Buscar

[Revista] Fisiologia do Exercicio_v12n2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 68 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

www.atlanticaeditora.com.br
14 anos
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
Fis iologiaFis iologia
do e x e r c í c i o
Órgão Ofic ial da Sociedade Brasi le ira de Fis iologia do Exercíc io
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
vo
lu
m
e
 1
2
 - n
ú
m
e
ro
 0
2
 •
 M
a
rço
/A
b
ril 2
0
1
3
r
e
v
i
s
t
a
 
B
r
a
s
i
l
e
i
r
a
 
d
e
 F
i
s
i
o
l
o
g
i
a
 
d
o
 
e
x
e
r
c
í
c
i
o
MR
volume 12 - número 02 • Março/Abri l 2013 ISSN 16778510
ESPORTE
• Lesões em praticantes de Jiu-Jitsu 
e Muay Thai
• Treinamento resistido manual
• Potência anaeróbia em velocistas 
de 100 e 400 metros
CARDIOLOGIA
• Risco cardíaco para atividade física 
em praticantes de judô
DIABETES
• Exercício físico na gestação 
diabética
ORTOPEDIA
• Associação entre entorse de 
tornozelo e índice do arco
FISIOLOGIA
• Perfil antropométrico e fisiológico 
e avaliação isocinética da força 
muscular 
Na busca pela diminuição da gordura corporal, a L-Carnitine Fire® gera o melhor estímulo 
para a diminuição da gordura acumulada no corpo. Isso ocorre devido a geração de energia 
direta a partir de lipídios e pela rápida ação devido ao seu uso sublingual. O poder da L-Car-
nitine Concentrated® durante os treinos garante um estímulo maior para a diminuição do 
percentual de gordura, já que esse suplemento é de uso sublingual e com isso a absorção 
é imediata e, consequente, aumento do gasto calórico e maior performance. O ZMA Way® 
fornece os micronutrientes importantes para os vários processos metabólicos que ocorrem 
durante a realização de um treinamento intenso e, por isso, é importante para melhores efei-
tos ergogênicos. Durante esse processo é importante fornecer módulos nutricionais adequa-
dos para o fortalecimento muscular. O Heavy Bomber Pack® atuará nesse fortalecimento 
ao manter o estado contínuo de anabolismo muscular e por fornecer um mix de nutrientes 
específicos para a formação de energia e contração muscular. A recuperação de energia de 
forma instantânea se dá pelo uso do ISO Waxy Maize®, que garante a reposição do glico-
gênio muscular. Além disso, é de extrema importância estabelecer métodos para evitar a 
perda de massa magra que ocorre, principalmente, durante os treinos. Desse modo, o uso de 
ISO Casein® e BCAA Heavy Bomber® serão os principais responsáveis pela recuperação e 
manutenção da massa muscular no pós-treino e ao longo do dia e da noite.
Lanche da manhã: ½ porção de Iso Casein®
Pré-treino: 1 pack do Heavy Bomber® + 1 porção de L-Carnitine Fire®
Durante o treino: 1 porção de L-Carnitine Concentrated®
Pós-treino: 1 porção de BCAA Heavy Bomber® + 2 cápsulas de 
ZMA Way® + 1 porção de ISO Waxy Maize®
Antes de dormir: ½ porção de Iso Casein®
Felipe Franco MIDWAY TEAM
uso combinadovocê muito mais
definido
Associação de suplementos com rápida ação e melhor eficiência.
INVESTIMENTO
EFICIÊNCIA
VELOCIDADE
Máxima
definição
muscular
65Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013
Objetivos relacionados à redução de gordura excessiva e modelagem corporal requerem 
coadjuvantes para acelerar e melhorar os resultados almejados. O Lipoway Reduce® é o 
produto com a melhor concentração de nutrientes, que serão responsáveis pela diminuição 
do colesterol sanguíneo, diminuição das gorduras circulantes no sangue e aumento do con-
trole da fome. A L-Carnitine Concentrated® é um produto de uso sublingual que possui a 
maior concentração para estimular a diminuição da gordura acumulada no corpo e trabalhar 
na geração de energia exclusivamente a partir da gordura. O poder termogênico associado 
ao uso do Act Droxy® garante a mais potente aceleração do organismo com o máximo de 
redução de medidas por estimular o aumento do gasto energético ao longo do dia. Além dis-
so, o Redux Way® é um produto que atuará difi cultando a absorção de lipídios no intestino, 
fazendo com que boa parte da gordura consumida seja eliminada ao invés de absorvida pelo 
corpo. Desse modo, com a combinação mais adequada e efi ciente de produtos, é possível 
ter o perfeito funcionamento do metabolismo de gorduras no corpo.
Antes do Café da manhã: 2 cápsulas de Redux Way®
Antes do lanche da Manhã: 2 cápsulas de Lipoway Reduce®
Antes do almoço: 2 cápsulas de Redux Way®
Antes do lanche da tarde: 2 cápsulas de Lipoway Reduce®
Pré-treino: 1 porção de L-Carnitine Concentrated® + 1 porção de Act Droxy®
Antes do Jantar: 2 cápsulas de Redux Way®
www.midwaylabs.com.br
facebook.com/midwaylabs
uso combinado
Associação de suplementos com rápida ação e melhor efi ciência.
INVESTIMENTO
EFICIÊNCIA
VELOCIDADE
vocêMUITOmais
slim
Máxima
modelagem 
corporal
www.midwaylabs.com.br
facebook.com/midwaylabs
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201366
© ATMC - Atlântica Multimídia e Comunicações Ltda - Nenhuma parte dessa publicação pode ser 
reproduzida, arquivada ou distribuída por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, 
sem a permissão escrita do proprietário do copyright, Atlântica Editora. O editor não assume qualquer 
responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou propriedades ligado à confiabilidade dos produtos, 
métodos, instruções ou idéias expostos no material publicado. Apesar de todo o material publicitário 
estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na revista não é uma garantia ou 
endosso da qualidade ou do valor do produto ou das asserções de seu fabricante.
Atlântica Editora edita as revistas Fisioterapia Brasil, Enfermagem Brasil, Neurociências e Nutrição Brasil
I.P. (Informação publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes.
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F I s I O l O g I A
do e x e r c í c i o
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
Corpo Diretivo: Paulo sérgio C. gomes (Presidente), Vilmar Baldissera, Patrícia Brum, 
Pedro Paulo da silva soares, Paulo Farinatti, Marta Pereira, Fernando Augusto Pompeu
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício está indexada no SIBRADID 
(Sistema Brasileiro de Documentação e Informação Desportiva)
Editor Chefe
Paulo de Tarso Veras Farinatti
Editor Associado
Pedro Paulo da silva soares
Walace Monteiro
Conselho Editorial
Amandio Rihan geraldes (Al)
Antonio Carlos gomes (PR)
Antonio Cláudio lucas da Nóbrega (RJ)
Benedito sérgio Denadai (sP)
Dartagnan Pinto guedes (PR)
Douglas s. Brooks (EUA)
Emerson silami garcia (Mg)
Francisco Martins (PB)
Francisco Navarro (sP)
luiz Carnevali (sP)
luiz Fernando Kruel (Rs)
Martim Bottaro (DF)
Patrícia Chakour Brum (sP)
Paulo sérgio gomes (RJ)
Robert Robergs (EUA)
Rosane Rosendo (sC)
sebastião gobbi (sP)
steven Fleck (EUA)
Yagesh N. Bhambhani (CAN)
Vilmar Baldissera (sP)
Todo o material a ser publicado deve ser enviado para o seguinte endereço de e-mail: artigos@atlanticaeditora.com.br
Atlântica Editora 
e shalon Representações
Praça Ramos de Azevedo, 206/1910
Centro 01037-010 são Paulo sP
Atendimento
(11) 3361 5595 / 3361 9932
assinaturas@atlanticaeditora.com.br
Assinatura
1 ano (6 edições ao ano): R$ 260,00
E-mail: atlantica@atlanticaeditora.com.br
www.atlanticaeditora.com.br
Administração e vendas
Antonio Carlos Mello
mello@atlanticaeditora.com.br
Editor executivo
Dr. Jean-louis Peytavin
jeanlouis@atlanticaeditora.com.br
Editor assistente
guillermina Arias
guillermina@atlanticaeditora.com.br
Direção de arte
Cristiana Ribas
cristiana@atlanticaeditora.com.br
Diretor de Marketing e PublicidadeRainner Penteado
rainner@atlanticaeditora.com.br
Imprensa
release@atlanticaeditora.com.br
EDITORIAL
Ciências do exercício e do desporto,Paulo Farinatti, Editor-Chefe da RBFEx .............................. 74
ARTIGOS ORIGINAIS
Estudo comparativo dos perfis antropométrico e fisiológico e avaliação 
isocinética da força muscular nos membros inferiores em triatletas portugueses, 
Faber sérgio Bastos Martins, José Manuel da Costa soares ............................................................. 75
Correlação entre comprimento e índice do arco do pé com entorse 
de tornozelo, Aline Corrêa Bisognin, Cecília Matilde Padilha Matos, 
guilherme Maccarini, Rodrigo Junior Becker Cornelli, 
Viviane Bordin Missio, Andersom Ricardo Fréz, 
Alberito Rodrigo de Carvalho, gladson Ricardo Flor Bertolini ....................................................... 83
Artes marciais: caracterização das lesões em praticantes de Jiu-Jitsu 
e MuayThai, Denilson de Queiroz Cerdeira, Thaís Teles Veras Nunes, 
Francilena Ribeiro Bessa, Mariza Maria Alves Barbosa,Alain Oliveira dos santos ............................ 88
Treinamento resistido manual: aplicação e aceitação no treinamento 
personalizado, Cauê Vazquez la scala Teixeira .............................................................................. 98
Risco para atividade física em praticantes de judô em academias 
do estado de Santa Catarina, Miguel leopoldino de souza, 
Helton Eckermann da silva, Jean Rodrigo Zipperer ..................................................................... 103
Avaliação da potência anaeróbia em velocistas de 100 e 400 metros 
da cidade de Americana/SP por meio do RAST, 
Renato Cavalari de Oliveira, Andressa Mella, Bruno de souza Vespasiano .................................... 110
Nível de atividade física e ingestão energética em graduandos 
de educação física, Maria lúcia lira de Andrade, 
Jéssica de souza Jácome Borges, Maikon Moises de Oliveira Maia, 
Francisco gama da silva ............................................................................................................... 114
REVISÃO
Efeito do exercício físico sobre os hormônios sexuais na gestação diabética: 
atualização de literatura, silvana Barroso Corvino, Aline Oliveira Netto, 
Débora Cristina Damasceno ........................................................................................................ 119
NORMAS DE PUBLICAÇÃO .........................................................................................126
EVENTOS ...........................................................................................................................128
Índice
volume 12 número 2 - março/abril 2013
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F I s I O l O g I A
do e x e r c í c i o
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201374
Editorial
Ciências do exercício e do desporto
Paulo Farinatti, Editor-Chefe da RBFEx
As Ciências do Exercício e do Desporto são 
fascinantes. As pessoas que trabalham e pesqui-
sam neste campo do conhecimento lidam com 
temática intrigante: o incremento da capacidade 
de desempenho físico, os limites do ser humano 
e o impacto da atividade física e desportiva em 
aspectos da saúde e do desporto. Ciências como a 
psicologia, biologia, física e, obviamente, fisiolo-
gia, precisam interagir para produzir os melhores 
resultados. Portanto, para gerarem informações 
úteis não apenas ao meio acadêmico, mas, prin-
cipalmente, para as pessoas envolvidas com a área, 
desde os profissionais do exercício e desporto até 
os atletas, pacientes e população em geral. 
