Buscar

revista brasileira Fisiologia do exercício

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ESPORTE
•	 Exercício	e	lipemia	pós-prandial
•	 Alterações	posturais	de	
praticantes	de	futebol	amador
•	 Aeróbio	de	moderada	
intensidade	e	treinamento	
intervalado	de	alta	intensidade
FISIOLOGIA
•	 Crioterapia	na	dor	muscular
•	 Alteração	da	testosterona,	
cortisol,	força	e	massa	magra
•	 A	influência	da	crioterapia		
na	articulação	do	joelho
•	 Cãibra	e	mecanismos	
bioquímicos	da	contração	
muscular
www.atlanticaeditora.com.br
15 anos
R e v i s t a 	 B r a s i l e i r a 	 d e
Fis iologia
do e x e r c í c i o
Órgão	Ofic ial 	da	Sociedade	Brasi le ira	de	Fis iologia	do	Exercíc io
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
vo
lu
m
e
	1
3
	-	n
ú
m
e
ro
	0
4
	•
		Ju
lh
o
/A
g
o
sto
	2
0
1
4
r
e
v
i
s
t
a
 
B
r
a
s
i
l
e
i
r
a
 
d
e
 F
i
s
i
o
l
o
g
i
a
 
d
o
 
e
x
e
r
c
í
c
i
o
volume	13	-	número	04	•	Julho/Agosto	2014 ISSN	16778510
I ENCONTRO NACIONAL 
DE ESPORTES & FITNESS
AVANÇOS TÉCNICOS E CIENTÍFICOS
08 e 09 de novembro de 2014
Londrina/PR
08 e 09 de novembro de 2014
Londrina/PR
Rua Pernambuco, 1187 - Sala 17 | CEP: 86,020-121 | Centro - Londrina /PR
/sporttrainingeditora
INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES:
www.editorasporttraining.com.br
Tel.: (43) 3024-5654 
LOCAL: An�teatro Cyro Grossi (Pinicão), Centro de Ciências Biológicas (CCB) – UEL
 
CERTIFICADO: Universidade Estadual de Londrina (UEL)
INSCRIÇÕES: www.editorasporttraining.com.br
INFORMAÇÕES: Tel.: (43) 3024-5654 | atendimento@editorasporttraining.com.br 
INFORMAÇÕES GERAIS:
Arte Revista Brasileira.pdf 1 01/08/2014 11:10:29
Vem aí a maior feira de fitness de Pernambuco!
01 e 02 de novembro de 2014 no
Centro de Convenções de Pernambuco
ÁREA DE EXPOSIÇÃO,
OFICINAS, PALESTRAS,
WORKOUTS, DESFILES,
COMPETIÇÕES E
MUITO MAIS!
Não perca esse grande evento!
Saiba mais em no nosso site:
www.recifitness.com.br
Realização OrganizaçãoApoio
JÁ PODE COMEÇAR
O ALONGAMENTO...
EDITORIAL
A lata como unidade de medida do esforço físico, Jean-Louis Peytavin ..................................... 187
ARTIGOS ORIGINAIS
Alteração da testosterona, cortisol, força e massa magra após 20 semanas 
como resposta a três metodologias de treinamento de força, 
Eduardo Hippolyto Latsch Cherem, Leonardo Chrysostomo dos Santos, 
Fernando Petrocelli de Azeredo, Rodrigo de Assunção Serra, 
Cristiano Cosme Nascimento Franco de Sá .................................................................................. 188
Crioterapia como fator interveniente na dor muscular de início tardio, 
Aniele Tomadon, Álvaro José Mayer Ferreira, Mayara Liberali, 
Nathiely Fernanda Matera, José Luis Marinho Portolez, Gladson Ricardo Flor Bertolini .............. 197
Alterações posturais de adolescentes praticantes de futebol amador, 
Josenei Braga dos Santos, Evelise de Toledo, Pedro Ferreira Reis, 
Antônio Renato Pereira Moro, Antônio Carlos Gomes ................................................................ 203
Efeitos do treinamento aeróbio de moderada intensidade e intervalado 
de alta intensidade sobre a composição corporal de homens treinados, 
Fábio Eduardo de Almeida, Thiago Fernando Gontijo de Toledo, 
Margareth Guimarães Lima .......................................................................................................... 210
Variação das lipoproteínas plasmáticas durante a lipemia 
pós-prandial em repouso e pós-exercício físico, Jefferson Petto, 
Djeyne Silveira Wagmacker, André Lemos de Souza Andrade, 
Mário César Carvalho Tenório, Ana Marice Teixeira Ladeia.......................................................... 217
A influência da crioterapia no senso de posicionamento 
articular do joelho, Marcelo Pereira Caraça, Carlos Alberto 
dos Santos, Angelica Castilho Alonso, Alexandre Sabbag da Silva ................................................ 224
REVISÃO
Mecanismos bioquímicos da contração muscular promovida pela cãibra, 
Rafael Zagnoli Marra Braga, Alexandre Lopes Evangelista, 
Solival José de Almeida Santos Filho, Elke Lima Trigo, 
Luiz Carlos Carnevali Júnior ........................................................................................................ 231
NORMAS DE PUBLICAÇÃO .........................................................................................239
EVENTOS ...........................................................................................................................240
Índice
volume 13 número 4 - julho/agosto 2014
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F i S i o L o G i A
do e x e r c í c i o
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
© ATMC - Atlântica Multimídia e Comunicações Ltda - Nenhuma parte dessa publicação pode ser 
reproduzida, arquivada ou distribuída por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, 
sem a permissão escrita do proprietário do copyright, Atlântica Editora. o editor não assume qualquer 
responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou propriedades ligado à confiabilidade dos produtos, 
métodos, instruções ou idéias expostos no material publicado. Apesar de todo o material publicitário 
estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na revista não é uma garantia ou 
endosso da qualidade ou do valor do produto ou das asserções de seu fabricante.
Atlântica Editora edita as revistas Fisioterapia Brasil, Enfermagem Brasil, Neurociências e Nutrição Brasil
i.P. (informação publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes.
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F i S i o L o G i A
do e x e r c í c i o
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
Corpo Diretivo: Paulo Sérgio C. Gomes (Presidente), Vilmar Baldissera, Patrícia Brum, 
Pedro Paulo da Silva Soares, Paulo Farinatti, Marta Pereira, Fernando Augusto Pompeu
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício está indexada no SIBRADID 
(Sistema Brasileiro de Documentação e Informação Desportiva)
Editor Chefe
Paulo de Tarso Veras Farinatti
Editor Associado
Pedro Paulo da Silva Soares
Walace Monteiro
Conselho Editorial
Amandio Rihan Geraldes (AL)
Antonio Carlos Gomes (PR)
Antonio Cláudio Lucas da Nóbrega (RJ)
Benedito Sérgio Denadai (SP)
Dartagnan Pinto Guedes (PR)
Douglas S. Brooks (EUA)
Emerson Silami Garcia (MG)
Francisco Martins (PB)
Francisco Navarro (SP)
Luiz Carnevali (SP)
Luiz Fernando Kruel (RS)
Martim Bottaro (DF)
Patrícia Chakour Brum (SP)
Paulo Sérgio Gomes (RJ)
Robert Robergs (EUA)
Rosane Rosendo (SC)
Sebastião Gobbi (SP)
Steven Fleck (EUA)
Yagesh N. Bhambhani (CAN)
Vilmar Baldissera (SP)
Todo o material a ser publicado deve ser enviado para o seguinte endereço de e-mail: artigos@atlanticaeditora.com.br
Atlântica Editora 
e Shalon Representações
Praça Ramos de Azevedo, 206/1910
Centro 01037-010 São Paulo SP
Atendimento
(11) 3361 5595 / 3361 9932
assinaturas@atlanticaeditora.com.br
Assinatura
1 ano (6 edições ao ano): R$ 260,00
E-mail: atlantica@atlanticaeditora.com.br
www.atlanticaeditora.com.br
Administração e vendas
Antonio Carlos Mello
mello@atlanticaeditora.com.br
Editor executivo
Dr. Jean-Louis Peytavin
jeanlouis@atlanticaeditora.com.br
Editor assistente
Guillermina Arias
guillermina@atlanticaeditora.com.br
Direção de arte
Cristiana Ribas
cristiana@atlanticaeditora.com.br
Diretor de Marketing e Publicidade
Rainner Penteado
rainner@atlanticaeditora.com.br
Imprensa
release@atlanticaeditora.com.br
187Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014
Editorial
A lata como unidade de medida 
do esforço físico
Jean-Louis Peytavin
Cada habitante do planeta Terra utiliza em 
media 80 latas de alumínio de 350 ml por ano, 
geralmente para consumir refrigerantes ou cerveja, 
o que representa um número astronômico de la-
tas, e também de calorias.A taxa de aumento da 
obesidade deve provavelmente ser proporcional 
ao faturamento dessa indústria de embalagens 
(bastante recicladas, felizmente).
Na discussão atual sobre os melhores meios 
de comunicação para combater a epidemia de 
obesidade, especialmente nos Estados Unidos, foi 
imaginado colocar nos cardápios o valor calórico de 
cada prato e simplificar a informação nutricional 
geralmente incompreensível estampada nas latinhas.
Assim, saberemos que, ao beber uma soda 
em lata, estamos ingeridos 250 kcal por causa do 
açúcar presente na bebida e que o inocente café 
da manhã no bar da esquina pode somar 650 kcal 
sem cortar o apetite.
Mas será que essa informação é suficiente para 
desencorajar o vício? Não é garantido e nos obriga 
a fazer desgastantes cálculos a fim de avaliar, todos 
os dias, o que é permitido ou proibido.
outra informação pode ser mais impactante: a 
ideia é imprimir na lata o esforço físico necessário 
para gastar as calórias contidas na própria lata. Por 
exemplo, para eliminar a carga calórica de uma 
soda, precisaria 8 km de marcha, ou 50 minutos 
de corrida. Se beber quatro latas, já é bom se 
preparar para uma maratona....
Experiencias conduzidas nos Estados Unidos 
mostraram que essa nova informação é eficiente 
e faz que o consumidor desista da compra ou 
compre uma lata menor. A perspectiva de correr 
uma hora por uma razão tão fútil é desanimadora 
e facilmente compreensível mesmo por popula-
ções pouco motivadas.
outra solução seria promover melhor os 
adoçantes mas na realidade a escolha de bebidas 
não-calóricas é ainda marginal e pesquisas recentes 
mostram que o uso de adoçantes pode favorecer 
o diabetes.
Não tem muita solução fora da eliminação 
completa das sodas e do aumento generalizado 
da atividade física !
