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trabalho sobre Husserl

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TRABALHO ACADÊMICO
TEMA: “A contribuição da Fenomenologia para 
as Psicologias Humanistas
Docente: Thompson Roger Pinheiro Silva 
Discentes: Ângela Patrícia Christian, Claudi Anny Beatriz Amora Morais, Rômulo da Costa Nantua,Silmara Letícia Maia Alves e Thaís Vilhena Sarmento
Disciplina: Teoria e Sistema Psicológico III 
Curso: Bacharelado em Psicologia Turma: Manhã Sala: F3 
Centro Universitário – Estácio Fic
Fortaleza, 28 de fevereiro de 2018
EDMUND HUSSERL 1859-1938
No século XIX e mesmo antes, o termo “fenomenologia” era utilizado numa ampla grama de significações. A partir do inicio do século XX, Husserl empregou esta terminologia para descrever tanto o método fenomenológico de fazer filosofia quanto para qualquer método descritivo de estudar um tópico dado. Edmund Husserl (1859-1938) nasceu em Prossnitz, na Morávia. Husserl estudou matemática em Berlim, posteriormente, foi aluno de Franz Brentano, em Viena. Em 1887, tornou-se um Privatdozent (instrutor) em Berlim. Em 1900, foi indicado professor de filosofia em Gottinger, e em 1916 passou a integrar o corpo docente de Freiburg. Dedicou-se à busca do que ele mesmo denominava de “ O ponto de Arquimedes”: os fundamentos do conhecimento humano. Husserl afirmava que um filósofo não deveria assumir nada como terminado, devendo estar sempre pronto para abandonar o que ele já tinha feito e recomeçar tudo de novo, caso necessário. (Livro 50 Grandes Filósofos 50 grande filósofos: da Grécia Antiga ao século XX), pg.221)
Na Alemanha, tendo influenciado fortemente toda uma geração de pensadores que foram seus alunos, como Karl Jaspers e o próprio Martin Heidegger. Seu projeto filosófico caracterizou se inicialmente pela formulação da fenomenologia como um método que pretende explicitar as estruturas implícitas da experiência humana do real, revelando o sentido dessa experiência através de uma análise da consciência em sua relação como o real. Husserl, matemático de formação, vê a filosofia como “uma ciência rigorosa” e dá à teoria do conhecimento um lugar central em seu pensamento.(Livro Iniciação à historia da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstei), pg.257)
O lema básico da fenomenologia é “de volta às coisas mesmas”, procurando com isso a superação da oposição entre realismo e idealismo, entre sujeito e o objeto,a consciência e o mundo. Toda consciência é consciência de alguma coisa; a consciência se caracteriza exatamente pela intencionalidade, pela visada intencional que a dirige sempre a um objeto determinado. Trata-se da consideração do que aparece à mente a partir da experiência reflexiva da consciência. É dessa forma que Husserl considera que o método fenomenológico rompe com a atitude natural ou espontânea em que se constituem nossas crenças habituais, em que apreendemos fatos, passando pela suspensão ou époche, em que abandonamos essa atitude ao exame do modo de constituição desta experiência. A suspensão coloca assim, em suas palavras, o mundo “entre parênteses”. (Livro Iniciação à historia da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstei), pg 258)
É possível então chegar ao “dado” da consciência, isto é, ao fenômeno em si mesmo. A redução fenomenológica leva assim à redução eidética, que nos revela a essência, o horizonte de potencialidade da coisa considerada, independentemente de sua existência real ou concreta. A própria subjetividade, a consciência subjetiva, também deve ser submetida a esse processo, que revela além da consciência empírica do sujeito concreta sua natureza essencial enquanto sujeito transcendental ou “eu transcendental”, núcleo constitutivo da experiência.( Iniciação à historia da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstei), pg 258)
O método fenomenológico de Husserl serviu de inspiração e ponto de partida para vários de seus seguidores, que procuraram desenvolver análises fenomenológicas do agir moral, da vida social, da experiência religiosa, da estética e de várias outras esferas da experiência humana. (Livro Iniciação à historia da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstei), pg 258)
 Entretanto sua atitude e seu método impuseram se em amplas esferas do conhecimento,exerceu influência não só sobre as filosofias da existência ( Heidegger, Sartre) mas também sobre o neotomismo e sobre a filosofia em geral, sobre o direito, as ciências da linguagem, como sobre a estética, a sociologia e a psicologia. Sua contribuição mais importante consiste na elaboração rigorosa e sistemática do método fenomenológico e na rigorosa da atitude fenomenológica.(Livro Iniciação à historia da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstei),pg 09)
O que é Fenomenologia e Fenômeno? 
