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Prisão e medidas cautelares

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Amanda Santana 
 
CARACTERISTICAS DAS PRISÕES 
 
Jurisdicionalidade: Somente poderá ser fixada medida 
cautelar de caráter pessoal pela autoridade judiciária 
competente. 
Contraditório: A medida gravosa deve ser submetida 
ao contraditório, ainda que diferido em razão da 
natureza da medida. 
Provisionalidade: A medida somente deve perdurar 
enquanto perdurarem os motivos que justificaram sua 
efetivação. 
Provisoriedade: A prisão deve ser breve e temporária, 
não se admitindo que perdure por tempo 
indeterminado (se relaciona com a razoável duração 
do processo, prevista no art. 5º da Constituição 
Federal). 
Excepcionalidade: Deve ser considerada a última 
hipótese (ultima ratio), sendo aplicada somente se 
outra medida menos gravosa não puder ser utilizada. 
Proporcionalidade: O magistrado deverá ponderar a 
gravidade da medida com o resultado esperado do 
processo 
 
ESPÉCIES DE PRISÃO 
As espécies de prisão são: 
1) Prisão em flagrante (a única prisão pré-
cautelar); 
2) Prisão preventiva (prisão cautelar); 
3) Prisão temporária (prisão cautelar; Lei n. 
7.960 de 1989); 
4) Prisão domiciliar (prisão cautelar); 
5) Prisão-pena. 
 
 
 
 
 
PRISÃO EM FLAGRANTE 
É uma medida de autodefesa social em que se priva a 
liberdade de quem está cometendo ou acabou de 
cometer uma infração penal, independentemente de 
prévia autorização judicial. 
Dispensa mandando de prisão. 
Finalidade: Evitar a fuga do infrator e/ou auxiliar na 
colheita de provas. 
ESPÉCIES DE FLAGRANTE: 
1. Próprio, Perfeito, Real ou Verdadeiro: art. 302, 
incisos I e II do CPP. 
2. Impróprio, Imperfeito, Irreal ou Quase Flagrante: 
art. 302, III, do CPP: é uma perseguição ininterrupta E 
que SE INICIE logo após o crime. Não havendo a 
interrupção da perseguição, não importa a 
quantidade de tempo que ela durou. 
 “logo após” diz respeito ao período de tempo 
entre o acionamento da polícia, seu 
comparecimento ao local e a colheita de 
elementos para que inicie a perseguição ou, 
até mesmo, ao período de tempo necessário 
para que a vítima ou terceiros inicie a 
perseguição. 
3. Flagrante Presumido, Ficto ou Assimilado: art. 302, 
IV, do CPP: o cidadão não é perseguido, ele é 
ENCONTRADO. 
Art. 302: Considera-se em flagrante delito quem: 
I - está cometendo a infração penal; 
II - acaba de cometê-la; 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo 
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que 
faça presumir ser autor da infração; 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, 
armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele 
autor da infração. 
 
 
Amanda Santana 
4. Flagrante Preparado, Provocado, Crime de Ensaio, 
Delito de Experiência ou Delito Putativo por obra do 
Agente Provocador: determinada pessoa, que pode 
ser particular ou autoridade policial, instiga o agente a 
praticar o crime, ao mesmo tempo em que toma 
todas as providências necessárias para que o 
crime não se consume, com o objetivo de efetuar a 
prisão dele em flagrante. 
Consequência do flagrante preparado: Ilegalidade da 
prisão. Sumula nº. 145/STF: Não há crime, quando a 
preparação do flagrante pela polícia torna impossível 
a sua consumação. 
5. Flagrante Prorrogado, Retardado, Protelado Ou 
Diferido: A ação controlada consiste no retardamento 
da intervenção policial, que deve se dar no momento 
mais oportuno sob o ponto de vista da colheita de 
provas. Assim, a lei confere a possibilidade de a 
intervenção policial ser retardada, permitindo que a 
prisão em flagrante não se dê de imediato, visando a 
colher mais elementos de prova: identificar outros 
agentes envolvidos, colher elementos de informação 
sobre a atividade do grupo. 
6. Flagrante Forjado, Maquinado, Urdido, Fabricado: 
Policiais ou particulares criam prova de um crime 
inexistente, visando a legitimar uma prisão em 
flagrante manifestamente ilegal. 
a apresentação espontânea do acusado à autoridade 
não impedirá a decretação da prisão preventiva nos 
casos em que a lei a autoriza. Vale dizer: não se fala 
em prisão em flagrante, restando a possibilidade, no 
entanto, de decretação da prisão preventiva 
 
APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA 
A apresentação espontânea do acusado à autoridade 
não impedirá a decretação da prisão preventiva nos 
casos em que a lei a autoriza. Vale dizer: não se fala 
em prisão em flagrante, restando a possibilidade, no 
entanto, de decretação da prisão preventiva. 
 
