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Avaliacao Nutricional no Primeiro ano de vida

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Curso Terapia Nutricional em Pediatria 
Versão 1.0 
1/15 
© Ao aluno é permitido fazer uma cópia do material didático disponibilizado para uso próprio. De acordo com a Lei n
o
. 
9.610 de 19/02/1998, que trata de direitos autorais, todo aluno fica proibido de propagar, distribuir e vender o material 
de qualquer forma, sob pena de responder civil e criminalmente por violação da propriedade material e intelectual. 
Avaliação do Estado Nutricional – Primeiro Ano de Vida 
 
Ana Paula de Queiroz Mello 
1. Introdução 
 
A avaliação do estado nutricional é um fator essencial no diagnóstico 
nutricional, estabelecimento de situações de risco e planejamento de ações de 
promoção à saúde e prevenção de doenças. Sua importância é reconhecida tanto na 
atenção primária, para acompanhar o crescimento e desenvolvimento de crianças, 
quanto na detecção precoce de distúrbios nutricionais, seja desnutrição ou excesso de 
peso. 
A antropometria na avaliação do estado nutricional no primeiro ano de vida 
avalia as relações entre crescimento fetal e intra-uterino, estado nutricional e 
morbimortalidade perinatal, predizendo a evolução pós-natal. Sendo que as vantagens 
da antropometria são o baixo custo, a facilidade de execução e principalmente, sua 
utilização universal. 
Considerando a heterogeneidade do crescimento, entre outros aspectos, dos 
recém-nascidos (RN), das crianças e dos adolescentes o grupo pediátrico foi 
classificado em: 
Recém-nascidos: 0 a 28 dias de vida; 
Crianças: 
 Lactentes: 0 a 2 anos, exclusivo; 
 Pré-escolar: 2 a 7 anos, exclusivo; 
 Escolar: 7 a 10 anos, exclusivo; 
Adolescentes: 10 a 20 anos, exclusivo. 
 
 
Curso Terapia Nutricional em Pediatria 
Versão 1.0 
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© Ao aluno é permitido fazer uma cópia do material didático disponibilizado para uso próprio. De acordo com a Lei n
o
. 
9.610 de 19/02/1998, que trata de direitos autorais, todo aluno fica proibido de propagar, distribuir e vender o material 
de qualquer forma, sob pena de responder civil e criminalmente por violação da propriedade material e intelectual. 
2. Fatores que podem afetar o crescimento fetal 
 
 O crescimento fetal sofre influência de vários fatores, tais como, genéticos, 
ambientais, hormonais, bem-estar materno, estado nutricional da mãe, suporte 
nutricional e fatores placentários. Abaixo estão algumas situações que alteram o 
crescimento fetal. 
Causas maternas: Desnutrição calórico-proteíca, idade, paridade, hábito de fumar, 
alcoolismo, condição socioeconômica, uso de medicamentos (corticóides), 
insuficiência placentária, hipertensão arterial sistêmica, cardiopatias, diabetes, estado 
nutricional pregresso e atual. 
Causas fetais: Infecções congênitas, má-formações, cromossomopatias e 
gemelaridade. 
 
3 - Classificação do recém nascido 
 
3.1 Segundo peso de nascimento (PN): 
 
3000 ≤ PN < 4000g – RN com peso adequado 
2500 ≤ PN < 3000g – RN com peso insuficiente 
1500 ≤ PN < 2500g – RN de baixo peso 
1000 ≤ PN < 1500g – RN de muito baixo peso 
PN < 1000g – RN de extremo baixo peso 
PN ≥ 4000g – RN com excesso de peso 
 
3.2 - Segundo idade gestacional (IG): 
 
Critérios para a determinação da idade gestacional: 
 
Curso Terapia Nutricional em Pediatria 
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© Ao aluno é permitido fazer uma cópia do material didático disponibilizado para uso próprio. De acordo com a Lei n
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9.610 de 19/02/1998, que trata de direitos autorais, todo aluno fica proibido de propagar, distribuir e vender o material 
de qualquer forma, sob pena de responder civil e criminalmente por violação da propriedade material e intelectual. 
a. IG materna, segundo a regra de Naegele, que determina a gestação normal em 280 
dias, de acordo com a data da última menstruação (DUM); 
b. IG avaliada por métodos ultra-sonográfico, realizado até a 12ª semana de gestação; 
c. Cálculo pós-natal da IG, usando-se avaliação clínica, com dados antropométricos, 
exame físico e neurológico, aplicando-se, então o método de Capurro. 
 
