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www.atlanticaeditora.com.br 14 anos R e v i s t a B r a s i l e i r a d e Fis iologiaFis iologia do e x e r c í c i o Órgão Ofic ial da Sociedade Brasi le ira de Fis iologia do Exercíc io B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y vo lu m e 1 2 - n ú m e ro 0 2 • M a rço /A b ril 2 0 1 3 r e v i s t a B r a s i l e i r a d e F i s i o l o g i a d o e x e r c í c i o MR volume 12 - número 02 • Março/Abri l 2013 ISSN 16778510 ESPORTE • Lesões em praticantes de Jiu-Jitsu e Muay Thai • Treinamento resistido manual • Potência anaeróbia em velocistas de 100 e 400 metros CARDIOLOGIA • Risco cardíaco para atividade física em praticantes de judô DIABETES • Exercício físico na gestação diabética ORTOPEDIA • Associação entre entorse de tornozelo e índice do arco FISIOLOGIA • Perfil antropométrico e fisiológico e avaliação isocinética da força muscular Na busca pela diminuição da gordura corporal, a L-Carnitine Fire® gera o melhor estímulo para a diminuição da gordura acumulada no corpo. Isso ocorre devido a geração de energia direta a partir de lipídios e pela rápida ação devido ao seu uso sublingual. O poder da L-Car- nitine Concentrated® durante os treinos garante um estímulo maior para a diminuição do percentual de gordura, já que esse suplemento é de uso sublingual e com isso a absorção é imediata e, consequente, aumento do gasto calórico e maior performance. O ZMA Way® fornece os micronutrientes importantes para os vários processos metabólicos que ocorrem durante a realização de um treinamento intenso e, por isso, é importante para melhores efei- tos ergogênicos. Durante esse processo é importante fornecer módulos nutricionais adequa- dos para o fortalecimento muscular. O Heavy Bomber Pack® atuará nesse fortalecimento ao manter o estado contínuo de anabolismo muscular e por fornecer um mix de nutrientes específicos para a formação de energia e contração muscular. A recuperação de energia de forma instantânea se dá pelo uso do ISO Waxy Maize®, que garante a reposição do glico- gênio muscular. Além disso, é de extrema importância estabelecer métodos para evitar a perda de massa magra que ocorre, principalmente, durante os treinos. Desse modo, o uso de ISO Casein® e BCAA Heavy Bomber® serão os principais responsáveis pela recuperação e manutenção da massa muscular no pós-treino e ao longo do dia e da noite. Lanche da manhã: ½ porção de Iso Casein® Pré-treino: 1 pack do Heavy Bomber® + 1 porção de L-Carnitine Fire® Durante o treino: 1 porção de L-Carnitine Concentrated® Pós-treino: 1 porção de BCAA Heavy Bomber® + 2 cápsulas de ZMA Way® + 1 porção de ISO Waxy Maize® Antes de dormir: ½ porção de Iso Casein® Felipe Franco MIDWAY TEAM uso combinadovocê muito mais definido Associação de suplementos com rápida ação e melhor eficiência. INVESTIMENTO EFICIÊNCIA VELOCIDADE Máxima definição muscular 65Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013 Objetivos relacionados à redução de gordura excessiva e modelagem corporal requerem coadjuvantes para acelerar e melhorar os resultados almejados. O Lipoway Reduce® é o produto com a melhor concentração de nutrientes, que serão responsáveis pela diminuição do colesterol sanguíneo, diminuição das gorduras circulantes no sangue e aumento do con- trole da fome. A L-Carnitine Concentrated® é um produto de uso sublingual que possui a maior concentração para estimular a diminuição da gordura acumulada no corpo e trabalhar na geração de energia exclusivamente a partir da gordura. O poder termogênico associado ao uso do Act Droxy® garante a mais potente aceleração do organismo com o máximo de redução de medidas por estimular o aumento do gasto energético ao longo do dia. Além dis- so, o Redux Way® é um produto que atuará difi cultando a absorção de lipídios no intestino, fazendo com que boa parte da gordura consumida seja eliminada ao invés de absorvida pelo corpo. Desse modo, com a combinação mais adequada e efi ciente de produtos, é possível ter o perfeito funcionamento do metabolismo de gorduras no corpo. Antes do Café da manhã: 2 cápsulas de Redux Way® Antes do lanche da Manhã: 2 cápsulas de Lipoway Reduce® Antes do almoço: 2 cápsulas de Redux Way® Antes do lanche da tarde: 2 cápsulas de Lipoway Reduce® Pré-treino: 1 porção de L-Carnitine Concentrated® + 1 porção de Act Droxy® Antes do Jantar: 2 cápsulas de Redux Way® www.midwaylabs.com.br facebook.com/midwaylabs uso combinado Associação de suplementos com rápida ação e melhor efi ciência. INVESTIMENTO EFICIÊNCIA VELOCIDADE vocêMUITOmais slim Máxima modelagem corporal www.midwaylabs.com.br facebook.com/midwaylabs Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201366 © ATMC - Atlântica Multimídia e Comunicações Ltda - Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, arquivada ou distribuída por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, sem a permissão escrita do proprietário do copyright, Atlântica Editora. O editor não assume qualquer responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou propriedades ligado à confiabilidade dos produtos, métodos, instruções ou idéias expostos no material publicado. Apesar de todo o material publicitário estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na revista não é uma garantia ou endosso da qualidade ou do valor do produto ou das asserções de seu fabricante. Atlântica Editora edita as revistas Fisioterapia Brasil, Enfermagem Brasil, Neurociências e Nutrição Brasil I.P. (Informação publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes. R e v i s t a B r a s i l e i r a d e F I s I O l O g I A do e x e r c í c i o Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício Corpo Diretivo: Paulo sérgio C. gomes (Presidente), Vilmar Baldissera, Patrícia Brum, Pedro Paulo da silva soares, Paulo Farinatti, Marta Pereira, Fernando Augusto Pompeu Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício está indexada no SIBRADID (Sistema Brasileiro de Documentação e Informação Desportiva) Editor Chefe Paulo de Tarso Veras Farinatti Editor Associado Pedro Paulo da silva soares Walace Monteiro Conselho Editorial Amandio Rihan geraldes (Al) Antonio Carlos gomes (PR) Antonio Cláudio lucas da Nóbrega (RJ) Benedito sérgio Denadai (sP) Dartagnan Pinto guedes (PR) Douglas s. Brooks (EUA) Emerson silami garcia (Mg) Francisco Martins (PB) Francisco Navarro (sP) luiz Carnevali (sP) luiz Fernando Kruel (Rs) Martim Bottaro (DF) Patrícia Chakour Brum (sP) Paulo sérgio gomes (RJ) Robert Robergs (EUA) Rosane Rosendo (sC) sebastião gobbi (sP) steven Fleck (EUA) Yagesh N. Bhambhani (CAN) Vilmar Baldissera (sP) Todo o material a ser publicado deve ser enviado para o seguinte endereço de e-mail: artigos@atlanticaeditora.com.br Atlântica Editora e shalon Representações Praça Ramos de Azevedo, 206/1910 Centro 01037-010 são Paulo sP Atendimento (11) 3361 5595 / 3361 9932 assinaturas@atlanticaeditora.com.br Assinatura 1 ano (6 edições ao ano): R$ 260,00 E-mail: atlantica@atlanticaeditora.com.br www.atlanticaeditora.com.br Administração e vendas Antonio Carlos Mello mello@atlanticaeditora.com.br Editor executivo Dr. Jean-louis Peytavin jeanlouis@atlanticaeditora.com.br Editor assistente guillermina Arias guillermina@atlanticaeditora.com.br Direção de arte Cristiana Ribas cristiana@atlanticaeditora.com.br Diretor de Marketing e PublicidadeRainner Penteado rainner@atlanticaeditora.com.br Imprensa release@atlanticaeditora.com.br EDITORIAL Ciências do exercício e do desporto,Paulo Farinatti, Editor-Chefe da RBFEx .............................. 74 ARTIGOS ORIGINAIS Estudo comparativo dos perfis antropométrico e fisiológico e avaliação isocinética da força muscular nos membros inferiores em triatletas portugueses, Faber sérgio Bastos Martins, José Manuel da Costa soares ............................................................. 75 Correlação entre comprimento e índice do arco do pé com entorse de tornozelo, Aline Corrêa Bisognin, Cecília Matilde Padilha Matos, guilherme Maccarini, Rodrigo Junior Becker Cornelli, Viviane Bordin Missio, Andersom Ricardo Fréz, Alberito Rodrigo de Carvalho, gladson Ricardo Flor Bertolini ....................................................... 83 Artes marciais: caracterização das lesões em praticantes de Jiu-Jitsu e MuayThai, Denilson de Queiroz Cerdeira, Thaís Teles Veras Nunes, Francilena Ribeiro Bessa, Mariza Maria Alves Barbosa,Alain Oliveira dos santos ............................ 88 Treinamento resistido manual: aplicação e aceitação no treinamento personalizado, Cauê Vazquez la scala Teixeira .............................................................................. 