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Aula 1 Gestão da Tecnologia e Inovação

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O objetivo de estudarmos a gestão da tecnologia e da inovação é entender 
a fundo a natureza da dimensão criativa humana, da sua manifestação no 
desenvolvimento de inventos, soluções e projetos de alto impacto, na expansão 
e criação de novos mercados criando impactos na sociedade e no progresso 
humano. 
É não só uma dimensão a ser cultivada nos mercados. A criatividade é 
uma resposta bastante humana para os dilemas e para os problemas que 
vivenciamos ao longo de toda nossa vida. É também uma forma de imprimir 
nossa presença no mundo segundo nossos valores, inclinações e sonhos. 
Em suma, a inovação, nada mais é do que criar novas possibilidades de 
realização humana, que tragam consigo progresso e crescimento econômico, ao 
sermos protagonistas que influenciam decididamente mudanças de caráter 
social e no modo de vida das pessoas, fazendo nascer o melhor nos indivíduos, 
ao se convencerem que novas soluções trazem valor genuíno para suas vidas. 
Junto a um primeiro movimento inovador, temos também a possibilidade, em um 
segundo momento, de criar um conjunto de mudanças que se configuram e se 
integram como novo panorama no mundo. 
 
Quando utilizamos a palavra gestão precedendo as mais conhecidas 
áreas da administração, como gestão de custos, gestão de recursos humanos 
ou gestão de processos, queremos dizer que iremos utilizar processos, métodos 
ou ferramentas para manter sob controle diferentes tipos de parâmetros, que, se 
estivessem governados ao seu próprio sabor, jamais gerariam os resultados que 
almejamos. 
Assim, quando falamos gestão financeira ou gestão operacional, por 
exemplo, queremos dizer que devemos ter sob rígido controle as principais 
variáveis que impactam nossos problemas. Fazer uma boa uma gestão 
financeira quer dizer que devemos monitorar sistematicamente indicadores com 
o retorno sobre o investimento, sobre os custos ou os diferentes aspectos que 
possam vir a impactar o balanço financeiro de uma empresa. De forma similar, 
o mesmo vale para a estratégia, processos e projetos. Ausência de controle, 
nesse sentido, é ausência de gestão. 
Assim, quando um comportamento esperado sai de nosso controle, 
deveríamos tomar medidas corretivas imediatamente após algo constatado fora 
dos parâmetros praticados, para que retornemos em direção aos rumos 
pretendidos e traçados anteriormente. 
Toda uma escola foi formada em torno desse pensamento. Mais controle, 
quanto mais efetivo seus resultados, tanto maior será nossa curva de 
aprendizado diante dos problemas. Mais sistematização, mais efetividade na 
gestão! É justamente isso que os gestores do mundo todo têm difundido quando 
falam sobre gestão da inovação. 
Na inovação, necessitamos de experiências genuínas de abertura, 
criatividade e originalidade para chegarmos em soluções realmente à frente 
daquilo que é tido como certo por todo um setor de atuação. Assim, buscamos 
efetivamente a quebra de paradigma1 ao recriarmos nossa realidade segundo 
padrões mais próximos daquilo que nosso cliente secretamente ou 
inconscientemente deseja. Nem sempre a transição entre o velho e o novo é 
segura, e as barreiras para tudo aquilo de novo que imaginamos e aquilo que 
efetivamos conseguimos realizar não são nitidamente estabelecidas para quem 
está à frente de qualquer iniciativa de inovação. 
Essa transição entre uma realidade e outra, foi alvo de estudos de muitos 
estudiosos. O que se sabe até o presente momento é que não existe forma para 
sistematizarmos processos de descoberta. A descoberta surge justamente 
quando temos um novo insight, ou seja, quando temos uma nova ideia produzida 
na nossa mente que nos faz caminhar para colocarmos em prática aquilo que 
nós apenas vislumbramos ou intuímos como sendo um terreno fértil de novas 
possibilidades. 
Cabe salientar, entretanto, que a atividade criativa confronta diretamente 
nossa capacidade de trabalharmos inventivamente diante dos problemas, ou 
seja, conseguirmos irmos para além de uma ideia e chegarmos em novos 
inventos. 
A criatividade é o ponto de origem da inovação e, na medida em que 
aprendemos, vamos gradualmente tornando concreto nossas ideias ao darmos 
formas a elas em soluções práticas e criativas. O trajeto entre a ideia (ou as 
várias ideias) criada em um primeiro momento e a transformação da mesma em 
negócios rentáveis é o que chamamos de caminho para a inovação. Esse 
caminho é cheio de descobertas a serem feitas. Não temos como nos 
colocarmos à frente de , como se 
estivéssemos diante de um processo com movimentos claros, pois esse caminho 
é repleto de novidades e aspectos totalmente desconhecidos por nós mesmos. 
Por ainda não serem conhecidos, não podemos prever seu 
comportamento antecipadamente, por isso, medidas de controle e de 
antecipação são absolutamente inócuas ou irrelevantes, porque tentam 
antecipar algo que não sabemos como se comportará nos termos dos 
movimentos criativos. Não sabemos, porque justamente ainda não temos nada 
em mãos. 
é 
justamente matar o processo já na sua origem, pois colocaríamos métodos, 
métricas e aspectos de sistematização à frente do que realmente importa, que 
são as pessoas e sua capacidade imaginativa. Isso porque, ao longo de uma 
jornada para a inovação, são os indivíduos que farão a diferença, ao trazerem 
propostas aparentemente infundadas e passíveis de crítica para uma evolução 
que se dará gradualmente até se tornarem projetos promissores e de alta 
relevância estratégica. 
A inovação assemelha mais a uma plantinha que, se não for devidamente 
cuidada com as condições necessárias para sua nutrição e crescimento, pode 
facilmente morrer diante de um ambiente cheio de intempéries. Assim, inovar é 
dar condições para que as ideias floresçam e ganhem estrutura própria. Para 
isso, elas não podem ser guiadas, mas devem ser deixadas para que nos guiem 
em um processo de crescimento, por assim dizer, direcionando nossos 
pensamentos e ações consequentes. 
Se pudéssemos falar em gestão da inovação, deveríamos pensar em 
como criar um ambiente propício para o surgimento de novas ideias, ainda que, 
a princípio, elas pareçam um pouco deslocadas de nossa realidade. Mas elas 
devem ser deslocadas da realidade, justamente por ter o potencial de nos jogar 
para uma nova realidade em surgimento. Um novo paradigma. 
Cada ideia é um potencial de renovação da realidade e importa mais para 
nossos horizontes. 
Inovar é criar formas para dinamizarmos nossa capacidade criativa e 
inventiva. É ter ideias que são potencialmente capazes de nos colocar num 
contexto de descobrir o novo, ou seja, a própria ideia nos leva a imaginar uma 
realidade totalmente diferente da que estamos vivendo e, com isso, temos 
condições de romper formas padronizadas de resolver problemas. 
 