Por isso é importante oferecermos aos nossos 
leitores informação atualizada, bem como seus 
aspectos e aplicações práticas. As profissões 
que lidam com a administração de programas 
de exercícios físicos, desde a sua prescrição à 
avaliação de resultados e gerenciamento mais 
macro dos ambientes em que são realizadas, 
passam por uma expansão evidente – educadores 
físicos, médicos do desporto, fisioterapeutas, 
nutricionistas –, voltam cada vez mais seu in-
teresse para área e ampliam as possibilidades de 
discussão e aplicação daquelas ciências em uma 
perspectiva aplicada, talvez estimulados pelos 
grandes eventos desportivos que o país sediará 
em futuro próximo.
No esteio desse interesse, projetos acadê-
micos se desenvolvem, não apenas produzindo 
conhecimento, mas fomentando a formação de 
profissionais com base metodológica e científica 
consistente. Aumenta o reconhecimento que, sem 
essa base, resultados ótimos nunca serão obtidos, 
seja qual for a área de atuação ou nível de exigência 
de desempenho físico. Nós, da sociedade Brasilei-
ra de Fisiologia do Exercício, estamos convencidos 
que a prescrição do exercício é uma área científica 
multidisciplinar e de intervenção multiprofissio-
nal – a missão editorial de nossa revista, nesse 
contexto, é prover os diferentes profissionais da 
área com informação de qualidade, ajudando-os 
a prestar um serviço cada vez melhor aos seus 
clientes, atletas ou pacientes.
Essa é a razão pela qual, apesar das inúmeras 
dificuldades enfrentadas, consideramos que vale 
a pena a luta pelo desenvolvimento e aperfei-
çoamento de nossa revista, buscando alargar os 
horizontes e aplicações da fisiologia do exercício.
Obrigado aos nossos autores, revisores e, claro, 
leitores, por ajudarem-nos nesse esforço!
75Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013
ARTIGO ORIGINAL
Estudo comparativo dos perfis 
antropométrico e fisiológico e avaliação 
isocinética da força muscular nos membros 
inferiores em triatletas portugueses 
Comparative study of anthropometric and physiological 
profiles and isokinetic muscle strength assessment in the 
lower limbs in Portuguese triathletes
Faber sérgio Bastos Martins, D.sc.*, José Manuel da Costa soares, D.sc.**
*Escola Superior de Educação de Fafe (ESEF), **Faculdade de Desporto – Universidade do Porto
Resumo
Objectivo: Analisar o perfil antropométrico e 
fisiológico dos triatletas portugueses e avaliar os pa-
râmetros isocinéticos da força muscular nos membros 
inferiores. Material e métodos: A amostra foi composta 
de 12 atletas seniores masculinos (30,3 ± 3,8 anos; 
70,2 ± 4,4 kg; 177,5 ± 5,4 cm; IMC 22,3 ± 0,6 e 
percentagem de gordura corporal 6,7 ± 1,9%). Foram 
avaliadas a impulsão vertical (sCM e sE), potência 
anaeróbia lática (WingateTest), força muscular em 
dinamómetro isocinético (velocidades angulares 90º/s 
e 360º/s), potência aeróbia máxima (tapete rolante). 
Utilizou-se a estatística descritiva, teste T de student 
para medidas repetidas e coeficiente de correlação de 
spearman. Resultados: Foram encontradas correlações 
entre a massa corporal dos triatletas e a potência média 
(r = 0,57, p = 0,05) e máxima (r = 0,59, p = 0,04)ob-
tidas no teste de Wingate. A potência média (relativa 
à massa corporal) correlacionou-se com os valores dos 
torques máximos concêntricos da articulação do joelho 
à 90º/s (r = 0,683, p = 0,014) e 360º/s (r = 0,622, p = 
0,031). Os triatletas revelaram diferenças de 5,5% (p 
= 0,000) na razão I/Q à 360º/s e de 7,3% (p = 0,001) 
e 9,9% (p = 0,002) nos torques máximos concêntricos 
à 90º/s e 360º/s, respectivamente. Conclusão: Triatletas 
portugueses possuem perfis similares aos dos triatletas 
internacionais e evidenciam diferenças nos parâmetros 
isocinéticos da força muscular nos membros inferiores.
Palavras-chave: atletas, triathlon, potência 
anaeróbia, potência aeróbia, dinamómetro.
Recebido em 10 de março de 2013; aceito em 16 de abril de 2013. 
Endereço para correspondência: FaberSérgio Bastos Martins, Instituto de Estudos Superiores de Fafe, 
Rua Universitária, Apartado 178, 4824-909 Medelo Portugal, E-mail: fabermartins@iesfafe.pt, jmsoares@
fade.up.pt
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201376
Introdução
A realização de esforços prolongados pressu-
põe a contribuição de uma diversidade de fatores, 
os quais exercem influência relevante na capacida-
de de prestação do atleta, podendo as exigências 
metabólicas variar em função da intensidade e 
duração do esforço. 
O triathlon contempla a combinação de 
três disciplinas (natação, ciclismo e corrida), 
realizadas de forma contínua em regime aeróbio 
e conjugadas com duas transições, exigindo dos 
seus praticantes o desenvolvimento da capacidade 
aeróbia [1,2]. Adicionalmente, em virtude da 
natureza do esforço predominante nas provas de 
triathlon, o qual se traduz numa exigência acen-
tuada do metabolismo oxidativo, observam-se 
elevados valores de consumo máximo de oxigénio 
(VO2max) e limiar anaeróbio (ml.kg
-1.min-1 e % 
VO2max) [3-5]. 
Neste sentido, importa salientar que simul-
taneamente ao processo de treino corretamente 
delineado, o qual permite o desenvolvimento das 
adaptações conotadas com o aumento do rendi-
mento, o perfil antropométrico se apresenta como 
fator intrínseco determinante, possibilitando 
uma elevada eficiência mecânica nas modalidades 
cíclicas referidas [6]. A substantivar, refere-se a 
correlação significativa entre a percentagem de 
gordura corporal e a performance obtida pelos 
atletas de triathlon durante os Jogos Olímpicos 
[7], enquanto nas provas de ciclismo profissional, 
a massa corporal do ciclista pode responder por 
uma variabilidade de 15 a 20% na performance 
obtida [8]. A contribuição da aptidão aeróbia no 
desempenho de uma tarefa de carácter anaeróbio 
(potência anaeróbia máxima e capacidade anaeró-
bia) está bem estabelecida, sendo a sua correspon-
dência de génese variável, podendo a participação 
dos diferentes sistemas energéticos estar associada 
à metodologia de treino e ao período de treino no 
qual o atleta se encontra [9]. 
Acresça-se quea deterioração da potência e 
força musculares, expressas na redução dos valores 
de força explosiva, está de acordo com a especi-
ficidade das adaptações do músculo esquelético 
induzida pelas cargas regulares e sistemáticas do 
treino de duração prolongada [10].Não obstante, 
o padrão motor de uma determinada atividade 
físico-desportiva poderá exercer uma influência 
significativa no perfil funcional do atleta. Neste 
sentido, a força muscular constitui um compo-
nente fundamental no desempenho desportivo, 
onde a correta funcionalidade dinâmica dos mús-
culos estabilizadores das articulações se mostra 
determinante na prevenção das lesões dos diversos 
tecidos [11]. 
Todavia, importa aduzir o facto da susceti-
bilidade às lesões se mostrar aumentada quando 
diagnosticados desequilíbrios musculares na 
razão agonista/antagonista, em particular quando 
mensurados níveis de força muscular a baixas 
velocidades angulares em dinamômetro isocinéti-
co[11,12]. Em conformidade com os pressupostos 
Abstract
Objective: To analyze the anthropometric and 
physiological profile of Portuguese triathletes and to 
evaluate the parameters of isokinetic muscle strength 
in the lower limbs. Methods: The sample was composed 
of 12 male senior athletes (30.3 ± 3.8 years, 70.2 ± 4.4 
kg, 177.5 ± 5.4 cm, BMI 22.3 ± 0.6 and fat mass 6.7 ± 
1.9 %). We evaluated the vertical jump (sCM and sE), 
lactic anaerobic power (Wingate Test), muscle strength 
on an isokinetic dynamometer (angular velocity 90 
°/s and360 °/s) and maximal aerobic power (treadmill 
protocol). We used descriptive statistics, student t 
test for repeated measures and spearman correlation 
coefficient. Results: We found correlation between the 
body mass of triathletes and average power (r = 0.57, 
p = 0.05) and maximum (r = 0.59, p = 0.04) obtained 
in the Wingate test. The average power (relative to 
body mass) correlated with the values of peak torques 
concentric knee joint at 90°/s (r = 0,683, p = 0.014) 
and 360 °/s (r = 0,622, p = 0.031). The triathletes 
revealed differences of 5.5% (p = 0.000) in the ratio 
I/Q to 360 º/s and 7.3% (p = 0.001) and 9.9% (p = 
0.002) in concentric peak torque at 90º/s and 360°/s, 
respectively. Conclusion: Portuguese triathletes have 
similar profiles to those of international triathletes and 
show differences in parameters and isokinetic muscle 
strength in the lower limbs.
Key-words: athletes, triathlon, anaerobic power, 
aerobic power, dynamometer.
77Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013
anteriormente referidos, suscita o interesse por 
conhecer o perfil fisiológico dos atletas praticantes 
de triathlon, o que possibilita uma melhor com-
preensão das respectivas variáveis intervenientes 
na otimização da performance.
Material e métodos
Amostragem
A amostra foi constituída por 12 atletas mas-
culinos integrantes da Federação Portuguesa de 
Triathlon, com idade média de 30,3 ± 3,8 anos, 
massa corporal de 70,2 ± 4,4 kg, estatura corporal 
de 177,5 ± 5,4 cm, índice de massa corporal de 
22,3 ± 0,8 e percentagem de gordura corporal 
6,7 ± 1,9%.
Procedimentos
•	 Antropometria - Para a determinação da estatu-
ra, massa e percentagem de gordura corporal 
dos atletas foram utilizados o estadiômetro 
(modelo Rudolf Martin) e a balança digital 
de bioimpedância (modelo Tanita TBF 305), 
respectivamente. 
•	 Avaliação da impulsão vertical - Foram utiliza-
das as técnicas de salto vertical máximo com 
contramovimento (sCM) e a partir de uma 
posição estática (sE). Os testes foram realizados 
sobre uma plataforma resistiva conectada a um 
timer digital (± 0,001s/ ergojump) (Digitest 
OY, Muurame, Finland), sendo o tempo de 
voo (TV) durante o salto e a altura atingida 
pelo centro de gravidade determinados através 
da equação:h=gxTV²/8[13].
•	 Avaliação da potência anaeróbia máxima - Foi 
adotado o Wingate Anaerobic Cycle Test 
(WAnT), com duração total de 30 segundos 
e uma carga correspondente à 75 g/kg de 
massa corporal do atleta, sendo registados 
os indicadores: Potência Máxima (Wmax), 
Potência Média (Wmed), Potência Mínima 
(Wmin), expressos em termos absolutos 
(Watts) e relativos a massa corporal (Watts/
kg) do triatleta avaliado e oÍndice de Fadiga 
(IF%).
•	 Avaliação isocinética da força muscular nos 
membros inferiores - Foi determinada através 
do dinamómetro isocinético Biodex™ system 
2, sendo mensurados os valores dos torques 
máximo e mínimo concêntricos dos músculos 
extensores e flexores da articulação dojoelho, 
trabalho total realizado, potência média ob-
tida nas velocidades angulares de 90°/s (1,57 
rad/s) e 360°/s (6,28 rad/s). Os triatletas foram 
posicionados e estabilizados no dinamómetro, 
de forma a prevenir eventuais movimentos 
acessórios, sendo o eixo de rotação do aparelho 
alinhado com a parte lateral do côndilo femoral 
e o braço de alavanca ajustado e fixado acima 
dos maléolos. Inicialmente foram avaliados os 
índices de força muscular durante a extensão 
e flexão do joelho à velocidade de angular de 
360°/s, sendo realizadas 5 repetições máximas 
com cada membro. A seguir ao intervalo de 
recuperação de 5 minutos, foi realizada a 
segunda avaliação, onde os triatletas efetua-
ram uma série de 20 repetições máximas de 
extensão/flexão do joelho, agora a velocidade 
angular de 90°/s.
•	 Avaliação da potência aeróbia máxima 
(VO2máx) - Foi utilizado o protocolo contínuo 
com velocidades crescentes, com velocidade 
inicial de 2,6m/s e o respectivo patamar de 
2 minutos [14]. O coeficiente de inclinação 
do tapete foi mantido em zero (0%) duran-
te toda a avaliação. Os demais patamares 
tinham a duraçãode 1 minuto e o acrésci-
mo de velocidade de 1m/s por patamar. O 
consumo de oxigénio foi avaliado através 
do analisador de trocas respiratórias Cortex: 
Metalyser 3B. O limiar anaeróbio (lan) foi 
determinado pelo método ventilatório V-
-slope (VCO2vs VO2) através do software 
Meta Soft 2.6. Foram utilizadas comomedi-
das descritivas a média e o desvio-padrão. A 
comparação das médias dos indicadores fun-
cionais e fisiológicos foi efectuada através do 
Teste T de student para medidas repetidas. 
Para verificar os níveis de associação entre as 
variáveis investigadas no estudo, recorreu-se 
ao coeficiente de correlação de spearman. Os 
níveis de significância foram mantidos em 
5% (p < 0,05). Os procedimentos estatísticos 
foram tratados e analisados nos programas 
Excel™2000 e sPss™16.0.
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201378
lho esquerdo (106,6 ± 12,3 vs 97,0 ± 12,8 Nm, 
respectivamente) a velocidade angular de 360º/s.
Embora registados valores superiores para a 
flexão da articulação do joelho direito em rela-
ção ao joelho esquerdo, as velocidades angulares 
de 90°/s e 360°/s importa aduzir a ausência da 
relevância estatística nas respectivas diferenças 
bilaterais de 6,9% (t = 2,133, p = 0,056) e 7% 
(t = 0,833 p = 0,422). 
Figura 1 - Valores (%) da razão da força muscular 
Isquiotibiais/Quadríceps (I/Q) dos triatletas avaliados 
às velocidades angulares de 90°/s e 360°/s.
48,5
49
49,5
50
50,5
51
51,5
52
52,5
53
N
m
Médias (n=12) 
Razão I/Q -Velocidade Angular - 90°/s (%)
Direita
Esquerda
76
78
80
82
84
86
88
90
N
m
Médias (n=12) 
Razão I/Q - Velocidade Angular - 360°/s
Direita
Esquerda
Resultados
Tabela I - Avaliação do teste de impulsão vertical no 
salto com contramovimento (SCM) e salto estático (SE).
Triatletas SCM SE
X ± Dp 31,0 ± 2,8 30,7 ± 1,9
Verificou-se um valor médio ligeiramente 
superior na avaliação do salto com contramo-
vimento (31,0 ± 2,8 vs 30,7 ± 1,9 cm), embora 
a diferença entre os respectivos valores obtidos 
no teste de impulsão vertical não se mostrou 
estatisticamente significativa (t = 0,295, 
p = 0,773).
Observou-se que os valores referentes à potên-
cia máxima absoluta e relativa foram 730 ± 68,7W 
e 10,2 ± 0,9 Watts/kg, respectivamente. Inerentes 
aos registros da potência média absoluta e relativa, 
verificaram-se os valores 578,5 ± 80,8 Watts e 8,1 
± 1,3 Watts/kg, respectivamente. O índice de 
fadiga (IF), mensurado em termos percentuais, 
registou como valor médio 36,6 ± 8,1%. 
Verificou-se,à velocidade angular de 90°/s, 
uma diferença significativa 7,3% (t = 4,842 
p = 0,001) do torque máximo concêntrico da 
articulação do joelho direito em relação ao 
joelho esquerdo (181,1 ± 9,9 vs 169,0 ± 14,2 
Nm, respectivamente). Igualmente notória e 
consequentemente significativa, a diferença de 
9,9% (t = 3,925, p = 0,002) constatada entre os 
valores registados pelos músculos extensores da 
articulação do joelho direito em relação ao joe-
Tabela II - Valores de potência máxima (Wmax), potência média (Wmed), potência mínima (Wmin) e índice de 
fadiga (I F %) obtidos no Teste Wingate.
Triatletas W(max) Wmax/ kg W(med) Wmed/kg W(min) Wmin/kg I F (%)
X ± Dp 730 ± 68,7 10,2 ± 0,9 578,5 ± 80,8 8,1 ± 1,3 461,3 ± 97,1 6,5 ± 1,7 36,6 ± 8,1
Tabela III - Valores do torque máximo concêntrico (Nm) do músculo quadríceps dos triatletas avaliados às velo-
cidades angulares de 90°/s e 360°/s.
Triatletas Dir. (90°/s) Esq. (90°/s) Dir. (360°/s) Esq. (360°/s)
X ± Dp 181,1 ± 9,9 169 ± 14,2 106,6 ± 12,3 97 ± 12,8 
Tabela IV - Valores do torque máximo concêntrico (Nm) dos músculos isquiotibias dos triatletas avaliados às 
velocidades angulares de 90°/s e 360°/s.
Triatletas Dir. (90°/s) Esq. (90°/s) Dir. (360°/s) Esq. (360°/s)
X ± Dp 93,6 ± 14,4 89,2 ± 14,2 84,3 ± 12,6 82,4 ± 13,6
79Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013
A razão I/Q apresentou, à velocidade angular 
de 90°/s, uma diferença bilateral não significativa 
de 4,1% (t = -1,260, p = 0,234). Todavia, quando 
mensurada a velocidade de 360°/s, registrou-se 
uma diferença estatisticamente significativa de 
5,5% (t = -4,947, p = 0,000) no grupo de tria-
tletas avaliados. 
Tabela V - Valores de consumo máximo de oxigé-
nio absoluto (l/min) e relativo (ml/kg/min) obtidos 
noprotocolo de mensuração doVO2max realizado em 
tapete rolante.
Triatletas Consumo Máximo de Oxigénio 
(VO2max)
Absoluto 
(l/min) 
Relativo 
(ml/kg/min)
X ± Dp 4,5 ± 0,6 64,9 ± 7,7
Discussão
Os indicadores antropométricos avaliados 
mostram que os dados obtidos corroboram 
resultados de estudos anteriores realizados com 
propósitos similares e análogas amostras [6,7,15]. 
Em linha de convergência, importa referir a si-
milaridade dos valores referentes a massa corporal 
dos triatletas com os valores médios registados por 
ciclistas contra-relogistas de elevada performance 
[16]. 
A substantivar, salienta-se a significativa cor-
relação entrea massa corporaldos triatletas e os 
valores de potência máxima (r = 0,57, p = 0,05) 
e potência média (r = 0,59, p = 0,4), obtidos na 
avaliação da capacidade anaeróbia em cicloergô-
metro, corroborando a influência deste indicador 
antropométrico na performance do WingateTest 
[17]. 
O valor médio registrado na estatura corporal 
encontra-se ligeiramente inferior ao reportado por 
estudos similares com triatletas de elite [3,6,7]. 
Evidências apresentadas em estudos com tria-
tletas parecem demonstrar a vantagem de uma 
maior estatura corporal quando da realização de 
esforços de modalidades cíclicas como a natação 
e a corrida [18]. 