Na determinação da IG, os critérios anteriormente descritos devem ser 
utilizados em ordem crescente, de forma que ante uma IG materna confiável os itens b 
e c serão automaticamente desconsiderados. 
 
Classificação do RN segundo IG: 
IG < 37 semanas – RN pré-termo (RNPT) 
37 ≤ IG < 42 semanas – RN termo (RNT) 
IG ≥ 42 semanas – RN pós-termo 
 
3.2.1- Correção para a prematuridade: 
Considerando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) define pré-termo 
como criança nascida antes de 37 semanas de gestação, as crianças prematuras devem 
ter sua idade corrigida no momento da avaliação nutricional. Nessas condições, o 
perímetro cefálico deve ser corrigido até 1 ano e meio de idade; o peso e o 
desenvolvimento neuro-psico-motor até 2 anos; e a altura deve ser corrigida até 3 
anos e meio. 
Idade corrigida = idade cronológica (em meses) – meses de prematuridade 
 
3.3- Por peso de nascimento e idade gestacional 
Diversos estudos têm mostrado que não apenas o peso ao nascimento é 
importante, mas também a sua relação com a idade gestacional. 
 
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9.610 de 19/02/1998, que trata de direitos autorais, todo aluno fica proibido de propagar, distribuir e vender o material 
de qualquer forma, sob pena de responder civil e criminalmente por violação da propriedade material e intelectual. 
Em 1967, Battaglia e Lubchenco classificaram recém-nascidos em: 
Pequenos para idade gestacional - PIG (peso abaixo do percentil 10); 
Adequados para idade gestacional - AIG (peso entre os percentis 10 e 90) e 
Grandes para idade gestacional - GIG (peso acima do percentil 90). Ver curva em 
Anexo 1. 
 
4 - Medidas Antropométricas de crescimento 
 
Peso corpóreo, comprimento e perímetro cefálico são as medidas mais 
comumente utilizadas, sendo que o peso e o comprimento são dados imprescindíveis 
na avaliação do crescimento. As outras medidas, como por exemplo, a prega cutânea 
triciptal, a circunferência do braço e a circunferência muscular do braço, devem ser 
reservadas para fins específicos em crianças até 1 ano. 
a) Peso: é o parâmetro que apresenta maior velocidade de mudança. O peso mais do 
que o comprimento do lactente varia em função da idade de forma mais significante o 
que o torna mais sensível aos agravos nutricionais sendo o primeiro a modificar-se 
nestas circunstâncias. Nas crianças nascidas à termo, existe uma perda de peso 
normal na 1ª semana de vida de aproximadamente 7 - 10% do peso de nascimento. 
Em crianças até 6 meses, o ganho de peso diário é de aproximadamente 20g/dia 
(600g/mês). Considerando o acelerado desenvolvimento corporal no primeiro ano de 
vida, a criança triplica seu peso neste período. 
b) Comprimento (medida usada até os 24 meses): é afetada por agravos nutricionais 
crônicos. O primeiro ano de vida é caracterizado por uma maior velocidade de 
crescimento (cerca de 25 cm/ano), sobretudo nos primeiros 6 meses, a qual se reduz a 
partir do segundo ano (15 cm/ano). Até os dois anos de idade é possível a recuperação 
da estatura, se o déficit nutricional for corrigido. O catch-up de estatura é mais difícil 
de ocorrer após esta idade. 
 