Conforme salientamos, segundo o senso comum, gerir é inserir 
parâmetros para controlar o desempenho das ações segundo uma direção 
estabelecida, mas isso só é possível quando está muito claro para onde iremos 
e por que iremos de determinada maneira. 
A questão é que, na inovação, o caminho que seguiremos tentará 
justamente romper com uma percepção dominante sobre como resolvemos um 
problema ou uma situação. Ao tentarmos trabalhar com indicadores atrelados à 
forma como costumeiramente resolvemos algo, iremos criar amarrar mentais 
que irão inibir a evolução em sentido contrário ao de uma ideia dominante. 
Queremos dizer com isso que a inovação é avessa à mensuração, pelo 
menos, quando considerada a maneira habitual como produzimos as coisas. 
Assim, é necessária grande liberdade e autonomia por parte dos envolvidos, que, 
pouco a pouco, vão criar um caminho próprio, testando a viabilidade desse 
caminho. Necessitamos então trabalhar com dois princípios fundamentais que 
atravessam qualquer processo inovativo: auto-orientação e 
autodesenvolvimento. 
Auto-orientação:as pessoas envolvidas em experimentos inovadores 
devem ter autonomia para decidirem quais caminhos tomar de acordo com os 
fatos que são descobertos, com as convicções que vão se estabelecendo e até 
mesmo com a intuição. O próprio caminhar em direção a algo novo gera um novo 
aprendizado sobre as coisas. Quem está de fora não tem condições de avaliar 
tão bem o progresso que ainda não chegou no seu fim e, por isso, quem 
avalia, somente avaliará as situações à luz de convicções existentes. É comum, 
nos processos de inovação, as pessoas se surpreenderem com as conclusões 
a que chegam, por elas saírem do senso-comum e das conclusões típicas sobre 
maneira de atuar diante de um problema. 
Autodesenvolvimento: Toda inovação leva a um novo caminho de 
aprendizado. Evoluiremos nossas convicções segundo um novo aprendizado 
que é bastante influenciado por experimentos. Essa evolução se dá, sobretudo, 
acreditamos funcionar como ideia, sofre muitas alterações quando testado em 
condições práticas. 
O exercício de inovação é sobretudo um exercício de abertura junto ao 
universo dos clientes e, principalmente, das possibilidades aplicadas a este 
universo. Assim é quase impossível querer antecipar tudo que irá suceder 
concretamente durante a utilização prática de nossos inventos, quando forem 
colocados nas mãos dos clientes. Necessitamos, para isso, testes e mais testes. 
Longas horas de discussão e ponderamento sobre os riscos das possibilidades 
que se revelam diante de nós. 
A forma como reagimos diante desses experimentos, com maior ou menor 
abertura para o aprendizado, dará o tom de todo o processo, permitindo com que 
a equipe responsável pelo projeto possa ou não promover seu 
autodesenvolvimento. Aprendizado e capacidade de execução caminham juntos 
e, ao final, um grande desenvolvimento é gerado junto às equipes. 
 
