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Trabalho de Boa fé Objetiva e Subjetiva - METODOLOGIA

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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE
DEPARTAMENTO DE DIREITO
BOA FÉ OBJETIVA E SUBJETIVA
Direito Civil III
Joinville - SC
2013
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
	No presente trabalho abordaremos um dos principais temas do Direito nos dias atuais, o princípio da boa-fé. Relevante ao princípio da boa-fé, tentaremos de uma forma geral esclarecer o seu conceito e juntamente com este mostrar a sua importância para as relações jurídicas. Também diferenciaremos as suas subdivisões: a boa-fé objetiva e a boa-fé subjetiva, além de destacar os seus antecedentes históricos e o seu amplo campo de aplicação.
ANTECEDENTES HISTÓRICOS
Historicamente, a noção de boa-fé é observada pela primeira vez no Direito Romano, reportando-se à fides romana, apresentando-se com implicações de ordem religiosa, ética e moral. No Corpus Iuris Civilis, a noção de boa-fé está prevista de forma diluída, entendida a bona fides como um estado psicológico de ignorância, também influenciada pelo Direito Canônico, que via a boa-fé como ‘ausência de pecado’. Basicamente, pois, durante o período romano e, depois, medieval, adotou-se uma visão subjetiva sobre a boa-fé.
Mais tarde, com o advento do Código Civil francês de 1840 (Code Napoléon), a noção da boa-fé objetiva passa a ser positivada, sendo que tal norma não foi cumprida, tornou-se letra morta, à vista da influência da Escola da Exegese, apegada ao extremo à letra da Lei Napoleônica.
A noção de boa-fé espargiu-se para outros ordenamentos jurídicos, sendo a boa-fé objetiva adotada, de forma expressa, pelo Código Civil alemão (BGB), através de sua cláusula geral, em seu § 242: "O devedor está adstrito a realizar a prestação tal como a exija a boa-fé, com consideração pelos costumes do tráfego".
Entretanto, somente a partir da 1ª Guerra Mundial, através da jurisprudência alemã que, de forma mais copiosa e contundente, passou a difundir os seus contornos, ao ponto de a cláusula geral da boa-fé objetiva ter sido adotada por diversos países europeus, como a Itália, Portugal e Espanha.
Ao que parece, a sua importância tende a universalizar-se, ao ponto mesmo de as Nações Unidas reconhecerem a boa-fé objetiva como um parâmetro hermenêutico nos tratados que versem sobre o comércio internacional, como a Convenção de Viena (1980), que trata da compra e venda de mercadorias, cuja cláusula 7 deste tratado assim reza: 
Na interpretação da presente Convenção ter-se-á em conta o seu caráter internacional bem como a necessidade de promover a uniformidade da sua aplicação e de assegurar o respeito da boa-fé no comércio internacional.
Hoje em dia, a boa-fé age principalmente como princípio amparado pela ética inspiradora da ordem jurídica e a aplicação das normas existentes. Diante de um princípio de tão grande importância, podemos afirmar que é um dos princípios que mais influencia o sistema jurídico brasileiro, representando o reflexo da ética no fenômeno jurídico.
2. O QUE É A BOA FÉ? 
A boa-fé é uma consciência fundamentalmente ética, assim sendo, as pessoas envolvidas nas relações jurídicas devem agir lealmente cooperando, consequentemente não prejudicando a outra parte. Podemos dizer então que a boa-fé é uma espécie de pensamento moral que entende a situação de ambas as partes envolvidas, assim influenciando a ação que terá por objetivo um resultado que visará não prejudicar nenhuma das partes nela envolvida.
É a boa-fé o cerne em torno do qual girou a alteração de nossa Lei Civil, da qual destaco dois artigos complementares, o de nº  113, segundo o qual “os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”, e o Art. 422 que determina: “os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”.
Como se vê, a boa-fé não constitui um imperativo ético abstrato, mas sim uma norma que condiciona e legitima toda a experiência jurídica, desde a interpretação dos mandamentos legais e das cláusulas contratuais até as suas últimas consequências. 
Para se desenvolver um tema tão abrangente como a boa-fé, é necessário fazer a distinção entre a boa-fé subjetiva e a boa-fé objetiva, a que iremos nos aprofundar.
2.1. Boa fé Subjetiva
A boa-fé subjetiva é também conhecida como boa-fé crença, isto porque, diz respeito a substâncias psicológicas internas do agente. Consiste em uma situação psicológica, estado de espírito ou ânimo do sujeito, que realiza algo, ou, vivência um momento, sem ter a noção do vício que a inquina.