ARTIGO ORIGINAL
Alteração da testosterona, cortisol, 
força e massa magra após 20 semanas 
como resposta a três metodologias 
de treinamento de força 
Alteration of testosterone, cortisol, strength and lean 
mass after 20 weeks using three strength training 
methodologies 
Eduardo Hippolyto Latsch Cherem*, Leonardo Chrysostomo dos Santos*, Fernando Petrocelli de 
Azeredo*, Rodrigo de Assunção Serra*, Cristiano Cosme Nascimento Franco de Sá*
*Laboratório de Fisiologia do Exercício, Universidade Estácio de Sá, campus Nova Iguaçu – RJ, curso de 
Licenciatura em Educação Física
Resumo
o presente estudo teve por objeto observar as pos-
síveis alterações na força, massa muscular e testosterona 
a partir de três metodologias de treinamento de força. 
Utilizou-se 30 homens; 23 anos de idade; 6 meses de 
treinamento. Treinamento composto por: 10 exercícios, 
divididos em 3 grupos: Convencional: 3 séries de 10 
RMs, 90s de intervalo; Circuito: circuito na ordem: 
costa-peito-ombro-membro inferior; Bi-set: dois exer-
cícios para o mesmo grupamento muscular, sem inter-
valos entre eles. Dosou-se testosterona, força muscular e 
composição corporal, nas semanas 0, 10ª e 20ª. Dados 
expressos como média e erro padrão e porcentagem. 
Usou-se teste “t” de Student, aceitando-se como sig-
nificativo um p < 0,05. As maiores concentrações de 
testosterona foram encontradas na 10ª semana: Bi-set: 
869 ± 96,6, Convencional: 556,3 ± 23,5 e Circuito: 
403,3 ± 47,6 (p ≤ 0,05). os aumentos mais expressivos 
da força ocorreram na 20ª semana na seguinte ordem: 
Bi-set: 43,1%; Circuito: 26,7% e Convencional: 26,2% 
(p ≤ 0,05). A massa muscular demonstrou maiores 
aumentos na 20ª semana em Circuito: 3,6% e Conven-
cional: 2,1%, mas o grupo Bi-set mostrou apenas um 
ligeiro aumento na 10ª semana (0,8%, p ≤ 0,05). Ao 
final da 20ª semana de treinamento, o grupo Bi-set foi 
o que demonstrou melhor aumento na testosterona e 
na força muscular, mas a massa muscular apresentou 
maior aumento no grupo Circuito.
Palavras-chave: treinamento de força, testosterona, 
força muscular.
Recebido em 29 de abril de 2014; aceito em 25 de agosto de 2014. 
Endereço para correspondência: Eduardo Hippolyto Latsch Cherem, Rua Oscar Soares, 1466, 26220-099 
Nova Iguaçu RJ, E-mail: cheremehl@gmail.com
189Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014
Introdução
os efeitos do treinamento de força já vêm 
sendo estudados há bastante tempo, especial-
mente seus efeitos sobre a força muscular. Den-
tre os motivos para a observação dos efeitos do 
treinamento de força muscular, está o fato desta 
qualidade física, a força muscular, ser reconhe-
cida como um dos principais componentes do 
condicionamento físico saudável e o principal 
na manutenção da independência funcional, ou 
independência motora [1-4].
Vários autores têm demonstrado que os 
exercícios de força são potentes estimuladores no 
aumento agudo das concentrações de hormônios, 
especialmente da testosterona e cortisol, o que 
tem sido demonstrado em uma série de estudos 
que mostram correlações entre o volume e a força 
muscular e alterações nas concentrações de testos-
terona e cortisol, ou a razão testosterona/cortisol.
É importante observar que, embora ocorram 
com qualidade diferente, tais fenômenos (altera-
ção nas concentrações de testosterona e cortisol 
e na relação testosterona/cortisol) são observados 
tanto em homes e mulheres, quanto em idosos e 
adultos jovens [5-14].
inúmeros trabalhos já demonstram, com 
razoável propriedade, que a relação de volume, 
intensidade, descanso entre séries, metodologia da 
confecção dos programas sob métodos isocinéti-
cos e, especialmente, sob os métodos isotônicos, 
incluindo pesos livres, além de vários trabalhos 
terem utilizado metodologias estáticas (isome-
tria), são fundamentais para que se obtenham os 
resultados esperados com o treinamento da força 
muscular [6,7,13,15].
De forma geral, a maior intensidade, atrela-
da a um menor volume, está associada à maior 
liberação de fatores de crescimento, que são fun-
damentais para a sinalização de todo processo de 
recuperação e de adaptação morfofisiológica ao 
treinamento de força. Períodos de intervalo entre 
séries consistindo de 30 a 45 segundos, parecem 
otimizar a liberação destes fatores de crescimento 
[9,16-18].
Por outro lado, Smilios et al. [10] demons-
traram que um modelo de treino de força com 
intensidade moderada – alta repetição, para a 
melhoria da resistência de força, parece ser um 
estímulo suficiente para aumentar as concentra-
ções de testosterona, hormônio de crescimento 
e cortisol em homens idosos. Estas respostas 
hormonais parecem ter criado um ambiente me-
tabólico com qualidade suficiente para produzir 
melhorias na função muscular após o programa 
de resistência de força. 
Apesar dos dados reportados na bibliografia, 
a comparação entre diferentes metodologias de 
treinamento de força sobre a força muscular, mas-
sa magra, massa muscular, testosterona, cortisol, 
relação testosterona/cortisol, dentre outros fatores 
não menos importantes, pode muitas vezes ficar 
Abstract
The aim of the present study was to evaluate the 
putative alterations on muscular strength, muscular 
mass and testosterone by three different strength trai-
ning methodologies. 30 men, 23 years-old, 6 month of 
strength training experience, were randomly separated 
into 3 different groups. Training was consisted of the 
same 10 exercises divided into 3 groups: Conventional: 
3sets of 10 RMs, 90 s of rest; Circuit: exercises executed 
in that order: back-chest-shoulder-legs. Bi-set: two 
exercises for the same muscular group without rest. 
Testosterone, muscular strength and body composition 
was evaluated at weeks, 0, 10 and 20. Data were shown 
as means ± SD and percentage. Student’s t-Test was 
used, a p value of less than 0.05 was considered statis-
tically significant. The greater testosterone was found 
in the 10th week: Bi-set: 869 ± 96.6, Conventional: 
556.3 ± 23.5 and Circuit: 403.3 ± 47.6 (p ≤ 0.05). 
The most expressive improvement in strength was 
shown in the 20 week: Bi-set: 43.1%; Circuit: 26.7% 
and Conventional: 26.2% (p ≤ 0.05). Muscular masshad the higher values in the 20th week: Circuit: 3.6% 
and Conventional: 2.1%, but for the Bi-set just a few 
elevation about 0.8% (p < 0.05) in the 10th week. 
Bi-set group showed the best score for a testosterone 
and muscular strength, but for a muscular mass, the 
Circuit group shown the greater score.
Key-words: strength training, testosterone, muscular 
strength.
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014190
não muito bem elucidada, visto que os protoco-
los utilizados são muito variados e nem sempre 
mantém a mesma relação de volume-intensidade 
de treinamento.
A partir do exposto, o presente trabalho teve 
por objetivo comparar as possíveis diferenças 
na força muscular, massa magra, testosterona e 
cortisol livres e na relação testosterona/cortisol 
após 20 semanas de treinamento de força com 
mesmo volume e intensidade por meio de três 
metodologias de treinamento distintas.
Material e métodos
Amostra
Participaram 30 homens, com pelo menos 6 
meses de experiência em treinamento de força, 
com idade entre 20 e 30 anos, que apresentassem 
porcentagem de gordura entre “bom” e “média”, 
segundo classificação de Pollock e Wilmore de 
1993.
os indivíduos foram distribuídos aleatoria-
mente em três grupos com 10 indivíduos cada, 
ambos descritos a seguir. 
Todos os participantes leram e assinaram o ter-
mo de consentimento livre e esclarecido, segundo 
a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saú-
de, órgão do Ministério da Saúde do Governo Fe-
deral do Brasil. CAAE: 15228613.8.0000.5243.
Procedimentos
Todas as medidas foram realizadas em sala cli-
matizada com temperatura (20 a 22ºC), umidade 
relativa do ar (entre 60 e 70%), luminosidade, 
ruídos e odores controlados, sempre a mesma 
hora, pela manhã (a partir das 07h00min).
os indivíduos tiveram tomadas as medidas de 
estatura, peso, massa corporal, coleta de sangue 
em jejum, desjejum padrão (sanduíche de pão de 
forma com queijo branco e 200 ml de suco de 
laranja lima açúcar ou água) nova coleta de sangue 
após 30min e execução da rotina de treinamento 
nas ocasiões da coleta.
•	 Antropometria: A massa e a estatura corporal 
foram mensuradas segundo Norton & olds 
(1996). A decomposição da massa corporal 
total seguiu a estimativa da densidade corporal, 
como descrito por Jackson e Pollock (1978) e 
posterior conversão da densidade corporal em 
porcentagem de gordura por meio da fórmula 
de Siri [2].
•	 Teste de força muscular: Utilizou-se o teste de 
repetição máxima (1RM), como descrito por 
Kramer & Fry (1995). Tal teste foi realizado 
quatro vezes durante o período de treinamento, 
antes de iniciar, e a cada 4 semanas, incluindo 
última semana de treinamento. As avaliações 
tiveram por objetivo manter a intensidade re-
lativa do treinamento, bem como para observar 
o ganho de força entre os grupos.
•	 Coleta e análise de sangue: Foram dosados a 
testosterona e cortisol livres (eletroquimiolu-
minescência e quimioluminescência, respecti-
vamente) por método automatizado (Roche, 
modelo Modular Analytics E170).
Utilizando-se luvas cirúrgicas, agulhas e serin-
gas descartáveis, 10 ml de sangue foram coletados 
através de punção venosa da veia superficial do 
antebraço após assepsia com etanol 70%. As 
coletas de sangue realizadas 24h após final do 
período de treinamento, nos tempos 0, 4, 8, 12 
semanas de treino. 
Treinamento físico
os 45 participantes foram distribuídos de 
forma aleatória para cada um dos três grupos 
descritos a seguir. Antes do início do treinamento 
todos os participantes realizaram aquecimento 
específico com 50% da carga máxima em duas 
séries de 15 repetições para supino reto, puxada 
dorsal alta e legpress, seguidos de 5 min de inter-
valo passivo.
•	 Grupo convencional: Exercícios realizados com 
a carga de 60% de 1RM, em 3 séries de 15 
repetições com velocidade de execução dos 
exercícios será de 2s na fase concêntrica e 2s 
na fase excêntrica e intervalo de 30 a 40s, na 
seguinte ordem: pressão de pernas horizontal; 
puxada frontal aberta; adução de quadril na 
cadeira adutora; extensão de cotovelos na polia 
alta; flexão de joelhos na cadeira flexora com 
flexão plantar; supino; abdução de quadril 
na cadeira abdutora; extensão dos joelhos na 
cadeira extensora; flexão de cotovelos na polia 
191Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014
alta; extensão de tornozelo no aparelho de 
pressão de pernas horizontal.