PRISÃO EM FLAGRANTE NAS DIVERSAS ESPÉCIES DE 
CRIMES 
 
1. Prisão em Flagrante em Crime Permanente: Crime 
permanente é aquele cuja consumação se prolonga o 
tempo. Enquanto não cessar a permanência, a pessoa 
pode ser presa em flagrante (art. 303 do CPP). 
 Se o crime é permanente e está acontecendo, 
é possível a prisão em flagrante. Estando o 
agente em flagrante, admite-se o ingresso na 
casa, em qualquer horário do dia e da noite, 
mesmo sem autorização judicial. 
 
Para que se considere essa prisão legal, tendo em 
vista que violado o domicílio, faz-se necessária a 
comprovação de indícios de que estava no interior 
daquela residência sendo praticado um crime 
 
2. Crime habitual: delito que exige a reiteração de 
determinada conduta para a própria caracterização do 
crime. 
Art. 282. Exercer, ainda que a título gratuito, a 
profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem 
autorização legal ou excedendo-lhe os limites 
Parte da doutrina diz não ser possível prisão em 
flagrante em crimes habituais, pois surpreender 
alguém praticando um ato isolado não seria suficiente 
para dizer que ela praticou um crime. Portanto, 
inviável a prisão em flagrante. Outra parte da 
doutrina, no entanto, diz que não se pode afastar 
essa possibilidade, pois o caso concreto pode 
demonstrar que isso é possível sim. 
 
FLAGRANTE OBRIGATÓRIO E FACULTATIVO 
 
Flagrante obrigatório: É aquele realizado pelas 
autoridades policiais ou seus agentes, que são 
obrigados a efetuar a prisão em caso de flagrante 
Amanda Santana 
delito. Quando uma autoridade policial prende uma 
pessoa, ela está agindo em estrito cumprimento de 
seu dever legal. A obrigatoriedade pode ser 
postergada, nas hipóteses expressamente previstas 
em lei. 
 
Flagrante Facultativo. É aquele efetuado por qualquer 
pessoa do povo. Qualquer pessoa do povo pode 
prender em flagrante, mas perceba que, neste caso, o 
ato de prender não é obrigatório. Um popular não 
tem obrigação de prender quem quer que seja, mas 
tem essa possibilidade, caso queira. 
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades 
policiais e seus agentes deverão prender quem quer 
que seja encontrado em flagrante delito. 
 
FASES DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
1. Captura do agente: 
 Uso da força: é indispensável, é aquela 
necessária e suficiente para conter o preso, 
evitar que ele fuja ou cause algum dano físico 
nele próprio ou em terceiros. Emprego de 
força, portanto, é medida de natureza 
excepcional, somente sendo possível 
enquanto necessária para evitar a resistência 
ativa do capturando. 
 Uso de algemas: trata-se de medida de 
natureza também excepcional, somente 
sendo possível nas seguintes hipóteses: para 
prevenir, impedir ou dificultar a fuga do 
preso; para evitar a agressão do preso contra 
os próprios policiais, contra terceiros ou 
contra si mesmo. 
 
284 do CPP: não será permitido o emprego de força, 
salvo a indispensável no caso de resistência ou de 
tentativa de fuga do preso. 
 
Súmula 11/STF: ó é lícito o uso de algemas em casos 
de resistência e de fundado receio de fuga ou de 
perigo à integridade física própria ou alheia, por parte 
do preso ou de terceiros, justificada a 
excepcionalidade por escrito, sob pena de 
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou 
da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato 
processual a que se refere, sem prejuízo da 
responsabilidade civil do Estado. 
 
