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MERCADO: CRIATIVIDADE COMO DIFERENCIAL NA GERAÇÃO DE VALOR Professora: Esp. Aline Cruz Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Pinelli Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Projeto Gráfico Thayla Guimarães Design Gráfico Thayla Guimarães Qualidade Textual Érica Fernanda Ortega DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; CRUZ, Aline; Introdução à Criatividade no Ambiente Organizacional . Aline Cruz; Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 27 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Introdução à Criatividade. 2. Ambiente Organizacional. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 658 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 sumário 06| A ERA DAS TRANSFORMAÇÕES DISRUPTIVAS E DAS EMPRESAS EXPONENCIAIS 11| CRIATIVIDADE: HABILIDADE ESTRATÉGICA PARA O FUTURO DO TRABALHO 15| ABORDAGENS E FERRAMENTAS CRIATIVAS PARA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Avaliar as diferenças que as empresas convencionais e exponenciais exercem sobre o mercado, a sociedade e as pessoas. • Compreender como os impactos das mudanças tecnológicas têm altera- do a configuração dos empregos e das habilidades requisitadas no futuro. • Verificar os tipos de abordagens e técnicas criativas utilizadas para solução de problemas. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Era das Mudanças Disruptivas e Organizações Exponenciais • Criatividade: habilidade estratégica para o futuro do trabalho • Abordagens e ferramentas criativas para solução de problemas MERCADO: CRIATIVIDADE COMO DIFERENCIAL NA GERAÇÃO DE VALOR INTRODUÇÃO introdução Neste material, partiremos da essência das mudanças e, portanto, da necessi- dade de mudar, de se adaptar às novas realidades e, com isso, o profissional ao desenvolver a criatividade como habilidade para se diferenciar no mercado de trabalho integra o composto da criatividade como estratégia para geração de valor nas organizações. No primeiro momento, observaremos o contexto de transição o qual as em- presas tradicionais e as empresas exponenciais estão apresentando e o quanto estes fatores invertem a lógica linear em que o mundo dos negócios estava acostumado a operar ao longo da história, mudando a estrutura ao qual está- vamos condicionados. Em um segundo momento, desenvolveremos o olhar em torno da prática do pensamento criativo e do potencial criador, mais especificamente, abran- gendo o contexto do indivíduo e como ele não deve resistir às mudanças, mas saber interpretá-las, se aliar a elas. Para isso, exercitando um ponto de vista, mais generalista, plural, paradoxal e concatenado com os valores e formatos da so- ciedade digital e dinâmica em que estamos vivendo. Em última instância, avaliaremos que a não linearidade, não está apenas trazendo novas provocações como está modelando outras formas de resolver problemas nas organizações. O foco hierarquizado e dividido em especializações e departamentos está sendo substituído pela interação e pelo compartilhamen- to de ideias de maneira mais colaborativa, capazes de gerar mais oportunidades de expressão da criatividade das pessoas com objetivo comum de encontrar soluções. Nesse contexto, existe um arsenal de ferramentas, métodos, técnicas e abordagens. Como forma de ilustrar, apresentaremos alguns deles. Pós-Universo 6 A Era das Transformações Disruptivas e das Empresas Exponenciais A verdadeira revolução não acontece quando a sociedade adota novas ferramentas e sim, quando adota novos comportamentos Clay Shirk Pós-Universo 7 O fato é que o mundo sempre esteve mudando, mas não de forma tão acelerada e disruptivas, não é verdade? A cada vez que olhamos as atualizações nas nossas redes sociais e vemos notícias sobre novas invenções, startups e crises, estamos acom- panhando um mundo em constante metamorfose. Ao passo que as tecnologias se misturam ao ritmo da inovação, o processo de transição fica ainda mais veloz. É essa intersecção que faz as coisas acontecerem de maneira mais rápida e dinâmica e tornam exponenciais as transformações e as organizações inseridas nessa escala. O fato é que as mudanças estão mexendo com todas as estruturas. O mundo está ficando cada vez mais populoso, os recursos naturais mais escassos, as lógicas e o funcionamento dos