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02 Sistemas de Gestão de Estoques

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Planejamento e 
Controle de Produção
Material Teórico
Sistemas de gestão de estoques
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Antonio Marcos Crivelaro
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
5
Para o melhor aprendizado, é importante que você leia e estude o material teórico, assim 
como se aproprie da bibliografia recomendada. Também é fundamental sua participação 
nas atividades propostas para esta Unidade dentro dos prazos estabelecidos.
Nesta Unidade serão apresentados os objetivos da gestão de 
estoques, a importância da logística para o setor produtivo e 
os tipos de estoques. São apresentados, também, os modelos 
de gestão de estoques e a classificação ABC de produtos, essa 
que tem como base o Princípio de Pareto, extremamente útil 
para a atividade de gestão de estoques.
Introdução
Gestão de estoques
Como fazer uma curva ABC?
Sistemas de gestão de estoques
6
Unidade: Sistemas de Gestão de Estoques
Contextualização
Aspectos do dia a dia de nossa vida pessoal acontecem também nas atividades profissionais. 
Exemplo disso é a necessidade da consolidação de estoques, da mesma forma ocorre nas 
indústrias de manufatura e empresas prestadoras de serviços. Toda vez que são estabelecidos 
objetivos de produção é necessário formular planos sobre como atingi-los. Nesse planejamento, 
além das atividades inerentes ao setor produtivo, é importante definir e organizar instalações 
de armazenagem e transporte de produtos. No âmbito da administração da produção, este 
processo é realizado pela função de gestão de estoques, que é uma das atividades da Logística.
Exemplificando com fatos do cotidiano, o que é necessário para manter a alimentação diária 
de uma família? Quais produtos podem ser armazenados? Quanto tempo pode ser armazenado? 
Quais as condições de armazenagem? Qual quantidade deve ser armazenada? O que devemos 
comprar diariamente? Como controlar a quantidade de produtos armazenados? Tendo essas 
informações, estabelecem-se as quantidades de cada produto e os equipamentos necessários 
para a armazenagem (prateleiras, geladeiras, frízeres etc.). Podem surgir questões sazonais, como 
aniversários: quantas pessoas estarão presentes na festa? Quanto cada indivíduo consumirá de 
bebida, doces e salgados? Essas preocupações quanto à armazenagem são similares quando se 
compara com as necessidades de uma empresa.
Uma empresa pode passar por situações mais complexas, como armazenagem de matéria-
prima, de produtos em trânsito e acabados. Mas, similarmente ao nosso cotidiano, faz-se 
necessário estimar a sazonalidade da demanda de seus produtos.
A gestão de estoques no dia a dia de uma residência atinge níveis de excelência após o 
conhecimento dos inúmeros aspectos inerentes à cada família. O mesmo ocorre com as empresas.
A experiência acumulada pelos membros da equipe da gestão de estoques é o ponto 
fundamental para o sucesso da empresa, no atendimento à demanda de produtos pelos 
seus clientes.
Assim, com este exemplo simples de nosso cotidiano, lembre-se que as organizações podem 
ter situações mais complexas em sua rotina. 
Cabe ao engenheiro de produção identificar as características de sua empresa e construir um 
sistema de gestão de estoques capaz de atender suas necessidades produtivas e de mercado.
7
Introdução
O principal objetivo da gestão de estoques consiste em evitar o excesso ou a falta de 
suprimentos para a produção e as vendas. Dentre outras ações, através da gestão de estoques é 
possível reduzir a possibilidade de extravios de estoques e danos aos produtos e suas embalagens 
(perdas materiais).
Empresas que atuam como fabricantes ou montadoras, voltadas para a produção de bens, dependem 
de um estoque bem gerenciado por uma série de razões. A gestão de estoques, no contexto de uma 
indústria, normalmente se refere à gestão dos recursos materiais que podem ajudar a organização na 
geração futura de receita. O responsável por esta parte da gestão é o gerente de operações.
