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Metodologia

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1
Luci Carlos de Andrade
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ien
tífi
ca
2
1a Edição / Setembro/ 2011
Impressão em São Paulo - SP
Editora
Metodologia da 
Pesquisa Científica
Luci Carlos de Andrade
A553m 
 Andrade, Luci Carlos de.
 Metodologia da pesquisa cientifíca. / Luci Carlos de 
Andrade. – São Paulo : Know How, 2011.
 123 p. : 21 cm.
	 	 Inclui	bibliografia
 ISBN 978-85-8065-099-0
	 1.	Metodologia.	2.Pesquisa	cientifica.	3.Educação.		
 I. Título. 
CDD – 001.42
Metodologia da 
Pesquisa Científica
Coordenação Geral
Nelson Boni
Coordenação de Projetos
Leandro Lousada
Professor Responsável
Luci Carlos de Andrade
Projeto Gráfico e Diagramação
Anne Cardoso Mango
Capa
Glaucia Ferraro
Revisão Ortográfica
Célia Ferreira Pinto
Coordenadora Pedagógica 
de Cursos EaD
Esp. Maria de Lourdes Araujo
1ª Edição: Agosto de 2011
Impressão em São Paulo/SP
Copyright © EaD KnowHow 2011
Nenhuma parte dessa publicação pode 
ser reproduzida por qualquer meio sem 
a prévia autorização desta instituição.
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
Apresentação
Você está recebendo o livro-texto da 
disciplina METODOLOGIA DA PESQUI-
SA CIENTÍFICA, construído especialmente 
para	 este	 curso,	 baseado	 no	 seu	 perfil	 e	 nas	
necessidades	 da	 sua	 formação.	 A	 finalidade	
deste livro é disponibilizar aos alunos concei-
tos e exercícios referentes aos principais temas 
da pesquisa. 
 Estamos, constantemente, atualizan-
do e melhorando este material, e você pode 
nos auxiliar, encaminhando sugestões e apon-
tando melhorias, via tutor. Entre, sempre, em 
contato conosco quando surgir alguma dúvida 
ou	dificuldade.	Seu	desenvolvimento	intelec-
tual	e	profissional	é	o	nosso	maior	objetivo.
 Acredite no seu sucesso e tenha 
bons momentos de estudo!
Equipe KNOW HOW 
Sumário
Carta do Professor 
Plano de Estudos 
Unidade 01 
Ciência	e	Conhecimento	Científico
Unidade 02 
Conceitos de Pesquisa
Unidade 03 
Tipos de Pesquisa
Unidade 04 
O Problema na Pesquisa
Unidade 05 
O Projeto de Pesquisa
Unidade 06 
 Artigo	Científico
Gabarito
Referências
9
11
15
35
51
69
83
103
115
121
9
Carta do Professor
 Prezado (a) aluno (a),
 É com grande satisfação que apresen-
tamos a referida disciplina como forma de cola-
borar, com uma formação cada vez mais sólida e 
condizente com o mercado de trabalho, tendo em 
vista a preparação e o aprimoramento dos estudos 
para uma aplicabilidade eficiente na sua área de 
atuação profissional. 
 O mundo atual exige novos profis-
sionais conectados com a diversidade e a rea-
lidade globalizada, em que possam atuar com 
competência e objetividade. Assim, os estudos 
relacionados com a pesquisa são fundamentais 
no contexto que vivemos, ao propiciar o apro-
fundamento do conhecimento e a elucidação de 
questões pertinentes ao momento atual, rom-
pendo barreiras de espaço e tempo. 
 As possibilidades de investigação por meio da pesquisa 
levam-nos a descoberta de novos fatos e dados no campo do 
conhecimento, o que amplia a visão da realidade e consequente-
mente colabora com as possibilidades de ação do profissional. 
 Propõe-se, nesses estudos, o entrelaçamento da teo-
ria com as práticas cotidianas, a fim de proporcionar às ati-
vidades acadêmicas os subsídios necessários para o enfrenta-
mento dos desafios profissionais. 
 Espero que obtenham êxito e sucesso nos estudos e que 
juntos possamos alcançar os objetivos propostos pela disciplina.
 
 Atenciosamente,
 Professora Luci Carlos de Andrade
10
11
Plano de Estudos
 Para alcançarmos os objetivos es-
perados com essa disciplina, estudaremos 
bases conceituais e práticas a respeito dos 
seguintes conteúdos:
1º. Introdução: conceito de Ciência
2º. A importância da pesquisa
3º. Tipos de pesquisa
4º. O problema na pesquisa
5º. O projeto de pesquisa
6º. Estrutura do artigo científico
 Acompanhem, no cronograma abaixo, 
os conteúdos das unidades e atualize as possí-
veis datas de realização de atividades de apoio 
à aprendizagem e avaliações.
12
Conteúdo 
Competências
 O conteúdo da disciplina concentra-se 
na compreensão teórica e prática do proces-
so de pesquisa, e para tanto utilizamos basi-
camente os estudos de Lakatos (2008, 2010) 
pela vasta produção e contribuição, no que se 
refere ao conhecimento sobre metodologia 
científica/pesquisa. Faremos uso de textos e 
exercícios como recursos didáticos.
 Ao término desta disciplina, o aluno 
deverá ser capaz de: conhecer os conceitos 
fundamentais da pesquisa; compreender os 
elementos próprios da pesquisa e a sua 
aplicabilidade no processo de investiga-
ção, em articulação com a prática profis-
sional cotidiana.
Carga Horária: 30 horas
CIÊNCIA E 
CONHECIMENTO 
CIENTÍFICO
UNIDADE 1 
CIÊNCIA E 
CONHECIMENTO 
CIENTÍFICO
14
 Nesta unidade, estudaremos conceitos 
básicos de Ciência e Conhecimento científico. 
Conheceremos a definição de Ciência, o pro-
cesso de produção do Conhecimento e sua re-
lação com a pesquisa, além do papel da univer-
sidade como espaço para a iniciação científica.
15
 Para iniciar os estudos sobre pesquisa, 
é fundamental entendermos o que é Ciência 
e o que é Conhecimento Científico. Isto é, 
como se faz Ciência e como se produz o Co-
nhecimento Científico. 
1. Ciência: Notas Introdutórias
1.1 Conceito de Ciência
 Inúmeros autores tentaram definir o 
que se entende por Ciência. Na visão de Laka-
tos (2008), os conceitos mais comuns, embora 
considerados incompletos pela autora sejam:
- Acumulação de conhecimentos sistemáticos;
- Atividade que se propõe a demonstrar a 
16
verdade dos fatos experimentais e suas apli-
cações práticas;
- Caracteriza-se pelo conhecimento racional, 
sistemático, exato, verificável e, por conse-
guinte, falível;
- Conhecimento certo do real pelas suas causas;
- Corpo de conhecimentos consistindo em per-
cepções, experiências, fatos certos e seguros;
- Estudo de problemas solúveis, mediante mé-
todo científico;
- Forma sistematicamente organizada de pen-
samento objetivo.
 No entanto, Lakatos (2008) traz mais 
dois conceitos que considera bastante abran-
gente: “A Ciência é um conjunto de conheci-
mentos racionais, certos ou prováveis, obtidos 
metodicamente, sistematizados e verificáveis, 
que fazem referência a objetos de uma mesma 
natureza” (ANDER-EGG, 1978, p. 15 apud 
LAKATOS, 2008, p. 21). 
 Segundo o autor, Ciência é uma siste-
matização de conhecimentos, cujas proposi-
ções estão ligadas ao comportamento de certos 
fenômenos, que se deseja desvendar. Comple-
menta sua ideia, com o conceito de Trujillo 
(1974, p.8): “A Ciência é todo um conjunto de 
17
atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sis-
temático conhecimento com o objeto limitado, 
capaz de ser submetido à verificação”. 
 Assim, nessa perspectiva, as Ciências 
apresentam:
a) Objetivo ou finalidade. Preocupação em 
distinguir a característica comum ou as leis ge-
rais que regem determinados eventos;
b) Função. Aperfeiçoamento, através do cresc
ente acervo de conhecimentos, da relação do 
homem com o seu mundo;
c) Objeto subdividido em:
•	Material:	aquilo	que	se	pretende	estudar,	in-
terpretar ou verificar, de modo geral;
•	Formal:	o	enfoque	especial,	em	face	das	di-
versas ciências que possuem o mesmo objeto 
material. (LAKATOS, 2008, P. 24-25)
 A compreensão sobre o que é Ciên-
cia, Conhecimento Científico e produção do 
Conhecimento é importante, para subsidiar os 
estudos sobre pesquisa. Não é possível, fazer 
pesquisa sem conhecer mesmo em linhas gerais 
tais elementos, que constituem o processo de 
pesquisar, do aprender a pensar em pesquisa. 
 Em cada momento histórico, a Ciên-
cia teve a sua repercussão e destacou inúmeros 
18
avanços e estudiosos, na perspectiva das des-
cobertas e do pensamento científico.
 As imagens, a seguir, revelam marcos im-
portantes da Ciência registrados pela História. 
O alquimista –o pesquisador da Idade Média
 Como Ciência oculta, a Alquimia re-
veste-se de um aspecto desconhecido, oculto 
e místico. Site:http://wikepedia.org
19
Exemplo de um processo alquímico
Site:http://wikepedia.org
 
 O Elixir vermelho.
 A Alquimia medieval acabou fundan-
do, com os estudos sobre os metais as bases da
20
 A máquina de tradução de textos, que 
permitiu avanços importantes em conheci-
mentos, como: Astronomia, Matemática, Bio-
logia e Medicina, na Idade Média Clássica. 
Site:http://wikepedia.org
 
Química moderna. Site:http://wikepedia.org
21
 A reflexão e os questionamentos no 
Renascimento Século XII. http://analgesi.com
 
 Pesquisadores no Renascimento
 O sistema heliocêntrico de Copérnico
http://analgesi.com
22
 O telescópio de Galileu Galilei
Site: www.google.com.br
O homem vitruviano – Leonardo da Vin
23
 Renascimento Científico
 Máquina equipada com hélice, que po-
deriam manter o homem no ar.
 Símbolo da genialidade de um pensador 
muito além de seu tempo. 
Site:http://wikepedia.org
 Esta imagem mostra o salto na Ciên-
cia no século XXI.
 Observamos as possibilidades de explo-
ração de um mundo de inovação e tecnologia. 
 Um dos mais novos submarinos da 
Marinha norte-americana junta-se a uma mis-
são das Operações Especiais levada a cabo 
pelos SEALS. 
Site: http://ne.miguelito.com
24
 Com o sucesso do Conhecimento 
Científico para explicação dos fenômenos 
naturais (astrônomos, físicos, biológicos) e 
em decorrência dos seus pressupostos filosó-
ficos, a Ciência passou a encarar, também, o 
homem como objeto de seu conhecimento, a 
ser abordado da mesma forma que os outros 
fenômenos naturais. 