negócios se alterando de maneira brusca. Vemos as marcas consagradas se reinventando, se fundindo ou desaparecendo, enquanto as startups reconfiguram o mercado e apresentam novas perspectivas com espaços lúdicos, fun- cionários engajados e cifras bilionárias. Tudo acontece em um contexto de mudanças que envolve pessoas, empresas e empregos. Da era agrícola, passando pela era industrial até a era da informação, ocor- reram inúmeras inovações e agora com intervalos cada vez menores e com maior impacto comportamental e econômico. Nesse movimento, as organizações estão sendo obrigadas a repensar suas táticas, e o capital intelectual e criativo já é conside- rado como um dos principais ativos. Afinal, a época em que o tamanho do parques fabris e o número de filiais e funcionários era sinônimo de sucesso está ficando para trás, bem como os processos e formatos lineares de entrega do passado já não surtem o mesmo efeito, tão pouco o mesmo resultado. Disruptivo: produto, serviço ou comportamento que cria um novo mercado e desestabiliza os concorrentes que antes o dominavam. É geralmente algo mais simples, mais barato do que o que já existe, ou algo capaz de atender um público que antes não tinha acesso ao mercado. Em geral começa ser- vindo um público modesto, até que abocanha todo o segmento. Fonte: Na Prática (2017, on-line)1. saiba mais Pós-Universo 8 Pré-histórica InformaçãoIndustrialAgrícola Figura 1 - Esquema de Sequência das Eras Fonte: a autora. Atualmente, vivemos em um mundo digital e altamente conectado por meio de redes distribuídas, em que pessoas estão interligadas e interagindo em uma outra escala de tempo e espaço não só com diferentes pessoas, mas em diferentes lugares, em diferentes culturas e em diferentes conjunturas. Isso altera, e muito, inclusive, a com- preensão, as demandas e os níveis de geração e atribuição de valor da criatividade, assim como altera o conceito e a lógica do trabalho, da configuração e da prática do emprego. Home office, flexibilidade, autonomia entre outros termos integram o di- cionário do presente e do futuro trabalho. Com isso, vemos o poder das multidões ganhando força com a internet e o Crowdsourcing produzindo comunidades que compartilham de um mesmo ideal e diversas ideais em comum, sem depender da proximidade física entre os membros. A realidade é que aplicativos têm mudado nossa forma de interagir com as pessoas, de nos transportar, de nos hospedar, de nos alimentar, de estudar ou de namorar. Com isso, o jogo, definitivamente, mudou de mãos e, nessa quebra de padrões com a inclusão de abordagens criativas para as mais diferentes finalidades, faz parte do novo universo dos negócios; a gamificação, por exemplo, tornou não só mais di- vertido acompanhar estrategicamente os indicadores, como para engajar o time e mensurar o placar dos resultados. Acompanhe no quadro abaixo as diferenças entre as organizações tradicionais eas organizações exponenciais. Gamificação: é o uso de mecânicas e dinâmicas de jogos para engajar pessoas, resolver problemas e melhorar o aprendizado, motivando ações e comportamentos em ambientes fora do contexto de jogos. Fonte: Opusphere (2013, on-line)2. saiba mais Pós-Universo 9 Crowdsourcing: é um modelo de criação e/ou produção colaborativa, que conta com a mão de obra e conhecimento coletivos, para desenvolver so- luções e criar produtos. Fonte: adaptado de Consumo colaborativo ([2017], on-line)3. saiba mais Organizações Tradicionais Organizações Exponenciais Hierárquica e Top Down Autonomia e Tecnologias Sociais Impulsionada pelo Resultado Financeiro Dashboards e Propósito Transformador Pensamento Vertical, sequencial e linear Experimentação e Autonomia A inovação vem principalmente de dentro da empresa Comunidade e multidão; Staff sob demanda, Ativos Alavancados, Interfaces O planejamento estratégico é sequência do passado Experimentação e Propósito Transformador Intolerância ao Risco e inflexibilidade nos processos Autonomia e experimentação Fonte: Ismail, Malone e Geest (2015). A era pós-digital ou da criatividade é um momento que é e será cada vez mais marcado pela tecnologia, por meio da inteligência artificial, da robótica e da nano- tecnologia, mas também marcado pela presença e interação massiva das pessoas. E veja que não se trata de uma contradição, até porque toda tecnologia só faz sentido quando utilizada para conectar pessoas a diferentes usos e aplicações. Naturalmente as empresas que entenderam essa lógica estão escalando seus ne- gócios com resultados extraordinários, enquanto a maioria das organizações ainda pergunta o que está acontecendo, sem buscar efetivamente meios alternativos para aproveitar a onda de oportunidades que essa nova dinâmica proporciona. 