Por que se Chama Fenomenologia? Esta palavra é formada de duas parte, ambas originadas de palavras gregas, como sabemos. “Fenômeno significa aquilo que se mostra; não somente aquilo que aparece ou parece. Na Linguagem religiosa, utilizamos também o termo epifania para falar de algo que se manifesta, que mostra. “ Logia” deriva da palavra logos, que para os gregos tinha muitos significados: palavra, pensamento. “Logos como pensamento, como capacidade de refletir. No entanto, fenomenologia como reflexão sobre fenômeno ou sobre aquilo que se mostra. (Livro Introdução à Fenomenologia),pg 18)
Quando dizemos que alguma coisa se ostra, dizemos que ela se mostra a nós, ao ser humano, à pessoa humana. Isso tem grande importância. Em toda a história da filosofia sempre se deu muita importância ao ser humano, aquele a quem o fenômeno se mostra. As coisas se mostram a nós. Nós é que buscamos o significado, o sentido daquilo que se mostra. (Livro Introdução à Fenomenologia),pg 18)
Num primeiro momento, podemos pensar que aquilo que se mostra esteja ligado ao mundo físico diante de nós, mas do que dizer “as coisas se mostram”, precisamos dizer que“ percebemos, estamos voltados para elas”, principalmente para aquilo que aparece no mundo físico. (Livro Introdução à Fenomenologia),pg 18)
Quando dizemos “coisas”, normalmente indicamos coisas físicas, por exemplo, a mesa, a cadeira. Sabemos, porém, que não tratamos apenas do significado de coisas físicas, mas também das abstratas. Por exemplo, a palavra latina república, que usamos para dizer coisa pública não se refere à coisa física, mas a um conjunto de situações. Significado das coisas culturais, eventos, fatos, que não são de ordem estritamente física. Todas as coisas que se mostram a nós tratamos como fenômeno, que conseguimos compreender o sentido. (Livro Introdução à Fenomenologia),pg 18)
A Contribuição do Método Fenomenológico 
A Fenomenologia como Método
Segundo Husserl, para compreendemos esses fenômeno, devemos fazer um caminho. A palvra grega para designar caminho é methodo. Essa palavra também é formada de duas partes: “odos” que significa estrada e “meta”, que significa por meio de, através. Temos, portanto, necessidade de percorrer um caminho e essa é uma característica da história da filosofia ocidental, que sempre fez esse caminho para se chegar à compreensão do sentido das coisas. Segundo Husserl, o caminho é formado de duas etapas: (Livro Introdução à Fenomenologia),pg 21)
Primeira Etapa: A Busca dos Sentidos dos Fenômenos – A Redução Eidética
Como compreender o sentido das coisas? Segundo Husserl o ser humano pode compreender o sentido das coisas. Até a nossa experiência quotidiana nos diz que, para nos orientarmos, devemos saber qual é o sentido das coisas. Husserl mostra que em relação a algumas coisas nós temos a capacidade de identificar o sentido imediatamente, quanto a outras, temos mais dificuldade. No intuímos o sentido das coisas, a palavra, de origem latina, essência, portanto captamos a essência pelo sentido. Husserl usa também a palavra grega eidos (de onde vem a nossa palavra ideia, que neste caso não significa tanto um produto da mente, mas sentido), aquilo que se capta, que se intui. Husserl propõe uma experiência semelhante: alguém bate a mão sobre a mesa,identifico logo que é um som. Todos nós identificamos esse som. Como fazemos? Imediatamente, intuitivamente. Escutamos qualquer coisa e dizemos “é um som”. Sempre o fazemos assim, se não pudermos fazer, é por algum problema, mas não havendo problema, somo capazes de intuir, isto é, colocar em perspectiva a essência, o sentido da coisa. (Livro Introdução à Fenomenologia),pg 23 )
Husserl afirma que para o ser humano é muito importante compreender o sentido das coisas, mas nem todas as coisas são imediatamente compreensíveis. Compreender o sentido das coisas é uma possibilidade humana. Como o que nos interessa é o sentido das coisas, deixando de lado tudo aquilo que não é o sentido do que queremos compreender e buscamos, principalmente, o sentido. Segundo Husserl o que não interessa o fato de existir, mas o sentido desse fato. Este é um ponto muito importante: existem os fatos? Certamente , existem. Mas não nos interessa os fatos enquanto fatos, interessamos-nos pelo sentido deles. Por isso posso também “colocar entre parênteses” a existência dos fatos para compreender sua essência. (Livro Introdução à Fenomenologia),pg 23)
Segunda Etapa: Como é o sujeito que busca o sentido – A Redução Transcendental 