98 Risco para atividade física em praticantes de judô em academias do estado de Santa Catarina, Miguel leopoldino de souza, Helton Eckermann da silva, Jean Rodrigo Zipperer ..................................................................... 103 Avaliação da potência anaeróbia em velocistas de 100 e 400 metros da cidade de Americana/SP por meio do RAST, Renato Cavalari de Oliveira, Andressa Mella, Bruno de souza Vespasiano .................................... 110 Nível de atividade física e ingestão energética em graduandos de educação física, Maria lúcia lira de Andrade, Jéssica de souza Jácome Borges, Maikon Moises de Oliveira Maia, Francisco gama da silva ............................................................................................................... 114 REVISÃO Efeito do exercício físico sobre os hormônios sexuais na gestação diabética: atualização de literatura, silvana Barroso Corvino, Aline Oliveira Netto, Débora Cristina Damasceno ........................................................................................................ 119 NORMAS DE PUBLICAÇÃO .........................................................................................126 EVENTOS ...........................................................................................................................128 Índice volume 12 número 2 - março/abril 2013 R e v i s t a B r a s i l e i r a d e F I s I O l O g I A do e x e r c í c i o Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201374 Editorial Ciências do exercício e do desporto Paulo Farinatti, Editor-Chefe da RBFEx As Ciências do Exercício e do Desporto são fascinantes. As pessoas que trabalham e pesqui- sam neste campo do conhecimento lidam com temática intrigante: o incremento da capacidade de desempenho físico, os limites do ser humano e o impacto da atividade física e desportiva em aspectos da saúde e do desporto. Ciências como a psicologia, biologia, física e, obviamente, fisiolo- gia, precisam interagir para produzir os melhores resultados. Portanto, para gerarem informações úteis não apenas ao meio acadêmico, mas, prin- cipalmente, para as pessoas envolvidas com a área, desde os profissionais do exercício e desporto até os atletas, pacientes e população em geral. Por isso é importante oferecermos aos nossos leitores informação atualizada, bem como seus aspectos e aplicações práticas. As profissões que lidam com a administração de programas de exercícios físicos, desde a sua prescrição à avaliação de resultados e gerenciamento mais macro dos ambientes em que são realizadas, passam por uma expansão evidente – educadores físicos, médicos do desporto, fisioterapeutas, nutricionistas –, voltam cada vez mais seu in- teresse para área e ampliam as possibilidades de discussão e aplicação daquelas ciências em uma perspectiva aplicada, talvez estimulados pelos grandes eventos desportivos que o país sediará em futuro próximo. No esteio desse interesse, projetos acadê- micos se desenvolvem, não apenas produzindo conhecimento, mas fomentando a formação de profissionais com base metodológica e científica consistente. Aumenta o reconhecimento que, sem essa base, resultados ótimos nunca serão obtidos, seja qual for a área de atuação ou nível de exigência de desempenho físico. Nós, da sociedade Brasilei- ra de Fisiologia do Exercício, estamos convencidos que a prescrição do exercício é uma área científica multidisciplinar e de intervenção multiprofissio- nal – a missão editorial de nossa revista, nesse contexto, é prover os diferentes profissionais da área com informação de qualidade, ajudando-os a prestar um serviço cada vez melhor aos seus clientes, atletas ou pacientes. Essa é a razão pela qual, apesar das inúmeras dificuldades enfrentadas, consideramos que vale a pena a luta pelo desenvolvimento e aperfei- çoamento de nossa revista, buscando alargar os horizontes e aplicações da fisiologia do exercício. Obrigado aos nossos autores, revisores e, claro, leitores, por ajudarem-nos nesse esforço! 75Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013 ARTIGO ORIGINAL Estudo comparativo dos perfis antropométrico e fisiológico e avaliação isocinética da força muscular nos membros inferiores em triatletas portugueses Comparative study of anthropometric and physiological profiles and isokinetic muscle strength assessment in the lower limbs in Portuguese triathletes Faber sérgio Bastos Martins, D.sc.*, José Manuel da Costa soares, D.sc.** *Escola Superior de Educação de Fafe (ESEF), **Faculdade de Desporto – Universidade do Porto Resumo Objectivo: Analisar o perfil antropométrico e fisiológico dos triatletas portugueses e avaliar os pa- râmetros isocinéticos da força muscular nos membros inferiores. Material e métodos: A amostra foi composta de 12 atletas seniores masculinos (30,3 ± 3,8 anos; 70,2 ± 4,4 kg; 177,5 ± 5,4 cm; IMC 22,3 ± 0,6 e percentagem de gordura corporal 6,7 ± 1,9%). Foram avaliadas a impulsão vertical (sCM e sE), potência anaeróbia lática (WingateTest), força muscular em dinamómetro isocinético (velocidades angulares 90º/s e 360º/s), potência aeróbia máxima (tapete rolante). Utilizou-se a estatística descritiva, teste T de student para medidas repetidas e coeficiente de correlação de spearman. Resultados: Foram encontradas correlações entre a massa corporal dos triatletas e a potência média (r = 0,57, p = 0,05) e máxima (r = 0,59, p = 0,04)ob- tidas no teste de Wingate. A potência média (relativa à massa corporal) correlacionou-se com os valores dos torques máximos concêntricos da articulação do joelho à 90º/s (r = 0,683, p = 0,014) e 360º/s (r = 0,622, p = 0,031). Os triatletas revelaram diferenças de 5,5% (p = 0,000) na razão I/Q à 360º/s e de 7,3% (p = 0,001) e 9,9% (p = 0,002) nos torques máximos concêntricos à 90º/s e 360º/s, respectivamente. Conclusão: Triatletas portugueses possuem perfis similares aos dos triatletas internacionais e evidenciam diferenças nos parâmetros isocinéticos da força muscular nos membros inferiores. Palavras-chave: atletas, triathlon, potência anaeróbia, potência aeróbia, dinamómetro. Recebido em 10 de março de 2013; aceito em 16 de abril de 2013. Endereço para correspondência: FaberSérgio Bastos Martins, Instituto de Estudos Superiores de Fafe, Rua Universitária, Apartado 178, 4824-909 Medelo Portugal, E-mail: fabermartins@iesfafe.pt, jmsoares@ fade.up.pt Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201376 Introdução A realização de esforços prolongados pressu- põe a contribuição de uma diversidade de fatores, os quais exercem influência relevante na capacida- de de prestação do atleta, podendo as exigências metabólicas variar em função da intensidade e duração do esforço. O triathlon contempla a combinação de três disciplinas (natação, ciclismo e corrida), realizadas de forma contínua em regime aeróbio e conjugadas com duas transições, exigindo dos seus praticantes o desenvolvimento da capacidade aeróbia [1,2]. Adicionalmente, em virtude da natureza do esforço predominante nas provas de triathlon, o qual se traduz numa exigência acen- tuada do metabolismo oxidativo, observam-se elevados valores de consumo máximo de oxigénio (VO2max) e limiar anaeróbio (ml.kg -1.min-1 e % VO2max) [3-5]. Neste sentido, importa salientar que simul- taneamente ao processo de treino corretamente delineado, o qual permite o desenvolvimento das adaptações conotadas com o aumento do rendi- mento, o perfil antropométrico se apresenta como fator intrínseco determinante, possibilitando uma elevada eficiência mecânica nas modalidades cíclicas referidas [6]. A substantivar, refere-se a correlação significativa entre a percentagem de gordura corporal e a performance obtida pelos atletas de triathlon durante os Jogos Olímpicos [7], enquanto nas provas de ciclismo profissional, a massa corporal do ciclista pode responder por uma variabilidade de 15 a 20% na performance obtida [8]. A contribuição da aptidão aeróbia no desempenho de uma tarefa de carácter anaeróbio (potência anaeróbia máxima e capacidade anaeró- bia) está bem estabelecida, sendo a sua correspon- dência de génese variável, podendo a participação dos diferentes sistemas energéticos estar associada à metodologia de treino e ao período de treino no qual o atleta se encontra [9]. Acresça-se quea deterioração da potência e força musculares, expressas na redução dos valores de força explosiva, está de acordo com a especi- ficidade das adaptações do músculo esquelético induzida pelas cargas regulares e sistemáticas do treino de duração prolongada [10].Não obstante, o padrão motor de uma determinada atividade físico-desportiva