2. Condução coercitiva: levaro preso para a 
delegacia, para a presença da autoridade policial. 
3. Lavratura do Auto de Prisão em Flagrante: 
documento (auto) no qual constarão todos os 
elementos essenciais que se deram no momento da 
infração e da prisão. Posteriormente, o auto de prisão 
em flagrante vai servir de base tanto para verificar 
aspectos concernentes à legalidade e à regularidade 
da prisão. 
O APF deve ser lavrado mediante o preenchimento de 
todas as formalidades: obediência aos direitos 
constitucionais do preso e observância à 
documentação que se faz necessária – forma escrita, 
lavrado por autoridade com atribuição para o ato. 
Oitiva do condutor e de testemunhas: Condutor é 
quem entrega o preso à autoridade competente para 
a lavratura do APF e nem sempre vai coincidir com 
quem prendeu o sujeito. Além do condutor, devem 
ser ouvidas duas testemunhas. Caso o condutor tenha 
presenciado o delito, ele pode funcionar ao mesmo 
tempo como condutor e como testemunha 
É necessário duas testemunhas de apresentação, vale 
dizer, testemunhas que tenham testemunhado a 
apresentação do preso à autoridade. 
Art. 304. § 2º A falta de testemunhas da infração não 
impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse 
caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos 
duas pessoas que hajam testemunhado a 
apresentação do preso à autoridade. 
 
Testemunhas fedatárias/instrumentárias: quando o 
acusado se recursar a assinar, não souber/puder fazê-
lo, o APF será assinado por duas testemunhas 
(“fedatárias”) que tenham ouvido a leitura na 
presença desse. 
§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não 
souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em 
flagrante será assinado por duas testemunhas, que 
tenham ouvido sua leitura na presença deste. 
 
Amanda Santana 
  Atenção também ao art. 7º, IV, do Estatuto da 
OAB, que garante, em caso de prisão em flagrante de 
ADVOGADO por motivo ligado ao exercício da 
advocacia, a presença de representante da OAB para 
lavratura do auto de prisão em flagrante, sob pena de 
nulidade, e nos demais casos a comunicação expressa 
à seccional da OAB. 
 
Informações adicionais – APF: Dispõe o § 4º do art. 
304 do CPP que da lavratura do APF deverá constar a 
informação sobre a existência de filhos e se possuem 
deficiência, e o nome e o contato de eventual 
responsável pelos filhos. 
 
Autoridade competente: Em regra, é da autoridade 
policial (o escrivão só executa), mas isso não afasta a 
competência de outras autoridades indicadas por lei 
(ex: agentes de trânsito). 
Falta de autoridade? 
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar da prisão, 
o preso será apresentado à do lugar mais próximo. 
Falta/impedimento do escrivão? 
Art. 305. qualquer pessoa designada pela autoridade 
lavrará o APF, ³após prestado o compromisso legal 
 
4. Recolhimento ao Cárcere: Lavrado o auto de prisão 
em flagrante, a próxima fase é o recolhimento à 
prisão. Se não couber fiança a ser concedida pela 
autoridade policial, ou não houver o pagamento dela, 
será o conduzido recolhido ao cárcere. 
5. Remessa do APF à Autoridade Competente 
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde 
se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz 
competente, ao Ministério Público e à família do 
preso ou à pessoa por ele indicada. 
 
Necessidade de comunicar a prisão ao juiz 
competente, ao MP, à família do preso ou a pessoa 
por ele indicada. 
 
Necessidade de comunicação à Defensoria Pública, 
caso o autuado não informe advogado: 
 
Art. 306, §1º: em até 24 horas após a realização da 
prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto 
de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe 
o nome de seu advogado, cópia integral para a 
Defensoria Pública. 
 
6. Convalidação Judicial da Prisão em Flagrante, em 
Audiência de Custódia 
 
Recebido o APF, o juiz deverá decidir sobre a prisão. 
Essa decisão é tomada em Audiência de Custódia 
Decisões que podem ser tomadas pelo juiz nesse 
momento processual: 
1- Relaxar a prisão ilegal: Verificação da legalidade da 
prisão 
2- Converter a prisão em flagrante em preventiva, 
quando presentes os requisitos do artigo 312 (e 313), 
e se revelarem inadequadas ou insuficientes, as 
medidas cautelares diversas da prisão. 
3- Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança, 
cumulada ou não com uma das medidas cautelares 
diversas da prisão. 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada 
como garantia da ordem pública, da ordem 
econômica, por conveniência da instrução criminal 
ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando 
houver prova da existência do crime e indício 
suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado 
de liberdade do imputado. 
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser 
decretada em caso de descumprimento de qualquer 
das obrigações impostas por força de outras medidas 
cautelares (art. 282, § 4o). 
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve 
ser motivada e fundamentada em receio de perigo e 
existência concreta de fatos novos ou 
contemporâneos que justifiquem a aplicação da 
medida adotada. 
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será 
admitida a decretação da prisão preventiva: 
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de 
liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; 
Amanda Santana 
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, 
em sentença transitada em julgado 
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar 
contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo 
ou pessoa com deficiência, para garantir a execução 
das medidas protetivas de urgência; 
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva 
quando houver dúvida sobre a identidade civil da 
pessoa ou quando esta não fornecer elementos 
suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser 
colocado imediatamente em liberdade após a 
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a 
manutenção da medida. 
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão 
preventiva com a finalidade de antecipação de 
cumprimento de pena ou como decorrência imediata 
de investigação criminal ou da apresentação ou 
recebimento de denúncia. 
 