Ao dizermos que não existe processo sistematizador para a inovação não 
queremos dizer que não podemos induzir ou mesmo promover a processos de 
descoberta dentro das organizações. 
As organizações têm estado em apuros ao ter que dar autonomia 
compatível aos desafios que as suas equipes de inovação têm pela frente. É 
bastante comum a empresa querer controlar os pormenores da atividade 
humana. Assim, há bem pouco tempo, ainda tínhamos ferramentas de 
desempenho atrelado ao desempenho do indivíduo como as melhores formas 
de melhorar a performance global da instituição. Havia pouco espaço para a 
experimentação dos indivíduos e cada passo em falso era reprimido com um 
conjunto de medidas de controle e punição exemplar. 
A inovação traz consigo uma quantidade considerável de ferramentas 
inovadoras para a descoberta e para a criação. Quando bem utilizadas, elas nos 
levam a criar uma maior abertura junto aos grupos, ajudando-os a pensar e sentir 
diferentemente as situações, ajudando-os a criar mais livremente e sem amarras. 
A criação vem, sobretudo, por uma crença em nossa imaginação criadora. Ainda 
assim, podemos usar um tanto livremente ferramentas para a criatividade, pois 
no fundo o que queremos fazer é criar impressões únicas na mente do grupo 
que cria. Essas impressões podem vier de muitas e diferentes formas. 
Não existe um passo-a-passo para sabermos ao certo o que fazer no final 
das contas. 
ocupando em entender e reinventar. Podemos criar metáforas e mundos 
imaginativos que nos colocam além da percepção atual, tal como fez Steve Jobs 
quando comunicou sua equipe que o primeiro computador pessoal deveria ser 
tão simples e fácil de operar como usar uma torradeira elétrica. 
Criar é movimentar-se diante do real para produzir uma visão renovada 
sobre as coisas. Experiências novas podem criar uma percepção de movimento 
junto ao grupo, induzindo-o a sair de sua zona de conforto. A base que 
fundamenta essas técnicas, normalmente, está amparada em novas vivências 
ou no contato com novas realidades. 
Houve oportunidades em que tivemos, em projetos de inovação reais, de 
fazer com que as pessoas adentrassem mais na realidade do cliente para ter um 
ponto de partida diferenciado e verdadeiro em suas propostas. Assumir a 
perspectiva de nossos clientes é um bom ponto de partida, assim, técnicas de 
design thinking vêm sendo cada vez mais utilizadas por parte daqueles que 
querem colher uma impressão diferenciada junto ao universo deles como 
elemento iniciador para a criação. 
Isso é válido desde que as pessoas consigam empenhar-se em, 
momentaneamente, abrir mão de suas crenças desenvolvidas ao longo do 
tempo para, através de novos insights, virem a desenvolver outras convicções. 
Essas convicções surgem na medida que as pessoas permitem-se deixar levar 
por novos pontos de vistas, substituindo e renovando sua visão sobre as coisas. 
Segundo nossa experiência, uma postura libertadora diante dos fatos é 
que promove o surgimento de novas ideias. Além disso, o ato criativo não deixa 
de ser um exercício de humildade por parte dos indivíduos diante de um novo 
mundo sem respostas prontas. 
Para conhecer mais sobre a aplicação do design thinking aos problemas de 
negócios, acesse: https://endeavor.org.br/design-thinking-inovacao/ 
 
