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Livro 6.2 Perícia e Contabilidade Internacional

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Perícia e Contabilidade 
Internacional
Módulo 6.2
Carmo Barboni Jr. 
Guilherme L. Bertoni Pontes
2012
Rosto e Sumario_CC_6.2_2012-1.indd 1 16/02/2012 14:40:44
Editorial
Presidente
Chaim Zaher
Vice-Presidente
Adriana Baptiston Cefali Zaher
Diretoria Executiva
Fernando Henrique Costa Roxo 
da Fonseca
Rafael Gomes Perri
Pró-reitor de Educação a Distância 
Jeferson Ferreira Fagundes 
Diretora Acadêmica 
Claudia Regina de Brito 
Coordenação Pedagógica 
Alessandra Henriques Ferreira 
Gladis S. Linhares Toniazzo
Marina Caprio 
Coordenação do Curso 
de Ciências Contábeis 
Andréia Marques Maciel
Produção Editorial
Karen Fernanda Bortoloti 
Marcelo dos Santos Calderaro 
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Apresentação Uniseb Interativo .................. 11
Apresentação do módulo .................................. 12
Perícia contábil ........................................................... 13
Unidade 1: Conceitos e normas da perícia contábil ............. 15
Processo de ensino-aprendizagem .................................................. 15
Objetivos de aprendizagem ................................................................. 15
Você se lembra? ....................................................................................... 15
1.1 Introdução à perícia contábil ................................................................ 16
1.2 O direito brasileiro e a perícia contábil ................................................... 17
1.3 O Estado e as três ordens de atividade ....................................................... 19
1.4 O processo como forma de atuação jurisdicional ......................................... 21
1.5 Direito processual e direito material ............................................................... 21
1.6 O direito processual civil ................................................................................... 24
1.7 Espécies de ações no processo civil .................................................................... 25
1.8 A estrutura interna do processo judicial (peças principais) .................................. 28
1.9 Sujeitos processuais ............................................................................................... 32
1.10 Conceito e finalidade de perícia contábil ............................................................. 35
1.11 Fins e provas da perícia contábil ........................................................................... 37
1.12 A diferença entre auditoria e perícia contábil ....................................................... 40
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 43
Reflexões sobre o tema ................................................................................................. 44
Leituras recomendadas ............................................................................................... 44
Referêncial bibliográfico ........................................................................................... 45
Na próxima unidade ................................................................................................ 46
Unidade 2: Campos de atuação do perito contador ....................................... 47
Processo de ensino-aprendizagem ................................................................... 47
Objetivos de aprendizagem .......................................................................... 47
Você se lembra? ........................................................................................ 47
2.1 Tipos de perícia .............................................................................. 48
2.2 Prova pericial ............................................................................. 53
2.3 Áreas de aplicabilidade da perícia contábil ........................... 56
Exercícios de fixação ............................................................... 57
Reflexões sobre o tema....................................................... 58
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Leituras recomendadas .................................................................................................... 58
Referencial bibliográfico ................................................................................................ 58
Na próxima unidade ........................................................................................................ 59
Unidade 3: Normas profissionais ................................................................................. 61
Processo de ensino-aprendizagem .................................................................................. 61
Objetivos de aprendizagem ............................................................................................. 61
Você se lembra? .............................................................................................................. 61
3.1 Introdução ................................................................................................................ 62
3.2 Competência profissional ......................................................................................... 62
3.3 Impedimento ............................................................................................................ 72
3.4 Impedimento técnico ................................................................................................ 73
3.5 Suspeição ................................................................................................................. 74
3.6 Substituição .............................................................................................................. 75
3.7 Nomeação múltipla .................................................................................................. 75
3.8 Prazo judicial ........................................................................................................... 75
3.9 O perito assistente .................................................................................................... 76
Exercícios de fixação ...................................................................................................... 77
Reflexões sobre o tema ................................................................................................... 78
Leituras recomendadas .................................................................................................... 78
3.10 Referencial bibliográfico ....................................................................................... 79
Na próxima unidade ........................................................................................................ 80
Unidade 4: Prática do trabalho pericial ...................................................................... 81
Processo de ensino-aprendizagem .................................................................................. 81
Objetivos de aprendizagem ............................................................................................. 82
Você se lembra? .............................................................................................................. 82
4.1 Introdução ................................................................................................................ 83
4.2 O planejamento do trabalho ..................................................................................... 84
4.3 Cumprimento de prazos ........................................................................................... 90
4.4 Honorários ................................................................................................................ 92