A característica da pesquisa de Husserl é a pergunta “Por que o ser humano procura sentido”?, e também, “ Quem é este ser humano”? “Como é feito este ser humano que busca sentido”? Para realizar a análise do sujeito, por exemplo , comecemos por dizer que estamos diante de um copo d’água . Vemos, sobre a mesma, o copo que antes já estava lá, podíamos vê-lo, mas não tínhamos prestado atenção nele. Esta é uma coisa interessante que apresenta dois níveis. Antes víamos os copos mas não fazíamos uma reflexão, talvez porque não estivéssemos com sede. Agora, tenho sede e começo a prestar atenção. Estamos refletindo um pouco sobre o tema do “ver o copo”. Antes estávamos cônscios, sabíamos ter visto o copo sem ter feito uma reflexão a respeito. Todos nós tínhamos já uma experiência perceptiva do copo, que estava em nós, dentro de nós, mas o copo, fora. Porém, no momento em que tivemos uma experiência perceptiva do copo, ele estava também dentro de nós. De que modo estava dentro? Nós sabíamos que o copo existe. Enquanto estávamos vivendo o ato perceptivo ( o ato de ver o copo), poderíamos perguntar do que esse ato era formado. Esse ato perceptivo era formado pelo ver o copo e também pelo copo, ali, diante dos olhos. Enquanto coisa física, enquanto visto, onde estava? Dentro. Temos aí, o ato de ver, e enquanto vivemos o ato, estamos vivendo o copo-visto dentro de nós. (Livro Introdução à Fenomenologia),pg 24)
Outro experimento, desta vez com a mão. Toco a caneta, a mesa etc. Enquanto toco, há o ato de tocar, estou tocando, estou vivendo a experiência de tocar. Há uma coisa que é tocada. Enquanto existente, onde está? Fora. Mas enquanto coisa tocada onde está ?Dentro. Enquanto tocada, ela se torna minha. Existe uma distinção entre a coisa-tocada e nós que a estamos tocando. Agora, estamos entrando no território do ser humano, no território do conhecimento, da consciência que um ser humano pode ter das coisas – frequentemente estudado pela Filosofia, e continuando temos caminho que também são estudados pela Psicologia. (Livro Introdução à Fenomenologia),pg 24)
A Contribuição do Atitude Fenomenológica
Atitude Natural como base para o conhecimento
A palavra “atitude”, do latim actitudo, tem, na linguagem corrente, três significados predominantes. Ela pode significar um modo de demonstrar uma ação ou procedimento ( por exemplo, uma atitude de desconfiança), ou uma postura do corpo (a atitude de se levantar). A titude pode, também dizer respeito a um estado/disposição mental ou emocional (ela é uma pessoa de atitude). Em todas, o que se coloca em questão é a possibilidade de relação com algo. No caso da atitude natural, esta se refere a corres-pondência do sujeito com o que está “fora” dele – a natureza – tomado, por sua vez, como “já dado” ou já estando aí de antemão”. Não há, portanto, uma reflexão sobre o “já dado”, isto é, não há, na atitude natural, uma reflexão crítica a respeito do “dado” enquanto tal.
Atitude Fenomenológica como colocação em dúvida de toda a transcendência
Pensar a atitude fenomenológica como um modo de colocação em dúvida de toda transcendência exige, para compreendermos de modo adequado essa colocação em dúvida, estabelecermos alguns passos de modo a tornar o mais seguro possível essa tentativa de esclarecimento. O que significa, em primeiro lugar, o conceito de transcendência foi utilizado historicamente para nomear o “para além” das coisas mesmas que, desde o inicio da filosofia representou a busca pela essência dos entes em geral. Desde o inicio da filosofia a busca pela essência das coisas a partir de um movimento “para além” das próprias coisas foi nomeado, historicamente, de “transcendência”, isto é, ela seria a consequência da ação de transcender. Para chegamos à essência da coisa que não estaria no mundo sensível teríamos que transcender a temporalidade, a imperfeição, o engano. O conceito de transcendência possui, portanto,esse “solo” metafísico. É fundamental pensarmos esse enraizamento histórico e o que Husserl vai chama de “atitude natural”. A atitude natural se refere a atitude de crença em relação a existência de uma realidade que transcende a consciência. Assim, em Husserl, poderíamos dizer que a transcendência corresponde a realidade tornada “objetiva” para um sujeito. (Artigo sobre: Considerações sobre a distinção entre atitude natural e atitude fenomenológica na fenomenologia de Husserl), pg 112). 
Concluímos que a Fenomenologia, tem por finalidade, investigar e fazer uma leitura do sujeito, de como aquela realidade se apresenta para aquele individuo naquele momento. O método fenomenológico quer seguir na direção da realidade daquele individuo, através do alcançar e acessar a experiência subjetiva do próprio sujeito. No método fenomenológico, existe também a époché, ou seja é a redução fenomenológica, significa coloca entre “entre parênteses”., qualquer pressuposto, e com isso o terapêutico envolve-se com a busca do significado daquele fenômeno para aquele sujeito. Assim o método fenomenológico é o convite de retorna “ as coisas mesmas”. 
Retorna “as coisa mesmas” – é olhar para as coisa, de como elas se apresentam
Redução Fenomenológica - é o analisar, examina aquele fenômeno
Intencionalidade – é o atribuir o significado para aquele fenômeno 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
COLLINSON, Diané. 50 grande Filósofos: da Grécia antiga ao século XX.2. ed. São Paulo: Contexto,2011.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à historia da filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstei/Danilo Marcondes. ---6ª ed.---Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed..,2001.
BELLO, Angela Ales. Introdução à fenomenologia Trad. Ir .Jacinta Turolo Garcia e Miguel Mahfoud. Bauru, SP: Edusc, 2006.

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