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Síndrome do duplo Y (Síndrome de Jacobs)

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BRENDA RODRIGUES GENÉTICA 3° SEMESTRE 
 
 
 
• A síndrome de Jacobs, também 
conhecida como síndrome de 47, XYY ou 
Síndrome do Duplo Macho, é uma rara 
anormalidade genética na qual um 
macho recebe um cromossomo Y extra de 
seu pai 
 
• Pertence a um grupo de condições 
genéticas conhecidas como ‘’trissomias 
cromossômicas sexuais’’, junto a 
Síndrome de Klinefelter 
 
• Foi inicialmente descoberta em 1961, por Sandberg, nos EUA, a partir de estudos realizados 
em homens institucionalizados; foi descoberto que os homens 47, XYY eram mais propensos 
a apresentar tendências antissociais do que os que não apresentavam esse genótipo. O 
paciente portador tinha 44 anos, inteligência não inferior a media, constituição robusta, 
nenhuma anomalia física, se casou 2 vezes e tinha 6 filhos e, entre esses, 2 possuíam anomalias, 1 filha com 
síndrome de Down, e a outra sem órgãos sexuais internos. Em 1965, dados referentes a um estudo realizado no 
hospital de segurança máxima da Escócia, por Patrícia Jacobs, foram publicados. Todos os manicômios tinham 
algum comprometimento comportamental ou déficit intelectual. De 197, com QI abaixo do normal, 7 eram 
portadores e XYY, e de 119 doentes mentais, 2 eram portadores 
 
• A síndrome de Jacobs não é uma condição hereditária 
 
• Surge mais comumente durante a meiose II, devido a não-disjunção (separação) paterna na meiose II, 
momento em que um cromossomo Y extra é 
atribuído ao esperma resultante, produzindo 
espermatozoides YY. Temos a não disjunção 
especifica e exclusiva da anáfase da meiose 
na fase 2 da espermatogênese. 
o Essas mutações parecem ocorrer 
aleatoriamente, e não se sabe se há alguma 
causa parental para essas mutações, 
constituindo um acidente biológico 
 
o O fumo na adolescência está associado a um 
aumento na dissomia presente no esperma e 
uma diminuição em aspectos específicos da 
qualidade do sêmen, podendo afetar a 
fertilidade no homem e, consequentemente, 
aumentar a chance de aneuploidia na prole, 
predispondo a ocorrência da síndrome. 
 
o O cromossomo X e Y partilham sequencias idênticas na região pseudoautossômica (PAR1), o que significa que 
os genes são igualmente expressos nessa região de ambos os cromossomas, tendo essa constatação sido 
apontada como uma explicação para a elevada estatura presente na síndrome 
 
í ‘’ ’’
Dois irmãos 
gêmeos. O menor 
tem cromossomo 
XY normal e o 
mais alto tem 
cromossomo XYY 
Quando o erro ocorre na Meiose I (imagem A), os gametas 
apresentam um representante de ambos os membros do par 
de cromossomos ou não possuem todo um cromossomo. 
Quando o erro ocorre na meiose II (imagem B), os gametas 
anormais contêm 2 cópias de um cromossomo parental, e 
nenhuma cópia do outro, ou não possuem cromossomo. 
BRENDA RODRIGUES GENÉTICA 3° SEMESTRE 
o A sob expressão de 3 copias dessa sequencia (habitualmente são 2 cópias), determina a ativação do gene 
SHOX, que codifica uma proteína que é um importante fator de transcrição com ação a nível do crescimento e 
maturação dos ossos dos membros 
 
o O cromossoma Y ainda é constituído por vários genes com potencial impacto neurológico, como o PCDH11Y 
(protocaderina 11Y), TBL1Y (transducina beta-like ligada ao Y) e NLGN4Y (neuroligina 4Y), que podem justificar a 
associação a perturbações comportamentais, PDAH e PEA 
 
o Outra possível causa é o mosaicismo – indivíduos com 2 ou mais populações celulares geneticamente 
diferentes – a nível celular, apresentando o Corpúsculo de Barr, dentro do núcleo das células somáticas; O Y 
apresenta um aumento no comprimento e a ausência do ‘’braço longo’’, formando um erro pós-zigótico 
 