poderá exercer uma influência significativa no perfil funcional do atleta. Neste sentido, a força muscular constitui um compo- nente fundamental no desempenho desportivo, onde a correta funcionalidade dinâmica dos mús- culos estabilizadores das articulações se mostra determinante na prevenção das lesões dos diversos tecidos [11]. Todavia, importa aduzir o facto da susceti- bilidade às lesões se mostrar aumentada quando diagnosticados desequilíbrios musculares na razão agonista/antagonista, em particular quando mensurados níveis de força muscular a baixas velocidades angulares em dinamômetro isocinéti- co[11,12]. Em conformidade com os pressupostos Abstract Objective: To analyze the anthropometric and physiological profile of Portuguese triathletes and to evaluate the parameters of isokinetic muscle strength in the lower limbs. Methods: The sample was composed of 12 male senior athletes (30.3 ± 3.8 years, 70.2 ± 4.4 kg, 177.5 ± 5.4 cm, BMI 22.3 ± 0.6 and fat mass 6.7 ± 1.9 %). We evaluated the vertical jump (sCM and sE), lactic anaerobic power (Wingate Test), muscle strength on an isokinetic dynamometer (angular velocity 90 °/s and360 °/s) and maximal aerobic power (treadmill protocol). We used descriptive statistics, student t test for repeated measures and spearman correlation coefficient. Results: We found correlation between the body mass of triathletes and average power (r = 0.57, p = 0.05) and maximum (r = 0.59, p = 0.04) obtained in the Wingate test. The average power (relative to body mass) correlated with the values of peak torques concentric knee joint at 90°/s (r = 0,683, p = 0.014) and 360 °/s (r = 0,622, p = 0.031). The triathletes revealed differences of 5.5% (p = 0.000) in the ratio I/Q to 360 º/s and 7.3% (p = 0.001) and 9.9% (p = 0.002) in concentric peak torque at 90º/s and 360°/s, respectively. Conclusion: Portuguese triathletes have similar profiles to those of international triathletes and show differences in parameters and isokinetic muscle strength in the lower limbs. Key-words: athletes, triathlon, anaerobic power, aerobic power, dynamometer. 77Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013 anteriormente referidos, suscita o interesse por conhecer o perfil fisiológico dos atletas praticantes de triathlon, o que possibilita uma melhor com- preensão das respectivas variáveis intervenientes na otimização da performance. Material e métodos Amostragem A amostra foi constituída por 12 atletas mas- culinos integrantes da Federação Portuguesa de Triathlon, com idade média de 30,3 ± 3,8 anos, massa corporal de 70,2 ± 4,4 kg, estatura corporal de 177,5 ± 5,4 cm, índice de massa corporal de 22,3 ± 0,8 e percentagem de gordura corporal 6,7 ± 1,9%. Procedimentos • Antropometria - Para a determinação da estatu- ra, massa e percentagem de gordura corporal dos atletas foram utilizados o estadiômetro (modelo Rudolf Martin) e a balança digital de bioimpedância (modelo Tanita TBF 305), respectivamente. • Avaliação da impulsão vertical - Foram utiliza- das as técnicas de salto vertical máximo com contramovimento (sCM) e a partir de uma posição estática (sE). Os testes foram realizados sobre uma plataforma resistiva conectada a um timer digital (± 0,001s/ ergojump) (Digitest OY, Muurame, Finland), sendo o tempo de voo (TV) durante o salto e a altura atingida pelo centro de gravidade determinados através da equação:h=gxTV²/8[13]. • Avaliação da potência anaeróbia máxima - Foi adotado o Wingate Anaerobic Cycle Test (WAnT), com duração total de 30 segundos e uma carga correspondente à 75 g/kg de massa corporal do atleta, sendo registados os indicadores: Potência Máxima (Wmax), Potência Média (Wmed), Potência Mínima (Wmin), expressos em termos absolutos (Watts) e relativos a massa corporal (Watts/ kg) do triatleta avaliado e oÍndice de Fadiga (IF%). • Avaliação isocinética da força muscular nos membros inferiores - Foi determinada através do dinamómetro isocinético Biodex™ system 2, sendo mensurados os valores dos torques máximo e mínimo concêntricos dos músculos extensores e flexores da articulação dojoelho, trabalho total realizado, potência média ob- tida nas velocidades angulares de 90°/s (1,57 rad/s) e 360°/s (6,28 rad/s). Os triatletas foram posicionados e estabilizados no dinamómetro, de forma a prevenir eventuais movimentos acessórios, sendo o eixo de rotação do aparelho alinhado com a parte lateral do côndilo femoral e o braço de alavanca ajustado e fixado acima dos maléolos. Inicialmente foram avaliados os índices de força muscular durante a extensão e flexão do joelho à velocidade de angular de 360°/s, sendo realizadas 5 repetições máximas com cada membro. A seguir ao intervalo de recuperação de 5 minutos, foi realizada a segunda avaliação, onde os triatletas efetua- ram uma série de 20 repetições máximas de extensão/flexão do joelho, agora a velocidade angular de 90°/s. • Avaliação da potência aeróbia máxima (VO2máx) - Foi utilizado o protocolo contínuo com velocidades crescentes, com velocidade inicial de 2,6m/s e o respectivo patamar de 2 minutos [14]. O coeficiente de inclinação do tapete foi mantido em zero (0%) duran- te toda a avaliação. Os demais patamares tinham a duraçãode 1 minuto e o acrésci- mo de velocidade de 1m/s por patamar. O consumo de oxigénio foi avaliado através do analisador de trocas respiratórias Cortex: Metalyser 3B. O limiar anaeróbio (lan) foi determinado pelo método ventilatório V- -slope (VCO2vs VO2) através do software Meta Soft 2.6. Foram utilizadas comomedi- das descritivas a média e o desvio-padrão. A comparação das médias dos indicadores fun- cionais e fisiológicos foi efectuada através do Teste T de student para medidas repetidas. Para verificar os níveis de associação entre as variáveis investigadas no estudo, recorreu-se ao coeficiente de correlação de spearman. Os níveis de significância foram mantidos em 5% (p < 0,05). Os procedimentos estatísticos foram tratados e analisados nos programas Excel™2000 e sPss™16.0. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201378 lho esquerdo (106,6 ± 12,3 vs 97,0 ± 12,8 Nm, respectivamente) a velocidade angular de 360º/s. Embora registados valores superiores para a flexão da articulação do joelho direito em rela- ção ao joelho esquerdo, as velocidades angulares de 90°/s e 360°/s importa aduzir a ausência da relevância estatística nas respectivas diferenças bilaterais de 6,9% (t = 2,133, p = 0,056) e 7% (t = 0,833 p = 0,422). Figura 1 - Valores (%) da razão da força muscular Isquiotibiais/Quadríceps (I/Q) dos triatletas avaliados às velocidades angulares de 90°/s e 360°/s. 48,5 49 49,5 50 50,5 51 51,5 52 52,5 53 N m Médias (n=12) Razão I/Q -Velocidade Angular - 90°/s (%) Direita Esquerda 76 78 80 82 84 86 88 90 N m Médias (n=12) Razão I/Q - Velocidade Angular - 360°/s Direita Esquerda Resultados Tabela I - Avaliação do teste de impulsão vertical no salto com contramovimento (SCM) e salto estático (SE). Triatletas SCM SE X ± Dp 31,0 ± 2,8 30,7 ± 1,9 Verificou-se um valor médio ligeiramente superior na avaliação do salto com contramo- vimento (31,0 ± 2,8 vs 30,7 ± 1,9 cm), embora a diferença entre os respectivos valores obtidos no teste de impulsão vertical não se mostrou estatisticamente significativa (t = 0,295, p = 0,773). Observou-se que os valores referentes à potên- cia máxima absoluta e relativa foram 730 ± 68,7W e 10,2 ± 0,9 Watts/kg, respectivamente. Inerentes aos registros da potência média absoluta e relativa, verificaram-se os valores 578,5 ± 80,8 Watts e 8,1 ± 1,3 Watts/kg, respectivamente. O índice de fadiga (IF), mensurado em termos percentuais, registou como valor médio 36,6 ± 8,1%. Verificou-se,à velocidade angular de 90°/s, uma diferença significativa 7,3% (t = 4,842 p = 0,001) do torque máximo concêntrico da articulação do joelho direito em relação ao joelho esquerdo (181,1 ± 9,9 vs 169,0 ± 14,2 Nm, respectivamente). Igualmente notória e consequentemente significativa, a diferença de 9,9% (t = 3,925, p = 0,002) constatada entre os valores registados pelos músculos extensores da articulação do joelho direito em relação ao joe- Tabela II - Valores de potência máxima (Wmax), potência média (Wmed), potência mínima (Wmin) e índice de fadiga (I F %) obtidos no Teste Wingate. Triatletas W(max) Wmax/ kg W(med) Wmed/kg W(min) Wmin/kg I F (%) X ± Dp 730 ± 68,7 10,2 ± 0,9 578,5 ± 80,8 8,1 ± 1,3 461,3 ± 97,1 6,5 ± 1,7 36,6 ± 8,1 Tabela III - Valores do torque máximo concêntrico (Nm) do músculo quadríceps dos triatletas avaliados às velo- cidades angulares de 90°/s e 360°/s. Triatletas Dir. (90°/s) Esq. (90°/s) Dir. (360°/s) Esq. (360°/s) X ± Dp 181,1 ± 9,9 169 ± 14,2 