3 exemplos de Empresas mais disruptivas dos últimos tempos: • Airbnb - não tem nenhum imóvel -US$ 30 bilhões. • Uber - não tem nenhum carro - US$ 51 bilhões. • Facebook - não produz conteúdo algum US$ 300 bilhões. Pós-Universo 10 Empresas como Nuan Waze, Tesla, Airbnb, Uber, Xiaomi, Netflix, Valve, Google, entre outras marcas fortes nesse movimento exponencial, percebem os indicadores, mas, sobretudo, estão atentas às tendências de comportamento das pessoas e está aí a principal fonte de inspiração e pesquisa. Observe que as estruturas de um modo geral estão mudando. Famílias com duas mães ou dois pais, quantidade de filhos reduzida e expectativa de vida aumentan- do. Diferente de outras épocas, além de um mundo que acolhe a diversidade, as pessoas estão morando cada vez mais sozinhas e em casas e apartamentos cada vez menores. Há previsão é que em 2030, 40% das pessoas vão viver sozinhas. Logo, ler essas informações por meio das lentes da criatividade pode antecipar nichos a serem explorado daqui pra lá. Neste contexto, pensar de modo criativo é observar os acontecimentos, inter- pretar os dados e criar condições, ideias e soluções de negócios que atendam essas demandas. Em todo caso, enquanto as empresas tradicionais estão estudando rela- tórios e acompanhando a história, as startups e as empresas ágeis, enxutas e criativas estão desenhado o futuro e agindo no presente. Exponencial: As funções exponenciais são caracterizadas pelo fato de que ao longo do tempo seus valores dobram em Progressão linear versus geo- métrica - crescimento exponencial – vai sempre duplicando com base na lei de Moore que indica que a cada de 18 meses as tecnologias duplicam a performance e reduzem o custo. Fonte: IME USP ([2017], on-line)4. saiba mais Pós-Universo 11 Criatividade: Habilidade Estratégica para o Futuro do Trabalho O acaso favorece as mentes preparadas. Abraham Marslow Pós-Universo 12 Hoje, não se fala em outra coisa que não a importância da inovação e das estratégias para futuro dos negócios e dos empregos. E por conta disso, muitas propostas de valor têm sido integradas ao core do business em todo mundo. Assim, a essa altura da nossa discussão, nos aprofundaremos na perspectiva da criatividade como habi- lidade estratégica para diferenciação dos profissionais do presente e do futuro. Um estudo feito pelas Nações Unidas sobre o futuro do trabalho apontou que em 2040 a taxa de desemprego formal será de 20%. Isso quer dizer que 20% das pessoas terão que reorganizar suas vidas em um novo estilo de trabalho seja como empreendedores, freelancers, ou atuando como intraempreendedores, trabalhando dentro das organizações ou em home-offices. Bom, com vínculo CLT ou alocados por projeto em diferentes organizações, o fato é que a dinâmica e a estrutura dos forma- tos de trabalho que conhecemos está se alterando. Nesse cenário, as máquinas estão substituindo as pessoas em atividades repe- titivas e padronizadas. Basta ligar para uma central de atendimento, ir ao banco, ao estacionamento do shopping, ao pedágio ou ao supermercado. Tudo está diferente de anos atrás. E o mais curioso é que enquanto as pessoas discutem as implicações do Uber sobre o táxi, o carro autônomo da Tesla já está dirigindo sozinho e isso vai alterar todo um contexto na produção automobilística, na geração de empregos no setor de transportes até a mobilidade das cidades. Você sabia que algumas matérias da revista Forbes, por exemplo, não são mais escritas por jornalistas? Pois é, algorítmi- cos já são capazes de simular a habilidade humana de escrever notícias e até poemas. Contudo, diariamente nos deparamos com a inteligência artificial e a robótica para acessar satélites pelo Google Car, com os vários recursos da Apple, entre eles, o assistente virtual Siri, com o Google Translate e de maneira ainda mais impressionante o Skype Translator que permite que uma pessoa fale de um lado em um idioma e do outro