4.5 Laudo pericial contábil ..........................................................................................
102
4.6 Quesitos.................................................................................................................. 144
Exercícios de fixação .................................................................................................... 150
Reflexões sobre o tema ................................................................................................. 152
Leituras recomendadas .................................................................................................. 152
Referencial bibliográfico .............................................................................................. 152
Na próxima unidade ...................................................................................................... 153
Unidade 5: Perícia em cálculos financeiros............................................................... 155
Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 155
Objetivos de aprendizagem ........................................................................................... 155
Você se lembra? ............................................................................................................ 155
Introdução ..................................................................................................................... 156
5.1 Conceito de produtos e serviços bancários ............................................................ 157
5.2 Riscos ..................................................................................................................... 160
5.3 Cartões de crédito .................................................................................................. 161
5.4 CDB / RDB ............................................................................................................ 164
5.5 Financiamento ........................................................................................................ 165
5.6 Capital de giro ........................................................................................................ 165
5.7 Investimento fixo ................................................................................................... 165
5.8 Investimento misto ................................................................................................. 166
5.9 Encargos financeiros .............................................................................................. 166
5.10 Fundos de investimento ....................................................................................... 166
5.11 Processos envolvendo cheques especiais e o método hamburguês ...................... 169
5.12 Atividades resolvidas ........................................................................................... 169
Exercícios de fixação .................................................................................................... 174
Reflexões sobre o tema ................................................................................................. 177
Leituras recomendadas .................................................................................................. 177
Referencial bibliográfico .............................................................................................. 177
Na próxima unidade ...................................................................................................... 178
Unidade 6: Perícia em cálculos trabalhistas ............................................................. 179
Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 179
Objetivos de aprendizagem ........................................................................................... 179
Você se lembra? ............................................................................................................ 179
Introdução ..................................................................................................................... 180
Exercícios de fixação .................................................................................................... 188
Reflexões sobre o tema ................................................................................................. 189
Leituras recomendadas .................................................................................................. 189
Referencial bibliográfico .............................................................................................. 189
Na próxima unidade ...................................................................................................... 190
Unidade 7: Apuração de haveres e lucros cessantes ................................................ 191
Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 191
Objetivos de aprendizagem ........................................................................................... 191
Você se lembra? ............................................................................................................ 191
Introdução ..................................................................................................................... 192
7.1 Avaliação de estoques ............................................................................................ 197
7.2 Lucros cessantes ..................................................................................................... 198
7.3 Determinação das vendas ....................................................................................... 203
Atividades ..................................................................................................................... 215
Reflexão ........................................................................................................................ 215
Leituras recomendadas .................................................................................................. 216
Referencial bibliográfico .............................................................................................. 216
Na próxima unidade ...................................................................................................... 217
Unidade 8: Avaliação de sociedades .......................................................................... 219
Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 219
Objetivos de aprendizagem ........................................................................................... 219
Você se lembra .............................................................................................................. 219
8.1 Modelos de avaliação de empresas ........................................................................ 220
Exercícios de fixação .................................................................................................... 224
Reflexões sobre o tema ................................................................................................. 225
Leitura recomendada .................................................................................................... 225
Referencial bibliográfico .............................................................................................. 225
Na próxima unidade ...................................................................................................... 226
Unidade 9: Arbitragem ............................................................................................... 227
Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 227
Objetivos de aprendizagem ........................................................................................... 227
Você se lembra? ............................................................................................................