A gestão cautelosa dos estoques poderá permitir que a empresa execute suas operações de 
produção e vendas sem problemas com suprimentos, isto é, com continuidade de produção 
e vendas. Um sistema de gerenciamento de estoques bem administrado permite que uma 
empresa possa reduzir seus custos de produção e de vendas. Os principais benefícios desse 
gerenciamento correspondem ao pleno atendimento de toda a demanda para que na compra 
em certa quantidade e de maneira planejada possa obter significativos descontos.
O que é pior, faltar material para o sistema produtivo ou ter excesso de matéria-prima e 
insumos, inclusive, podendo ter dificuldade de armazenamento dos produtos em área coberta?
A eficiência do processo logístico caracteriza maior fluidez de produção. O cenário ideal 
para as empresas ocorre quando o fornecimento e a demanda estão alinhados, isto é, tem 
um mesmo ritmo. Quando a taxa de fornecimento excede a taxa de demanda, o estoque de 
produto acabado aumenta e, no caso oposto, o estoque diminui. A falta de matéria-prima ou 
de insumos, ou em quantidade errada, ou mesmo com prazo de entrega superior ao planejado, 
pode causar diversas alterações no processo produtivo, tais como:
 · Aumento da duração das atividades da produção;
 · Paralisação de máquinas e equipamentos produtivos;
 · Queda de produtividade devido as paradas por falta de matéria-prima;
 · Falta de disponibilidade de produtos acabados. Nesse caso, poderá gerar a redução 
de volumes de vendas, redução da lucratividade, insatisfação de clientes e perda de 
mercado para a concorrência.
Níveis baixos de estoque são almejados pela indústria, mas sem acarretar, ou acarretando 
o mínimo possível, perdas no nível de atendimento às demandas dos clientes ou custos mais 
elevados. O excesso de estoques pode acarretar diversos problemas para a empresa, em termos 
de custos (necessidade de mais espaços, aumento do custo de seguros , aumento dos cuidados 
com o material estocado etc.) e de perdas financeiras (o produto estocado pode ser visto como 
dinheiro parado). 
A Logística consiste no processo de gerenciamento estratégico da aquisição, movimentação 
e armazenagem de materiais, peças, produtos semiacabados, produtos acabados e informações 
correlatas, através da organização e seus canais de marketing.
8
Unidade: Sistemas de Gestão de Estoques
Por exemplo, no caso do fornecimento de leite para a produção de queijos, o leite é vendido 
in natura para os donos de tanque de resfriamento ou diretamente para os laticínios. O queijo 
é uma maneira de conservar o leite por longos períodos de tempo. Os principais conservantes 
que dão ao queijo essa longevidade são o sal e os ácidos. Como referências numéricas de 
rentabilidade na produção de queijos, tem-se:
 · Doze litros de leite produzem um quilo de queijo gruyèra (tipo suiço);
 · Dez litros de leite produzem um quilo de queijo muçarela;
 · Cinco litros de leite produzem um quilo de queijo fresco (tipo Minas).
É importante conhecer esses números de rentabilidade, porque influenciam diretamente nos 
custos de produção. É lógico que na sua composição de preços, queijos com maior consumo 
de leite devem custar mais. Os profissionais que fazem o planejamento e controle da produção, 
possuem valores numéricos de consumo e produtividade para cada tipo de produto.
 
 Atenção
Avanços tecnológicos no processo de fabricação de queijos que melhorem a rentabilidade entre litros 
de leite e quilos de queijo fabricados resultarão em aumento da lucratividade do laticínio.
