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Livro 4 - Metodologia da Pesquisa Sumário Site: UTFPR - Servidor de Cursos UAB Curso: Ensino de Ciências Livro: Livro 4 - Metodologia da Pesquisa Impresso por: JULIANE ZOLIN Data: sábado, 4 Nov 2017, 12:47 Sumário 4 O PROJETO DE PESQUISA 4.1 ESTRUTURAÇÃO DO PROJETO 4.1.1 Definindo o Tema e Título (O quê?) 4.1.2 Justificativa 4.1.3 Objetivos (Para quê?) 4.1.4 Hipóteses 4.1.5 Embasamento Teórico (Como?) 4.1.6 Metodologia (Como?) 4.1.7 Cronograma (Quando?) 4.1.8 Apêndices e Anexos 4.1.9 Referências 4 O PROJETO DE PESQUISA A palavra Projeto vem do latin pro-jicere, que significa “colocar adiante”. Para a elaboração de qualquer projeto de pesquisa é necessário primeiramente que se construa mentalmente a imagem da situação futura que se pretende pesquisar. Após, é preciso traçar um plano de ação a ser executado para a realização da pesquisa. Segundo Lakatos (2001, p 215) “o projeto é uma das etapas componentes do processo de elaboração, execução e apresentação da pesquisa”. Sendo assim, irá mapear a forma que a pesquisa será realizada. É necessário que o projeto de pesquisa seja bem planejado, para que o pesquisador não se perca em meio às informações, sem saber como utilizá-las para a pesquisa. </> 4.1 ESTRUTURAÇÃO DO PROJETO . 4.1.1 De�nindo o Tema e Título (O quê?) Para a escolha do tema, é necessário refletir sobre o que pesquisar. O tema refere-se ao assunto que se deseja desenvolver ou provar. Assim, a escolha do tema pode surgir de uma dificuldade prática enfrentada, de questões polêmicas, da sua curiosidade científica, de desafios encontrados na leitura de outros trabalhos ou da própria teoria (LAKATOS, 2001). “Independente de sua origem, o tema é, nesta fase, necessariamente amplo, precisando bem o assunto geral sobre o qual se deseja realizar a pesquisa” (LAKATOS, 2001, p. 218). Dessa forma, é necessário delimitar o tema, determinando o tipo de enfoque, sua extensão e profundidade, especificando-o. O título difere-se do tema, pois o título sintetiza o conteúdo do tema. O tema e o título devem “obedecer aos critérios de relevância, viabilidade e originalidade” (ANDRADE, 2003, p. 140).</> 4.1.2 Justi�cativa A justificativa responde o “por quê” da realização da pesquisa, qual a relevância da pesquisa. “Consiste numa exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que tornam importante a realização da pesquisa” (LAKATOS, 2001, p. 219). No texto da justificativa é importante apresentar: ● a identificação do problema levantado para o estudo; ● as razões que levaram a realização do estudo; ● a relação do problema estudado com a atualidade - relevância social; ● referência dos possíveis aspectos inovadores do estudo/projeto. 4.1.3 Objetivos (Para quê?) Os objetivos indicam as ações que serão desenvolvidas para a resolução do problema de pesquisa. Nos objetivos deve-se esclarecer o que se pretende obter, quais resultados se deseja alcançar com a pesquisa. O objetivo geral reúne todos os objetivos específicos e é apresentado na forma de um enunciado. Deve iniciar com um verbo de ação. Segundo Lakatos (2001, p. 219), o objetivo geral: - está ligado a uma visão global e abrangente do tema; - relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das ideias estudadas; - Vincula-se diretamente à própria significação da tese proposta pelo projeto. Os objetivos específicos apresentam um caráter mais concreto. “Tem a função intermediária e instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicá-lo em situações particulares” (LAKATOS, 2001, p. 219). Dessa forma, informam as ações particulares realizadas para atingir o objetivo geral da pesquisa. Os objetivos devem ser sempre expressos utilizando verbos de ação. Veja alguns exemplos de verbos que poderão ser utilizados: Apontar, argumentar, avaliar, citar, classificar, conhecer, compreender, concluir, compor, comparar, construir, contrastar, criticar, definir, descrever, documentar, reconhecer, debater, relatar, deduzir, demonstrar, determinar, desenvolver, diferenciar, discutir, diferenciar, empregar, estruturar, especificar, esquematizar, estimar, examinar, formular, identificar, interpretar, investigar, localizar, medir, melhorar, monitorar, operar, organizar, otimizar, praticar, provar, produzir, propor, reunir, selecionar, sintetizar; selecionar, traçar, testar. 