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1 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho objetiva descrever a síndrome de Klinefelter, a nível genotípico e fenotípico. Comentando de forma clara e didática, no que esta relacionada esta alteração cromossômica, e de que forma esta interage com o dia a dia dos homens portadores desta síndrome, através de pesquisa relacionada à mesma. 2 2. SURGIMENTO DA SINDROME DE KLINEFELTER (SK) A síndrome de Klinefelter é chamada dessa maneira devido ao pesquisador Dr. Harry F. Klinefelter que, ao trabalhar no projeto de consumo de oxigênio na glândula adrenal em conjunto com o Dr. Howard Means, atendeu um paciente com um caso raro no qual um homem desenvolveu seios (Ginecomastia). Ao estudar o caso, o Dr. Klinefelter descreveu nos seus exames infertilidade, liberação de hormônio Gonadotropina (GnRH) e um elevado nível de liberação dos hormônios folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH), hormônios femininos. Esse médico, juntamente com os pesquisadores Reifestein e Albright, publicou os resultados obtidos dessa pesquisa no Jornal de Metabolismo e Endocrinologia Clínica (1942). O artigo dessa revista foi intitulado “Síndrome caracterizada por Ginecomastia, aspermatogênese (falta de maturação dos espermatozoides) e aumento da excreção de Hormônio Folículo Estimulante”. A partir desse marco, a síndrome passou a ser conhecida como Síndrome de Klinefelter. 3. SINDROME DE KLINEFELTER (SK) A síndrome de Klinefelter trata-se de uma anomalia (aneuploidia), ou seja, distúrbio genético cromossômico, que está relacionada com alterações numéricas no conjunto de cromossomos de um indivíduo. Nesse caso, o indivíduo portador apresenta no seu cariótipo (conjunto cromossômico) um cromossomo X a mais. Dessa maneira, o cariótipo do indivíduo com a referida síndrome é 47, XXY ou 44 aa + XXY. 3 Todos os homens possuem um cromossomo X e um Y, mas ocasionalmente uma variação irá resultar em um homem com um X causando uma mudança característica nos meninos. Existem outras variações menos comuns como: 48 XXYY; 48 XXXY; 49 XXXXY; e mosaico 46 XY/47 XXY, este é o cariótipo mais comum, ocorre em cerca de 15% provavelmente em consequência da perda de um cromossomo X num concepto XXY durante uma divisão pós-zigótica inicial. Metade dos casos resulta de erros na meiose I paterna, um terço de erros na meiose I materna e os demais de erros na meiose II ou de um erro mitótico pós-zigótico levando a mosaico. A idade da mãe elevada nos casos associados a erros na meiose I materna, mas não nos outros casos. . 4. CARIÓTIPO 5. MECANISMOS DE OCORRÊNCIA Basicamente, dois mecanismos principais de ocorrência da Síndrome de Klinefelter foram identificados: Não-disjunção Mosaicismo 4 5.1 NÃO DISJUNÇÃO A não disjunção consiste na não ocorrência de segregação entre os cromossomos durante alguma etapa da divisão celular, seja ela mitótica ou meiótica. A forma clássica da Síndrome de Klinefelter resulta de uma ou mais não disjunções do cromossoma X durante a gametogênese de um dos pais ou de ambos. Corresponde a aproximadamente 90% dos casos, tendo a maioria deles o cariótipo 47,XXY. 5.2 O MOSAICISMO Indivíduos com duas ou mais populações celulares geneticamente diferentes são chamados mosaicos. Eles são relativamente comuns nas anormalidades numéricas dos cromossomos sexuais e podem ocorrer tanto no estágio pré-natal quanto pós-natal. No caso da Síndrome de Klinefelter 5 ocorre uma não-disjunção mitótica, que tanto pode ocorrer em um zigoto 46XY como 47,XXY. O mais comum é resultar em cariótipo 46,XY/ 47,XXY (1). Sabe-se que os mosaicos resultantes de não-disjunção mitótica não tem relação com a idade materna. Apenas 3% dos casos de Síndrome de Klinefelter são devidos a mosaicismo, mas fazer uma estimativa exata é difícil pelo fato de que