lado, a pessoa ouça em outro idioma. Ah, isso sem falar nas secretárias virtuais que também já estão à disposição dos executivos e dos condomínios que de uma maneira mais simples, estão substituindo seus porteiros por sensores. Veja que profissões de prestígio como medicina e direito não estão totalmente livres de serem impactadas. Inteligência Artificial impactando o Direito e a Medicina: • EUA - As pequenas causas são resolvidas por softwares; • Holanda - Não existe advogado de divórcio: as causas são resolvidas digitalmente; Pós-Universo 13 • IBM - Possui um projeto de banco de dados para catalogar todo conheci- mento da medicina – laudos, artigos – para diagnosticar de maneira mais eficiente que os médicos qualquer tipo de doença. A questão é que não adianta ficarmos assustados e nem resistentes. A realidade é que tarefas repetitivas e padronizadas estão ameaçadas, o que não quer dizer que determinadas profissões vão acabar completamente, mas que terão postos de tra- balho reduzidos com toda certeza, e que a maior parte terão de ser reformuladas para continuar existindo. E as mudanças não param por aí: de acordo com o Fórum Mundial de Economia, 35% das habilidades requisitadas atualmente mudarão em 5 anos e a criatividade subirá de décima colocada para terceira no ranking. O que demonstra que desen- volver essa habilidade será um diferencial competitivo decisivo para os profissionais em curto, médio e longo prazo. Acompanhe o quadro a seguir: Ranking de Habilidades Requisitadas entre os Anos 2015 e 2020: 2015 2020 1. Resolução de problemas complexos 1. Resolução de problemas complexos 2. Coordenação com terceiros 2. Pensamento crítico 3. Gestão de pessoas 3. Criatividade 4. Pensamento crítico 4. Gestão de pessoas 5. Negociação 5. Coordenação com terceiros 6. Controle de qualidade 6. Inteligência emocional 7. Orientação para o serviço 7. Julgamento e Tomada de decisão 8. Julgamento e Tomada de decisão 8. Orientação para o serviço 9. Escuta Ativa 9. Negociação 10. Criatividade 10. Flexibilidade cognitiva Fonte: adaptada de Fórum Mundial de Economia (2016, on-line)5 .Em tempos líquidos, uma das únicas coisas de que devemos estar seguros é que cada vez mais iremos conviver com a instabilidade. Logo, a experimentação e a tolerância ao risco devem ser uma constante para que eu e você não só façamos a diferença no mundo, como também sejamos capazes de sobreviver. Com isso, a questão que temos que levantar é: quais estratégias criativas temos criado para encontrarmos um emprego, sermos promovidos ou fazer uma criança comer verduras? Pós-Universo 14 O gráfico descendente de algumas profissões demonstra que temos que nos adaptar. Para tanto, tem sido cada vez mais comum dizer que profissionais criativos devem pensar fora da caixa. antes de prosseguir, no entanto é importante descons- truirmos essa clássica expressão. Até porque depende de que caixa que estamos falando, não é mesmo? A caixa do nosso repertório ou a caixa dos padrões coletivos da sociedade? De fato, a criatividade exige pensar fora das normas para criar solu- ções que geram valor. Mas se estamos falando da nossa caixa de pensar, da nossa “Cabeça” aí, não dá pra pensar fora caixa concorda? E por isso, precisamos sofisticar nossa habilidade de pensar criativamente. Como no futuro o diferencial das pessoas será ser humano, cabe-nos aprimorar as funções que as máquinas não conseguem desenvolver com maestria, habilida- des relativas à sensibilidade seja pelo tato ou pela emoção. No século XXI, portanto, ao invés do QI, seremos avaliados pelo nosso nível de QE – Quoeficiente Emocional, cunhado por Goleman (2013) como um fator de alta diferenciação. Deste modo, para atender as exigências do novo mundo, temos que nos concentrar em gerir nosso cérebro e nossas sensações. Ah, aquele papo de desenvolvimento pessoal? Sim, de- senvolver a inteligência criativa, as inteligências intrapessoal e interpessoal, além, é claro, do conjunto de habilidades que inclui: imaginação, liderança, comunica- ção, capacidade de síntese, pensamento crítico, persuasão, influência, autocontrole, empatia e colaboração. Pós-Universo 15 Abordagens e Ferramentas Criativas para Solução de Problemas Para inovar é preciso fazer conexões com experiências an- teriores. Porém, se suas experiências forem iguais às de todo mundo, você