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Introdução à Microeconomia Disciplina: Economia para Engenharia Prof. Dr. Eduardo Aquino Hübler eduardo.hubler@ifsc.edu.br Contexto Ambiental em que se dá o Processo Decisório nas Organizações Organizações Contexto Microeconômico Contexto Macroeconômico Análise de Conjuntura: uma abordagem macroeconômica Política Fiscal Política Monetária Política Cambial Política Comercial Mercado de bens e serviços: uma abordagem microeconômica Mercado (market): espaço onde a oferta e a demanda transacionam bens e serviços... Marketplace: modelo de negócio que consiste em uma plataforma virtual na qual diferentes lojas (e/ou pessoas) podem vender seus produtos Oferta Demanda Competição Necessidade Colaboração Segundo setor da Economia: espaço de ação das sociedades empresarias e empresas individuais. Notadamente competitivo Terceiro setor da Economia: espaço de ação das Associações e Cooperativas (também conhecidas por ONG’s). Notadamente colaborativo ConsumidoresFornecedores Inovação Conceitos Fundamentais da Microeconomia A Microeconomia, ou Teoria dos Preços, analisa a formação de preços no mercado, sendo que o preço de mercado é determinado pelo equilíbrio entre as forças de demanda e de oferta. Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) Ou seja, como a empresa (oferta) e o consumidor (demanda) interagem e decidem qual o preço e a quantidade de determinado bem ou serviço em mercados específicos. Os fundamentos da Microeconomia estão alicerçados no conceito subjetivo de Utilidade, que representa o grau de satisfação que os consumidores atribuem aos bens e serviços que podem adquirir no mercado LEMBRE-SE A Macroeconomia envolve o comportamento da Economia como um todo, com base em variáveis amplas como consumo agregado, renda nacional e investimentos globais... Assim, a Microeconomia adota uma visão mais restrita, com ênfase no comportamento do consumidor, da produção, dos custos, das estruturas de mercado e da repartição da renda entre fatores de produção. Conceitos Fundamentais da Microeconomia A Microeconomia, ou Teoria dos Preços, preocupa-se, em mercados específicos, com o funcionamento da oferta (o conjunto de empresas que produzem bens e serviços) e da demanda (conjunto de consumidores de bens e serviços) para: ➢ Formação de preços de bens e serviços: como, por exemplo, da soja, dos automóveis... ➢ Formação de fatores de produção: como, por exemplo, salários, aluguéis, lucros... Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) Conceitos Fundamentais da Microeconomia: o que são Bens e Serviços? • Bens: é tudo aquilo que tem uma utilidade e que pode satisfazer uma necessidade, caracterizado por se tangível, estocável e transportável • Serviços: distinguem-se dos bens por serem intangíveis, não estocáveis, não transportáveis e cujo consumo é simultâneo à sua produção, logo, apresentando variabilidade em sua oferta Pode ser classificados em: ✓ Bens de produção ✓ Bens de capital ✓ Bens de consumo Distinção baseada na durabilidade e tangibilidade dos produtos Conceitos Fundamentais da Microeconomia: Os Tipos de Bens ✓Bens de produção Os bens de produção são bens primários, geralmente associados à matéria- prima (as comodities) ou à energia necessária para a produção de outros bens. São provenientes das indústrias de base (indústrias pesadas ou extrativas) e destinados a outras indústrias (intermediárias ou leves). Ex: produtos agropecuários, naturais, siderúrgicos e petroquímicos. ✓Bens de capital São bens de longa duração que possibilitam o desenvolvimento ou gerenciamento do produto acabado. Estão divididos em dois grupos: Instalações e Equipamentos. Ex.: Instalações (imóveis, fabricas e escritórios e seus itens acessórios como elevadores, geradores etc) e Equipamentos (máquinas, ferramentas, motores, softwares) Fonte: Kotler e Keller (2006) Conceitos Fundamentais da Microeconomia: Os Tipos de Bens ✓Bens de consumo Os bens de consumo