No processo de fabricação de queijos, por exemplo, o leite sofre diversas transformações até 
adquirir propriedades interessantes e sabores deliciosos para tal finalidade. Existem algumas 
diferenças no processo de produção dos queijos, porém algumas fases são comuns, como 
descrito a seguir:
 · Coagulaçãoda caseína do leite: enzimas de origem vegetal ou mesmo de bactérias para 
causar a coagulação; 
 · Formação da coalhada: adição de cloreto de cálcio (para acelerar a coagulação, ajudando 
a firmar o coágulo) e de nitrato de sódio ou de potássio (para inibição da ação de 
possíveis microorganismos contaminantes);
 · Corte da coalhada: liberação do soro;
 · Enforme e prensa da massa do queijo;
 · Salga e embalagem;
 · Envelhecimento do queijo (amadurecimento): por alguns meses, em um local fresco, para 
melhorar seu sabor e consistência, as enzimas e as bactérias continuam modificando as 
proteínas, as gorduras e os açúcares do queijo. Os furos do queijo suíço surgem durante 
o amadurecimento, entre quatro e seis semanas, onde as bactérias especiais fermentarão 
a lactose restante e produzirão bolhas de dióxido de carbono. No queijo prato, por 
exemplo, esse processo corresponde a um período de, aproximadamente, quarenta dias. 
9
Na maioria dos casos, a maturação dos queijos é realizada em câmaras com controle de 
temperatura e umidade (quando os queijos são maturados fora da embalagem). Quanto maior 
o tempo de maturação, mais firme o queijo ficará e mais intenso será o seu sabor. Em um tempo 
de maturação curto, o queijo apresenta sabor e consistência mais suaves.
Figura 1 – Formas com queijo.
Figura 2 – Prateleiras com queijos em processo de 
maturação.
Fonte: Ilker/Freeimages.com. Fonte: Vjeran Lisjak/Freeimages.com.
As figuras 1 e 2 apresentam etapas do sistema de produção de queijos em formas metálicas 
(Figura 1) para a moldagem e prateleiras (Figura 2) para a maturação de queijos que foram 
desformados e salgados. Formas em espessuras adequadas e em quantidades suficientes são 
necessárias para o correto andamento desse sistema de fabricação. Além disso, nas imagens 
notamos as estantes montadas com prateleiras espaçadas em um arranjo físico que permite a 
circulação do ar e a manutenção da umidade no ambiente.
Figura 4 – Manta de espuma térmica.Figura 3 – Galpão da industria de queijos.
Fonte: William Schenold/Freeimages.com Fonte: Chris Cummings/Freeimages.com
A Figura 3 apresenta um galpão com revestimento externo e isolamento térmico que auxilia 
no processo de maturação de queijos ao controlar a temperatura interna, enquanto a Figura 4 
mostra em detalhe a manta de espuma que garante tal revestimento térmico. 
10
Unidade: Sistemas de Gestão de Estoques
Se o objetivo da empresa é manter os estoques necessários para suas operações financiadas 
pelos fornecedores, então o prazo médio de estocagem deve ser menor ou igual ao prazo médio 
de pagamentos aos fornecedores. Para as empresas que têm dificuldades de caixa e precisam 
recorrer a bancos para pagar seus compromissos em dia, a situação desejada é que os estoques 
sejam financiados pelos fornecedores.
A gestão de estoques é uma tarefa trabalhosa – tanto pela variedade de itens comercializados, 
como ocorre no caso dos laticínios, quanto pela quantidade de informações necessárias à 
gestão. Não basta estar atento à gestão de estoque dos insumos diretos (leite, enzimas, formas 
de queijo etc.), os estoques de materiais de uso indireto também devem ter controladas, casos 
da manutenção de prateleiras e do revestimento térmico no telhado e nas paredes do galpão 
que abriga a fabrica de queijos, sem esquecer dos caminhões para o transporte externo e das 
empilhadeiras para o transporte interno desse produto. 
Figura 5 – Empilhadeira. Figura 6 – Caminhão.
Fonte: Nino Satria/Freeimages.com Fonte: Rafael Vila/Freeimages.com
As figuras 5 e 6 apresentam veículos de transporte interno (empilhadeira) e externo (caminhão).
Isso basta? Não! É necessário preocupar-se também com o tipo de abastecimento de energia 
à planta industrial e que permitirá, por exemplo, o correto resfriamento do leite. Nesse ponto 
a análise não deve ser apenas financeira, pois a garantia e constância do fornecimento são 
aspectos fundamentais.