4.1.4 Hipóteses É uma suposição que antecede os fatos, constituem “respostas” prováveis, supostas e provisórias ao problema, com o intuito de posteriormente testar e validar a formulação provisória (LAKATOS, 2001). Dependendo da natureza do problema e da forma de o orientador trabalhar, este item pode ser opcional. A resposta principal é denominada hipótese básica, podendo ser complementada por outras, denominadas hipóteses secundárias (LAKATOS, 2001). A função da hipótese na pesquisa é fixar uma diretriz que possibilita ordenar o processo de pesquisa. As hipóteses podem surgir de diversas fontes como da observação, dos resultados de outras pesquisas, de teorias e da intuição (GIL, 2010). Algumas características das hipóteses são: consistência lógica, verificabilidade, apoio teórico, especificidade, plausibilidade, clareza, profundidade, originalidade, simplicidade, relevância. O enunciado da hipótese é uma suposição que busca explicar o problema, ou seja, é uma explicação, uma resposta provisória que relaciona duas ou mais variáveis do problema levantado. Sendo assim, deve ser testável e responder ao problema, servindo de guia na pesquisa para verificar sua viabilidade. Segundo Gil (2010) uma hipótese aplicável deve: - Ser conceitualmente clara; - Ser específica (identificar o que deve ser observado); - Ter referências empíricas (verificável); - Ser parcimoniosa (simples); - Estar relacionada com as técnicas disponíveis; - Estar relacionada com uma teoria. 4.1.5 Embasamento Teórico (Como?) Respondendo ainda à questão “como”? O embasamento teórico também pode ser chamado de revisão de literatura, referencial teórico, pressupostos teóricos, revisão bibliográfica, marco teórico, etc. Nesta etapa da pesquisa, deve-se apresentar uma discussão teórica do problema estudado, buscando fundamentá-lo em teorias já existentes, servindo assim, de base para a interpretação e análise dos dados coletados. Assim, as ideias apresentadas no texto, devem estar ligadas aos objetivos e as hipóteses da pesquisa. Alguns elementos de fundamentação teórica da pesquisa, conforme Lakatos (2001): são teoria de base, revisão bibliográfica e definição dos termos. Teoria de Base: Segundo Lakatos (2001, p. 224) “a finalidade da pesquisa científica não é apenas um relatório ou descrição de fatos levantados empiricamente, mas o desenvolvimento de um caráter interpretativo, no que se refere aos dados obtidos”. Dessa forma, é necessário que a pesquisa esteja relacionada com o universo teórico, “optando-se por de um modelo que dê embasamento à interpretação do significado dos dados e fatos colhidos ou levantados” (LAKATOS, 2001, p. 225) Revisão Bibliográfica: Nenhuma pesquisa parte da estaca zero. Mesmo sendo uma pesquisa exploratória, ou seja, uma pesquisa que investiga uma determinada situação, um dado local, uma comunidade ou grupo, deve existir outras pesquisas iguais ou semelhantes ou complementares a pesquisa pretendida. Dessa forma, é imprescindível a procura de fontes documentais ou bibliográficas, para que desta maneira não haja a duplicação de esforços e a não “descobertas” de ideias já expressas em outras pesquisas (LAKATOS 2001). Segundo Lakatos (2001, p. 225) “a citação das principais conclusões a que outros autores chegaram permite salientar a contribuição da pesquisa realizada, demonstrar contradições ou reafirmar comportamentos e atitudes”.Definição dos termos: deve-se apresentar o significado dos termos utilizados na pesquisa com precisão, evitando ambiguidades. Segundo Lakatos (2001, p. 226) “a definição dos termos esclarece e indica o emprego dos conceitos na pesquisa”. </></></> 4.1.6 Metodologia (Como?) Na metodologia respondemos às questões como? com quê? onde? quanto? Quais métodos e técnicas serão utilizados na pesquisa? Dessa forma, a investigação científica depende de um “conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos” (GIL, 1999, p. 26) para que seus objetivos sejam atingidos. Dessa forma, a metodologia é a especificação dos métodos científicos, das estratégias, das ações para que os objetivos da pesquisa científica sejam atingidos. São os passos, os caminhos a serem seguidos para a realização da pesquisa, sendo que para desenvolvê-la é necessário que o pesquisador tenha claro: ● Que tipo de pesquisa irá realizar? (bibliográfica, ou descritiva, ou experimental, ou estudo de caso, etc); ● Qual a população que será investigada? (amostra da população); ● Que instrumentos serão utilizados para a coleta de dados? (entrevistas, questionários, diários de campo, dentre outros); ● Quais os procedimentos para a tabulação, análise e interpretação dos dados? ● Em quanto tempo a pesquisa será realizada? (cronograma da pesquisa) 4.1.7 Cronograma (Quando?) A elaboração do cronograma da pesquisa responde à pergunta “quando”? Para fazer a previsão do tempo necessário para a pesquisa, as fases ou etapas devem ser dividas em