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de qualquer forma, sob pena de responder civile criminalmente por violação da propriedade material e intelectual. 
c) Perímetro Cefálico (PC): É o indicador do crescimento do sistema nervoso central 
em RN e lactentes. É utilizado como método diagnóstico do estado patológico de 
microcefalia, macrocefalia e hidrocefalia. O perímetro cefálico dobra de tamanho até 
12 meses e aumenta mais 5 cm dos 12 aos 24 meses. Deve ser medido até os 24 
meses, a partir desta idade não é considerado um bom parâmetro para avaliação 
nutricional, pois seu aumento é tão lento que deixa de ser um indicador de 
crescimento. Esta medida é uma das últimas a serem comprometidas em situações de 
déficit nutricional. A primeira medida, normalmente realizada entre 6 e 12 horas de 
vida, necessita de confirmação, devido à acomodação dos ossos do crânio. Até os 6 
meses de idade, essa medida tem relação direta com o tamanho do encéfalo, e o seu 
aumento proporcional indica um crescimento adequado. Em situações excepcionais, 
quando a altura não puder ser obtida, o perímetro cefálico pode ser utilizado como 
parâmetro. Ver curva do perímetro cefálico em Anexo 2.A e 2 
 Toda medida antropométrica só terá valor diagnóstico e prognóstico quando 
realizada corretamente, de preferência pelo mesmo técnico e repetida em intervalos 
pré-determinados. 
 Na prática clínica, a periodicidade recomendada para pesagem de crianças é 
mensalmente até os 6 m de vida, dos 6 aos 12m a cada 2 meses e dos 12 aos 24m a 
cada 3 meses. 
 Em pacientes hospitalizados, recomenda-se a medida de peso uma a duas vezes 
por dia, o comprimento e o PC uma vez por semana. Esses dados devem ser 
transportados para gráficos, de acordo com idade e sexo, onde serão feitas as devidas 
comparações com valores de referência. 
 
4.1 - Gráficos de Crescimento 
Curvas pondero-estaturais são instrumentos utilizados para estabelecer 
referências de crescimento. As curvas de crescimento utilizadas neste manual foram 
 
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de qualquer forma, sob pena de responder civil e criminalmente por violação da propriedade material e intelectual. 
baseadas nas novas curvas da OMS (2006), e adotadas pelo Ministério da Saúde do 
Brasil. 
A utilização das curvas de crescimento permite uma avaliação seriada do peso e 
da estatura através do tempo, proporcionando uma visão mais fidedigna do estado 
nutricional do RN e do lactente do que as medidas antropométricas isoladas. 
 
4.2 - Índices derivados das medidas de crescimento 
Os índices constituem parte essencial na interpretação dos dados 
antropométricos, sendo construídos a partir de duas ou mais medidas 
antropométricas, na forma de razões numéricas ou combinações de dados. 
Baseando-se nos índices antropométricos, são construídos indicadores e 
definidos os pontos de corte que permitem situar o indivíduo de acordo com a 
referência de crescimento adotada. Há diversas maneiras de se representar os índices 
antropométricos, os mais utilizados são na forma de percentil e z-escore. 
O percentil indica a posição de um indivíduo na distribuição da população de 
referência. O percentil é procedente de medidas estatísticas que são divididas em cem 
partes iguais, estando os dados ordenados do menor para o maior, onde cada ponto 
da divisão corresponde à um percentil. 
O z-escore indica o afastamento que uma determinada medida apresenta em 
relação à média ou mediana, em termos de números de desvio padrão. Apresentam a 
vantagem de permitir que o mesmo ponto de corte seja utilizado para todos os índices 
antropométricos calculados. É a relação da diferença entre o valor medido naquele 
indivíduo e o valor médio da população de referência, dividida pelo desvio padrão da 
mesma população, representada pela fórmula: 
 
z-escore = (valor observado do indivíduo) – (valor da média do referencial)2 
 (desvio padrão do referencial)3 
 