 O homem seria um ser natural como 
todos os demais, submisso às mesmas leis de 
regularidade, acessível, portanto, aos proce-
dimentos de observação, experimentação e 
mensuração. (SEVERINO, 2007)
 Assim, ao longo da modernidade, par-
ticularmente, a partir do século XIX, foram 
se constituindo as Ciências Humanas, com a 
pretensão de configurar-se de acordo com os 
mesmos parâmetros das ciências naturais.
 Mas, à medida que foram se desenvol-
vendo os estudos sobre os diferentes aspectos 
dos fenômenos, que fazem parte da vida hu-
mana, os pesquisadores começam a perceber 
que não prevaleceria um único paradigma.
 Ou seja, os pesquisadores se dão conta 
1.2 A formação das Ciências Humanas 
25
de que, no caso de estudo e conhecimento do 
homem, outros paradigmas podem ser utiliza-
dos, com resultados igualmente satisfatórios, 
no que se refere à explicação e descobertas 
por meio das pesquisas.
 Nesse sentido, podemos dizer que há 
várias possibilidades de se entender a relação 
sujeito/objeto quando da experiência do co-
nhecimento, configurando-se várias perspecti-
vas de produção do Conhecimento Científico. 
 É preciso diferenciar o Conhecimento 
Científico de outros tipos de conhecimentos. 
Para tal, analisemos uma situação histórica, 
que Lakatos (2010) nos traz, como exemplo: 
 “Da Antiguidade, até aos nossos dias, 
um camponês mesmo iletrado e/ou desprovi-
do de outros conhecimentos, contava apenas 
com o conhecimento popular, pois sabia o 
momento certo da semeadura, a época da co-
lheita, a necessidade da utilização de adubos, as 
providências a serem tomadas para a defesa das 
plantações de ervas daninhas e pragas, e o tipo 
de solo adequado para as diferentes culturas. 
 As experiências o levaram a ter conhe-
cimento de que o cultivo do mesmo tipo, todos 
os anos, no mesmo local, enfraquecia o solo. 
26
 Já no período feudal, o sistema de o 
sistema de cultivo era em faixas: duas cultiva-
das e uma terceira em “repouso”, alternando-
-as de ano para ano, nunca cultivando a mesma 
planta, dois anos seguidos, numa única faixa.
 A Revolução Agrícola, na segunda 
metade do século XVII, aderiu à cultura do 
nabo e do trevo, pois seu plantio evitava o 
desperdício de deixar a terra em repouso; 
seu cultivo “revitalizava” o solo permitindo 
o uso constante. 
 Hoje, a agricultura conta com a prática 
das pesquisas, que possibilitam os estudos de 
sementes selecionadas, de adubos químicos, 
de defensivos contra as pragas e tenta-se, até, 
o controle biológico dos insetos daninhos.
 O exemplo evidencia os dois tipos de 
Conhecimento: 
- O Conhecimento vulgar ou popular, do 
camponês, transmitido de geração para gera-
ção por meio da educação informal e baseada 
em imitação e experiência pessoal, sem o Co-
nhecimento Científico sobre a composição do 
solo, das causas do desenvolvimento de plan-
tas, da natureza das pragas, do ciclo reproduti-
vo dos insetos etc. 
27
1.3 A produção do conhecimento científico
 Mas, o que vem a ser produzir conhe-
cimento? 
 Utilizando o pensamento de Severino 
(2007), o que se quer dizer é que Conheci-
mento se dá como construção do objeto que 
se conhece, ou seja, mediante nossa capacida-
de de reconstituição simbólica dos dados de 
nossa experiência, apreendemos os sentidos, 
pelos quais os objetos manifestam-se para 
nós, sujeitos que têm capacidade de aprender. 
- O segundo exemplo mostra o Conhecimento 
Científico, que é transmitido por intermédio 
de treinamento apropriado, sendo um conhe-
cimento obtido de modo racional, conduzido 
por meio de procedimentos científicos. 
 O Conhecimento Científico explica a 
origem e as causas dos fenômenos, na tenta-
tiva de evidenciar os fatos que estão correla-
cionados, em uma visão mais ampla do que a 
relacionada com um simples fato ou uma cul-
tura específica. (LAKATOS, 2010)
28
 É preciso redimensionar o próprio 
processo de aprendizagem, até porque, em 
nossa tradição cultural e filosófica, estamos 
condicionados a entender o Conhecimento 
como mera representação mental.
 Nesse caso, o conceito é uma repre-
sentação mental, mas esta não é o ponto de 
partida do Conhecimento, e sim o ponto de 
chegada, o término de um complexo proces-
so de constituição e reconstituição do senti-
do do objeto, que foi dado à nossa experiên-
cia interna e externa.
 Por sua vez, a atividade de ensinar a 
aprender está intimamente vinculada a esse 
processo de construção de Conhecimento, 
pois ele é a implementação de uma equação 
de acordo com a qual, educar (ensinar e apren-
der) significa conhecer; e conhecer, por sua 
vez, significa construir o objeto, mas o objeto 
significa pesquisar. (LAKATOS, 2008)
 Em decorrência disso, o processo de 
ensino/aprendizagem no curso superior tem 
seu diferencial na forma de se lidar com o Co-
nhecimento. Aqui, o Conhecimento deve ser 
adquirido não mais através de seus produtos, 
mas de seus processos.
 O Conhecimento deve se dar median-
29
te a construção dos objetos a se conhecer, e 
não mais pela representação desses objetos. 
 Ou seja, na Universidade, o Conheci-
mento deve ser construído pela experiência 
ativa do estudante e não mais ser assimilado 
passivamente. Como ocorre na maioria das 
vezes nos ambientes didático-pedagógicos do 
ensino básico. 
 Severino (2007) enfatiza a importância 
da pesquisa no contexto do processo de apren-
dizagem. Sendo o conhecimento construção 
do objeto que se conhece, a atividade de pes-
quisa torna-se elemento fundamental e impres-
cindível no processo de ensino/aprendizagem. 
 Assim, ensino e aprendizagem só 
serão motivadores se seu processo se der 
como processo de pesquisa. Daí, estarem 
cada vez mais reconhecidas e implementa-
das as modalidades de atividades de inicia-
ção ao procedimento científico, envolvendo 
os estudantes em práticas de construção de 
conhecimento, mediante participação em 
projetos de investigação. 
 É o que ocorre com o Programa de 
Iniciação Científica (PIBIC) e com a exigência 
da realização dos Trabalhos de Conclusão de 
Curso (TCC). 
30
 Além de eventual contribuição de seus 
conteúdos, executar esses trabalhos é praticar 
a pesquisa, iniciar-se à vida científica e viven-
ciar a forma mais privilegiada de aprender.
 Na Universidade, a pesquisa assume 
a tríplice dimensão. De um lado, tem uma 
dimensão epistemológica: a perspectiva do 
conhecimento.Só se conhece construído o 
saber, ou seja, praticando a significação dos 
objetos. De outro lado, assume ainda uma di-
mensão pedagógica: a perspectiva decorrente 
de sua relação com a aprendizagem. Ela é a 
dimensão necessária e eficaz para o proces-
so de ensino/aprendizagem. Só se aprende e 
só se ensina pela efetiva prática da pesquisa. 
Mas, há ainda uma dimensão social: a pers-
pectiva da extensão. 
 O Conhecimento consolida-se no 
contexto da existência humana. É uma ferra-
menta, que possibilita a amplitude da evolu-
ção do homem. 
 Tendo a Educação Superior, seu nú-
cleo ativo na construção do Conhecimento, 
impõe-se uma prática pedagógica condizente, 
apta a superar a pedagogia do ensino universi-
tário tradicional, apoiado na transmissão me-
cânica de informações. 
31
 O ensino/aprendizagem na Universi-
dade é tão somente uma mediação para a for-
mação, o que implica muito mais do simples 
repasse de informações prontas e acabadas. 
 Na perspectiva da pesquisa, Severino 
(2007) reforça a ideia de que não se trata de 
apropria-ser e de armazenar produtos, mas de 
aprender processos. 
 Do ponto de vista do estudo, o que 
conta não é mais a capacidade de decorar e me-
morizar milhares de dados, fatos e noções, mas 
a capacidade de entender, refletir e analisá-los. 
 A pesquisa precisa estar inserida no 
âmbito das ações dinâmicas e desafiadoras, 
para acompanhar a complexidade do mundo 
atual, de modo a alcançar patamares de exce-
lência nas investigações, que realmente estejam 
condizentes com os problemas do homem e 
da sociedade hoje; na garantia de soluções pre-
cisas, contribuindo com os avanços em toda 
esfera da vida humana. 
 Sugestão: Vídeo – Ciência na Antigui-
dade -Carl Sagan 
32
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico 
e educativo. 8. Ed. – São Paulo: Cortez, 2001.
LUDWIG, Antonio Carlos Will. Fundamen-
tos e prática da Metodologia Científica. 
Petrópolis RJ: Vozes, 2009.
MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas 
de pesquisa. Marina de Andrade Marconi 
- Eva Maria Lakatos. – 7ª ed. – São Paulo: 
Atlas, 2008.
1. Defina com suas palavras o que é “Ciência”.
2. Esclareça o que é Conhecimento popular e 
Conhecimento Científico. 
3. Como se deu a formação das Ciências Hu-
manas?
4. O que você entende por produção do Co-
nhecimento?
5. Por que a Universidade é considerada o ló-
cus da pesquisa?
Exercícios Propostos
Referências Bibliográficas 
Complementares
UNIDADE 2
CONCEITOS DE 
PESQUISA
 Nesta unidade, estudaremos a importância da pes-
quisa no contexto da investigação científica. Conhecere-
mos alguns conceitos e finalidades da pesquisa. 
34
2.1. A Importância da Pesquisa 
 Nesta unidade, discutiremos a importância da pes-
quisa nas práticas cotidianas da vida humana, cujo desen-
volvimento assegura melhores condições de vida, além de 
contribuir com a evolução do homem em todos os aspectos, 
por meio das descobertas.
 Iniciamos com as considerações de Gressler 
(2003) que diz: não há área do Conhecimento em que a 
pesquisa esteja ausente. Graças à investigação científica 
é que surgem tantas conquistas na saúde, nos meios de 
comunicação e transporte, na genética, no melhoramento 
de plantas e animais e no aproveitamento de energia elé-
trica, entre outras. 
 Deve-se a estas conquistas a valorização das Ciên-
cias Naturais e a fé nas pesquisas tecnológicas, não exis-
35
36
tindo, por outro lado, esta mera consideração 
pelas pesquisas sociais. 
