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Prévia do material em texto

Evandro Castro Pedro
Ricardo Souza Cerqueira
Paulo Teixeira de Sousa
Gestão de estoques 
e ArmAzenAGem
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. 
Imagem da capa: © Macrovector // Shutterstock.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte 
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos 
direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
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Autoria
Supervisão Editorial
Parecer Técnico
Validação Institucional
Layout de Capa
Prof. Paulo Arns da Cunha 
Prof. José Pio Martins
Prof. Carlos Longo
Prof. Everton Renaud
Profa. Roberta Galon Silva
Prof. Evandro Castro Pedro
Prof. Ricardo Souza Cerqueira
Prof. Paulo Teixeira de Sousa
Bianca de Brito Nogueira 
Carlos César Ribeiro Santos
Regiane Rosa 
Valdir de Oliveira
DTCOM 
DIRECT TO COMPANY S/A
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design 
Instrucional, Edição de Arte, Diagramação, 
Imagem de Capa, 
Design Gráfico e Revisão Textual
Ícones
Afirmação
Contexto
Biografia
Conceito
Esclarecimento
Dica
Assista
Curiosidade
Exemplo
Sumário
Apresentação .................................................................................................................. 12
A autoria .......................................................................................................................... 13
Capítulo 1 
Gerenciamento de estoques: visão geral ........................................................................ 17
1.1 Introdução ao gerenciamento de estoques ............................................................... 17
1.1.1 O gerenciamento dos estoques ...............................................................................................................................18
1.1.2 A armazenagem de materiais ................................................................................................................................ 20
1.1.3 Motivações para redução dos estoques ................................................................................................................ 21
1.2 O propósito da armazenagem de materiais ..............................................................21
1.2.1 A dinâmica da demanda e a necessidade de estocagem ..................................................................................... 22
1.2.2 Estocagem nos canais de distribuição .................................................................................................................. 23
1.2.3 Noções de trade-off entre custos e satisfação do cliente .......................................................................................24
1.2.4 Decisões na gestão de estoques ........................................................................................................................... 26
1.3 Sistemas de armazenagem .......................................................................................27
1.3.1 Tipologia dos estoques .......................................................................................................................................... 27
1.3.2 Funções do sistema de estocagem ....................................................................................................................... 29
1.3.3 Armazéns gerais .................................................................................................................................................... 30
1.3.4 Documentação e considerações legais sobre armazéns ........................................................................................31
1.4 Alternativas de estocagem ........................................................................................31
1.4.1 Armazéns para granéis .......................................................................................................................................... 32
1.4.2 Armazéns para mercadorias em geral .................................................................................................................. 32
1.4.3 Armazéns com temperatura e ambientes controlados ......................................................................................... 33
1.4.4 Miniarmazéns, armazéns alugados e armazenagem temporária ......................................................................... 34
Referências ......................................................................................................................35
Capítulo 2 
Estratégias de estoque ....................................................................................................37
2.1 Quanto e quando pedir ..............................................................................................37
2.1.1 A importância do tamanho do lote........................................................................................................................ 38
2.1.2 A coordenação entre oferta e demanda ................................................................................................................ 39
2.1.3 A coordenação da produção .................................................................................................................................. 40
2.1.4 Impacto da localização dos estoques .....................................................................................................................41
2.2 Técnicas de previsão de demanda ............................................................................42
2.2.1 A relevância da análise e previsão da demanda .................................................................................................... 42
2.2.2 Tipologia das previsões de demanda: qualitativa versus quantitativa .................................................................. 44
2.2.3 Principais técnicas quantitativas ........................................................................................................................... 45
2.2.4 Escolhendo o modelo de previsão da demanda ................................................................................................... 50
2.3 O lote econômico e suas restrições ...........................................................................51
2.3.1 Os custos de armazenagem ...................................................................................................................................51
2.3.2 O cálculo do lote econômico ................................................................................................................................. 54
2.3.3 O lote econômico com descontos de preços e do frete ........................................................................................ 55
2.3.4 Restrições ao lote econômico ................................................................................................................................ 58
2.4 Ponto de pedir e sua reposição .................................................................................59
2.4.1 O ponto de pedir e suas variações ......................................................................................................................... 59
2.4.2 Nível de reposição e intervalos de revisão fixos .................................................................................................... 60
2.4.3 MRP – material requirement planning ...................................................................................................................61
2.4.4 Estoques de segurança ..........................................................................................................................................63
Referências ......................................................................................................................65
Capítulo 3 
Funções do sistema de estocagem .................................................................................67
3.1 O ciclo de pedido do cliente .......................................................................................67
3.1.1 O ciclo das operações ............................................................................................................................................. 68
3.1.2 O impacto do ciclo de pedido na cadeia de suprimentos ..................................................................................... 69
3.1.3 O pedido perfeito ................................................................................................................................................... 69
3.1.4 Métricas de atendimento ....................................................................................................................................... 70
3.2 Recebimento, fracionamento de volume, combinação e manuseio de materiais ....71
3.2.1 O recebimento de materiais .................................................................................................................................. 71
3.2.2 O controle de recebimento .................................................................................................................................... 72
3.2.3 O impacto da localização das mercadorias no espaço do armazém .................................................................... 72
3.2.4 As principais técnicas de controle ..........................................................................................................................74
3.3 Consolidação, unitização e manutenção de estoques ...............................................76
3.3.1 Consolidação e unitização ......................................................................................................................................76
3.3.2 Paletização ............................................................................................................................................................ 77
3.3.3 Gerenciamento de entradas e saídas .................................................................................................................... 78
3.3.4 Causas de perdas no estoque ................................................................................................................................ 79
3.4 Separação, unitização e despacho dos materiais ......................................................80
3.4.1 A ordem de separação de mercadorias ................................................................................................................. 80
3.4.2 Unitização .............................................................................................................................................................. 81
3.4.3 A importância das embalagens............................................................................................................................. 82
3.4.4 Documentação de despacho de mercadorias ....................................................................................................... 83
Referências ......................................................................................................................85
Capítulo 4 
Movimentação de materiais ............................................................................................87
4.1 Movimentação e manuseio .......................................................................................87
4.1.1 Tipologia da movimentação .................................................................................................................................. 88
4.1.2 Recebimento .......................................................................................................................................................... 89
4.1.3 Manuseio interno ................................................................................................................................................... 90
4.1.4 Separação e expedição .......................................................................................................................................... 91
4.2 Sistemas de movimentação ......................................................................................93
4.2.1 Sistemas mecanizados .......................................................................................................................................... 94
4.2.2 Sistemas semiautomatizados................................................................................................................................ 95
4.2.3 Sistemas automatizados ....................................................................................................................................... 96
4.2.4 Dispositivos de apoio ............................................................................................................................................. 98
4.3 Sistemas de armazenagem .....................................................................................100
4.3.1 Prateleiras e racks ................................................................................................................................................101
4.3.2 Blocagem e outras técnicas .................................................................................................................................102
4.3.3 Silos e tancagem ................................................................................................................................................. 104
Referências ....................................................................................................................106
Capítulo 5 
Manuseio e proteção das mercadorias ..........................................................................107
5.1 Unitização e paletização ..........................................................................................107
5.1.1 Funções da embalagem de unitização................................................................................................................. 108
5.1.2 Sistemas paletizados ........................................................................................................................................... 109
5.1.3 Tipologia dos paletes ............................................................................................................................................110
5.2 Conteinerização ....................................................................................................... 111