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Índice Ponderal (IP) 
O IP de Rohrer permite diagnosticar diferentes padrões de crescimento intra-
uterino, que não seriam reconhecidos utilizando-se apenas o peso em função da idade 
gestacional, mostrando uma acurácia mais elevada para avaliação do RN. O IP é obtido 
pela relação entre o peso do recém-nascido e seu comprimento, uma maneira antiga, 
mas coerente de classificação dos recém-nascidos. É uma das várias relações 
peso/estatura, na qual a lei geométrica da dimensionalidade é mantida: se o volume 
tridimensional ou se a gravidade são aproximadamente constantes, o peso de um 
corpo é proporcional ao cubo das dimensões lineares. Quando o índice não é 
constante, há mudança na forma ou na densidade dos corpos com a mesma idade. 
Este índice descreve quão pesado é o recém-nascido em relação à estatura e idade. Os 
números maiores denotam recém-nascido pesado para a sua estatura e os menores 
descrevem que o mesmo é leve para a sua estatura. A dissociação entre peso e 
estatura fetais, que é característica da alteração nutricional intra-uterina, pode ser 
determinada pelo uso do IP de Rohrer. 
A literatura salienta a importância da classificação do peso fetal no 
desenvolvimento do RN, tanto na macrossomia quanto na restrição de crescimento 
intra-uterino (RCIU), e da separação dos que são grandes ou pequenos por 
constituição (simétricos) daqueles com crescimento patológico exagerado ou 
diminuído (assimétricos). Isto porque o prognóstico perinatal é pior tanto no recém-
nascido assimétrico grande como no pequeno. 
 O índice Ponderal (IP) é representado pela fórmula: 
 IP = PN(g) x 100 
 CN3 (cm) 
PN... peso ao nascer 
CN... comprimento ao nascer 
 
 
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de qualquer forma, sob pena de responder civil e criminalmente por violação da propriedade material e intelectual. 
O RN a termo PIG pode apresentar duas classificações quanto ao seu estado 
nutricional e, em conseqüência, dois prognósticos distintos. Os RN PIG com índice 
ponderal menor que 2,25 constituem a população de RN com RCIU assimétrico, e os 
com IP entre 2,25 e 3,10, a de RCIU simétrico. A restrição de crescimento com IP 
menor que 2,25 tem sido descrita como aquele recém-nascido que não atingiu seu 
potencial máximo de crescimento e pode ser clinicamente reconhecido como portador 
de deficiência de tecidos moles. 
 Os macrossômicos assimétricos, com IP maior que 3,10 caracterizam os recém-
nascidos GIG assimétricos que apresentam mais complicações neonatais. Isto porque 
esses fetos têm organomegalia abdominal com consequente desproporção entre a 
circunferência craniana, diâmetro bis-acromial e circunferência abdominal. 
 
Peso / Idade (P/I) 
Informa exclusivamente a adequação percentual do pesopara idade. O peso 
para idade em crianças a partir de 6 meses é indicador de desnutrição aguda, sendo 
amplamente utilizado para avaliar desnutrição protéico-energética, especialmente em 
lactentes, quando a medida do comprimento não é disponível. 
Cálculo do índice P/I: 
P/I (% de adequação) = Peso observado x 100 
 Peso ideal (p50) 
 
Onde: p50= percentil 50 do padrão de referência (OMS, 2006). Ver curva do P/I em Anexo 3. 
 
Classificação do peso para a idade (P/I): 
 
 
 
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Valores críticos Diagnóstico Nutricional 
< percentil 0,1 < z- escore -3 Muito baixo peso para a 
idade 
≥ percentil 0,1 e < percentil 3 ≥ z-escore -3 e < z-escore -2 Baixo peso para a idade 
≥ percentil 3 e ≤ percentil 97 ≥ z-escore -2 e ≤ z-escore +2 Peso adequado para a 
idade 
> percentil 97 > z-escore +2 Peso elevado para a 
idade* 
Fonte: OMS, 2006. * Este não e o índice antropométrico mais adequado para a avaliação de excesso de peso entre 
crianças. Avalie este estado nutricional através do calculo de peso para a estatura ou IMC para idade. 
 
É um índice que reflete a situação global, porém apresenta algumas limitações, 
tais como: 
a) Não diferencia os comprometimentos nutricionais atuais ou agudos dos pregressos 
ou crônicos. 
b) Peso corpóreo representa a soma de proteína, gordura, água e massa mineral óssea, 
portanto o P/I não fornece informação de mudanças na composição corporal. 
c) Não considera a estatura, então as crianças com baixo peso para a idade podem ser 
erroneamente classificadas como desnutridas. Dessa forma, é importante o 
acompanhamento da criança ao longo do tempo, observando o traçado da curva de 
crescimento, se ascendente, horizontal ou descendente. 
 