Neste sentido, e nas provas de triathlon em 
particular, ao adotarmos como constante a apli-
cação das forças, os segmentos corporais maiores 
permitem uma maior amplitude dos movimen-
tos, reduzindo no segmentoa frequência gestual 
para uma determinada velocidade, fato que 
resulta numa maior economia de esforço para 
os respectivos valores de consumo de oxigénio e 
concentração de lactato sanguíneo [19].
Em conformidade com o postulado pelos 
referidos autores, uma elevada frequência gestual 
implica num aumento mais pronunciado das 
concentrações de lactato, evidenciando, desta 
forma, a importância de retardar os efeitos da 
fadiga através de uma maior eficiência motora 
atribuída a vantagem antropométrica do atleta.
Adicionalmente, a contribuição de um maior 
segmento corporal representa um importante 
fator intrínseco na economia de movimento, o 
qual se traduz numa vantagem hidrodinâmica em 
nadadores, onde uma elevada razão envergadura/
altura e elevada razão diâmetro bi-acromial/diâ-
metro bi-cristal constitui um menor coeficiente 
de arrasto, optimizando a performance na natação 
[6]. 
De acordo com swain [8], um atleta de esta-
tura superior possui uma vantagem nas provas de 
potência, podendo beneficiar-se da utilização de 
desmultiplicações mais elevadas a altas rotações 
no ciclismo, embora dada a sua maior superfície 
corporal, acresça a sua respectiva resistência ao 
deslocamento. Os reduzidos valores de percenta-
gem da gordura corporal registrados no presente 
estudo corroboram os valores encontrados em 
triatletas internacionais de elevada prestação 
[6,7,15,18], valorizando funcionalmente o poder 
diferenciador deste indicador antropométrico em 
atletas de esforços prolongados.
Uma elevada percentagem de gordura cor-
poral resulta no aumento do isolamento térmico 
corporal do atleta, implicando num aumento da 
temperatura interna, o que resulta numa resposta 
hemodinâmicade forma a desviar um maior fluxo 
para a superfície cutânea, reduzindo a perfusão 
sanguínea para o tecido ativo e consequente 
redução da performance aeróbia [18].
Face aos dados registrados na avaliação da im-pulsão vertical dos triatletas e tendo por referência 
os valores obtidos com atletas das respectivas 
modalidades singulares, observa-se que os valores 
médios dos saltos sCM e sE são inferiores aos 
encontrados em corredores de meio-fundo curto 
(38,3 ± 5,2 cm e 36,0 ± 3,6 cm, respectivamen-
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201380
te) sendo, no entanto, mais elevados quando 
comparados com atletas de elite das provas de 
meio-fundo longo (27,6 ± 2,7 cm e 25,7 ± 2,7 
cm, respectivamente).
Estes resultados nos permitem sugerir que os 
triatletas podem possuir valores superiores aos 
atletas do meio-fundo longo em resposta a exi-
gência imposta pelo treino de ciclismo que, sendo 
um exercício concêntrico na sua totalidade, requer 
constantes alterações nos padrões de recrutamento 
das fibras musculares, o que provavelmente resulta 
numa maior solicitação das fibras musculares de 
contracção rápida. Nesta perspectiva, Komi et al. 
[20] referem que corredores das provas de meio-
-fundo curto apresentam uma maior percentagem 
de fibras de contracção rápida (47,8%) compa-
rativamente aos corredores do meio-fundo longo 
(34.6%). Adicionalmente, a avaliação da força 
explosiva pode também ser estudada através do 
chamado índice de elasticidade (Δh) que resulta 
da diferença encontrada a partir dos valores ob-
tidos no sCM e sE, o qual nos permite conhecer 
o potencial elástico dos músculos. 
Os dados registados pelos triatletas nos 
respectivos saltos evidenciam um valor de Δh 
baixo (0.3), podendo este dever-se a uma pos-
sível deterioração dos níveis de força muscular 
em consequência da especialização competitiva, 
centrada nas sucessivas cargas de treinode corrida 
contínua em regime aeróbio que, pela sua duração 
e periodicidade, reflecte-se na diminuição signi-
ficativa das qualidades contráteis explosivas das 
fibras musculares [21].
Em sintonia com o resultado de estudos an-
teriores [22], em que foi avaliada a contribuição 
dos diferentes segmentos corporais na elevação 
do centro de gravidade do corpo humano, foi 
evidenciada no presente estudo uma correlação 
moderada (r = 0,587, p = 0,045) entre os valores 
registados do salto sCM e o torque máximo 
concêntrico da articulação do joelho à velocidade 
de 90º/s. A referida correlação parece justificar-se 
no fato do movimento de extensão da articulação 
do joelho contribuir com 56% da velocidade do 
salto, influenciando de forma significativa o seu 
desempenho [22]. 
A análise atinente à avaliação da capacidade 
anaeróbia lática, mensurada em cicloergômetro 
(Wingatetest), permite a constatação de uma simi-
litude nos registos das potências máxima e média 
pelos presentes triatletas quando comparados com 
triatletas competitivos internacionais [23-25].
Foram encontradas correlações significativas 
entre o valor registrado da potência média rela-
tiva à massa corporal dos triatletas e os valores 
referentes aos torques máximos concêntricos da 
articulação do joelho às velocidades angulares de 
90º/s (r = 0,683, p = 0,014) e 360º/s (r = 0,622, 
p = 0,031), corroborando assim os resultados 
obtidos em estudos similares com atletas de outras 
modalidades desportivas [26,27].
A literatura mostra-se concordante no que 
respeita a possibilidade acrescida de uma irregula-
ridade muscular e consequente aumento do risco 
de lesões articulares, musculares e tendinosas, 
quando mensuradas diferenças bilaterais de força 
muscular superiores a 15% [28,29]. 
Pese embora uma leitura de valores que 
possam realçar o caráter bilateral na presente 
amostra, não se vislumbrou a constatação de 
diferenças estatisticamente significativas, estando 
os resultados obtidos inseridos nos valores de 
referência sugeridos pelos autores. Neste sentido, 
importa considerar que as diferenças bilaterais da 
força muscular assim como a relação I/Q estão 
relacionadas com as exigências particulares dos 
respectivos desportos, podendo o padrão motor 
de uma determinada modalidade exercer uma 
influência relevante no perfil funcional do atleta 
[29]. Relativamente à razão I/Q, mensurada as 
velocidades angulares de 90°/s e 360º/s,salienta-se 
que os valores registados encontram-se em conso-
nância com os valores de referênciacontemplados 
na literatura [29].
No âmbitoda avaliação da potência máxima 
aeróbia (VO2max) realizada em ergómetro (tapete 
rolante), o valor médio obtido pelos triatletas 
(64,9 ± 7,7 ml/kg/min) corrobora os resultados 
de triatletas internacionais masculinos compe-
titivos[30-32], embora se mostre inferior aos 
valores médios encontrados em triatletas de elite 
de provas olímpicas [7,33,34]. 
O VO2max constitui um importante pre-
ditor da performance em provas de corrida, 
apresentando uma elevada correlação com o 
tempo final em provas de triathlon [2,4,7,18]. 
Todavia, no que concerne à performance em 
esforços prolongados, os indicadores respirató-
81Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013
rios, circulatórios e metabólicos,determinados 
a intensidades submáximas, mostram-se mais 
sensíveis, reforçando assim o limiar anaeróbio 
como um critério mais consistente na avaliação 
da resistência de média e longa duração [35,36]. 
A consubstanciar este papel de preditor da 
performance, estudos realizados com triatletas 
e corredores fundistas de elite revelaram ele-
vadas correlações entre o limiar anaeróbio e a 
prestação competitiva [30,37,38]. 
O limiar anaeróbio ventilatório (lanvent), 
mensurado emtermos percentuaisdo VO2max, 
registrou um valor médio de 85,4%, reforçando 
os dados encontrados em estudos anteriores 
realizados com triatletas e corredores de elite de 
diferentes distâncias [39-42]. Em linha de conver-
gência, refere-se que a uma intensidade de esforço 
entre 80-88% VO2max, atletas que possuem limiar 
anaeróbio inferior deplecionam uma maior taxa 
de glicogénio muscular, o que se traduz numa 
concentração de lactato duas vezes superior a ve-
rificada em atletas com um registo de steady-state 
do lactato mais elevado [43].
Todavia, perante o fenómeno conflitual da 
determinação do limiar anaeróbio pelo método 
ventilatório, é provável que a comparação dos 
nossos resultados com outros estudos que avalia-
ram o respectivo indicador em triatletas, apresente 
limitações devido ao fato de terem sido adotadas 
diferentes metodologias para sua determinação. 
Destarte, os pressupostos de determinação do 
ponto de inflexão do rácio VE/VO2 e respectivo 
protocolo de determinação do lanvent, a perfor-
mance durante o segmento da corrida é provavel-
mente o fator de maior importância no sucesso 
de uma prova de triathlon, sendo a sua correlação 
com o tempo total de prova significativamente 
elevada [7].
Conclusão
O presente estudo assevera a homogeneidade 
dos resultados relativos às variáveis antropomé-
tricas e fisiológicas entre triatletas portugueses 
e atletas internacionais de triathlon e das res-
pectivas modalidades singulares referenciados 
na literatura, apesarde a capacidade de força 
explosiva,evidenciada nos saltos sE e sCM, 
mostrar-se reduzida. Os triatletas revelaram di-
ferenças bilaterais e desequilíbrios na razão I/Q 
na avaliação dos parâmetros isocinéticos da força 
muscular nos membros inferiores, embora este-
jam os respectivos valores inseridos nos critérios 
considerados adequados.
Referências
1. Neumayr g, Pfister R, Mitterbauer g, H, Joanidis 
M, Hoertnage H. short-term effects of prolonged 
strenuous endurance exercise on the level of hae-
matocrit in amateur cyclist. International J sports 
Med 2002;23:158-61.
2. Basset FA, Boulay MR. specificity of treadmill 
and cycle ergometer tests in triathletes, runners 
and cyclists. EurJ ApplPhysiol 2003;81:214-21.
3. Bentley DJ, McNughton lR, lamyman R, Ro-
berts sP. Theeffects of prior incremental cycle 
exercise on the physiological responses during 
incremental running to exhaustion: relevant 
for sprint triathlon performance. J sports sci 
2003;21:29-38.
4. Hue O. Prediction of drafted-triathlon race time 
from submaximal laboratory testing in elite tria-
thletes. Can J Appl Physiol 2003;28(4):547-60.
5. Palazzetti s, Margaritis I, guezennec, CY. swim-
ming and cycling overload training in triathlon has 
no effect on running kinematics and economy. Int 
J sports Med 2005;26:193-9.