Figura 7 – Gás Figura 8 – Energia elétrica
Fonte: Borutc/Freeimages.com Fonte: Fernando Fazzane/Freeimages.com
11
As figuras 7 e 8 apresentam duas opções de abastecimento energético: gás derivado de 
petróleo (Figura 7) e energia elétrica (Figura 8).
Alguns controles e procedimentos simples facilitam a gestão de estoques:
 · Controle físico e financeiro de estoques;
 · Política de compras;
 · Análise comparativa: estoque atual versus estoque desejado;
 · Análise comparativa: estoque atual versus valores a pagar aos fornecedores;
 · Custo econômico dos estoques excedentes;
 · Armazenagem e arrumação adequada dos produtos.
O controle físico e financeiro de estoques devem ser realizados conjuntamente. Por que? Não 
basta atender as necessidades do sistema produtivo, é necessário estar em sintonia com o fluxo 
de recursos financeiros: Existem recursos financeiros para honrar esses compromissos? Como 
programar esses pagamentos? 
A existência de uma política de compras orienta sobre os quesitos de escolha de fornecedores 
e formas de pagamento, dentre outros aspectos. 
Quanto à política de estoques, é importante lembrar que o excesso de estoque e falta de 
recursos financeiros não combinam! É necessário identificar os níveis de estoques necessários 
em cada tipo de produção e empresa.
A armazenagem e arrumação adequada, nesse exemplo, pode ser explicada analisando 
dois tipos de queijo: o queijo amarelo tipo parmesão e o queijo branco. O primeiro pode 
ser armazenado fora da geladeira durante meses, isso permite uma adaptação às variações 
de demanda de consumo. Já o queijo branco é mais sensível às variações de temperatura, 
necessitando de refrigeração, dado que possui curto prazo de validade. Esses dois perfis indicam 
que a gestão de estoques do queijo parmesão é menos complexa, de modo que o queijo amarelo 
pode ter um incremento em sua produção caso o preço do leite esteja em baixa porque pode ser 
estocado por mais tempo. No caso do queijo branco o aumento da produção está intimamente 
ligado ao aumento da demanda.
 
 Explore
Assista ao vídeo intitulado Administração do tempo, produtividade e colaboração e disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=-F-7a57cUMU>
12
Unidade: Sistemas de Gestão de Estoques
Figura 10 – Queijo branco.Figura 9 – Queijo amarelo.
Fonte: Victor Machado/Freeimages.com Fonte: Paulo Gonçalves/Freeimages.com
A Figura 9 apresenta fatias de queijo amarelo embalados em filmes plásticos (sem refrigeração), 
enquanto a Figura 10 ilustra uma fatia de queijo branco (essa com necessidade de refrigeração).
Prever com maior precisão a demanda de produtos é, sem dúvida, uma das grandes 
dificuldades encontradas pelas empresas. Existem incertezas relacionadas ao mercado e ao 
processo produtivo das organizações no mundo real. Além disso, a taxa de consumo de produtos 
não é totalmente previsível, podendo variar consideravelmente em torno da média.
A dificuldade de armazenamento também ocorre em pizzarias e restaurantes. O popular queijo 
muçarela tem um aspecto amarelo que requer refrigeração, mas seu razoável prazo de validade 
permite que pizzaiolos e cozinheiros utilizem uma peça durante alguns dias. Assim, é mais fácil 
encontrar refeições em que o queijo oferecido é o amarelo, dado seu maior prazo de validade.
Em síntese, a principal função da administração de estoques é maximizar o uso dos recursos 
envolvidos na área logística da empresa e com grande efeito dentro dos estoques.
Tipos de estoques
O objetivo da previsão de demanda não se relaciona diretamente com erro zero, mas sim 
com a minimização de erros devido ao acesso à base de dados da economia e de informações 
cada vez mais condizentes com o mercado. Os métodos de previsão de demanda podem ser 
divididos em dois grupos: qualitativos ou quantitativos. 