Geralmente, o estado subjetivo, deriva da ignorância do sujeito, a respeito de determinada situação, ocorre, por exemplo, na hipótese do possuidor da boa-fé subjetiva, que desconhece o vício que macula a sua posse. Assim, neste caso do exemplo, o legislador cuida de ampará-lo, não fazendo o mesmo em relação ao possuidor de má-fé.
Nesse diapasão, assim a conceitua Alinne Arquette Leite Novais: “A boa-fé subjetiva corresponde ao estado psicológico da pessoa, (...) ao seu convencimento de estar agindo de forma a não prejudicar outrem na relação jurídica”.
Segundo Miguel Reale, a boa fé subjetiva é aquela:
vigorante, v.g., em matéria de direitos reais e casamento putativo – corresponde, fundamentalmente, a uma atitude psicológica, isto é, uma decisão da vontade, denotando o convencimento individual da parte de obrar em conformidade com o direito. 
Já para a insigne jurista Judith Martins Costa:
A expressão 'boa-fé subjetiva' denota ' estado de consciência', ou convencimento individual de obrar [a parte] em conformidade ao direito [sendo] aplicável, em regra, ao campo dos direitos reais, especialmente em matéria possessória. Diz-se 'subjetiva', justamente porque, para a sua aplicação, deve o intérprete considerar a intenção do sujeito da relação jurídica, o seu estado psicológico ou íntima convicção. Antiética à boa-fé subjetiva está a má-fé, também vista subjetivamente como a intenção de lesar outrem. 
Na aplicação dessa boa-fé, o juiz deverá se pronunciar acerca do estado de ciência ou de ignorância do sujeito. O doutrinador Menezes Cordeiro, esclarece sobre tal afirmação:
Perante uma boa-fé puramente fática, o juiz, na sua aplicação, terá de se pronunciar sobre o estado de ciência ou de ignorância do sujeito. Trata-se de uma necessidade delicada, como todas aquelas que impliquem juízos de culpabilidade e, que, como sempre, requer a utilização de indícios externos. Porém, no binômio boa-má fé, o juiz tem, muitas vezes, de abdicar do elemento mais seguro para a determinação da própria conduta. (...) Na boa-fé psicológica, não há que se ajuizar da conduta: trata-se, apenas de decidir do conhecimento do sujeito. (...) O juiz só pode propanar, como qualquer pessoa, juízos em termos de normalidade. Fora a hipótese de haver um conhecimento direto da má-fé do sujeito – máxime por confissão – os indícios existentes apenas permitem constatar que, nas condições por ele representadas, uma pessoa, com o perfil do agente, se encontra, numa óptica de generalidade, em situação de ciência ou ignorância.
2.2. Boa fé Objetiva
A boa-fé objetiva se apresenta como um princípio geral que estabelece um roteiro a ser seguido nos negócios jurídicos, incluindo normas de condutas que devem ser seguidas pelas partes, ou, por outro lado, restringindo o exercício de direitos subjetivos, ou, ainda, como um modo hermenêutico das declarações de vontades das partes de um negocio, em cada caso concreto.
A boa-fé objetiva, ou simplesmente, boa-fé lealdade, relaciona-se com a lealdade, honestidade e probidade com a qual a pessoa mantém em seu comportamento. Trata-se, de ética, um exemplo dessa mencionada ética é um dever de guardar fidelidade à palavra dada ou ao comportamento praticado, na idéia de não fraudar ou abusar da confiança do outrem. Não se opõe à má-fé, quem o faz é a boa-fé subjetiva, nem tampouco tem relação com o fato da ciência que o sujeito possuiperante a realidade.
Para Miguel Reale, a boa-fé objetiva apresenta-se como uma:
 Exigência de lealdade, modelo objetivo de conduta, arquétipo social pelo qual impõe o poder-dever que cada pessoa ajuste a própria conduta a esse arquétipo, obrando como obraria uma pessoa honesta, proba e leal. Tal conduta impõe diretrizes ao agir no tráfico negocial, devendo-se ter em conta, como lembra Judith Martins Costa, “a consideração para com os interesses do alter, visto como membro do conjunto social que é juridicamente tutelado”. Desse ponto de vista, podemos afirmar que  a boa-fé objetiva se qualifica como normativa de comportamento leal.      A conduta, segundo a boa-fé objetiva, é assim entendida como noção sinônima de “honestidade pública”.