•	 Grupo circuito: Nesta metodologia o participan-
te executará todos os exercícios sem intervalo 
(apenas na transição entre os aparelhos). Será 
utilizada a carga de 60% perfazendo um total 
de 15 repetições e com 3 passagens por esse 
circuito, também com velocidade de execução 
dos exercícios será de 2s na fase concêntrica e 
2s na fase excêntrica. Com a seguinte ordem de 
exercícios: pressão de pernas horizontal; puxada 
frontal aberta; adução de quadril na cadeira adu-
tora; extensão de cotovelos na polia alta; flexão 
de joelhos na cadeira flexora com flexão plantar; 
supino; abdução de quadril na cadeira abdutora; 
extensão dos joelhos na cadeira extensora; flexão 
de cotovelos na polia alta; extensão de tornozelo 
no aparelho de pressão de pernas horizontal.
•	 Grupo Bi-set: Nesta metodologia são executa-
dos dois exercícios consecutivos (sem intervalo) 
para cada grupamento muscular, ambos com 
60% de 1RM, em 3 séries de 15 repetições 
e velocidade de execução aproximada de 2s 
na fase concêntrica e 2s na fase excêntrica. A 
disposição dos exercícios: remada x supino; ex-
tensão de joelhos x pressão de pernas horizon-
tal; extensão de cotovelo x flexão de cotovelo; 
adução de quadril x abdução de quadril; flexão 
de joelhos x extensão de tornozelo no aparelho 
de pressão de pernas horizontal.
Tratamento estatístico
os dados foram expressos como média + 
desvio padrão da média quando representavam 
valores absolutos (antropometria e dosagens endó-
crinas) e apenas como a porcentagem de variação, 
quando os dados eram comparados entre a 10ª 
com o pré-treinamento e entre a 20ª semana, com 
10ª semana e o pré-treinamento.
Para a análise de estatística inferencial foi 
usado Anova 2 x 2 (fator grupo e fator treino) 
o pacote estatístico SPSS for Windows V.17.0. A 
normalidade dos dados será testada por meio do 
teste Shapiro-Wilk, sendo aceito como significa-
tivo um p ≤ 0,05.
Também foi realizada a correlação de Pear-
son para determinar as relações entre a força e 
a massa muscular com a testosterona, o cortisol 
e a relação testosterona/cortisol, sendo os dados 
expressos como “r”. Por fim foi calculado o teste 
t de Student para determinar a significância de 
“r”, para quando p ≤ 0,05.
Resultados
Na Tabela i estão apresentados os dados da 
composição corporal dos grupos em média, ± 
erro padrão da média, para as variáveis de massa 
corporal total, estatura, iMC, porcentagem de 
Tabela I - Média ± desvio padrão para as variáveis antropométricas dos grupos durante o período de treinamento.
Variável Tempo
Grupos
Convencional Circuito Bi - Set 
 0 80,3 ± 6,2 90 ± 4,4 61,1 ± 2,9
Massa Total 10 81,6 ± 6,5 89,8 ± 4,0 62 ± 3,0
 20 80,4 ± 6,4 90,5 ± 3,7 62,4 ± 3,0
Estatura
0 1,74 1,7 1,7
0 24,4 ± 1,1 29,2 ± 0,7 22,4 ± 0,5
Índice de Massa Corporal 10 26,6 ± 1,3 29,1 ± 0,6 23,1 ± 0,5
20 26,2 ± 1,2 29,4 ± 0,5 22,7 ± 0,4
Porcentagem de Gordura
0 15,9 ± 1,9 22,2 ± 1,9 11,2 ± 0,5
10 16,5 ± 1,7 22,4 ± 1,8 11,1 ± 1,3
20 15,1 ± 1,7 20,6 ± 1,8 11,2 ± 1,3
Massa Corporal Magra
0 66,6 ± 3,9 69,4 ± 3,7 54,3 ± 2,9
10 67,9 ± 4,3 70,3 ± 3,7 53,5 ± 4,3
20 68,1 ± 4,5 71,8 ± 3,1 56,3 ± 3,5
Massa corporal total em quilograma (kg), estatura corporal em metro (m), índice de massa corporal quilograma por metro 
quadrado (kg/m2) e massa corporal magra em kg.
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014192
gordura corporal massa corporal magra para os 
três grupos nos períodos pré-treinamento, 10ª e 
20ª semanas de treinamento.
os dados absolutosde testosterona e cortisol 
livres estão descritos na tabela ii, onde se pode 
perceber que o grupo Bi-set apresentou a maior 
concentração de testosterona entre os grupos 
na 10ª semana de treinamento (869 ± 96,6) e 
a menor concentração no grupo circuito antes 
do início do treinamento (301,7 ± 28,9). Para o 
cortisol, o maior valor encontrado também foi no 
grupo Bi-set, na 10ª semana de treinamento e a 
menor concentração também sendo observada no 
grupo circuito no período anterior ao treinamento 
(11,7 ± 1,4).
Apesar da menor concentração de testosterona 
ter sido encontrada no grupo circuito antes do iní-
cio do treinamento, o maior aumento percentual 
foi encontrado entre o período pré-treinamento 
e a 10ª semana de treinamento para este mesmo 
grupo (33,7%) (tabela iii). Por outro lado, a 
menor variação percentual na testosterona foi 
observada entre a 10ª e a 20ª semana de treina-
mento, com variação negativa da testosterona, 
numa magnitude de -5,1%.
Ainda na tabela iii podemos observar que a 
menor variação no cortisol e na relação testostero-
na/cortisol foi encontrada, ambas, no grupo con-
vencional entre o pré-treinamento e a 10ª semana 
de treinamento (14,1%, para o cortisol) e entre a 
10ª e a 20ª semana de treinamento (-30,1%, para 
a relação testosterona/cortisol).
As variações entre força e massa muscular 
estão descritas na tabela iV, cujos resultados mais 
expressivos foram a variação da força entre a 10ª e 
a 20ª semana de treinamento para o grupo Bi-set 
Tabela II - Valores médios (± erro padrão) para testosterona e cortisol para ambos os grupos, nos instantes pré-
-treinamento, 10ª e 20ª semana de treinamento.
Grupos
Testosterona Cortisol
Semana
0 10ª 20ª 0 10ª 20ª
Convencional 522,3 ± 2,5 556,3 ± 23,5 495,7 ± 44,4 13,3 ± 2,5 15,1 ± 3,0 18 ± 2,7
Circuito 301,7 ± 28,9 403,3 ± 47,6 303 ± 69,1 11,7 ± 1,4 15,45 ± 1,8 13,9 ± 2,3
Bi - Set 671 ± 85,5 869 ± 96,6 777 ± 115,7 16,1 ± 3,8 23,8 ± 2,8 18,5 ± 0,7
p < 0,05 para todas as medidas endócrinas por grupo, quando comparado a 10ª com o pré-treinamento, a 20ª contra o 
pré-treinamento e contra a 10ª semana.
Tabela III - Alterações percentuais da testosterona, cortisol e relação testosterona/cortisol.
Grupo
Testosterona Cortisol Testosterona/Cortisol
Semana Semana Semana
10ª 20ª 10ª 20ª 10ª 20ª
Convencional 6,5 -5,1 14,1 35,7 -6,7 -30,1
Circuito 33,7 0,4 31,9 18,7 1,3 15,4
Bi - Set 29,5 15,8 47,8 15,2 -12,4 0,5
Obs: p < 0,05 para todas as medidas endócrinas por grupo, quando comparado a 10ª com o pré-treinamento, a 20ª 
contra o pré-treinamento e contra a 10ª semana
Tabela IV - Alterações percentuais da força e massa muscular.
Grupos
Força Muscular Massa Muscular
Semana
10ª 20ª 10ª 20ª
Convencional 13,1 26,2 1,8 2,1
Circuito 17,1 26,7 1,3 3,6
Bi - Set 20,5 43,1 0,8 -1,3
p < 0,05 para todas as medidas de força e massa muscular por grupo, quando comparado a 10ª com o pré-treinamento, 
a 20ª contra o pré-treinamento e contra a 10ª semana.
193Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014
(43,1%) e uma variação de 2,1% na massa mus-
cular para o grupo convencional. Ao passo que 
os valores menos expressivos foram achados, para 
força muscular entre o pré-treinamento e a 10ª 
semana de treinamento no grupo convencional 
(13,1%) e na massa muscular no grupo Bi-set, en-
tre a 10ª e a 20ª semana de treinamento (-1,3%).
As correlações da força muscular com a tes-
tosterona, cortisol e relação testosterona/cortisol, 
bem como as correlações entre a massa muscular, 
a testosterona, cortisol e relação testosterona/
cortisol, estão descritas na tabela V. Para o grupo 
convencional, a correlação mais pronunciada foi 
entre a força muscular e o cortisol (r = 0,933, p < 
0,05) e a correlação de menor expressão foi entre 
a massa muscular e a testosterona (r =-0,048, p 
< 0,05). As correlações para o grupo circuito de 
maior e menor força foram entre a força e a massa 
muscular e o testosterona (r = 0,314, p = não sig-
nificativo e r =-0,139, p < 0,05, respectivamente).
Tabela V - Correlações da força e da massa muscular 
para a testosterona, cortisol e razão testosterona/cortisol 
para os grupos convencional, circuito e Bi–Set.
 
Testoste-
rona
Cortisol
Testos-
terona/
Cortisol
Convencional
Força -0,439 0,933 -0,952
Massa Muscular -0,048 0,566 -0,753
Circuito
Força 0,314* 0,802 -0,619
Massa Muscular -0,139 0,454 -0,903
Bi - Set
Força 0,512 0,286 0,061
Massa Muscular 0,347 0,566 -0,815
*=p não significativo. Demais comparações p < 0,05.
Discussão
Como os grupos apresentaram índices iniciais 
de força que diferiram entre si, optamos por 
observar o efeito das diferentes metodologias de 
treinamento de força muscular abordadas, método 
convencional (séries múltiplas, com intervalo pas-
sivo entre as séries), método circuitado (mesmo 
programa do método convencional, mas execu-
tado com exercícios encadeados, sem respeitar in-
tervalo passivo entre os exercícios, mas alternando 
grupamento antagonistas e membros superiores 
e inferiores) e método Bi-set (utilizaram-se os 
mesmos exercícios dos grupos anteriores, execu-
tando dois exercícios para o mesmo grupamento 
muscular de forma direta, sem intervalos).
Não encontramos na bibliografia nenhum 
estudo prévio que tivesse comparado as referidas 
metodologias, mas de qualquer forma os resulta-
dos do presente estudo apresentam o mesmo perfil 
de resultados encontrados em estudos prévios, 
que observaram as diversas adaptações do corpo 
humano ao treinamento de força [2,9,19, 20]. 
De maneira mais destacada temos o evidente au-
mento da força muscular, que foi mais destacado 
no grupo Bi-set, com um aumento percentual 
de 43,1% (p < 0,05) com relação ao estado pré-
-treinamento. os demais grupos (convencional e 
circuito) apresentaram um aumento percentual 
médio na força muscular da ordem de 1,3% por 
semana (p < 0,05 por grupo para o estado pré e 
pós-treinamento).