• É uma síndrome relativamente rara, ocorrendo em aproximadamente 1 em cada 1000 homens recém-nascidos, 
uma incidência relativamente constante entre os homens em todo o mundo 
o Entre criminosos e deficientes intelectuais, essa frequência chega a 3%; devido ao temperamento agressivo, 
transtornos de personalidade, irritabilidade, instabilidade e irresponsabilidade, alguns dos portadores que 
foram estudados, na época com 13 anos, eram os que se consideravam menores infratores, encontrados em 
tribunais juvenis 
 
o Na literatura consultada, apenas o aspecto clínico do fenômeno é claramente exposto, fazendo referência a 
revisões puramente médicas, permitindo que a síndrome seja enquadrada ao mais simples detalhe 
anatômico, sempre descrito com a associação ao comportamento agressivo, antissocial e criminal. 
 
o De um total de 115 resumos de pesquisas consultadas no banco de dados MEDLINE, de 1990 a maio de 1998, 
apenas 10 deles nos trazem novos elementos essenciais do genético ou social do fenômeno em questão; que 
não relaciona literatura especializada; entre os quais se destacam os seguintes: 
1. Suíça (1993). Aspectos biológicos do crime e da agressão. Isso prova que há um forte fator hereditário na 
gênese do crime. 
 
2. Irlanda (1992). Genótipo XYY e crime. Descreve 2 indivíduos XYY que cometeram vários crimes. Também 
aponta para a importância do conhecimento sobre esse genótipo para não errar na forma como esses 
indivíduos devem ser analisados em tribunal. 
 
3. Rússia (1991). Descrevem 5 pacientes 47, XYY, que apresentaram sinais de desvio do comportamento sexual 
normal, especificamente, com predominância na estrutura de libido de "objetivos sádicos", o que contribuiu 
para mostrar seu comportamento sexual agressivo. 
 
4. Filipinas (1992). Um garoto XYY, as experiências de sua mãe. Com base em notas do diário de propósito da 
mãe e comparável à de outros pais com filhos mentalmente retardados. Eles argumentam que a realização 
de um estudo genético seletivo para admissão em escolas de crianças com retardo mental, o presente de 
um fenótipo descomplicado, o diagnóstico tardio dessa síndrome e a falta de ajuda profissional causaram 
complicações, adquirindo modelos de comportamento muito mais agressivos aos já expressos por ele, dada 
a sua condição de XYY. 
 
5. Suécia (1995). Estado mental XYY e funcionamento psicossocial. Um estudo de 1968-1993 relata 75 homens 
com um cromossomo Y extra. Do total de indivíduos estudados, 80% foi caracterizado por comportamento 
agressivo e problemas psiquiátricos, contra 24% que eram mentalmente normais. 
 
6. Inglaterra (1997). 47, XYY e 47, XYYY. Indicação para diagnóstico pós-natal com implicações para diagnóstico 
pré-natal e aconselhamento genético: Afirma o risco de comportamento agressivo que pode ocorrer em 
crianças XYY e sua relação com as leis judiciais. 
 
• O diagnóstico é frequentemente atrasado, com a idade média sendo de aproximadamente 17 anos 
BRENDA RODRIGUES GENÉTICA 3° SEMESTRE 
o Estima-se que aproximadamente 85% dos homens portadores dessa síndrome nunca são realmente 
diagnosticados 
 
• Os sintomas podem ser bem vagos durante a infância 
e, por isso, a maioria das crianças não é diagnosticada 
 