 É de consenso geral que a institui-
ção própria para as atividades científicas é, 
sem dúvida, a universidade, onde vivem os 
profissionais de todas as manifestações da 
Ciência e onde a pesquisa e a reflexão são os 
objetivos finais. 
“A sociedade moderna obriga as universi-
dades a conferir importância decisiva a uma 
adequada formação profissional. Deve-se con-
siderar o fato de que as profissões são cada vez 
menos determinadas pela tradução empírica e 
cada vez mais pela Ciência, o que traz como 
consequência, um rápido progresso científico e 
tecnológico, que conduz a uma acelerada reno-
vação do conhecimento e das práticas profis-
sionais”. (GRESSLER, 2003, p. 85)
 Além disso, hoje está suficientemente 
comprovado que o desafio é um processo di-
dático para o desenvolvimento intelectual. Por 
meio da pesquisa, o aluno poderá ser desafia-
do para a descoberta de soluções novas em 
todos os domínios.
37
 A atividade do aluno não se distingui-
rá, basicamente, da do cientista. Este aspecto é 
fundamental, visto que a universidade não po-
derá transmitir ao aluno um saber elaborado 
que lhe baste para o exercício de sua profissão 
por toda a vida.
 Com a vasta exploração de conhe-
cimentos, torna-se virtualmente impossível 
para um estudante aprender uma significativa 
quantidade de informações em uma determi-
nada disciplina, área ou curso. Soma-se a isso, 
o fato de que as informações têm uma bre-
ve existência, devido ao surgimento de novas 
descobertas. (ANDRADE, 2010)
 O aluno deverá ser capaz de obser-
var a realidade, encontrar problemas, for-
mular e avaliar hipóteses mais viáveis e éti-
cas para solucioná-las.
 Portanto, a Educação não pode ser 
limitada à transmissão de informações, mas 
deverá prover, constantemente, o desafio inte-
lectual, oportunizando o desenvolvimento da 
capacidade crítica e atividades de indagação. 
(GRESSLER, 2003) 
38
2.2 Conceitos de Pesquisa
 Como já vimos, a Ciência constitui-
-se, aplicando técnicas, seguindo um método 
e apoiando-se em fundamentos epistemológi-
cos. Tem assim elementos gerais, que são co-
muns a todos os processos de conhecimento 
que pretenda realizar, marcando toda ativida-
de de pesquisa.
 Mas, além da possível divisão entre Ci-
ências Naturais e Ciências Humanas, ocorrem 
diferenças significativas no modo de se pra-
ticar a investigação científica, em decorrência 
da diversidade de perspectivas epistemológi-
cas, que se podem adotar e de enfoques dife-
renciados, que se pode assumir no trato com 
os objetos pesquisados e eventuais aspectos 
que se queira destacar.
 Por essa razão, existem várias moda-
lidades de pesquisa que podem ser colocadas 
em prática, o que implica coerência epistemo-
lógica, metodológica, e técnica, para o seu ade-
quado desenvolvimento. (SEVERINO, 2007)
 Para compreendermos melhor o que é 
pesquisa, apresentamos alguns conceitos:
 Para Andrade (2010), a pesquisa en-
volve um conjunto de procedimentos sistemá-
39
ticos, baseados em raciocínio lógico, assegu-
rados pela utilização de métodos científicos 
no sentido de encontrar soluções para pro-
blemas propostos, que são os objetivos fun-
damentais da pesquisa. 
 Todos os conceitos de pesquisa, de 
uma ou de outra maneira, apontam seu caráter 
racional predominante. Para Gil (1999, p. 19), 
pesquisa é o “procedimento racional e siste-
mático que tem como objetivo proporcionar 
respostas aos problemas que são propostos”.
 Os autores que tratam das questões 
sobre produção científica, Cervo e Bervian 
entendem a pesquisa como uma atividade vol-
tada para a solução de problemas, em que se 
empregam processos científicos. (1983)
 Já, Salomon (1977, p. 136) associa 
a pesquisa a uma atividade científica, que se 
concretiza no trabalho científico, por meio da 
investigação metodologicamente estruturada.
 Podemos entender a pesquisa como um 
procedimento, um processo que se desenvolve 
por meio da reflexão e da sistematização das 
ideias e estudos, que permitem descobrir novos 
fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer 
campo de conhecimento.
 Desse modo, considera-se a pesquisa 
40
como um procedimento formal, assegurada 
por um determinado método, que exige um 
tratamento científico, cujos propósitos funda-
mentam-se no conhecimento da realidade e na 
busca por novas verdades.
 Podemos entender a pesquisa como 
um procedimento, um processo que se desen-
volve por meio da reflexão e da sistematização 
das ideias e estudos, que permitem descobrir 
novos fatos ou dados, relações ou leis, em 
qualquer campo de conhecimento.
 Desse modo, considera-sea pesquisa 
como um procedimento formal, assegurada 
por um determinado método, que exige um 
tratamento científico, cujos propósitos funda-
mentam-se no conhecimento da realidade e na 
busca por novas verdades.
 Poderíamos apresentar inúmeras con-
ceituações propostas por diversos autores. 
No entanto, apenas acrescentaríamos alguns 
detalhes específicos. Seguiremos com outras 
questões fundamentais sobre a pesquisa e que 
merecem discussão.
41
2.3 Requisitos para uma Pesquisa
 Neste item, apresentamos algumas re-
flexões que julgamos necessárias para o desen-
volvimento de uma pesquisa. 
 É interessante pensar que a realização 
de uma pesquisa pressupõe alguns requisitos 
básicos, tais como a qualificação do pesquisa-
dor, recursos humanos, materiais e financeiros.
 Entre as qualidades intelectuais e sociais 
do pesquisador, Gil (1999, p. 20) destaca elemen-
tos importantes para o pesquisador:
 a) Conhecimento do assunto a ser pes-
quisado;
 b) Curiosidade;
 c) Criatividade;
 d) Integridade intelectual;
 e) Atitude autocorretiva;
 f) Sensibilidade social;
 g) Imaginação disciplinada;
 h) Perseverança e paciência;
 i) Confiança na experiência.
 Por mais qualificado que seja o pesqui-
sador, não pode ignorar certas circunstâncias 
42
“extracientíficas”. Isto é, são questões que não 
dependem do pesquisador, as dificuldades 
com a coleta dos dados, em alguns casos, o 
custo da pesquisa, a escassez de material para 
pesquisa etc. 
 Além de tempo para dedicar-se à 
pesquisa, são necessários equipamentos, 
livros, instrumentos e outros materiais e, 
conforme o caso, verba para remuneração 
de serviços prestados por outras pessoas.
 Isto significa que, para realizar uma 
pesquisa, devem ser levados em conta os 
recursos humanos e materiais, tais como 
disponibilidade de tempo e o indispensável 
suporte financeiro. (GIL, 1999)
2.4 Finalidades da Pesquisa
 Ao pensar nas finalidades da pesquisa, 
existem dois caminhos que merecem serem as-
sinalados: o primeiro reúne as finalidades moti-
vadas por razões de ordem intelectual e pessoal. 
O pesquisador pressupõe uma trajetória solidi-
ficada por meio das práticas da investigação e 
Ao pensar nas finalidades da pesquisa, existem 
43
dois caminhos que merecem serem assinalados: 
o primeiro reúne as finalidades motivadas por 
razões de ordem intelectual e pessoal. O pes-
quisador pressupõe uma trajetória solidificada 
por meio das práticas da investigação e das pro-
duções científicas. Ou alcançar o saber, para sa-
tisfação do desejo de adquirir conhecimentos. 
Geralmente, é realizado por cientistas e contri-
bui para o progresso da Ciência. É a chamada 
pesquisa “pura”. (GRESSLER, 2003)
 O segundo caminho, por razões de 
ordem prática. A pesquisa é desenvolvida 
com vistas às aplicações práticas, cujo objeti-
vo é atender às exigências da vida moderna. 
Podemos chamá-la de pesquisa “aplicada”. 
Em que os fins práticos, buscam soluções 
para problemas concretos. 
 As duas formas de pesquisa não es-
tão em compartimentos separados, estão 
correlacionadas. Pois, a pesquisa “pura” 
pode, de alguma forma subsidiar conheci-
mentos passíveis de aplicações práticas.
 A pesquisa “aplicada” pode evidenciar 
descobertas de princípios científicos, na pro-
moção do avanço do conhecimento em um 
determinado campo de estudo.
44
2.5 Planejamento da Pesquisa
 Lakatos (2010) traz de forma organi-
zada os elementos que constituem a prepa-
ração para a pesquisa e que colaboram para 
que possamos estruturar passo a passo a pes-
quisa, no sentido de objetividade em todas as 
fases da investigação:
Preparação da pesquisa
Fases da Pesquisa
1. Decisão.
2. Especificação dos objetivos.
3. Elaboração de um esquema.
4. Constituição da equipe de trabalho.
5. Levantamento de recursos e cronograma.
1. Escolha do tema.
2. Levantamento de dados.
3. Formulação do problema.
4. Definição dos termos.
5. Construção de hipóteses.
6. Indicação a variáveis.
45
Execução da Pesquisa
Relatório de Pesquisa
1. Coleta de dados.
2. Elaboração dos dados.
3. Análise e interpretação dos dados.
4. Representação dos dados.
5. Conclusões.
1.Registro de todas as etapas da pesquisa
 O planejamento e a execução de uma 
pesquisa requerem o detalhamento minucioso 
de todas estas etapas que devem ser pensadas 
e planejadas organizadamente com o intuito 
de melhor aproveitamento de tempo, em que 
se conduz de forma objetiva a estruturação de 
um projeto de pesquisa. 
 O pesquisador precisa estar atento a 
7. Delimitação da pesquisa.
8. Amostragem.
9. Seleção de métodos e técnicas.
10. Organização do instrumental de pesquisa.
11. Teste de instrumento e procedimento.
46
todas as etapas, mas também é necessária uma 
compreensão sobre o tipo de pesquisa que será 
utilizado, bem como as características de cada 
uma, o que irá contribuir na escolha do melhor 
método a ser aplicado, na busca por informa-
ções, quando do processo da investigação.
 Na próxima unidade, veremos de for-
ma mais detalhada, os tipos de pesquisa e sua 
aplicabilidade em cada caso.
Exercícios Propostos
1. Esclareça a importância da pesquisa na vida 
humana.
2. Defina com suas palavras o que é pesquisa.
3. Quais as principais finalidades da pesquisa?
4. Gil (1999) assinala alguns requisitos neces-
sários ao pesquisador. Aponte-os.
5. Em sua opinião, por que é preciso um pla-
nejamento detalhado da pesquisa? 
47
Referências Bibliográficas 
Complementares
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio cien-
tífico e educativo. 8ª. Ed. – São Paulo: 
Cortez, 2001.