AUDIENCIA DE CUSTÓDIA 
Audiência que deve ser realizada sem demora, após a 
prisão em flagrante de alguém, visando a que o preso 
tenha contato imediato com o juiz das garantias, com 
um defensor e com o Ministério Público. 
 A Lei n. 13.964/2019 introduziu a necessidade de 
realização de audiência de custódia também no caso 
de prisão preventiva e prisão temporária (prisões que 
dependem de ordem judicial e são cumpridas por 
mandado). 
 
A audiência de custódia deve ser presidida por juiz – 
não por delegado ou promotor. O art. 310 expressa 
que o juiz promoverá a audiência de custódia e aqui 
estamos falando do juiz das garantias (quando 
implementado), pois se cuida de ato praticado antes 
do início do processo e que tem por fim resguardar 
direitos do preso. 
Não é permitida a presença dos agentes policiais 
responsáveis pela prisão durante a audiência de 
custódia. Isso poderia constranger o preso a relatar 
eventuais abusos que tenham ocorrido durante a 
prisão 
 
Caso o preso esteja gravemente doente ou se 
vislumbre outra situação excepcional que não permita 
que compareça perante o juiz, deve ser assegurada a 
realização da audiência no local em que ele se 
encontre 
 
A doutrina defende que a audiência de custódia não 
pode ser convertida em audiência una de instrução e 
julgamento. 
 
24H sem realização da audiência de custódia, será a 
prisão considerada ilegal, devendo ser relaxa. 
 
PRISÃO PREVENTIVA (PP) 
 
 Prisão cautelar 
 Decretada pela autoridade judiciária 
competente em qualquer fase da 
investigação ou do processo criminal 
 Depende de representação da autoridade 
policial, ou requerimento do Ministério 
Público, do querelante ou do assistente, 
quando presentes os requisitos do art. 313e 
os motivos do art. 312 do CPP 
 As medidas cautelares diversas da prisão se 
mostraram inadequadas ou insuficientes 
! NUNCA DE OFICIO! 
 
PRESSUPOSTOS DA PP 
Fumus comissi delicti: prova da materialidade e de 
indícios de autoria 
Periculum libertatis: risco da permanência daquela 
pessoa em liberdade 
§ 2º do art. 312: A decisão que decretar a prisão 
preventiva deve ser motivada e fundamentada em 
receio de perigo e existência concreta de fatos novos 
ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da 
medida adotada 
 
Pressupostos que estão expressos no art. 312 do CPP: 
 garantia da ordem pública; 
 garantia da ordem econômica; 
 garantia da aplicação da lei penal; 
 conveniência da instrução criminal. 
 
Amanda Santana 
  E o estrangeiro sem domicílio no Brasil que 
pratica um crime? Isso, por si só, é suficiente para 
decretar a prisão diante do risco para a aplicação da 
lei penal? 
O entendimento dos tribunais superiores hoje é no 
sentido de que, havendo acordo de assistência 
judiciária entre o Brasil e o país de origem do 
investigado, e verificando-se que o investigado tem 
residência fixa no seu país de origem, não será 
necessária a decretação da preventiva 
Importante: A ausência do acusado ao interrogatório 
NÃO pode ser considerada como risco à instrução 
criminal, de modo a permitir a decretação da prisão 
preventiva. Entender dessa forma é afastar-se do 
interrogatório como meio de defesa. O réu pode optar 
por comparecer ou não a ele e, comparecendo, por 
falar ou ficar em silêncio. Um direito não pode ter um 
resultado negativo como consequência do seu 
exercício. 
 