Os métodos de qualitativos previsão de demanda dependemda experiência acumulada pelos 
especialistas para predizer a probabilidade do resultado de eventos. Esses são necessariamente 
utilizados quando dados são insuficientes ou inadequados para uma análise quantitativa. Descrevem 
a complexidade de determinado problema, sendo necessário compreender e classificar os processos 
dinâmicos vividos nos grupos, contribuir no processo de mudança, possibilitando o entendimento das 
mais variadas particularidades dos indivíduos. Os dados qualitativos incluem também informações 
não expressas em palavras, tais como fotografias, desenhos e filmes.
13
Por sua vez, os métodos quantitativos de previsão de demandase baseiam principalmente na 
utilização de números e técnicas estatísticas, objetivando resultados que evitem possíveis distorções 
de análise e interpretação, possibilitando maior margem de segurança. É necessário identificar 
as variáveis específicas que possam ser importantes, para assim poder explicar as complexas 
características de um problema. Os métodos quantitativos podem ser subdivididos em:
 · Métodos de série temporais: análise estatística de dados passados; 
 · Métodos causais: análises estatísticas de realizações passadas, relacionadas às variáveis 
de interesse para a previsão solicitada.
O desequilíbrio entre as taxas de fornecimento e de demanda levam a diferentes tipos de 
estoque, a saber:
 · Estoques de proteção: visam compensar as incertezas de fornecimento e demanda, em 
períodos de chuvas e ocorrência de greves, para citar dois exemplos;
 · Estoques de ciclo: ocorrem quando um ou mais estágios nas operações não conseguem 
fornecer simultaneamente todos os itens que produzem. Por exemplo, na fabricação de 
bolos de frutas que são recheados com frutas fora de época, em virtude da falta dessas 
frutas boa parte desses produtos apenas conseguem ser ofertados com caldas ou geleias;
 · Estoque de antecipação: utilizado comumente quando as flutuações de demanda 
são significativas, mas relativamente previsíveis ou também quando as variações de 
fornecimento são significantes. Por exemplo, fabricação de ovos de Páscoa;
 · Estoques de distribuição: casos em que não se pode transportar constantemente os 
materiais entre o ponto de fornecimento e o ponto de demanda, formando-se um 
estoque em trânsito ou estoque de canal de distribuição.
Figura 12 – Água.Figura 11 – Madeira.
Fonte: Thinkstock/Getty Images Fonte: Thinkstock/Getty Images
14
Unidade: Sistemas de Gestão de Estoques
Figura 13 – Carne bovina Figura 14 – Vinho
Fonte: Thinkstock/Getty Images Fonte: Mario Alberto Magallanes Trejo/Freeimages.com
As figura 11, 12, 13 e 14 apresentam alguns tipos de estoques, respectivamente:
 · Pilha de troncos de madeira utilizada como lenha para a queima e geração de calor 
(estoque de distribuição); 
 · Reservatórios municipais de água potável localizados nas partes altas das cidades, que 
são influenciados pelos ciclos de chuvas (estoque de proteção);
 · Rebanho de gado de corte destinado ao fornecimento de carne, que sofre grande 
influência de oferta em função do preço de mercado (estoque de ciclo);
 · Tonéis de vinho que necessitam de anos de armazenamento para a melhoria da qualidade 
desse produto (estoque de distribuição).
Gestão de estoques
A gestão de estoques deve considerar todos os custos incorridos de qualquer decisão ou 
metodologia que venha a ser empregada na organização. Dessa forma, torna-se imprescindível 
que a empresa tenha bem definida sua política de estoques, ou seja, os princípios pelos quais o 
abastecimento e a saída de produtos, acabados ou não, seguem.
Administrar estoques corresponde a tomar decisões em um âmbito mais geral da empresa, 
envolvendo departamentos de compras, produção, vendas e financeiro. É preciso integrar e 
controlar quantidades e valores de todas as atividades envolvidas. Aumentar a eficiência da 
utilização de recursos internos equivale à economia de custos, menores desperdícios e maior 
eficiência do processo como um todo.