LUDWIG, Antonio Carlos Will. Fundamen-
tos e prática da Metodologia Científica. 
Petrópolis RJ: Vozes, 2009.
MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de 
pesquisa. Marina de Andrade Marconi - Eva Ma-
ria Lakatos. 7ª. Ed. – São Paulo: Atlas, 2008.
1
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UNIDADE 3
 TIPOS DE 
PESQUISA
50
 Nesta unidade, estudaremos os tipos 
de pesquisa, as características de cada uma e 
sua aplicabilidade no contexto da necessidade 
e exigência da investigação, que será proposta. 
51
3. Tipologia de Pesquisa
 Temos os tipos de pesquisa que po-
dem ser classificados de diferenciadas for-
mas, dependendo de critérios e enfoques 
diversos. Na perspectiva das Ciências, por 
exemplo, a pesquisa pode ser biológica, mé-
dica, físico-química, matemática, histórica, 
pedagógica, social etc.
 Apresentaremos algumas noções in-
trodutórias. Assim, segue uma classificação da 
pesquisa quanto à natureza, aos objetivos, aos 
procedimentos e ao objeto.
 A pesquisa pode constituir-se em um 
trabalho científico original ou em um resumo de 
assunto, de acordo com a sua natureza. 
 Quando se realiza uma pesquisa pela 
52
primeira vez, podemos dizer que é um traba-
lho científico original. Será uma contribuição 
para as novas conquistas e descobertas na es-
fera da evolução do conhecimento científico.
 Nesse caso, esse tipo de pesquisa é 
desenvolvido por cientistas e especialistas 
em áreas específicas do conhecimento. (AN-
DRADE, 2010)
 O rigor científico está presente no 
resumo de assunto. É um tipo de pesquisa 
isento de originalidade. Está embasada em 
trabalhos mais avançados, publicados por au-
toridades no assunto, e não são simples có-
pias das ideias. 
 Destacam-se nesse tipo de trabalho, a 
análise e interpretação dos fatos e ideias, a utili-
zação de metodologia adequada, assim como o 
enfoque do tema de um ponto de vista original.
 Por ser uma contribuição para a am-
pliação da bagagem cultural do estudante, o 
resumo de assunto oferece subsídios para fu-
turos trabalhos científicos aos mesmos, pois 
funcionam como preparação para trabalhos 
mais amplos e originais.
 As finalidades da pesquisa é que fazem 
a diferença entre o trabalho científico original 
e o resumo de assunto.
53
3.1. A Pesquisa Experimental 
e a Não Experimental
 A pesquisa experimental é a pesquisa 
passível de ser quantificada,mensurada. O 
seu próprio objeto funciona como fonte de 
observação e manipulação experimental na 
perspectiva da pesquisa quantitativa. É possí-
vel a verificação em laboratório.
 Nesse caso, o pesquisador seleciona de-
terminadas variáveis e testa suas relações funcio-
nais, utilizando formas de controle. 
 Esse tipo de pesquisa é perfeitamen-
te adequado para as Ciências Naturais. No 
entanto, essa modalidade é mais complica-
da no âmbito das Ciências Humanas, já que 
não se pode fazer manipulação das pessoas. 
(SEVERINO, 2007) 
 A pesquisa experimental tem como 
objetivo principal investigar as possíveis rela-
ções entre determinados grupos, em compa-
rações com outros grupos que não estão no 
contexto da investigação. Essa pesquisa carac-
teriza-se pelo rigoroso controle e manipulação 
das variáveis experimentais. Geralmente, são 
usados um ou mais grupos de controle para 
54
comparações com o grupo que recebeu o tra-
tamento experimental.
 Gressler (2007) concebe a pesquisa 
experimental como “forte”, devido ao seu 
controle sobre as variáveis, e em algumas 
circunstâncias pode ser considerada restrita 
e artificial, porque em muitos experimen-
tos, as condições ambientais são diferentes 
das condições reais de vida. Podem ocorrer, 
também, comportamentos artificiais de se-
res, quando são submetidos à manipulação 
e observações sistemáticas. 
 No caso da pesquisa não experimen-
tal, as variáveis não são passíveis de manipu-
lação. O pesquisador deverá trabalhar com as 
mesmas, da forma como se apresentam na sua 
natureza. Trabalha-se com fatos e fenômenos 
que já existam. Dessa forma, geralmente, utili-
za-se o método da pesquisa descritiva e explo-
ratória, em que o pesquisador simplesmente 
observa o objeto sem interferência. 
 A pesquisa possibilita, também, diferen-
ciar ou examinar situações que já estão consoli-
dadas. O estudo não experimental aplica-se em 
situações em que as características ou variáveis, 
não podem ou não devem ser manipuladas. 
55
3.2 Pesquisa Bibliográfica
 Com referência à natureza das fontes 
utilizadas para a abordagem e tratamento de 
seu objeto, a pesquisa pode ser bibliográfica, 
de laboratório e de campo.
 Para Lakatos (2010), a pesquisa bi-
bliográfica é aquela que se realiza a partir do 
registro disponível, decorrente de pesquisas 
anteriores, em documentos impressos, como 
livros, artigos, teses etc. 
 Esta pesquisa busca os dados ou as 
categorias teóricas já trabalhadas por outros 
pesquisadores e devidamente registradas. As 
contribuições dos autores tornam-se fontes 
para novos temas a serem pesquisados. 
 Vale estendermos um pouco mais as 
questões sobre a pesquisa bibliográfica, con-
siderando que na maioria dos trabalhos cientí-
ficos, utiliza-se essa prática. A pesquisa desse 
tipo tem como objetivo a contribuição de in-
formações e de pesquisas baseadas em acervos 
de diversos autores, que já estudaram sobre o 
tema em questão. 
 Conforme Trujillo, a pesquisa bi-
bliográfica:
56
“Trata-se de levantamentos de toda bibliogra-
fia já publicada em forma de livros, revistas, 
publicações avulsas e imprensa escrita. Sua 
finalidade é colocar o pesquisador em contato 
direto com tudo que foi escrito sobre deter-
minado assunto, com o objetivo de permitir 
ao cientista “o reforço paralelo na análise de 
suas pesquisas ou manipulação das suas in-
formações”. (1974. p 32, grifo do autor)
 
 Com as contribuições dadas pela pes-
quisa do tipo bibliográfica, é possível que o 
pesquisador possa definir ou resolver proble-
mas já conhecidos ou explorar novas áreas, 
onde possam existir problemas que ainda não 
foram solucionados. 
 Para Gil (2002), a pesquisa biblio-
gráfica, geralmente, desenvolve-se a partir 
de buscas em materiais já produzidos, que 
são compostos principalmente de livros e 
artigos científicos. 
 No entanto, a maioria dos estudos 
exige trabalhos dessa natureza, como há pes-
quisas produzidas somente a partir de fontes 
bibliográficas. Essa modalidade de pesqui-
sa cobre uma imensa gama de fenômenos, o 
57
3.3 Pesquisa Exploratória, 
Descritiva e Explicativa
 Os estudos de Andrade (2010) e Seve-
rino (2007) trazem contribuições para enten-
dermos sobre a pesquisa que pode ainda ser 
que oferece grande vantagem ao pesquisador, 
que é fundamental no caso de uma grande de-
manda de dados ou da complexidade do tema, 
para solucionar o problema pesquisado. Por 
exemplo: a pesquisa bibliográfica é aplicada 
nos estudos históricos, pois facilita o conheci-
mento dos fatos ocorridos no passado. 
 Severino (2007) colabora e comple-
menta as considerações sobre a pesquisa biblio-
gráfica, quando aponta suas oito fases distintas:
a) Escolha do tema;
b) Elaboração do plano de trabalho;
c) Identificação;
d) Localização;
e) Compilação;
f) Fichamento;
g) Análise e interpretação;
h) Redação.
58
classificada, quanto aos objetivos em três gru-
pos: exploratória, descritiva e explicativa. Vale 
ressaltar que estes três grupos, geralmente, de-
finem os objetivos específicos de uma pesquisa.
 A pesquisa exploratória - é um tipo 
de pesquisa bibliográfica, que proporciona 
maiores informações sobre determinado as-
sunto; facilita a delimitação e escolha de uma 
temática de estudo; define os objetivos ou 
formula as hipóteses de uma pesquisa e des-
cobre um novo enfoque para o estudo que se 
pretende realizar.
 Essa pesquisa tem como objetivo 
principal, como o próprio nome diz, explorar 
e aprimorar as ideias ou a descoberta de intui-
ções. Severino complementa: “a pesquisa ex-
ploratória levanta informações sobre um de-
terminado objeto, assim delimita um campo 
de trabalho, investigando as condições de ma-
nifestação desse objeto. Pode ser uma prévia 
para a pesquisa explicativa.
 Basicamente, a pesquisa exploratória 
compreende: a) levantamento bibliográfi-
co; b) entrevistas com pessoas relacionadas 
com o problema pesquisado; c) análise de 
exemplos que evidenciem a compreensão 
do fato estudado.
59
 Tal pesquisa viabiliza o desenvolvi-
mento de estudos inéditos e interessantes, 
sobre um determinado tema. Pois, possibilita 
uma maior familiaridade com o problema, e o 
explicita de forma mais ampla.
 O planejamento é bastante flexível e 
geralmente se enquadra na pesquisa e a amplia 
com vistas a torná-lo mais explícito. Consti-
tui um estudo preliminar ou preparatório para 
embasamento de outras pesquisas.
 A pesquisa exploratória - em um 
primeiro momento esse tipo de pesquisa pri-
ma pela observação, pelos registros. Procura 
analisar e classificar minuciosamente além de 
interpretar os fatos ou fenômenos (variáveis), 
em que o pesquisador não utiliza da interfe-
rência ou manipulação. 
 O objetivo principal nesse tipo de pes-
quisa é descrever as características dos fatos 
ou fenômenos. Estuda e investiga as relações 
entre variáveis, ou seja, as características de 
um determinado grupo. Busca com objeti-
vidade a frequência com que um fenômeno 
ocorre, procura compreender sua relação com 
os outros, sua natureza e características. 
 A pesquisa descritiva - pressupõe o 
desenvolvimento de muitos estudos e possui 
60
características próprias. Utiliza-se de técnicas 
já padronizadas de coletas de dados como: 
questionário, observação sistemática, formu-
lário. Essa pesquisa é utilizada também no 
caso de levantamento de dados, o que se usa 
geralmente por pesquisadores das áreas de 
Ciências humanas e sociais, em situações de 
atuação prática. 
 A pesquisa explicativa – também 
registra, analisa e interpreta os fenômenos 
estudados, mas preocupa-se com a identifica-
ção dos fatores determinantes, que influen-
ciam na ocorrência dos fenômenos, buscan-
do suas causas.