Segundo Judith Martins Costa, 'boa-fé objetiva' se quer significar, segundo a conotação que adveio da interpretação conferida ao § 242 do Código Civil alemão, de larga força expansionista em outros ordenamentos, e, bem assim, daquela que lhe é atribuída nos países da common Law:
O modelo de conduta social, arquétipo ou standard jurídico, segundo o qual cada pessoa deve ajustar a própria conduta a esse arquétipo, obrando como obraria um homem reto: com honestidade, lealdade, probidade. Por este modelo objetivo de conduta o status pessoal e cultural dos envolvidos, não se admitindo uma aplicação mecânica do standard, de tipo meramente subsuntivo.
Ao se ter um lado objetivo para o princípio da boa-fé, o juiz deixou de ter que seguir estritamente o que consta em lei, podendo fazer a justiça, de modo singular em cada caso concreto apareça.
Importante destacar que somente com a criação do Código do Consumidor em 1990, é que a boa fé objetiva foi realmente consagrada em nosso ordenamento jurídico, derivada dos dizeres constitucionais, essa modalidade de boa-fé começou então a ser utilizada para interpretações contratuais, integração de obrigações pactuadas, mostrando-se absolutamente fundamental, para que as partes de um negócio jurídico pudessem agir com lealdade perante o outrem, até o cumprimento de suas obrigações. 
O culto Menezes Cordeiro, em obra sobre o tema, acrescenta que:
A boa-fé apenas normatiza certos fatos que, estes sim, são fonte: mantenha-se o paralelo com a fenomenologia da eficácia negocial: a sua fonte reside não na norma que mande respeitar os negócios, mas no próprio negócio em si.
3. EXEMPLO JURISPRUDENCIAL DE BOA FÉ
Para elucidar ainda mais sobre o princípio da boa-fé, será exemplificado na prática como a presença desse princípio influencia nas questões judiciais. Podemos citar a apelação nº 991.02.084497-1 da 29ª Câmara de Direito Privado da Comarca de Ribeirão Preto – SP, julgado na data de 12 de maio de 2010. Nesta apelação, o veículo de Roberto de Pietro (apelante) foi vendido por Jaime Bertanholi (parte), que notadamente agiu de má-fé, pois vendeu um veículo que não o pertencia. O veículo foi comprado por José Bueno de Faria (apelado). O apelante exige que o contrato de compra e venda seja nulo, pois tanto Jaime Bertanholi como o apelado agiram de má-fé. Foi negado o provimento do recurso por se entender que o apelado não pode ser prejudicado, pois foi provado nos autos do processo que ele adquiriu e pagou pelo veículo, confiante que estava fazendo uma aquisição sem mácula, agindo assim de boa-fé, além de não ter participado do ilícito penal.[1: ANEXOS – Jurisprudência: Apelação cível. Nº 991.02.084497-1. Apelante: Roberto de Pietro. Apelado: José Bueno de Faria. Relator: Luís de Carvalho: Ribeirão Preto – SP, 12 de maio de 2010.]
ANEXOS
CONCLUSÃO
Com base no trabalho disposto, fica evidenciada a grande importância da boa-fé nas relações jurídicas. Em muitas dessas relações, quando em sua realização ficam desprovidas da boa-fé de alguma das partes, a mesma poderá chegar até ser anulada. Além disso, vimos que é de suma importância saber diferenciar a dupla faceta da boa fé: subjetiva e objetiva. Isso por que dependendo de qual estiver atuando no caso concreto, fará com que os operantes do Direito analisem-nas por diferentes aspectos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARTINS-COSTA, Judith. A boa-fé no direito privado: sistema e tópica no processo obrigacional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
GAGLIANO, Pablo Stozel & FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo Curso de Direito Civil – Parte Geral. São Paulo: Editora Saraiva, 2009.
NOVAIS, Alinne Arquette Leite. Os Novos Paradigmas da Teoria Contratual: O Princípio da Boa-fé Objetiva e o Princípio da Tutela do Hipossuficiente. In: Problemas de Direito Civil-Constitucional. Gustavo Tepedino (coordenador). 1ª edição. Rio de Janeiro: Renovar, 2000.
CORDEIRO, Antonio Manuel da Rocha Menezes. Da boa-fé no direito civil. Coimbra: Almedina, 1984.
BRASIL. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Apelação cível. nº 991.02.084497-1. Apelante: Roberto de Pietro. Apelado: José Bueno de Faria. Relator: Luís de Carvalho: Ribeirão Preto – SP, 12 de maio de 2010. Disponível em: <http://esaj.tj.sp.gov.br>. Acesso em: 25/05/2010.
REALE, Miguel. A Boa fé no Código Civil. Disponível em: <http://www.miguelreale.com.br/artigos/boafe> . Acesso em: 16/08/2003.

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