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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
DIDÁTICA - 515
O PERFIL DO PROFISSIONAL DOCENTE
Acadêmicos: Aline Aparecida R. de Andrade 
 Bianca Sanches Medeiros 
 Carolina Contrera Sakada 
 Daíse Miranda Ávila 
 Lucas Forlin Pereira 
Maringá, 2017
1. INTRODUÇÃO
Os desenvolvimentos da Teoria Pedagógica bem como a História dos Saberes Escolares estão amplamente inseridos no cotidiano das pessoas em geral. É comum nos depararmos com histórias de familiares mais antigos na qual comentam como era o processo de ensino aplicado na época e acharmos diferente, ou até mesmo maneiras de ensino distintas relacionando escolas mesmo que no mesmo estado e/ou cidade.
Todo embasamento de tais métodos de ensino, estão relacionadas com as Teorias Pedagógicas e Histórias dos Saberes Escolares na qual serve de suporte para formação do docente. Neste trabalho teremos como finalidade relacionar todo o processo de desenvolvimento pedagógico e a História dos Saberes Profissionais com a construção do perfil do profissional docente, apontando as implicações deste desenvolvimento para os profissionais da área da educação.
A importância desse estudo mencionado reside no fato de que o mesmo procura expandir a compreensão da ideia do que define um profissional docente, mostrando que há todo um desenvolvimento por trás da formação dos mesmos além do próprio desenvolvimento e características de cada processo de ensino.
2. TEORIAS PEDAGÓGICAS
2.1. PROCESSO TRADICIONAL
A pedagogia tradicional se caracteriza pela submissão, pela obediência ao superior e ela tem o objetivo de que o indivíduo tenha acesso ao conhecimento, buscando, assim, a essência do homem. Como por exemplo, no Brasil com a chegada dos jesuítas, que implantaram a educação religiosa, com o intuito de formar o homem humanista baseado no cristianismo. Nesse processo pedagógico o ensino é padronizado, tradicional, o que impossibilita, muitas vezes, a inovação e a transformação. Como nela o professor é o sujeito que detém o saber e o aluno é apenas um receptor que memoriza e reproduz, não há uma interação entre ambos.
O professor nessa teoria assume o papel de doutrinador, sendo ele o dono da razão. São professores que seguem o padrão formado pelas igrejas jesuíticas, assim sendo, é ele a autoridade máxima, responsável por organizar o que será trabalhado e também por transmitir seus conhecimentos para os alunos de forma tradicional, sem inovações.
No processo tradicional a metodologia aplicada é expositiva, onde o professor transmite o conteúdo e o aluno recebe e reproduz. Segundo Herbert, o professor deve realizar cinco etapas: preparação, apresentação, associação, generalização e aplicação. Na primeira etapa – preparação – no início da aula o docente deve fazer uma retomada no conteúdo trabalhado na aula anterior, para que assim se tenha uma sequência lógica no que será transmitido. A apresentação é onde o professor irá expor o que será discutido, que deve ser feito de maneira simples e clara para que todos possam compreender. A terceira etapa é o momento em que se fará comparações com o que foi aprendido anteriormente e com o que foi absorvido de novo. A generalização corresponde à parte em que a partir do conhecimento adquirido irá se olhar para o todo. E a última etapa é o momento de reproduzir o que foi aprendido, de maneira tal que esse conhecimento permaneça sempre com o aluno.[1]
2.2. PROCESSO ESCOLANOVISTA
A escola nova surgiu com a proposta de renovar o ensino, opondo-se a tudo aquilo que era tradicional. É nela que se tem o incentivo a pesquisas, ao desenvolvimento, ao progresso e a pensar de modo crítico. Nessa teoria o aluno passa a ser importante, pois cada um se desenvolve de maneiras diferentes psicologicamente, e justamente por isso, essa vertente prioriza a atividade individual, para que o mesmo se torne apto a inserir-se na sociedade. Nela o educando deve aprender fazendo, ou seja, deve aprender a aprender, buscar o conhecimento, para que assim a educação se efetive de maneira eficiente.