Esta diferença possivelmente possa ser devido 
a maior resposta da testosterona ao treinamento, 
por este grupo apresentar as maiores dosagens 
plasmáticas deste hormônio (pré-treinamento: 
671 ± 85,5, 10ªsemana: 869 ± 96.6, 20ªsemana: 
777 ± 115,7; p < 0,05 entre as dosagens), uma 
vez que a testosterona tem positivos efeitos sobre 
a força muscular [6,21-23]. Ainda, os indivíduos 
deste grupo apresentaram uma concentração 
plasmática de testosterona no instante pré-
-treinamento significativamente maior do que 
seus congêneres dos demais grupos (Bi-set: 671 
± 85,5, convencional: 522,3 ± 2,5 e circuito: 
301,7 ± 28,9; p < 0,05 entre grupos), o que pode 
caracterizar uma propensão dos indivíduos deste 
grupo em secretar mais testosterona em resposta 
ao treinamento, quando comparados com os 
indivíduos dos demais grupos. 
Neste sentido, três pontos são importante a 
serem destacados, primeiramente dos 10 volun-
tários deste grupo, 8 apresentaram contagens de 
testosterona pré-treinamento muito altas; em 
segundo lugar todos os participantes apresentaram 
experiência prévia em treinamento de força de 
pelo menos 6 meses e no máximo de 8 meses de 
treinamento convencional, mas, após a seleção 
para o presente trabalho, passaram por mais duas 
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014194
semanas de repouso passivo, para que qualquer 
adaptação aguda fosse revertida; por fim não foi 
feita nenhuma dosagem prévia para evitar altera-
ções que os aparelhos pudessem sofrer no decorrer 
do tempo, desta maneira, todas as dosagens foram 
realizadas ao mesmo tempo. Acreditamos que uma 
dosagem pré-treinamento deva ser realizada em 
estudos futuros para que diferenças endócrinas 
pré-existentes possam servir como ponto de corte 
para estudos desta natureza.
Apesar da força muscular e da concentração 
de testosterona terem sido maiores em Bi-set, 
não foi observado grandes respostas na massa 
muscular. Na verdade ao observar o período 
pós-treinamento (20ª semana), pode-se constatar 
que houve redução da massa muscular (-1,3%,p 
< 0,05 entre a 20ª semana contra a 10ª semana e 
o pré-treinamento). Este efeito pode ser devido 
à limitação na precisão do método utilizado. A 
escolha do método utilizado no presente estudo 
(por adipometria) como descrito por Nortn & 
olds (1996), que consiste em método preditivo 
duplamente indireto, reside na sua relativa boa 
confiabilidade e reprodutibilidade, mas espe-
cialmente por seu baixo custo, sua fácil aplica-
bilidade. Além disso, a questão da alteração da 
massa muscular não era o objetivo principal do 
presente estudo.
outro limitador que pode explicar a resposta 
aparentemente desproporcional da massa mus-
cular em relação ao ganho de força e as concen-
trações de testosterona e que também deveria 
servir de ponto de corte em estudos futuros é a 
concentração do tipo de fibra muscular. Sabe-se 
que as fibras do tipo 1 apresentam baixo potencial 
hipertrófico e que sua grande concentração em 
membros superiores, inferiores e tronco, pode 
mascarar o efeito que determinada metodologia 
de treinamento físico possa exercer sobre o com-
ponente muscular em indivíduos com composição 
mista [24,25].
os presentes resultados sobre a relação tes-
tosterona, cortisol e razão testosterona/cortisol 
com o aumento da força e massa muscular em 
função do treinamento de força muscular es-
tão em desacordo com a literatura consultada 
[21,26-28], que mostra de forma consistente 
que o treinamento de força crônico é capaz de 
aumentar a força e massa muscular, o que não 
ficou evidente no presente estudo (tabelas iii e 
V). A exceção do grupo circuito que demonstrou 
uma relação testosterona/cortisol positiva nas 
10ª e 20ª semanas (1,3 e 15,4%, p < 0,05 contra 
o estado pré-treinamento), os demais (conven-
cional e bi-set) apresentaram razões negativas 
(tabela iii). Quando medida as correlações entre 
a força e a massa muscular com as alterações da 
testosterona, do cortisol e da relação testostero-
na/cortisol (tabela V), observa-se que os grupos 
demonstraram correlações fracas e negativas para 
a testosterona e fortes, embora negativas, para a 
força e massa muscular com a razão testosterona/
cortisol (exceto para o r força-razão testosterona/
cortisol para os grupos circuito, r =-0,619, e Bi-
-set, r = 0,061)
A testosterona não aumentou após o trei-
namento com série múltiplas, mas o cortisol 
aumentou, mesmo tendo os grupos aumentado 
força e massa muscular [10]. os autores tam-
bém apontaram que alterações na sensibilidade 
aos hormônios (aumento na expressão de seus 
receptores) podem atuar como fator de controle 
para o metabolismo dos miócitos. Desta forma, 
acreditamos que o aumento da força muscular, 
que foi positiva na 10ª semana de treinamento e 
continuou aumentando até a 20ª semana de trei-
namento (convencional=13,1 e 26,2%, circuito 
=17,1 e 26,7% e Bi-set =20,5 e 43,1%; p < 0,05 
entre a 10ª semana e o pré-treino e entre a 20ª 
semana e a 10ª semana e o pré-treino), a princípio 
não poderiam ser explicadas pela alteração crônica 
da testosterona, que foi positiva e grande na 10ª 
semana para todos os grupos (convencional = 
6,5%, circuito = 33,7% e Bi-set = 29,5%; p < 0,05 
para todos os grupos contra seu estado pré-treino), 
mas que foi reduzida na 20ª semana (convencional 
=-5,1%, circuito = 0,4% e Bi-set = 15,8%; p < 
0,05 para todos os grupos contra seu estado pré-
-treino), mas que poderia ter sido causada por um 
aumento da sensibilidade à testosterona. 
Vários trabalhos têm demonstrado que o trei-
namento físico, especialmente o de força, causa 
aumento de sensibilidade à insulina. Apesar de 
não terem sido encontrados trabalhos que investi-
gassem a alteração da sensibilidade à testosterona 
como uma resposta aguda ou crônica a qualquer 
tipo de treinamento físico, esse mesmo efeito 
devia ocorrer [29,30].
195Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014
os dados para força e massa muscular aqui 
apresentados estão de acordo com todos os tra-
balhos consultados [2,7,16,31], à medida que 
aumentaram em ambos os grupos, exceto para 
massa muscular na 20ª semana do Bi-set (tabela 
iV). Mesmo o não aumento crônico da massa 
muscular como efeito crônico do treinamento 
de força, mas com aumento da força muscular 
são dados que também encontram respaldo na 
literatura [9,32-36]. . E a despeito de outros re-
sultados que estão descritos no presente trabalho 
e que possam estar em maior ou menor grau em 
acordo ou desacordo com a literatura consulta-
da, os dados de força muscular reforçam que as 
metodologias, convencional, circuito e Bi-set são 
eficientes em proporcionar as adaptações que lhes 
são específicas à força muscular.
Conclusão
A partir dos dados aqui apresentados, pode-
-se concluir que, apesar das características das 
amostras, a metodologia de treinamento de força 
muscular mais efetiva em aumentar a força mus-
cular e a testosterona foi a metodologia do Bi-set; 
a metodologia em circuito foi a que apresentou 
resultados mais expressivos no aumento da massa 
muscular; a metodologia convencional (séries 
múltiplas) apresentou maior concentração de 
cortisol; e a força muscular apresentou melhor 
correlação com o cortisol do que com a testoste-
rona e que a razão testosterona/cortisol foi mais 
expressiva no grupo convencional.
Referências
1. Frontera WR, Meredith CN, o’Reilly KP, Knutt-
gen HG, Evans WJ. Strength conditioning in older 
men: skeletal muscle hypertrophy and improved 
function. J Appl Physiol 1988;64(3):1038-44.
2. ACSM. Position stand on the recommended 
quantity and quality of exercise for developing 
and maintaining cardiorespiratory and muscular 
fitness, and flexibility in adults. Med Sci Sports 
Exerc 1998;30(6):975-91.
3. Brill P, Macera C, Davis D, Blair S, Gordon N. 
Muscular strength and physical function. Med Sci 
Sports Exerc 2000;32:412-16.
4. Chtara M, Chaouachi A, Levin GT, Chaouachi M, 
Chamari K, Amri M, Laursen PB. Effect of con-
current endurance and circuit resistance training 
sequence on muscular strength and power develo-
pment. J Strength Cond Res 2008;22(4):1037-45.
5. Tremblay, M, Copeland, J; van Helder, W. Effect 
of training status and exercise mode on endo-
genous steroid hormones in men. J Appl Phys 
2004;96(2):531-9.
6. Hakkinen K, Pakarinen A, Newton RU, Kraemer 
WJ. Acute hormone responses to heavy resistance 
lower and upper extremity exercise in young ver-
sus old men. Eur J Appl Physiol occup Physiol 
1998;77(4):312-9.
7. Kraemer WJ, Hakkinen K, Newton RU, Mc-
Cormick M, Nindl BC, Volek JS, et al. Acute 
hormonal responses to heavy resistance exercise in 
younger and older men. Eur J Appl Physiol occup 
Physiol 1998;77(3):206-11.
8. Takarada Y, Nakamura Y, Aruga S, onda T, 
Miyazaki S, ishii N. Rapid increase in plasma 
growth hormone after low-intensity resistance 
exercise with vascular occlusion. J Appl Physiol 
2000;88(1):61-5. 
9. Ahtiainen JP, Pakarinen A, Kraemer WJ, Hakkinen 
K. Acute hormonal and neuromuscular responses 
and recovery to forced vs maximum repetitions 
multiple resistance exercises. int J Sports Med 
2003;24(6):410-8.
10. Smilios i, Pilianidis T, Karamouzis M, Tokmaki-
dis S. Hormonal responses after various resis-
tance exercise protocols. Med Sci Sports Exerc 
2003;35(4):644-54. 
11. Reeves G, Kraemer R, Hollander D, Clavier J, 
Thomas C, François M, et al. Comparison of hor-
mone responses following light resistance exercise 
with partial vascular occlusion and moderately 
difficult resistance exercise without occlusion. J 
Appl Physiol 2006;101(6):1616-22.
12. Schiffer T, Schulte S, Hollmann W, Bloch W, 
Strüder HK. Effects of strength and endurance 
training on brain-derived neurotrophic factor and 
insulin-like growth factor 1 in humans. Horm 
Metab Res 2009;41(3):250-4. 
13. Vale RGS, oliveira RD, Pernambuco CS, Meneses 
PSF, Novaes JS, Andrade AFD. Effects of muscle 
strength and aerobic training on basal serum levels 
of iGF-1 and cortisol in elderly women. Arch 
Gerontol Geriatr 2009;49:343-47.