15
 
 Diálogo com o Autor
Decisões na gestão de estoques
• Quanto pedir: especificação da quantidade requerida com base em demandas futuras esperadas, 
restrições de suprimentos, descontos existentes e custos envolvidos; 
• Quando pedir: momento exato de emitir uma nova ordem determinada pelo ponto de pedido, 
ou seja, data através da qual o pedido atende exatamente as necessidades da empresa, que 
depende do lead time de ressuprimento, da demanda esperada e do nível de serviço desejado; 
• Com que frequência revisar os níveis de estoque: continuamente ou periodicamente, dependendo 
da tecnologia presente e dos custos de revisão, entre outros fatores; 
• Onde localizar os estoques: decisões de localização se houver a possibilidade de haver centros de 
distribuição; depende dos custos de distribuição, restrições de serviço, tempo em que os clientes 
aceitam esperar, tempo de distribuição, custos de estoque e das instalações; 
• Como controlar o sistema: utilização de indicadores de desempenho e monitoramento das 
operações para apoiar medidas corretivas e ações de contingência, se o sistema logístico estiver 
fora de controle. 
Fonte disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_TN_STP_135_857_19270.pdf>.
A gerência de um estoque implica lidar com dois fatores básicos:
 · O controle físico e contábil da movimentação das peças e artigos;
 · Seu ressuprimento periódico, a fim de que haja, em tempo hábil, disponibilidade de material.
A proposta de adoção do estoque mínimo consiste em utiliza a menor quantidade de material 
que deverá existir no estoque para prevenir qualquer eventualidade ou situação de emergência. 
A quantidade mínima é o material necessário a, pelo menos, um mês de consumo, ou como 
alternativa, a quantidade igual a maior retirada do material de estoque de uma só vez.
Diversos modelos de gestão de estoques podem ser encontrados na literatura. Genericamente 
podem ser divididos em dois grandes grupos:
 · Modelos reativos: não é prioritário obter previsões sobre a demanda para tomar as 
decisões de abastecimento de estoques. A experiência dos gestores e os comportamentos 
históricos possuem mais influência na tomada de decisão;
 · Modelos ativos: baseiam-se fortemente em previsões sobre a demanda futura para tomar tais decisões.
Devido à simplicidade que geralmente existe em suas operações, o modelo reativo é intensamente 
utilizado. Eventualmente, os gestores fazem hipóteses sobre o comportamento da demanda durante a 
determinação dos parâmetros iniciais que operam os modelos. O modelo atua reagindo à demanda 
e à eficiência em se manter níveis de estoque e perdas de oportunidades dependem de quanto a 
demanda se afasta de um comportamento constante estacionário.
O desempenho e a eficácia dos estoques podem ser aumentados substancialmente através 
da integração da informação (previsões, pedidos, planos) para toda a cadeia de distribuição 
e empresa em geral. As ferramentas de integração mais adequadas são o Efficient Consumer 
16
Unidade: Sistemas de Gestão de Estoques
Response (ECR) e o Continuous Replenishment Program (CRP). Atualmente, a tendência é 
a implantação dos sistemas de Supply Chain Management (SCM), Enquanto os Enterprise 
Resource Planning (ERP) são sistemas transacionais que tendem a focar no nível operacional 
e os softwares Supply Chain Management (SCM) possuem mais ferramentas analíticas que 
armazenam dados.
O controle digital dos produtos disponíveis e necessários para a produção apresenta uma série 
de vantagens, entre as quais a menor intervenção humana no fluxo de informações, mitigando 
a margem de erros e garantindo a simultaneidade da informação.
A classificação ABC, ou curva ABC, tem como principal fundamento a diferenciação dos 
produtos em categorias, onde determinados produtos necessitam demaior (ou menor) controle 
devido a seu impacto quanto ao preço, demanda (para produção e venda), facilidade de 
reposição ou competitividade. Portanto, é uma classificação estatística de materiais, baseada no 
Princípio de Pareto, em que se considera a importância dos materiais, baseada nas quantidades 
utilizadas e em seu valor. Também pode ser utilizada para classificar clientes em relação aos seus 
volumes de compras ou à lucratividade proporcionada; classificação de produtos da empresa 
pela lucratividade proporcionada etc.