Nesse processo o professor se caracteriza por ser mediador, pesquisador, problematizador, pois ele deve instigar o aluno a pensar criticamente, incentivando-o a observar, a fazer suas próprias descobertas, a buscar além daquilo que é superficial, pois isso traz um melhor desenvolvimento ao educando.
A metodologia se baseia justamente no aprender fazendo, onde o professor deve contextualizar a teoria com o dia a dia do aluno, trazer problematizações que irá incentivar a busca pelo conhecimento, disponibilizar materiais que os oriente para chegar as devidas soluções, para que assim o educando se desenvolva.[1]
2.3. PROCESSO TECNICISTA
Com a alteração na forma de trabalho, passando do modelo artesanal para o modelo industrial, essa teoria vem para suprir a demanda por pessoas-máquinas, para formar pessoas para o mercado de trabalho, pois está focada na produtividade. Por assim ser, ela é manipuladora, pois cada um tem que ficar no seu devido lugar, se manter neutro, deve apenas reproduzir o que lhe é proposto. Como o foco da pedagogia tecnicista são as técnicas, ela faz uso da tecnologia educacional, tornando o ensino prático.
Nessa teoria, o professor não é aquele que detém o poder e nem planeja as aulas da sua maneira, ele fica em uma posição secundária e, decorrente disso, recebe ordens e apenas reproduz manuais de instruções, trabalhando o que lhe é proposto de forma sequencial e encadeada.
Como o conhecimento do aluno é adquirido através das suas experiências, a metodologia nesse processo trabalha com a tecnologia educacional e também com as diferentes maneiras de se ensinar, para que dessa forma o conteúdo se efetive de modo eficaz.[1]
2.4. PROCESSO SÓCIO-LIBERTADOR
O processo Sócio-libertador, também denominado método de educação libertadora, considera de fundamental importância a transformação de conteúdos escolares em questões problematizadoras, sendo que para isso, a ação entre o professor e os alunos deverá ser desenvolvida em uma perspectiva sociotransformadora. No processo Sócio-libertador a educação se dá com o outro, "na superação da contradição educador-educando, de tal maneira que se façam ambos, simultaneamente, educadores e educandos" (FREIRE, 1978, p. 67).
Paulo Freire estabeleceu três estágios para esse método. O primeiro é o da investigação, em que o professor, junto ao aluno, discutirá determinados vocábulos e questões que têm maior importância na existência de seu aprendiz, considerando a realidade social em que o mesmo se insere. O segundo estágio consiste na conscientização em relação ao mundo, sendo, portanto, denominado de etapa de tematização. Por fim, a terceira etapa é a da problematização, na qual o professor deverá instigar e, ao mesmo tempo, motivar seus alunos a alcançar a fundamental tomada de consciência, perante uma postura crítica.
A educação autêntica que pode ser estabelecida com o processo sócio-libertador implica no desvelamento do mundo, de forma que haja ação e reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo.
2.5. PROCESSO HISTÓRICO-CULTURAL
De maneira geral, Vygotsky estabelece que o processo histórico-cultural ocorre por meio da interação entre o sujeito e o meio cultural em que está inserido. Assim, o educador acredita que o desenvolvimento e a aprendizagem são determinados pelas razões sociais.
Ele define desenvolvimento não como uma acumulação gradual de mudanças individuais, mas como:
Um complexo processo dialético que se distingue por uma complicada periodicidade, a desproporção no desenvolvimento de diversas funções, a metamorfose ou transformação qualitativa de umas formas em outras, um entrelaçamentocomplexo de processos evolutivos e involutivos, o complexo cruzamento de fatores externos e internos um processo adaptativo de superação de dificuldades. (Vygotsky,1996, p.141)
Entendemos que é por meio da relação mediada entre um sujeito e outro que se constitui a aprendizagem pelos processos superiores mentais. Assim, quando ocorre diálogo entre o educador e o educando, a atividade educativa se altera, porque há sujeitos de ambos os lados.