 Nessa perspectiva, a pesquisa explica-
tiva permite o aprofundamento da compreen-
são da realidade, quando explica a razão e a 
origem das coisas. 
 O nível de complexidade desse tipo 
de pesquisa é maior tendo em vista a preo-
cupação com os determinantes e as causas 
das ocorrências dos fenômenos. Ao procurar 
compreender e explicar a realidade podetam-
bém estar sujeito a erros.
 No entanto, as bases da pesquisa ex-
plicativa e seus resultados possibilitam uma 
consistente fundamentação na produção do 
61
3.4 Métodos da Pesquisa 
Qualitativa e Quantitativa
 Alguns autores não fazem distinção 
entre métodos qualitativos ou quantitativos, 
porém, Lakatos (2008) aponta diferenças mar-
cantes em relação à forma como são aborda-
dos os fatos, dependendo de cada estudo.
 As diferenças entre o método quali-
tativo e o quantitativo estão na questão dos 
instrumentos estatísticos e na forma de coleta 
e análise de dados.
conhecimento científico. Essa pesquisa tem 
como finalidade o registro e a análise dos 
fenômenos estudados, buscando a identifi-
cação de suas causas. Utiliza a aplicação do 
método experimental/matemático, e em al-
guns casos por meio da interpretação nos 
métodos qualitativos. 
 As considerações sucintas sobre tais 
tipos de pesquisa visam auxiliar o estudante, 
de forma objetiva na elaboração do seu pro-
jeto de pesquisa, norteando suas intenções 
na estruturação da investigação que consta-
rá no seu projeto. 
62
 Na metodologia qualitativa existe a 
preocupação em analisar e interpretar os as-
pectos mais profundos, detalhando e descre-
vendo a complexidade do comportamento hu-
mano. “Fornece análise mais detalhada sobre 
as investigações, hábitos, atitudes, tendências, 
valores de comportamento etc.” (LAKATOS, 
2008, p. 269)
 No método quantitativo, os pesqui-
sadores lidam com amostras amplas e de in-
formações numéricas em coletas estruturadas. 
Seguem, rigorosamente, um plano previamen-
te estabelecido, com base em hipóteses claras 
e variáveis definidas.
 Podemos considerar a metodologia 
quantitativa como a descrição objetiva e sis-
temática dos dados, cuja análise se dá com 
informação numérica resultante da investi-
gação, que pode se apresentar em forma de 
quadros, tabelas e medidas, portanto, usa 
modelos estatísticos. 
“Três traços bem definidos no conteúdo quan-
titativo devem ser observados: objetividade, 
sistematização e quantificação dos conceitos, 
evidenciados na comunicação. Na análise 
do conteúdo quantitativo, a ênfase de recair 
63
na quantificação dos seus ingredientes.” 
(LAKATOS, 2008, p. 284)
 No enfoque quantitativo existe o le-
vantamento de dados para provar as hipóte-
ses, com base na medida numérica e na análise 
estatística para estabelecer padrões de com-
portamento. Neste caso, busca-se a expansão 
dos dados, ou seja, a informação.
 Já, a pesquisa qualitativa permite a rea-
lização de articulações entre teoria e prática no 
desenvolvimento do estudo. Pesquisar o coti-
diano em uma abordagem qualitativa é buscar 
aproximações com a realidade. 
 Minayo destaca que:
“A pesquisa qualitativa responde a questões 
muito particulares. Ela se preocupa, nas ci-
ências sociais, com um nível de realidade que 
não pode ser quantificado [...] ela trabalha 
com o universo de significados, motivos, as-
pirações, crenças, valores, atitudes, o que res-
ponde a um espaço mais profundo das rela-
ções, dos processos e dos fenômenos que não 
podem ser reduzidos à operacionalização de 
variáveis”. (2003, p. 21).
64
 A abordagem qualitativa leva o pes-
quisador a entrar em contato direto com o 
problema em questão. Podendo investigar 
sua complexidade, especificidade e diferen-
ciações que o problema apresenta. Com a 
contribuição da abordagem qualitativa, é 
possível reunir uma vasta gama de informa-
ções necessárias e valiosas para o desenvolvi-
mento de uma pesquisa.
1. Qual o seu entendimento sobre pesquisa 
experimental e não experimental? 
2. Defina a pesquisa bibliográfica.
3. As pesquisas exploratória, descritiva e expli-
cativa podem definir os objetivos específicos 
na pesquisa? Esclareça.
4. Quais as diferenças básicas na pesquisa qualita-
tiva e na quantitativa?
5. Explique com suas palavras o método 
qualitativo e o método quantitativo de uma 
pesquisa.
Exercícios Propostos
65
Referências Bibliográficas 
Complementares
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científi-
co e educativo. 8ª. Ed. – São Paulo: Cortez, 
2001.
LUDWIG, Antonio Carlos Will. Fundamen-
tos e prática da Metodologia Científica. 
Petrópolis RJ: Vozes, 2009.
MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de 
pesquisa. Marina de Andrade Marconi - Eva 
Maria Lakatos. – 7ª. Ed. – São Paulo: Atlas, 2008.
UNIDADE 4
 O PROBLEMA 
NA PESQUISA
68
 Nesta unidade, estudaremos o proble-
ma na pesquisa. Discutiremos a formulação do 
problema e as implicações do seu enunciado. 
Apresentaremos os elementos básicos a serem 
considerados na definição de um problema, tais 
como as hipóteses e variáveis. 
69
4. Formulação do Problema 
 O tema de uma pesquisa é o assunto 
que se deseja provar ou desenvolver: “é uma 
dificuldade, ainda sem solução, que é mister 
determinar com precisão, para intentar, em se-
guida, seu exame, avaliação crítica e solução” 
(ASTI VERA, 1976, p. 97)
 Lakatos (2010) diz que é preciso ter 
bem claro o que se quer na pesquisa. É o mo-
mento de enunciar um problema, ou seja, de-
terminar o objeto da pesquisa.
 O tema de uma pesquisa pode ser de 
alguma forma abrangente, porém a formulação 
do problema é específica. É um questionamen-
to ou uma dificuldade que se pretende resolver.
70
“Formular o problema consiste em dizer, 
de maneira explícita, clara, compreensível e 
operacional, qual a dificuldade com a qual 
nos defrontamos e que pretendemos resolver, 
limitando o seu tempo e apresentando suas 
características. Dessa forma, o objetivo da 
formulação do problema da pesquisa é torná-
-lo individualizado, específico, inconfundí-
vel”. (RUDIO, 1979, p. 75)
 Geralmente, o processo de investigação 
inicia-se com um problema. Problema é uma 
situação real ou artificial, perplexa e desafiado-
ra, cuja solução exige pensamento reflexivo. É 
uma questão concernente às relações existentes 
entre conjuntos de eventos (variáveis). 
 Conduz-se a pesquisa com o intuito 
de encontrar respostas para os questionamen-
tos. Nesse sentido, o problema exige respostas 
para uma questão, para uma pergunta que se 
faz na pesquisa.
 O problema na pesquisa é o objeto da 
mesma, uma dificuldade, teórica ou prática, 
em que se busca a solução.
 Ao definir o problema, estaremos es-
pecificando também os caminhos para solu-
71
cioná-lo. Desse modo, é interessante ter clare-
za, concisão e objetividade. Além de facilitar a 
construção da hipótese central, orienta quanto 
ao método e o tipo de pesquisa a ser utilizado. 
“A caracterização do problema define e 
identifica o assunto em estudo, ou seja, um 
problema muito abrangente torna a pesqui-
sa mais complexa. Quando bem delimitado, 
simplifica e facilita a maneira de conduzir a 
investigação”. (MARINHO, 1980, p. 55)
 Para definir o problema na pesquisa é 
necessário refletir com tranquilidade; requer 
leituras sobre o assunto a ser pesquisado, ou 
seja, conhecimentos prévios, com o máximo 
de informações possíveis que assegurem con-
dições de formulação do mesmo.
 A proposição do problema não é ta-
refa fácil, e não se faz de imediato; é o mer-
gulho no assunto em todos os seus aspectos, 
que viabiliza definir o problema no plano de 
hipóteses e de informações.
“Nem sempre é possível ao pesquisador for-
mular clara, precisa e adequadamente o seu 
72
problema de pesquisa. Em muitas situações, 
o pesquisador possui uma dúvida bastante 
geral, vaga, desordenada e até mesmo confu-
sa, a respeito do que pretende investigar. Ele 
identificou o problema, mas sente dificuldades 
na formulação clara e operacional do enun-
ciado”. (GRESSLER, 2003, p. 113)
 A definição ou formulação do proble-
ma permite seguir as etapas previstas, para se 
atingir o objetivo da pesquisa. No entanto, an-
tes de ser considerado apropriado, o problema 
deve ser analisado.
 Veja os seguintes aspectos e as possi-
bilidades de execução:
a) Viabilidade: pode ser eficazmente resolvi-
do através da pesquisa.
b) Relevância: deve ser capaz de trazer co-
nhecimentos novos.
c) Novidade: estar adequadoao estádio atual 
da evolução científica.
d) Exequibilidade: pode chegar a uma con-
clusão válida.
e) Oportunidade: atender a interesses parti-
culares e gerais.
73
 Na visão de Gressler (2003), o pro-
blema, assim, consiste em um enunciado 
explicitado de forma clara e compreensível, 
com possibilidades de operacionalização. 
O problema também pode se constituir em 
forma de pergunta. 
 Algumas questões apontadas por 
Gressler (2003) auxiliam-nos a proposição 
do problema.
a) Corresponde a interesses pessoais, sociais e 
científicos, isto é, de conteúdo e metodológi-
cos? Estes interesses estão harmonizados?
b) Constitui-se o problema em questão cientí-
fica, ou seja, relacionada entre si pelo menos 
dois fenômenos (fatos, variáveis)?
c) Pode ser objeto de investigação sistemática, 
controlada e crítica?
d) Pode ser empiricamente verificado em suas 
consequências?
4.1 Problema e Hipótese
 A definição ou formulação do proble-
ma e a verificação de sua validade científica 
supõe uma provável resposta, que é provisó-
ria, a que chamamos de hipótese. O problema 
74
4.2 Formulações de Hipóteses
 Lakatos (2010) considera a hipótese 
como um enunciado geral de relação entre vari-
áveis (fatos, fenômenos) e podem ser:
a) Formulada como solução provisória para 
um determinado problema;
b) Apresentando caráter explicativo ou pre-
ditivo;
c) Compatível com o conhecimento científico; 
d) Sendo possível a verificação empírica em 
suas consequências.
 A hipótese enquanto uma suposta, pro-
vável e provisória resposta a um problema, de-
verá ser verificada através da pesquisa; interes-
sa-nos o que é como se formula um problema.