6. Ackland TR, Blanksby B, landers, g, smith D. 
Anthropometric profiles of elite triathlete. J sci 
Med sport 1998;1:53-6.
7. landers g, Blanksby B, Ackland TR, smith 
D. Morphology and performance of world 
championship triathletes. Ann Hum Biol 
2000;27(4):387-400.
8. swain D. The influence of body mass in endurance 
bicycling. Med sci sportExerc 1994;26(1):58-63.
9. Bogdanis g, Nevill M, Bobis l, Hacomy H. 
Contribution of phosphocreatine and aerobic 
metabolism to energy supply during repeated 
sprint exercise. J ApplPhysiol 1996;80(3):876-
84.
10. Driss T, Vandewalle H, Quivre J, Miller C, Monod 
H. Effects of external loading on power in a squat 
jump on a force platform: a comparison between 
strength and power athletes and sedentary indivi-
duals. J sports sci 2001;19(2): 99-105.
11. Kellis E. Quantification of quadriceps and 
hamstrings antagonist activity. sports Med 
1998;25(1):37-62
12. Aagaard Ps, simonsen E, Magnusson s, larsson 
B, Dyhre-Poulsen P. A new concept for isokinetic 
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201382
hamstring/quadriceps muscle strength ratio. Ame-
rican J sports Med 1998;26(2):231-7.
13. Bosco C, luhtanen P, Kpmi P. A simple method 
measurement of mechanical power in jumping. 
Eur J Applied Physiol 1983;50:273-82.
14. Billat V, Renoux J, Pinoteau J, Petit B, Koral-
sztein. Times to exhaustionat 100% of velocity at 
VO2max and modeling of the time-limit/velocity 
relationship in elite long distance runners. Eur J 
Appl Physiol 1994c;69:271-3.
15. Millet P, Dréano P, Bentley. Physiological charac-
teristics of elite short and long distance triathletes. 
J Appl Physiol 2003;88:427-30.
16. lucia A, Joyos H, Chicharro J. Physiological 
responses to professional road cycling: climbersvs 
time trialists. Int J sports Med 2000;21:505-12.
17. Uçok K, gokbel H, Okudan N. The load for 
wingate test: according to the body weight or 
lean body mass. Eur J gen Med 2005;2(1):10-13.
18. sleivert g, Rowlands, s. Physical and physiological 
factors associated with success in the triathlon. 
sports Med 1996;22(1):58-63.
19. Titel K, Wutscherk H. Anatomical and anthropo-
metric fundamentals of endurance. In: shephard 
RJ, Astrand PO. Endurance in sports. london: 
Blackwell; 1992.p. 35-45.
20. Komi P, Bosco C. Utilization of stored elastic 
energy in leg extensor muscles by man and women. 
Med sci sports 1978;10(4):261-5.
21. Ono M, Miyashita M, Asami T. Inhibitory effect 
of long distance running training on the vertical 
jump and other performances among aged males. 
In:Komi PV editor. Biomechanics V. Baltimore: 
MD University Park; 1976.
22. luhtanen P, Komi PV. segmental contribution 
to forces in vertical jump. Eur J ApplPhysiol 
1978;38:181-8.
23. Peveler W, Bishop P, smith J, Richardson M. 
Effects of training in aero position on anaerobic 
power output. J Exerc Physiol 2004;7(5):52-6.
24. Too D. The effect of trunk angle on power 
production in cycling. Res Q Exerc sport 
1997;65(4):308-15.
25. Heil DP, Derrick TK, Whitlesey s. The rela-
tionship between preferred and optimal positio-
ning during submaximal cycle ergometry. Eur J 
Appl Physiol Occup Physiol 1997;75(2):160-5.
26. Koninckx E, leemputte M, Hespel P. Effect of 
isocinetic cycling vs weight training on maximal 
power output and endurance performance in 
cycling. Eur J Appl Physiol 2010;109(4):699-708. 
27. garrandes F, Colson s, Pensini M, seynnes O, 
legros P. Neuromuscular fatigue profile in endu-
rance-trained and power-trained athletes. Med sci 
sports Exerc 2007;39(1):149-58.
28. Aagaard P, simonsen EB, Beyer N, larsson B, 
Magnusson sP. A new concept of isokinetic ha-
mstring/quadriceps muscle strength ratio. Am J 
sports Med 1998;26(2):231-7.
29. Brown l. Isokinetics in human performance. 
Champaign: Human Kinetics; 2000.
30. Denadai Bs, Piçarro I, Russo. Consumo máximo 
de oxigénio e limiar anaeróbio determinados em 
testes de esforço máximo, na esteira rolante, bici-
cleta ergométrica e ergómetro de braço, em triatle-
tas brasileiros. Rev Paul Educ Fís 1994;8(1):49-57.
31. laursen PB, Rhodes C. Factors affecting perfor-
mance in an ultra-endurance triathlon. sports Med 
2001;31(3):195-209.
32. Vercruyssen F, Brisswalter J, Hausswirth C, Ber-
nard O, Vallier JC. Influence of cycling cadence 
on subsequent running performance in triathletes. 
Med sci sports Exerc 2002;34(3):530-6.
33. sleivert g, Rowlands D. Physical and physiological 
factors associated with success in the triathlon. 
sports Med 1996;22(1):8-18.
34. Hue O. Prediction of drafted-triathlon race time 
from submaximal laboratory testing in elite tria-
thletes. Can J Appl Physiol 2003;28(4):547-60.
35. Heck H, Mader A, Hess g, Muller R, Hollmann 
W. Justification of the 4 mmol/l lactate Threshold. 
Int J sports Med 1985;6:117-30.
36. Pate RR, Macera CA, Bailey sP. Physiological, 
anthropometric and training correlates of running 
economy. Med sci sports Exerc 1992;24:1128-33.
37. Jones A, Doust J. The validity of the lactate mini-
mum test for determination of the maximal lactate 
steady state. Med sci sports Exerc 1998;1299-306.
38. Hausswirth C, lehénaff D. Physiological demands 
of running during long distance runs and tria-
thlons. sports Med 2001;31(9):679-89.
39. De Vito g, sproviero E, Figura F. Decrease of 
endurance performance during Olympic triathlon. 
Int J sports Med 1995;16:24-28.
40. Kumagai s, Nishizumi M, Tanaka K. lactate 
threshold and distance running performance. J 
Human Ergology 1987;58(4):1281-4.
41. Billat V, Mille-Hamard l, Koralsztein J. The role 
of cadence on the VO2max slow component 
in cycling and running triathletes. Int J sports 
Med1999; 20:429-37.
42. Nicholson R, sleivert g. Indices of lactate threshold 
and their relationship with 10km running velocity. 
Med sci sports Exerc 2001;33(2):339-42.
43. Brooks gA. Anaerobic threshold: review of the 
concept and directions for future research. Med 
sci sports Exerc 1985;17:6-21.
83Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013
ARTIGO ORIGINAL
Correlação entre comprimento e índice 
do arco do pé com entorse de tornozelo
Correlation between length and foot arch 
index with ankle sprain
Aline Corrêa Bisognin, Ft.*, Cecília Matilde Padilha Matos, Ft.*, guilherme Maccarini, Ft.*, 
Rodrigo Junior Becker Cornelli, Ft.*, Viviane Bordin Missio, Ft.*, Andersom Ricardo Fréz, M.sc.**, 
Alberito Rodrigo de Carvalho, M.sc.***, gladson Ricardo Flor Bertolini, D.sc.****
*Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Cascavel, PR, **Docente do curso de Fisiote-
rapia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), ***Docente do Curso de Fisioterapia 
da UNIOESTE, ****Docente do Curso de Fisioterapia e do Mestrado em Biociências e Saúde da UNIO-
ESTE
Resumo 
Os objetivos do estudo foram: verificar a associa-
ção entre história de entorse do tornozelo e o índice 
do arco; correlacionar a altura do indivíduo com o 
índice do arco em pés com entorse; e correlacionar o 
comprimento do pé com o índice do arco. Trata-se de 
um estudo transversal, com 76 voluntárias, entre 17 
e 30 anos. Foi avaliada a pegada, realizando um passo 
sobre o Plantígrafo. Após a impressão da pegada, fo-
ram marcadas quatrolinhas, duas longitudinais e duas 
transversais, pelas quais foram considerados: tipo de 
arco plantar, índice do arco e comprimento do pé. Não 
houve associação entre história de entorse de tornozelo 
com o índice do arco, entre altura do indivíduo com 
o índice do arco, e entre o comprimento do pé com 
o índice do arco.
Palavras-chave: pé, tornozelo, antropometria.
Abstract
This is a cross-sectional study aiming at verifying 
the association between ankle sprain history and arch 
index; to correlate individual’s height with the arch 
index in feet with sprain; and to correlate the foot 
length with the arch index. The sample included 76 
subjects, female, aged between 17 and 30 years. The 
volunteers performed a step on the plantigraphy, 
aiming to replicate the footprint. Measurements were 
taken in the footprints, four lines were marked, two 
longitudinal and two transverse and were considered 
type of arch, arch index and foot length. There was no 
association between history of ankle sprain with arch 
index, individual’s height with arch index and foot 
length with arch index.
Key-words: foot, ankle, anthropometry.
Recebido em 7 de novembro de 2012; aceito em 4 de fevereiro de 2013. 
Endereço para correspondência: Gladson Ricardo Flor Bertolini, Rua Universitária, 2069, Jd 
Universitário, 85819-110 Cascavel PR, E-mail: gladson_ricardo@yahoo.com.br 
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201384
Introdução
Entre as lesões que acometem o complexo do 
tornozelo e pé, a entorse de tornozelo é uma das 
mais frequentemente encontradas na população 
ativa, e está intimamente relacionada às atividades 
desportivas [1]. Esta lesão caracteriza-se pelo esti-
ramento e/ou ruptura ligamentar e afrouxamento 
capsular, desencadeando, assim, uma instabilidade 
articular. Além destas, também pode ocorrer lesão 
nos músculos fibulares curto e longo [2]. 
Como o pé é a plataforma, ou alicerce, sobre 
o qual o corpo repousa durante o andar e a pos-
tura estática, é razoável supor que disfunções no 
pé terão um profundo efeito em todo o sistema 
musculoesquelético [3], sugerindo uma possível 
correlação entre o tipo de pé e a prevalência de 
lesões [4].