• As apresentações dos pacientes podem variar entre 
pacientes que possuem poucas, se houver, 
anormalidades fenotípicas, 
o Aqueles que o fazem, no entanto, podem apresentar macroorquidismo (testículos grandes pós-puberdade), 
estatura alta (> 1,80m), macrocefalia (cabeça anormalmente maior) e hipertelorismo (aumento da distância 
entre duas partes do corpo, tipicamente os olhos), dentre outras características, como: 
 
o Hipotonia (diminuição do tônus muscular e da força, 
causando moleza e flacidez) 
 
o Sinostose rádio ulnar ou cubital 
 
o Clinodactilia (curvatura medial de um dedo, 
geralmente no dedo mindinho) 
 
o Grande n° de acnes faciais durante a adolescência 
o Existe a presença da acne clongobata; lesões 
dermatológicas respondem bem às terapias 
 
o Baixa libido 
 
o Distúrbios motores e na fala 
 
o Hipogonadismo; Testosterona aumentada – fator 
contribuinte para a inclinação antissocial e aumento 
da agressividade 
 
o As formas de comportamento violento tornam-se 
uma razão para que a síndrome também seja 
chamada de ‘’síndrome do crime’’, termo 
constantemente rebatido em estudoso Imaturidade no desenvolvimento emocional e menor 
inteligência verbal – fatores que podem dificultar seu 
relacionamento interpessoal 
 
o Crescimento ligeiramente acelerado na infância 
 
o Q.I podendo sofrer pequenas variações 
 
o Problema no aprendizado e na leitura 
 
o Dentes grandes 
 
o Glabela saliente 
 
o Mãos e pés mais compridos 
 
o Ponte nasal larga 
 
o Cegueira noturna estacionaria congênita 
 
o Psicopatologia 
 
o Esses pacientes também estão mais propensos do que a população em geral a ser diagnosticada com asma, 
transtorno do espectro autista, convulsões, leucemia, linfomas (tumor geralmente no estomago e no 
intestino, originando os linfócitos [glóbulos brancos]), criptorquidia e hipospadias (má formação na ponta do 
pênis) 
 
• Pelo fato do cromossomo Y transportar relativamente poucos genes (< 100), a síndrome não apresenta tantas 
anomalias físicas 
• Ao obter-se um histórico de um paciente com a síndrome, não é incomum a busca por um histórico de 
deficiências de aprendizagem e distúrbios comportamentais 
o Os pacientes podem ter tido inicio da fala atrasado quando crianças, bem como um diagnostico de transtorno 
do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e transtorno do espectro autista (TEA) 
 
BRENDA RODRIGUES GENÉTICA 3° SEMESTRE 
o Os resultados do exame físico podem ser variáveis, uma vez que as expressões fenotípicas da síndrome são 
diversas; os achados mais comuns incluem estatura alta, macrocefalia, hipertelorismo, hipotonia e 
clinodactilia, além de testículos atroféricos, mas a genitália externa aparentemente normal 
 
o Cerca de metade dos pacientes podem ter pés planos, e anormalidades dentárias tem sido notada em uma 
minoria 
 
o Em exames neurológicos, os tremores são os mais frequentes 
–
• Pode ocorrer já no pré-natal usando DNA fetal livre de células (teste pré-natal não invasivo), onde o sangue da 
gestante é extraído e o DNA fetal é isolado e analisado 
o Tem sido considerada uma técnica altamente precisa para detectar aneuploidias cromossômicas sexuais 
 
• A amniocentese é também é realizada, sendo outro método de diagnóstico pré-natal, porém é considerado 
mais invasivo, além da biopsia das vilosidades coriônicas, que acarretam em um risco de abortamento que 
devera ser devidamente transmitido aos pais 
o Após o nascimento, o diagnóstico é feito a partir da análise do cariótipo a partir de uma amostra de sangue do 
paciente 
 
• Os portadores da síndrome com suspeitas de infertilidade devem passar por uma analise do sêmen, ultrassom 
testicular e análise do sangue para a medição de hormônios reprodutivos 
 