são bens finais, diretos, que completaram o ciclo de produção e são efetivamente utilizados pelos indivíduos e pelas famílias. Ou seja, são produtos finais vendidos diretamente ao consumidor. Podem ser: Duráveis: são bens tangíveis normalmente usados durante determinado período. Ex.: carros, celulares, eletrodomésticos Não duráveis: bens tangíveis normalmente consumidos imediatamente ou em uma única vez. Ex.: alimentos, bebidas, higiene pessoal Semiduráveis: bens tangíveis normalmente que vão se desgastando aos poucos com seu consumo. Ex.: roupas, calçados Fonte: Kotler e Keller (2006) Os Fatores de Produção consistem no conjunto de elementos indispensáveis a um processo produtivo, seja ele de um bem ou serviço. Tradicionalmente, os economistas identificaram três fatores essenciais para a produção de um bem ou serviço: a terra, o trabalho e o capital. ❖ Terra O elemento terra inclui não apenas as áreas para cultivo ou construção, mas todos os recursos naturais que estão acima e abaixo dela. O conceito engloba, portanto, florestas, minas, água, ar e energia. Conceitos Fundamentais da Microeconomia: o que são Fatores de Produção? Fonte: Dicionário Financeiro (2019) ❖ Trabalho O fator trabalho inclui tanto as horas de trabalho empregadas na produção como também o conhecimento, a técnica e as capacidades daqueles que participam do processo. Esse elemento também costuma chamado de recursos humanos. ❖ Capital O elemento capital se refere ao conjunto de elementos materiais que apoiam a produção, como as máquinas industriais, equipamentos de informática e de telecomunicações, meios de transporte e instalações, entre outros. Em suma, o capital equivale aos bens voltados à produção. Conceitos Fundamentais da Microeconomia: o que são Fatores de Produção? Fonte: Dicionário Financeiro (2019) Novas teorias econômicas foram, posteriormente, acrescentando elementos a esta divisão. Sua adoção, porém, não é consensual e depende do modelo de análise empregado. São eles: ➢ Capacidade empresarial; ➢ Capacidade tecnológica Um dos fatores de produção acrescentados à divisão clássica é a capacidade empresarial, por vezes chamada de Empreendedorismo. Esse fator se refere à organização da produção, ou seja, à ação de reunir e combinar os outros fatores de produção, assumindo os riscos do processo. Fonte: Dicionário Financeiro (2019) Conceitos Fundamentais da Microeconomia: o que são Fatores de Produção? Outro fator acrescentado à divisão clássica é a capacidade tecnológica. Ela engloba três categorias: invenção, inovação e operação. ✓ Invenção é a capacidade de pesquisa e desenvolvimento; ✓ Inovação é a capacidade de aplicação da tecnologia no processo produtivo; ✓ Operação se refere à capacidade para pôr em curso as atividades inerentes ao processo produtivo. Todo processo produtivo envolve Processos (fluxo do produto) e Operações (fluxo do trabalho) Fonte: Dicionário Financeiro (2019); Shingo (2003) Conceitos Fundamentais da Microeconomia: o que são Fatores de Produção? Os Fatores de Produção podem ser definidos como fixos ou variáveis, conforme o período de tempo que está sendo analisado (curto ou longo prazo) Fatores de produção variáveis: são aqueles cujas quantidades utilizadas variam quando o volume de produção se altera. Ex.: mão de obra e matérias-primas Fatores de produção fixos: são aqueles cujas quantidades não mudam quando a quantidade do produto varia. Ex.: no curto prazo, instalações e base tecnológica Conceitos Fundamentais da Microeconomia: o que são Fatores de Produção? Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) A principal característica dos fatores de produção é a ESCASSEZ, ou seja, serem finitos. O fator trabalho, por exemplo, depende do tamanho da população economicamente ativa (PEA) de uma determinada região. A mesma lógica se aplica aos recursos naturais e aos bens de produção. É a escassez dos fatores de produção que limitaa capacidade de se atender totalmente os desejos dos consumidores (que a teoria econômica classifica como infinitos). Fonte: Dicionário Financeiro (2019) Conceitos Fundamentais da Microeconomia: características dos Fatores de Produção Essa escassez, apontada como a principal razão para o desenvolvimento dos estudos de economia, aumenta a importância da tomada de decisões pela sociedade sobre como os fatores que estão disponíveis devem ser empregados. Ou seja, sobre o que deve e o que não deve ser produzido. Fonte: Dicionário Financeiro (2019) Conceitos Fundamentais da Microeconomia: características dos Fatores de Produção Conceitos Fundamentais da Microeconomia Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) A Teoria Microeconômica consiste no seguintes tópicos: I. Análise da demanda II. Análise da oferta III. Análise das estruturas de mercado Conceitos Fundamentais da Microeconomia Fonte: Mello/FGV (2019) Curva da Demanda (DD) Produto substituto ou Concorrência Quantidade (Q) Preço unitário (P) Moda ou modismo A curva de demanda (DD) mostra a quantidade que os consumidores desejam (e podem!) comprar a cada preço P, considerando que tudo o mais permaneça constante (ceteris paribus). A inclinação negativa de DD reflete a lei da demanda, que estabelece que preços e quantidades se movam em direções opostas Conceitos Fundamentais da Microeconomia Fonte: Mello/FGV (2019) Curva da Oferta (SS) Produto substituto ou Concorrência Quantidade (Q) Preço unitário (P) Moda ou modismo A curva de oferta (SS) mostra o relacionamento entre a quantidade do bem que os produtores estão dispostos a ofertar durante determinado período e o preço de mercado, considerando que tudo o mais permaneça constante (ceteris paribus). A inclinação positiva da curva de oferta indica que, quanto maior é o preço, maior é a quantidade oferecida Conceitos Fundamentais da Microeconomia Fonte: Mello/FGV (2019) Preço unitário (P) O equilíbrio de mercado é representado pelo ponto E, em que as curvas de demanda e oferta se interceptam. Equilíbrio de Mercado Quantidade (Q) Conceitos Fundamentais da Microeconomia Fonte: Mello/FGV (2019) Excessos de Oferta e Demanda Preço unitário (P) Quantidade (Q) A reta MN representa o excesso de demanda, que provoca uma pressão altista sobre os preços. A reta AB representa o excesso de oferta, que provoca uma pressão baixista de preços. Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) a. Concorrência perfeita: tipo de mercado em que há grande quantidade de vendedores (empresas), de tal sorte que uma empresa, isoladamente, não afeta a oferta de mercado ne, consequentemente, o preço de equilíbrio b. Concorrência imperfeita ou monopolística: estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio, mas que não se confunde com o oligopólio pelo: ✓ número relativamente grande de empresa com certo poder concorrencial, mas que atuam em segmentos de mercado específicos e com produtos diferenciados; ✓ além de ter limitada margem de manobra para fixação de preços, em virtude da existência de produtos substitutos no mercado Conceitos Fundamentais da Microeconomia: estruturas do mercado de bens e serviços Conceitos Fundamentais da Microeconomia: estruturas do mercado de bens e serviços Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) c. Monopólio: estrutura de mercado onde há uma única empresa (vendedor) dominando inteiramente a oferta, de um lado, e todos os consumidores, de outro. Não há, portanto, concorrência, nem produtos substitutos ou concorrentes. Entre as barreiras de entrada nesse tipo de estrutura estão: ✓ Monopólio puro ou natural: quando o mercado, por suas características próprias, exige elevado volume de capital ✓ Patentes: quando a empresa detém a tecnologia para produzir algo ✓ Controle de matérias-primas básicas d. Oligopólio: tipo de estrutura onde há um pequeno número de empresas que dominam a oferta de mercado ➢ O setor produtivo brasileiro é altamente oligopolizado Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) a. Concorrência