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Economia para Engenharia Prof. Dr. Eduardo Aquino Hübler eduardo.hubler@ifsc.edu.br IFSC – CAMPUS ITAJAÍ Noções Básicas sobre Finanças Prof. Dr. Eduardo Aquino Hübler eduardo.hubler@ifsc.edu.br Análise de Empresas: Abordagem fundamentalista (Suno, 2019) O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil obrigatória, destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade e que é apresentado normalmente ao final do exercício. Análise de Empresas: Abordagem fundamentalista O Balanço Patrimonial evidencia também os chamados “efeitos não caixa” que são aqueles que não geram nem recebimentos, nem desembolso, de caixa. São efeitos não caixa as Amortizações e Depreciações dos ativos intangíveis e tangíveis da empresa: • Amortização: consiste na alocação sistemática do valor amortizável de ativo intangível ao longo da sua vida útil, ou seja, o reconhecimento da perda do valor do ativo ao longo do tempo. • Depreciação: é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo tangível ao longo da sua vida útil, ou seja, o registro da redução do valor dos bens pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência. Amortização e Depreciação são consideradas contas retificadoras de balanços contábeis, com o propósito de atualizar o valor patrimonial dos ativos tangíveis e intangiveis da empresa (Portal da Contabilidade, 2022) Análise de Empresas: Abordagem fundamentalista O objetivo da DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) é demonstrar a composição do resultado líquido em um exercício ou em determinado período de interesse da empresa, valendo-se do confronto das receitas, despesas e resultados apurados. Dessa forma, ela gera informações de impacto para tomada de decisão. Análise de Empresas: Abordagem fundamentalista Custos fixos são a soma de todos os fatores fixos de produção. Independem do nível de atividade da empresa, ou seja, produzindo-se ou vendendo-se em qualquer quantidade, os custos fixos existirão e serão os mesmos. É o caso, por exemplo, do aluguel. O aluguel será cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nível de produção, inclusive no caso de não se produzir nada. Análise de Empresas: Abordagem fundamentalista DESCRIÇÃO CMENSAL ALUGUEL 3.000 CONDOMÍNIO 500 IPTU 50 ÁGUA 50 ENERGIA ELÉTRICA 200 TELEFONE 100 HONORÁRIOS DO CONTADOR 650 PRÓ-LABORE 2000 MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS 1500 SALÁRIOS + ENCARGOS (70%) 5000 MATERIAL DE LIMPEZA 200 MATERIAL DE ESCRITÓRIO 100 DESCRIÇÃO CMENSAL COMBUSTÍVEL 500 TAXAS DIVERSAS 150 SERVIÇOS DE TERCEIROS 500 OUTRAS DESPESAS 500 CUSTO FIXO TOTAL 15.000 Análise de Empresas: Abordagem fundamentalista Custos variáveis são a soma dos fatores variáveis de produção. Custos que mudam de acordo com a produção ou a quantidade de trabalho, exemplos incluem o custo de materiais, suprimentos e salários da equipe de trabalho. São exemplos de custos variáveis: • Matéria prima, insumos diretos e embalagem (CMV); • Comissão de vendas; • Impostos diretos sobre a venda (ICMS/SIMPLES/IPI/ISS); • Fretes de vendas; • Comissão de administradora de cartão de crédito, entre outros. Análise de Empresas: Abordagem fundamentalista DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DESCRIÇÃO R$ 1. Preço de Venda 50,00 2. Custos Variáveis Totais (-) Custo da Mercadoria Vendida (matéria prima) 25,00 (-) Impostos sobre vendas (ICMS=17% em SC/12% em SP = 5%) (ver TIPI, mas considere IPI=10%) 10,50 (-) Despesas com vendas (Comissões/Combustível/Diárias) 5,00 Subtotal de 2 40,50 Ok! Mas o que isso significa?? É necessário encontrar a Margem de Contribuição de cada item vendido, ou seja, aquilo que me ajuda a cobrir também os custos fixos... Análise de Empresas: Abordagem fundamentalista Margem de Contribuição é a quantia em dinheiro que sobra do preço de venda de um produto, serviço ou mercadoria após retirar o valor do gasto variável unitário, este composto por custo variável unitário e despesas variáveis. Tal quantia é que irá garantir a cobertura do custo fixo e do lucro, após a empresa ter atingido o Ponto de equilíbrio, ou ponto crítico de vendas (Break