14. MonninkhofEM, Velthuis MJ, Peeters PH, 
Twisk JW, Schuit AJ. Effect of exercise on post-
menopausal sex hormone levels and role of body 
fat: A randomized controlled trial. J Clin oncol 
2009;27(27):4492-9.
15. izquierdo M, Häkkinen K, ibañez J, Garrues 
M, Antón A, Zúñiga A et al. Effects of strength 
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014196
training on muscle power and serum hormones 
in middle-aged and older men. J Appl Physiol 
2001;90(4):1497-507.
16. Kraemer WJ, Ratamess NA. Hormonal responses 
and adaptations to resistance exercise and training. 
Sports Med 2005;35(4):339-61.
17. De Salle BF, Simao R, Miranda F, Novaes JS, Le-
mos A, Willardson JM. Rest interval between sets 
in strength training. Sports Med 2009;39:765-77. 
18. De Salles BF, Simão R, Miranda H, Bottaro M, 
Fontana F, Willardson JM. Strength increases in 
upper and lower body are larger with longer inter-
-set rest intervals in trained men. J Sci Med Sport 
2010;13(4):429-33.
19. Ahtiainen JP, Pakarinen A, Alen M, Kraemer WJ, 
Häkkinen K. Muscle hypertrophy, hormonal adap-
tations and strength development during strength 
training in strength-trained and untrained men. 
Eur J Appl Physiol 2003;89:555-63.
20. ortego AR, Dantzler DK, Zaloudek A, Tanner 
J, Khan T, Panwar R, et al. Effects of gender on 
physiological responses to strenuous circuit resis-
tance exercise and recovery. J Strength Cond Res 
2009;23(3):932-8.
21. Häkkinen K, Pakarinen A. Muscle strength and 
serum testosterone, cortisol and SHBG concentra-
tions in middle-aged and elderly men and women. 
Acta Physiol Scand 1993;148:199-207.
22. Foschini D, Prestes J. Respostas hormonais e imu-
nes agudas decorrentes do treinamento de força em 
Bi-set. Fitness & Performance 2007;6(1):37-44.
23. Cadore EL, Brentano MA, Lhullier FLR, Kruel 
LFM. Fatores relacionados com as respostas da 
testosterona e do cortisol ao treinamento de força. 
Rev Bras Med Esporte 2008;14(1):74-8.
24. Staron RS, Malicky ES, Leonardi MJ, Falkel JE, 
Hagerman FC, Dudley GA. Muscle hypertrophy 
and fast fiber type conversions in heavy resistance-
-trained women. Eur J Appl Physiol occup Physiol 
1990;60(1):71-9.
25. Verdijk LB, Gleeson BG, Jonkers RAM, Meijer 
K, Savelberg HHCM, Dendale P, et al. Skeletal 
muscle hypertrophy following resistance training 
is accompanied by a fiber type–specific increase in 
satellite cell content in elderly men. J Gerontol A 
Biol Sci Med Sci 2009;64(3):332-9. 
26. Busso T, Häkkinen K, Pakarinen A, Carasso C, 
Lacour JR, Komi PV, Kauhanen H. A systems 
model of training responses and its relationship to 
hormonal responses in elite weight-lifters. Eur J 
Appl Physiol occup Physiol 1990;61(1-2):48-54. 
27. Bucci M, Vinagre EC, Campos GER, Curi R, 
Pithon-Curi TC. Efeitos do treinamento conco-
mitante hipertrofia e endurance no músculo es-
quelético. Rev Bras Ciênc Mov 2005;13(1):17-28. 
28. Cadore EL, Brentano MA, Lhullier FLR, Kruel 
LFM. Fatores relacionados com as respostas da 
testosterona e do cortisol ao treinamento de força. 
Rev Bras Med Esporte 2008;14(1):74-8. 
29. ibañez J, izquierdo M, Argüelles i, Forga L, Larri-
ón JL, García-Unciti M, et al. Twice-weekly pro-
gressive resistance training decreases abdominal fat 
and improves insulin sensitivity in older men with 
type 2 diabetes. Diabetes Care 2005;28(3):662-7.
30. Nomura T, ikeda Y, Nakao S, ito K, ishida K, 
Suehiro T, Hashimoto K. Muscle strength is a 
marker of insulin resistance in patients with type 2 
diabetes: a pilot study. Endocr J 2007;54(5):791-6. 
31. Tracy BL, ivey FM, Hurlbut D, Martel GF, Lem-
mer JT, Siegel EL, et al. Muscle quality. ii. Effects 
of strength training in 65- to 75-yr-old men and 
women. J Appl Phys 1999;86(1):195-201.
32. Abbatecola AM, Ferrucci L, Ceda G, Russo CR, 
Lauretani F, Bandinelli S, et al. insulin resistance 
and muscle strength in older persons. J Gerontol 
A Biol Sci Med Sci 2005;60(10):1278-82.
33. Moore D, Burgomaster K, Schofield L, Gibala M, 
Sale D, Phillips S. Neuromuscular adaptations in 
human muscle following low intensity resistance 
training with vascular occlusion. Eur J Appl Phy-
siol 2004;92(4-5):399-406. 
34. Melov S, Tarnopolsky M, Beckman K, Felkey K, 
Hubbard A. Resistance exercise reverses aging in 
human skeletal muscle. PLoS oNE 2007;2(5).
35. Kumar V, Selby A, Rankin D, Patel R, Atherton 
P, Hildebrandt W, et al. Age-related differences in 
the dose-response relationship of muscle protein 
synthesis to resistance exercise in young and old 
man. J Physiol 2009;587(1):211-17.
36. Salem GJ, Skinner JS, Chodzko-Zajko WJ, 
Proctor DN, Fiatarone S, Maria A. Exercise and 
physical activity for older adults. Med Sci Sports 
Exerc 2009;41(7):1510-30.
ARTIGO ORIGINAL
Crioterapia como fator interveniente na dor 
muscular de início tardio
Cryotherapy as an intervening factor in delayed onset 
muscle soreness
Aniele Tomadon, Ft.*, Álvaro José Mayer Ferreira, Ft.*, Mayara Liberali, Ft.*, Nathiely Fernanda 
Matera, Ft.*, José Luis Marinho Portolez**, Gladson Ricardo Flor Bertolini***
*Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Cascavel PR, **Professor do curso de 
Fisioterapia da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), Santos SP, ***Professor do curso de Fisioterapia 
e do Mestrado em Biociências e Saúde da UNIOESTE, campus Cascavel PR
Resumo
Este trabalho teve como objetivo investigar, em 
indivíduos sedentários, a interferência do uso da crio-
terapia na dor muscular de início tardio. Para tanto, a 
amostra foi composta por 20 indivíduos, sedentários, 
divididos em dois grupos: controle (GCo), apenas 
exercícios; e crioterapia (GCR) exercícios e posterior 
crioterapia, por 20 minutos, na região de gastrocnêmios 
mediais. o exercício foi constituído por cinco séries, de 
vinte repetições cada, de planti/dorsiflexão exercitando 
o grupo tríceps sural. Ambos os grupos foram avaliados 
antes do exercício (AV1) e reavaliados após 24 (AV2), 
48 (AV3) e 72 (AV4) horas após o exercício, quanto ao 
seu grau de dor utilizando-se a escala analógica de dor 
(EVA) e um dolorímetro de pressão. observou-se pela 
EVA redução do quadro álgico em AV4, ao comparar 
com AV2 e AV3, apenas para o grupo tratado. Na 
avaliação do limiar de pressão, observaram-se diferenças 
entre os grupos, em AV3 e AV4, tendo o grupo tratado 
maior limiar. Conclui-se que a crioterapia se mostrou 
eficaz na melhora da sensação de dor de início tardio 
em indivíduos sedentários.
Palavras-chave: medição da dor, crioterapia, 
modalidades de fisioterapia.
Recebido em 18 de fevereiro de 2014; aceito em 25 de agosto de 2014. 
Endereço para correspondência: Gladson Ricardo Flor Bertolini, Rua Universitária, 2069, Jardim 
Universitário, Colegiado de Fisioterapia, 85819-110 Cascavel PR, E-mail: gladson_ricardo@yahoo.com.br 
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014198
Introdução
A dor é um mecanismo de proteção do or-
ganismo, contra agressões teciduais, e pode ser 
desencadeada por vários tipos de agentes que 
estimulam terminações nervosas livres presentes 
em toda a superfície corporal (nociceptores) [1]. 
A dor muscular e a sensação de desconforto con-
sequentes da prática de atividade física, intensa, 
constituem um dos quadros mais comumente 
encontrados e essa dor transitória é denominada 
dor muscular de início tardio (DMiT) [2].
 A dor muscular tardia é caracterizada pela 
sensação de desconforto e dor na musculatura 
esquelética, que ocorre algumas horas após a 
prática de uma atividade física não-cotidiana. Ela 
não se manifesta até aproximadamente oito horas 
após o exercício, aumentando de intensidade nas 
primeiras 24 horas e alcança o máximo entre 24 
e 72 horas [3]. Têm sido propostas teorias para 
o mecanismo da dor muscular tardia, a saber: 
ácido láctico, espasmo muscular, lesão do tecido 
conjuntivo, lesão muscular, inflamação e as teorias 
de fluxo de enzimas. No entanto, uma integração 
entre elas é a mais provável explicação [4].Apesar de o insulto primário não poder ser 
influenciado terapeuticamente, o crescimento 
secundário da lesão pode ser amenizado com 
certas intervenções, tais como imobilização tem-
porária, administração de drogas analgésicas e 
anti-inflamatórias [5] e frio local [6].
o termo crioterapia significa tratamento com 
frio. Trata-se de uma terapia física que pode ser 
administrada de maneiras diferentes. É definida 
como a aplicação terapêutica de qualquer subs-
tância ao corpo que resulte em remoção do calor 
corporal, diminuindo a temperatura dos tecidos 
[7]. Entre os métodos utilizados estão: compressas 
geladas, por meio de recipientes, toalhas ou saco 
plástico com gelo picado; compressas de gel frio; 
compressas frias químicas; imersão em gelo e 
massagem com gelo, entre outras. A crioterapia 
é proposta para reduzir a resposta inflamatória, 
bem como diminuir a formação de edema, dor 
e hematoma. Há evidencias de que a crioterapia 
produza efeitos analgésicos e a restauração estru-
tural e funcional, o que favorece o processo de 
reabilitação [6]. Dessa forma, a crioterapia local 
pode facilitar a recuperação de lesões, sendo que 
a vasoconstrição induzida pelo frio reduz a for-
mação de edemas [8], bem como a intensidade do 
dano celular local, por meio da redução do quadro 
hemorrágico [9] e das demandas metabólicas no 
tecido lesado [10].
A dor músculo-esquelética vem sendo trata-
da com crioterapia tendo a expectativa de que a 
diminuição da temperatura do tecido irá resultar 
em constrição dos vasos sanguíneos locais, assim 
diminuição da resposta inflamatória e edema, 
consequentemente da dor. Assim sendo, imersão 
em água com gelo é frequentemente usada em me-
dicina esportiva, em especial entre os atletas de alto 
nível, em um esforço para minimizar DMiT [4].