dificilmente vai olhar em outra direção Steve Jobs Pós-Universo 16 Como vimos até aqui, as habilidades serão o drive do futuro e, em meio a isso, as pessoas surgem como agentes de mudança e de geração de valor, seja na esfera in- dividual, na sociedade ou nas empresas. Assim, as organizações como forma de se adequar e dinamizar o processo de análise e tomada de decisão têm utilizado diver- sas abordagens e ferramentas criativas para resolver problemas. Veja que antes de pincelarmos algumas das técnicas e abordagens coletivas é importante pontuar que para garantir o bom desempenho do trabalho o grupo precisa de indivíduos que invistam no desenvolvimento do potencial criativo, com mente aberta tanto para extrair como para compartilhar aprendizados durante as experiências. Por isso, antes de tratarmos da relevância comprovada das abordagens coletivas para gerar resultados para organizações e usuários das soluções que iremos co-criar, confira 19 recomendações para manter seu estado de fluxo criativo, confor- me sugere os experts em creative solutions problems. Passo a Passo para Criar um Estilo de Vida Criativo: 1. Relacione-se com pessoas queridas. 2. Toda vez que tiver um desafio pergunte: E se... e por que não? 3. Use charadas, analogias e metáforas para construir perguntas. 4. Junte-se a comunidades criativas. 5. Colabore com alguém: duplas e grupos. 6. Viaje e aprenda mais sobre o diferente. 7. Use o bom humor como antídoto para romper crenças limitantes. 8. Estabeleça uma visão holística das coisas. 9. Leia para se informar e para expandir seu repertório. 10. Acompanhe a tecnologia, mas se desconecte também. 11. Projete um Ambiente Inspirador para produzir mais e melhor. 12. Não se restrinja às soluções criadas pela sua área de atuação. 13. Faça uma atividade física e dedique-se às artes. Pós-Universo 17 14. Caminhe para ver as mudanças que os carros e os escritórios te impedem de ver. 15. Faça caminhos diferentes para variar as experiências. 16. Invista em autoconhecimento e desenvolvimento Pessoal. 17. Questione padrões, normas e cartilhas. 18. Medite! Meditar expande a clareza sobre o problema a ser resolvido e, ao te trazer para o presente, reduz a ansiedade provocada pelo excesso de preocupação com o passado ou com o futuro. 19. Relaxe! Descansar também faz parte do trabalho. Bom, a partir do entendimento da importância do cultivo da criatividade individual, fica mais simples compreender as premissas básicas das técnicas, ferramentas e metodologias criativas aplicadas em grupos. Por exemplo, a adoção do pensamen- to convergente e do pensamento divergente associado ao foco na interação entre pessoas de diferentes áreas para se chegar o mais próximo possível das necessida- des dos usuários que irão usufruir da solução seja em forma de produto, serviço ou processo. “ Sem formas analíticas de pensamentos seríamos incapazes de decompor problemas complexos, a fim de compreendê-los melhor. Sem síntese, não haveria o processo criativo, pois ela se baseia no ato coletivo de juntar as partes para criar ideias completas (FILATRO, 2016, p. 12). Isso quer dizer que, ao colocar o ser humano no centro do processo de tomada de decisão, utiliza-se abordagens e ferramentas que valorizem o uso da criatividade, da intuição, da sensibilidade, da capacidade de síntese e de relacionamento que con- duzem a um melhor entendimento do contexto a partir das diferentes perspectivas das pessoas envolvidas. Sim, a tecnologia tomou conta do mundo contemporâneo, mas ela por si só não gera valor. Por isso, o futuro é sobre nós – sobre as pessoas. Eu, você e os grupos dos quais estamos inseridos, ou não. Pós-Universo 18 Com isso, temos à nossa disposição centenas de opções: Design Thinking, Lego Serious Play, Scamper, 6 Chapéus, PNI, Brainstorming, Brainwriting, Mapas Mentais, Canvas, entre outras maneiras de tornar o planejamento mais interessante, divertido e apli- cável a uma rotina empresarial atualizada. Um que merece relevo nas abordagens e ferramentas criativas não é destacar o melhor, mais arrojado e desenvolto persona- gem da reunião, e sim, utilizar as habilidades especializadas e generalistas das pessoas para obter uma diversidade de ideias capaz de gerar soluções raras, inéditas e com alto nível de originalidade e eficiência. Durante os exercícios sem julgamento