muitos mosaicos escapam do diagnóstico, a menos que um grande número de células seja contado. Além disso, casos com um pequeno número de células aberrantes e que correspondam a uma manifestação fenotípica pequena ou ausente, são detectados somente ocasionalmente, principalmente se o indivíduo vai investigar infertilidade e visualizam-se células trissomicas na linhagem do tecido germinativo. No entanto os indivíduos com Síndrome de Klinefelter em mosaico podem ser férteis. Se a linhagem celular germinativa não for atingida. Um fator desfavorável tentativas de tratamento da infertilidade em pacientes com Síndrome de Klinefelter é que esses indivíduos tem uma chance maior de produzir gametas com uma aneuploidia, não apenas ligada aos cromossomas sexuais (X e Y), mas também outras aneuploidia autossômica (17,18,19). 6. CARACTERÍSTICAS DO PORTADOR A característica mais comum é a esterilidade. Possuem função sexual normal, mas não podem produzir espermatozoides (Azoospermia) devido à atrofia dos canais seminíferos e, portanto são inférteis. Outras características muitas vezes presentes são: estatura elevada e magra, com braços relativamente longos; pênis pequeno; testículos pouco desenvolvidos devido à esclerose e hialinização dos túbulos seminíferos; pouca pilosidade no púbis; níveis elevados de LH e FSH podem apresentar uma diminuição no crescimento 6 de barba; ginecomastia (crescimento das mamas), devido aos níveis de estrogênio (hormônio feminino) mais elevados do que os de testosterona (hormônio masculino). Em alguns casos tornam-se necessária à remoção cirúrgica. Estudos indicam uma dificuldade para falar e problemas de linguagem que contribuem para problemas sociais e/ou aprendizagem. Meninos com SK podem ter menos confiança em sua masculinidade, ser mais imaturos, carentes e dependentes em comparação com seus irmãos e outros meninos de sua idade. Ainda pode ser levemente passivos, muito sensíveis, ter falta de iniciativa e possuírem uma autoestima frágil. Outras possíveis características: Enquanto as características acima são as mais comuns, ocasionalmente outras são relatadas por seus familiares: Preferência por jogos calmos São frequentemente carentes e reservados Tremores nas mãos Frustração causa explosão de temperamento Dificuldade de concentração Baixo nível de atividade Baixo grau de paciência Dificuldade de despertar pela manhã Baixa autoestima 7. INCIDÊNCIA NA POPULAÇÃO A incidência é de 1,18 em 1000 nascimentos. Destes, 80% têm o cariótipo 47,XXY, 10% são mosaicos (46,XY/47,XXY) e os restantes têm múltiplos cromossomas X ou Y. Este défice por sua vez reflete-se no fenótipo destes indivíduos. Sendo algumas das características morfológicas comuns a outras situações, essas devem ser excluídas, mas o cariótipo permite um diagnóstico fidedigno. 7 Apenas 18% dos casos de síndrome de Klinefelter têm outras anomalias, a maioria das quais diagnosticadas depois da puberdade. 8. EVOLUÇÃO É de esperar que indivíduos com a síndrome de Klinefelter tenham uma esperança média de vida normal, no entanto há a referir um aumento considerável de acidentes vasculares cerebrais (6 vezes superior à população geral), o atraso da linguagem (51%), o atraso motor (27%) e problemas escolares (44%) complicam o desenvolvimento destas crianças e em alguns estudos estão descritos comportamentos anti-socias e psiquiátricos. Outros apontam para uma boa adaptaçãosocial e no trabalho. Outras complicações conhecidas são os problemas oculares, tais como o coloboma e estrabismo, a fenda palatina, as cardiopatias (estenose aórtica e prolapso da válvula mitral), a hérnia inguinal e as anomalias genitais (criptorquidismo, hipospadias e pénis pequeno). Deve-se excluir o défice auditivo, no entanto não está descrito um aumento da frequência de infecções respiratórias na infância, ao contrário