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Prisão preventiva

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Tainá Laydner Fiore – 2017/2 
DIREITO PROCESSUAL PENAL II 
Prisão preventiva 
 
O QUE É 
 
prisão processual (privação de liberdade) decretada pelo juiz 
 
MOMENTO 
antes da sentença + transito em julgado da sentença condenatória -> na fase de investigação policial ou do 
processo criminal 
 
NATUREZA 
 cautelar 
 modalidade provisória 
 
QUEM PODE REQUERER 
 
1. de ofício pelo juiz 
2. MP 
3. Querelante 
4. Assistente do querelante 
5. Representação da autoridade judicial 
 
REQUISITOS PARA PODER SER DECRETADA 
 
permitem que a prisão preventiva seja decretada mesmo que não haja uma das hipóteses permissivas 
(art. 313) porque a lei não estipula exigência para a conversão de flagrante em preventiva 
 
 
 
 
 
 
 
a) ser garantia da ordem pública e econômica (periculum in mora): impedir que solto ele continue delinquindo 
 
b) por conveniência/ necessidade da instrução: impedir que o agente prejudique a produção de provas 
 
c) para assegurar a aplicação da lei pena (periculum in mora): impedir fuga iminente 
 
d) há indícios da autoria + existência do crime (típico e ilícito) (fumus boni iuris) 
 
OBS.: não precisa de provas concretas, basta meros indícios = não 
se aplica o indubio pro reu 
 
 
e) em caso de descumprimento de outra medida cautelar imposta = prisão preventiva substitutiva/ subsidiária 
 
OBS.: só usada como 3a e última opção (quando as outras não 
funcionaram): 
a) substituir por outra medida 
b) manter a medida + acrescentar outra 
c) decretar prisão preventiva 
 
 
QUANDO PODE SER DECRETADA (hipóteses de cabimento) 
 
a) cometeu crime doloso punível com PPL +4 anos 
b) condenado com trânsito em julgado por outro crime doloso 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da 
instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de 
autoria. 
§ Ú. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por 
força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). 
 
pressupostos 
para decretação 
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão 
preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do 
Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. 
 
Tainá Laydner Fiore – 2017/2 
c) cometeu crime que envolve violência doméstica e familiar + necessária para garantir medida de proteção de 
urgência 
contra: 
1. mulher 
2. C/A 
3. Idoso 
4. enfermo 
5. deficiente 
 
d) há dúvida sobre a identidade civil da pessoa 
e) pessoa não fornece elementos suficientes para esclarecer sua identidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NÃO SERÁ DECRETADA 
 
1. quando o juiz verificar que o agente estando presente uma das excludentes da antijuridicidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. quando houverem outras medidas cautelares eficazes 
 
REGRAS PARA DECRETADAÇÃO 
 
1. não é obrigatória (se não feriria o principio da presunção de inocência) 
2. para ser decretada os requisitos precisam ser preenchidos 
3. só usada quando não puder ser usada outra medida cautelar (mesmo quando for justificado o periculum in 
mora) 
4. não cabe recurso da decisão de decretação, mas pode se impetrar habeas corpus 
 
MOMENTO PARA DECRETADAÇÃO 
 
qualquer fase do inquérito ou processo penal 
 
QUEM PODE DECRETAR 
 
apenas o juiz 
precisa motivar qualquer decisão (decretar, substituir, denegar) sempre 
 
 
 
OBS.: durante o inquérito não pode ser decretado de ofício (só o flagrante pode) 
 
RECURSO DA DECISÃO QUE DEFERIR/ INDEFERIR/ REVOGAR 
 
cabe (em sentido estrito) 
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada. 
 
após resolvido -> deve ser liberto 
 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 anos 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no 
inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou 
pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência 
 
§ Ú. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou 
quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente 
em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. 
 
Art. 23 do CP. Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I – em estado de necessidade; 
II – em legítima defesa; 
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito 
 
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas 
constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III 
do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. 
 