Assim, entender as características anatômicas 
do pé mostradas na posição bípede estática e 
durante a marcha é pré-requisito para um bom 
atendimento a pacientes com lesões musculoes-
queléticas. Apesar da análise computadorizada 
da marcha prover um grande número de dados 
e ser usada em muitas clínicas e pesquisas, ela é 
frequentemente limitada devido ao alto custo. 
Em resposta a essas limitações, a análise da pegada 
representa uma forma simples e de baixo custo 
para análise da marcha bípede [5].
Uma opção utilizada é a plantigrafia, que 
registra as pressões exercidas pelos pés, individu-
almente, durante a realização de descarga de peso 
unipodal e estática. É realizada com o pé descalço 
sobre o aparelho referido, proporcionando visu-
alizar possíveis alterações de apoio plantar dos 
indivíduos. As impressões plantares permitem 
observar a descarga de peso do pé, dividindo nas 
três regiões: antepé, mediopé e retropé. Além 
disso, a partir dessa impressão é possível calcular 
o comprimento do pé e o índice do arco. O últi-
mo corresponde à área plantar, dividida em três 
partes iguais no eixo longitudinal. Assim, o índice 
do arco é a razão entre a área do terço médio e a 
área total, sendo que valores maiores indicam pés 
mais planos e valores menores, pés cavos [6,7].
Neste contexto, o objetivo do estudo foi: a) 
verificar a associação entre história de entorse do 
tornozelo e o índice do arco; b) correlacionar a 
altura do indivíduo com o índice do arco em pés 
com entorse; e c) correlacionar o comprimento 
do pé com o índice do arco.
Material e métodos
Este estudo foi caracterizado como estudo 
observacional, transversal. Após a aprovação do 
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade 
Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), aca-
dêmicas do curso de Fisioterapia da Unioeste 
foram informadas sobre o objetivo da pesquisa 
e as que concordaram em participar assinaram 
o Termo de Consentimento livre e Esclarecido. 
Foram excluídas as acadêmicas com história de 
trauma agudo no membro inferior, história de 
entorse de tornozelo há mais de cinco anos, ou 
desconhecimento sobre a história da lesão. Assim, 
a amostra foi composta por 76 acadêmicas, com 
idade entre 17 e 30 anos.
Inicialmente a participante respondeu um 
questionário, elaborado pelos próprios pesquisa-
dores, contendo dados pessoais e relacionados à 
história de entorse. Após, foi realizada a plantigra-
fia, utilizando um Plantígrafo da marca Podaly®. 
Para esta avaliação a voluntária realizava um passo 
com os pés descalços sobre o instrumento, sendo 
avaliado um pé de cada vez, cujo objetivo foi 
reproduzir a pegada, a qual ficava impressa em 
uma folha branca.
Terminada a coleta, foram realizadas as me-
dições nas pegadas impressas pelo Plantígrafo. As 
medições foram realizadas por um único avaliador, 
utilizando uma régua de 30 cm e lapiseira 0,5 mm. 
Foram marcadas quatro linhas, duas longitudinais 
e duas transversais (Figura 1). Para demarcar o 
comprimento do pé foi medida a distância entre o 
ponto mais proeminente do calcanhar até o ponto 
mais proeminente do dedo mais longo, seguindo a 
orientação do eixo longitudinal do pé (linha A) [8]. 
Para classificar os tipos de arco plantar foi traçada 
uma reta horizontal na metade do istmo plantar 
(linha C) e outra reta, também horizontal, coin-
cidindo com a metade da impressão do calcâneo 
(linha B). Foi dividida, então, a primeira reta pela 
segunda reta, estabelecendo-se o índice do arco. 
Para os valores entre 0,3 e 1 cm, os pés foram 
considerados normais; para os superiores a 1 cm 
os pés foram classificados como planos; e para os 
inferiores a 0,3 cm, os pés foram considerados cavos 
85Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013
[9] . Para padronizar os locais exatos de demarcação 
do istmo plantar e da metade da impressão do cal-
câneo, foi traçada uma reta longitudinal no sentido 
ântero-posterior da impressão plantar (linha D). 
A primeira reta foi então traçada exatamente na 
metade da última reta, e a segunda reta coincidiu 
com 1/6 da última [10].
Figura 1 - Plantigrafia do pé, com as linhas traçadas 
para determinar o comprimento do pé e o índice do 
arco; comprimento do pé no eixo longitudinal (linha 
A). Linhas utilizadas para o cálculo do tipo de arco 
plantar: reta horizontal na metade do istmo plantar 
(linha C); reta horizontal coincidindo com a metade 
da impressão do calcâneo (linha B); reta longitudinal 
no sentido ântero-posterior da impressão plantar utili-
zada como referência para a demarcação do istmo (D).
Para o tratamento estatístico foi utilizado o 
software graphPad Prism 5.0. Para avaliar a normali-
dade dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov-
-smirnov. Além da estatística descritiva na forma de 
médias e desvios-padrão, foi aplicada a estatística 
inferencial para verificar diferenças entre o compri-
mento e índice do arco dentro e entre os grupos, 
respectivamente com o teste t de Student pareado 
e não pareado. Em todos os casos a significância 
estatística adotada foi de 5%.
Também foi determinada a correlação com 
o uso do teste de correlação de Pearson (r) em 
intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Como 
parâmetro de interpretação da força da correlação 
foi utilizado o seguinte escore: correlação perfeita 
(r = 1), correlação forte (valor de r entre 0,75 e 
0,99), correlação média (valor de r entre 0,5 e 
0,74), correlação fraca (r < 0,5 e ≠ 0) e correlação 
inexistente (r = 0).
Resultados
Os dados que caracterizam a amostra estão 
expostos na Tabela I.
Pela análise estatística verificou-seque não 
houve associação entre história de entorse de 
tornozelo com o índice do arco, visto que para o 
grupo com história de lesão a média do índice do 
arco foi de 0,60 ± 0,2 e para o grupo sem lesão a 
média foi de 0,63 ± 0,2 para o pé direito e 0,63 
± 0,2 para o pé esquerdo. 
Com relação ao índice do arco, no grupo sem 
lesão oito pés foram classificados como planos, seis 
como cavos e 98 como normais. No grupo com 
entorse dois pés foram classificados como planos, 
dois como cavos e 36 como pés normais.
Verificou-se que não existe correlação signifi-
cativa entre o comprimento do pé com o índice 
do arco (p > 0,05) e entre a altura do indivíduo 
com o índice do arco (p > 0,05).
Discussão
Na literatura há vários relatos de entorse de 
tornozelo em atletas, constituindo cerca de 25% 
das lesões que ocorrem em esportes que envolvem 
corridas e saltos [1]. Porém, com indivíduos se-
dentários essas pesquisas são escassas. Neste estudo 
objetivou-se estabelecer relação entre história de 
entorse do tornozelo e o índice do arco; correlacio-
Tabela I - Caracterização da amostra.
Idade Altura
Número 
do calça-
do
Comprimento do pé Índice do arco
Direito Esquerdo Direito Esquerdo
Com lesão 
(n = 40 pés)
21,40 ± 
2,3
1,64 ± 
0,05
36,35 ± 
1,04
23,37 ± 
0,9
23,66 ± 
0,8
0,60 ± 0,2 0,58 ± 0,2
Sem lesão 
(n = 112 pés)
20,59 ± 
2,0
1,64 ± 
0,06
36,45 ± 
1,1
23,13 ± 
1,0
23,21 ± 
0,9
0,63 ± 0,2 0,63 ± 0,2
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201386
pois em crianças obesas observa-se que o arco 
longitudinal medial forma-se mais tardiamente 
[14]. situação que também pode ser observada 
em idosos obesos, os quais apresentam uma rela-
ção inversamente proporcional entre o índice de 
massa corpórea e a altura do arco plantar [15]. 
No presente estudo, utilizou-se o cálculo do 
índice do arco para determinar os tipos de pés e 
não foi encontrada correlação entre este índice e 
o comprimento do pé.
Conclusão
Devido à escassez de estudos referentes à plan-
tigrafia, correlações com o índice do pé e compri-
mento do pé houve dificuldade em comparar os 
resultados desta pesquisa. Em suma, conclui-se 
que não houve associação entre história de entorse 
do tornozelo com o índice do arco. Também não 
houve correlação do comprimento do pé com o 
índice do arco, nem da altura dos indivíduos com 
o índice do arco em pés com entorse.
Referências 
1. Beirão ME, Marques TAR. Estudo dos fatores 
desencadeantes do entorse do tornozelo em jo-
gadores de futebol e elaboração de um programa 
de fisioterapia preventiva. Rev Pesq Ext saúde 
2007;3(1):1-7.
2. Pacheco AM, Vaz MA, Pacheco I. Avaliação do 
tempo de resposta eletromiográfica em atletas de 
voleibol e não atletas que sofreram entorse de tor-
nozelo. Rev Bras Med Esporte 2005;11(6):325-30. 
3. Curran sA, Upton D, learmonth ID. Dynamic 
and static footprints: comparative calculations 
for angle and base of gait. Foot 2005;15(1):40-6.
4. Castro AP, Rebelatto JR, Aurichio TR. A relação 
do ângulo da articulação metatarsofalangeana e de 
medidas antropométricas com a postura dos pés 
de idosos. Rev Bras Fisioter 2009;13(1):59-64.
5. Oliveira AP, Otowicz I. Análise do apoio dos 
pés no chão e a sua correlação com as disfunções 
biomecânicas da articulação ílio-sacra. Ter Man 
2004;2(3):122-7.
6. Ribeiro AP, Trombini sF, Iunes DH, Monte-Raso 
VV. Confiabilidade inter e intra-examinador da 
fotopodometria e intra-examinador da fotopodos-
copia. Rev Bras Fisioter 2006;10(4):435-9.
7. Hernandez AJ, Kimura lK, laraya MHF, Fávaro 
E. Cálculo do índice do arco plantar de staheli e 
nar o comprimento do pé com o índice do arco; 
e ainda correlacionar a altura do indivíduo com 
o índice do arco em pés com entorse. Entretan-
to, os resultados não demonstraram correlações 
significativas entre as variáveis. 
Uma pesquisa com 50 atletas de futsal do sexo 
masculino, cujo objetivo foi verificar a relação 
entre as alterações posturais e as lesões do apare-
lho locomotor decorrentes da prática do futsal, 
a entorse de tornozelo foi a lesão mais frequente 
(13%), além de serem observados um grande 
número de pés planos [10]. Diferentemente, no 
presente estudo não foi encontrada associação 
entre história de entorse de tornozelo com o 
índice do arco.