Neste ponto, a mediação é a forma deste percurso transcorrer pelo sujeito no seu processo de aprender, sendo que:
A atividade humana deve ser socialmente mediatizada considerando a atividade exterior que envolve as relações do homem com a natureza, ou de uma atividade interior que trata da atividade física. Essas atividades são socialmente mediatizadas ou instrumentadas e transformadas por ferramentas socialmente elaboradas. (Oliveira, 1997)
A relação deve ser mediada pelo professor, que poderá instigar o aluno a buscar resoluções para qualquer tipo de problema, por meio da utilização dos “porquês” e dos “comos”. O educador poderá utilizar recursos que reportem ao pensamento abstrato, contribuindo para o processo de superação das capacidades da criança e, ao mesmo tempo, validando o desenvolvimento do que Vigotsky denominou de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP).
A zona de desenvolvimento proximal consiste no trabalho de aprendizagem que o educando consegue desenvolver somente com o auxílio do professor ou de alguém mais experiente. 
Neste ponto, segundo Oliveira (1997), a função do professor é a de orientar de forma ativa e servir de guia para o aluno, de forma a oferecer apoio cognitivo. O professor deve ser capaz de ajudá-lo a entender um determinado assunto e, ao mesmo tempo, relacioná-lo ao conteúdo com experiências pessoais e o contexto no qual o conhecimento será aplicado.
Dessa forma, o processo histórico-cultural fornece grandes subsídios para a reestruturação de uma prática pedagógica centrada no sujeito inserido em uma sociedade, porque dispõe de elementos que proporcionam entendimento do processo de desenvolvimento de uma pessoa incluída no contexto escolar.
2.6. PROCESSO MULTICULTURAL
Segundo o estudo do artigo de Flávia Pansini e Miguel Nenevé que citaram Silva (2007), “Entendemos que o multiculturalismo se refere a estudos voltados para as diferentes culturas espalhadas nos lugares do mundo, objetivando a partir da aprendizagem a importância de cada cultura a fim de evitar os conflitos sociais. Podendo também estar voltado à política, quando os grupos como negros, índios, mulheres e outros reivindicam perante as autoridades políticas seus direitos e deveres como cidadãos. ”
De maneira geral, o processo multicultural se refere a diversidade cultural de grupos sociais com características próprias que devem ser reconhecidas, respeitadas e, principalmente, valorizadas. Encontra-se na abordagem multiculturalista a presença de diferentes grupos sociais numa mesma sociedade, tendo como base a coexistência de várias culturas em um mesmo país ou região.
A problemática multicultural tem sido um tema discutido principalmente na pedagogia e no currículo com um intuito de solucionar os conflitos que dela surgem, já que a mesma abrange gênero, sexualidade, cultura. 
4. HISTÓRIAS DOS SABERES ESCOLARES 
O mundo está em constante transformação, sendo elas impessoais e exteriores ao indivíduo. Dessa forma, informações são produzidas e construídas a todo momento. Entretanto, o acúmulo de informações não implica, necessariamente, a construção de conhecimento. O conhecimento é alcançado a partir da assimilação e transformação de informação, é utilizar a razão para refletir sobre um fato e, então, desenvolver ou conceber algo, ele é fruto de uma aprendizagem, sendo pessoal e integrado ao indivíduo.
Por meio da orientação da informação integrada com a transformação do conhecimento é que o desenvolvimento do saber acontece. Logo, através da informação aliada ao conhecimento é que nasce o saber, de modo que, ao aplicá-lo, produz-se de forma criativa. Segundo Tardif, não há como dissociar o saber de fatores condicionantes e do contexto de trabalho, “o saber é sempre o saber de alguém que trabalha alguma coisa no intuito de realizar um objetivo qualquer” (2002). Sendo assim, o saber estará sempre relacionado à pessoa que o está aplicando, associado àquela determinada identidade, experiências profissionais e de vida.
A profissão docente, onde o professor é tratado enquanto sujeito do conhecimento e produtor de saber, necessita da criação de um conhecimento ligado à ação por um espaço prático de produção, de transformação e de mobilização de saberes, exigindo, portanto, não apenas saber, mas também um conhecimento e um saber-fazer específicos para o encargo de professor. Nesse contexto, tem-se, com base nas pesquisas de Maurice Tardif, que os saberes docentes não são apenas relações cognitivas, mas também são saberes sociais, plurais e heterogêneos, adquiridos pela história de vida e da carreira profissional, portanto, não se deve considerar o professor como um como um técnico que aplica conhecimentos produzidos por outros, onde estavam pautadas as concepções do modelo de racionalidade cientificista do século XX.