• Em pacientes com o fenótipo clássico, o diagnóstico é suspeitado com base em achados clínicos: retardo 
mental, características dismórficas faciais e trombocitopenia. O diagnóstico deve ser confirmado por análise 
citogenética. 
o O diagnóstico clínico pode ser difícil em pacientes com aspectos clínicos menos característicos e 
desenvolvimento mental limítrofe; nestes casos, a observação de trombocitopenia ou pancitopenia pode 
sugerir o diagnóstico. Crianças com menos manifestações de JS podem ser menos prováveis de serem 
diagnosticadas precocemente, com base no fenótipo clínico. 
• Não há risco de recorrência aumentada em futuras gravidezes de genitores que tiveram uma criança portadora 
da síndrome do XYY; a probabilidade de ter outro bebê com duplo Y é igual à da população em geral, ou seja, 
relativamente baixa 
 
• A idade mediana do diagnóstico é de aproximadamente 17 anos, com pacientes apresentando queixas devido a 
preocupações com a infertilidade 
o Aqueles que são capazes de se reproduzir, produzem descendentes com cariótipos normais 
 
o Pacientes que estão tendo dificuldade em engravidar devido à baixa contagem de espermatozoides podem 
precisar se submeter a fertilização in vitro ou injeção intracitoplasmática de esperma 
o Muitos que fazem isso são capazes de ser pais com sucesso 
 
o A fertilidade do portador da síndrome é considerada normal 
• As famílias que recebem o diagnostico pré-natal da síndrome deve receber aconselhamento genético para 
auxiliar na compreensão da doença 
 
• O tratamento geralmente é favorável, com atenção dada as comorbidades do paciente 
 
• Homens diagnosticados podem se beneficiar da fonoaudiologia e intervenções comportamentais de 
profissionais qualificados, além de recursos educacionais suplementares ou espécies na presença de déficits de 
aprendizagem 
BRENDA RODRIGUES GENÉTICA 3° SEMESTRE 
 
• A terapia ocupacional pode ser necessária se a hipotonia tiver presente 
 
• O tratamento medico adequado para qualquer condição comorbia, como asma ou distúrbios convulsivos, 
devem ser solicitados a partir de um médico licenciado 
 
• Homens inférteis devem receber avaliações abrangentes de um endocrinologista reprodutivo 
 
• Desequilíbrios hormonais precisam ser constantemente monitorados 
• Apesar de se tratar de uma aneuploidia frequente dos cromossomos sexuais, a escassez de estudos de larga 
escala que caracterizem a diversidade fenotípica dessa síndrome permanece como um dos principais 
obstáculos ao conhecimento do mesmo 
o Grande parte dos rastreios efetuados em recém-nascidos não inclui a analises dos cromossomas sexuais ou 
do cariótipo, sendo assim, a maioria dos homens são diagnosticados na primeira década de vida no contexto 
de observação clinica por atrasos no desenvolvimento, questões comportamentais e avaliação da elevada 
estatura 
 
• Estudos demonstram que a vida útil de um paciente com a síndrome pode ser aproximadamente 10 anos 
menor do que a de homens por idade sem a doença 
o A diminuição dessa vida útil pode ser, em parte, devido ao risco aumentado dessas condições comorbas 
 
o Independente disso, muitos homens com a síndrome passam a viver as suas vidas normalmente 
o O paciente vivo conhecido mais antigo com JS tem menos de 50 anos 
 
o Uma proporção de crianças com JS morre no período neonatal, geralmente devido a graves malformações 
cardíacas e sangramento 
 
• Pacientes com a síndrome tem uma incidência aumentada de certas doenças, como a asma, distúrbios 
convulsivos e tremores 
 
• Existe a possibilidade de que esses homens possam ser diagnosticados inférteis devido a oligospermia ou 
anormalidades cromossômicas espermáticas 
 
• Alguns estudos psicológicos tem demonstrado que esses pacientes podem ter problemas com controles 
impulsivos e regulação emocional, como o aumento do comportamento agressivo devido ao aumento dos 
níveis de testosterona

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