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Marcadores Sorológicos de Hepatites Virais Introdução HEPATITES VIRAIS: • Os primeiros relatos datam mais de 2000 anos, quando Hipócrates descreveu uma epidemia de doença ictérica • 1918: confirmada por estudos epidemiológicos, incluindo experimentos realizados em voluntários humanos durante a Segunda Guerra Mundial • Estudo permitiu distinguir duas formas de contágio da doença: Transmissão oral- fecal: Hepatite Infecciosa Transmissão parenteral: Hepatite Soro-Homóloga Descrição HEPATITES VIRAIS: • Causadas por diferentes agentes etiológicos – características epidemiológicas, clinicas e laboratoriais • Distribuição é universal – varia de região e agentes etiológicos • Importância para a saúde pública – possibilidade de complicações (agudas e crônicas) Agente Etiológico • Infectam hepatócitos • Atualmente 8 vírus • Diferem na transmissão; consequência clínica; características funcionais e estruturais • Tipos: A, B, C, D, E, G, TTV, SEV-V Reservatório • Homem – reservatório com importância epidemiológica (todos os tipos) • Primatas, marmota, esquilo (A, B, C); • Suínos, bovinos, galinhas, cães (E) – possibilidade zoonose (pesquisas recentes) Transmissão • Transmissão fecal-oral (A, E) – condições de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade de água e alimentos • Transmissão parenteral (vertical); sexual, objetos contaminados; drogas injetáveis, piercing e tatuagens, acidente perfurocortante, procedimentos sem biossegurança (B, C, D) Período de Incubação e transmissibilidade • Varia de acordo com o agente etiológico: Aspectos clínicos • Quadro clínico pode variar • Assintomático/Sintomático (inicial) – quadro gripal à icterícia • Manifestações pouco intensas e passageiras – cura completa • Manifestações graves e prolongadas – evoluindo para a morte Aspectos clínicos Hepatite Aguda • Primeiros 6 meses – assintomático mas apresenta-se contaminado • Pré-ictérico: sintomas inespecíficos – Anorexia, náuseas, vômitos, diarréia, febre baixa, cefaleia, mal estar, fadiga, urticária, artrite, desconforto abdominal Aspectos clínicos Hepatite Aguda • Fase ictérica: diminuição dos primeiros sintomas; intensidade é variável – hepatomegalia dolorosa; hiperbilirrubinemia (urina); fezes esbranquiçadas Aspectos clínicos Hepatite Aguda • Fase de convalescença: desaparecimento da icterícia e sintomas – sensação do bem-estar; • Alterações enzimáticas: fosfatase alcalina, GGT, TGO (transaminase glutâmico-oxalacética) e TGP (transaminase glutâmico-pirúvica) (levemente aumentada) • TGO maior que TGP é sugestivo de hepatite viral. Aspectos clínicos Hepatite Crônica • Infecções com mais de 6 meses • Problema: evoluir para cirrose ou carcinoma hepatocelular • Portador assintomático – infecções crônicas sem manifestações clínicas Evolução da doença pode ser benigna. Grande importância – perpetuação da endemia • Inflamação, fibrose, cirrose, lesão hepática associada à níveis elevados de transaminases e marcadores virais por mais de 6 meses (biópsia – diagnóstico definitivo) Aspectos clínicos Hepatite Fulminantes • Insuficiência hepática na hepatite aguda • Comprometimento agudo da função, diminuição dos fatores de coagulação, encefalopatia hepática • Mortalidade elevada (até 80%) • Varia de acordo com as regiões geográficas Hepatite A Vírus: HAV (RNA) Período de incubação: 15 - 45 dias Família: Picornaviridae Gênero: Hepatovírus Hepatite A • Transmissão fecal-oral (água e alimentos contaminados) • Surtos em meios institucionais (creches, presídios, escolas) • Endêmica em regiões com condições sanitárias inadequadas • Nessas regiões, é mais comum na infância, com manifestações leves ou assintomática. • Produz apenas doença aguda • Pode evoluir com a forma fulminante Hepatite A Sintomas: • Assintomática. • Sintomática: febre, dores musculares, cansaço, mal-estar, inapetência, náuseas e vômito. Icterícia, fezes amarelo- esbranquiçadas e urina com cor semelhante à da coca-cola são outros sinais possíveis da enfermidade Hepatite A Vacinas: • Recombinantes: engenharia genética (vírus geneticamente modificados) • Atenuadas: vírus vivo (proteção mais longa) • Atenção com pacientes imunodeprimidos Hepatite B • Partícula esférica de 42nm de diâmetro. É constituído DNA fita dupla • Família: Hepadnaviridae • Gênero: Orthohepadnarirus • Transmissão: via sanguínea; relações sexuais; transmissão vertical (mãe/filho) • Apresenta alta viremia - transmissão pelo sangue ou pela contaminação de agulhas é muito grande • Período de incubação - 6 à 8 semanas, desde a exposição até aparecimento dos sintomas Hepatite B • 2 bilhões de pessoas infectadas pelo HBV • 400 milhões de portadores crônicos • 500 mil óbitos/ano • 45% população mundial vive em áreas de alta prevalência do HBV (Sudoeste da África e Ásia) • 100 vezes mais infeccioso do que o HIV • Causa mais frequente de hepatocarcinoma