Ferramentas úteis para avaliação da dor são a 
Escala Visual Analógica (EVA) e o dolorímetro 
de pressão. A EVA é um instrumento simples, 
sensível e reprodutível, permitindo análise con-
tínua da dor, que consiste em uma linha reta, 
Abstract
This study aimed to investigate, in sedentary in-
dividuals, the interference of the cryotherapy use on 
delayed onset muscle soreness. To this end, the sample 
consisted of 20 individuals, sedentary, divided into two 
groups: control – exercise only; and, cryotherapy – 
exercises and subsequent cryotherapy, for 20 minutes, 
in the region of medial gastrocnemius. The exercise 
consisted of five sets of twenty repetitions, plant/
dorsiflexion. Both groups were assessed before exercise 
(EV1) and reassessed after 24 (EV2), 48 (EV3) and 72 
(EV4) hours after exercise, according to their degree 
of pain using a pain visual analogue scale (VAS) and a 
dolorimeter pressure. it was observed by VAS reduction 
of pain on EV4, when comparing with EV2 and EV3, 
only for the treated group. in assessing the threshold 
pressure, differences were observed between groups 
in EV3 and EV4, with the treated group increased 
threshold. it is concluded that cryotherapy is effective 
in improving the pain sense by delayed onset muscle 
soreness in sedentary individuals.
Key-words: pain measurement, cryotherapy, physical 
therapy modalities.
199Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014
não numerada, indicando em uma extremidade 
a marcação de “ausência de dor” e na outra, “pior 
dor imaginável” [11]. o dolorímetro de pressão 
consiste em um aparelho capaz de exercer pressão 
no músculo, essa pressão vai aumentando gradual-
mente, até que o momento que o indivíduo relate 
dor, esse valor é o utilizado nas comparações [12].
Portanto, sabe-se que a dor muscular de início 
tardio é uma sensação desagradável e acomete 
indivíduos que praticam algum tipo de atividade 
física intensa. isto pode produzir microlesões 
das fibras musculares, assim justifica-se a impor-
tância deste estudo para conhecer a interferência 
da crioterapia na DMiT, a fim de que se possa 
utilizar esse meio terapêutico e seus benefícios, 
como alternativa no controle do quadro da dor. 
o objetivo do estudo foi investigar, em indivíduos 
sedentários, a interferência do uso da crioterapia 
na dor muscular de início tardio.
Material e métodos
Caracterização de estudo e amostra
o estudo foi caracterizado como ensaio rando-
mizado, transversal, cego por parte do avaliador. 
A amostra foi de conveniência, composta por 
20 indivíduos sedentários, que se encaixaram 
nos critérios de inclusão e assinaram o termo 
de consentimento livre e esclarecido, do projeto 
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas 
com Humanos da Unioeste, sob número CEP 
333/2011. 
As coletas foram feitas em quatro períodos, 
sendo que no primeiro dia foram realizadas ava-
liações do limiar de dor, com o dolorímetro de 
pressão e escala visual analógica (EVA) (AV1), 
em seguida foram realizados os protocolos de 
exercícios de planti e dorsiflexão em todos os in-
divíduos. Após, foram divididos em dois grupos; 
o grupo controle (GCo), que realizaram apenas 
exercícios, e o grupo crioterapia (GCR) que reali-
zou os mesmos exercícios e depois crioterapia, por 
20 minutos, na região de gastrocnêmios mediais. 
No segundo e terceiro dia, os dois grupos foram 
reavaliados (AV2 e AV3), o grupo GCR além da 
reavaliação foi novamente submetido à crioterapia 
por 20 minutos, no quarto dia foi realizada apenas 
a reavaliação da dor nos dois grupos (AV4).
Critérios de inclusão
Foram incluídos no estudo, indivíduos 
sedentários há pelo menos seis meses, ou seja, 
indivíduos que não realizaram atividade física 
sistemática, mais do que duas vezes por semana, 
com idade entre 17 e 30 anos e de ambos os sexos, 
que puderam comparecer na Clínica de Fisiotera-
pia da Universidade Estadual do oeste do Paraná 
campus de Cascavel, nos dias pré-especificados.
Critérios de não-inclusão
Possuir algum tipo de doença que contrain-
dicasse a prática de exercício ou a utilização do 
gelo. Voluntários que não se enquadraram nos 
critérios de inclusão.
Protocolo de exercício
Foram realizados exercícios de plantiflexão e 
dorsiflexão com o indivíduo em posição ortostá-
tica, em uma escada, com o antepé apoiado na 
ponta de um degrau de 17,5 cm de altura, com 
apoio das mãos em corrimão para auxiliar o equi-
líbrio. Foram realizadas 5 séries de 20 repetições, 
com intervalo de 30 segundo entre as séries. Foi 
solicitado aos participantes que realizassem a 
máxima excursão possível, indo da máxima dor-
siflexão até a máxima plantiflexão de tornozelo.
Protocolo de crioterapia
A crioterapia foi realizada com o uso de sacos 
de 1 kg de gelo, que foram pesados em uma ba-
lança de modelo SCA-301®, e 250 ml de água que 
foram medidos em um copo com medidas em ml. 
Foi colocado em um saco plástico o gelo e a água 
no momento da intervenção. o saco plástico, com 
gelo, foi posicionado diretamente sobre a região 
do tríceps sural dos voluntários (sem compressão), 
os quais permaneciam em decúbito ventral.
Avaliação da dor
o procedimento de avaliação da dor foi rea-
lizado quatro vezes, sendo, a primeira avaliação 
(AV1) feita no primeiro dia antes da realização 
do exercício, as posteriores foram realizadas em 
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014200
24 (AV2), 48 (AV3) e 72 (AV4) horas após o 
protocolo de exercícios. A intensidade da dor foi 
quantificada pela EVA, instrumento que consiste 
de uma escala numérica de 0 a 10, em que zero 
significa ausência total de dor, e dez significa dor 
máxima referida pelo voluntário. outro instru-
mento utilizado para avaliar o comportamento 
do limiar de dor foi o dolorímetro de pressão, 
o qual foi utilizado sobre o ventre muscular 
do gastrocnêmio medial, na transição entre o 
primeiro e segundo terços [12], foi utilizado um 
equipamento da marca Kratos® capaz de exercer 
pressão até 50 Kgf.
Análise estatística
A análise dos dados foi realizada pela ANoVA 
medidas repetidas, com pós-teste de Tukey, para 
comparação dentro dos grupos. Na comparação 
entreos grupos, nos diferentes momentos de 
avaliação, foi utilizado o teste t de Student não 
pareado. Em todos os casos o nível de significância 
aceito foi de 5%. 
Resultados
Para a intensidade de dor, avaliado pela EVA, 
foi possível observar que para o grupo controle, 
não houve diminuição da intensidade em ne-
nhum momento a partir de AV2. Para o grupo 
tratado, também houve aumento significativo da 
dor, porém, em AV4 houve redução significativa 
ao comparar com AV2 e AV3. Na comparação 
entre os grupos, não houve diferenças, apenas 
uma tendência de menor valor em AV4 (Tabela 
i). 
A avaliação realizada pelo dolorímetro de 
pressão mostrou que os dois grupos tiveram com-
portamentos semelhantes, sendo que os limiares 
de pressão foram menores em todos os momentos 
após AV1. Contudo, ao comparar entre os gru-
pos, tanto para AV3 quanto para AV4, os valores 
observados para o grupo tratado com crioterapia 
foram maiores (Tabela ii).
Discussão
A crioterapia tem sido utilizada como auxílio 
na tolerância à dor [13], diminuindo a conduti-
bilidade nervosa e consequentemente alterando o 
limiar de dor [14]. Visto a controvérsia existente 
para o tratamento da dor muscular de início 
tardio, com algumas modalidades físicas, que 
são utilizadas com sucesso na redução de quadros 
de dor, e não apresentam eficácia no tratamento 
da DMiT [15-19], enquanto outras apresentam 
redução do quadro álgico [20-23]. Assim, no 
presente estudo investigou-se se o uso da criote-
rapia produziria algum tipo de efeito analgésico 
para tal quadro. 
De acordo com Sellwood et al. [24], a imer-
são em água com gelo é ineficaz para prevenir 
Tabela I - Valores obtidos para os dois grupos (GCO – controle e GCR – crioterapia), de acordo com o momento 
de avaliação (AV), para a EVA. 
AV1 AV2 AV3 AV4
GCO 0,0 ± 0,0 2,67 ± 1,88* 3,70 ± 2,70* 2,87 ± 2,79*
GCR 0,0 ± 0,0 2,33 ± 1,08* 2,82 ± 2,20* 0,92 ± 0,86●
Valor de p 0,6333 0,4448 0,0504
*diferença estatisticamente significativa com relação à comparação com AV1, dentro do grupo. ● diferença significativa ao 
comparar com AV2 e AV3, apenas para GCR. Valor de p – relativo à comparação entre os grupos.
Tabela II - Valores obtidos para os dois grupos (GCO – controle e GCR – crioterapia), de acordo com o momento 
de avaliação (AV), para o dolorímetro de pressão. 
AV1 AV2 AV3 AV4
GCO 4,37 ± 2,23 3,14 ± 1,53* 2,86 ± 1,21* 2,99 ± 0,89*
GCR 6,68 ± 5,39 5,22 ± 4,60* 5,11 ± 4,07* 5,52 ± 4,24*
Valor de p 0,0980 0,0763 0,0305● 0,0175●
*diferença estatisticamente significativa com relação à comparação com AV1, dentro do grupo. ● diferença significativa ao 
comparar entre os grupos.
201Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014
sintomas de lesão muscular, como a dor muscu-
lar de início tardio, em indivíduos jovens e não 
treinados. Relatam ainda, aumento da dor nos 
indivíduos que receberam a crioterapia após o 
exercício excêntrico. Contudo, Bailey et al. [25] 
sugerem que a crioterapia, em uma única sessão, 
imediatamente após o exercício, é eficaz na re-
dução de alguns sintomas deletérios induzidos 
pelo exercício, o que pode indicar que não há 
um consenso estabelecido do uso do gelo para 
a diminuição da dor muscular de início tardio.
Há dúvidas em relação à modalidade de gelo e 
ao tempo de terapia que seria ideal, como avaliado 
por Bleakley, McDonough e MacAuley [26], que 
compararam o uso de um protocolo padrão com o 
uso de um protocolo de tratamento intermitente 
de crioterapia, verificando que o intermitente 
apresentou maior diminuição da dor.
isto corrobora Snyder et al. [27] que relatam 
que ainda não foram estabelecidos parâmetros 
universais de tratamento, para diferentes condi-
ções de lesões relacionadas ao esporte, embora 
seja a crioterapia o tratamento mais comum. A 
eficácia da crioterapia em facilitar a recuperação 
da DMiT permanece obscura, pois os atletas, 
com tais dores, experimentam efeitos negativos 
por mais de 72 horas pós-exercício. 