Estatura / Idade (E/I) 
 
Examina o crescimento linear, sendo afetado por agravos ao crescimento de 
caráter crônico, de longa duração. A estatura para a idade estima o estado nutricional 
 
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pregresso ou crônico, e é um indicador importante de stunting, condição caracterizada 
por baixa estatura para a idade, mas com peso apropriado para a baixa estatura. 
Como o déficit em estatura leva algum tempo para ocorrer, quando a avaliação 
do estado nutricional é baseada somente na estatura para a idade pode resultar em 
desnutrição subestimada. A influência de possíveis diferenças genéticas e étnicas 
também deve ser considerada quando se utiliza essa relação. 
Cálculo do índice E/I: 
 
E/I (% de adequação) = Estatura observada x 100 
 Estatura ideal (p50) 
Onde: p50= percentil 50 do padrão de referência (OMS, 2006). Ver curva do E/I em Anexo 4. 
 
Classificação da estatura para a idade (E/I): 
Valores críticos Diagnóstico Nutricional 
< percentil 0,1 < z- escore -3 Muito baixa estatura para 
a idade 
≥ percentil 0,1 e < percentil 3 ≥ z-escore -3 e < z-escore -2 Baixa estatura para a 
idade 
≥ percentil 3 ≥ z-escore -2 Estatura adequada para a 
idade 
Fonte: OMS, 2006. 
Obs: até 2 anos ao invés de utilizarmos a palavra estatura utilizamos comprimento (até esta idade as 
crianças são medidas deitadas) 
 
 
Peso / Estatura (P/E) 
 
 
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Identifica a harmonia do crescimento sendo comprometida por agravos agudos. 
Indica o peso apropriado para a altura atual, mesmo em pacientes com desnutrição 
crônica. 
O peso para a estatura é um indicador sensível do estado nutricional atual. É 
relativamente independente da idade entre 1 e 10 anos e parece ser relativamente 
independente do grupo étnico, principalmente entre 1 e 5 anos de idade. 
Em contraste com o P/I, o P/E diferencia entre stunting (peso apropriado para 
estatura) e wasting (peso muito baixo para a estatura como resultado de déficits de 
massa muscular e gordura). 
Peso para a estatura também é útil na avaliação dos benefícios de programas 
de intervenção, uma vez que é mais sensível às mudanças do estado nutricional que a 
estatura para a idade. Entretanto, edema pode complicar a interpretação das medidas 
de peso para a estatura. Outra desvantagem deste indicador é que ele classifica 
crianças com pobre crescimento linear como normais e, consequentemente, é 
indicado utilizar em conjunto com a E/I. 
Cálculo do índice P/E: 
 
P/E (% adequação)= Peso observado x 100 
 Peso ideal (p50) 
 
Onde: p50= percentil 50 do padrão de referência (OMS, 2006). Ver curva do P/E em Anexo 5. 
 
Classificação do peso para a estatura (P/E): 
 
 
 
 
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Valores críticos Diagnóstico Nutricional 
< percentil 0,1 < z- escore -3 Magreza acentuada 
≥ percentil 0,1 e < percentil 3 ≥ z-escore -3 e < z-escore -2 Magreza 
≥ percentil 3 e ≤ percentil 85 ≥ z-escore -2 e ≤ z-escore +1 Eutrofia 
> percentil 85 e ≤ percentil 97 ≥ z-escore +1 e ≤ z-escore +2 Sobrepeso 
> percentil 97 ≥ z-escore +2 e ≤ z-escore +3 Obesidade 
Fonte: OMS, 2006. 
 
Razões Peso/Estatura 
As razões peso/estatura medem peso corpóreo corrigido para estatura, 
partindo do pressuposto que as razões são altamente correlacionadas à obesidade. Há 
vários índices, sendo o índice de massa corporal (IMC) (peso/estatura2) o mais 
utilizado. 
Esse índice é amplamente empregado para a realização do diagnóstico do 
estado nutricional como medida indireta de obesidade. Todavia, já que os índices de 
massa corpórea não distinguem entre excesso de peso oriundo de tecido adiposo, 
massa muscular ou edema, deve-se associar medida mais direta da obesidade, como 
medidas de composição corporal. Ver curva do IMC para idade em Anexo 6. 
Classificação do IMC para a idade: 
Valores críticos Diagnóstico Nutricional 
< percentil 0,1 < z- escore -3 Magreza acentuada 
≥ percentil 0,1 e < percentil 3 ≥ z-escore -3 e < z-escore -2 Magreza 
≥ percentil 3 e ≤ percentil 85 ≥ z-escore -2 e ≤ z-escore +1 Eutrofia 
> percentil 85 e ≤ percentil 97 ≥ z-escore +1 e ≤ z-escore +2 Sobrepeso 
> percentil 97 ≥ z-escore +2 e ≤ z-escore +3 Obesidade 
Fonte: OMS, 2006. 
 