5.2.1 Funções da conteinerização ..................................................................................................................................112
5.2.2 Sistemas e funcionalidades ..................................................................................................................................113
5.2.3 Tipologia dos contêineres ....................................................................................................................................114
5.2.4 Operações internacionais .....................................................................................................................................115
5.3 Layout do armazém ................................................................................................ 116
5.3.1 Layout típico de armazenagem ............................................................................................................................117
5.3.2 O uso do espaço do armazém ..............................................................................................................................119
5.3.3 Dimensionamento do armazém .........................................................................................................................120
5.3.4 Classificação ABC na armazenagem .....................................................................................................................124
5.4 Funcionalidades e crossdocking ...............................................................................125
5.4.1 Funções de industrialização no espaço de armazenagem ...................................................................................126
5.4.2 O crossdocking ......................................................................................................................................................127
5.4.3 Montagem de kits no armazém ...........................................................................................................................128
5.4.4 Vantagens e desvantagens das novas funcionalidades....................................................................................... 130
Referências ....................................................................................................................132
Capítulo 6 
Custos e taxas de armazenagem ...................................................................................134
6.1 Custos diretos e indiretos na armazenagem ............................................................134
6.1.1 Custos fixos de armazenagem ..............................................................................................................................135
6.1.2 Custos variáveis .....................................................................................................................................................137
6.1.3 Custos diretos e indiretos ......................................................................................................................................137
6.2 Seleção da localização do armazém .......................................................................139
6.2.1 Relevância na escolha da localização do armazém ..............................................................................................139
6.2.2 Técnicas de seleção da localização ...................................................................................................................... 140
6.2.3 Aspectos legais e incentivos tributários ...............................................................................................................142
6.3 Técnicas úteis para profissionais de logística ..........................................................143
6.3.1 Novas técnicas de armazenagem ........................................................................................................................ 144
6.3.2 Armazenagem em trânsito ..................................................................................................................................145
6.3.3 Merge in transit .................................................................................................................................................... 146
6.3.4 Armazéns alfandegados .......................................................................................................................................147
Referências ....................................................................................................................149
Capítulo 7 
Avaliação e controle dos estoques ................................................................................152
7.1 Problemas no gerenciamento dos estoques ............................................................152
7.1.1 Obsolescência ....................................................................................................................................................... 153
7.1.2 Prazo de validade e prazo útil .............................................................................................................................. 153
7.1.3 Falta ou excesso de estoque ................................................................................................................................. 154
7.1.4 Falhas na padronização e identificação ................................................................................................................ 156
7.2 Sistemas de codificação ...........................................................................................158
7.2.1 A descrição de materiais ...................................................................................................................................... 158
7.2.2 Sistemas de codificação ........................................................................................................................................159
7.2.3 Códigos de barras ................................................................................................................................................ 162
7.2.4 Etiquetas de radiofrequência ............................................................................................................................... 163
7.3 Controles de estoques empurrados e puxados .......................................................163
7.3.1 Decisões de estoque ao longo da cadeia de suprimentos ................................................................................... 164
7.3.2 Níveis de estoque ................................................................................................................................................. 165
7.3.3 Controle de estoques empurrados ...................................................................................................................... 166
7.3.4 Controle básico e avançado de estoques puxados .............................................................................................. 168
7.4 Indicadores de desempenho no controle dos estoques .......................................... 174
7.4.1 Indicadores de desempenho típicos de armazém ................................................................................................174
Referências ....................................................................................................................178
Capítulo8 Inventários ....................................................................................................180
8.1 Inventário nas empresas ..........................................................................................180
8.1.1 A importância do inventário .................................................................................................................................181
8.1.2 Aspectos legais do inventário ...............................................................................................................................182
8.1.3 Tipologia dos inventários ..................................................................................................................................... 183
8.2 Procedimentos de inventário periódico ...................................................................184
8.2.1 Preparação do inventário ..................................................................................................................................... 184
8.2.2 Listagens e contagens ......................................................................................................................................... 185
8.2.3 Ajustes nos saldos do estoque .............................................................................................................................187
8.2.4 Análise dos resultados ......................................................................................................................................... 188
8.3 Procedimentos de inventário rotativo .....................................................................190
8.3.1 Relevância do inventário rotativo .........................................................................................................................191
8.3.2 Principais técnicas ...............................................................................................................................................1928.3.3 Recursos tecnológicos ..........................................................................................................................................193
8.4 Gestão dos recursos humanos no inventário ..........................................................194
8.4.1 Composição das equipes de inventário ............................................................................................................... 195
8.4.2 Dimensionamento ............................................................................................................................................... 196
8.4.3 Supervisão e coordenação................................................................................................................................... 198
8.4.4 Avaliação dos resultados do inventário ............................................................................................................... 198
Referências ....................................................................................................................201
A razão principal da existência de uma organização empresarial não é acumular esto-
ques em seus armazéns, mas sim, maximizar o retorno sobre o capital investido em fábricas, 
equipamentos, tecnologia, capital de giro, suporte de vendas e estoques. 
Embora armazenar não gere retorno para as empresas, os estoques têm a importan-
te missão de fornecer condições necessárias ao perfeito atendimento das demandas prove-
nientes do departamento de vendas. 
Com a finalidade de propiciar a maximização dos recursos empregados em estoques, o 
processo de armazenamento passou por uma profunda transformação, migrando da visão 
primitiva ligada à guarda de materiais para se tornar uma ferramenta de gestão estratégica, 
empregada de formar a possibilitar o alcance dos objetivos propostos no planejamento es-
tratégico das empresas, por meio da implantação de boas práticas de gestão aliadas ao su-
porte fornecido pelas novas tecnologias de informação.
Desse modo, armazenar e estocar não são apenas o ato de guardar algo, e sim, fatores 
determinantes par o sucesso de qualquer empreendimento.
Apresentação
Dedico a Deus por prover 
energia, proteção e iluminar 
minhas decisões.
A autoria
O Professor Evandro Castro Pedro possui mestrado em Economia Aplicada pela 
Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Também possui especialização em Finanças e 
Controladoria pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e graduação em Ciências 
Econômicas pelo Centro Universitário de Sete Lagoas (UNIFEMM).
Currículo Lattes: 
<lattes.cnpq.br/8259032197170648>
Em especial, dedico este trabalho a minha 
querida filha, empolgada, animada e esforçada 
com as atividades de estudante. Que essa 
empolgação sirva de inspiração para todos os 
seus colegas e demais estudantes.
O Professor Paulo Teixeira de Sousa é Mestre em Engenharia da Produção 
pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Possui especialização em Gestão 
e Planejamento da Educação à Distância pela Universidade Federal Fluminense (UFF). 
É graduado em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica 
(PUC) de Goiás. 
Currículo Lattes: 
<lattes.cnpq.br/8982249939334898>
Dedico este trabalho a todos aqueles que acreditam 
que a educação é o caminho para transformar o 
mundo por meio de seu aperfeiçoamento tanto 
pessoal quanto profissional. Estou certo que a 
vontade de trilhar esse caminho do aprendizado e a 
atitude proativa ao longo dessa jornada se refletirá 
em mudanças positivas no mundo.
O professor Ricardo Souza Cerqueira é Mestre em Administração pela Universidade 
Federal da Bahia (UFBA), Especialista em Análise de Sistemas e em Marketing pela Escola 
Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e Bacharel em Engenharia Mecânica. Com mais 
de 30 anos de atividade profissional, foi engenheiro de projetos e de desenvolvimento de pro-
dutos e diretor geral de multinacionais, empresas nacionais e órgãos de governo, atuando em 
operações, logística e finanças. Na vida acadêmica, é pesquisador e professor nas áreas de lo-
gística, estratégia, finanças e sistemas avançados de gestão.
Currículo Lattes: 
<lattes.cnpq.br/2812192621729994>
1 Gerenciamento de estoques: visão geral
Ricardo Souza Cerqueira
Os estoques representam parcela considerável dos ativos de uma organização, 
sendo um dos responsáveis pela continuidade de suas operações de forma eficiente e 
eficaz face às incertezas inerentes ao mundo dos negócios. Eles podem ser compostos 
por matérias-primas, material em processo ou produtos prontos para venda e 
são determinantes para assegurar estabilidade nas vendas frente às variações na 
demanda, à sazonalidade da produção ou a incertezas no transporte.
A gestão de estoques permite às empresas administrarem adequadamente os 
recursos materiais necessários para que possam gerar receitas no futuro próximo. 
Nesse sentido, gerenciar estoques significa, entre outros aspectos, administrar os custos 
dos estoques, o local onde devem ser armazenados e as condições adequadas para sua 
conservação e pronto uso quando necessário.