HIPÓTESES DE CABIMENTO DA PP 
1º) verifico se há prova da materialidade (não 
havendo, nem vou para o próximo passo). 
+ 
2º) verifico a presença de indícios de autoria 
(inexistentes, nem vou para o próximo passo). 
+ 
3º) verifico a necessidade da prisão e a insuficiência 
das medidas cautelares diversas da prisão (análise 
que passa pela verificação dos passos seguintes, 
somados:). 
+ 
4º) constato o perigo da liberdade, que deve ser 
contemporâneo, e ser extraído de algumas 
das hipóteses previstas no art. 312: 
 risco para a ordem pública; 
OU 
 risco para a ordem econômica 
OU 
 conveniência da instrução criminal 
OU 
 garantia de aplicação da lei penal OU 
descumprimento de medidas cautelares 
diversas da prisão (em último caso). 
 
“OU” aqui significa que encontrando qualquer um 
deles, posso ir para o passo “5”, pois já tenho o 
pressuposto configurado. Não encontrado nenhum 
deles, paro por aqui minha análise, por não ser caso 
de prisão. 
 
5º) constato se estou diante de uma hipótese de 
admissibilidade da prisão preventiva: 
 crimes dolosos punidos com pena máxima 
superior a 4 anos; 
OU 
 investigado ou acusado condenado por outro 
crime doloso em sentença transitada em 
julgado, ressalvado o disposto no art. 64, I, do 
CP; 
OU 
 quando o crime envolver violência doméstica 
e familiar contra a mulher, criança, 
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com 
deficiência, para garantir a execução das 
medidas protetivas de urgência (vulneráveis) 
OU 
 dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou 
não fornecimento de elementos suficientes 
para seu esclarecimento. 
 
  Muito importante! As hipóteses de concursos 
de crimes devem ser levadas em consideração. 
Assim, cometidos dois crimes, em concurso 
material, um deles com pena máxima em abstrato 
de 2 anos e outro com pena máxima em abstrato 
de 3 anos, estaremos diante de uma hipótese 
que permite a prisão preventiva com fundamento 
no inciso I do art. 313. 
 
A reincidência deve ser em CRIME DOLOSO. 
 
HIPÓTESES IMPEDITIVAS DA PP 
 
Art. 314: A prisão preventiva em nenhum caso será 
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes 
dos autos ter o agente praticado o fato nas condições 
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do CP 
 
Não é admitida quando o juiz verificar, a partir do que 
foi colhido nos autos, que o agente praticou o crime 
amparado por causa excludente da ilicitude: 
 estado de necessidade 
Amanda Santana 
 legítima defesa 
 estrito cumprimento de dever legal ou 
 exercício regular de direito. 
 
DURAÇÃO DA PP 
 
Não possui prazo predeterminado. 
Renato Brasileiro traz o prazo de 95 dias. 
 
Inquérito: 10 dias na justiça comum, (que pode ser 
prorrogado por até 15 dias (art. 3ºB da Lei n. 
13.964/2019)). Assim, o total pode chegar a 25 dias. 
30 dias na Justiça Federal. 
Oferecimento da Denúncia ou Queixa: 5 dias (art. 46, 
caput). 
Recebimento da peça acusatória: 5 dias. 
Resposta à acusação – 10 dias. Caso o acusado não 
apresente a resposta, o juiz não pode prosseguir com 
o processo. Ele é obrigado a nomear advogado dativo 
que vai ter 10 dias para apresentar resposta. (Vista à 
acusação caso venham documentos novos na 
resposta à acusação – 5 dias). 
Análise da possibilidade de absolvição sumária – 5 
dias. 
Audiência una de instrução e julgamento – 60 dias 
para ela ocorrer. (Possibilidade de substituição das 
alegações orais por memoriais, o que é possível em 
algumas hipóteses: necessidade de diligências, 
complexidade do caso ou pluralidade de acusados. 
Prazo de 5 dias para cada uma das partes e mais 10 
dias para o juiz proferir sentença). 
Somando todos esses prazos, chega-se a 95 dias. Tudo 
isso sem considerar a possibilidade de os autos irem 
para o MP após a resposta à acusação e partindo do 
pressuposto que a sentença foi proferida em 
audiência una de instrução e julgamento e sem 
considerar os prazos para movimentação cartorária. 
Então, é um prazo que pode variar bastante, por 
exemplo de 95 a 185 dias. 
(Prazo de natureza relativa) 
Teses desenvolvidas pelos Tribunais para caracterizar 
o excesso de prazo que conduz ao relaxamento da 
prisão: 
 Quando o excesso for provocado pelo Poder 
Judiciário, isto é, pela inércia do poder 
judiciário 
 Excesso de diligências suscitadas 
exclusivamente pelo MP 
 Excesso abusivo, gritante, desproporcional 
Relaxada a prisão por excesso de prazo, não pode o 
juiz decretá-la novamente, salvo diante de motivo 
superveniente. 
O relaxamento da prisão por excesso de prazo é 
cabível para qualquer crime! Pouco importa se de 
natureza hedionda ou não, ok? 
 