106,6 ± 12,3 97 ± 12,8 Tabela IV - Valores do torque máximo concêntrico (Nm) dos músculos isquiotibias dos triatletas avaliados às velocidades angulares de 90°/s e 360°/s. Triatletas Dir. (90°/s) Esq. (90°/s) Dir. (360°/s) Esq. (360°/s) X ± Dp 93,6 ± 14,4 89,2 ± 14,2 84,3 ± 12,6 82,4 ± 13,6 79Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013 A razão I/Q apresentou, à velocidade angular de 90°/s, uma diferença bilateral não significativa de 4,1% (t = -1,260, p = 0,234). Todavia, quando mensurada a velocidade de 360°/s, registrou-se uma diferença estatisticamente significativa de 5,5% (t = -4,947, p = 0,000) no grupo de tria- tletas avaliados. Tabela V - Valores de consumo máximo de oxigé- nio absoluto (l/min) e relativo (ml/kg/min) obtidos noprotocolo de mensuração doVO2max realizado em tapete rolante. Triatletas Consumo Máximo de Oxigénio (VO2max) Absoluto (l/min) Relativo (ml/kg/min) X ± Dp 4,5 ± 0,6 64,9 ± 7,7 Discussão Os indicadores antropométricos avaliados mostram que os dados obtidos corroboram resultados de estudos anteriores realizados com propósitos similares e análogas amostras [6,7,15]. Em linha de convergência, importa referir a si- milaridade dos valores referentes a massa corporal dos triatletas com os valores médios registados por ciclistas contra-relogistas de elevada performance [16]. A substantivar, salienta-se a significativa cor- relação entrea massa corporaldos triatletas e os valores de potência máxima (r = 0,57, p = 0,05) e potência média (r = 0,59, p = 0,4), obtidos na avaliação da capacidade anaeróbia em cicloergô- metro, corroborando a influência deste indicador antropométrico na performance do WingateTest [17]. O valor médio registrado na estatura corporal encontra-se ligeiramente inferior ao reportado por estudos similares com triatletas de elite [3,6,7]. Evidências apresentadas em estudos com tria- tletas parecem demonstrar a vantagem de uma maior estatura corporal quando da realização de esforços de modalidades cíclicas como a natação e a corrida [18]. Neste sentido, e nas provas de triathlon em particular, ao adotarmos como constante a apli- cação das forças, os segmentos corporais maiores permitem uma maior amplitude dos movimen- tos, reduzindo no segmentoa frequência gestual para uma determinada velocidade, fato que resulta numa maior economia de esforço para os respectivos valores de consumo de oxigénio e concentração de lactato sanguíneo [19]. Em conformidade com o postulado pelos referidos autores, uma elevada frequência gestual implica num aumento mais pronunciado das concentrações de lactato, evidenciando, desta forma, a importância de retardar os efeitos da fadiga através de uma maior eficiência motora atribuída a vantagem antropométrica do atleta. Adicionalmente, a contribuição de um maior segmento corporal representa um importante fator intrínseco na economia de movimento, o qual se traduz numa vantagem hidrodinâmica em nadadores, onde uma elevada razão envergadura/ altura e elevada razão diâmetro bi-acromial/diâ- metro bi-cristal constitui um menor coeficiente de arrasto, optimizando a performance na natação [6]. De acordo com swain [8], um atleta de esta- tura superior possui uma vantagem nas provas de potência, podendo beneficiar-se da utilização de desmultiplicações mais elevadas a altas rotações no ciclismo, embora dada a sua maior superfície corporal, acresça a sua respectiva resistência ao deslocamento. Os reduzidos valores de percenta- gem da gordura corporal registrados no presente estudo corroboram os valores encontrados em triatletas internacionais de elevada prestação [6,7,15,18], valorizando funcionalmente o poder diferenciador deste indicador antropométrico em atletas de esforços prolongados. Uma elevada percentagem de gordura cor- poral resulta no aumento do isolamento térmico corporal do atleta, implicando num aumento da temperatura interna, o que resulta numa resposta hemodinâmicade forma a desviar um maior fluxo para a superfície cutânea, reduzindo a perfusão sanguínea para o tecido ativo e consequente redução da performance aeróbia [18]. Face aos dados registrados na avaliação da im-pulsão vertical dos triatletas e tendo por referência os valores obtidos com atletas das respectivas modalidades singulares, observa-se que os valores médios dos saltos sCM e sE são inferiores aos encontrados em corredores de meio-fundo curto (38,3 ± 5,2 cm e 36,0 ± 3,6 cm, respectivamen- Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201380 te) sendo, no entanto, mais elevados quando comparados com atletas de elite das provas de meio-fundo longo (27,6 ± 2,7 cm e 25,7 ± 2,7 cm, respectivamente). Estes resultados nos permitem sugerir que os triatletas podem possuir valores superiores aos atletas do meio-fundo longo em resposta a exi- gência imposta pelo treino de ciclismo que, sendo um exercício concêntrico na sua totalidade, requer constantes alterações nos padrões de recrutamento das fibras musculares, o que provavelmente resulta numa maior solicitação das fibras musculares de contracção rápida. Nesta perspectiva, Komi et al. [20] referem que corredores das provas de meio- -fundo curto apresentam uma maior percentagem de fibras de contracção rápida (47,8%) compa- rativamente aos corredores do meio-fundo longo (34.6%). Adicionalmente, a avaliação da força explosiva pode também ser estudada através do chamado índice de elasticidade (Δh) que resulta da diferença encontrada a partir dos valores ob- tidos no sCM e sE, o qual nos permite conhecer o potencial elástico dos músculos. Os dados registados pelos triatletas nos respectivos saltos evidenciam um valor de Δh baixo (0.3), podendo este dever-se a uma pos- sível deterioração dos níveis de força muscular em consequência da especialização competitiva, centrada nas sucessivas cargas de treinode corrida contínua em regime aeróbio que, pela sua duração e periodicidade, reflecte-se na diminuição signi- ficativa das qualidades contráteis explosivas das fibras musculares [21]. Em sintonia com o resultado de estudos an- teriores [22], em que foi avaliada a contribuição dos diferentes segmentos corporais na elevação do centro de gravidade do corpo humano, foi evidenciada no presente estudo uma correlação moderada (r = 0,587, p = 0,045) entre os valores registados do salto sCM e o torque máximo concêntrico da articulação do joelho à velocidade de 90º/s. A referida correlação parece justificar-se no fato do movimento de extensão da articulação do joelho contribuir com 56% da velocidade do salto, influenciando de forma significativa o seu desempenho [22]. A análise atinente à avaliação da capacidade anaeróbia lática, mensurada em cicloergômetro (Wingatetest), permite a constatação de uma simi- litude nos registos das potências máxima e média pelos presentes triatletas quando comparados com triatletas competitivos internacionais [23-25]. Foram encontradas correlações significativas entre o valor registrado da potência média rela- tiva à massa corporal dos triatletas e os valores referentes aos torques máximos concêntricos da articulação do joelho às velocidades angulares de 90º/s (r = 0,683, p = 0,014) e 360º/s (r = 0,622, p = 0,031), corroborando assim os resultados obtidos em estudos similares com atletas de outras modalidades desportivas [26,27]. A literatura mostra-se concordante no que respeita a possibilidade acrescida de uma irregula- ridade muscular e consequente aumento do risco de lesões articulares, musculares e tendinosas, quando mensuradas diferenças bilaterais de força muscular superiores a 15% [28,29]. Pese embora uma leitura de valores que possam realçar o caráter bilateral na presente amostra, não se vislumbrou a constatação de diferenças estatisticamente significativas, estando os resultados obtidos inseridos nos valores de referência sugeridos pelos autores. Neste sentido, importa considerar que as diferenças bilaterais da força muscular assim como a relação I/Q estão relacionadas com as exigências particulares dos respectivos desportos, podendo o padrão motor de uma determinada modalidade exercer uma influência relevante no perfil funcional do atleta [29]. Relativamente à razão I/Q, mensurada as velocidades angulares de 90°/s e 360º/s,salienta-se que os valores registados encontram-se em conso- nância com os valores de referênciacontemplados na literatura [29]. No âmbitoda avaliação da potência máxima aeróbia (VO2max) realizada em ergómetro (tapete rolante), o valor médio obtido pelos triatletas (64,9 ± 7,7 ml/kg/min) corrobora os resultados de triatletas internacionais masculinos compe- titivos[30-32], embora se mostre inferior aos valores médios encontrados em