prévio, são levantadas inúmeras hipóteses em busca das melhores respostas e essa é a chave das abordagens e das ferramen- tas criativas. Assim, em um primeiro momento, parte-se do princípio de que todas as alternativas são válidas e todos possuem credenciais e o direito de opinar, contri- buindo com suas experiências e pontos de vista. Scamper: o nome da técnica é um acrônimo originado das iniciais de sete operadores da técnica: Substituir, Combinar, Adaptar, Modificar, Procurar outros usos, Eliminar e Rearrumar, visando explorar de diferentes maneiras a transformação de um objeto, sistema ou processo. Fonte: MCDigital (2011, on-line)7. saiba mais Teoria dos 6 Chapéus: técnica definida por Edward de Bono, ao revezar cada um dos seis chapéus, o grupo pode convergir e divergir ideias a partir dos chapéus que tiver assumindo no momento: branco, vermelho, preto, amarelo, verde e azul. Cada um representa, respectivamente: a objetividade; as emoções; o pessimismo; a positividade; a criatividade e a coordenação para o funcionamento dos demais. Fonte: adaptado de Galaxia Criativa (2017, on-line)6. saiba mais Pós-Universo 19 Note que ao permitir que as pessoas pensem juntas em um dado problema, isso interfere diretamente não só na análise, mas na qualidade da elaboração de per- guntas sobre o objetode investigação que fuja das proposições óbvias e simplistas da maioria das reuniões. Os ângulos giram em torno da experimentação que abre espaço para a empatia e, sobretudo, para o erro como parte do processo. Com isso, a falha passa a ser vista como uma maneira de aprender e aprimorar a ideia, o produto ou o serviço. Observe que o conceito sobre o fracasso é totalmente ressignificado e encarado sob outro viés. Para simplificar os direcionamentos e evitar que as fases não surtam os efeitos esperados, um facilitador cuida de orientar as equipes com média de 4 a 6 pessoas; é elegido um líder para ajudar na organização dos grupos, mas o objetivo é que cada um se manifeste como protagonista de algum modo dentro do trabalho para que o ganho do projeto não seja encabeçado por um e sim por todos os membros, evi- tando que o fenômeno group think pressione a minoria a adotar os argumentos da maioria, censurando as opiniões divergentes. Para materializar as ideias, post-its, peças de lego, canetas coloridas, cartolinas, massas de modelar e atividades que provoquem os integrantes a sair da zona de con- forto são utilizados à vontade. As fases de ideação geralmente são feitas por meio da consagrada técnica de Brainstorming, em que todos são convidados a sugerir ideias, gerando um alto volume de opções a serem filtradas posteriormente. Outro ótimo recurso para garantir, principalmente, que os introvertidos participem e não sejam abafados pelos desinibidos, que por não se intimidarem costumam a tomar conta das reuniões é o Brainwriting, ferramenta que permite que as pessoas se isolem por em média 5 minutos e, por escrito, apresentem suas alternativas. Assista ao Vídeo que apresenta como a pressão do grupo pode interferir no comportamento das pessoas GroupThink: Em: <https://www.youtube.com/watch?v=BgRoiTWkBHU. reflita Pós-Universo 20 O Design Thinking vem se popularizando bastante nos últimos anos justamente por ser uma abordagem centrada no ser humano que visa extrair o melhor que as pessoas possam oferecer em prol do trabalho coletivo. O Lego Serious Play, além de compartilhar de aspectos semelhantes ao DT, também se ancora na teoria constru- cionista de Parpet, que inclui o uso das mãos como gatilho para acionar o repertório inconsciente das pessoas e sugere que por meio desse tipo de metodologia as cone- xões criadas pelos agentes que interpretam um cenário sob a perspectiva estratégica e em tempo real, desenvolvam provocações e insights convergentes além de que 100% das pessoas participam de 100% das decisões. Ao final das sessões seja qual for, normalmente, as soluções surpreendem pelo nível de criatividade, mas também de viabilidade que oferecem. Fica claro que à medida que o processo criativo é estimulado, a cada fase, as pessoas se tornam mais corajosas para se expor, tem menos receio de serem julga- das, de fracassar e entendem como cada etapa é importante para o resultado final. Com isso, as barreiras e os bloqueios vão sendo superados à medida que as pessoas, frente