FUNDAMENTTAÇÃO DA PP 
juiz deve se preocupar em fundamentar a decisão que 
decreta a prisão preventiva, sob pena de nulidade. 
 
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou 
denegar a prisão preventiva será sempre motivada e 
fundamentada. § 1º Na motivação da decretação da 
prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz 
deverá indicar concretamente a existência de fatos 
novos ou contemporâneos que justifiquem a 
aplicação da medida adotada. 
§ 2º NÃO se considera fundamentada qualquer 
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou 
acórdão, que: 
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase 
de ato normativo, sem explicar sua relação com a 
causa ou a questão decidida; 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, 
sem explicar o motivo concreto de sua incidência no 
caso; 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar 
qualquer outra decisão; 
 
Renato Brasileiro: “decisão judicial tipo vestidinho 
preto” – aquela que caberia para qualquer situação, 
mas que não enfrenta as peculiaridades daquele 
daquele caso concreto! 
 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no 
processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão 
adotada pelo julgador; 
Amanda Santana 
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de 
súmula, sem identificar seus fundamentos 
determinantes nem demonstrar que o caso sob 
julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, 
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, 
sem demonstrar a existência de distinção no caso em 
julgamento ou a superaçãodo entendimento. 
 
REVOGAÇÃO DA PP 
 
A decisão que decreta ou nega a prisão preventiva é 
baseada na cláusula rebus sic stantibus, ou seja, 
mantidos os pressupostos fáticos e jurídicos, a decisão 
deve ser mantida; caso alterados os pressupostos 
fáticos, nada impede que o juiz modifique sua 
decisão. Isso está previsto no art. 316 do CPP: 
 
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das 
partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da 
investigação ou do processo, verificar a falta de 
motivo para que ela subsista, bem como novamente 
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. 
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, 
deverá o órgão emissor da decisão revisar a 
necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) 
dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob 
pena de tornar a prisão ilegal. 
 
A lei inseriu a obrigatoriedade de revisão da previsão 
preventiva, visando à verificação da necessidade ou 
não de ser ela mantida, a cada 90 dias, o que deve ser 
feito por decisão fundamentada. 
 
PRISÃO TEMPORÁRIA (PT) 
 
Espécie de prisão cautelar decretada pela autoridade 
judiciária competente durante a fase de 
investigações, com prazo pré-determinado de 
duração, quando a prisão for necessária para a 
colheita de elementos de informação (materialidade e 
autoria), quanto aos crimes previstos no art. 1º, III, da 
Lei de Prisão Temporária e quanto aos crimes 
hediondos e equiparados. 
 
REQUISITOS PARA A DECRETAÇÃO 
 
Estão previstos no art. 1º da Lei n. 7.960/1989: 
 
Art. 1º Caberá prisão temporária: 
I – quando imprescindível para as investigações do 
inquérito policial; 
I – quando o indicado não tiver residência fixa ou não 
fornecer elementos necessários ao esclarecimento 
de sua identidade; 
III – quando houver fundadas razões, de acordo com 
qualquer prova admitida na legislação penal, de 
autoria ou participação do indiciado nos seguintes 
crimes: 
a) homicídio doloso (Art. 121, caput, e seu § 2º); 
b) sequestro ou cárcere privado (Art. 148, caput, e 
seus §§ 1º e 2º); 
c) roubo (Art. 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º); 
d) extorsão (Art. 158, caput, e seus §§ 1º e 2º); 
e) extorsão mediante sequestro (Art. 159, caput, e 
seus §§ 1º, 2º e 3º); 
f) estupro (Art. 213, caput, e sua combinação com o 
Art. 223, caput, e parágrafo único); 
g) atentado violento ao pudor (Art. 214, caput, e sua 
combinação com o Art. 223, caput, e parágrafo único); 
h) rapto violento (Art. 219, e sua combinação com o 
Art. 223, caput, e parágrafo único); 
i) epidemia com resultado de morte (Art. 267, § 1º); 
j) envenenamento de água potável ou substância 
alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (Art. 
270, caput, combinado com Art. 285); 
l) quadrilha ou bando (Art. 288), todos do Código 
Penal; 
m) genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º de 
outubro de 1956), em qualquer de suas formas 
típicas; 
n) tráfico de drogas 
o) crimes contra o sistema financeiro 
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. 
 