O ensino é impulsionado por vários saberes derivados de diferentes fontes, dando origem a um saber múltiplo e plural. Sendo assim, Tardif determinou os saberes docentes, também chamados de saberes de Tardif: Os saberes da formação profissional ou ciências da educação, saberes disciplinares, saberes curriculares, e saberes experienciais.
Os saberes de formação profissional ou ciências da educação, são os saberes adquiridos pelo professor durante a sua formação, transmitidos pelas instituições. No decorrer de sua formação é que o professor tem contato com as ciências da educação, dessa maneira, é importante que o profissional docente se limite a apenas produzir conhecimento, mas também agregá-los à pratica de professor. Já os saberes disciplinares são aqueles que estão sob forma de disciplina, sendo transmitidos pelos cursos e emergindo da tradição cultural e dos grupos sociais produtores de saberes. O professor deve dominar a disciplina que se propôs a ensinar, sendo capaz de interagir com os alunos e reformular suas explicações, tornando-se capaz de ministrar sua disciplina com atividades articuladas. Há também os saberes curriculares que são alcançados pelo docente ao longo de sua carreira. “Apresentam-se concretamente sob forma de programas escolares (objetivos, conteúdos e métodos) que os professores devem aprender aplicar” (M, Tardif. 2002). Ou seja, o ensino de uma disciplina não é dado somente pelo professor, mas por uma discussão entre os profissionais que compõem o contexto escolar. Por fim, há os saberes experienciais que resultam da operação em sala de aula do próprio professor. Estes são gerados através da história de vida do profissional dentro e fora da escola, de modo que o professor já teve contato com sua profissão, antes mesmo de optar por ela, durante o período em que era aluno, desenvolvendo habilidades de saber-fazer e saber ser.
Para Gauthier (1998), os saberes seriam: saberes disciplinares, saberes curriculares, saberes das ciências da educação, saberes da tradição pedagógica, saberes da ação pedagógica, e saberes experienciais. As principais diferenças entre os saberes de Tardif e os de Gauthier estão nos saberes de tradição pedagógica e da ação pedagógica, sendo que o primeiro está relacionado com o perfil que cada professor tem da escola previamente e diz respeito ao saber das aulas. Já o segundo é o saber experiencial de cada professor testado com pesquisas realizadas em sala de aula, servindo de apoio para outros professores ao serem socializadas.
Para Cunha (2004), tem-se os saberes relacionados com a prática pedagógica que dizem respeito ao ensino e à aprendizagem na instituição escolar, à troca de conhecimentos entre professor e aluno e ao domínio progressivo da disciplina e do ambienteescolar. Há os saberes relacionados com a ambiência da aprendizagem que fazem referência ao incentivo à curiosidade dos alunos, despertando o desejo de aprender nos alunos através do desenvolvimento de habilidades mentais, envolvendo-se com as propostas de ensino. Já os saberes relacionados com o contexto sócio-histórico dos alunos, estuda as condições cultural e social dos alunos, situando-o no mundo em que vive e adaptando-o à sociedade. Tem também os saberes relacionados com o planejamento das atividades de ensino aborda a capacidade de desenvolver práticas pedagógicas, métodos e objetivos de aprendizagem que levam os alunos à reflexão, combatendo a passividade e a alienação. Os saberes relacionados à conduta na sala de aula nas suas múltiplas possibilidades são aqueles que tratam de melhorar a aprendizagem do aluno a partir da seleção cuidadosa de recursos e práticas apropriadas, reformulando explicações e promovendo um bom procedimento de ensino. Por fim, tem-se os saberes relacionados com a avaliação da aprendizagem que retoma a trajetória percorrida durante a aprendizagem, buscando estratégias que permitam uma melhor avaliação sobre a aprendizagem dos alunos.