perfeita: tipo de mercado cuja oferta do fator de produção é abundante, tornando o seu preço constante b. Monopsônio: tipo de mercado onde há somente um comprador para muitos vendedores dos insumos c. Oligopsônio: tipo de mercado onde há poucos compradores que negociam com muitos vendedores Conceitos Fundamentais da Microeconomia: estruturas do mercado de Fatores de Produção Conceitos Fundamentais da Microeconomia Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) Central em Microeconomia é o conceito de Custos de Oportunidade, que são aqueles custos implícitos, relativos a insumos que não representam desembolso monetário. Dada externalidade é positiva quando uma unidade econômica gera benefícios sem cobrar por isso e; a externalidade é negativa quando cria custos sem pagar por isso A noção de Externalidade também é importante por abordar o custo para sociedade decorrente da produção das empresas. Conceitos Fundamentais da Microeconomia Fonte: Vasconcellos e Garcia (2019) A receita total (RT) do vendedor, que equivale ao gasto total dos consumidores, é dada pela quantidade vendida (Q) vezes o seu preço unitário de venda (P) Dada uma variação no preço dos produtos, ocorrerá uma resposta por parte dos consumidores. A isso denomina-se elasticidade-preço da demanda e podem ocorrer as seguintes possibilidades: ❖ Demanda elástica: redução no preço repercute em aumento da receita total, pois o aumento % da quantidade vendida é maior que a redução % do preço RT = P x Q ❖ Demanda inelástica: aumento de preço aumenta a receita total e redução de preços provoca diminuição da receita total Conceitos Fundamentais de Microeconomia: Analisando Setores e Empresas Prof. Dr. Eduardo Aquino Hübler eduardo.hubler@ifsc.edu.br Análise Estrutural de Indústrias: as 5 Forças Competitivas de Porter Conceitos Fundamentais da Microeconomia: produtos substitutos 12 itens que o Smartphone substituiu Conceitos Fundamentais da Microeconomia: novos entrantes As Estratégias Genéricas de Porter Liderança Geral de Custos Através dessa estratégia, que visa o baixo custo produtivo, a redução e controle total de custos, proporciona uma postura defensiva ante as cinco forças competitivas de diversas formas. Diferenciação Com a diferenciação, a empresa se preocupa menos com os custos e tenta ser vista no setor como tendo algo de singular a oferecer. Em contrapartida à liderança em custos, onde só existirá um grande líder no setor, nessa estratégia pode haver muitos diferenciadores em um mesmo setor, cada um deles enfatizando um atributo diferente dos de seus rivais. As Organizações que optam pela estratégia de diferenciação precisam, necessariamente, investir mais em pesquisa do que os líderes em custos, além de possuírem melhores projetos de produtos. Ainda, na maioria das vezes é necessário a utilização em seus produtos matéria-prima mais cara e de melhor qualidade, bem como aplicar maior investimento no serviço ao cliente. As Estratégias Genéricas de Porter Enfoque (Foco) Pode ser entendida como a estratégia que direciona seus esforços para um nicho bem mais específico de atuação, oferecendo produtos e serviços estritamente destinados àqueles clientes inclusos em seu nicho de atuação, não buscando atingir outros nichos, mas sim se especializar e comprovar sua superioridade em fornecimento frente a outras empresas optantes por estratégias de custos e diferenciação. A Curva U do desempenho superior Retorno do Investimento Participação de Mercado Diferenciação Liderança de Custo Flexibilidade Ênfase no produto Produtos padronizados Ênfase no processo O posicionamento de mercado: Estratégias Genéricas de Porter A lv o e s tr e it o A lv o a m p lo A m p lit u d e d o s e g m e n to -a lv o DiferenciaçãoBaixocusto Vantagem Competitiva Diferenciação Foco em Diferenciação Foco em baixo custo Liderança em custo O posicionamento de mercado: Estratégias Genéricas de Porter Analisando empresas: a Matriz SWOT Analisando empresas: a Matriz SWOT