Neste capítulo, veremos os objetivos centrais do gerenciamento dos estoques em 
empresas, com destaque para seus processos de armazenamento.
1.1 Introdução ao gerenciamento de estoques
Desde a origem da civilização, os estoques foram necessários para sanar as inade-
quações entre o ritmo do abastecimento e o da demanda. Eles existiam em quan-
tidades necessárias para suprir a demanda durante o período entre os recebimentos 
em cada ponto de consumo ou para regular a oferta de bens com produção sazonal, 
isto é, dependente dos ciclos da natureza ou de condições climáticas que afetavam as 
colheitas, causando sobras ou déficits de mercadorias.
A partir do desenvolvimento da fórmula do lote econômico em 1915 (criada 
para determinar a quantidade do pedido e assim minimizar o estoque), iniciou-se a 
evolução de técnicas e práticas voltadas ao dimensionamento e controle de esto-
ques, que passaram a compor estratégias de negócios das empresas. Na siderurgia ou 
no processo petroquímico, por exemplo, a produção em grandes lotes permite signi-
ficativa economia ou ganho de escala, mas, por outro lado, demanda armazenagem 
desses materiais para vendas futuras. Os estoques também possibilitam aumentar a 
quantidade de produtos vendidos, pois eles ficam disponíveis imediatamente para 
atender à clientela. Para tanto, conforme Ballou (2009), as mercadorias ou serviços 
precisam estar no lugar e no tempo certo e nas condições desejadas, de forma que o 
comerciante possa obter maior lucro através da satisfação do cliente.
Gestão de estoques e ArmAzenAGem 18
Para que os estoques possam cumprir esse papel de fornecer maior disponibili-
dade de produtos, devem ser distribuídos e armazenados em vários locais ao longo 
da cadeia de suprimentos para não deixar faltar material para venda. Desse modo, 
há estoques de matérias-primas tanto nos depósitos dos produtores quanto nos 
armazéns das fábricas, estoques de materiais em processamento espalhados pelo 
processo produtivo nas fábricas e estoques de produtos acabados tanto nos arma-
zéns de fábrica quanto disseminados pelos vários atacadistas, centros de distribuição e 
pontos de venda ao varejo.
Os estoques representam uma parte significativa do investimento das empresas 
nos negócios, exigindo, portanto, uma dedicação especial para sua correta adminis-
tração. Sendo assim, discutiremos a partir de agora alguns aspectos que nos ajudarão 
a compreender as necessidades de formação de estoques e armazenagem ao longo da 
cadeia de suprimentos.
1.1.1 O gerenciamento dos estoques
A gestão eficiente dos estoques possibilita que os gestores verifiquem se os mate-
riais armazenados estão sendo corretamente utilizados, bem manuseados e controlados. 
Os gerentes de produção do início do século XX, com base nos estudos de Taylor, 
publicados em 1911 no livro Os Princípios Fundamentais da Administração Científica,perceberam que era interessante conciliar as tarefas de compra dos materiais com o 
fluxo das mercadorias ao longo do processo produtivo, entendendo que as atividades 
de contratação dos fornecimentos deveriam estar integradas às funções relativas à 
qualidade no recebimento, movimentação, armazenagem, planejamento e controle 
da produção e gestão da distribuição física. A figura a seguir nos dá uma ideia dessa 
sequência de funcionamento.
Sequência de operações na gestão de estoques
Compras
Estoque de
matéria-prima
Estoque em
processo
Estoque em
processo
Estoque de
produtos finais
Processamento de
materiais Submontagem
Gestão de estoques
Fornecedores
Saída de
caixa
Montagem
Fluxos - Materiais e serviços
Clientes
Entrada
de caixa
Distribuição
física
Fonte: CHING, 2010, p.18. (Adaptado).
©
 D
TC
O
M
Gestão de estoques e ArmAzenAGem 19
A sequência está alinhada com Ballou (2009), que afirma que a necessidade de 
gerenciar os estoques de forma mais técnica se originou no processo de gerencia-
mento das compras. As operações integradas representaram um grande aprimora-
mento na gestão pois, antes, cada função era desempenhada de forma independente 
por um diretor em cada etapa do processo produtivo, e a única integração possível era 
a da diretoria financeira, encarregada de conciliar receitas, despesas e disponibilidade 
de recursos financeiros, o que gerava insegurança e desperdício de recursos. 
Segundo Ballou (2009), as primeiras organizações a adotarem o gerenciamento 
dos estoques tinham como objetivo reduzir custos totais, pois os gastos com compras 
e manutenção de estoques estão entre os mais significativos nas empresas. Elas perce-
beram que a redução de estoques não era suficiente para obter a melhor rentabilidade, 
então passaram a exigir que o processo de abastecimento fosse totalmente integrado 
à estratégia de atendimento ao cliente.
Nesse cenário, gradualmente, novas técnicas foram desenvolvidas para auxi-
liar no gerenciamento dos estoques, e atualmente, existem softwares de controle das 
mercadorias do tipo Enterprise Resources Planning (ERP), sistema de controle e gestão 
de mercadorias que permitem realizar as previsões de necessidade de materiais ou 
Warehouse Management System (WMS), isto é, sistema de gestão de armazéns, que 
são capazes de gerenciar os processos de compras e de movimentação de mercadorias 
dentro do armazém com rapidez e precisão.
Além disso, as decisões de gestão estoques passaram a se integrar aos objetivos 
estratégicos da empresa. Sendo assim, se uma companhia definir como objetivo estra-
tégico que dará ênfase à velocidade no atendimento ao cliente, suas decisões deverão 
contemplar maior disponibilidade de estoques nos pontos de vendas. De outra forma, se o 
intuito for servir bens e serviços com menor custo total, a gestão de estoque será dirigida a 
menores estoques e maior giro das mercadorias ao longo da cadeia de suprimentos.
Assim, essa definição estratégica norteia a elaboração dos planos de longo prazo, 
como: o plano de negócios, no qual o mercado é analisado de forma mais ampla, o 
plano de vendas, que define as políticas e estratégias de canais de comercialização, 
e o plano de necessidades de recursos, que determina as fontes de matérias-primas, 
componentes e serviços que serão adquiridos.
Os planos de produção e financeiros são então elaborados de forma a permitir 
um desenvolvimento integrado dos planos de médio e curto prazo nos quais são 
definidos os processos de compras e produção e armazenagem, sempre ancorados nas 
previsões de vendas, que são parte fundamental do gerenciamento da demanda.
Gestão de estoques e ArmAzenAGem 20
1.1.2 A armazenagem de materiais
Uma vez definida a quantidade de mercadorias que deverão existir em cada local 
ao longo da cadeia de suprimentos, é necessário prover as condições para que elas 
sejam guardadas da maneira adequada e entregues facilmente.
Os custos de armazenagem são elevados, então o espaço deve ser aproveitado ao máximo. Deve-
se planejar o uso de prateleiras, porta-paletes e outros recursos, maximizando a dimensão vertical 
do armazém sem comprometer seu layout e o espaço necessário para o manuseio das mercadorias.
Rodrigues (2015) define armazenagem como o gerenciamento eficaz de um 
ambiente adequado e seguro colocado à disposição para a guarda de mercadorias. 
Segundo o autor, alguns princípios que norteiam essa atividade são:
Isto é, capacidade de planejar o espaço necessário para cada tipo de mercadoria e as condições para 
sua guarda, manuseio e controle de acordo com as necessidades da empresa, como a capacidade 
de atendimento simultâneo, velocidade de separação de pedidos etc.
Planejamento e flexibilidade operacional
Considerando as possibilidades de verticalização e empilhamento de forma a possibilitar o armaze-
namento da maior quantidade possível por unidade de volume.
Otimização do espaço físico tridimensional
A armazenagem inclui atividades como 
recebimento e conferência de mercadorias, 
gerenciamento da localização dos itens esto-
cados, abertura das embalagens recebidas 
e sua reorganização em outros formatos, 
controle da movimentação do estoque, entre 
outras que veremos mais adiante.