partes, sendo que determinadas partes podem ser executadas simultaneamente e outras dependem das etapas anteriores, como por exemplo, a análise e interpretação, que depende da codificação e tabulação, só possíveis depois de colhidos os dados. Estabeleça um cronograma e procure não sair dele. A tabela 1, sugere um exemplo de cronograma. Tabela 1: Sugestão de Cronograma para Execução em Seis Meses: Etapas/Meses 01 02 03 04 05 06 Escolha do Tema e definição do problema da pesquisa X - - - - - Início da elaboração do projeto de pesquisa (justificativa) X - - - - - Objetivos, metodologia, X - - - - - Definição dos capítulos (sumário) X - - - - - Revisão da Literatura ou Fundamentação teórica X X X Apresentação do projeto de pesquisa - X Coleta dos dados _ _ X X _ _ Análise dos dados X X Ajustes metodológicos, conceituais... - - - X Formatação. - - - - X - Entrega do relatório da pesquisa (Monografia) para a apresentação - - - X Apresentação da Monográfia - - - - - X Correções a ajustes finais – entrega da monografia X 4.1.8 Apêndices e Anexos Os Apêndices são instrumentos utilizados para a coleta de dados (formulários, questionários, entrevistas etc.), elaborados pelo autor da pesquisa. Os anexos são os materiais impressos (manuais de instruções, mapas de áreas de investigação, dentre outros, elaborados por terceiros) devem ser anexados ao projeto de pesquisa, se necessário. 4.1.9 Referências Deve-se relacionar o material bibliográfico lido para o desenvolvimento da pesquisa (livros, artigos, e outra publicações consultadas) elaborando, portanto, a lista de referências conforme normas da ABNT (NBR-6023). Observe na NBR 6023 que há formas diferenciadas para apresentação das referências (artigos, livros, parte de monografias, meio eletrônico, etc) e isto deve ser observado por você quando for elaborar a lista de referências. Lembre-se também que você deve apresentar somente as referências citadas ao longo do projeto ou monografia. SUGESTÕES DE REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023. Informação e documentação – Referências - Elaboração. Rio de Janeiro, AGO 2002. ______.NBR 6024. Informação e documentação - Numeração progressiva das seções de um documento escrito - Apresentação . Rio de Janeiro, MAIO 2003. ______.NBR 6027. Informação e documentação – Sumário – Apresentação. Rio de Janeiro, MAIO 2003. ______.NBR 6028. Informação e documentação – Resumo - Apresentação. Rio de Janeiro, NOV 2003. ______.NBR 6034. Preparação de índices de publicações: procedimento. Rio de Janeiro, 1989. ______.NBR 10520. Informação e documentação - Citações em documentos - Apresentação. Rio de Janeiro, ago 2002. ______.NBR 12225. Informação e documentação – Lombada - Apresentação. Rio de Janeiro, 2004. ______.NBR 14724. Informação e documentação - Trabalhos acadêmicos - Apresentação. Rio de Janeiro, 2005. _______.NBR 15287. Informação e documentação - Projeto de pesquisa – Apresentação. Rio de Janeiro, 2005. DEMO, P. Educar pela Pesquisa. Campinas: Autores Associados, 1996. GIL, ANTONIO CARLOS. Como elaborar projetos de pesquisa. 3.ed., São Paulo: Atlas, 2002. __________. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed., São Paulo: Atlas, 2009. __________. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed., São Paulo: Atlas, 2010. FREIRE-MAIA, N. A ciência por Dentro. Petrópolis: Editora Vozes, 1990. JAPIASSU, Hilton F.. O mito da neutralidade científica. Rio de Janeiro: Imago, 1975. LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991. 231 p. ___________. Fundamentos da metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 297 p. __________. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1982. LÜDKE, Menga, ANDRÉ, Marli E. D. A.. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. 99 p. REY, Luiz. Planejar e redigir trabalhos científicos. São Paulo: Edgar Blucher/Fundação Oswaldo Cruz, 1987. RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1988. 183 p. SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia: elementos de metodologia de trabalhos científicos. Belo Horizonte: Interlivros, 1974. SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico . São Paulo: Editora Cortez, 2000. SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 20. ed. São Paulo: Cortez, 1996. UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Comissão de Normalização de Trabalhos Acadêmicos. Normas para elaboração de trabalhos acadêmicos/ Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Comissão de Normalização de Trabalhos Acadêmicos. - Curitiba: UTFPR, 2008.122 p. : il. ; 21 cm
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