a um desafio, se permitem adotar novas ferramentas, novas técnicas e, princi- palmente, novas formas de ver as coisas. Empatia: significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimen- tar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo. Fonte: Signficados.com ([2017], on-line)8. saiba mais atividades de estudo 1. Da era agrícola, passando pela era industrial até a era da informação, ocorreram inú- meras inovações e agora ocorrem com intervalos cada vez menores e com maior impacto comportamental e econômico. Nesse movimento, as organizações estão sendo obrigadas a repensar suas táticas. Sobre os impactos das mudanças, assinale a alternativa correta. a) Tudo acontece em um contexto de mudanças que envolve apenas pessoas, em- presas e empregos. b) Tudo acontece em um contexto de mudanças que envolve apenas empresas e empregos. c) Tudo acontece em um contexto de mudanças que envolve apenas as empresas. d) Tudo acontece em um contexto de mudanças que envolve apenas pessoas e empregos. e) Nenhuma das alternativas está correta. 2. De acordo com o Fórum Mundial de Economia, 35% das habilidades requisitadas atualmente mudarão em 5 anos o que demonstra que desenvolver um conjunto de habilidades será um diferencial competitivo decisivo para os profissionais em curto, médio e longo prazo. Sobre a ascensão da criatividade como habilidade altamente requisitada, assinale a alternativa correta. a) A criatividade subirá da décima colocada para terceira no ranking das habilida- des requisitadas nos próximos 5 anos. b) A criatividade subirá da décima colocada para primeira no ranking das habilida- des requisitadas nos próximos 5 anos. c) A criatividade subirá da décima colocada para quinta no ranking das habilidades requisitadas nos próximos 5 anos. d) A criatividade subirá da décima colocada para sétima no ranking das habilidades requisitadas nos próximos 5 anos. e) Nenhuma das alternativas está correta. atividades de estudo 3. As organizações como forma de se adequar e dinamizar o processo de análise e tomada de decisão têm utilizado diversas abordagens e ferramentas criativas para resolver problemas. Sobre o principal diferencial dessas abordagens e metodologias, marque a alternativa correta. a) A tecnologia por si só não gera valor e colocar o ser humano no centro do pro- cesso é indispensável para a co-criação de soluções criativas. b) A tecnologia por si só gera tanto valor que o ser humano vai ser substituído e ficar sem alternativas de sobrevivência. c) A tecnologia por si só não gera valor e colocar o ser humano no centro do pro- cesso é indispensável para co-criação de estratégias que tragam, exclusivamente, ganhos econômicos. d) A tecnologia por si só gera tanto valor que usar abordagens, ferramentas, téc- nicas e metodologias criativas, mesmo que não gere resultado, contribui para a imagem de empresa moderna das organizações. e) Nenhuma das alternativas está correta. resumo Chegando ao final da nossa discussão, entendemos que criatividade é uma variável que não pode ser medida com precisão, ou seja, testes não vão inferir de maneira confiável se eu ou você nascemos com mais ou menos pré-disposição a sermos criativos. Dito isso, ao termos a capacidade de imaginar diferente dos outros animais, temos a possibilidade de resolver problemas de forma criativa. Com isso, trouxemos reflexões e exemplos que amparam e apontam a relevância de agir de maneira criativa, para aprimorar o que temos à nossa disposição dando usos e signifi- cados que nós nem imaginamos que poderiam extrair. É uma mudança de mindset que conduz a uma postura de questionamento contínuo e traz inúmeras respostas. Respostas essas que não precisam ser consideradas certas, nem erradas – apenas alternativas e válidas. Mediante os avanços do autoconhecimento dos indivíduos, das formações profissionais, da evolução tecnológica e das configurações da sociedade e do mercado, entre outros as- pectos determinantes e decisivos – apontam para uma necessidade de um olhar alinhado a um contexto cada vez mais dinâmico, plural e disruptivo. Desse modo, as organizações estão inovando de maneira a encontrar soluções substituindo o “sempre foi assim”,o “já sei” e o julgamento prévio e o excesso de racionalidade e normati- zação pela divergência, pela geração de quantidade, de participação de