even point). Ela representa uma margem de cada produto vendido que contribuirá para a empresa cobrir todos seus custos e despesas fixas, chamados de custo de estrutura/suporte. Análise de Empresas: Abordagem fundamentalista A Margem de Contribuição é representada da seguinte forma: MC = PV - CV Onde: MC= Margem de contribuição; PV = Preço de Venda ou Receita Op. Bruta Total; CV = Custo variável TOTAL (Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) + Despesas com vendas); Análise de Empresas: Abordagem fundamentalista DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DESCRIÇÃO R$ 1. Preço de venda 50,00 2. Custos Variáveis Totais (-) Custo da Mercadoria Vendida (matéria prima) 25,00 (-) Impostos sobre vendas (ICMS=17% em SC/12% em SP = 5%) (ver TIPI, mas considere IPI=10%) 10,50 (-) Despesas com vendas (Comissões/Combustível/Diárias) 5,00 Subtotal de 2 40,50 3. Margem de Contribuição (1-2) 9,50 Análise de Empresas: Abordagem fundamentalista Ponto de Equilíbrio (PE) Representa o quanto sua empresa precisa faturar para pagar todos os seus custos em um determinado período. É um Índice de Viabilidade do negócio! Para o cálculo do número de unidades que deverão ser vendidas (ponto de equilíbrio contábil, em unidades), o PE é representado da seguinte forma: PE = CF/MC Análise de Empresas: Abordagem fundamentalista Para termos um percentual da MC de modo a calcular o faturamento necessário (Ponto de equilíbrio contábil, em faturamento), usamos: MC (%) = R – CV/R PE = CF/MC(%) Análise de Empresas: Abordagem fundamentalista Análise de Empresas: Abordagem fundamentalista (Clube do Valor, 2019) Análise de Empresas: Abordagem fundamentalista (Clube do Valor, 2019) Decisões de Investimento Como estabelecer o valor econômico de empresas Identificar aquele que seria o valor justo de determinados ativos (no nosso caso específico, ações de empresa) cotados no Mercado de Capitais é o foco de todo investidor que se orienta pela Análise Fundamentalista para suas decisões de investimento. Para tanto, são adotadas diferentes técnicas que constituem a abordagem analítica de valoração econômica de ativos denominada Valuation. O Valuation envolve diferentes métodos de valoração, agrupados em dois encaminhamentos básicos, sendo eles os: a) Intrínsecos – baseiam-se no valor de um ativo que é determinado pelo fluxo de caixa que este ativo tem capacidade de gerar em um horizonte de tempo futuro. O método mais conhecido nesse abordagem é o do Fluxo de Caixa Descontado (FCD) b) Relativos – baseiam-se em observações de como o mercado valora ativos similares, atuantes no âmbito de setores econômicos específicos. Dentre as alternativas que integram essa abordagem, considerado aquele de execução mais simples, destaca-se a o método dos Múltiplos de Mercado. De fato, os métodos de valoração de ativos tem por objetivo identificar assimetrias no que se refere ao Preço e o Valor de determinado ativo. Em síntese, o que se procura são ativos cujo custo (preço) não reflita o potencial de retorno (valor) que determinado ativo apresenta. Ou seja, que estão baratos em relação ao seu potencial. De fato, Koller, Goedhart e Wessels (2010), entendem que, dentre as abordagens disponíveis para a valoração de dada empresa, o método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD) é o mais efetivo. Contudo, eles destacam a importância do método de Múltiplos de Mercado como complemento ao FCD, permitindo verificar sua consistência, bem como, identificar os drivers de valor em determinado setor industrial. Nesse sentido, segundo Assaf Neto, o método de avaliação econômica de empresas conhecido por Método do Múltiplos de Mercado é um dos mais utilizados e de mais simples execução, voltado a Determinar o valor da empresa comparando seu desempenho com o deoutras empresas semelhantes cotadas em bolsa de valores. O múltiplo é estimado a partir de precificações feitas em empresas comparáveis, destacando quanto o mercado estaria disposto a pagar pela empresa em avaliação (ASSAF NETO, 2009) Decisões de Investimento em empresas por meio do Método dos Múltiplos de Mercado Quanto a sua operacionalização, o método dos Múltiplos