 
5. IMPLICAÇÕES HISTÓRIAS DAS TEORIAS PEDAGÓGICAS E DOS SABERES ESCOLARES NA CONSTRUÇÃO DO PERFIL DO/A PROFESSOR/A
Para iniciar-se sobre as implicações históricas das teorias pedagógicas necessita-se da citação do educador João Amos Comenius. O qual foi considerado um dos maiores educadores e pedagogos do século XVII, devido a sua concepção sobre a arte universal, onde deve se ensinar tudo a todos.
Para Comenius a infância se resume na potencialidade de aprendizagem e memória, ou seja, o ensino se torna eficaz devido a condução através da ordem, metodologia, racionalidade e uniformidade de métodos.
Por volta de 1700, o inglês John Locke parte do objetivo de que a educação necessita preparar o indivíduo para hábitos de conduta moral, ele propõe que a educação seja para instruir o cidadão que irá recebê-la. No final do século XIX Johann Friedrich Herbart trouxe grandes contribuições para a pedagogia que seria o “Método de Instrução herbartiano”, propondo os cinco passos para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno. Para ele, o conhecimento é dado pelo educador ao aluno, a educação se opera pela instrução.
No Brasil os jesuítas atuaram como os primeiros educadores, inspirados na obediência e nas doutrinas teológico-fisiológicas da Idade Média, caracterizadas pelo problema da relação entre fé e razão. A educação era destinada apenas aos desocupados sociais e posteriormente a elite, com a intenção de recrutar fiéis para a igreja. Posteriormente o processo de educação definiu a hierarquia social no Brasil.
Por volta de 1750 ocorreu a reforma idealizada por Marquês de Pombal, nomeado como primeiro ministro pela coroa portuguesa, ele expulsa os jesuítas e cria as aulas régias, que seriam aquelas cedidas pelo governo e não pela igreja. As aulas régias partiam do intuito de aprender a ler, escrever e contar. Já as aulas de gramática latina, grego e cálculo, seriam apenas para quem pretendesse seguir os estudos superiores. Em torno de 1759 foi criado o cargo de Diretor de Estudos que teria como função a seleção e o controle dos professores nas metrópoles e nas colônias, em 1760 ocorreu o primeiro concurso público, porém a ausência de livros didáticos e disputas políticas impediram o sucesso das aulas régias. No século XX, o liberalismo ponderou o analfabetismo como um fator de impedimento de crescimento do país. Podemos concluir que essas reformas, ressaltam a atuação no estado no sentido de uma fragmentação dos estudos que tem consequências duradouras na forma como a profissão se organiza até os dias de hoje.
Necessitando de um aprimoramento urgente na pedagogia no período pós-Primeira guerra, pode-se destacar como um idealizador das grandes mudanças John Dewey e Anísio Teixeira.
John Dewey foi um dos pioneiros na psicologia funcional, uma corrente que ficou conhecida como pragmatismo ou instrumentalismo, ou seja, é primordial que a escola traga princípios e ideias que sirvam de instrumento para a resolução de problemas reais. Dewey defendia a ideia que os alunos fixavam melhor quando eles realizavam tarefas associadas ao conteúdo ou ao seu cotidiano. Deste modo a liberdade e a democracia foi deixando de lado aos poucos o ensino tradicionalista, com essa nova concepção de Dewey foi se constituindo a Escola Nova, que visava atender as necessidades individuais de cada aluno 
Anísio Teixeira defendia as ideias de Dewey, e foi um dos pioneiros na implementação de escolas públicas em todos os níveis. Para Anísio a educação era uma constante reconstrução da experiência, esse foi seu grande marco, a inquietação. 	
Segundo Anísio, o próprio ato de aprender, durante muito tempo significou uma simples memorização, depois seu sentido passou a incluir a compreensão e a expressão do que fora ensinado, por último envolveu algo mais: ganhar um modo de agir. Só aprendemos quando assimilamos uma coisa de tal jeito que, chegando ao momento oportuno, sabemos agir de acordo com o aprendido.