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Leitura Complementar: 
 
Como foram definidos os percentis do Cartão da Criança 
 
As curvas de peso/idade adotadas no Cartão da Criança correspondiam ao padrão do 
National Center for Health Statistics (NCHS) de 1977/78, adotado pela Organização 
Mundial da Saúde (OMS) como padrão internacional. No primeiro Cartão da Criança, 
elaborado em 1984, a curva superior correspondia ao percentil 90 e a inferior ao 
percentil 10 (conforme Classificação de Gomez). A criança cujo peso/idade entre essas 
duas curvas era considerada como de crescimento normal. Aquela com peso/idade 
abaixo do percentil 10 era considerada como apresentando déficit de crescimento e 
diagnóstico de desnutrição energético-proteíca. 
A elaboração do segundo Cartão da Criança em 1997 foi resultado da mudança 
do perfil epidemiológico das crianças brasileiras, que mostraram uma redução de 
quase 20% na prevalência de déficit de crescimento/desnutrição em crianças menores 
de 5 anos, comparando com 1989. Demonstrava-se que a prevalência de desnutrição 
em termos gerais no país tinha baixado muito e não se justificava mais utilizar o 
percentil 10 como ponto de corte inferior da curva de crescimento do Cartão da 
Criança. Por isso o Ministério da Saúde adotou o percentil 3 como ponto de corte 
inferior. Foi então impresso o novo Cartão da Criança com 3 curvas: percentil 97, 
percentil 10 e percentil 3. As crianças cujo peso/idade correspondiam aos valores 
situados entre os percentis 10 e 3 eram considerados como de risco, critério que lhes 
permitiu continuar participando em programas de suplementação alimentar 
juntamente com aquelas que apresentavam valores iguais ou inferiores ao percentil 3, 
consideradas como apresentando déficit de crescimento / desnutrição. 
 
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9.610 de 19/02/1998, que trata de direitos autorais, todo aluno fica proibido de propagar, distribuir e vender o material 
de qualquer forma, sob pena de responder civil e criminalmente por violação da propriedade material e intelectual. 
Em 2001, com a atualização das Normas Técnicas para o Acompanhamento do 
Crescimento e Desenvolvimento, foi acrescentada mais uma curva ao Cartão da 
Criança que é o percentil 0,1 para compatibilização com o instrumento de capacitação 
da Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI), permitindo uma 
graduação nos déficits de peso/idade: peso baixo (valores entre os percentis 3 e 0,1) e 
peso muito baixo (percentil ≤ 0,1). 
 Em 2007, com a criação das novas curvas da OMS (2006), a Cartão da Criança 
foi novamente alterado (ver site: www.who.int/childgrowth). Estas novas curvas 
representam um novo padrão de crescimento, sob condições ambientais ótimas. O 
conjunto das novas curvas da OMS é instrumento tecnicamente robusto e representa a 
melhor descrição existente do crescimento físico para crianças menores de 5 anos de 
idade. Foi baseado em estudos com 8500 lactentes e crianças sadias, numa 
combinação de estudo longitudinal entre nascimento e 24 meses e estudo transversal 
de crianças entre 18 e 71 meses. Estes estudos abrangeram diferentes continentes, 
tais como: Américas, África, Ásia e Europa. Portanto, o padrão da OMS deve ser usado 
para avaliar crianças de qualquer país independente da etnia, condição sócio-
econômica e padrão alimentar. 
 
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9.610 de 19/02/1998, que trata de direitos autorais, todo aluno fica proibido de propagar, distribuir e vender o material 
de qualquer forma, sob pena de responder civil e criminalmente por violação da propriedade material e intelectual. 
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 Falcão MC, Carrazza FQ. Manual Básico de Apoio Nutricional em Pediatria. São 
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 Lubchenco LO, Hansman C, Dressler M, et al. Intrauterine growth as estimated 
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weight-for-height and body mass index-for-age. Geneva; 2006.

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