Para análise da prevalência de pés cavos, planos 
e normais foi utilizado o cálculo do índice do arco. 
Utilizando este método, um estudo [11] verificou 
o índice do arco como preditor do pé plano em 
pés sem doenças, em 1000 sujeitos da Tanzânia e 
em 1000 do Quênia, nos quais foram encontrados 
respectivamente 20,3% e 42,3% de pés planos. 
Neste estudo foi observada uma prevalência bem 
menor, com apenas 6,57% de pés planos. 
Em outro estudo [12] foram avaliados 1040 
indivíduos, de 18 a 30 anos. Foram correlaciona-
das as medidas retiradas da pegada e do contorno 
dos pés com a altura do indivíduo. Os resultados 
indicaram que é possível estimar a estatura a 
partir dessas medidas, porém esse valor sempre 
difere alguns centímetros da altura real. Já neste 
estudo procurou-se relacionar o índice do arco 
com a altura, para verificar se o tipo de pé, dado 
pelo índice do arco, correlacionava-se com a al-
tura e com a prevalência de entorse, mas não foi 
encontrada correlação.
Outra forma de avaliar o tipo do pé é pelo ín-
dice de contato, o qual foi utilizado em um estudo 
com objetivo de entender melhor a evolução etária 
do arco plantar, analisando o crescimento do pé, 
segundo as impressões plantares de 637 sujeitos 
saudáveis, de ambos os sexos, entre zero e 15 anos 
de idade. Foi observado que as curvas para o sexo 
masculino e feminino foram semelhantes até os 
12 anos de idade. A partir daí, o comprimento 
da impressão plantar estabilizou-se na mulher, e 
no homem sofreu um pico dos 13 aos 14 anos 
[13]. Entretanto, essa evolução etária do arco 
plantar pode sofrer a influência da obesidade, 
87Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013
a prevalência de pés planos: estudo em 100 crian-
ças entre 5 e 9 anos de idade. Acta Ortop Bras 
2007;15(2):68-71.
8. Atamturk D, Duyar I. Age-related factors in the 
relationship between foot measurements and 
living stature and body weight. J Forensic sci 
2008;53(6):1296-300.
9. staheli lT, Chew DD, Corbett MT. The longitu-
dinal arch. J Bone Joint surg 1987;69(3):426-8.
10. Ribeiro CZP, Akashi PMH, sacco ICN, Pedrinelli 
A. Relação entre alterações posturais e lesões do 
aparelho locomotor em atletas de futebol de salão. 
Rev Bras Med Esporte 2003;9(2):91-7.
11. Igbigbi Ps, Msamati BC, shariff MB. Arch index 
as a predictor of pes planus: a comparative study of 
indigenous kenyans and tanzanians. J Am Podiatr 
Med Assoc 2005;95(3):273-6
12. Krishan K. Estimation of stature from footprint 
and foot outline dimensions in gujjars of North 
India. Forensic sci Int 2008;175(2-3): 93-101.
13. Volpon JB. O pé em crescimento, segun-
do as impressões plantares. Rev Bras Ortop 
1993;28(4):219-23.
14. souza Ps, João sMA, sacco ICN. Caracterização 
do arco longitudinal plantar de crianças obesas por 
meio de índices da impressão plantar. Rev Bras 
Crescimento Desenvolv Hum 2007;17(1):76-83.
15. sacco ICN, Bacarin TA, Watari R, suda EY, Ca-
nettieri Mg, souza lC, Oliveira MF, santos s. 
Envelhecimento, atividade física, massa corporal 
e arco plantar longitudinal influenciam no equi-
líbrio funcional de idosos? Rev Bras Educ Fís Esp 
2008;22(3):382-7.
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201388
ARTIGO ORIGINAL
Artes marciais: a caracterização das lesões 
em praticantes de Jiu-Jitsu e Muay Thai
Martial arts: lesions characterization of participants of 
Jiu-Jitsu and MuayThai training
Denilson de Queiroz Cerdeira, Ft., M.sc.*, Thaís Teles Veras Nunes, Ft. M.sc.**, Francilena Ribeiro 
Bessa, Ft., M.sc.***, Mariza Maria Alves Barbosa, Ft., M.sc.****, Alain Oliveira dos santos, Ft.*****
*Orientador, Docente dos Cursos de Fisioterapia, Psicologia e Odontologia da Faculdade Católica Rainha 
do Sertão (FCRS) e Fisioterapia do Instituto Superior de Teologia Aplicada (INTA), **Co-orientadora, 
Docente do curso de Fisioterapia da Faculdade Católica Rainha do Sertão (FCRS) e do Instituto Supe-
rior de Teologia Aplicada (INTA), ***Docente do curso de Fisioterapia da Faculdade Católica Rainha do 
Sertão (FCRS), ****Docente do curso de Fisioterapia da Faculdade Católica Rainha do Sertão (FCRS), 
*****Faculdade Católica Rainha do Sertão (FCRS)
Resumo
Este estudo objetivou conhecer as lesões musculo-
esqueléticas dos praticantes de Jui-Jitsu e Muay-Thai, 
através da avaliação fisioterapêutica, traçando o perfil 
sociodemográfico. Tratou-se de uma pesquisa explora-
tória, transversal e quantitativa realizada nos meses de 
agosto a outubro de 2012, na Hot line Top Academia 
em Quixadá/CE, com amostragem de 34 praticantes, 
sendo 19 do Jiu-Jitsu e 15 do Muay-Thai. Apresentou 
como resultados: 55,88% eram praticantes de Jiu-Jitsu 
e do gênero masculino e 44,11% de Muay-Thai, de 
ambos os gêneros. Ao exame físico, a inspeção revelou 
alterações ósseas em 5,88% dos praticantes de Jiu-Jitsu 
e 2,94% do Muay-Thai, a palpação mostrou que a dor 
foi o achado mais presente, assim como na mobiliza-
ção. O local mais acometido por lesões foi o joelho 
(15,78% no Jiu-Jitsu e 10,52% no Muay-Thai). Pode-
-se concluir que estas modalidades são possivelmente 
lesivas e mostraram a necessidade de acompanhamento 
fisioterapêutico, para que sejam observadas as caracte-
rísticas peculiares das lesões, propiciando tratamentos e 
prevenções eficazes, visando diminuir os agravamentos 
advindos da falta de tratamento e garantir menores 
tempos de afastamento.
Palavras-chave: artes marciais, traumatismos em 
atletas, Fisioterapia.
Recebido em 20 de março de 2013; aceito em 10 de abril de 2013. 
Endereço de correspondência: Denilson de Queiroz Cerdeira, Rua Francisco Leandro, 1759 Casa 101- 
D, 60844-150 Fortaleza, CE, E-mail: denilsonqueiroz@hotmail.com
89Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013
Introdução
As artes marciais não são meros esportes de 
luta, trazendo conceitos que estão para além de 
agressão e prática física pura e simples. Dentre 
estes conceitos estão filosofias que guiam não só a 
conduta do artista marcial dentro das academias, 
como na vida pessoal, em diversos aspectos, visan-
do sempre à harmonia com os outros, evitando, 
sempre que possível, a violência [1,2].
surgiram no Mediterrâneo para, posterior-
mente, migrar ao oriente e lá se desenvolveram 
incorporando conceitos budistas aos movimentos 
corporais. Encontraram nos templos Shaolim, 
nas montanhas da China, o lugar perfeito para 
seu desenvolvimento inicial, pois as condições de 
vida naquele local requeriam de seus habitantes 
(em sua maioria monges) certas habilidades, que 
por ventura foram aprendidas através da criação 
e prática das artes marciais, como defesa contra 
saques, movimentos para manter a saúde corpórea 
e que ao mesmo tempo ajudassem na meditação. 
Contudo, não se torna nula a possibilidade de 
lesão dentro da prática, por mais pacíficas que 
possam ser suas filosofias [1,2].
O Jiu-Jitsu foi desenvolvido por samurais no 
Japão com o nome de Ju-Jutsu (lê-se jiu-jitsu) e 
este nome quer dizer “técnica suave”. Trata-se de 
uma arte marcial que utiliza agarrões, arremessos, 
estrangulamentos para render o adversário e é 
tida pelos praticantes como uma arte completa e 
muito eficiente [3].
No Brasil o Jiu-Jitsu se desenvolveu através da 
família gracie, que adaptou esta arte ao biótipo 
físico da família, possibilitando assim um maior 
equilíbrio nas lutas, visto que, após a adaptação 
um oponente com pouca força física pode vencer 
um adversário maior, bastando a este ter domínio 
sobre a técnica. Esta nova técnica saiu do Brasil e 
está conquistando seu espaço no cenário mundial 
[3-5].
O Muay-Thai, por sua vez se desenvolveu na 
Tailândia, quando os primeiros habitantes deste 
local, tendo emigrado da China, se apropriaram 
de movimentos do já conhecido Kung-fu chinês 
para poderem se defender de saqueadores e ou-
tros perigos. A técnica incorporou tradições da 
cultura do povo tailandês que pregam o respeito 
ao adversário, ao treinador e uma busca pela 
espiritualidade [6,7].
seus golpes diferem dos existentes no Jiu-Jitsu, 
pois são contundentes e constam de socos, chutes, 
cotoveladas, joelhadas, cabeçadas, porém, o risco 
de lesão nas competições e treinos eminentes é tão 
grande quanto no Jiu-Jitsu [3]. 
lesões desportivas estão presentes em prati-
camente todos os esportes, desde o nível amador 
até o profissional de alto rendimento, com os 
esportistas cada vez mais vigorosos [8]. Existe 
ainda uma dificuldade por parte dos estudiosos 
em classificá-las, uns mencionando que o atleta 
tem que se afastar dos treinos e competições 
por períodos de dias e outros estão focados nas 
repercussões sociais decorrentes da lesão. Enfim, 
Abstract
This study aimed at identifying musculoskeletal 
lesions of participants of a Jiu-Jitsu and Muay-Thai 
training program, using physical therapy assessment, 
and tracing sociodemographic profile. This was a quan-
titative, exploratory, cross-sectional research which was 
conducted from August to October 2012, in Hot line 
Top gym Quixadá/CE, with 34 participants, 19 from 
Jiu-Jitsu and 15 from Muay-Thai. The results were as 
follows: 55.88% of participants were male and fought 
Jiu-Jitsu and 44.11% of Muay-Thai participants inclu-
ded men and women. During physical examination, 
we observed that bone changes in 5.88% of Jiu-Jitsu 
participants and 2.94% of Muay-Thai, and palpation 
showed that pain was the most common complain, 
as well as in mobilization. The knee is the most com-
mon site of injury (15.78% in Jiu-Jitsu and 10, 52% 
in Muay-Thai). We concluded that these modalities 
of fights may cause lesions and that physical therapy 
follow-up is required, in order to observe the peculiar 
characteristics of these lesions, providing effective 
treatments and preventions, and reducing worsening 
in lesions due to lack of treatment and to reduce time 
out of training.