É preciso um bom gerenciamento do armazém para dar agilidade aos processos, 
ou seja, rapidez e acurácia nas atividades, o que permite aos gerentes tomarem deci-
sões de compras com maior segurança quanto às quantidades e prazos de recebimento.
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1.1.3 Motivações para redução dos estoques
Uma das principais demandas da diretoria das empresas é a redução dos esto-
ques, pois, segundo Ching (2010), eles absorvem recursos financeiros que poderiam 
estar sendo aplicados de outras maneiras rentáveis. De acordo com o autor, menores 
estoques favorecem o giro das mercadorias e aumentam a lucratividade.
Giro dos estoques é uma medida padronizada que indica o número de vezes que certa quanti-
dade de mercadoria “girou” em determinado período. Se dispomos de um estoque de 10 uni-
dades de mercadoria e vendemos 20 em um mês, a mercadoria “girou” duas vezes no período.
Ballou (2009) também apresenta razões para a redução dos estoques. Conforme o 
autor, uma quantidade diminuída de mercadorias exige menos espaço na armazenagem 
e, consequentemente, gastos inferiores com manuseio e pessoal. Além disso, a probabi-
lidade de quebras e avarias é menor e caem os riscos de prejuízo frente às flutuações de 
preços e de perda de mercadorias por obsolescência ou fim de seu prazo de validade.
Uma das causas do excesso de estoques está relacionada com a seleção de 
fornecedores com prazos de entrega extensos e com grandes variabilidades no prazo 
de entregas. Dessa forma, é necessário atacar essas causas para então viabilizar a 
redução dos estoques.
Devemos ter sempre em mente que um dia a mais no prazo de entrega implica a 
necessidade de manter o volume equivalente a um dia de vendas a mais no tamanho 
do estoque. Dessa forma, cabe aos gestores das organizações estabelecer parcerias 
com os demais integrantes da cadeia de suprimentos, de forma a possibilitar maior 
confiabilidade no processo de fornecimento de materiais, o que, consequentemente, 
reduziria os estoques praticados.
1.2 O propósito da armazenagem de materiais
As empresas usam os estoques para melhorar a coordenação entre a oferta de maté-
rias-primas e componentes e a de bens acabados de forma a atender a suas estratégias de 
negócios. Os materiais devem ser armazenados e manuseados da forma mais econômica 
possível e, para tanto, o armazém deve ser capaz de reduzir os custos de transporte sem 
aumentar excessivamente o gasto com a armazenagem. Segundo o Material Handling 
Institute (s.d.), os princípios fundamentais necessários para esse propósito são:
Gestão de estoques e ArmAzenAGem 22
Capacidade de planejar antecipadamente o espaço que será necessário para armazenar todos os itens 
nas quantidades definidas peloplanejamento da empresa.
Flexibilidade para adaptar corredores, docas e demais equipamentos às necessidades futuras do negócio, 
pois o mercado muda constantemente.
Competência para simplificar e padronizar os procedimentos para reduzir o tempo de operação e o 
custo de movimentação.
Integração com as atividades de produção, compras e vendas, pois é preciso saber com antecedência 
quais serão as mercadorias demandadas e em que quantidade serão recebidas ou expedidas para poder 
planejar em tempo o espaço, os equipamentos e recursos humanos necessários.
Para o bom funcionamento do armazém, os gerentes também devem entender a 
dinâmica da demanda por produtos da empresa no mercado e como ela afeta as deci-
sões de distribuição e armazenagem de mercadorias. Por exemplo, se a gerência de 
vendas definir que as lojas devem dispor de certa quantidade do produto X e os lojistas 
perceberem que a demanda está maior que a prevista, os gestores do armazém deverão 
decidir rapidamente se é melhor aumentar a frequência das entregas desse item ou 
elevar a quantidade a ser entregue em cada visita do caminhão.
1.2.1 A dinâmica da demanda e a necessidade de estocagem
Entender a demanda, suas particularidades e características é uma ação essencial 
para que as atividades de estocagem possam ocorrer da forma mais eficiente possível 
dentro das organizações. Conforme Holanda (2010), demanda é a quantidade de um bem 
ou serviço que os consumidores desejam adquirir por um preço definido em um mercado. 
Segundo Kotler (2000), a demanda por produtos e serviços está diretamente 
associada à satisfação da necessidade e de desejos do cliente. Segundo o autor, as 
necessidades são razoavelmente constantes, entretanto os desejos estão associados a 
fatores como moda, status, preço e renda, que variam ao longo do tempo, levando a 
grandes variações na demanda.
Na gestão da cadeia de suprimentos, a satisfação do cliente está associada a 
um nível de serviço que se traduz na disponibilidade da mercadoria desejada no local, 
instante e quantidade desejados.
Gestão de estoques e ArmAzenAGem 23
A satisfação do cliente é um conceito complexo, que segundo Zeithaml, Berry e Parasuraman 
(1996) pode ser entendido por uma mistura entre o que o consumidor acredita que poderia e 
deveria ser entregue pela empresa e o que a organização pode prover sem que o preço da mer-
cadoria se torne excessivo.
Conforme Ballou (2009), no processo de tomada de decisão sobre a armaze-
nagem ao longo dos canais de distribuição, é essencial que seja considerado o custo de 
cada alternativa estudada e o impacto sobre a rentabilidade do produto. Uma estra-
tégia que pretenda colocar mercadorias à disposição do consumidor para atendimento 
imediato, por exemplo, pode representar uma tarefa de custo extremamente elevado 
e sujeita a grandes perdas. 
Desse modo, as decisões de armazenagem nos pontos de venda envolvem uma 
cuidadosa análise de aspectos como o nível de serviço desejado, a disponibilidade e o 
custo de espaço nesses locais, a facilidade para carga e descarga de mercadorias e a 
segurança em seu manuseio. 
1.2.2 Estocagem nos canais de distribuição
Kotler (2000) conceitua canais de distribuição como conjuntos de processos que 
servem para fazer com que as mercadorias cheguem às mãos do consumidor. Também 
podem ser definidos como o meio utilizado pelos vendedores para movimentar fisica-
mente suas mercadorias. Dependendo do tipo de mercadoria e da estratégia de 
vendas, pode-se investir na montagem de uma rede própria de lojas de varejo, contar 
com parcerias com distribuidores e representantes ou montar um serviço de vendas 
via internet ou televendas.
As necessidades de armazenagem estão 
associadas ao canal de distribuição selecio-
nado pelo vendedor, sem esquecer a estratégia 
de nível de serviço ao cliente. Em alguns, como 
a venda por catálogo, mala direta, telemarke-
ting e internet, o contato do vendedor com o 
consumidor se restringe ao ato da contratação 
da venda, pois a entrega é geralmente realizada 
por terceiros especializados. Nesses canais, uma parte das mercadorias é geralmente 
guardada no armazém de fábrica e outra, no do operador logístico contratado.
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Em outros canais de distribuição, nos quais a venda e a entrega de mercadorias 
ocorrem diretamente entre o fabricante e o varejista ou indiretamente, contando com 
o auxílio de distribuidores e atacadistas, deve-se analisar a quantidade de mercadorias 
distribuídas entre os armazéns de fábrica, os centros de distribuição e os armazéns das 
lojas, descobrindo a relação entre custo e benefício.
Um fabricante de fogões e geladeiras, por exemplo, escolhe atender a seus 
clientes utilizando apenas as vendas via internet e telemarketing. Nesse caso, os esto-
ques deverão estar centralizados na fábrica ou em centros de distribuição na forma de 
armazéns terceirizados. Um concorrente, por sua vez, decide utilizar intermediários, 
então, teria que dispor de estoques não somente na fábrica e centros de distribuição, 
mas também em atacadistas, distribuidores e lojas.
Ainda segundo Ballou (2009), a escolha dos canais de distribuição e dos locais de 
armazenagem das mercadorias em armazéns mais próximos do cliente ou das fábricas 
é, como veremos a seguir, uma decisão que envolve um trade-off entre satisfação do 
cliente e custos dos produtos.