Segundo Piaget, esse esquema de organização, assimilação e adaptação feito pelo organismo pode ser aplicado ao processo de aprendizagem, que se dá na estrutura cognitiva. A organização seletiva que a cognição realiza dá-se em um processo permanente de interação do homem com o meio ambiente, por meio da apreensão do que é útil e necessário à adaptação do homem no mundo.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
O profissional docente mais do que a responsabilidade de ter domínio sobre as habilidades específicas de sua área, deve ter como foco a busca no aumento da democracia da educação, podendo ser visto como um mediador na prevenção da exclusão social dos educandos, ajudando-os tornarem indivíduos ‘’livres’’ com menor dependência do poder econômico, político e social. O conhecimento pedagógico é uma das principais ferramentas dos profissionais da educação, sendo de gradativo desenvolvimento já que há a construção/reconstrução constante durante a experiência profissional do docente. Tal conhecimento se baseia mais do que no ‘’saber’’ as disciplinas ministradas, faz parte principalmente do processo de transmissão da informação tendo como base o nível de complexidade, as formas de acessibilidade e utilidade social da informação.
Um fato importante ligado a capacitação dos profissionais da educação é a consciência de planejar suas tarefas docentes como uma maneira facilitadora de aprendizagem, visando cooperar com o aprendizado do aluno. O professor deve estabelecer estratégias de pensamento, bem como desenvolver capacidades de aprendizagem relacionadas ao cotidiano, convivência e comunidade que envolve a educação a fim de aproximar e criar um possível interesse no aluno. A formação pedagógica do docente deve englobar mais do que atualização científica, de tal modo que crie a capacidade de reflexão para que aprendam a se adaptar com as mudanças e incertezas que a profissão apresentará no decorrer de sua trajetória, sendo que tenham a autonomia de criar possibilidades de inovação nas instituições educativas, de modo que não temam com o rompimento de práticas padrões, tornando o conhecimento flexível e condizente ao ambiente.
Atualmente, no momento histórico vivenciado, há um grande enfraquecimento dos professores em diversos níveis de atividades educativas no país, de tal forma que essas situações devem fazer com que os docentes se motivem à reflexão, desenvolvendo o senso crítico, e atuando em movimentos com objetivo da valorização de sua categoria profissional. A identidade do professor é formada no dia-a-dia, dentro e fora da sala de aula, sendo de ampla necessidade que tenham a preocupação de aprofundarem seus conhecimentos referentes aos conteúdos ministrados, valorizando a didática como auxílio, tendo permanente interesse no acompanhamento de inovações e realizarem constantemente a análise das práticaseducativas, debatendo coletivamente, para contribuição do processo de construção da identidade profissional.
 
7. REFERÊNCIAS
[1] ALTOÉ, Anair; GASPARIN, João Luiz; NEGRÃO, Maria Tampellin Ferreira; TERUYA, Tereza Kazuko. (Orgs.). Didática: processos de trabalho em salas de aula. Maringá: Eduem, 2010, 2ª. ed. (Coleção Formação de Professores – EAD).
[2] http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UPM_87746941068392350b79270f97ba0265 - A contribuição de Joao Amos Comenius para a educação infantil.
[3] IX Congresso Nacional de Educação PUC PR - Implicações Pedagógicas da Abordagem Histórico- Cultural: Aproximações - Vieira, Renata de Almeida
[4] https://www.portal-gestao.com/artigos/7625-herbert-simon-estuda-o-processo-de-tomada-de-decis%C3%B5es-nas-organiza%C3%A7%C3%B5es.html
[5] http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0069_03.html
[6] Método de Educação Libertadora. Disponível em: <http://www.infoescola.com/pedagogia/metodo-de-educacao-libertadora/>. Acessado em 20 de julho de 2017 às 20:30.
[7] PAULO FREIRE: POR UMA EDUCAÇÃO LIBERTADORA E HUMANISTA. Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/729_522.pdf>. Acessado em 20 de julho de 2017 às 20:45.
[8] Aprendizagem e desenvolvimento na prática educativa, segundo Vygotsky. Disponível em: <http://ser-multifuncional.blogspot.com.br/2015/05/>. Acessado em 21 de julho de 2017 às 14:15.
[9] Multiculturalismo e educação. Disponível em: <http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/multiculturalismo-educacao.htm>. Acessado em 21 de julho de 2017 às 17:00.
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