celular (HCC) • Outras complicações: cirrose e hepatite fulminante Hepatite B Observação: • 93% dos indivíduos que se infectam pelo HBV, acabam tendo uma recuperação bioquímica, sorológica e clínica adquirindo imunidade contra novas infecções por este vírus. • 5-7% evoluem formas crônicas. • 1% desenvolve hepatite fulminante. Hepatite B Sintomas: • Semelhantes à Hepatite A • Fase aguda - assintomáticas ou os sintomas não chamam atenção • Fase crônica - pode evoluir sem apresentar sintomas; podendo desenvolver cirrose hepática e câncer hepático no futuro Hepatite B • Vírus de RNA • Família: Flaviridae • Gênero: Hepacivirus Hepatite C • O vírus da hepatite C (VHC) infecta as células do fígado e pode causar inflamação grave e complicações ao longo prazo • O VHC é classificado em seis principais genótipos (1 a 6) • Os genótipos 1, 2 e 3 têm distribuição mundial, sendo os genótipos 1a e 1b os mais comuns (60%) • No Brasil, também predomina o genótipo 1 (60%), em relação aos outros • Frequentes mutações e os numerosos subtipos virais - obstáculos para o desenvolvimento de uma vacina eficaz. Hepatite C Transmissão • Drogas injetáveis • Contato sexual • Objetos perfuro cortantes • Transfusão sanguínea • Exposição ocupacional Hepatite C Hepatite D • Vírus de RNA • Trata-se de um vírus incompleto que necessita como envoltório do antígeno de superfície do VHB (HBsAg) para sua expressão Hepatite D Transmissão: • Via parenteral (apresenta os mesmos mecanismos de transmissão do VHB) • Estado de portador crônico do VHB - constitui-se no principal fator epidemiológico para a propagação do VHD. Hepatite E • Responsável por inúmeros surtos de Hepatites de transmissão entérica • Vírus de RNA • VHE - Bahia, Amazonas, Mato Grosso Hepatite E Transmissão: • Ingestão de água contaminada com VHE • Sintomas: parecidos com Hepatite A - maior incidência em adultos jovens • Não leva a cronicidade • Fatal em gestantes Diagnóstico Exames inespecíficos: • Aminotransferase (TGO e TGP): marcadores de agressão hepatocelular; aumento de 25 a 100x acima do normal • Bilirrubinas: aumento de 20 a 25x acima do normal (fração direta e indireta) • Proteínas séricas: normais na fase aguda diminuição progressiva na fase crônica • GGT: aumento discreto nas hepatites virais hepatopatias alcoólicas, hepatites tóxico-medicamentosa Diagnóstico Exames inespecíficos: • Atividade de protombina: maiores alterações nas hepatites fulminantes e crônicas aumento indica deterioração da função hepática • Alfafetoproteína: não tem valor clínico na Hep. Aguda desenvolvimentode carcinoma hepatocelular • Hemograma: leucopenia – formas agudas leucocitose – intensa necrose plaquetopenia – algumas infecções Diagnóstico Provas específicas: • Marcadores sorológicos: recomenda-se em caso de suspeita de hepatite aguda pelo vírus • Ligação Ag-Ac – extremamente específico; associadas às infecções Diagnóstico • Hepatite A: Anti-HAV IgM – compatível com infecção recente (hepatite aguda A) surge precocemente e diminui após a segunda semana desaparece após 3 meses Anti-HAV IgG – não identifica infecção aguda ou crônica presente na fase de convalescença e persiste indefinidamente importante marcador epidemiológico - demonstrar a circulação do vírus em determinada população Diagnóstico • Hepatite A: Diagnóstico • Hepatite B: HBsAg (antígeno de superfície do HBV) – primeiro marcador a surgir após a infecção (30 a 45 dias) permanecer detectável por até 120 dias está presente nas infecções agudas e crônicas. HBeAG (antígeno E) – indica alto título de replicação viral Diagnóstico • Hepatite B: Anti-HBc (anticorpos IgG contra o antígeno do núcleo do HBV) – indica contato prévio com o vírus detectável por toda a vida importante marcador para estudos epidemiológicos Anti-HBs – marcador de cura avaliação de resposta vacinal Diagnóstico • Hepatite B: Diagnóstico • Hepatite C: Anti-HCV (anticorpos contra o vírus HCV) – marcador de triagem (indica contato prévio com o vírus – não define infecção aguda, crônica ou se já foi curada) viragem sorológica documentada (biologia molecular) HCV-RNA (RNA do HCV) – aparece entre uma a duas semanas utilizado para confirmar a infecção crônica monitorar a resposta ao tratamento confirmar resultados sorológicos indeterminados Diagnóstico • Hepatite D: (vírus incompleto – não produz Ag) Co-infecção - Simultânea HBV • Estabelecer se a infecção Superinfecção – Portador crônico • Superinfecção é mais grave - ocasiona formas fulminantes Diagnóstico • Hepatite E: Anti VHE-IgM - elevados nas 4 semanas após 10-12 semanas os títulos diminuem Anti VHE-IgG - elevados na fase aguda permanece elevado no soro até 20 meses Medidas Profilaxias • Vacinação • Água filtrada e lavagem dos alimentos • Saneamento básico • Uso de preservativos • Uso de EPI´s • Cuidado: drogas, alicates de unhas, tatuagem!!!!
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