das doenças autoimunes (diabetes mellitus) 9. DIAGNÒSTICO A SK é diagnosticada através do cariótipo; um exame feito com uma amostra de sangue. É causada por uma anomalia cromossômica envolvendo o cromossomo sexual. Até a década de 60 o único meio de confirmação da SK era a biópsia testicular, que ao exame microscópico demonstra a falta de elementos germinativos nos canais seminíferos, que se apresentam hialinizados e dispostos irregularmente em um tecido conjuntivo intersticial frouxo. Nos dias atuais, entretanto, esse exame perdeu sua importância e só é realizado após esgotarmos as possibilidades oferecidas pela citogenética humana. O exame genético da SK mostra que o cariótipo de um portador geralmente é 47, XXY embora também existam mosaicos e outros genótipos com os 8 mesmos sintomas em graus variados. Um exame simples e econômico é a detecção do corpúsculo de BAAR (cromatina sexual). Isso torna o exame do cariótipo do paciente necessário somente quando o estudo do cromossomo sexual contraria o quadro clínico. Apesar desse novo estilo de exames ter tornado possível o diagnóstico em pacientes pré-púberes, a maioria dos casos só são detectados em pacientes após a puberdade quando se iniciam os primeiros sinais (ginecomastia, hipogenitalismo) ou então em testes de fertilidade já que uma parte dos homens estéreis pode ser portadora de SK. 10. TRATAMENTO O maior efeito do cromossomo X extra em meninos é o hipogenitalismo, como consequência disto, existe uma diminuição da testosterona detectada na época da puberdade. Quando estes meninos estão entre 10 e 12 anos de idade é muito útil dosar periodicamente o nível sérico dos hormônios sexuais. O baixo nível de testosterona resultará na diminuição das mudanças sexuais que ocorrem durante a puberdade. Na ocorrência de outras características apontarem para o metabolismo com baixo nível de hormônios, o tratamento com hormônios sexuais masculinos pode ser benéfico. A forma mais comum de tratamento envolve a administração uma vez ao mês através de Depotestosterona injetável, uma forma sintética de testosterona. A dose necessita ser aumentada gradualmente e ser aplicada mais frequentemente com o avançar da idade. O tratamento visa a progressão normal do desenvolvimento físico e sexual, incluindo o crescimento de pelos pubianos e o aumento do tamanho do órgão genital e testículos, crescimento da barba, desenvolvimento da voz grave e aumento da força muscular. Outros benefícios observados na literatura: Melhoria do raciocínio Melhoria da atenção 9 Mais energia e um alto grau de concentração Diminuição do tremor nas mãos Melhoria do autocontrole Melhoria da atividade sexual Facilidade na aprendizagem e assentamento no trabalho Melhoria da autoestima. Os homens com SK são capazes de apresentar a função sexual, incluindo ereção e ejaculação, porém são incapazes de produzir quantidades normais de sêmen sendo, portanto, inférteis. 10 11. CONCLUSÃO Podemos concluir então que esta síndrome que esta relacionada ao sexo masculino onde o mesmo acarreta um cromossomo extra (x), que este pode trazer característica feminina como, surgimento de mamas, produção de hormônios femininos, e uma das principais características a infertilidade masculina. Esta alteração pode ser reconhecida na puberdade, pois e nesta fase que são claramente visível o desenvolvimento corpo humano. Assim dessa forma o homem portador, depois de exames clínicos e laboratoriais, pode iniciar seu tratamento da melhor maneira possível. 11 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS www.ufv.br http://www.portalsaofrancisco.com.br/saude/sindrome-de-klinefelter http://facevv.cnec.br/wp- content/uploads/sites/52/2016/01/S%C3%8DNDROME-DE- KLINEFELTER.pdf http://www.ghente.org/ciencia/genetica/klinefelter.htm
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