 Para a ciência é imprescindível três re-
quisitos básicos à formulação das hipóteses: 
1) a hipótese deve ser formalmente correta e 
não se apresentar “vazia” semanticamente; 
ou a hipótese são enunciados de relação entre 
variáveis (fatos, fenômenos); o que difere en-
tre ambos, é que o problema consiste em uma 
interrogação e a hipótese é uma sentença afir-
mativa mais detalhada. (GRESSLER, 2003)
75
2) a hipótese deve estar fundamentada, até 
certo ponto, em conhecimento anterior; 
3) a hipótese tem de ser empiricamente con-
trastável, por intermédio de procedimentos 
objetivos da Ciência.
“É preciso não confundir hipótese com pressu-
posto, com evidência prévia. Hipótese é o que 
se pretende demonstrar e não o que já se tem 
demonstrado evidente, desde o ponto de partida. 
[...] nesses casos não há mais nada a demons-
trar, e não se chegará a nenhuma conquista e 
o conhecimento não avança” (SEVERINO, 
2006, p. 161)
 O trabalho de formular hipóteses a 
serem testadas é sempre um desafio que de-
pende da área na qual está sendo desenvolvida 
a pesquisa. É uma fase de reflexão e análise, 
com base em algumas considerações a respei-
to do assunto que será explorado, para supor 
possíveis resultados.
 Não é possível, o pesquisador pen-
sar em uma pesquisa, projetar o seu inte-
resse e intenção sem formular hipóteses 
necessárias ao andamento da pesquisa. Mui-
76
tas vezes, pode ser levantada mais de uma 
hipótese em um projeto; a única diferença 
é que pode ser uma hipótese geral e várias 
específicas. (LAKATOS, 2008)
4.3 Variáveis
 O que são variáveis? 
 Podemos dizer que variáveis são 
características passíveis de observação do 
fenômeno a ser estudado e estão presentes 
todos os tipos de pesquisa. Esclarecemos 
o seguinte: nas pesquisas quantitativas, são 
mensuráveis; nas pesquisas qualitativas são 
descritas ou explicadas. 
 As chamadas variáveis apresentam ca-
racterísticas sociais, econômicas, ideológicas, 
demográficas, estatísticas, matemáticas, mer-
cadológicas etc. Depende do tipo de pesquisa 
e das características de cada estudo proposto. 
 Para Lakatos e Marconi (2007, p. 139), 
“uma variável pode ser considerada como uma 
classificação ou medida; uma quantidade que 
varia; um conceito operacional que contém ou 
apresenta valores; ou ainda, um aspecto, pro-
priedade ou fator, discernível em um objeto 
de estudo e passível de mensuração.”
77
 É preciso o cuidado com as variáveis, 
pois todas interferem no objeto a ser estudado 
e de certa forma podem comprometer ou in-
validar a pesquisa, se não forem controladas. 
 Encontra-se em Lakatos e Marconi 
(2007, p. 139-155), um estudo mais aprofun-
dado sobre variáveis independentes e depen-
dentes, fixidez (fixas) ou alterabilidade das va-
riáveis; variáveis moderadoras e de controle; 
variáveis extrínsecas e componentes; variáveis 
intervenientes e antecedentes.
 Segundo Lipset e Bendix (In: Trujillo, 
1974, p. 144), “variável é um conceito opera-
cional, sendo que recíproca não é verdadeira: 
nem todo conceito operacional constitui-se 
em variável. Para ser definida, a variável pode 
conter valores.”
 Entendemos uma variável como clas-
sificação ou medida; uma quantidade que va-
ria; um conceito operacional, que contém ou 
apresenta valores; aspecto, propriedade ou fa-
tor, que está evidente no objeto de estudo e 
passível de ser medida. 
 Existem os valores que são adiciona-
dos ao conceito operacional, para transformá-
-lo em variável, por exemplo: quantidades, 
qualidades, características, magnitudes, traços 
78
Exercícios Propostos
1. Em sua opinião, o que é o problema na pes-
quisa? 
2. Aspectos importantes precisam ser leva-
dos em conta na formulação do problema. 
Aponte-os.
3. Por que o problema está relacionado com as 
hipóteses? Esclareça.
4. Defina com suas palavras o que é hipótese.
5. Defina com suas palavras o que é variável.
etc., podem ser alterados dependendo do caso, 
são abrangentes e exclusivos, problema etc.
 Imaginemos o “universo” da ciência 
como constituído de três níveis: no primeiro, 
ocorrem as observações de fatos, fenômenos, 
comportamentos e atividades reais; no segundo, 
encontramos as hipóteses; finalmente no ter-
ceiro, surgem as teorias, hipóteses válidas e sus-
tentáveis. O enunciado das variáveis viabiliza a 
constatação ou a refutação dos fenômenos, fatos 
ou comportamentos.
79
Referências Bibliográficas 
Complementares
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico 
e educativo. 8ª. Ed. – São Paulo: Cortez, 2001.
LUDWIG, Antonio Carlos Will. Fundamen-
tos e prática da Metodologia Científica. 
Petrópolis RJ: Vozes, 2009.
MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de 
Pesquisa. Marina de Andrade Marconi - Eva 
Maria Lakatos. – 7ª. Ed. – São Paulo: Atlas, 2008.
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UNIDADE 5
 O PROJETO DE 
PESQUISA
82
 Nesta unidade, estudaremos o pro-
jeto de pesquisa. Apresentaremos as etapas 
de estruturação de um projeto e discutiremos 
cada uma delas. 
83
5. O Projeto de Pesquisa 
 Não há uma norma rígida para a for-
matação e estruturação de um projeto de pes-
quisa. Há, contudo, algumas definições que 
devem ser observadas, bem como alguns con-
teúdos imprescindíveis. Neste sentido, apre-
sentamos, aqui, uma proposta elementar de 
estruturação de projeto que deve servir como 
orientação para o estudante. (BELLO, 2007)
 Podemos definir a pesquisa como uma 
proposta teórica prévia, formulada sobre um 
assunto que se deseja investigar. 
 O projeto constitui a previsão das eta-
pas que serão executadas na pesquisa. Que deve 
responder aos questionamentos propostos.
 Independente do problema, do refe-
84
rencial teórico ou da metodologia utilizada, 
uma pesquisa supõe o preenchimento de três 
requisitos (GRESSLER, 2003):
a) A existência de uma pergunta que se deseja 
responder;
b) A elaboração (e descrição) de um conjunto 
de passos que permitam obter a informação 
necessária para respondê-la;
c) A indicação do grau de confiabilidade na 
resposta obtida.
 O procedimento de coleta de infor-
mações é outro requisito básico da pesquisa. 
Irá garantir um recorte significativo da realida-
de. Outro requisito importante supõe resposta 
coerente, fundamentadas pelos dados e infor-
mações que asustentam.
 Não podemos considerar que a Ciência 
é fruto somente da genialidade humana. É pre-
ciso reconhecer a gama de pesquisadores que 
logram êxito em suas investigações. Os pesqui-
sadores iniciantes têm o seu valor na perspectiva 
da continuidade das investigações e da validade 
de suas intenções, para o progresso da Ciência. 
 As descobertas requerem esforço e 
persistência e demandam muito trabalho e es-
tudo. Requer também maturidade e consciên-
cia quanto ao valor da investigação. 
85
5.1 Estrutura do Projeto de Pesquisa
 Geralmente, um projeto de pesquisa 
apresenta uma mesma organização por etapas, 
que devem ser levadas em conta, com vistas a 
objetividade e êxito na execução da pesquisa. 
 De acordo com Bello (2007), um proje-
to de pesquisa deve apresentar basicamente em 
sua estrutura os seguintes elementos:
 Elementos pré-textuais: Capa ou 
Falsa Folha de Rosto (obrigatório); Folha 
de Rosto (obrigatório, Anexo 3); Sumário 
(obrigatório);
 Pois, muitas vezes, não ocorre a apli-
cação imediata dos resultados de uma pes-
quisa. Algumas soluções parecem ficar no 
esquecimento ou na não validação, e anos 
mais tarde, surgem e redimensionam a reali-
dade e o conhecimento.
86
5.2 Textuais
Escolha e Delimitação do Tema
 A variedade de fenômenos a ser estu-
dada é infinita e as possibilidades de investiga-
ção são inúmeras. Estudar certos aspectos de 
um fenômeno inserido na realidade torna-se 
um grande desafio. 
 Escolher um tema é uma etapa da pes-
quisa que exige reflexão profunda para funda-
mentar a decisão do investigador.
 O tema de uma pesquisa poderá re-
sultar das condições socioeconômicas, do 
momento histórico, de situações políticas ou 
religiosas, de estímulos provenientes de asso-
ciações científicas, da moda, da liberdade e ini-
ciativa do pesquisador, do acaso etc.
 O pesquisador pode ter uma idéia 
inicial como ponto de partida. Após delimi-
tá-la, o seu enunciado se tornará mais claro 
e mais compreensível.
 Nas considerações de Bello (2007), a 
delimitação exige especificação. Por exemplo: o 
investigador está interessado em fazer uma pes-
quisa sobre esporte. O assunto esporte é amplo 
e vago. Deverá, então, especificar o que mais 
87
concretamente lhe interessa. Suponha-se que 
seja o papel do futebol na sociedade brasileira.
 Dessa forma, ao se definir o tema, 
chega-se, geralmente, ao enunciado do título 
do projeto. Ao observar algumas recomenda-
ções sobre o enunciado de um título, verifica-
-se que o mesmo deverá abranger o fenômeno 
ou objeto estudado, o local e as circunstâncias 
em que foi desenvolvido o estudo e, se possí-
vel, a época em que este se situa. 
 Ter-se-ia, portanto, voltado ao exem-
plo anterior, o seguinte título: “O futebol bra-
sileiro como mecanismo liberatório de tensões 
de operários de Mato Grosso do Sul, enquan-
to espectadores da década de 80”.
 Existem dois tipos de fatores, bási-
cos, para a escolha de um tema para o traba-
lho de pesquisa: os externos e os internos. 
Para tanto, procuramos relacionar algumas 
questões que devem ser levadas em conside-
ração nesta escolha:
A) FATORES EXTERNOS:
a) Limite pessoal: faz-se necessário que o pes-
quisador tenha consciência dos seus limites de 
conhecimento, a fim de não entrar em uma 
88
área, totalmente, desconhecida;
 b) Prazer, gosto pessoal pelo assunto 
ou alto grau de interesse pessoal, caso contrá-
rio poderá tornar a pesquisa num trabalho de 
sofrimento, angústias e tortura;
 c) Tempo, levando sempre em consi-
deração o volume de atividades as serem reali-
zadas para a execução do trabalho.
