a R$ 1,50, a criança consumira três barras e o excedente do consumidor será dado pela área em cinza-escuro. • O fato de o preço marginal de reserva ser decrescente decorre da lei da utilidade marginal decrescente. • Imaginemos que a barra de chocolate seja vendida pelo preço de R$ 1,50 = preço efetivo ou preço de mercado. • A criança com certeza comprará a primeira barra, pois o preço máximo que está disposta a pagar pela primeira barra (R$ 4,00) é superior ao seu preço efetivo. • Por uma segunda e por uma terceira barra a criança pagaria até R$ 3,00 e R$ 2,00, respectivamente => por isso ela compraria também estas duas barras. • Por uma quarta barra, entretanto, a criança só estaria disposta a pagar R$ 1,00. Como esse preço é inferior ao preço efetivo da barra de chocolate (R$ 1,50), a criança não comprará a quarta barra. • Ela comprará todas as barras de chocolate que tiverem seu preço marginal de reserva superior ou igual ao preço efetivo da barra de chocolate. Economia Profa. Simone Miraglia Preço marginal de reserva e quantidade consumida Se o preço for Po, a quantidade consumida será qo, ou seja, a quantidade que iguala o preço existente ao preço marginal de reserva. A curva representada no gráfico é, portanto, a curva de demanda do consumidor. Economia Profa. Simone Miraglia Curva de demanda do consumidor • Curva de demanda do consumidor: curva que relaciona preço e quantidade adquirida pelo consumidor. • Se preço marginal de reserva > preço de mercado => o consumidor poderá comprar unidades adicionais de mercadoria por um preço < da disposição a pagar => aumenta o consumo. • Se preço marginal de reserva < preço de mercado => o consumidor está pagando + do que o máximo da disposição a pagar => diminui o consumo. • Quando o preço marginal de reserva for exatamente igual ao preço de mercado, então o consumidor não terá incentivo nem para aumentar nem para diminuir o seu consumo. Economia Profa. Simone Miraglia Equilíbrio do Consumidor • Equilíbrio do consumidor: ocorre quando a quantidade
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