Em determinado sentido, inovar é colocar-se à parte num novo mundo. 
Considerando isso, podemos dizer que a inovação é uma fonte de tensão 
relativamente grande entre a
caminho pleno de descobertas e encantamento e aqueles que estão vivendo um 
mundo de certezas e repetições. 
No fundo, o futuro das organizações é tentar romper ao máximo com a 
realidade enquanto produto de padronização permanente. Não queremos dizer 
que a gestão das operações, da qualidade e dos produtos e serviços tenham 
que ser deixadas de lado. Queremos dizer que as organizações colocam 
erroneamente em primeiro plano a repetitibilidade dos processos como uma 
meta final a ser perseguida e que tudo o mais deve relacionar-se a isso como 
uma segunda ou terceira prioridade. 
Continuidade ainda é o mantra organizacional repetido aos quatro cantos 
do mundo, mas deveríamos considerar a capacidade de oxigenação e a 
renovação das organizações como um modelo mais adequado e atualizado pelo 
qual os executivos deveriam empenhar seus esforços. 
 
A inovação é recriação de realidade, renovação de aspectos ligados à 
maneira como interagimos e entregamos valor aos nossos clientes. Pode-se dar 
de muitas maneiras e, no fundo, objetiva mais parcela de mercado e mais 
reconhecimento por parte do cliente a ponto que esse decida pagar pelas nossas 
novas ofertas. 
Produtos, serviços, processos e modelos devem se integrar de forma a 
fazer com que o custo de viabilização de uma ideia compense o desembolso 
dispendido pelo cliente, como contrapartida a uma oferta de valor sem 
precedentes no mercado. Tendo isso como base, podemos dizer que a inovação 
assume determinados contornos que servem para a caracterização concreta de 
nossos esforços. 
 
O Caráter Efêmero de uma Ideia 
Fonte: 
Produto: A inovação como produto normalmente envolve investimentos 
em pesquisa e desenvolvimento continuado. Novos produtos normalmente estão 
associados à nova tecnologia e à aplicação dessa tecnologia de maneira inédita 
no mercado. 
A tecnologia pela tecnologia não nos diz muita coisa e precisamos, de 
fato, transformar as possibilidades de aplicação tecnológica em conceitos 
inovadores. Produtos revolucionários como o iphone, o ipad e o iwatch trouxeram 
consigo todo um novo conjunto de possibilidades, funcionando como uma 
plataforma em que indivíduos têm condições de realizar possibilidades apenas 
imaginadas em filmes de ficção. 
Serviços: Boa parte da economia atual é baseada em serviços. Isso 
porque os serviços transcendem o concreto e podem dar um contorno sutil a 
tudo aquilo que o ser humano deseja para si. Inovação em serviço é sobretudo 
criar conveniências, experiências e valorpercebido em tempo real. Um serviço 
é tanto mais inovador quanto mais consegue gerir um conjunto grande de 
processos que interagem e se integram à vida dos clientes, produzindo 
informações pertinentes e de fácil acesso. 
A Google é uma empresa que vem se notabilizando pela prestação de 
serviço na medida em que consegue criar interações de valor junto aos seus 
clientes a custo muito baixo, alcançado qualquer pessoa que tenha acesso a 
internet em qualquer parte do globo. Além de permitir a interação em tempo real, 
permite mais conectividade entre as pessoas, que juntas conseguem resolver 
seus próprios problemas a uma velocidade jamais conseguida por empresas de 
grande porte, presas próprio paradigma de funcionamento. Hoje, temos pessoas 
que livremente se dispõem a ajudar pessoas com roteiros de viagens, dicas 
sobre o cotidiano e o compartilhamento livre de informações simplesmente pelo 
fato de que a colaboração é um valor que não precisa ser justificado. 
Processo: Inovação em processo é inovar na maneira pelo qual fazemos 
as coisas. Assim, podemos repensar a forma como construímos prédios, 
transportamos mercadorias ou nos comunicamos com o cliente, integrando 
novos métodos às metodologias de ponta. 
A internet traz a tendência de integrar as coisas ao nosso redor em um 
fluxo ininterrupto de troca de informações e de interação em tempo real. Haverá 
o dia em que os próprios produtos se comunicarão entre si a partir da inteligência 
artificial. Assim, teremos comunicação inteligente e a distância entre 
automóveis, residências e relógios. 
Modelo de Negócio: Inovação no modelo de negócio é inovar na forma 
como o negócio funciona econômica e financeiramente. Por exemplo, podemos 
mudar a forma como geramos receita em um determinado mercado, a exemplo 
da Netflix, que cobra por usuário o acesso aos seus filmes e séries, criando uma 
forte concorrência com as locadoras de filmes e a própria televisão. 
Normalmente, a inovação no modelo de negócio busca baixar 
consideravelmente os valores cobrados junto ao cliente final de forma a 
promover e abocanhar fatias de mercados já existentes. A Blockbuster, empresa 
de locação de vídeos, não conseguiu concorrer com a Netflix, empresa entrante, 
por não gerar economia de escala no funcionamento do próprio negócio, com 
instalações físicas caras e dispendiosas. 
Criou-se uma ruptura na forma de funcionamento do próprio mercado: as 
receitas existentes foram reorientadas para a empresa inovadora (paramos de 
locar filme e passamos a assinar pacotes pela internet), que soube aproveitar 
todo um universo de clientes pagantes e ativos. A Netflix percebeu, antes de 
todos, a oportunidade nascente de um mercado baseado em novas opções e 
comodidade. 
 