Analisando Empresas: a Metodologia CANVAS O Business Model Generation, ou simplesmente Canvas, é uma metodologia criada em meados dos anos 2000 pelo Suíço Alex Osterwalder em sua tese de doutorado na prestigiada HEC Lausanne, com colaborações de Yves Pigneur. O Canvas é um esquema visual que possibilita as pessoas co-criarem modelos de negócios analisando nove elementos que toda empresa ou organização possuem. São eles: ✓ Proposta de valor ✓ Segmentos de clientes ✓ Relacionamento com clientes ✓ Parcerias chaves ✓ Atividades chaves ✓ Recursos chaves ✓ Canais de distribuição ✓ Estrutura de custos ✓ Fluxo de receitas. Ideia Modelo de Negócio Plano de Negócio Analisando Empresas: a Metodologia CANVAS “Um modelo de negócios descreve a lógica de criação, entrega e captura de valor por parte de uma organização” Parcerias Principais Atividades- chave Recursos Principais Proposta de Valor Relação com clientes Segmentos de clientes Canais de distribuição Estrutura de custo Fontes de receita 12 3 4 5 6 78 9 Analisando Empresas: a Metodologia CANVAS Lado esquerdo do cérebro LÓGICA Ênfase: Eficiência Lado direito do cérebro EMOÇÃO Ênfase: Valor Analisando Empresas: a Metodologia CANVAS Análise de Empresas: Abordagem fundamentalista (Suno, 2019) Análise de Empresas: abordagem fundamentalista (Clube do Valor, 2019) Análise de Empresas: abordagem fundamentalista (Clube do Valor, 2019) Decisões de Investimento Como estabelecer o valor econômico de empresas Identificar aquele que seria o valor justo de determinados ativos (no nosso caso específico, ações de empresa) cotados no Mercado de Capitais é o foco de todo investidor que se orienta pela Análise Fundamentalista para suas decisões de investimento. Para tanto, são adotadas diferentes técnicas que constituem a abordagem analítica de valoração econômica de ativos denominada Valuation. O Valuation envolve diferentes métodos de valoração, agrupados em dois encaminhamentos básicos, sendo eles os: a) Intrínsecos – baseiam-se no valor de um ativo que é determinado pelo fluxo de caixa que este ativo tem capacidade de gerar em um horizonte de tempo futuro. O método mais conhecido nesse abordagem é o do Fluxo de Caixa Descontado (FCD) b) Relativos – baseiam-se em observações de como o mercado valora ativos similares, atuantes no âmbito de setores econômicos específicos. Dentre as alternativas que integram essa abordagem, considerado aquele de execução mais simples, destaca-se a o método dos Múltiplos de Mercado. De fato, os métodos de valoração de ativos tem por objetivo identificar assimetrias no que se refere ao Preço e o Valor de determinado ativo. Em síntese, o que se procura são ativos cujo custo (preço) não reflita o potencial de retorno (valor) que determinado ativo apresenta. Ou seja, que estão baratos em relação ao seu potencial. De fato, Koller, Goedhart e Wessels (2010), entendem que, dentre as abordagens disponíveis para a valoração de dada empresa, o método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD) é o mais efetivo. Contudo, eles destacam a importância do método de Múltiplos de Mercado como complemento ao FCD, permitindo verificar sua consistência, bem como, identificar os drivers de valor em determinado setor industrial. Nesse sentido, segundo Assaf Neto, o método de avaliação econômica de empresas conhecido por Método do Múltiplos de Mercado é um dos mais utilizados e de mais simples execução, voltado a Determinar o valor da empresa comparando seu desempenho com o de outras empresas semelhantes cotadas em bolsa de valores. O múltiplo é estimado a partir de precificações feitas em empresas comparáveis, destacando quanto o mercado estaria disposto a pagar pela empresa em avaliação (ASSAF NETO, 2009) Decisões de Investimento em empresas por meio do Método dos Múltiplos de Mercado Quanto a sua operacionalização, o método dos Múltiplos de Mercado parte da análise indicadores contábeis, bem como seus resultados, que integram