O Princípio de Pareto afirma que existe um forte desequilíbrio entre causas e efeitos, de 
uma maneira genérica, 80% dos resultados obtidos estão relacionados com 20% dos esforços 
empregados, ou seja, uma minoria de ações leva a uma maior parte dos resultados. A seguir 
alguns fatos que ilustram o Princípio de Pareto:
 · 80% do total de vendas estão relacionadas com 20% dos produtos;
 · 80% dos lucros condizem com 20% dos clientes;
 · 80% dos resultados são obtidos por 20% dos funcionários.
Para Pensar
Deem-me erros frutíferos, cheios de sementes, rebentando com as suas próprias correções. Podem 
guardar a vossa verdade estéril para vós mesmos (Vilfredo Pareto).
No que diz respeito à análise de clientes, a curva ABC serve para analisar a dependência ou 
risco face a um cliente, ou ainda para quais tipos de clientes a organização deve focar. Consiste 
em ordenar os clientes por ordem decrescente em relação a contribuição desses para a empresa, 
de modo a ser possível segmentá-los por grau de dependência, de risco ou ainda por outro 
critério a ser definido:
 · Classe A: diz respeito aos principais itens em estoque de alta prioridade, foco de atenção 
do gestor de materiais, pois são materiais com maior valor, devido à importância 
econômica desses. Estima-se que 20% dos itens estocados correspondem a 80% do 
valor em estoque; 
 · Classe B: compreende os itens que ainda são considerados economicamente preciosos, 
logo após os itens de classe A e que recebem cuidados medianos. Estima-se que 30% 
dos itens estocados correspondem a 15% do valor em estoque;
17
20% representa 80%!
 · Classe C: corresponde aos itens que não deixam de ser importantes, pois a ausência 
desses pode inviabilizar a continuidade do processo. No entanto, o critério estabelece 
que seu impacto econômico não é dramático, o que possibilita menos esforços. Estima-
se que 50% dos itens estocados correspondem a 5% do valor em estoque.
Vilfredo Pareto nasceu em Paris, em 15 de julho de 1848, mas foi educado na 
Itália. Estudou Matemática, Física e Engenharia na Universidade de Turim, onde se 
graduou em 1870. Também estudou Economia e foi indicado como professor de 
Economia Política na Universidade de Lausanne, na Suíça. 
Pareto é mais conhecido pela sua abordagem matemática da Economia e Sociologia. 
Seu trabalho mais influente talvez fora o Trattato de Sociological generale, publicado 
em 1916, obra em que explorou as relações entre as ações individuais e sociais. 
Em primeiro lugar, devem ser relacionados todos os itens que 
foram consumidos em determinado período (1). Depois, para cada 
item registra-se o preço unitário (2) e o consumo (3) no período 
considerado. Para cada item, calcula-se o valor do consumo (4), 
que é igual ao preço unitário X consumo. Registra-se a classificação 
(5) do valor do consumo (1 para o maior valor, 2 para o segundo 
maior valor e assim por diante). Assim, confira a Tabela 1:
Tabela 1 – Preço unitário, consumo, valor do consumo e classificação.
Material (1) Preço Unitário (2) Consumo (3) Valor do consumo (4) Classificação (5)
Mat 1 1,5 15 22,5 5
Mat 2 0,96 20 19,2 7
Mat 3 2,14 50 107 2
Mat 4 3,56 90 320,4 1
Mat 5 0,88 10 8,8 9
Mat 6 0,32 14 4,48 10
Mat 7 1,45 15 21,75 6
Mat 8 1,33 22 29,26 4
Mat 9 2,01 15 30,15 3
Mat 10 1,43 10 14,3 8
Depois disso, colocam-se em ordem os itens de acordo com a classificação (5). Para cada 
item, lança-se o valor de consumo acumulado (6), que é igual ao seu valor de consumo somado 
ao valor de consumo acumulado da linha anterior. Para cada item, calcula-se o percentual sobre 
o valor total acumulado (7), que é igual ao seu valor de consumo acumulado dividido pelo valor 
de consumo acumulado do último item. Veja a Tabela 2:
Como fazer uma curva ABC?