de Mercado parte da análise indicadores contábeis, bem como seus resultados, que integram o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) de determinadas empresas atuantes em determinado setor econômico em comparação com outros players do mesmo setor. Dessa forma, tal análise caracteriza-se por considerar um recorte temporal específico dessas empresa, notadamente estático, sem considerar perspectivas futuras e tendências que possam impactar o setor econômico ao qual pertence as empresas avaliadas. Em síntese, empresas atuante em um mesmo setor econômico são comparadas com suas concorrentes naquele setor, tendo por base os mesmo indicadores selecionados para fundamentar a análise Cabe destacar que identificar aqueles que seriam os indicadores mais adequados a serem considerados para análise por meio do método dos Múltiplos de Mercado decorre da experiência e do conhecimento do setor econômico por parte analista. É fundamental que o analista estude o setor econômico em análise!!! Decisões de Investimento em empresas por meio do Método dos Múltiplos de Mercado Entretanto, conforme apresentado no conteúdo anterior referente à analise fundamentalista, em geral os especialistas utilizam algum indicadores básicos para realizar a análise comparativa entre empresas de um mesmo setor econômico, tais como: • Preço/Lucro (P/L) • Preço/Valor Patrimonial (P/VP) • Dividend Yield (DY) • Retorno sobre Patrimônio Liquido (ROE) • Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) • Valor da Empresa/Resultado Operacional (EV/EBIT) • Margem Liquida (ML) • Liquidez corrente • Divida Bruta pelo Patrimônio Liquido (DB/PL) • Crescimento da Receita nos últimos 5 anos • Crescimento dos Lucros no últimos 5 anos Todavia, cabe destacar que, na medida que o analista for se familiarizando e aprofundando seu conhecimento sobre o setor econômico e sobre os indicadores que melhor retratam o desempenho relativo de seus players, outros indicadores poderão ser considerados na análise. Decisões de Investimento em empresas por meio do Método dos Múltiplos de Mercado Entretanto, conforme apresentado no conteúdo anterior referente à analise fundamentalista, em geral os especialistas utilizam algum indicadores básicos para realizar a análise comparativa entre empresas de um mesmo setor econômico, tais como: • Preço/Lucro (P/L) • Preço/Valor Patrimonial (P/VP) • Dividend Yield (DY) • Retorno sobre Patrimônio Liquido (ROE) • Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) • Valor da Empresa/Resultado Operacional (EV/EBIT) • Margem Liquida (ML) • Liquidez corrente • Divida Bruta pelo Patrimônio Liquido (DB/PL) • Crescimento da Receita nos últimos 5 anos • Crescimento dos Lucros no últimos 5 anos Todavia, cabe destacar que, na medida que o analista for se familiarizando e aprofundando seu conhecimento sobre o setor econômico e sobre os indicadores que melhor retratam o desempenho relativo de seus players, outros indicadores poderão ser considerados na análise. Decisões de Investimento em empresas por meio do Método dos Múltiplos de Mercado Análise de ações: abordagem fundamentalista (Suno, 2019) Análise de ações: abordagem fundamentalista (Suno, 2019) Também conhecido pela equação P/VPA Ou Preço sobre o Valor Patrimonial por Ação Análise de ações: abordagem fundamentalista (Suno, 2019) Também conhecido pela equação LL/PL Ou Lucro Liquido sobre o Patrimônio Liquido Análise de ações: abordagem fundamentalista (Suno, 2019) Também conhecido pela equação EBIT/CI Ou Lucro Operacional sobre o Capital Investido Análise de ações: abordagem fundamentalista (Suno, 2019) EV = Valor de Mercado (no de ações x cotação) + Dívida de curto e de longo prazo – Caixa Análise de ações: abordagem fundamentalista (Suno, 2019) Análise de ações: abordagem fundamentalista (Suno, 2019) JUROS: SIMPLES e COMPOSTOS No âmbito das taxas de juros cobradas dos consumidores quando do uso de créditos rotativos ou financiamentos bancários deve-se atentar ao conceito de Juros. Conforme sua incidência, são definidos juros Simples ou Compostos. A noção basilar de Juros remete ao fato de que a maioria das pessoas prefere consumir bens no presente e