A gestão da inovação vem se destacando no cenário de negócios como 
uma força central para renovação. Vincula-se diretamente à estratégia e à forma 
de atuação das empresas nos seus respectivos mercados e também em novos. 
Sem inovação, não temos novidade e não temos como nos diferenciar junto aos 
nossos clientes num contexto de hipercompetição, como o que vivemos nos dias 
atuais. 
Restringir a estratégia organizacional ao mais do mesmo é criar pontos de 
vulnerabilidade organizacional. Os mercados são inclementes, pois, a cada 
novidade apresentada pela concorrência, os consumidores ávidos por novas 
experiências movem-se em uma velocidade surpreendente para a satisfação 
de suas necessidades e desejos. 
O permanente movimento tem sido a regra e não mais retrocederemos a 
um patamar onde a estabilidade e a certeza eram passíveis de serem atingidas 
por meio de técnicas de previsão e controle central. Era uma época de pouca 
inovação! 
Quem tem duvidado dessas novas premissas tem pago caro, pois coloca-
se, enquanto empresa, enquanto profissional, numa posição coadjuvante que 
espera que as coisas permaneçam mais ou menos as mesmas, acreditando que 
conseguirá se antecipar às armadilhas criadas pelos inovadores. 
Assim, as empresas devem mover-se de forma a buscar oportunidades 
para além de suas capacidades e negócios. Devem criar, a cada dia, alternativas 
que venham a entregar mais valor, não só resolvendo aquilo que é percebido por 
todos os competidores dentro de um determinado mercado, mas também 
criando patamares inéditos que venham a encantar as pessoas de maneiras 
surpreendentes. 
Nesse sentido, relacionar-se com os clientes é aprender aquilo tudo que 
possa vir a deslumbrá-los diante de propostas inequivocadamente singulares, 
pois aquilo que se faz novo hoje não será mais assim reconhecido com o passar 
de poucos meses. 
Natureza da Inovação 
Falamos acima dos tipos de inovação e a característica específica de cada 
uma e acordo com seus ganhos de conformação na realidade. Devemos 
caminhar um pouco mais e ir diretamente ao cerne da inovação, considerando 
seu impacto direto de transformação do mercado. Assim, temos, considerando 
os diferentes graus de mudança objetiva nos mercados: 
Inovação Incremental 
São modificações mínimas, mas existentes na forma como criamos valor 
junto aos nossos clientes. Inovar incrementalmente significa que adicionamos 
algum tipo de mudança nos produtos, com alguma funcionalidade ou aspecto 
estético, tal como vemos no desenvolvimento de novos carros que trazem cada 
vez mais plataformas de tecnologia de informação a bordo, mas não é, 
necessariamente, uma grande novidade a ponto de gerar grande quantidade de 
vendas. 
Uma inovação incremental é uma inovação facilmente copiável, pois, 
assim que reduz o risco para a própria empresa, permite que os concorrentes 
façam o mesmo em curto espaço de tempo. Portanto uma inovação incremental 
não garante vantagens competitivas consideráveis, pois não ataca de frente a 
necessidade de renovação de produtos e serviços conhecidos. 
Inovação Substancial 
São inovações que modificam consideravelmente a plataforma pelas 
quais entregamos valor aos nossos clientes. Assim, uma mudança significativa 
no modus operandi dos sistemas, canais de distribuição e nas formas como 
interagimos com nossos clientes leva a um novo patamar de valor, a exemplo da 
utilização de novas plataformas de interação continuada, como o ensino a 
distância. Essas plataformas são consideradas inovações substanciais, pois 
deslocam a barreira de tempo e espaço necessárias para adquirirmos um bem 
ou um serviço. Como mudamos consideravelmente nosso modo de atuação 
frente aos concorrentes tradicionais, criamos barreiras tecnológicas de difícil 
imitação e que operam deslocados das formas habituais como normalmente 
trabalhamos. 
Inovação Transformacional 
Também consideradas por alguns autores como inovações disruptivas, 
são aquelas que modificam plenamente o paradigma de atuação das empresas, 
ou seja, a forma como interagimos diretamente com a realidade. Isso quer dizer 
que, na maioria das vezes, os empreendedores criam uma inovação do tipo 
transformacional, trazem à luz vibrantes e improváveis cenários de realidade em 
que os padrões de atuação das empresas tradicionais são recriados de uma hora 
para outra. 
Empresas como a Airbnb (que loca espaço nas residências comuns, 
substituindo hotéis) trabalham para muito além do costumeiro e do viável. São 
empreendimentos que desafiam a lógica tradicional ao virarem os mercados de 
ponta-cabeça, pois em nada se parecem com as iniciativas mercadológicas 
consideradas como sendo de alto impacto. Na verdade, esses novos 
empreendedores, a frente de inovações transformacionais, operam dentro de 
uma lógica nascente que lhes são próprias, descontinuando mercados inteiros, 
não por lhes confrontar diretamente, mas por ir além dos limites conhecidos. 
 