18
Unidade: Sistemas de Gestão de Estoques
Tabela 2 – Valor do consumo, consumo acumulado e porcentagem acumulada.
Material (1) Valor do consumo (4) Consumo acumulado (6) Porcentagem (7)
Mat 3 320,4 320,4 55,45
Mat 4 107,00 427,4 73,97
Mat 9 30,15 457,55 79,18
Mat 8 29,26 486,81 84,25
Mat 1 22,5 509,31 88,14
Mat 7 21,75 531,06 91,90
Mat 2 19,2 550,26 95,23
Mat 10 14,3 564,56 97,70
Mat 5 8,8 573,36 99,23
Mat 6 4,48 577,84 100,00
As porcentagens da Tabela 2 demarcam as regiões A, B e C no Gráfico 1:
Gráfico 1 – Curva ABC (Pareto).
Administração de estoques não visa apenas a sua organização, mas também a área de 
segurança nos transportes. Nesse sentido, a segurança do trabalho na gestão de estoques 
necessita observar as seguintes regras:
 · Manter limpo e em bom estado o espaço onde os materiais são transportados;
 · Usar equipamentos necessários para sua proteção pessoal, como luvas, óculos, botas etc.;
 · Não levantar sozinho materiais em peso excessivo, para não correr o risco de os derrubar;
 · Não guiar os veículos destinados à movimentação de carga em velocidade excessiva 
dentro da fábrica.
Ideias-chave
A gestão de estoques aliada a adequadas instalações e controle eficiente dos prazos e quantidades 
permite que o cliente tenha uma satisfatória prestação de serviço.
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Material Complementar
MINGRONI, Hannah Collaço. Planejamento das Necessidades de Distribuição (DRP): 
um modelo para exportação de papel. 2013. TCC (Bacharelado em Engenharia de Produção) 
- Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. Disponível em: <http://
pro.poli.usp.br/wp-content/uploads/2013/04/tf-hannah-FINAL-7-11-2012.pdf>. Acesso em: 
14 jul. 2014.
SILVA, Mário César da; NUNES, Rosângela Venâncio; ASSIS, Charles Washington Costa 
de. A influência da falta de estoque nos custos de manutenção na gestão de frota - o caso 
de uma empresa de transporte de passageiros do Ceará. In: CONGRESSO NACIONAL DE 
EXCELÊNCIA GEM GESTÃO (CNEG), 9, 20/22 jun. 2013. Anais... 2013. Disponível em: 
<http://www.excelenciaemgestao.org/Portals/2/documents/cneg9/anais/T13_0628_3688.pdf>. 
Acesso em: 14 jul. 2014.
VASCONCELOS, Anna Paula dos Santos; SILVA, Maria Celis Pinheiro da. Reestruturação da 
gestão de estoques em uma empresa de pequeno porte. 2013. TCC (Bacharelado em 
Engenharia de Produção) – Universidade da Amazônica, Manaus, AM, 2013. Disponível em: 
<http://www.unama.br/novoportal/ensino/graduacao/cursos/engenhariaproducao/attachments/
article/122/REESTRUTURA%C3%87%C3%83O%20DA%20GEST%C3%83O%20DE%20
ESTOQUES%20EM%20UMA%20EMPRESA%20DE%20PEQUENO%20PORTE.pdf>. 
Acesso em: 14 jul. 2014.
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Unidade: Sistemas de Gestão de Estoques
Referências
ARNOLD, J. R. T. Administração de materiais. São Paulo: Atlas,1999.
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. 4. ed. Porto Alegre, RS: 
Bookman, 2001. 
BANZATTO, E. WMS: sistema de gerenciamento de armazéns. São Paulo: IMAM, 1998. 
CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégias 
para a redução de custos e melhorias dos serviços. São Paulo: Pioneira, 2002.
CORTÊS, P. L. Administração de sistemas de informação. São Paulo: Saraiva, 2007.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 2. ed. São Paulo: 
Atlas, 2008.
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Anotações
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