 
B) FATORES INTERNOS:
 a) Objetividade, escolha de temas que 
tenham importância para pessoas, grupo de 
pessoas ou para a sociedade em geral, gerando 
assim valores acadêmicos, sociais e culturais;
 b) Disponibilidade de material para 
consulta. Às vezes, o tema escolhido não foi 
muito trabalhado e há a presença de pou-
cas fontes secundárias para consulta. A falta 
destas não impede a realização da pesquisa, 
porém, faz com que o pesquisador busque 
fontes primárias de informação necessitando, 
portanto, de um tempo maior para a realiza-
ção do trabalho. Este problema não impede a 
realização da pesquisa, mas deve ser levado em 
consideração para que o tempo institucional 
não seja ultrapassado. 
89
 c) Prazos legais pra entrega do traba-
lho. Observar e cumprir os prazos estipulados 
para o trabalho final. (GRESSLER, 2003)
Levantamento ou 
Revisão de Literatura
 Localizar e obter documentos perti-
nentes ao tema a ser trabalhado tendo dispo-
nível, em mãos, o material que subsidiará o 
tema do trabalho de pesquisa. Este levanta-
mento deverá ser realizado junto às bibliote-
cas e Internet com o intuito de buscar livros, 
papers, periódicos e outros materiais existen-
tes para a confecção do trabalho. 
 Quando do início, do trabalho, deter-
mine com antecedência que bibliotecas, insti-
tuições, indivíduos, agências governamentais, 
agências particulares ou acervos que deverão 
ser procurados. Esteja preparado para copiar 
os documentos, seja através de xerox, fotogra-
fias ou outro meio qualquer.
Organização do Material Encontrado
 É necessário separar os documentos 
recolhidos de acordo com os critérios de sua 
pesquisa, podendo ser:
90
Delimitação do Problema
 A definição ou formulação do proble-
ma é um passo importante em um projeto de 
pesquisa. Depois de definido o tema, procura-
-se levantar uma questão para ser respondida 
através de uma hipótese, que será confirmada 
ou negada através do trabalho de pesquisa. 
 O problema é criado pelo próprio autor 
e relacionado ao tema escolhido. O problema é 
o questionamento para definir o alcance de sua 
pesquisa. Alguns autores sugerem que ele seja 
expresso em forma de pergunta ou afirmação; 
não existem regras rígidas nessa questão. 
 Bello (2007) traz notas importantes 
que auxiliam na delimitação do problema:
• Situá-lo no tempo e no espaço, localizando as 
fontes de origem; 
• O problema deve ser formulado de forma 
interrogativa; 
a) Nível geral do tema a ser tratado: relacionar 
todas as obras ou documentos sobre o assunto;
b) Nível específico a ser tratado: relacionar 
somente as obras ou documentos que con-
tenham dados referentes à especificidade do 
tema a ser tratado.
91
• O problema deve ser claro e preciso; 
• O problema deve ser delimitado a uma di-
mensão viável.
Hipótese = Suposição
 Tende a responder o problema su-
gerido no tema escolhido para a pesquisa. É 
a suposição da resposta, da solução para o 
problema. A realização do trabalho irá con-
firmar ou negar a hipótese levantada.
Exemplo: (em relação ao Problema defi-
nido acima).
Hipótese: A sociedade burguesa, representada 
pela classe dominante, marginaliza a população 
carente no processo educacional.
Justificativa
 A justificativa são as argumentações 
que irão convencer de que o trabalho de pes-
quisa deve ser efetivado. Embasado no tema 
escolhido pelo pesquisador e na hipótese le-
vantada, enfatiza-se a necessidade de compro-
vação do tema a ser trabalhado. É preciso cau-
92
tela neste tópico para não se tentar justificar a 
hipótese levantada, ou seja, não se deve tentar 
responder ou concluir o que ainda será pes-
quisado. Menciona-se a pretensão do trabalho 
e seu valor nos seguintes aspectos: 
Relevância científica: O que essa pesquisa 
pode acrescentar à Ciência? 
Relevância social: Que benefício pode trazer 
à comunidade? 
Interesse: O que levou à escolha do tema? 
Viabilidade: Quais as possibilidades concre-
tas desta pesquisa? 
 A justificativa posiciona o projeto no 
contexto científico e tecnológico. Deve escla-
recer os motivos pelos quais o tema foi esco-
lhido, qual a sua oportunidade e relevância so-
cioeconômica, cultural ou histórica. 
 Deve, também, levar em conta o 
potencial do estudo de vir a interessar ou 
afetar pessoas, instituições, meio ambiente, 
entre outros.
 Pode, ainda, apontar a potencialida-
de do assunto de conduzir a resultados ori-
ginais, assim como a viabilidade de execuçãodo estudo, que deve considerar prazos, re-
cursos e aptidão pessoal do pesquisador.
 A originalidade de um projeto refere-
93
-se, também, a novos enfoques, novos argu-
mentos e pontos de vista, e sua contribuição 
para algum esclarecimento.
 O processo de seleção de pesquisa en-
volve uma cadeia de opções na qual, além de 
sua viabilidade, a importância dos resultados é 
também fundamental. 
 Quais consequências terão as conclu-
sões e resultados das pesquisas? Qual o valor 
da contribuição proposta?
 Sintetizando, a justificativa do projeto 
deverá responder à seguinte pergunta: Por que 
executar o projeto? As razões apresentadas de-
vem levar em consideração que a justificativa:
a) Esteja diretamente relacionada com a ques-
tão abordada;
b) Reforce os dados e as estatísticas apresenta-
das, fundamentando a existência da questão e 
a necessidade de que seja resolvida.
Objetivos
 Para Gressler (2007), o objetivo é a 
diretriz, o elemento que dá a direção ao tra-
balho. O objetivo do projeto deve refletir sua 
finalidade, ou seja, o que se pretende alcançar 
com sua realização.
94
 O objetivo pressupõe o resultado total 
final que o projeto visa diretamente produzir. 
Deve, portanto, abranger os resultados e a si-
tuação esperada ao final da execução do pro-
jeto. Deve ser exposto com precisão, clareza e 
sem ambiguidades. 
 Pode ser descrito em tempos quanti-
tativos e qualitativos. É dimensionado e ex-
presso em forma de metas explícitas, precisas 
e verificáveis. Deve estar coerente com todos 
os elementos do projeto.
 O enunciado do objetivo, geralmente, 
começa com um verbo expresso no infinitivo, 
que indique uma ação passível de mensuração 
ou observação.
 O objetivo define aonde o pesquisador 
“quer chegar” com seu trabalho de pesquisa. Po-
dem ser Objetivos Gerais e Objetivos Específi-
cos. Utiliza-se, geralmente, o verbo no infinitivo. 
 Este quadro apresenta alguns verbos 
que basicamente podem ser utilizados na lin-
guagem científica:
Acreditar Constatar Inferir Propiciar Analisar
Demonstrar Julgar Proporcionar Apreciar Elaborar
Notar Refletir Avaliar Estudar Observar
Sugerir Concluir Evidenciar Oportunizar Supor
Configurar Examinar Perceber Verificar Identificar
Pesquisar Visualizar Compreender Ampliar Estabelecer
95
Meta
 Uma “meta” é considerada uma medi-
da explícita, objetivamente verificável e, sem-
pre que possível, pode ser quantificada, nos 
resultados pretendidos, dentro de um deter-
minado período de tempo. As metas descre-
vem a situação ou as condições que existirão 
quando o projeto atingir o seu objetivo.
 As metas são consideradas as etapas 
necessárias à obtenção de resultados, as quais, 
em sua somatória, levarão à consecução do 
objetivo. As metas devem ser:
a) Mensuráveis (refletir a quantidade a ser atingida);
b) Específicas (remeter-se a questões não ge-
néricas);
c) Temporais (indicar prazo para sua realização);
d) Alcançáveis (serem factíveis, realizáveis);
e) Significativas (guardar correlação entre os 
resultados a serem obtidos e o problema a ser 
solucionado ou minimizado).
Metodologia
 A metodologia explica detalhadamen-
te os passos de como será feita a pesquisa. O 
método que será utilizado, o tipo de pesquisa, 
96
Cronograma
 O cronograma é um item importante 
na elaboração de um projeto porque de forma 
organizada coloca-se a previsão de tempo, que 
será gasto na realização do trabalho de acordo 
com as atividades a serem cumpridas. A pre-
visão, no entanto, é estabelecida a partir das 
características da pesquisa e dos critérios de-
terminados pelo autor do trabalho.
 Podem ser divididos em dias, semanas, 
quinzenas, meses, etc. e, devem ser determina-
dos, a partir dos critérios de tempo adotados 
por cada pesquisador. 
Exemplo:
os instrumentos de coleta de dados (questio-
nário, entrevista), os sujeitos a serem pesquisa-
dos, a quantidade, o local, o tempo previsto, a 
equipe de trabalho (se tiver) e qual o tratamen-
to dos dados.
97
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98
Recursos
Anexos
Referências
 Os recursos são explicitados no caso 
do projeto ser apresentado às instituições fi-
nanciadoras de projetos de pesquisa. 
 Podem ser divididos em: Material 
Permanente, Material de Consumo e Pessoal. 
Cabe a cada organização definir os critérios 
e exigências da instituição, onde está sendo 
apresentado o projeto. 
 Inclui-se este item, no caso juntar ao 
Projeto, documentos que venham trazer escla-
recimentos ao texto. A inclusão, ou não, fica a 
critério do autor da pesquisa.
5.3 Pós-Textuais: Referências
 As referências (ou listagem) dos docu-
mentos consultados para a elaboração do pro-
jeto é um item obrigatório. Nas referências, 
constam os documentos e demais fontes de 
99
informação consultada no Levantamento de 
Literatura. 
 O documento final do projeto de pes-
quisa deve conter a seguinte estrutura: 
Capa ou Falsa Folha de Rosto (obrigatório)
Folha de Rosto (obrigatório) 
Sumário (obrigatório)
Texto do projeto contendo:
a) Introdução (obrigatório); 
b) Levantamento de Literatura (obrigatório;) 
c) Problema (obrigatório); 
d) Hipótese (obrigatório); 
e) Objetivos (obrigatório); 
f) Justificativa (obrigatório); 
g) Metodologia (obrigatório);
h) Cronograma (se achar necessário, porém, 
seria muito interessante colocá-lo);
i) Recursos (se achar necessário, não obriga-
tório);
j) Anexos (se achar necessário, não obrigatório); 
Referências (obrigatório); 
Contra Capa.
Exercícios Propostos
1. A pesquisa, enquanto proposta teórica, 
pressupõe três requisitos básicos para a sua 
100
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científi-
co e educativo. 8ª. Ed. – São Paulo: Cortez, 
2001.
