Regulamentação Jurídica dos Padrões Contábeis

Prévia do material em texto

Regulamentação Jurídica dos Padrões Contábeis
Estudo de Caso da DL 486/1969
O porquê do Decreto de Lei
Todos os empresários estão sujeitos a três obrigações, sendo elas, 
a de registrar-se no registro de empresas antes de iniciar suas atividades, 
escriturar regularmente os livros obrigatórios, 
 levantar balanço patrimonial e de resultado econômico a cada ano. 
Decreto-lei
•Ato normativo
•Força de lei
•Historicamente no Brasil:
–Estado Novo
–Ditadura Militar
Decreto-lei x Medida Provisória
•Urgência ou interesse público relevante
•Caso não votada: Aprovada
•Segurança e finanças públicas
•Votado por inteiro
•Ex: DL 486/69
Urgência e interesse público relevante
Deve ser votada para adquirir força de lei
Qualquer matéria
Admite emendas
Ex: MP 763/16
Portaria
•Aplicação das leis
–Instruções
–Recomendações
–Informações
•Refere-se no texto às leis a que a portaria está tratando
•Ex: Portaria nº 4548/17
Resolução
•Subordinado à lei a que se refere
–Complementar
–Detalhar
–Desenvolver
Ex: Resolução nº 4588/17
Livros Empresariais
Legislação Comercial
Livros do Empresário
Legislação Tributária 
Legislação Trabalhista
Legislação Previdenciária 
Espécies de livros empresariais
Livros Facultativos
Caixa
Conta Corrente
Livros Obrigatórios
Comuns
Diário (Art. 1.180 do CC)
Livro Razão
Especiais 
Registro de Duplicatas (Art. 19 da lei nº 5.474 de 1968)
Entrada e Saída de Mercadorias (Art. 7º do Decreto 1.102 de 1903)
Registro de Ações Nominativas (Art. 100 da lei nº6.404 de 1976)
Atas das Assembleias Gerais 
Presença dos Acionistas
DL 486/1969 - 
Decreto Lei nº 486 de 03 de Março de 1969
Dispõe sôbre escrituração e livros mercantis e dá outras providências.
Interpretação da lei
Quem está isento?
a) pessoas físicas equiparadas a empresa, previstas nos incisos I e VI do § 4º do art. 3º da IN MPS/SRP nº 3/2005 , matriculadas no CEI; 
b) pequeno comerciante, nas condições estabelecidas pelo Decreto-lei nº 486, de 1969, e seu regulamento: caso tenha receita bruta anual não superior a 100 (cem) vezes o maior salário mínimo mensal vigente no País e cujo capital efetivamente empregado no negócio não ultrapassar 20 (vinte) vezes o valor daquele salário mínimo
c) pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, de acordo com a legislação tributária federal, e a pessoa jurídica optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples), desde que escriturem Livro Caixa e Livro de Registro de Inventário.
Interpretação da lei:
A escrituração será completa e, em idioma e moeda corrente nacionais.
Os erros cometidos serão corrigidos por meio de lançamento de estornos
O uso de um livro Diário é obrigatório 
o comerciante que empregar escriturações mecanizadas poderá substituir o Diário por fichas seguidamente numeradas, mecânica ou tipograficamente
Interpretação da lei:
 Caso o comércio seja transferido para outra pessoa, esta está autorizada a continuar redigindo os livros e escriturações seguindo as devidas formalidades 
Caso algo aconteça com os livros fichas documentos ou papéis de interêsse da escrituração o comerciante fará publicar em jornal de grande circulação do local de seu estabelecimento aviso relativo ao fato, assim como descrever o ocorrido, essa medida deve ser tomada no prazo de 48 horas
Intrínsecos
Intrínsecos sao os requisitos pertinentes à técnica contábil, estudada pela contabilidade. Vêm definidos, legalmente, pelo art. 1.183 do CC. Por este dispositivo, a escrituração deve ser feita em idioma e moeda nacionais, em forma mercantil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco , nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens. Em livro separado próprio, o empresário poderá assentar os códigos numéricos ou abreviaturas utilizadas em sua escrituração. 
Extrínsecos
Extrínsecos são os requisitos relacionados com a segurança dos livros empresariais. Atende os requisitos desta ordem os livros que contiver termos de abertura e de encerramento, e estiver autenticado na Junta Comercial (CC, art. 1.181). No caso de são paulo, A JUCESP.
Irregularidade na escrituração
 Plano Civil → O empresário não poderá valer-se da eficácia probatória que o código do processo civil concede aos livros empresariais
Campo do direito penal → Ausência ou irregularidade na escrituração de livro obrigatório reputa crime falimentar (Art.178 da LF)
Órgãos Competentes
Sistema Nacional de Registro Mercantil
(SINREM) 
Departamento de Registro Empresarial e Integração
(DREI)
Juntas comerciais
Finalidades
Registrar os atos dos empresários;
assegurar a publicidade e a autenticidade;
assegurar a segurança e a validade dos registros e livros mercantis;
eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis;
cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as informações pertinentes.
DREI - Departamento de Registro Empresarial e Integração
Estabelecer e consolidar, com exclusividade, as normas e diretrizes gerais do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; 
solucionar dúvidas ocorrentes na interpretação das leis, regulamentos e demais normas relacionadas com o registro de empresas mercantis, baixando instruções para esse fim; 
 prestar orientações às Juntas Comerciais, com vistas à solução de consultas e à observância das normas legais e regulamentares do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; 
exercer ampla fiscalização jurídica sobre os órgãos incumbidos do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, representando para os devidos fins às autoridades administrativas contra abusos e infrações das respectivas normas, e requerendo tudo o que se afigurar necessário ao cumprimento dessas normas; 
estabelecer normas procedimentais de arquivamento de atos de firmas mercantis individuais e sociedades mercantis de qualquer natureza; 
prestar colaboração técnica e financeira às Juntas Comerciais para a melhoria dos serviços pertinentes ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; 
organizar e manter atualizado o cadastro nacional das empresas mercantis em funcionamento no País, com a cooperação das Juntas Comerciais; 
Junta Comercial
Elaborar a tabela de preços de seus serviços, observadas as normas legais pertinentes;
processar a habilitação e a nomeação dos tradutores públicos e intérpretes comerciais; 
elaborar os respectivos Regimentos Internos e suas alterações, bem como as resoluções de caráter administrativo necessárias ao fiel cumprimento das normas legais, regulamentares e regimentais;
expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalmente inscritas no Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
o assentamento dos usos e práticas mercantis.
Vale a pena dizer... 
 Pode o empresário valer-se do procedimento eletrônico (informatizado), encadernando os formulários contínuos ou papéis impressos à semelhança das fichas ou microfichas geradas por microfilmagem de saída direta de computador. Também é admissível a escrituração em “livro digital”, vale dizer, feita, processada e armazenada exclusivamente em meio eletrônico (IN-DNRC 102/06) qualquer que seja o processamento, no entanto, os requisitos a atender, intrínsecos ou extrínsecos, são os mesmos. 
No Mundo:
 IASB (International Accounting Standards Board): Iniciativa internacional que busca criar um padrão contábil internacional.
IFRS (International Financial Reporting Standards) ou Normas Internacionais de relatórios financeiros: Mecanismo pelo qual a IASB cria padrões.
 No Brasil:
CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) é composto por: ABRASCA, Apimec Nacional, B3, Conselho Federal de Contabilidade, FIPECAFI, Ibracon, BCB, CVM, Secretaria da Receita Federal e SUSEP.
Exemplo:
BP: passou a ser dividido em Circulante e NãoCirculante, divisão que está de acordo com os padrões internacionais. A exclusão do Diferido deu lugar a outro grupo, denominado Intangível.
CPC IFRS
13 motivos que levam a concluir que alguns empresários ricos, que são a maior parte da fatia sonegada , não são presos por falta de provas ou ineficiencia no sistema de julgamento.
 