não no futuro. Em outras palavras, havendo uma preferência temporal para consumir, as pessoas querem uma recompensa pela abstinência. Esse prêmio para que não haja consumo é chamado de Juros. JUROS: SIMPLES e COMPOSTOS Os Juros também podem ser entendidos como sendo o custo do crédito ou a remuneração do capital aplicado; Assim, a taxa de Juros mede o custo da unidade de capital no período de tempo a que se refere a taxa (a.d, a.m, a.a) e, além da taxa pura, incorpora também o fator risco. JUROS: SIMPLES e COMPOSTOS Quando o regime de capitalização é de Juros (J) simples, a taxa de remuneração (i) pelo capital inicial (C), também chamado de Principal, é diretamente proporcional ao seu valor e ao tempo de aplicação (n); Dessa forma, a notação para cálculo de juros simples é: J = CinOnde: J = Juros ($) C = Capital Inicial (Principal) i = Taxa de Juros n = tempo (prazo) C = J in i = J Cn n = J Ci A partir da fórmula básica acima, podemos deduzir os demais valores por meio de transformação algébrica JUROS SIMPLES Por Montante, no regime de capitalização de juros simples, define-se o principal aplicado à taxa i, pelo prazo de n períodos, como sendo a soma de capital mais juros incidentes. Dessa forma, a notação para cálculo do Montante, em juros simples é: M = C(1+in) Onde: M = Montante ($) C = Capital Inicial (Principal) i = Taxa de Juros n = tempo (prazo) C = M 1+(in) i = (M/C) - 1 n n = (M/C) - 1 i JUROS SIMPLES O regime de capitalização de Juros COMPOSTOS tem grande importância financeira por retratar melhor a realidade; O juro gerado pela aplicação será incorporado à mesma passando a participar da geração de juros no período seguinte: Dessa forma, consideramos que os juros foram capitalizados e a notação para cálculo de juros compostos é: C = C (1+i) Onde: J = Juros ($) C = Capital Inicial (Principal) i = Taxa de Juros n = tempo (prazo) 0 n n JUROS COMPOSTOS n Juros Simples Juros Compostos Juros por período Montante Juros por período Montante 1 1000 x 0,20 = 200 1.200 1.000 x 0,20 = 200 1.200 2 1000 x 0,20 = 200 1.400 1.200 x 0,20 = 240 1.440 3 1000 x 0,20 = 200 1.600 1.440 x 0,20 = 288 1.728 4 1000 x 0,20 = 200 1.800 1.728 x 0,20 = 346 2.074 Onde: J = 200 (inicial) C = 1.000 (un.) i = 20% (0,20) n = tempo (prazo) Linear Exponencial JUROS COMPOSTOS JUROS COMPOSTOS Quando há inflação em uma dada economia, torna-se fundamental distinguir a taxa de juros nominal da taxa de juros real. Nesse sentido, a taxa de juros nominal mede o preço pago ao poupador por sua decisão de poupar, ou seja de transferir o consumo presente para o consumo futuro. Já taxa de juros real mede o retorno de uma aplicação em termos de quantidades de ativos, ou seja, já descontada a taxa de inflação (a oficial é o IPCA). Em síntese, a taxa de juros nominal é aquela taxa que vem declarada, explícita, quando da efetivação dada operação financeira. JUROS NOMINAIS E JUROS REAIS Período Taxa SELIC Nominal (i) IPCA Ref. Dez. (π) Taxa SELIC Real (r) 08/12/2021 9,25% 10,67% - 1,28% 05/08/2020 2,00% 4,52% - 2,41% 01/08/2019 5,79% 4,31% 1,42% 07/02/2018 6,50% 3,75% 2,65% 11/01/2017 7,40% 2,95% 4,32% 20/01/2016 14,15% 6,29% 7,39% 29/07/2015 14,25% 10,67% 3,23% 15/01/2014 10,40% 6,41% 3,75% 16/01/2013 7,12% 5,91% 1,14% Taxa SELIC nominal e real – 2013/2021(ao ano) A relação entre a taxa nominal de juros, a taxa real e a inflação é dada pela Equação de Fischer r = (1 + i) (1 + π) - 1 Onde: i = taxa nominal de juros r = taxa real de juros π = taxa de inflação esperada JUROS NOMINAIS E JUROS REAIS Onde: Ieq = taxa equivalente Ip = taxa de juros em período p n = período de capitalização JUROS COMPOSTOS: TAXAS EQUIVALENTES Duas taxas são equivalentes se, considerados o mesmo prazo de aplicação e o mesmo capital, for indiferente aplicar em uma ou em outra; Dito de outro modo, considerando-se um mesmo capital aplicado a um mesmo intervalo de tempo a cada uma das taxas, ambas as taxas produzirão um mesmo montante se forem equivalentes (Mathias, 2007) i = [(1 + i )^n – 1] x 100Eq P Fórmula para encontrar a taxa equivalente em juros compostos n = Período que QUERO Período que TENHO
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