diferentes pessoas, com diferentes formações e com pontos de vista diferentes para gerar soluções criativas e resultados fora da curva. Vimos que as organizações exponenciais entendem que o segredo está em investigar o problema de maneira que mais de uma resposta seja considerada, testada e experimenta- da. O futuro já chegou e vemos mudanças por toda parte. A autonomia, a flexibilidadee a instabilidade são os novos paradigmas dos negócios e dos empregos. E na missão de diferenciar e personalizar produtos, serviços e funções, a criatividade vai além dos laboratórios de insights, requer uma cultura criativa, um olhar humanizado e aberto para o novo, para o que tem significado, propósito para as pessoas em primeiro lugar. Exige uma mudança de mentalidade, quebra de crenças, padrões e convenções e esse é o fluxo que rege a criatividade e o futuro. material complementar Organizações Exponenciais Autor: Salim Ismail, Michael Malone e Yuri Van Geest Editora: HSM Sinopse: nenhuma empresa poderá acompanhar o ritmo de crescimen- to definido pelas organizações exponenciais se não estiverem dispostas a realizar algo radicalmente novo – uma nova visão da organização que seja tão tecnologicamente inteligente, adaptável e abrangente quanto o novo mundo em que vai operar – e, no final de tudo, transformar. Os autores pesquisaram os padrões das empresas exponenciais mais importantes do mundo nos últimos seis anos, tais como: Waze, Tesla, Airbnb, Uber, Xiaomi, Netflix, Valve, Google (Ventures), GitHub, Quirky e 60 outras empresas, incluindo empresas de sucesso, como GE, Haier, Coca Cola, Amazon, Citibank e ING Bank. Eu, Robô Ano: 2004 Sinopse: em 2035, a existência de robôs é algo corriqueiro, sendo usados constantemente como empregados e assistentes dos humanos. Os robôs possuem um código de programação chamado Lei dos Robóticos, que impede que façam mal a um ser humano. Esta lei parece ter sido que- brada quando o Dr. Miles aparece morto e o principal suspeito de ter cometido o crime é justamente o robô Sonny. Caso Sonny realmente seja o culpado, a pos- sibilidade dos robôs terem encontrado um meio de quebrarem a Lei dos Robóticos pode permitir que eles dominem o planeta, já que nada mais poderia impedi-los de subjugar os seres humanos. Na Web A futurista Lala Deheinzelin no TEDx fala sobre o futuro a partir de uma lógica 4D, baseada no padrão de ciclo exponencial e de abundância, em uma relação entre as pessoas e orga- nizações com colaboração, criatividade e compartilhamento. Em: https://www.youtube.com/watch?v=HoAi9jjm43w referências FILATRO, A.; CAVALCANTI, C. Design Thinking na Educação: Presencial, a Distância e Corporativa. São Paulo: Saraiva, 2016. GOLEMAN, D. O Espírito Criativo. São Paulo: Editora Pensamento - Cultrix, 2013. ISMAIL, S.; MALONE, M.; GEEST, Y. V. Organizações Exponenciais. São Paulo: HSM, 2015. REFERÊNCIAS ON-LINE 1Em: <https://www.napratica.org.br/o-que-e-inovacao-disruptiva/?v=1&utm_expid=.jKa- MO9SNTv2Ub6--4_LvAg.1&utm_referrer=https%3A%2F%2Fwww.google.com.br%2F>. Acesso em: 03. set 2018. 2Em: <http://www.opusphere.com/voce-ja-sabe-o-que-e-gamificacao/>. Acesso em: 30 set. 2018. 3Em: <http://consumocolaborativo.cc/crowdsourcing-brasil-sites-de-crowdsourcing-bra- sileiros-2/>. Acesso em: 03 set. 2018. 4Em: <https://www.ime.usp.br/~is/abc/abc/node17.html>. Acesso em: 03 set. 2018.. 5Em: <http://reports.weforum.org/future-of-jobs-2016/>. Acesso em: 04 set. 2018. 6Em: <http://galaxiacriativa.com.br/?page_id=225>. Acesso em: 04 set. 2018. 7Em: <https://mcdigital.net.br/o-que-e-scamper/>. Acesso em: 04 set. 2018. 8Em: <https://www.significados.com.br/empatia/>. Acesso em: 04 set. 2018. resolução de exercícios 1. a. Tudo acontece em um contexto de mudanças que envolve apenas pessoas, em- presas e empregos. 2. a. A criatividade subirá da décima colocada para terceira no ranking das habilidades requisitadas nos próximos 5 anos. 3. a. A tecnologia por si só não gera valor e colocar o ser humano no centro do proces- so é indispensável para a co-criação de soluções criativas. h.a27yvcvwdunl h.dhflvhekiqyk h.32hioqz A Era das Transformações Disruptivas e das Empresas Exponenciais Criatividade: Habilidade Estratégica para o Futuro do Trabalho Abordagens e Ferramentas Criativas para Solução de Problemas
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