LUDWIG, Antonio Carlos Will. Fundamen-
tos e prática da Metodologia Científica. 
Petrópolis RJ: Vozes, 2009.
MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas 
de pesquisa. Marina de Andrade Marcon 
- Eva Maria Lakatos. – 7ª. Ed. – São Paulo: 
Atlas, 2008.
ARTIGO 
CIENTÍFICO 
elaboração. Aponte-os.
2. Esclareça a importância da delimitação do 
tema na pesquisa. 
3. Qual o seu entendimento sobre os fatores 
externos e internos que devem ser levados em 
conta na delimitação do tema?
4. Alguns aspectos merecem atenção na ela-
boração da justificativa do projeto. Aponte-os. 
5. O cronograma é importante no projeto. 
Esclareça.
Referências Bibliográficas 
Complementares
UNIDADE 6
ARTIGO 
CIENTÍFICO 
102
 Nesta unidade, veremos o Artigo 
Científico. Estudaremos as condições e sua 
utilização, com orientações sobre as etapas e a 
estruturação do Artigo Científico.
103
6. Artigo Científico
 O artigo é um trabalho sucinto que 
pode ser original, quando apresenta temas 
como resultado de pesquisas do autor, e de re-
visão (bibliográfica), é o caso quando o autor 
resume, analisa criticamente, discute ou gera 
novas informações, com base em informações 
já publicadas, complementando com reflexões 
próprias, na perspectiva da abordagem original. 
 No artigo, as informações científicas 
são divulgadas, geralmente por publicações 
impressas, sob a forma de um documento 
científico. Independentemente de seu méri-
to científico, a redação adequada aumenta as 
possibilidades de sua publicação.
 O artigo científico tem como objeti-
vo divulgar a produção dos estudiosos das di-
104
versas áreas do conhecimento. Cada área tem 
suas características próprias, que irão refletir-
-se na redação do artigo. Os estudos literários, 
por exemplo, costumam apresentar-se na for-
ma de ensaio. (GRESSLER, 2007)
 Usualmente, a apresentação do artigo 
obedece a normas próprias, regulamentadas 
pela ABNT (NBR 6022/1994), e constitui-se 
de uma versão resumida do relatóriode pes-
quisa, que enfatiza o objetivo do trabalho, os 
procedimentos metodológicos seguidos e os 
resultados encontrados.
 Quanto à extensão dos trabalhos: o 
texto deve ser tão curto quanto possível, por 
razões de ordem econômica (custo da publi-
cação), de ordem prática (artigos longos são 
de leitura difícil e estafante), de ordem lógica e 
ética (um trabalho científico não deve conter 
mais do que o texto suficiente para comunicar 
a informação que o autor tem a transmitir).
 Assim, o texto de um artigo deve:
a) Apresentar de forma metódica os resulta-
dos de suas observações e experiências; 
b) Ter redação clara, precisa e concisa dos da-
dos ou ideias, sem perder de vista os requisitos 
técnicos do veículo de divulgação a utilizar (re-
vistas, livros etc.), bem como dos dispositivos 
105
existentes de acumulação e triagem das infor-
mações (bibliotecas, fichários, microfilmes, pu-
blicações de resumo, índices etc.).
 Mesmo no caso de artigos de revisão 
devem acrescentar aplicações ou ideias novas 
à área de estudo, não devendo constituir sim-
ples encadeamento de ideias resumidas dos 
autores consultados. Gressler (2003) classifica 
os artigos científicos em analíticos, classifica-
tórios ou argumentativos. 
 Os artigos analíticos definem e descrevem o 
assunto, apresentando suas diversas partes e as 
relações existentes entre elas; 
 O artigo classificatório efetua a ordenação 
das partes de um assunto de acordo com de-
terminado critério; 
 No artigo argumentativo foca-se um argu-
mento, para o qual são apresentados fatos que 
o provem ou refutem. 
 Geralmente, o artigo é escrito para 
ser publicado, o que, no entanto, nem sem-
pre ocorre, pois depende da qualidade do 
artigo, da orientação do conselho editorial /
científico do veículo, entre outros fatores. 
 É comum, a conversão de uma mo-
nografia (dissertação ou tese) em artigo 
para publicação em periódico, na área do 
106
tema abordado. 
 Mesmo durante a realização de uma 
pesquisa, são publicados artigos referentes a as-
pectos teóricos ou resultados parciais do tema, 
como partes de um trabalho mais amplo.
 Para submeter um artigo científico à 
apreciação de comitês ou conselhos edito-
riais de periódicos para fins de publicação, é 
preciso adequá-lo às normas de editoração de 
cada periódico. 
 Bello (2007) nos traz a estrutura do ar-
tigo que compreende três partes básicas: 
Pré-texto, Texto e Pós-texto.
1.Pré-texto
 O artigo dispensa capa e folha de ros-
to. Assim, os elementos pré-textuais compre-
endem:
1.1 Título do artigo: 
 O título deve ser definido da forma 
mais clara e concisa possível. Inicia a primeira 
página, é centralizado e escrito em corpo 14, 
negritado.
107
1.2 Autoria:
 O(s) nome(s) completo(s) do(s) autor 
(es) é ou são escritos duas linhas abaixo do 
título, alinhado(s) à direita, negritado(s). Em 
nota de rodapé, devem ser colocados as cre-
denciais do autor (especialmente dados que 
tenham a ver com o assunto do artigo) e seu 
endereço de contato.
1.3 Instituição de origem:
 Logo abaixo do nome, também ali-
nhado à direita, escreve-se a instituição (fa-
culdade, curso, universidade) à qual cada au-
tor pertence.
1.4 Resumo: 
 Resumo em português, com no máxi-
mo 250 palavras, contendo o objetivo, meto-
dologia e principais resultados. É justificado, 
sem parágrafos (texto corrido).
1.5 Palavras-chave: 
 
 Listar de três a cinco palavras-chave 
108
em português, como indicativos do tema cen-
tral do artigo.
 Abstract: Tradução do resumo em in-
glês. (se necessário, depende da finalidade do 
artigo e da exigência ).
 Key words: Tradução das palavras-
-chave em inglês.
Observação: Ao invés de inglês, pode ser 
escolhido o espanhol como segunda língua. 
2. Texto:
 O texto divide-se em: Introdução, De-
senvolvimento e Conclusão (Considerações).
 Os títulos devem ser centralizados, em 
corpo 14 e negritados.
 A Introdução e a Conclusão cons-
tituem títulos. Já, o desenvolvimento deve 
receber títulos/subtítulos, conforme o tipo 
de estudo, da mesma forma que os vários 
tipos de monografia. 
 Assim, em um estudo empírico, o de-
senvolvimento poderá subdividir-se em Mé-
todo (Amostra, Instrumento, Procedimento), 
Resultados e Discussão.
 No caso de estudo empírico, a revisão 
bibliográfica poderá fazer parte da Introdu-
109
ção, ou constituir capítulo à parte. 
 Em artigo de revisão, o desenvolvi-
mento poderá receber subtítulos de acordo 
com a organização do assunto.
 As figuras e tabelas devem ser apre-
sentadas em preto e branco, não excedendo o 
tamanho de 17,5 (largura) x 23,5 (altura). Para 
a construção de figuras/tabelas sugere-se a 
utilização de Word for Windows e Excel, ou 
compatíveis. Deve ser utilizado o sistema de 
chamada autor-data. 
3. Pós-texto
3.1 Referências e/ou Bibliografia: 
 Devem ser listadas em ordem alfabética.
 As Referências Bibliográficas ou Bi-
bliografia referem-se à listagem das obras con-
sultadas mencionadas no corpo do trabalho. 
Podem ser documentos, livros, revistas, perió-
dicos, documentos digitais, sites da Internet.
 O objetivo é apresentar ao leitor as obras 
e os autores que serviram de base para a elabora-
ção do mesmo. Oferece também uma ideia geral 
da documentação consultada e possibilitam ao 
110
leitor aprofundar o tema, mediante consulta pes-
soal às fontes originais.
 A elaboração das referências biblio-
gráficas é regida por normas estabelecidas pela 
Associação Brasileira de Normas Técnicas – 
ABNT, desde 1970, e que devem ser rigorosa-
mente obedecidas. Para maiores detalhes, ver:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS-ABNT, Rio 
de Janeiro. AGO 
1989/ NBR/ 6023. Referências bi-
bliográficas. Rio de Janeiro, 1990.
3.2 Anexos: 
 Se julgar necessário, anexar docu-
mentos que servem de ilustração, comprova-
ção ou fundamentação. 
 As normas de digitação, número de 
laudas etc., deverão atender à normalização 
própria de cada instituição ou órgão (revista, 
periódico), onde será publicado o artigo.
4. Redação Científica
 É interessante ressaltar algumas notas 
gerais sobre a redação em um trabalho cien-
111
tífico. Pois, no artigo científico mais espe-
cificamente é utilizado um estilo chamado 
técnico-científico, diferente dos utilizados 
em outros tipos de elaborações. O artigo 
científico tem características próprias, é um 
trabalho sucinto e objetivo, portanto requer 
uma redação especificamente elaborada, 
o que exige do autor um elevado conheci-
mento sobre o que irá escrever e uma leitura 
apurada do material a ser pesquisado.
 Pontos que merecem destaque em 
uma redação científica, no caso do artigo, de 
acordo com Bastos (2000):
a) Clareza - não deixe margem a interpreta-
ções diversas;
b) Não utilize linguagem rebuscada, termos 
desnecessários ou ambíguos; evite falta de or-
dem na apresentação das ideias;
c) Precisão - cada palavra traduz exatamente o 
que o autor transmite;
d) Comunicabilidade - abordagem direta e 
simples dos assuntos; lógica e continuidade 
no desenvolvimento das ideias; uso correto 
do pronome relativo “que”; uso criterioso da 
pontuação;
e) Consistência - de expressão gramatical; de 
categoria - equilíbrio existente nas seções de 
112
um capítulo ou subseções de uma seção; de 
sequência - ordem na apresentação de capítu-
los, seções e subseções do trabalho.
 Para uma melhor compreensão da 
leitura, é preciso ter o cuidado também 
para elaborar parágrafos curtos para não 
tornar a leitura cansativa, e dar margens a 
interpretações confusas ou ambíguas. 
 O texto deve ficar apresentável com a 
inserção de citações e suas respectivas referên-
cias bibliográficas, indicando as leituras existen-
tes e, devidamente fundamentadas. Deve tam-
bém apresentar coerência e articulação entre as 
partes. Interrelacionando, portanto a introdu-
ção, o desenvolvimento e a conclusão.
Exercícios Propostos
1. Com suas palavras defina o artigo científico. 
2. O artigo científico tem características próprias. 
Esclareça.
3. Na opinião de Gressler (2003), os Artigos 
Científicos podem

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