1.2.3 Noções de trade-off entre custos e satisfação do cliente
Segundo Slack, Chambers e Johnston (2002), trade-offs podem ser entendidos 
como uma incompatibilidade entre dois ou mais critérios ou níveis de desempenho de 
um produto. Os autores explicam que todos os produtos possuem níveis de desem-
penho, como rapidez nas entregas, grau de personalização ou de padronização e de 
custo total de produto, e existem situações em que a melhoria de um deles implica 
impacto negativo em outro. Por exemplo, se incrementarmos a velocidade de entrega 
de determinado bem, possivelmente teremos uma elevação de custos devido à neces-
sidade de aumentar estoques e melhorar os sistemas de entrega. A imagem a seguir 
representa essa situação utilizando a metáfora de uma gangorra: quando o nível de 
desempenho em velocidade levanta, o de desempenho em custo cai. 
Gestão de estoques e ArmAzenAGem 25
Representação dos trade-offs como uma gangorra
Nível de
desempenho
em “velocidade”
Nível de
desempenho
em “custo”
Nível de
desempenho
em “velocidade”
Nível de
desempenho
em “custo”
Fonte: CORREA; CORREA, 2004, p. 67. (Adaptado).
Ainda conforme Slack, Chambers e Johnston (2002), seria difícil para uma orga-
nização obter elevado desempenho em cada um dos critérios de desempenho em 
todos os seus produtos ao mesmo tempo, o que gera uma necessidade de escolher em 
quais critérios competir, relacionada aos trade-offs da área de operações. Os critérios 
competitivos mais usuais citados pelos autores são: custo, qualidade, rapidez, confia-
bilidade, estética e flexibilidade.
Por exemplo, se a empresa optar, em suas escolhas estratégicas, por privilegiar 
a redução de custos, possivelmente a gestão dos estoques deverá estar associada à 
oferta de menor variedade de mercadorias em cada ponto de vendas ou a um maior 
nível de padronização de produtos e processos de forma que possa satisfazer o cliente 
ao ofertar preços mais convidativos.
Assim, podemos entender que as decisões de estoques são associadas a várias ques-
tões-chave e estas, por sua vez, são consequentes de decisões estratégicas relacionadas 
com a satisfação dos clientes.
Gestão de estoques e ArmAzenAGem 26
1.2.4 Decisões na gestão de estoques
A determinação das práticas, técnicas e processos utilizados na gestão dos esto-
ques nas organizações são primordiais no alcance de sua eficácia operacional. Segundo 
Ballou (2009), as decisões mais relevantes na gestão de estoques estão associadas a 
três questões-chave: o objetivo do estoque, o custo de comprar ou requisitar a 
produção de bense o custo de manter produtos em estoque em cada local. 
Ching (2010) destaca que esse processo pode ser alterado periodicamente de 
acordo com as previsões da demanda dos clientes. Ele começa com a previsão de 
vendas (que é a base para a elaboração do programa de produção) e então é conver-
tido em pedidos de abastecimento, como mostra a figura a seguir. 
Fluxo descontínuo de materiais
Estoque de
Matéria-prima
Estoque produto
acabado
Fábrica
envio
Proc. PedidoPrevisão
ClienteFornecedores
Pedido
envio despacho
Fonte: CHING, 2010, p. 25. (Adaptado).
O objetivo do estoque está associado ao prazo para sua obtenção e à incerteza 
quanto à demanda. Se fosse possível prever com exatidão a demanda futura e se os 
produtos necessários para satisfazê-la pudessem ser fornecidos imediatamente, não 
haveria razão para formar estoques. O prazo de obtenção de alguns materiais produ-
zidos em locais distantes é longo e alguns produtos dependem do plantio e colheita que 
só ocorrem em certos períodos do ano, assim, estabelecer as quantidades a serem esto-
cadas e em quais localizações é parte relevante do processo de gestão de estoques.
O custo de comprar ou requisitar a produção de bens é o conjunto de operações 
necessárias para obter mercadorias e engloba custos administrativos decorrentes do 
processo de pedir propostas aos fornecedores, colocar pedidos de compras, gastos 
com fretes e com inspeções de recebimentos. Por fim, o custo de manutenção de esto-
ques se equivale, no mínimo, à remuneração financeira que o valor investido em esto-
ques teria se fosse aplicado no mercado financeiro. 
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1.3 Sistemas de armazenagem
Sistemas de armazenagem podem ser definidos como a estrutura física utilizada 
para o armazenamento dos materiais, suas configurações de layout e os processos 
utilizados na movimentação e controle. Esses sistemas são compostos por:
• equipamentos dedicados a organizar e movimentar de forma conveniente 
matérias-primas;
• produtos em processo;
• produtos acabados. 
Portanto, fazem parte do sistema de armazenagem: prateleiras, racks, estantes, 
empilhadeiras, paletes, tanques etc.
Os sistemas podem ser operados manualmente ou por dispositivos automáticos 
e semiautomáticos e têm entre seus principais propósitos a maximização do uso do 
espaço tridimensional dedicado à armazenagem e o rápido fluxo de escoamento das 
mercadorias no recebimento e na entrega. 
Na seleção do melhor sistema de armazenagem para cada processo logístico, 
deve-se atentar para aspectos como: as características das mercadorias, como peso, 
dimensões, possibilidade de empilhamento etc, as condições físicas do armazém, 
como pé direito, qualidade e resistência mecânica do piso, e o custo do uso do espaço 
(aluguel, retorno do investimento etc). Também é necessário levar em conta o propó-
sito da armazenagem nos aspectos de facilidade de separação das mercadorias e 
quantidades a armazenar e a separar em cada entrega.
Com isso, vamos então entender a seguir os tipos de estoques, as funções da 
armazenagem e as possibilidades de uso de espaços de armazenagem públicos.
1.3.1 Tipologia dos estoques
Segundo Viana (2008), há duas maneiras de classificar os estoques: quanto ao 
propósito da armazenagem ou segundo suas características físico-químicas. A clas-
sificação que leva em conta o propósito ainda pode ser subdividida nos seguintes 
grupos: matérias-primas, componentes, estoques de produção ou processo e esto-
ques de produtos acabados.
Estoques de matérias-primas e de componentes têm o objetivo de manter o 
adequado funcionamento das atividades de produção e montagem. Estoques de mate-
rial em processo são os materiais distribuídos ao longo do processo de produção, 
criados entre o recebimento das matérias-primas e sua entrega no estoque, já como 
produtos prontos para venda. Viana (2008) estabelece que, conforme seu propósito 
de armazenagem, os estoques podem ser dos seguintes tipos:
Gestão de estoques e ArmAzenAGem 28
Quantidade de cada item de estoque necessária para atender 
à demanda durante o período entre abastecimentos.
Estoque cíclico
Quantidade de cada item dimensionada para atender às incer-
tezas da demanda.
Estoque de segurança
Quantidade de cada item dimensionada para combater a 
variabilidade previsível da demanda.
Estoque sazonal
Quantidade de cada item que se encontra distribuída ao longo 
do canal de distribuição.
Estoque em trânsito
Materiais com validade vencida ou que deixaram por qualquer 
razão de serem demandados.
Estoque obsoleto
Podemos perceber que estoques cíclicos, de segurança, sazonal e em trânsito 
podem ser quantidades do mesmo item ou de itens diferentes. Ou seja, podem ser 
estoques do mesmo tipo de material, porém dimensionados com propósitos espe-
cíficos. O estoque de segurança, por exemplo, garante o abastecimento da linha de 
produção entre as entregas. Assim, a diferença entre essas formas de estoque não está 
no tipo de produto que é estocado, mas na finalidade para o qual é realizado o estoque.
Ainda segundo Viana (2008), com relação a suas características físico-químicas, 
os estoques podem ser: 
• granéis sólidos, líquidos ou gasosos;
• mercadorias acondicionadas em embalagens de unitização, como caixas, gar-
rafas, latas, materiais acondicionáveis em paletes etc;
• materiais inertes, inflamáveis, corrosivos, tóxicos, explosivos etc.