No ano passado, segundo cálculos do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), foram cerca de 500 milhões de reais, ou cerca de 13% do PIB brasileiro.
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), órgão responsável pela cobrança de débitos não quitados à União, calcula que o estoque total da dívida seja de 1,8 trilhão de reais, ou 1,41 trilhão de reais excluindo débitos com o INSS.
Quanto custa a sonegação no Brasil?
Sonegação no Brasil
Corrupção: cerca de R$ 100 bilhões
Custos totais da Copa do Mundo: R$ 25,6 bilhões
Custa 13 vezes mais do que o CPMF
578.565.756 anos de bandejão
Artigo: "No Brasil, sonegar criminosamente tributo dá cadeia?"
Lei nº 8.137/90
Condenação de 2 a 5 anos
Punibilidade pode ser extinta
Financiamento da dívida
“Essa sentença foi tão despropositada em relação ao mal que eu possa ter feito para a sociedade que acho que ela vai acabar sendo revista... Fui muito correta a minha vida inteira. Mas não adianta falar isso. Não adianta falar o que fiz para os outros. Tenho orgulho do que fiz ao longo de 32 anos de trabalho. Erros todo mundo comete. Acho difícil uma pessoa ter uma empresa e não ter cometido erros. Acho impossível, principalmente no Brasil, onde as legislações são complicadas e dúbias. Agora a pena realmente é alta demais”
-Eliana Tranchesi
Para saber mais
A regulação do mercado de capitais: aspectos jurídicos e contábeis da divulgação da informação - Douglas De Marco (Revista Jurídica da Presidência)
Regulação da contabilidade: teorias e análise da convergência dos padrões contábeis brasileiros aos IFRS - Ricardo Lopes Cardoso, Enrique Saravia,Fernando Guilherme Tenório,Marcelo Adriano Silva (Revista da Administração pública)
Aderência as normas internacionais pelas empresas brasileiras - Mac Daves de Morais Freire ; Michele Rílany Rodrigues Machado ; Lúcio Souza Machado; Emerson Santana Souza; Johnny Jorge de Oliveira (Revista de Contabilidade e Organizações)
Bibliografia
revistajuridica.presidencia.gov.br/index.php/saj/article/view/224
Documents%20and%20Settings/9813611/Meus%20documentos/Downloads/6710-12501-1-PB%20(1).pdf
Documents%20and%20Settings/9813611/Meus%20documentos/Downloads/52654-65947-1-PB%20(1).pdf
www.ceap.br/material/MAT1003201094348.pdf
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0486.htm
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-1969/D64567.htm#art1
www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1970-1979/L6586.htm
mp-sp.jusbrasil.com.br/noticias/125854/artigo-no-brasil-sonegar-criminosamente-tributo-da-cadeia
www.cartacapital.com.br/economia/por-que-se-sonega-tantos-impostos-no-brasil