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POSSES MÁ-FÉ E BOA-FÉ

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Yasmin Egidia Ribeiro dos Santos, 
Universidade São Judas Tadeu, 7º semestre. 
 
 
POSSE MÁ-FÉ E BOA-FÉ 
As posses de boa-fé e de má-fé estão ligadas a respeito da caracterização de uma posse justa ou 
injusta. O artigo 1200 do Código Civil dispõe que a posse justa é a aquele que seja possuidora de 
boa-fé; ou seja; não possuir quaisquer vícios ,seja de: precariedade , violência ou clandestinidade, 
contudo em seu artigo seguinte (art.1201, CC) constata-se que mesmo com vícios , mediante 
ignorância destes por parte do possuidor(pensas que é seu legítimo dono) , a boa-fé, também 
pode ser caracterizada; sendo assim só poderá ser perdida caso mediante as circunstancias o 
possuidor não ignora que possui indevidamente (art. 1202, CC). 
 Em suma, de acordo com o André Ricardo, quem adquirir coisa furtada, desconhecendo esse 
detalhe é possuidor de boa-fé; o possuidor ignora vicio ou obstáculo impeditivo do seu exercício; 
sendo este o direito negativo que assiste ao possuidor de boa-fé. A posse injusta por sua vez é 
ao contrário; é aquela que se perde a boa-fé ou desde o princípio o possuidor possua má-fé; 
tenha quaisquer vícios citados previamente. 
O possuidor de boa-fé não responde caso não tenha lhe dado causa, pela perda ou deterioração 
da causa ( art.1217, CC) desde que este detenha o animus domini , ademais tem o direito aos 
frutos recebidos, indenização pelas benfeitorias úteis e necessárias , possui o direito de levantar 
as benfeitorias voluptuárias e direito de retenção (arts. 1.216,1.218,1.220, CC) juntamente com 
à restituição das despesas de produção e custeio que forem realizados ( art.1.214, CC), podendo 
sustentar a entrega da coisa até que seja indenizado; contudo sendo necessário segundo a 
doutrina brasileira: a existência de crédito do retentor, relação de causalidade entre esse crédito 
e a coisa retida e por fim, a detenção da coisa. No entanto, no caso de possuidor de má-fé, 
deverá ele pagar o valor referente aos frutos colhido, possui a responsabilidade pela perda da 
coisa, o ressarcimento será dado apenas às benfeitorias necessárias, e não há de se falar de 
direito de retenção (art. 1.216,1.218 e 1.220, CC). Segue jurisprudência: 
EMENTA RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO- AÇÃO DE 
IMISSÃO DE POSSE- TUTELA DE URGÊNCIA CONCEDIDA PARA 
DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL - PRELIMINAR DE 
INADMISSIBILIDADE DO RECURSO CONFUSÃO COM O MÉRITO 
- ALEGAÇÃO DE DIREITO DE RETENÇÃO DAS BENFEITORIAS- 
DESCABIMENTO - INADIMPLEMENTO DA CÉDULA DE CRÉDITO 
BANCÁRIO BEM IMÓVEL DADO EM GARANTIA- AUSÊNCIA DE 
BOA-FÉ BENFEITORIA ÚTEIS E NECESSÁRIAS- NÃO 
DEMONSTRAÇÃO- ARTIGO 1.219 DO CC- RECURSO DESPROVIDO. 
Nos termos do artigo 1.219 do CC, não há que se falar em direito 
de retenção do bem se, além de ter cessado a boa-fé das 
possuidoras quando estas deixarem de adimplir a célula de 
crédito bancário em que o imóvel foi dado como garantia, 
culminando na penhora e leilão da propriedade, não restou 
comprovado, ao menos por ora, que as benfeitorias realizadas 
no local eram úteis ou necessárias. (TJ-MT - 
AI:10047395520198110000 MT, Relator: MARILSEN ANDRADE 
ADDARIO, Data do Julgamento? 31/07/2019, Segunda Câmara 
de Direito Privado, Data de Publicação: 26/03/2020).

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