A classificação dos materiais permite escolher os equipamentos mais adequados 
para armazená-los e os procedimentos necessários para a proteção das mercadorias 
no armazém e a segurança no manuseio. A partir dessas formas de classificação dos 
estoques, podemos definir as funções do sistema de estocagem.
Gestão de estoques e ArmAzenAGem 29
1.3.2 Funções do sistema de estocagem
Conforme Ballou (2009), os sistemas de estocagem possuem duas funções 
básicas: manutenção do estoque e manuseio de materiais. Esta última engloba as 
operações de carregamento e descarregamento, movimentação da mercadoria dentro 
do espaço do armazém e separação de pedidos.
Ainda de acordo com Ballou (2009), as operações de carregamento e descar-
regamento se subdividem em operações de descarga, conferência, recebimento e 
marcação, contemplando as seguintes atividades:
• desembarque da mercadoria do veículo transportador, com confronto físico/
documental das mercadorias desembarcadas, que consiste em comparar o que 
consta no pedido de compras e o que foi efetivamente recebido;
• exame detalhado da documentação de compra, como pedido, nota fiscal, co-
nhecimentos e romaneios de carga, documentos de trânsito aduaneiro, seguros 
e outros;
• inspeções da qualidade das mercadorias conforme estipulado no pedido de 
compras ou seus anexos;
• colocação ou verificação das etiquetas de identificação das mercadorias, como 
os códigos de barras, etiquetas de radiofrequência e etiquetas de classificação 
como carga perigosa, se for o caso.
Já as atividades de movimentação da mercadoria no espaço do armazém contem-
plam a separação da mercadoria em lotes e em locais adequados à movimentação e 
seu endereçamento. Além disso, é preciso prever procedimentos de segregação das 
mercadorias nas quais sejam apontadas divergências com o que foi pedido, evitando 
que elas se misturem com as aprovadas para uso. 
Endereçamento é a atividade na qual se determina o local exato onde cada lote de mercadoria 
será armazenado, por exemplo, na rua A, rack 3 e posição de prateleira 2.
A estocagem propriamente dita compreende as operações de manutenção da 
integridade das mercadorias quanto a danos físicos causados por ação humana ou de 
fatores da natureza. São atividades como: a colocação das mercadorias em equipa-
mentos de armazenagem, como prateleiras, racks, armários e gavetas, a limpeza e os 
cuidados com o ambiente físico, o registro das movimentações e controle dos saldos.
Gestão de estoques e ArmAzenAGem 30
Na atividade de separação de pedidos para entrega (picking), separam-seas merca-
dorias de forma a atender aos pedidos do cliente de forma rápida e cuidadosa para asse-
gurar a qualidade das mercadorias a serem entregues. Além disso, preparam-se todas as 
documentações de vendas, transporte e contabilização das mercadorias vendidas.
1.3.3 Armazéns gerais
Armazéns gerais são empresas destinadas à 
recepção, manutenção e guarda de mercadorias 
ou bens de terceiros, podendo ser públicas ou 
privadas e operando mediante o pagamento 
de uma tarifa predeterminada ou com base em 
um percentual do valor referente ao custo da 
mercadoria que permanecerá estocada, como 
compensação pelo serviço prestado. 
Normalmente, de acordo com Ballou (2009), as empresas que optam por utilizar 
os serviços de armazéns gerais se baseiam nos seguintes critérios:
• terceirização de toda a atividade de armazenagem e distribuição;
• adequação de espaço físico em determinados períodos de aumentos de vendas 
ou produção;
• necessidade de início imediato das operações;
• apuração de impostos pelo controle centralizado em seus estabelecimentos fa-
bris e/ou comerciais;
• compatibilidade de seu sistema de controle e transmissão de informações com 
o sistema do armazém geral.
É importante ressaltar que um armazém geral é diferente de um depósito fechado, 
que geralmente é uma edificação própria ou terceirizada utilizado por uma empresa 
apenas para o armazenamento de suas próprias mercadorias. Assim, para ficar claro:
• Armazenagem geral: guarda de mercadorias pertencentes a terceiros. Ou seja, 
guarda de mercadorias que não são do proprietário do armazém.
• Depósito fechado: guarda de mercadorias pertencentes ao próprio proprietário 
do depósito.
O armazém geral possui em seu objetivo social a exploração de atividade econô-
mica de guarda e conservação de mercadorias pertencentes a terceiros, dessa forma, 
materiais de várias organizações ficam estocados no mesmo espaço, reduzindo os 
custos de armazenagem. 
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1.3.4 Documentação e considerações legais sobre armazéns
Com o aperfeiçoamento das operações de logística e gestão da cadeia de supri-
mentos, surgiram e prosperaram empresas especializadas na prestação de variados 
serviços logísticos, e o uso de armazéns gerais e outros tipos de operadores logísticos 
implica um aumento na documentação de escrituração fiscal e contábil dessas merca-
dorias, pois elas permanecerão por algum tempo em poder de terceiros.
Desse modo, os contratos de operação logística precisam ser bem elaborados, 
com clara descrição dos serviços que serão prestados, quais serão as responsabilidades 
de cada parte e os indicadores de desempenho aplicáveis em cada serviço.
A gestão dos armazéns gerais é responsável pela emissão de títulos especiais 
que representam as mercadorias que estão sob sua guarda, ou seja, documentos que 
garantam aos proprietários das mercadorias seu direito de posse e a possibilidade de 
negociação. Um deles é o conhecimento de depósito, que representa a posse da merca-
doria e que circula livremente por endosso, transferindo assim sua propriedade quando 
for conveniente a seus donos. Outro título é conhecido como warrant (garantia, em 
português), que permite penhorar a mercadoria para garantia de empréstimos. 
 O papel de guarda de mercadorias prestado por essas empresas é dos mais rele-
vantes, pois elas atuam conforme uma legislação capaz de oferecer segurança nas 
operações de logística ao serem garantidoras perante terceiros da quantidade e da 
qualidade da mercadoria que consta nesses documentos quando houver a transmissão 
do direito de posse dos materiais estocados, via endosso no conhecimento de depó-
sito. É a empresa responsável pelo armazém que cumprirá as garantias. 
O Decreto n. 1.102/ 1903 estabelece os procedimentos comerciais prestados 
nos armazéns gerais e determina seus direitos e obrigações, e é de responsabilidade 
da Junta Comercial a fiscalização de sua implementação e funcionamento. Além das 
normas contidas na referida lei, os armazéns gerais também têm que seguir a regula-
mentação prevista nos regulamentos de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e 
Serviços (ICMS) de todos os estados brasileiros.
1.4 Alternativas de estocagem
Ao selecionar as melhores alternativas para a estocagem de mercadorias, devem 
ser consideradas as características físicas das mercadorias e das embalagens de trans-
porte e os propósitos da armazenagem. Assim, pode ser interessante para uma orga-
nização investir em armazéns de múltiplos propósitos para seu uso exclusivo ou utilizar 
armazéns especializados.
Gestão de estoques e ArmAzenAGem 32
Existem vários tipos de armazéns especializados. A seguir, estudaremos os arma-
zéns para granéis, para mercadorias em geral, aqueles com temperatura e ambiente 
controlados, os miniarmazéns, armazéns alugados e armazenagem temporária.
1.4.1 Armazéns para granéis
Empresas do agronegócio, companhias químicas e transportadores especiali-
zados em exportação e importação de matérias-primas precisam movimentar grandes 
volumes de mercadorias sem embalagens, cujo valor por tonelada é geralmente muito 
baixo, exigindo operações automatizadas ao extremo para reduzir custos. Nesses 
casos, são utilizados os armazéns especializados em granéis.
Nesses locais, a armazenagem das merca-
dorias pode ser estática, seja por empilhamento 
ou acondicionamento em contêineres, ou dinâ-
mica, utilizando dispositivos como silos, tremo-
nhas, tanques e vasos de pressão nos quais o 
carregamento do armazém é feito pela parte 
superior e o esvaziamento, pela porção inferior, 
às vezes simultaneamente. 