Tainá Laydner Fiore – 2017/2 
 
 
 
REVOGAÇÃO 
 
juiz pode revogar a qualquer tempo se no decorrer do processo ver que não há mais necessidade 
 
 
 
 
OBRIGATORIEDADE DE REVISÃO DA DECRETAÇÃO DA PRISÃO 
 
Quando: 
1. na pronúncia 
2. na sentença definitiva de mérito 
 
O que o juiz pode decidir: 
a) pela subsistência 
b) pela revogação 
 
Como ocorre: juiz se manifesta expressamente + fundamenta a decisão 
 
TIPOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A) decretada autonomamente: comum e decretada devido a um dos requisitos (motivos) do 312 ou hipóteses do 
313 
 
B) decorrente da prisão em flagrante: preventiva convertida/ convolada/ transformada da que era flagrante 
quando presente um dos requisitos (motivos) do 312 e insuficiência de outra medida 
 
 
 
 
C) substitutiva/ subsidiária de uma medida cautelar: usada quando o agente descumpriu todas as formas mais 
brandas de assegurar a efetividade do processo 
a) substituir medida descumprida por outra medida 
b) manter a medida descumprida + acrescentar outra 
 
 
 
 
 
D) domiciliar: juiz substitui a preventiva pela domiciliar 
 
hipóteses: 
a) réu +80 anos 
b) réu extremamente debilitado por doença grave 
c) réu imprescindível para o cuidado de criança de até 6 anos 
d) réu imprescindível para o cuidado de criança com deficiência 
e) gestante com 7 meses ou mais de gravidez de alto risco 
f) mulher com filho de até 12 anos incompletos 
g) homem único responsável por filho de até 12 anos incompletos 
 
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva 
ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; 
 
A x B 
réu estava solto e fica preso X réu estava preso e continua preso 
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se 
revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão. 
 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser
aplicadas observando-se a: 
§ 4o No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou mediante requerimento do 
Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em 
último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo único). 
 
todas precisam 
ser provadas 
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo 
para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. 
Tainá Laydner Fiore – 2017/2 
 
 
 
 
 
 
 
Prisão domiciliar ≠ recolhimento domiciliar noturno: 
medida cautelar aplicável a qualquer pessoa (mesmo que não se enquadre no art. 
318) em que ela deve ficar em casa a noite 
OBS.: não cabe detração penal 
 
 
 
 
prisão preventiva = agente deve ficar “preso” somente em casa (período integral) em casos específicos e 
peculiares 
OBS.: cabe detração penal 
 
 
 
PRAZO PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO QUANDO O AGENTE ESTÁ PRESO 
 
a) se o agente está preso em flagrante ou provisoriamente: 10 dias 
OBS.: na prática, não há inquérito de pessoa presa em flagrante porque 
essa prisão só dura 24h, após isso torna-se prisão provisória ou libera-se 
 
b) se o agente está solto (mediante ou não fiança): 30 dias 
 
 
 
 
 
 
 
 
termo inicial normal: momento em que for executada a ordem de prisão 
 
termo inicial quando a prisão for convertida de flagrante para preventiva: no momento da conversão de uma 
prisão para outra (e não no momento da lavratura do auto de prisão) 
 
 
 
 
 
 
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: 
I - maior de 80 anos 
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; 
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 anos de idade ou com deficiência; 
IV - gestante; 
V - mulher com filho de até 12 anos de idade incompletos; 
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 anos de idade incompletos. 
 
§ Ú. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo. 
 
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado 
tenha residência e trabalho fixos; 
 
Detração penal 
O que é: desconto do tempo de prisão provisória/ internação provisória na PPL 
 
Como funciona: no momento do cálculo da quantidade de pena e liquidação da pena o tempo que alguém ficou preso 
provisoriamente será descontado do tempo que o individuo foi condenado a ficar preso 
 
Quando cabe: só para prisão preventiva (domiciliar ou não) 
 
Quando não cabe: para medidas cautelares do art. 319 que não sejam a prisão preventiva (domiciliar ou não) 
Art. 42 do CP - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão 
provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos 
estabelecimentos referidos no artigo anterior. 
 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou 
estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a 
ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou 
estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a 
ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
 
Tainá Laydner Fiore – 2017/2 
CONVERSÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE PARA PRISÃO PREVENTIVA 
 
Regras: para ocorrer precisa 
1. ter prova da existência do crime 
2. ter indícios da autoria 
 
Necessidade de fazer denúncia do acusado que será preso preventivamente: não é obrigatório -> porque os 
indícios de autoria não são rigorosos o suficiente como os que são exigidos para que a denuncia possa ser feita 
 
 
O que pode ocorrer em virtude do inquérito: 
a) inquérito não foi iniciado -> pode ser preso preventivamente 
b) inquérito foi iniciado e ainda não foi concluído -> pode ser preso preventivamente 
c) inquérito foi iniciado + concluído + MP não oferece denuncia + MP devolve inquérito para policia para 
diligências complementares -> não pode ser preso preventivamente

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