triatletas de elite de provas olímpicas [7,33,34]. O VO2max constitui um importante pre- ditor da performance em provas de corrida, apresentando uma elevada correlação com o tempo final em provas de triathlon [2,4,7,18]. Todavia, no que concerne à performance em esforços prolongados, os indicadores respirató- 81Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013 rios, circulatórios e metabólicos,determinados a intensidades submáximas, mostram-se mais sensíveis, reforçando assim o limiar anaeróbio como um critério mais consistente na avaliação da resistência de média e longa duração [35,36]. A consubstanciar este papel de preditor da performance, estudos realizados com triatletas e corredores fundistas de elite revelaram ele- vadas correlações entre o limiar anaeróbio e a prestação competitiva [30,37,38]. O limiar anaeróbio ventilatório (lanvent), mensurado emtermos percentuaisdo VO2max, registrou um valor médio de 85,4%, reforçando os dados encontrados em estudos anteriores realizados com triatletas e corredores de elite de diferentes distâncias [39-42]. Em linha de conver- gência, refere-se que a uma intensidade de esforço entre 80-88% VO2max, atletas que possuem limiar anaeróbio inferior deplecionam uma maior taxa de glicogénio muscular, o que se traduz numa concentração de lactato duas vezes superior a ve- rificada em atletas com um registo de steady-state do lactato mais elevado [43]. Todavia, perante o fenómeno conflitual da determinação do limiar anaeróbio pelo método ventilatório, é provável que a comparação dos nossos resultados com outros estudos que avalia- ram o respectivo indicador em triatletas, apresente limitações devido ao fato de terem sido adotadas diferentes metodologias para sua determinação. Destarte, os pressupostos de determinação do ponto de inflexão do rácio VE/VO2 e respectivo protocolo de determinação do lanvent, a perfor- mance durante o segmento da corrida é provavel- mente o fator de maior importância no sucesso de uma prova de triathlon, sendo a sua correlação com o tempo total de prova significativamente elevada [7]. Conclusão O presente estudo assevera a homogeneidade dos resultados relativos às variáveis antropomé- tricas e fisiológicas entre triatletas portugueses e atletas internacionais de triathlon e das res- pectivas modalidades singulares referenciados na literatura, apesarde a capacidade de força explosiva,evidenciada nos saltos sE e sCM, mostrar-se reduzida. Os triatletas revelaram di- ferenças bilaterais e desequilíbrios na razão I/Q na avaliação dos parâmetros isocinéticos da força muscular nos membros inferiores, embora este- jam os respectivos valores inseridos nos critérios considerados adequados. Referências 1. 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Med sci sports Exerc 1985;17:6-21. 83Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013 ARTIGO ORIGINAL Correlação entre comprimento e índice do arco do pé com entorse de tornozelo Correlation between length and foot arch index with ankle sprain Aline Corrêa Bisognin, Ft.*, Cecília Matilde Padilha Matos, Ft.*, guilherme Maccarini, Ft.*, Rodrigo Junior Becker Cornelli, Ft.*, Viviane Bordin Missio, Ft.*, Andersom Ricardo Fréz, M.sc.**, Alberito Rodrigo de Carvalho, M.sc.***, gladson Ricardo Flor Bertolini, D.sc.**** *Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Cascavel, PR, **Docente do curso de Fisiote- rapia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), ***Docente do Curso de Fisioterapia da UNIOESTE, ****Docente do Curso de Fisioterapia e do Mestrado em Biociências e Saúde da UNIO- ESTE Resumo Os objetivos do estudo foram: verificar a associa- ção entre história de entorse do tornozelo e o índice do arco; correlacionar a altura do indivíduo com o índice do arco em pés com entorse; e correlacionar o comprimento do pé com o índice do arco. Trata-se de um estudo transversal, com 76 voluntárias, entre 17 e 30 anos. Foi avaliada a pegada, realizando um passo sobre o Plantígrafo. Após a impressão da pegada, fo- ram marcadas quatrolinhas, duas longitudinais e duas transversais, pelas quais foram considerados: tipo de arco plantar, índice do arco e comprimento do pé. Não houve associação entre história de entorse de tornozelo com o índice do arco, entre altura do indivíduo com o índice do arco, e entre o comprimento do pé com o índice do arco. Palavras-chave: pé, tornozelo, antropometria. Abstract This is a cross-sectional study aiming at verifying the association between ankle sprain history and arch index; to correlate individual’s height with the arch index in feet with sprain; and to correlate the foot length with the arch index. The sample included 76 subjects, female, aged between 17 and 30 years. The volunteers performed a step on the plantigraphy, aiming to replicate the footprint. Measurements were taken in the footprints, four lines were marked, two longitudinal and two transverse and were considered type of arch, arch index and foot length. There was no association between history of ankle sprain with arch index, individual’s height with arch index and foot length with arch index. Key-words: foot, ankle, anthropometry. Recebido em 7 de novembro de 2012; aceito em 4 de fevereiro de 2013. Endereço para correspondência: Gladson Ricardo Flor Bertolini, Rua Universitária, 2069, Jd Universitário, 85819-110 Cascavel PR, E-mail: gladson_ricardo@yahoo.com.br Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201384 Introdução Entre as lesões que acometem o complexo do tornozelo e pé, a entorse de tornozelo é uma das mais frequentemente encontradas na população ativa, e está intimamente relacionada às atividades desportivas [1]. Esta lesão caracteriza-se pelo esti- ramento e/ou ruptura ligamentar e afrouxamento capsular, desencadeando, assim, uma instabilidade articular. Além destas, também pode ocorrer lesão nos músculos fibulares curto e longo [2]. Como o pé é a plataforma, ou alicerce, sobre o qual o corpo repousa durante o andar e a pos- tura estática, é razoável supor que disfunções no pé terão um profundo efeito em todo o sistema musculoesquelético [3], sugerindo uma possível correlação entre o tipo de pé e a prevalência de lesões [4]. Assim, entender as características anatômicas do pé mostradas na posição bípede estática e durante a marcha é pré-requisito para um bom atendimento a pacientes com lesões musculoes- queléticas. Apesar da análise computadorizada da marcha prover um grande número de dados e ser usada em muitas clínicas e pesquisas, ela é frequentemente limitada devido ao alto custo. Em resposta a essas limitações, a análise da pegada representa uma forma simples e de baixo custo para análise da marcha bípede [5]. Uma opção utilizada é a plantigrafia, que registra as pressões exercidas pelos pés, individu- almente, durante a realização de descarga de peso unipodal e estática. É realizada com o pé descalço sobre o aparelho referido, proporcionando visu- alizar possíveis alterações de apoio plantar dos indivíduos. As impressões plantares permitem observar a descarga de peso do pé, dividindo nas três regiões: antepé, mediopé e retropé. Além disso, a partir dessa impressão é possível calcular o comprimento do pé e o índice do arco. O últi- mo corresponde à área plantar, dividida em três partes iguais no eixo longitudinal. Assim, o índice do arco é a razão entre a área do terço médio e a área total, sendo que valores maiores indicam pés mais planos e valores menores, pés cavos [6,7]. Neste contexto, o objetivo do estudo foi: a) verificar a associação entre história de entorse do tornozelo e o índice do arco; b) correlacionar a altura do indivíduo com o índice do arco em pés com entorse; e c) correlacionar o comprimento do pé com o índice do arco. Material e métodos Este estudo foi caracterizado como estudo observacional, transversal. Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), aca- dêmicas do curso de Fisioterapia da Unioeste foram informadas sobre o objetivo da pesquisa e as que concordaram em participar assinaram o Termo de Consentimento livre e Esclarecido. Foram excluídas as acadêmicas com história de trauma agudo no membro inferior, história de entorse de tornozelo há mais de cinco anos, ou desconhecimento sobre a história da lesão. Assim, a amostra foi composta por 76 acadêmicas, com idade entre 17 e 30 anos. Inicialmente a participante respondeu um questionário, elaborado pelos próprios pesquisa- dores, contendo dados pessoais e relacionados à história de entorse. Após, foi realizada a plantigra- fia, utilizando um Plantígrafo da marca Podaly®. Para esta avaliação a voluntária realizava um passo com os pés descalços sobre o instrumento, sendo avaliado um pé de cada vez, cujo objetivo foi reproduzir a pegada, a qual ficava impressa em uma folha branca. Terminada a coleta, foram realizadas as me- dições nas pegadas impressas pelo Plantígrafo. As medições foram realizadas por um único avaliador, utilizando uma régua de 30 cm e lapiseira 0,5 mm. Foram marcadas quatro linhas, duas longitudinais e duas transversais (Figura 1). Para demarcar o comprimento do pé foi medida a distância entre o ponto mais proeminente do calcanhar até o ponto mais proeminente do dedo mais longo, seguindo a orientação do eixo longitudinal do pé (linha A) [8]. Para classificar os tipos de arco plantar foi traçada uma reta horizontal na metade do istmo plantar (linha C) e outra reta, também horizontal, coin- cidindo com a metade da impressão do calcâneo (linha B). Foi dividida, então, a primeira reta pela segunda reta, estabelecendo-se o índice do arco. Para os valores entre 0,3 e 1 cm, os pés foram considerados normais; para os superiores a 1 cm os pés foram classificados como planos; e para os inferiores a 0,3 cm, os pés foram considerados cavos 85Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013 [9] . Para padronizar os locais exatos de demarcação do istmo plantar e da metade da impressão do cal- câneo, foi traçada uma reta longitudinal no sentido ântero-posterior da impressão plantar (linha D). A primeira reta foi então traçada exatamente na metade da última reta, e a segunda reta coincidiu com 1/6 da última [10]. Figura 1 - Plantigrafia do pé, com as linhas traçadas para determinar o comprimento do pé e o índice do arco; comprimento do pé no eixo longitudinal (linha A). Linhas utilizadas para o cálculo do tipo de arco plantar: reta horizontal na metade do istmo plantar (linha C); reta horizontal coincidindo com a metade da impressão do calcâneo (linha B); reta longitudinal no sentido ântero-posterior da impressão plantar utili- zada como referência para a demarcação do istmo (D). Para o tratamento estatístico foi utilizado o software graphPad Prism 5.0. Para avaliar a normali- dade dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov- -smirnov. Além da estatística descritiva na forma de médias e desvios-padrão, foi aplicada a estatística inferencial para verificar diferenças entre o compri- mento e índice do arco dentro e entre os grupos, respectivamente com o teste t de Student pareado e não pareado. Em todos os casos a significância estatística adotada foi de 5%. Também foi determinada a correlação com o uso do teste de correlação de Pearson (r) em intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Como parâmetro de interpretação da força da correlação foi utilizado o seguinte escore: correlação perfeita (r = 1), correlação forte (valor de r entre 0,75 e 0,99), correlação média (valor de r entre 0,5 e 0,74), correlação fraca (r < 0,5 e ≠ 0) e correlação inexistente (r = 0). Resultados Os dados que caracterizam a amostra estão expostos na Tabela I. Pela análise estatística verificou-seque não houve associação entre história de entorse de tornozelo com o índice do arco, visto que para o grupo com história de lesão a média do índice do arco foi de 0,60 ± 0,2 e para o grupo sem lesão a média foi de 0,63 ± 0,2 para o pé direito e 0,63 ± 0,2 para o pé esquerdo. Com relação ao índice do arco, no grupo sem lesão oito pés foram classificados como planos, seis como cavos e 98 como normais. No grupo com entorse dois pés foram classificados como planos, dois como cavos e 36 como pés normais. Verificou-se que não existe correlação signifi- cativa entre o comprimento do pé com o índice do arco (p > 0,05) e entre a altura do indivíduo com o índice do arco (p > 0,05). Discussão Na literatura há vários relatos de entorse de tornozelo em atletas, constituindo cerca de 25% das lesões que ocorrem em esportes que envolvem corridas e saltos [1]. Porém, com indivíduos se- dentários essas pesquisas são escassas. Neste estudo objetivou-se estabelecer relação entre história de entorse do tornozelo e o índice do arco; correlacio- Tabela I - Caracterização da amostra. Idade Altura Número do calça- do Comprimento do pé Índice do arco Direito Esquerdo Direito Esquerdo Com lesão (n = 40 pés) 21,40 ± 2,3 1,64 ± 0,05 36,35 ± 1,04 23,37 ± 0,9 23,66 ± 0,8 0,60 ± 0,2 0,58 ± 0,2 Sem lesão (n = 112 pés) 20,59 ± 2,0 1,64 ± 0,06 36,45 ± 1,1 23,13 ± 1,0 23,21 ± 0,9 0,63 ± 0,2 0,63 ± 0,2 Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201386 pois em crianças obesas observa-se que o arco longitudinal medial forma-se mais tardiamente [14]. situação que também pode ser observada em idosos obesos, os quais apresentam uma rela- ção inversamente proporcional entre o índice de massa corpórea e a altura do arco plantar [15]. No presente estudo, utilizou-se o cálculo do índice do arco para determinar os tipos de pés e não foi encontrada correlação entre este índice e o comprimento do pé. Conclusão Devido à escassez de estudos referentes à plan- tigrafia, correlações com o índice do pé e compri- mento do pé houve dificuldade em comparar os resultados desta pesquisa. Em suma, conclui-se que não houve associação entre história de entorse do tornozelo com o índice do arco. Também não houve correlação do comprimento do pé com o índice do arco, nem da altura dos indivíduos com o índice do arco em pés com entorse. Referências 1. Beirão ME, Marques TAR. Estudo dos fatores desencadeantes do entorse do tornozelo em jo- gadores de futebol e elaboração de um programa de fisioterapia preventiva. Rev Pesq Ext saúde 2007;3(1):1-7. 2. Pacheco AM, Vaz MA, Pacheco I. Avaliação do tempo de resposta eletromiográfica em atletas de voleibol e não atletas que sofreram entorse de tor- nozelo. Rev Bras Med Esporte 2005;11(6):325-30. 3. Curran sA, Upton D, learmonth ID. Dynamic and static footprints: comparative calculations for angle and base of gait. Foot 2005;15(1):40-6. 4. Castro AP, Rebelatto JR, Aurichio TR. A relação do ângulo da articulação metatarsofalangeana e de medidas antropométricas com a postura dos pés de idosos. Rev Bras Fisioter 2009;13(1):59-64. 5. Oliveira AP, Otowicz I. Análise do apoio dos pés no chão e a sua correlação com as disfunções biomecânicas da articulação ílio-sacra. Ter Man 2004;2(3):122-7. 6. Ribeiro AP, Trombini sF, Iunes DH, Monte-Raso VV. Confiabilidade inter e intra-examinador da fotopodometria e intra-examinador da fotopodos- copia. Rev Bras Fisioter 2006;10(4):435-9. 7. Hernandez AJ, Kimura lK, laraya MHF, Fávaro E. Cálculo do índice do arco plantar de staheli e nar o comprimento do pé com o índice do arco; e ainda correlacionar a altura do indivíduo com o índice do arco em pés com entorse. Entretan- to, os resultados não demonstraram correlações significativas entre as variáveis. Uma pesquisa com 50 atletas de futsal do sexo masculino, cujo objetivo foi verificar a relação entre as alterações posturais e as lesões do apare- lho locomotor decorrentes da prática do futsal, a entorse de tornozelo foi a lesão mais frequente (13%), além de serem observados um grande número de pés planos [10]. Diferentemente, no presente estudo não foi encontrada associação entre história de entorse de tornozelo com o índice do arco. Para análise da prevalência de pés cavos, planos e normais foi utilizado o cálculo do índice do arco. Utilizando este método, um estudo [11] verificou o índice do arco como preditor do pé plano em pés sem doenças, em 1000 sujeitos da Tanzânia e em 1000 do Quênia, nos quais foram encontrados respectivamente 20,3% e 42,3% de pés planos. Neste estudo foi observada uma prevalência bem menor, com apenas 6,57% de pés planos. Em outro estudo [12] foram avaliados 1040 indivíduos, de 18 a 30 anos. Foram correlaciona- das as medidas retiradas da pegada e do contorno dos pés com a altura do indivíduo. Os resultados indicaram que é possível estimar a estatura a partir dessas medidas, porém esse valor sempre difere alguns centímetros da altura real. Já neste estudo procurou-se relacionar o índice do arco com a altura, para verificar se o tipo de pé, dado pelo índice do arco, correlacionava-se com a al- tura e com a prevalência de entorse, mas não foi encontrada correlação. Outra forma de avaliar o tipo do pé é pelo ín- dice de contato, o qual foi utilizado em um estudo com objetivo de entender melhor a evolução etária do arco plantar, analisando o crescimento do pé, segundo as impressões plantares de 637 sujeitos saudáveis, de ambos os sexos, entre zero e 15 anos de idade. Foi observado que as curvas para o sexo masculino e feminino foram semelhantes até os 12 anos de idade. A partir daí, o comprimento da impressão plantar estabilizou-se na mulher, e no homem sofreu um pico dos 13 aos 14 anos [13]. Entretanto, essa evolução etária do arco plantar pode sofrer a influência da obesidade, 87Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013 a prevalência de pés planos: estudo em 100 crian- ças entre 5 e 9 anos de idade. Acta Ortop Bras 2007;15(2):68-71. 