O controle das mercadorias nesse tipo de armazenamento é executado por 
pesagem na entrada e na saída, verificação do volume por intermédio de medidores de 
vazão e pela conferência das notas fiscais.
1.4.2 Armazéns para mercadorias em geral
Os armazéns dedicados à guarda de mercadorias em geral são o tipo mais 
comum, caracterizados pela presença de prateleiras, racks, porta-paletes e equipa-
mentos para a movimentação de embalagens dos tipos caixa, caixote, fardo e tambor.
Esses armazéns possibilitam o armazenamento de materiais com grande diver-
sidade de tipos e formatos e tamanhos de embalagens, o que dificulta as possibilidades 
de automação, logo, é necessário o uso intensivo de mão de obra, que é diretamente 
proporcional à variedade dos produtos armazenados. Também são necessários processos 
complexos para a realização de inventários e de controle de movimentação interna de 
mercadorias e docas para embarque e desembarque de transportes rodoviários. 
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1.4.3 Armazéns com temperatura e ambientes controlados
A comercialização de produtos alimentí-
cios ou farmacológicos exige o uso de arma-
zéns com meios para controlar a temperatura 
ou condições ambientais como umidade ou 
quantidade de partículas. 
Essas instalações constituem um tipo 
especial de armazém para produtos em 
geral, uma vez que geralmente também 
movimentam mercadorias com formatos e tipos bastante variados, mas são mais 
complexas, já que devem dispor não somente dos equipamentos para refrigeração, 
mas também de áreas segregadas e procedimentos para:
• armazenar produtos que são controlados pelo governo, como as carnes e pei-
xes in natura e vacinas; cujos parâmetros para armazenagem estão dispostos 
nas portarias 1428/1993 e 326/1997 e sujeitos a fiscalização pelo Ministério da 
Saúde e agências municipais de vigilância sanitária;
• área segregada para abrigar produtos oriundos de devoluções para que sejam 
inspecionados e então destinados ao estoque normal ou para destruição;
• sistemas de alarmes, monitoramento contínuo e registro de temperatura e 
condições do ambiente;
• pessoal qualificado para operar os sistemas de controle e manusear os produtos;
• sistemas de controle de estoque por número de lote e data de validade, códi-gos de barras, etiquetas de rádio frequência etc, adaptados às necessidades de 
produtos diferentes: matérias-primas, produtos semiacabados, produtos aca-
bados e produtos de alto valor;
• fracionamento de pedidos em embalagens especiais, montagem de embala-
gem para exportação, embalagens para transporte de amostras biológicas e 
caixas térmicas apropriadas para o transporte de produtos perecíveis.
Armazéns com temperatura e ambientes controlados devem possuir sistemas 
que mantenham a temperatura constante, pois variações influenciam a validade dos 
produtos armazenados. Dessa forma, são adotados nesses sistemas geradores de 
energia, medidores de temperatura, lâmpadas especiais, climatizadores, entre outros 
meios de garantir o ambiente apropriado para o produto.
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1.4.4 Miniarmazéns, armazéns alugados e armazenagem temporária
Alugar um galpão para uso como armazém é uma decisão frequente em projetos 
de redes logísticas por várias razões. A primeira está relacionada à disponibilidade de 
recursos financeiros para investir na construção de um armazém, pois se pode preferir 
aplicar esse dinheiro em outras atividades mais rentáveis, como estoques. Outro 
motivo diz respeito à incerteza acerca dos volumes envolvidos na comercialização de 
bens em curto e médio prazo, pois o retorno do capital investido na construção geral-
mente envolve prazos superiores a cinco anos.
Um tipo de armazenagem que tem evoluído significativamente no mercado é 
o dos miniarmazéns ou self storage (armazenagem individual, em português). É um 
negócio que explora comercialmente pequenos armazéns, com áreas que variam de 1 
a 100 m2, que são alugados ou arrendados por pequenas empresas ou pessoas físicas.
Também é um serviço adequado para pessoas ou empresas que precisam de um 
espaço extra para uso temporário onde se pode guardar roupas de verão/inverno, aces-
sórios, ferramentas, mercadorias compradas como reforço do estoque para ocasiões de 
venda mais forte, arquivos, mobiliário etc.
Outra possibilidade é a armazenagem em trânsito, na qual podemos destacar 
o merge-in-transit, modelo de armazenagem no qual ocorre a coleta das mercado-
rias de vários fornecedores, encaminhadas para pontos de consolidação, que podem 
ser o próprio caminhão em alguns casos, e depois, distribuídas ao consumidor final. 
Esse tipo de modelo é adotado por empresas de telecomunicações e indústrias de 
eletrônicos. Um exemplo é o computador, o monitor, teclado e mouse podem advir de 
origens distintas. Um exemplo prático é o que ocorre com as montadoras de veículos, 
que solicitam os itens necessários para a produção de cada lote aos fornecedores após 
a ocorrência do pedido do cliente. Dessa forma, os fornecedores devem estar aptos a 
fornecer esses itens de forma ágil, por ocasião da solicitação de fornecimento. Além 
disso, como o modelo dos itens em cada pedido varia, precisam manter estoques de 
materiais que compõem os produtos finais em centros de distribuição intermediá-
rios, que podem ser rapidamente montados na configuração especificada no pedido e 
entregues ao solicitante. 
As organizações utilizam seus estoques com a finalidade de garantir sua sobrevi-
vência, utilizando procedimentos complexos e decisões estratégicas. É por meio dos 
processos de armazenagem desenvolvidos em suas práticas administrativas que as 
empresas conseguem obter vantagens competitivas que possibilitam estabilidade e 
crescimento, e um tratamento inadequado dos processos de armazenagem pode ser 
determinante para que elas não consigam atingir seus objetivos e metas, podendo 
comprometer até mesmo a continuidade de suas atividades.
Gestão de estoques e ArmAzenAGem 35
Referências 
BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: logística empresarial. 
Bookman: Porto Alegre, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 1.428, de 26 de novembro de 1993. Diário Oficial 
da União, Brasília, 2 dez. 1993. Disponível em: <bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
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2 Estratégias de estoque
Ricardo Souza Cerqueira
Os estoques comportam uma variedade de 
itens, como produtos semiacabados, insumos, 
materiais administrativos, entre outros. Seja 
qual for o tipo de material armazenado, os esto-
ques representam recursos financeiros ociosos 
que têm a função de atender a uma produção 
ou demanda de clientes, e sua manutenção traz 
impactos de ordem financeira, administrativa e 
operacional, que repercutem em todos os depar-
tamentos das organizações. 
Nesse sentido, conforme Martins e Alt (2011), gerir corretamente os estoques 
possibilita que as empresas estabeleçam ações para verificar se eles estão sendo corre-
tamente utilizados, com localização adequada e manuseados e controlados eficiente-
mente, evitando acúmulos desnecessários ou a falta de produtos para o consumidor.
Determinar corretamente quanto e quando pedir, conciliando a gestão de oferta 
e demanda com o uso de técnicas de controle e gestão, possibilita que as organiza-
ções determinem com segurança seus níveis de estoques, garantindo o atendimento 
às demandas dos clientes internos e externos sem custos excessivos e desnecessários.
2.1 Quanto e quando pedir
Quando organizamos uma recepção para um grupo de pessoas, partimos do princípio 
de que é preciso definir a quantidade de participantes antes de prever a quantidade neces-
sária de alimentos para atender a todos. Para as empresas, entretanto, a demanda não 
pode ser prevista com exatidão, portanto quanto e quando pedir são questionamentos que 
elas sempre devem fazer, buscando evitar problemas futuros ao realizar seu planejamento. 