o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) de determinadas empresas atuantes em determinado setor econômico em comparação com outros players do mesmo setor. Dessa forma, tal análise caracteriza-se por considerar um recorte temporal específico dessas empresa, notadamente estático, sem considerar perspectivas futuras e tendências que possam impactar o setor econômico ao qual pertence as empresas avaliadas. Em síntese, empresas atuante em um mesmo setor econômico são comparadas com suas concorrentes naquele setor, tendo por base os mesmo indicadores selecionados para fundamentar a análise Cabe destacar que identificar aqueles que seriam os indicadores mais adequados a serem considerados para análise por meio do método dos Múltiplos de Mercado decorre da experiência e do conhecimento do setor econômico por parte analista. É fundamental que o analista estude o setor econômico em análise!!! Decisões de Investimento em empresas por meio do Método dos Múltiplos de Mercado Análise de Empresas: abordagem fundamentalista O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil obrigatória, destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade e que é apresentado normalmente ao final do exercício. O objetivo da DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) é demonstrar a composição do resultado líquido em um exercício ou em determinado período de interesse da empresa, valendo-se do confronto das receitas, despesas e resultados apurados. Dessa forma, ela gera informações de impacto para tomada de decisão. Análise de Empresas: abordagem fundamentalista Custos fixos são a soma de todos os fatores fixos de produção. Independem do nível de atividade da empresa, ou seja, produzindo-se ou vendendo-se em qualquer quantidade, os custos fixos existirão e serão os mesmos. É o caso, por exemplo, do aluguel. O aluguel será cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nível de produção, inclusive no caso de não se produzir nada. Análise de Empresas: abordagem fundamentalista DESCRIÇÃO CMENSAL ALUGUEL 3.000 CONDOMÍNIO 500 IPTU 50 ÁGUA 50 ENERGIA ELÉTRICA 200 TELEFONE 100 HONORÁRIOS DO CONTADOR 650 PRÓ-LABORE 2000 MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS 1500 SALÁRIOS + ENCARGOS (70%) 5000 MATERIAL DE LIMPEZA 200 MATERIAL DE ESCRITÓRIO 100 DESCRIÇÃO CMENSAL COMBUSTÍVEL 500 TAXAS DIVERSAS 150 SERVIÇOS DE TERCEIROS 500 OUTRAS DESPESAS 500 CUSTO FIXO TOTAL 15.000 Análise de Empresas: abordagem fundamentalista Custos variáveis são a soma dos fatores variáveis de produção. Custos que mudam de acordo com a produção ou a quantidade de trabalho, exemplos incluem o custo de materiais, suprimentos e salários da equipe de trabalho. São exemplos de custos variáveis: • Matéria prima, insumos diretos e embalagem (CMV); • Comissão de vendas; • Impostos diretos sobre a venda (ICMS/SIMPLES/IPI/ISS); • Fretes de vendas; • Comissão de administradora de cartão de crédito, entre outros. Análise de Empresas: abordagem fundamentalista DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DESCRIÇÃO R$ 1. Preço de Venda 50,00 2. Custos Variáveis Totais (-) Custo da Mercadoria Vendida (matéria prima) 25,00 (-) Impostos sobre vendas (ICMS=17% em SC/12% em SP = 5%) (ver TIPI, mas considere IPI=10%) 10,50 (-) Despesas com vendas (Comissões/Combustível/Diárias) 5,00 Subtotal de 2 40,50 Ok! Mas o que isso significa?? É necessário encontrar a Margem de Contribuição de cada item vendido, ou seja, aquilo que me ajuda a cobrir também os custos fixos... Análise de Empresas: abordagem fundamentalista Margem de Contribuição é a quantia em dinheiroque sobra do preço de venda de um produto, serviço ou mercadoria após retirar o valor do gasto variável unitário, este composto por custo variável unitário e despesas variáveis. Tal quantia é que irá garantir a cobertura do custo fixo e do lucro, após a empresa ter atingido o Ponto de equilíbrio, ou ponto crítico de vendas (Break even point). Ela representa uma margem de cada produto