No presente estudo foi possível observar 
que o tratamento continuado com a crioterapia 
produziu efeitos benéficos na DMiT, quando 
avaliados dois parâmetros (intensidade da dor 
e limiar de dor à pressão). Para a intensidade da 
dor, foi possível observar redução significativa da 
intensidade da dor em AV4, ao comparar com o 
segundo e terceiro dias, e, além disso, a intensida-
de observada não foi significativamente diferente 
da avaliação inicial. 
Para o limiar de dor à pressão, os grupos não 
se comportaram de forma diferente, mas, ao 
compará-los, foi observado que tanto em AV3, 
quanto em AV4, havia um maior limiar do grupo 
tratado com crioterapia. Deve-se salientar que as 
formas de avaliação utilizadas, no presente estudo, 
avaliam um sintoma subjetivo, mas, ambas têm 
respaldo pelo uso na literatura para avaliar DMiT 
[15-24,26,28]. Contudo, para futuros estudos, 
sugerem-se outras formas de avaliação, como 
avaliação de força muscular, grau articular em 
repouso, edema e atividades enzimáticas.
Conclusão
No presente estudo a crioterapia se mostrou 
eficaz na melhora da sensação de dor de início 
tardio em indivíduos sedentários.
Referências 
1. Lana AC, Paulino CA, Gonçalves iD. influência 
dos exercícios físicos de baixa e alta intensida-
de sobre o limiar de hipernocicepção e outros 
parâmetros em ratos. Rev Bras Med Esporte 
2006;12(5):248-54. 
2. Ghorayeb N, Dioguardi GS, Daher DJ, Jardim 
CA, Baptista CC, Batlouni M. Avaliação cardio-
lógica pré-participação do atleta. Rev Soc Cardiol 
Estado de São Paulo 2005;15(2):97-104.
3. Tricoli W. Mecanismos envolvidos na etiologia 
da dor muscular tardia. Rev Bras Ciênc Mov 
2001;9(2):39-44. 
4. Cheung K, Hume PA, Maxwell L. Delayed 
onset muscle soreness: treatment strate-
gies and performance factors. Sports Med 
2003,33(2):145-64. 
5. Jarvinen TA, Kaarianen M, Kalimo H, Jarvinen 
M. Muscle injuries: biology and treatment. Am J 
Sports Med 2005;33(5):745-64. 
6. Cohn BT, Draeger Ri. Jackson DW. The effects 
of cold therapy in the postoperative management 
of pain in patients undergoing anterior crucia-
te ligament reconstruction. Am J Sports Med 
1989;17(3):344-9. 
7. Knight KL. Crioterapia no tratamento das lesões 
esportivas. Manole: São Paulo; 2000. 
8. Deal DN, Tipton J, Rosencrance E, Curl WW, 
Smith TL. ice reduces edema: A study of micro-
vascular permeability in rats. J Bone Joint Surg 
Am 2002;84(9):1573-8. 
9. Ernst E, Fialka V. ice freezes pain? A review of the 
clinical effectiveness of analgesic cold therapy. J 
Pain Symptom Manage 1994;9(1):56-9. 
10. olson JE, Stravino VD. A review of cryotherapy. 
Phys Ther 1972;52(8):840-53. 
11. Pedroso RA, Celich KLS. Dor: quinto sinal vital, 
um desafio para o cuidar em enfermagem. Texto 
Contexto Enferm 2006;15(2):270-6. 
12. Bonfim AEo, Ré D, Gaffuri J, Costa MMA, 
Portolez JLM, Bertolini GRF. Uso do alonga-
mento estático como fator interveniente na dor 
muscular de início tardio. Rev Bras Med Esporte 
2010;16(5):349-52.
13. Silva ALP, imoto DM, Croci AA. Estudo compara-
tivo entre a aplicação de crioterapia, cinesioterapia 
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014202
e ondas curtas no tratamento da osteoartrite de 
joelho. Acta ortop Bras 2007;15(4):204-9. 
14. Algafly AA, George KP. The effect of cryotherapy 
on nerve conduction velocity, pain threshold and 
pain tolerance. Br J Sports Med 2007;41(6):365-9. 
15. Craig JA, Cunningham MB, Walsh DM, Baxter 
GD, Alien JM. Lack of effect of transcutaneous 
electrical nerve stimulation upon experimentally 
induced delayed onset muscle soreness in humans. 
Pain 1996;67(2-3):285-9. 
16. Craig JA, Barlas P, Baxter GD, Walsh DM, Allen 
JM. Delayed-onset muscle soreness: lack of effect 
of combined phototherapy/low-intensity laser 
therapy at low pulse repetition rates. J Clin Laser 
Med Surg 1996;14(6):375-80. 
17. Craig JA, Bradley J, Walsh DM, Baxter GD, Allen 
JM. Delayed onset muscle soreness: lack of effect 
of therapeutic ultrasoundin humans. Arch Phys 
Med Rehabil 1999;80(3):318-23. 
18. Craig JA, Barron J, Walsh DM, Baxter GD. 
Lack of effect of combined low intensity laser 
therapy/phototherapy (CLiLT) on delayed onset 
muscle soreness in humans. Lasers Surg Med 
1999;24(3):223-30. 
19. Symons TB, Clasey JL, Gater DR, Yates JW. 
Effects of deep heat as a preventative mechanism 
on delayed onset muscle soreness. J Strength Cond 
Res 2004;18(1):155-61. 
20. Curtis D, Fallows S, Morris M, McMakin C. The 
efficacy of frequency specific microcurrent therapy 
on delayed onset muscle soreness. J Bodyw Mov 
Ther 2010;14(3):272-9. 
21. Aminian-Far A, Hadian M-R, olyaei G, Talebian 
S, Bakhtiary AH. Whole-body vibration and the 
prevention and treatment of delayed-onset muscle 
soreness. J Athl Train 2011;46(1):43-9. 
22. Lau WY, Nosaka K. Effect of vibration treatment 
on symptoms associated with eccentric exercise-
-induced muscle damage. Am J Phys Med Rehabil 
2011;90(8):648-57. 
23. Petrofsky J, Batt J, Bollinger JN, Jensen MC, Maru 
EH, Al-Nakhli HH. Comparison of different 
heat modalities for treating delayed-onset muscle 
soreness in people with diabetes. Diabetes Technol 
Ther 2011;13(6):645-55. 
24. Selwood KL, Brukner P, Williams D, Nicol A, 
Hinman R. ice‐water immersion and delayed‐on-
set muscle soreness: a randomised controlled trial. 
Br J Sports Med 2007;41(6):392-7. 
25. Bailey DM, Erith SJ, Griffin PJ, Dowson A, 
Brewer DS, Gant N, et al. influence of cold-water 
immersion on indices of muscle damage following 
prolonged intermittent shuttle running. J Sports 
Sci 2007;25(11):1163-70. 
26. Bleakley CM, McDonough SM, MacAuley DC, 
Bjordal J. Cryotherapy for acute ankle sprains: a 
randomized controlled study of two different icing 
protocols. Br J Sports Med 2006;40(8):700-5. 
27. Snyder JG, Ambegaonkar JP, Winchester JB. 
Cryotherapy for treatment of delayed onset muscle 
soreness. int J Athl Ther Train 2011;16(4):28-32.
28. Ayles S, Graven-Nielsen T, Gibson W. Vibration-
-induced afferent activity augments delayed onset 
muscle allodynia. J Pain 2011;12(8):884-91. 
Mande seu artigo!
Tel: (11) 3361-5595 | artigos@atlanticaeditora.com.br
R e v i s t a B r a s i l e i r a d e
F i S i o L o G i A
do e x e r c í c i o
Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Fisiologia do Exercício
B r a z i l i a n J o u r n a l o f E x e r c i s e P h y s i o l o g y
ARTIGO ORIGINAL
Alterações posturais de adolescentes 
praticantes de futebol amador 
Amateur soccer: postural alterations in adolescents
Josenei Braga dos Santos*, Evelise de Toledo**, Pedro Ferreira Reis, D.Sc.***, 
Antônio Renato Pereira Moro****, Antônio Carlos Gomes***** 
 *Coordenador da Rede de Estudo da Postura Humana – REPH, **Especializanda em Medicina 
do Esporte e Atividade Física – UGF, ***Ergonomia – UFSC, ****Coordenador do Laboratório de 
Biomecânica – BIOMEC/UFSC, *****Superintendente de Alto Rendimento da Confederação Brasileira 
de Atletismo - CBAt 
Resumo
o objetivo desta pesquisa foi avaliar a postura de 
adolescentes praticantes de futebol amador e quais as 
regiões mais acometidas. Participaram da amostra 87 
adolescentes do estado de São Paulo, na faixa etária en-
tre 13 e 19 anos, que praticavam duas vezes na semana. 
Para a avaliação das alterações posturais, utilizou-se a 
biofotogrametria e o protocolo proposto pela Portland 
State University (PSU), cujo índice de correção postural 
(iCP) normal para adolescentes é de 75%. Para trata-
mento dos dados, utilizou-se o pacote estatístico SPSS 
versão 19.0, adotando-se a estatística descritiva e os 
valores foram expressos em forma de médias e desvios 
padrão. No que se referiu à comparação das médias dos 
valores por região, foi utilizada a análise de variância 
com medidas repetidas e o teste post hoc de Bonferroni 
foi empregado. Já para avaliar a correlação das médias 
entre as regiões e os anos de prática, foi utilizado o 
teste de correlação de Pearson. Para ambas as análises 
foram considerados como significativos valores p ≤ 
0,05. observou-se que as regiões que estavam acima do 
normal foram abdômen e quadril com 94,0% (± 9,0), 
seguido da coluna dorsal e lombar 77,0% (± 14,4). Já 
as regiões que estavam abaixo do normal foram cabeça 
e pescoço 74,1% (± 7,8) e membros inferiores 70,6 (± 
9,5). Com relação à comparação e correlação, ficou 
evidente que não houve significância. Conclui-se que 
a comissão técnica deve mudar a forma de preparação 
física, inserindo exercícios de fortalecimento e com-
pensatórios para minimizar a evolução destas alterações 
posturais em longo prazo. 
Palavras-chave: adolescentes, postura, futebol. 
Recebido em 20 de maio de 2014; aceito em 28 de agosto de 2014. 
Endereço para correspondência: Josenei Braga dos Santos, Rua Nelson Carline, 148, Jardim Primavera, 
12916-083 Bragança Paulista SP, E-mail: jopostura@gmail.com
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014204
Introdução 
o futebol é o esporte mais popular e praticado 
no mundo, desde a infância até a vida adulta, em 
diferentes níveis. Tanto atleta profissional como 
amador e praticante são submetidos a diversos 
tipos e intensidades de esforços, o que proporciona 
grande contato físico, movimentos curtos, rápidos 
e não contínuos, tais como: aceleração, desacelera-
ção, mudanças abruptas de direção, saltos e giros 
que exigem do indivíduo potentes contrações 
musculares isométricas para manter a postura ereta 
com simultâneo controle da bola [1-5]. 