Key-words: martial arts, sports injuries, physical 
therapy.
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201390
é uma realidade nos esportes e necessita, nos dias 
de hoje, de rápida recuperação para que o atleta 
fique o menor tempo possível afastado dos treinos. 
Com isso o fisioterapeuta assume papel crucial no 
acompanhamento deste atleta, após e principal-
mente antes da lesão, trabalhando fortemente na 
prevenção e otimizando os resultados. 
Frente ao eminente risco de lesão demons-
trado por alguns estudos, o acompanhamento e 
caracterização dos atletas, na busca pela delineação 
do perfil epidemiológico se fazem necessários, o 
que justifica este estudo, visto que estas lesões 
podem prejudicar o desempenho do atleta em 
competições. Procura-se também obter dados 
que subsidiem intervenções preventivas e/ou re-
abilitadoras de maneira mais rápida e eficiente. O 
fisioterapeuta, de posse desses dados, tem o apoio 
necessário a uma correta conduta, eliminando as-
sim possíveis tratamentos que não sejam efetivos.
Além de saber quais os tipos de lesões que 
acometem os lutadores, este estudo procura 
os achados de uma modalidade e outra, o que 
evidenciará o tipo de intervenção adequado para 
cada esporte, condutas que possam permear am-
bos ou a necessidade de intervenções específicas 
para cada modalidade. Ainvestigação se tornou 
possível devido à disposição de tempo e facilidade 
de acesso do pesquisador ao campo da pesquisa, 
como também o baixo custo da pesquisa.
Material e métodos
Tratou-se de um estudo exploratório, transver-
sal e quantitativo, na Hot line Top Academia em 
Quixadá/CE, academia de referência na cidade de 
Quixadá e da região do sertão central do Ceará.
A população da pesquisa foi composta por 
34 praticantes, sendo 19 do Jiu-Jitsu e 15 do 
Muay-Thai, que realizavam a atividade esportiva 
no período de agosto a outubro de 2012. Os su-
jeitos da pesquisa foram os praticantes das duas 
modalidades de artes marciais escolhidas para o 
inquérito, que concordassem em participar da 
pesquisa, com idade maior que 18 anos, de ambos 
os sexos, não importando o estado civil, profissão 
e que estivessem praticando tais modalidades por 
mais de três meses. Foram excluídos da pesquisa os 
participantes que praticavam outras modalidades 
de artes marciais existentes na instituição escolhi-
da e também os praticantes que não se encaixaram 
no perfil da pesquisa científica.
A entrada na instituição passou pela admi-
nistração da academia, que autorizou, através 
do termo de solicitação a entrada no campo da 
pesquisa. A pesquisa foi avaliada pelo responsável 
da instituição selecionada para o inquérito. O 
mesmo avaliou a ficha de coleta dos dados, dando 
o parecer sobre o conhecimento e treinamento do 
pesquisador para aplicação dos mesmos.
A fonte de coleta de dados foi primária, junto 
aos praticantes participantes das duas modalidades 
de artes marciais selecionadas para o estudo, que 
se encontravam praticando a atividade esportiva 
no período estabelecido, seguindo os critérios 
de inclusão e exclusão do estudo. Foi utilizado 
um termo de consentimento livre esclarecido do 
participante, que apresentava os dados sociode-
mográficos e as informações sobre a confidencia-
lidade dos dados e anonimato dos participantes, 
conforme preconiza a Resolução 196 / 96 do CNs 
[9], que foram identificados apenas pelas iniciais 
de seu nome, pelo tempo da prática esportiva e 
pela modalidade.
Os dados foram obtidos através de uma ficha 
de avaliação cinético funcional, desenvolvida 
para o inquérito, constando: nome, idade, sexo, 
escolaridade, ocupação, estado civil, o exame 
físico (inspeção, palpação, mobilização e testes 
ortopédicos específicos), localização da sinto-
matologia dolorosa e escala visual analógica de 
dor. Em seguida, as avaliações foram conduzidas 
individualmente, iniciando com a coleta de dados 
através da ficha de avaliação cinético funcional. 
Os instrumentos utilizados nos procedimentos de 
avaliação foram: a localização dos sintomas de 
Dyrek e a Escala Visual Analógica de Dor (EVA) 
[10,11].
A localização dos sintomas de Dyrek é uma 
forma de avaliar a localização da dor através de um 
desenho do corpo para suplementar a descrição 
verbal do paciente sobre a localização da dor, que 
segundo O’sullivan e schmitz, a localização dos 
sintomas coincide com a localização da lesão [10].
A Escala Visual Analógica (EVA) consiste 
em auxiliar na aferição da intensidade da dor no 
paciente. É um instrumento importante para 
verificarmos a evolução do paciente durante o tra-
tamento e mesmo a cada atendimento, de maneira 
91Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013
Tabela I - Dados sociodemográficos da amostra. Qui-
xadá/CE, 2012.
Variáveis Jiu- jitsu(%) Muay-Thai(%)
Modalidades
Participantes 19 (55,88%) 15 (44,11%)
Sexo
Masculino 19 (55,88%) 11 (32,35%)
Feminino 00 (00,00%) 04 (11,76%)
Estado civil
Casado 01 (02,94%) 03 (08,82%) 
Solteiro 16 (47,06%) 14 (41,18%)
 
Em relação ao estado civil dos praticantes, 30 
(88,24%) eram solteiros, sendo 16 praticantes de 
Jiu-jitsu (47,06%), e 14 do Muay-Thai (41,18%), 
e apenas 4 eram casados, 1 (2,94%) e 3 (8,82%) 
respectivamente.
A Tabela II mostra a naturalidade dos par-
ticipantes do estudo, na qual se observa que 29 
participantes (85,3%) são naturais da cidade onde 
o estudo foi realizado. Outras naturalidades que 
aparecem nos estudo são: Fortaleza, Itapiúna, 
Jaguaruana, são luiz (MA), e Cipó (BA), todas 
com 2,9% cada.
Tabela II - Distribuição de modalidade de artes mar-
ciais, amostra. Quixadá/ CE, 2012.
Variáveis Frequência
Percentual 
(%)
Naturalidade
Cipó (Bahia) 01 2,9%
Fortaleza 01 2,9%
Itapiúna 01 2,9%
Jaguaruana 01 2,9%
Quixadá 29 85,3%
São Luiz 01 2,9%
Escolaridade
Médio Completo 13 38,2%
Médio Incompleto 09 26,5%
Superior Completo 12 35,3%
 
Pode-se observar que a maior porcentagem 
obtida para a escolaridade foi o ensino médio 
completo, com 38,2% (13 praticantes), seguida 
por ensino superior completo, com 35,3% (12 
praticantes) e ensino superior incompleto, com 
26,5% (9 praticantes).
O tempo de prática foi avaliado para ambas 
as modalidades. A média do tempo de prática 
mais fidedigna. Para utilizar a EVA o profissional 
de saúde (fisioterapeuta) deve questionar ao parti-
cipante (atleta) quanto ao seu grau de dor sendo 
que 0 significa ausência total de dor e 10 o nível 
de dor máxima suportável pelo participante [11].
Todos os participantes da pesquisa foram 
avaliados por um único pesquisador que seguiu 
rigorosamente a metodologia escolhida, a ficha 
de avaliação cinético-funcional elaborada para a 
investigação científica.
Os dados obtidos na pesquisa foram organiza-
dos, tabulados e analisados através do programa 
sPss versão 20.0. Os resultados foram apresen-
tados na forma de gráfico e tabelas, sendo os mes-
mos confrontados com a literatura existentes no 
âmbito nacional e internacional sobre os assuntos 
vigentes no inquérito científico.
As informações obtidas para o presente 
estudo foram coletadas somente após consen-
timento por escrito dos mesmos. A aceitação 
foi registrada através de assinatura do Termo 
de Consentimento livre e Esclarecido, e ou-
torgado aos entrevistados o sigilo com relação à 
sua identidade, explicação dos procedimentos, 
objetivos e tempo de execução. Foi garantido a 
estes o anonimato, o direito de não participação 
ou desistência a qualquer momento do estudo 
sem despesa ou prejuízo. 
Esta pesquisa está de acordo com as normas do 
Conselho Nacional de saúde, em concordância 
com a resolução 196/96 do CNs [9], referente à 
pesquisa feita com seres humanos e foi submetida 
à apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa da 
Faculdade Católica Rainha do sertão (FCRs), 
tendo recebido o parecer de aprovação, de número 
20120106, para o início da coleta dos dados da 
investigação científica.
Resultados
Foram entrevistados 34 praticantes, que se 
dispuseram a participar do estudo, seguindo os 
critérios de inclusão e exclusão. Dentre estes, 19 
praticantes de Jiu-Jitsu (55,88%), e 15 praticantes 
de Muay-Thai (44,11%). O sexo predominante 
em ambas as modalidades foi o masculino, sen-
do 11 homens e 4 mulheres no Muay-Thai e 19 
homens no Jiu-jitsu, não havia mulheres nesta 
modalidade, conforme mostra a Tabela I. 
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201392
do Jiu-Jitsu foi de 49,89 meses (4 anos e um mês 
aproximadamente), sendo o tempo mínimo de 
3 meses e o máximo de 156 meses (13 anos). O 
desvio padrão foi de 52,58, como mostra a Tabe-
la III. No Muay-Thai o tempo médio de prática 
foi de 10,26 meses, sendo o tempo de prática 
mínimo de 3 meses e o máximo de 48 meses (4 
anos). O desvio padrão foi de 11,22. Estes dados 
também estão presentes na Tabela III. 
Na inspeção, dentre as variáveis possíveis 
segundo o formulário de avaliação, a única en-
contrada foi alteração óssea, que esteve presente 
em 3 participantes do estudo (8,8%), sendo 2 da 
modalidade Jiu-Jitsu (5,88%) e 1 da modalidade 
Muay-Thai (2,94%). Este resultado se encontra

Continue navegando