TEMA 4: A DESTRUIÇÃO CRIATIVA SCHUMPTERIANA 
Em 1908, o economista Joseph Alois Schumpeter antecipou as condições 
pelas quais as empresas trabalham hoje, criandoa teoria do empreendedor 
como agente da criação de riquezas. Segundo sua teoria, os empreendedores 
de mentalidade inovadora operariam segundo uma lógica própria, criando 
modificações irreversíveis no mercado as chamadas destruições criativas. 
Destruições criativas são maneiras pelas quais um mercado cria valor real 
para seus consumidores, substituindo velhas estruturas por novas, mais capazes 
de gerar valor. Trata-se da continua substituição de processos e tecnologias por 
novas, cada vez mais atuais e afinadas aos novos tempos, como a substituição 
da máquina de escrever pelo computador, das câmeras de filmes fotossensíveis 
por câmeras digitais. 
Destruir criativamente um mercado é, portanto, solapar velhas estruturas 
por novas e mais eficientes, criando um ganho de produtividade de tal monta que 
a sociedade não volta mais ao ponto inicial. Isso faz com que esse tipo de 
movimento crie mudanças também de ordem cultural, uma vez que 
impossibilidades tidas como intransponíveis seriam agora a onda do momento, 
renovando todo um conjunto de crenças, criando mais liberdade e autonomia 
para os indivíduos. 
Segundo a teoria Schumpeteriana, o empreendedor e sua ação criativa 
ocupam papel fundamental na criação de riquezas. 
Países e regiões com mais liberdade econômica, tais como EUA, norte da 
Europa, Coréia do Sul, Hong Kong, Austrália e Nova Zelândia, tendem a ter mais 
liberdade para a ação dos indivíduos, oferecendo condições para que novos 
negócios possam ser testados e viabilizados, segundo inclinações individuas e 
visões particulares de mundo. 
ser regiões menos empreendedoras e, por conta disso, mais pobres, caso do 
Brasil e da América Latina. 
A necessidade de criar condições para a concretizações de novos 
empreendimentos requer o livre fluxo de capitais e conhecimentos. Nações 
avessas ao capitalismo tendem a operar à margem de novas realizações, porque 
justamente não possuem o ambiente para que empreendedores e investidores 
possam vir a se encontrar. 
Veja o vídeo que fala sobre a destruição criativa atualmente: 
https://www.youtube.com/watch?v=7czXtg6pNIs 
Leia o artigo sobre as teorias de Schumpeter e o impacto no 
entendimento da economia atual: 
http://sinop.unemat.br/site_antigo/prof/foto_p_downloads/fot_7471schumpeteb_
pob_costa_pdf 
 