Esses questionamentos devem ser feitos levando em conta alterações relativas à 
demanda, ao não cumprimento dos prazos por parte dos fornecedores, aos gargalos 
produtivos e aos atrasos ocorridos na distribuição. Essas desconformidades podem ser 
causadas por sazonalidade, mudanças climáticas, aumento de poder aquisitivo dos consu-
midores ou novas tendências de mercado. Com base nesses aspectos, segundo Moreira 
(2004), a gestão de estoque tem que ser visualizadacom um planejamento estratégico 
que busque determinar valores que podem ser estocados no decorrer do tempo, estabe-
lecer como ocorrem as entradas e saídas dos materiais e descobrir seus pontos de pedido.
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Gestão de estoques e ArmAzenAGem 38
O grande desafio que as organizações enfrentam é conseguir realizar um balan-
ceamento de estoque eficiente, em termos de produção e logística, que lhes possibilite 
determinar de forma eficaz a quantidade necessária de itens que precisam perma-
necer em estoque para atender à demanda da produção e quando iniciar o processo de 
reabastecimento ou ressuprimento para atender à demanda do cliente. De acordo com 
Ching (2010), nesse cenário, a gestão de estoque objetiva garantir a disponibilidade de 
produtos com o melhor uso ótimo do investimento em estoques.
Veremos nos tópicos seguintes como as ações relativas ao processo de gestão de 
estoques nas empresas podem auxiliar os gestores a determinarem quais as quantidades 
que devem ser adquiridas e em quais intervalos de tempo essas compras ocorrem.
2.1.1 A importância do tamanho do lote
A informação sobre o tamanho do lote a ser trabalhado permite às organiza-
ções definirem sistematicamente os recursos necessários para a operacionalização 
do processo logístico ou de produção sem impactos em seu fluxo do ciclo de pedido 
e na qualidade dos produtos ou serviços ofertados. Para Bertaglia (2006), os gestores 
devem compreender os objetivos estratégicos do gerenciamento dos estoques para 
definir corretamente as metas, funções e tipos de estoque.
Portanto, é necessário dimensionar corretamente os níveis de estoques para 
atender às necessidades operacionais da empresa sem comprometer demasiadamente 
seus recursos financeiros para alcançar os objetivos traçados no planejamento estra-
tégico, e a primeira etapa desse processo é a determinação do tamanho do lote de 
compra, que pode ser realizado em três etapas:
• determinar o lote econômico conforme o menor custo unitário de compra. 
Para isso, é necessário identificar o custo total;
• caso o preço unitário de compra for adequado para o lote calculado, o lote eco-
nômico é a melhor solução para o custo total;
• no caso contrário, devem ser calculados os lotes econômicos conforme cada um 
dos preços unitários e, assim, fazer a análise do custo total para cada um dos 
resultados.
Determinar o tamanho do lote de compras passa pela análise de dois fatores. O 
primeiro é o processo de revisão periódica do tamanho do lote. O tamanho do lote 
de compra é estabelecido após a análise de características e aspectos relativos ao 
processo produtivo de cada organização, tais como: capacidade de armazenagem e 
processamento, condições de movimentação dos materiais e impactos financeiros 
decorrentes de sua manutenção. Esse processo foi criado com a finalidade de propor-
cionar a correta utilização dos recursos na aquisição e manutenção dos estoques, e 
Gestão de estoques e ArmAzenAGem 39
consiste em uma avaliação periódica dos cenários econômicos nos quais a empresa 
está inserida, buscando determinar suas políticas de ressuprimento da forma mais 
eficiente possível por meio do acompanhamento constante da demanda (inclusive nos 
pontos de venda), com o objetivo de determinar uma agenda de produção coerente 
com as necessidades do mercado.
O segundo fator que deve ser levado em conta ao determinar o tamanho do 
pedido é o alto custo de processamento de um pedido. Alguns materiais apre-
sentam custo elevado de processamento de pedido, o que leva fornecedores a influen-
ciar seus clientes a comprar lotes maiores e reduzir o número de compras realizadas no 
período. Como a composição do custo engloba principalmente o custo de transporte e 
o desconto devido ao volume negociado, um cliente que adquire uma carga completa 
pode negociar um abatimento maior e valores inferiores de frete. Além disso, grandes 
lotes diminuem a quantidade de pedidos que precisam ser realizados ao longo de um 
período, reduzindo custo de pedidos. No entanto, é necessário considerar que geral-
mente grandes lotes exigem maiores estoques.
Buscar alternativas que permitam adequar o tamanho dos lotes de compra com 
redução do custo de pedido é tarefa principal do gestor de compras. Nesse sentido, 
determinar o tamanho correto desse lote se resume em identificar qual a quanti-
dade será adquirida em cada compra, levando em conta a coordenação entre oferta e 
demanda e a coordenação da produção, que veremos a seguir. 
2.1.2 A coordenação entre oferta e demanda
Oferta é a quantidade de um bem ou a possibilidade de contratação de um 
serviço disponível no mercado, enquanto procura é o interesse em relação a esse 
mesmo bem ou serviço. Segundo Vasconcellos (2002), a oferta é definida como a 
quantidade de determinado bem ou serviço que os produtores e vendedores demons-
tram, isto é, representa o planejamento ou a intenção de consumo futura, e não neces-
sariamente a venda efetiva. 
Enquanto a oferta é influenciada por fatores como preço, quantidade disponível, 
tecnologia e capacidade produtiva, a procura é motivada por tendências de consumo, 
compatibilidade entre preço e qualidade esperada, necessidade dos consumidores e 
facilidade de aquisição do produto. Se a oferta de um produto exceder sua demanda, 
seu preço tende a reduzir; por outro lado, se a demanda for maior que a oferta, a 
tendência é um aumento no preço. Essa é a lei da oferta e da procura, formulada pelo 
filosofo escocês Adam Smith.
Gestão de estoques e ArmAzenAGem 40
Adam Smith (1723- 1790) foi um dos mais importantes teóricos do liberalismo econômico 
no século XVIII e formulou a “Teoria da mão invisível”, segundo a qual indivíduos, buscando 
seu próprio interesse, podem ajudar outros mesmo sem a intenção de que isso acontecesse 
(VASCONCELLOS, 2002).
Conforme Moreira (2009), o ato de planejar é uma atividade comum a qualquer 
tipo de empresa e a previsão de demanda é a base para elaboração desse planeja-
mento. Prever corretamente a relação entre a oferta e a procura (demanda) é funda-
mental para que as empresas possam determinar corretamente seus níveis de 
estoques e sua política de itens armazenados, pois qualquer previsão incorreta acarre-
tará a elevação dos custos relativos ao ciclo de processo dos pedidos e, consequente-
mente, refletirá em seus resultados financeiros.
2.1.3 A coordenação da produção
A atividade de coordenação da produção monitora os estoques e sua relação com 
os processos produtivos, cuidando para que as operações não sofram interrupções 
por falta de estoque de matérias-primas ou componentes do processo de manufatura, 
ocasionadas por erros no planejamento da demanda de produção. 
A produção está diretamente ligada à oferta e à previsão da demanda, pois, se 
não houver a intenção de oferecer um produto ou o interesse de alguém em consumir, 
não existirá a necessidade de produzir. Nesse sentido, os estoques regulam o fluxo do 
processo produtivo e, se fosse possível sincroniza a oferta e a demanda perfeitamente, 
eles não precisariam ser mantidos. Entretanto, existem diferenças entre a velocidade 
com que os materiais são recebidos e o tempo que são consumidos (saídas), devido 
a uma série de fatores e incertezas presentes no processo. Com relação ao forneci-
mento, podemos destacar as seguintes incertezas em relação à velocidade de recebi-
mento dos materiais (entradas): 
• baixo índice de confiabilidade dos fornecedores; 
• problemas gerados por entregas de materiais com qualidade abaixo da estipulada; 
• gargalos produtivos gerados devido a atrasos ocorridos por quebra de máquinas;
• controle ineficiente da produção.
Gestão de estoques e ArmAzenAGem 41
Entre as incertezas relativas à demanda (saídas), destacam-se:
• imprevisibilidade da demanda;
• erros de dimensionamento dos estoques;
• alterações no plano de produção;
• coordenação ineficiente do processo entre os setores diretamente envolvidos.
Coordenar todos as

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