8. Atamturk D, Duyar I. Age-related factors in the relationship between foot measurements and living stature and body weight. J Forensic sci 2008;53(6):1296-300. 9. staheli lT, Chew DD, Corbett MT. The longitu- dinal arch. J Bone Joint surg 1987;69(3):426-8. 10. Ribeiro CZP, Akashi PMH, sacco ICN, Pedrinelli A. Relação entre alterações posturais e lesões do aparelho locomotor em atletas de futebol de salão. Rev Bras Med Esporte 2003;9(2):91-7. 11. Igbigbi Ps, Msamati BC, shariff MB. Arch index as a predictor of pes planus: a comparative study of indigenous kenyans and tanzanians. J Am Podiatr Med Assoc 2005;95(3):273-6 12. Krishan K. Estimation of stature from footprint and foot outline dimensions in gujjars of North India. Forensic sci Int 2008;175(2-3): 93-101. 13. Volpon JB. O pé em crescimento, segun- do as impressões plantares. Rev Bras Ortop 1993;28(4):219-23. 14. souza Ps, João sMA, sacco ICN. Caracterização do arco longitudinal plantar de crianças obesas por meio de índices da impressão plantar. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2007;17(1):76-83. 15. sacco ICN, Bacarin TA, Watari R, suda EY, Ca- nettieri Mg, souza lC, Oliveira MF, santos s. Envelhecimento, atividade física, massa corporal e arco plantar longitudinal influenciam no equi- líbrio funcional de idosos? Rev Bras Educ Fís Esp 2008;22(3):382-7. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201388 ARTIGO ORIGINAL Artes marciais: a caracterização das lesões em praticantes de Jiu-Jitsu e Muay Thai Martial arts: lesions characterization of participants of Jiu-Jitsu and MuayThai training Denilson de Queiroz Cerdeira, Ft., M.sc.*, Thaís Teles Veras Nunes, Ft. M.sc.**, Francilena Ribeiro Bessa, Ft., M.sc.***, Mariza Maria Alves Barbosa, Ft., M.sc.****, Alain Oliveira dos santos, Ft.***** *Orientador, Docente dos Cursos de Fisioterapia, Psicologia e Odontologia da Faculdade Católica Rainha do Sertão (FCRS) e Fisioterapia do Instituto Superior de Teologia Aplicada (INTA), **Co-orientadora, Docente do curso de Fisioterapia da Faculdade Católica Rainha do Sertão (FCRS) e do Instituto Supe- rior de Teologia Aplicada (INTA), ***Docente do curso de Fisioterapia da Faculdade Católica Rainha do Sertão (FCRS), ****Docente do curso de Fisioterapia da Faculdade Católica Rainha do Sertão (FCRS), *****Faculdade Católica Rainha do Sertão (FCRS) Resumo Este estudo objetivou conhecer as lesões musculo- esqueléticas dos praticantes de Jui-Jitsu e Muay-Thai, através da avaliação fisioterapêutica, traçando o perfil sociodemográfico. Tratou-se de uma pesquisa explora- tória, transversal e quantitativa realizada nos meses de agosto a outubro de 2012, na Hot line Top Academia em Quixadá/CE, com amostragem de 34 praticantes, sendo 19 do Jiu-Jitsu e 15 do Muay-Thai. Apresentou como resultados: 55,88% eram praticantes de Jiu-Jitsu e do gênero masculino e 44,11% de Muay-Thai, de ambos os gêneros. Ao exame físico, a inspeção revelou alterações ósseas em 5,88% dos praticantes de Jiu-Jitsu e 2,94% do Muay-Thai, a palpação mostrou que a dor foi o achado mais presente, assim como na mobiliza- ção. O local mais acometido por lesões foi o joelho (15,78% no Jiu-Jitsu e 10,52% no Muay-Thai). Pode- -se concluir que estas modalidades são possivelmente lesivas e mostraram a necessidade de acompanhamento fisioterapêutico, para que sejam observadas as caracte- rísticas peculiares das lesões, propiciando tratamentos e prevenções eficazes, visando diminuir os agravamentos advindos da falta de tratamento e garantir menores tempos de afastamento. Palavras-chave: artes marciais, traumatismos em atletas, Fisioterapia. Recebido em 20 de março de 2013; aceito em 10 de abril de 2013. Endereço de correspondência: Denilson de Queiroz Cerdeira, Rua Francisco Leandro, 1759 Casa 101- D, 60844-150 Fortaleza, CE, E-mail: denilsonqueiroz@hotmail.com 89Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013 Introdução As artes marciais não são meros esportes de luta, trazendo conceitos que estão para além de agressão e prática física pura e simples. Dentre estes conceitos estão filosofias que guiam não só a conduta do artista marcial dentro das academias, como na vida pessoal, em diversos aspectos, visan- do sempre à harmonia com os outros, evitando, sempre que possível, a violência [1,2]. surgiram no Mediterrâneo para, posterior- mente, migrar ao oriente e lá se desenvolveram incorporando conceitos budistas aos movimentos corporais. Encontraram nos templos Shaolim, nas montanhas da China, o lugar perfeito para seu desenvolvimento inicial, pois as condições de vida naquele local requeriam de seus habitantes (em sua maioria monges) certas habilidades, que por ventura foram aprendidas através da criação e prática das artes marciais, como defesa contra saques, movimentos para manter a saúde corpórea e que ao mesmo tempo ajudassem na meditação. Contudo, não se torna nula a possibilidade de lesão dentro da prática, por mais pacíficas que possam ser suas filosofias [1,2]. O Jiu-Jitsu foi desenvolvido por samurais no Japão com o nome de Ju-Jutsu (lê-se jiu-jitsu) e este nome quer dizer “técnica suave”. Trata-se de uma arte marcial que utiliza agarrões, arremessos, estrangulamentos para render o adversário e é tida pelos praticantes como uma arte completa e muito eficiente [3]. No Brasil o Jiu-Jitsu se desenvolveu através da família gracie, que adaptou esta arte ao biótipo físico da família, possibilitando assim um maior equilíbrio nas lutas, visto que, após a adaptação um oponente com pouca força física pode vencer um adversário maior, bastando a este ter domínio sobre a técnica. Esta nova técnica saiu do Brasil e está conquistando seu espaço no cenário mundial [3-5]. O Muay-Thai, por sua vez se desenvolveu na Tailândia, quando os primeiros habitantes deste local, tendo emigrado da China, se apropriaram de movimentos do já conhecido Kung-fu chinês para poderem se defender de saqueadores e ou- tros perigos. A técnica incorporou tradições da cultura do povo tailandês que pregam o respeito ao adversário, ao treinador e uma busca pela espiritualidade [6,7]. seus golpes diferem dos existentes no Jiu-Jitsu, pois são contundentes e constam de socos, chutes, cotoveladas, joelhadas, cabeçadas, porém, o risco de lesão nas competições e treinos eminentes é tão grande quanto no Jiu-Jitsu [3]. lesões desportivas estão presentes em prati- camente todos os esportes, desde o nível amador até o profissional de alto rendimento, com os esportistas cada vez mais vigorosos [8]. Existe ainda uma dificuldade por parte dos estudiosos em classificá-las, uns mencionando que o atleta tem que se afastar dos treinos e competições por períodos de dias e outros estão focados nas repercussões sociais decorrentes da lesão. Enfim, Abstract This study aimed at identifying musculoskeletal lesions of participants of a Jiu-Jitsu and Muay-Thai training program, using physical therapy assessment, and tracing sociodemographic profile. This was a quan- titative, exploratory, cross-sectional research which was conducted from August to October 2012, in Hot line Top gym Quixadá/CE, with 34 participants, 19 from Jiu-Jitsu and 15 from Muay-Thai. The results were as follows: 55.88% of participants were male and fought Jiu-Jitsu and 44.11% of Muay-Thai participants inclu- ded men and women. During physical examination, we observed that bone changes in 5.88% of Jiu-Jitsu participants and 2.94% of Muay-Thai, and palpation showed that pain was the most common complain, as well as in mobilization. The knee is the most com- mon site of injury (15.78% in Jiu-Jitsu and 10, 52% in Muay-Thai). We concluded that these modalities of fights may cause lesions and that physical therapy follow-up is required, in order to observe the peculiar characteristics of these lesions, providing effective treatments and preventions, and reducing worsening in lesions due to lack of treatment and to reduce time out of training. Key-words: martial arts, sports injuries, physical therapy. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201390 é uma realidade nos esportes e necessita, nos dias de hoje, de rápida recuperação para que o atleta fique o menor tempo possível afastado dos treinos. Com isso o fisioterapeuta assume papel crucial no acompanhamento deste atleta, após e principal- mente antes da lesão, trabalhando fortemente na prevenção e otimizando os resultados. Frente ao eminente risco de lesão demons- trado por alguns estudos, o acompanhamento e caracterização dos atletas, na busca pela delineação do perfil epidemiológico se fazem necessários, o que justifica este estudo, visto que estas lesões podem prejudicar o desempenho do atleta em competições. Procura-se também obter dados que subsidiem intervenções preventivas e/ou re- abilitadoras de maneira mais rápida e eficiente. O fisioterapeuta, de posse desses dados, tem o apoio necessário a uma correta conduta, eliminando as- sim possíveis tratamentos que não sejam efetivos. Além de saber quais os tipos de lesões que acometem os lutadores, este estudo procura os achados de uma modalidade e outra, o que evidenciará o tipo de intervenção adequado para cada esporte, condutas que possam permear am- bos ou a necessidade de intervenções específicas para cada modalidade. Ainvestigação se tornou possível devido à disposição de tempo e facilidade de acesso do pesquisador ao campo da pesquisa, como também o baixo custo da pesquisa. Material e métodos Tratou-se de um estudo exploratório, transver- sal e quantitativo, na Hot line Top Academia em Quixadá/CE, academia de referência na cidade de Quixadá e da região do sertão central do Ceará. A população da pesquisa foi composta por 34 praticantes, sendo 19 do Jiu-Jitsu e 15 do Muay-Thai, que realizavam a atividade esportiva no período de agosto a outubro de 2012. Os su- jeitos da pesquisa foram os praticantes das duas modalidades de artes marciais escolhidas para o inquérito, que concordassem em participar da pesquisa, com idade maior que 18 anos, de ambos os sexos, não importando o estado civil, profissão e que estivessem praticando tais modalidades por mais de três meses. Foram excluídos da pesquisa os participantes que praticavam outras modalidades de artes marciais existentes na instituição escolhi- da e também os praticantes que não se encaixaram no perfil da pesquisa científica. A entrada na instituição passou pela admi- nistração da academia, que autorizou, através do termo de solicitação a entrada no campo da pesquisa. A pesquisa foi avaliada pelo responsável da instituição selecionada para o inquérito. O mesmo avaliou a ficha de coleta dos dados, dando o parecer sobre o conhecimento e treinamento do pesquisador para aplicação dos mesmos. A fonte de coleta de dados foi primária, junto aos praticantes participantes das duas modalidades de artes marciais selecionadas para o estudo, que se encontravam praticando a atividade esportiva no período estabelecido, seguindo os critérios de inclusão e exclusão do estudo. Foi utilizado um termo de consentimento livre esclarecido do participante, que apresentava os dados sociode- mográficos e as informações sobre a confidencia- lidade dos dados e anonimato dos participantes, conforme preconiza a Resolução 196 / 96 do CNs [9], que foram identificados apenas pelas iniciais de seu nome, pelo tempo da prática esportiva e pela modalidade. Os dados foram obtidos através de uma ficha de avaliação cinético funcional, desenvolvida para o inquérito, constando: nome, idade, sexo, escolaridade, ocupação, estado civil, o exame físico (inspeção, palpação, mobilização e testes ortopédicos específicos), localização da sinto- matologia dolorosa e escala visual analógica de dor. Em seguida, as avaliações foram conduzidas individualmente, iniciando com a coleta de dados através da ficha de avaliação cinético funcional. Os instrumentos utilizados nos procedimentos de avaliação foram: a localização dos sintomas de Dyrek e a Escala Visual Analógica de Dor (EVA) [10,11]. A localização dos sintomas de Dyrek é uma forma de avaliar a localização da dor através de um desenho do corpo para suplementar a descrição verbal do paciente sobre a localização da dor, que segundo O’sullivan e schmitz, a localização dos sintomas coincide com a localização da lesão [10]. A Escala Visual Analógica (EVA) consiste em auxiliar na aferição da intensidade da dor no paciente. É um instrumento importante para verificarmos a evolução do paciente durante o tra- tamento e mesmo a cada atendimento, de maneira 91Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 2013 Tabela I - Dados sociodemográficos da amostra. Qui- xadá/CE, 2012. Variáveis Jiu- jitsu(%) Muay-Thai(%) Modalidades Participantes 19 (55,88%) 15 (44,11%) Sexo Masculino 19 (55,88%) 11 (32,35%) Feminino 00 (00,00%) 04 (11,76%) Estado civil Casado 01 (02,94%) 03 (08,82%) Solteiro 16 (47,06%) 14 (41,18%) Em relação ao estado civil dos praticantes, 30 (88,24%) eram solteiros, sendo 16 praticantes de Jiu-jitsu (47,06%), e 14 do Muay-Thai (41,18%), e apenas 4 eram casados, 1 (2,94%) e 3 (8,82%) respectivamente. A Tabela II mostra a naturalidade dos par- ticipantes do estudo, na qual se observa que 29 participantes (85,3%) são naturais da cidade onde o estudo foi realizado. Outras naturalidades que aparecem nos estudo são: Fortaleza, Itapiúna, Jaguaruana, são luiz (MA), e Cipó (BA), todas com 2,9% cada. Tabela II - Distribuição de modalidade de artes mar- ciais, amostra. Quixadá/ CE, 2012. Variáveis Frequência Percentual (%) Naturalidade Cipó (Bahia) 01 2,9% Fortaleza 01 2,9% Itapiúna 01 2,9% Jaguaruana 01 2,9% Quixadá 29 85,3% São Luiz 01 2,9% Escolaridade Médio Completo 13 38,2% Médio Incompleto 09 26,5% Superior Completo 12 35,3% Pode-se observar que a maior porcentagem obtida para a escolaridade foi o ensino médio completo, com 38,2% (13 praticantes), seguida por ensino superior completo, com 35,3% (12 praticantes) e ensino superior incompleto, com 26,5% (9 praticantes). O tempo de prática foi avaliado para ambas as modalidades. A média do tempo de prática mais fidedigna. Para utilizar a EVA o profissional de saúde (fisioterapeuta) deve questionar ao parti- cipante (atleta) quanto ao seu grau de dor sendo que 0 significa ausência total de dor e 10 o nível de dor máxima suportável pelo participante [11]. Todos os participantes da pesquisa foram avaliados por um único pesquisador que seguiu rigorosamente a metodologia escolhida, a ficha de avaliação cinético-funcional elaborada para a investigação científica. Os dados obtidos na pesquisa foram organiza- dos, tabulados e analisados através do programa sPss versão 20.0. Os resultados foram apresen- tados na forma de gráfico e tabelas, sendo os mes- mos confrontados com a literatura existentes no âmbito nacional e internacional sobre os assuntos vigentes no inquérito científico. As informações obtidas para o presente estudo foram coletadas somente após consen- timento por escrito dos mesmos. A aceitação foi registrada através de assinatura do Termo de Consentimento livre e Esclarecido, e ou- torgado aos entrevistados o sigilo com relação à sua identidade, explicação dos procedimentos, objetivos e tempo de execução. Foi garantido a estes o anonimato, o direito de não participação ou desistência a qualquer momento do estudo sem despesa ou prejuízo. Esta pesquisa está de acordo com as normas do Conselho Nacional de saúde, em concordância com a resolução 196/96 do CNs [9], referente à pesquisa feita com seres humanos e foi submetida à apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade Católica Rainha do sertão (FCRs), tendo recebido o parecer de aprovação, de número 20120106, para o início da coleta dos dados da investigação científica. Resultados Foram entrevistados 34 praticantes, que se dispuseram a participar do estudo, seguindo os critérios de inclusão e exclusão. Dentre estes, 19 praticantes de Jiu-Jitsu (55,88%), e 15 praticantes de Muay-Thai (44,11%). O sexo predominante em ambas as modalidades foi o masculino, sen- do 11 homens e 4 mulheres no Muay-Thai e 19 homens no Jiu-jitsu, não havia mulheres nesta modalidade, conforme mostra a Tabela I. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 12 Número 2 - março/abril 201392 do Jiu-Jitsu foi de 49,89 meses (4 anos e um mês aproximadamente), sendo o tempo mínimo de 3 meses e o máximo de 156 meses (13 anos). O desvio padrão foi de 52,58, como mostra a Tabe- la III. No Muay-Thai o tempo médio de prática foi de 10,26 meses, sendo o tempo de prática mínimo de 3 meses e o máximo de 48 meses (4 anos). O desvio padrão foi de 11,22. Estes dados também estão presentes na Tabela III. Na inspeção, dentre as variáveis possíveis segundo o formulário de avaliação, a única en- contrada foi alteração óssea, que esteve presente em 3 participantes do estudo (8,8%), sendo 2 da modalidade Jiu-Jitsu (5,88%) e 1 da modalidade Muay-Thai (2,94%). Este resultado se encontra
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