vendido que contribuirá para a empresa cobrir todos seus custos e despesas fixas, chamados de custo de estrutura/suporte. Análise de Empresas: abordagem fundamentalista A Margem de Contribuição é representada da seguinte forma: MC = PV - CV Onde: MC= Margem de contribuição; PV = Preço de Venda ou Receita Op. Bruta Total; CV = Custo variável TOTAL (Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) + Despesas com vendas); Análise de Empresas: abordagem fundamentalista DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DESCRIÇÃO R$ 1. Preço de venda 50,00 2. Custos Variáveis Totais (-) Custo da Mercadoria Vendida (matéria prima) 25,00 (-) Impostos sobre vendas (ICMS=17% em SC/12% em SP = 5%) (ver TIPI, mas considere IPI=10%) 10,50 (-) Despesas com vendas (Comissões/Combustível/Diárias) 5,00 Subtotal de 2 40,50 3. Margem de Contribuição (1-2) 9,50 Análise de Empresas: abordagem fundamentalista Ponto de Equilíbrio (PE) Representa o quanto sua empresa precisa faturar para pagar todos os seus custos em um determinado período. É um Índice de Viabilidade do negócio! Para o cálculo do número de unidades que deverão ser vendidas (ponto de equilíbrio contábil, em unidades), o PE é representado da seguinte forma: PE = CF/MC Análise de Empresas: abordagem fundamentalista Para termos um percentual da MC de modo a calcular o faturamento necessário (Ponto de equilíbrio contábil, em faturamento), usamos: MC (%) = R – CV/R PE = CF/MC(%) Análise de Empresas: abordagem fundamentalista Entretanto, conforme apresentado no conteúdo anterior referente à analise fundamentalista, em geral os especialistas utilizam algum indicadores básicos para realizar a análise comparativa entre empresas de um mesmo setor econômico, tais como: • Preço/Lucro (P/L) • Preço/Valor Patrimonial (P/VP) • Dividend Yield (DY) • Retorno sobre Patrimônio Liquido (ROE) • Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) • Valor da Empresa/Resultado Operacional (EV/EBIT) • Margem Liquida (ML) • Liquidez corrente • Divida Bruta pelo Patrimônio Liquido (DB/PL) • Crescimento da Receita nos últimos 5 anos • Crescimento dos Lucros no últimos 5 anos Todavia, cabe destacar que, na medida que o analista for se familiarizando e aprofundando seu conhecimento sobre o setor econômico e sobre os indicadores que melhor retratam o desempenho relativo de seus players, outros indicadores poderão ser considerados na análise. Decisões de Investimento em empresas por meio do Método dos Múltiplos de Mercado Análise de ações: abordagem fundamentalista (Suno, 2019) Análise de ações: abordagem fundamentalista (Suno, 2019) Também conhecido pela equação P/VPA Ou Preço sobre o Valor Patrimonial por Ação Análise de ações: abordagem fundamentalista (Suno, 2019) Também conhecido pela equação LL/PL Ou Lucro Liquido sobre o Patrimônio Liquido Análise de ações: abordagem fundamentalista (Suno, 2019) Também conhecido pela equação EBIT/CI Ou Lucro Operacional sobre o Capital Investido Análise de ações: abordagem fundamentalista (Suno, 2019) EV = Valor de Mercado (no de ações x cotação) + Dívida de curto e de longo prazo – Caixa Análise de ações: abordagem fundamentalista (Suno, 2019) Análise de ações: abordagem fundamentalista (Suno, 2019) Decisões de Investimento em empresas por meio do Método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD) Método de Valuation que procura identificar o valor intrínseco de uma empresa considerando que o valor de um ativo que é determinado pelos fluxos de caixa que este ativo tem capacidade de gerar em um horizonte de tempo futuro. Fonte: Assaf Neto (2009) VPL = FCO1 (1 + K)1 FCO2 (1 + K)2 FCO3 (1 + K)3 FCO4 (1 + K)4+ + + + ... Onde: VPL = Valor Presente Líquido FCO = Fluxo de Caixa Operacional K = Taxa de Desconto n = Período O K envolve aquilo que chamamos de taxa mínima de atratividade e deve ser considerado com base no custo médio ponderado de Capital (WACC). Assim K = WACC
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