O inciso III deverá estar sempre presente, seja 
combinado com o inciso I, seja combinado com o 
inciso II. 
 
Também é cabível a decretação de prisão temporária 
nos crimes hediondos e equiparados: 
A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei n. 
7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes 
previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, 
prorrogável por igual período em caso de extrema e 
comprovada necessidade. 
 
Amanda Santana 
PRAZO DA PT 
 
O prazo da prisão temporária é preestabelecido: 
 5 dias + 5 dias (prorrogável por igual período 
em caso de EXTREMA e COMPROVADA 
necessidade – art. 2º Lei 7.960). Não há 
renovação automática! 
Lembrando que, em se tratando de crimes hediondos 
e equiparados esse prazo é de: 
 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, em 
caso de EXTREMA e COMPROVADA 
necessidade! 
 
Nada impede que o juiz decrete por um período 
inferior, caso entenda ser suficiente. 
 
O prazo só começa a contar a partir da efetiva prisão 
do agente, devendo ser contado conforme o art. 10 
do CP. Assim, uma prisão ocorrida às 23:58min, já tem 
um dia de prisão! 
 
Decorrido o prazo da prisão temporária, o acusado 
será colocado em liberdade, mesmo sem alvará de 
soltura, salvo se tiver sido decretada sua prisão 
preventiva. 
A prisão temporária só pode ser decretada pelo juiz, e 
mediante representação da autoridade policial ou 
requerimento do Ministério Público. Quando se tratar 
de representação da autoridade policial, o Ministério 
Público deve ser previamente ouvido (art. 2º, § 2º, da 
Lei n. 7.960). 
 
PRISÃO DOMICILIAR 
 
Forma de cumprimento da prisão preventiva, e não 
de uma nova modalidade de prisão cautelar. 
De acordo com o art. 317 do CPP, a prisão domiciliar 
consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em 
sua residência, só podendo dela ausentar-se com 
autorização judicial. 
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva 
pela domiciliar quando o agente for: 
I – maior de 80 (oitenta) anos; (Esse é um dos incisos 
mais cobrados, porque tem a idade aí para o 
examinador “brincar”. 
II – extremamente debilitado por motivo de doença 
grave; (A doença deve ser grave, e precisa estar 
presente o “extremamente debilitado”). 
III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa 
menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; 
(Atenção à idade!). 
IV – gestante; (a lei não limita mais a determinado 
tempo de gestação: basta que esteja gestante!). 
V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade 
incompletos; (atenção à idade!). 
VI – homem, caso seja o único responsável pelos 
cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade 
incompletos. (atenção à idade!). 
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá 
prova idônea dos requisitos estabelecidos neste 
artigo. (Quem pede a substituição é quem deve 
provar). 
O Art. 318-A. diz que regra é a possibilidade de 
substituição da prisão preventiva pela domiciliar para 
a mulher gestante ou que for mãe ou responsável por 
crianças ou pessoas com deficiência. A substituição 
não ocorrerá quando ela tiver cometido crime com 
violência ou grave ameaça à pessoa, ou quando tiver 
cometido crime contra seu filho ou dependente. 
A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que 
for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com 
deficiência será substituída por prisão domiciliar, 
desde que: 
I - não tenha cometido crime com violência ou grave 
ameaça a pessoa; 
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou 
dependente. 
O art. 318-B fala da possibilidade de que a 
substituição da prisão preventiva pela domiciliar seja 
efetuada com aplicação concomitante de medidas 
cautelares diversas da prisão, previstas no art. 319 do 
CPP. 
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 
318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da aplicação 
concomitante das medidas alternativas previstas no 
art. 319 deste Código 
Amanda Santana 
 
MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO 
O CPP (art. 319) traz um rol de medidas cautelares 
que podem ser fixadas pelo juiz. A prisão só deve ser 
decretada em última hipótese, quando as medidas 
cautelares não se mostrarem suficientes. Portanto, o 
caso concreto é que vai determinar qual medida 
melhor se adéqua e que basta para assegurar a 
aplicação da lei penal, a instrução processual e a 
garantia da ordem pública. 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e 
nas condições fixadas pelo juiz, para informar e 
justificar atividades. 
O comparecimento deve ser pessoal e na 
periodicidade fixada pelo juiz. O Código não traz 
determinação específica quanto a isso (quinzenal, 
mensal...). 
II – proibição de acesso ou frequência a 
determinados lugares quando, por circunstâncias 
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado 
permanecer distante desses locais para evitar o risco 
de novas infrações. 
A lei nãoqual lugar não poderá ser frequentado, 
cabendo ao julgado, no caso concreto, indicar o que 
abrange a proibição. A lei traz uma finalidade 
específica: afastar a pessoa de locais que poderiam 
levar a risco de cometer novos crimes. 
III – proibição de manter contato com pessoa 
determinada quando, por circunstâncias relacionadas 
ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer 
distante 
 
Essa proibição deve ocorrer quando o contato entre o 
agente e aquela pessoa determinada coloque-a em 
risco. Ex.: certa pessoa está sendo ameaçada. O 
intuito é impedir o contato entre o suposto autor do 
crime e a vítima e até mesmo eventuais testemunhas. 
 
IV – proibição de ausentar-se da Comarca quando a 
permanência seja conveniente ou necessária para a 
investigação ou instrução. 
 
O objetivo é aplicar a lei penal. A proibição será 
comunicada às autoridades encarregadas de fiscalizar 
as saídas do território nacional, devendo o indicado 
ou acusado ser intimado para entregar o passaporte 
no prazo de 24 horas, tudo visando à efetividade da 
medida. 
 
V – recolhimento domiciliar no período noturno e 
nos dias de folga quando o investigado ou acusado 
tenha residência e trabalho fixos 
 
Não estamos falando de prisão domiciliar! O 
investigado ou acusado vai poder sair para trabalhar. 
No entanto, tem que permanecer em casa no período 
noturno e nos dias de folga. Os horários são 
determinados pelo juiz, em conformidade com o 
trabalho do agente, de modo a não impossibilitar o 
exercício da atividade laboral. Tem por requisito que 
ele tenha tanto residência quanto trabalho fixos. 
Como as medidas cautelares podem ser aplicadas 
cumulativamente, é comum que na prática seja 
imposta também a monitoração eletrônica neste caso. 
 
VI – suspensão do exercício de função pública ou de 
atividade de natureza econômica ou financeira 
quando houver justo receio de sua utilização para a 
prática de infrações penais. 
 
Tem aplicação direcionada a crimes praticados por 
funcionário público contra a administração pública e 
crimes contra a ordem econômico-financeira. O 
objetivo é afastar da atividade aquele que estiver dela 
se utilizando para a prática de crimes. 
 
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses 
de crimes praticados com violência ou grave ameaça, 
quando os peritos concluírem ser inimputável ou 
semi-imputável (art. 26 do CP) e houver risco de 
reiteração; 
 
A finalidade aqui é proteger a sociedade contra a 
prática de crimes graves. 
 
VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para 
assegurar o comparecimento a atos do processo, 
evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de 
resistência injustificada à ordem judicial; 
 
A fiança foi elevada à categoria de medida cautelar 
autônoma a partir da Lei n. 12.403/2011. Também 
Amanda Santana 
pode ser cumulada com outras medidas cautelares, se 
houver compatibilidade. 
 
IX – monitoração eletrônica. 
 
Possibilidade de utilização de dispositivo de 
monitoramento eletrônico, com o fim de verificar se o 
acusado/indiciado está respeitando as medidas 
impostas, como a proibição de frequentar 
determinados locais e a necessidade de estar em 
outros nos dias e horários fixados. 
 
A legislação especial também traz medidas cautelares 
diversas da prisão. Ex.: Lei Maria da Penha, que traz 
um rol de medidas que podem ser aplicadas ao 
suposto ofensor, visando a resguardar a integridade 
física e psicológica da vítima. 
 
O rol do art. 319 é taxativo ou o juiz pode aplicar 
outras medidas? 
A doutrina diverge com relação ao tema. 
1ºC: por serem as medidas impostas de natureza 
restritiva, deve-se observar a legalidade, de modo a 
impedir que o juiz crie outras restrições não previstas 
em lei. 
2ºC: Defende a existência sim de um poder geral de 
cautela, com aplicação subsidiária do CPC, conforme 
permite o art. 3º do CPP, possibilitando que o julgador 
adapte a medida a ser adotada ao caso concreto, 
atentando-se ao princípio da proporcionalidade. 
Há julgados dos Tribunais Superiores em um e em 
outro sentido.

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