Nele percebe-se uma elevada prevalência de 
problemas osteomusculares, em diversas faixas 
etárias, bem como um significativo número de 
lesões traumáticas graves, pois diversos estudos 
têm mostrado que esses problemas afetam tanto 
o atleta profissional quanto amador ou praticante 
[3,6].
Com o advento das Copas do Mundo, mui-
tos adolescentes vislumbram ser um jogador de 
futebol e, com isto, submetem seu corpo a qual-
quer situação na busca por um objetivo maior: 
ser um atleta profissional de futebol. Percebe-se 
também que as comissões técnicas que participam 
de campeonatos amadores esquecem que esses 
atletas estão em fase de formação esportiva e 
maturacional e exigem cada vez mais rendimento 
precocemente, o que desencadeia diversos dese-
quilíbrios musculares.
outro ponto a ser destacado e de extrema 
importância nesta fase é que os adolescentes não 
levam em consideração e nem recebem orientação 
sobre as diversas mudanças biopsicossociais que 
ocorrem a uma velocidade acelerada [1,7,8]. Estes 
autores consideram que a adolescência é o período 
de maior importância para o desenvolvimento 
musculoesquelético do indivíduo, repercutindo 
diretamente no alinhamento postural, gerando 
queixas álgicas e lesões que, no adulto, podem 
ser irreversíveis. Por isso, é necessário cuidado 
na prescrição das atividades físicas, uma vez que 
o indivíduo encontra-se no período final do seu 
desenvolvimento, até atingir a idade adulta.
Estudos relacionados à postura de crianças e 
adolescentes são importantes, tendo em vista que 
as chances de correção ou estabilização dos desvios 
posturais são maiores em relação aos sujeitos que 
já passaram por seu ciclo de crescimento [9,10]. Já 
Detsch et al. [10], quando falam sobre a avaliação 
postural, explicam que ela é preponderante na 
identificação dos padrões posturais de crianças e 
adolescentes, cujo foco deve estar voltado para a 
prevenção das alterações na postura, funcionais ou 
estruturais, pois proporcionam uma oportunidade 
individual de diagnóstico precoce.
Neste sentido, buscou-se, neste artigo, avaliar 
a postura de adolescentes praticantes de futebol 
amador na faixa etária de 13 a 19 anos com a 
finalidade de se verificar quais as alterações mais 
acometidas por região. 
Abstract 
The aim of this research was to evaluate the pos-
tural alterations in adolescents who practice amateur 
soccer, and the more affected body regions. The sample 
consisted of 87 adolescents from Sao Paulo state, 13 
to 19 years old,who practice amateur soccer twice a 
week. in order to evaluate postural alterations, biopho-
togrammetry procedures and a protocol proposed by 
Portland State University (PSU) was used, in which the 
posture correction index (PCi) of ≥ 75% is considered 
normal for adolescents. For data processing, the SPSS 
statistical package version 19.0 was used, adopting the 
descriptive statistics and the values were expressed as 
means and standard deviations. in order to compare 
the means of the body regions, analysis of variance on 
repeated measures, post hoc Bonferroni’s, was used. 
The Pearson correlation test was used to evaluate the 
correlation between means of the body regions and 
years of soccer practice. For all statistical analysis, the 
adopted level of significance was 5% (p ≤ 0.05). The 
regions above the normal values were the abdomen 
and hip with 94.0% (± 9.0), followed by the dorsal 
and lumbar spine 77.0% (± 14.4). in contrast, the 
regions shown to be below the normal values were the 
head and neck 74.1% (± 7.8), and lower limbs 70.6 
(± 9.5). The comparison and correlation did not show 
any significance. in conclusion, it is recommended 
to change the physical preparation by implementing 
strengthening and compensatory exercises in order to 
minimize the progression of these postural alterations.
Key-words: adolescents, posture, soccer.
205Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014
Material e métodos
Caracterização da amostra
Trata-se de uma pesquisa transversal, ou seja, 
é uma estratégia de estudo epidemiológico que se 
caracteriza pela observação direta de determinada 
quantidade planejada de indivíduos em uma 
única oportunidade [11], sendo considerada de 
caráter descritivo exploratório, conforme Thomas 
e Nelson [12].
Amostra 
Para coleta de dados, utilizou-se uma amostra 
constituída de 87 praticantes de futebol amador 
do estado de São Paulo, todos de sexo masculino, 
com idade média de 14,4 (dp = 1,2) anos, massa 
corporal 58,6 (dp = 11,9) kg, estatura 1,67 (dp 
= 0,1) metros, que praticavam duas vezes por 
semana e participavam de competições regionais.
Procedimentos de coleta de dados
Para aquisição das informações referentes aos 
praticantes, aplicou-se um questionário estrutura-
do com perguntas abertas desenvolvido em uma 
planilha eletrônica do Programa Microsoft Office 
Excel 2010 com informações referentes ao sexo, 
à idade, ao local de nascimento e ao diagnóstico 
médico para saber se estes praticantes possuíam 
ou já tinham sido diagnosticados com algum 
problema de saúde (ex: entroses, dores muscula-
res, cirurgia etc.), anos de estudo (AE), anos de 
prática na modalidade (APM) e melhor resultado 
em competições. 
Com relação às mensurações físicas, utilizou-se 
uma balança digital Filizola PL 200, com precisão 
de 50g e 1 cm para aferição da massa corporal e 
estatura, que foi realizada após a finalização de uma 
inspiração máxima, com o avaliado descalço, os pés 
unidos e a cabeça no plano horizontal de Frankfurt. 
No que se referiu à vestimenta utilizada para 
avaliação, os atletas estavam trajando shorts de 
banho. Com relação aos atletas que tinham ca-
belos compridos, solicitou-se que fossem presos 
no momento da avaliação, para facilitar a obser-
vação postural, mais especificamente na região 
do pescoço. 
Método PSU
Como instrumento de avaliação, adotou-se o mé-
todo proposto pela Portland State University – PSU 
[13,14] conforme descrito por Santos et al. [15], que 
é um instrumento que usa os sentidos visuais (ob-
servação), dentro de uma perspectiva subjetiva, cujo 
principal objetivo é detectar as simetrias, assimetrias 
e os possíveis desvios e/ou alterações posturais entre 
os segmentos corporais e regiões, permitindo ao 
avaliador quantificar o Índice de Correção Postural 
(iCP) do avaliado em valores percentuais (%), obtido 
por meio de equações matemáticas estipuladas pelo 
escore diagnóstico. Foi obtido o iCP total e por regi-
ões, adotando como critério de avaliação três escalas: 
a) 5 – sem desvio; b) 3 – ligeiro desvio lateral; e c) 
1 – acentuado desvio lateral.
Para classificação da postura corporal, este 
método adota como critério de boa postura valor 
≥ 75% para adolescentes (10 a 19 anos). 
Aquisição e análise das imagens
No que se referiu à aquisição das imagens, 
utilizou-se uma câmera fotográfica digital Sony 
Cyber-Shot Sony 8.1 Mega pixels e um tripé FT – 
361A, que foi posicionado a 3 metros de distância 
do avaliado e a uma altura de 1,07 metros do chão. 
Com relação à análise das imagens, utilizaram-se 
recursos de computação gráfica do software Corel 
Draw 5® (2010), que é um software de edição de 
imagens, assim como se adotou a biofotogrametria 
(bios – vida; fotogrametria – aplicação métrica a 
imagens fotográficas), que é um recurso que remete à 
aplicação métrica em fotogramas de registro de mo-
vimentos corporais, permitindo detectar simetrias, 
assimetrias e os desvios e/ou alterações posturais 
entre os segmentos corporais, assegurando acurácia, 
confiabilidade e reprodutibilidade [16,17].
Consentimento da pesquisa 
Com relação ao consentimento da pesquisa, 
apenas um adolescente tinha 19 anos que assinou 
o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
(TCLE), o restante, menores de 18 anos, os pais 
e/ou responsáveis o assinaram. Nesse TCLE fica 
assegurada a privacidade dos mesmos, confirmando 
que estavam cientes dos propósitos da investigação 
Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício - Volume 13 Número 4 - julho/agosto 2014206
e dos procedimentos que seriam utilizados e autori-
zaram a publicação dos dados. Todo procedimento 
tomou como base a resolução específica do Con-
selho Nacional de Saúde (Resolução196/96) [18].
Análise estatística
Todos os dados da pesquisa foram analisados com 
o uso do pacote estatístico SPSS, versão 19.0 (SPSS 
inc, EUA) [19], foi adotada a estatística descritiva 
e os valores foram expressos em forma de médias e 
desvios padrão (dp). Estes valores foram comparados 
com os parâmetros das tabelas referenciais para análise 
e discussão, e para todos os casos foram considerados 
como significativos valores p ≤ 0,05.
No que se referiu à comparação das médias dos 
valores dos percentuais por região, foi utilizada a aná-
lise de variância com medidas repetidas. Previamente 
à análise, os dados foram testados quanto aos pres-
supostos de normalidade dos resíduos (por inspeção 
visual dos histogramas) e de esfericidade (pelo teste de 
Mauchly), sendo somente o primeiro atendido. Por 
conta da não aderência ao pressuposto de esfericidade, 
utilizou-se a correção de Greenhouse–Geisser. o teste 
post hoc de Bonferroni foi utilizado. 
Para avaliar a correlação, as médias dos valores 
dos índices e os anos de prática, foi utilizado o 
teste de correlação de Pearson. Previamente à 
análise, os dados foram testados quanto ao pres-
suposto de normalidade (por inspeção visual dos 
histogramas), sendo atendido em todos os casos. 
Resultados 
Na Tabela i apresentam-se os valores obtidos 
(média e desvio padrão), referentes às caracterís-
ticas dos praticantes.
Tabela I - Características dos praticantes da modalidade.
Faixa 
etária 
(anos)
Idade 
(anos)
AE APM
MC 
(kg)
Es-
ta-
tura 
(m)
IMC 
(kg/
m2)
13 a 
19
DP
14,4
1,2
7,5
1,2
6,6
2,3
58,0
11,9
1,67
0,1
20,7
2,8
AE – Anos de Estudo; APM – Anos de Prática na Moda-
lidade; MC – Massa Corporal; IMC – Índice de Massa 
Corporal. 
Na Tabela ii, demonstram-se as alterações 
posturais ocorridas por região, apontando as 
situações de maior destaque, assim como as 
mais críticas conforme observado na avaliação 
dos praticantes.
Tabela II - Índice de Correção Postural (%) dos 
praticantes.
Faixa 
etária 
(anos)
RCP RCDL RAQ RMI ICP
13 a 19
DP
74,1
7,8
77,0
14,4
94,0**
9,0
70,6*
9,5
77,1
9,5
RCP – Região da Cabeça e do Pescoço; RCDL – Região 
da Coluna Dorsal e Lombar; RAQ – Região do Abdômen 
e Quadril; RMI – Região dos Membros Inferiores; ICP – Ín-
dice

Outros materiais