O físico norte-americano Thomas Kuhn imprimiu um novo significado na 
ciência para as revoluções científicas. 
Sem desenvolvimento científico, não temos como criar apoio concreto às 
inovações. 
Paradigma é sua expressão preferida e nos diz que para, irmos à frente 
em qualquer setor da vida humana, necessitamos quebrar os pressupostos pelos 
quais assentávamos a compreensão de nossa realidade. Um paradigma nos 
restringe à descoberta, pois nos coloca em uma realidade que pouco se altera 
nas suas condições primordiais. 
A quebra de paradigma é, portanto, quebra de padrões de apreensão de 
nossa realidade primeira e conduz ao desenvolvimento de novas áreas de 
atuação científica. Assim, amparados em novas áreas de conhecimento, 
podemos evoluir com as descobertas científicas, pois, no fundo, precisamos 
entender cada vez mais os fenômenos da natureza e suas consequências. 
A interação entre ciência e inovação, tem sido chamada de inteligência 
tecnológica: esforço sistemático em encontrar respostas de cunho científico para 
aquilo nossa imaginação nos aponta. 
 
Curiosidade: 
Veja como a tecnologia robótica pode ser utilizada criativamente na 
indústria automobilística. Sempre existe a possibilidade de recriarmos nossa 
realidade inventivamente. Assista ao vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=MfjkVGJxYu4 
Responda a questão, trazendo sua opinião no nosso fórum: As empresas 
estão preparadas para a inovação atualmente? Comente as principais 
barreiras e o que deveria ser mudado na sua opinião. 
Veja o estudo de caso do hospital Moinhos de Vento e reflita sobre os 
princípios por trás do design thinking e da inovação: 
http://www.crars.org.br/arquivos/artigo_thomas-troian.pdf 
 
Inovar é criar. É desenvolver a capacidade nos indivíduos para que a 
manifestação criativa venha à luz e também para que possamos progredir na 
criação de novos inventos e novas soluções para o mundo. Com a criatividade, 
temos, em maior ou menor grau, a originalidade que se manifesta pela atuação 
individual, que pode transformar o mundo, pelo seu potencial criativo e 
imaginativo. 
A inovação é um processo continuado de aprendizado, em novas 
situações que confere ao agente significativo e intransferível saber. Toda jornada 
de inovação confere significativa transformação na identidade dos indivíduos e 
na forma como percebem e interagem com seus mundos. 
Regendo essas condições, está a notável capacidade dos 
empreendedores junto aos novos empreendimentos. Os empreendimentos 
inovadores trazem consigo renovação e capacidade de geração de riquezas sem 
precedentes. Operam, segundo Schumpeter, destruições criativas no mercado, 
onde uma velha tecnologia é substituída sempre por novas. Cada empreendedor 
se vale de uma nova noção paradigmática e atua como porta-voz de novas 
realidades. 
KUHN, Thomas Samuel. A estrutura das revoluções científicas. Tradução de 
Beatriz Vianna Boeira e Nelson Boeira. 3ª ed. 
CHRISTENSEN, Clayton M. O dilema da inovação: quando novas 
tecnologias levam empresas ao fracasso. São Paulo: Makron Books, 2001. 
SCHUMPETER, J. Capitalismo, socialismo, democracia. Rio de Janeiro: 
Fundo de Cultura, 1961. 
FOSTER, Richard; KAPLAN, Sarah; Destruição Criativa. Campos, 2001. 
BROWN, Tim. Design thinking: uma metodologia poderosa para decretar o 
fim das velhas ideias. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 
ADLER, Mortimer. Como pensar sobre as grandes ideias. São Paulo: É 
Realizações, 2013.

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