227
Introdução ..................................................................................................................... 228
Atividades ..................................................................................................................... 243
Reflexão ........................................................................................................................ 244
Leituras recomendadas .................................................................................................. 244
Referencial bibliográfico .............................................................................................. 245
Anexo I – Normas brasileiras de contabilidade ............................................................ 246
Anexo II – Modelos de laudos periciais, requerimentos e petiçoes ............................. 257
Contabilidade Internacional ........................................................................... 305
Unidade 1: Por que internacionalizar a contabilidade? (Parte 1 – I) .................... 307
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 307
Você se lembra? ............................................................................................................ 307
Introdução ..................................................................................................................... 308
1.1 A problemática da internacionalização da contabilidade ....................................... 308
1.2 DRE no contexto internacional .............................................................................. 309
Atividades ..................................................................................................................... 322
Reflexão ........................................................................................................................ 322
Leituras Recomendadas ................................................................................................ 323
Referências .................................................................................................................... 323
Na próxima unidade ...................................................................................................... 323
Unidade 2: Por que internacionalizar a contabilidade? (Parte II) ......................... 325
Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 325
Você se lembra? ............................................................................................................ 325
Introdução ..................................................................................................................... 326
2.1 O BP no contexto internacional ............................................................................. 326
Atividades ..................................................................................................................... 335
Reflexão ........................................................................................................................ 335
Leituras Recomendadas ................................................................................................ 336
Referências .................................................................................................................... 337
Na próxima unidade ...................................................................................................... 337
Unidade 3: Contabilidade e seu ambiente (Parte I) ................................................ 339
Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 339
Você se lembra? ............................................................................................................ 339
Introdução ..................................................................................................................... 340
3.1 Contexto da contabilidade nos EUA ..................................................................... 340
3.2 Contexto da contabilidade no Reino Unido ........................................................... 345
3.3 Contexto da contabilidade na França ..................................................................... 347
3.4 Contexto da contabilidade na Alemanha ................................................................ 349
3.5 Contexto da contabilidade no Japão ...................................................................... 350
3.6 Contexto da contabilidade na Holanda ................................................................. 351
Atividades ..................................................................................................................... 352
Reflexão ........................................................................................................................ 352
Leituras Recomendadas ................................................................................................ 353
Referências .................................................................................................................... 353
Na próxima unidade ...................................................................................................... 354
Unidade 4: Contabilidade e seu ambiente (Parte II) ............................................... 355
Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 355
Você se lembra? ............................................................................................................ 355
Introdução ..................................................................................................................... 356
4.1 Contexto internacional – Padrão IASB .................................................................. 356
4.2 Contexto Brasil – Padrão BR-GAAP ..................................................................... 364
Atividades ..................................................................................................................... 370
Reflexão ........................................................................................................................ 371
Leituras Recomendadas ................................................................................................ 371
Referências .................................................................................................................... 372
Na próxima unidade ...................................................................................................... 372
Unidade 5: Introdução à contabilidade internacional ............................................. 373
Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 373
Você se lembra? ............................................................................................................ 373
Introdução .................................................................................................................... 374
5.1 Processo de internacionalização da contabilidade ................................................. 374
5.2 Razões para divergências entre as práticas contábeis ............................................ 375
5.3 Harmonização, padronização ou convergência ..................................................... 378
5.4 Qualidades da informação contábil ........................................................................ 380
5.5 Atividades .............................................................................................................. 383
Reflexão ........................................................................................................................ 383
Leituras Recomendadas ................................................................................................
384
Referências ................................................................................................................... 384
Na próxima unidade ...................................................................................................... 385
Unidade 6: As IFRS e IAS do IASB .......................................................................... 387
Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 387
Você se lembra? ............................................................................................................ 387
Introdução ..................................................................................................................... 388
6.1 Aspectos das Normas Internacionais IAS e IFRS .................................................. 388
6.2 Uma visão geral das IAS e IFRS ........................................................................... 388
6.3 Framework ............................................................................................................ 390
6.4 Procedimentos para adotar as normas internacionais ............................................ 392
Atividades ..................................................................................................................... 398
Reflexão ........................................................................................................................ 400
Leituras Recomendadas ................................................................................................ 400
Referências ................................................................................................................... 400
Na próxima unidade ...................................................................................................... 401
Unidade 7: Aplicação do IAS 1 .................................................................................. 403
Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 403
Você se lembra? ............................................................................................................ 403
Introdução .................................................................................................................... 404
7.1 IAS 1 e balanço patrimonial .................................................................................. 404
7.2 IAS 1 e a demonstração do resultado do período .................................................. 408
7.3 IAS 1 e demonstração do resultado abrangente ..................................................... 410
7.4 IAS 1 e demonstração da mutação do patrimônio líquido .................................... 411
7.5 IAS 1 e demonstração do fluxo de caixa ............................................................... 412
7.6 IAS 1 e as notas explicativas ................................................................................. 415
Atividades ..................................................................................................................... 417
Reflexão ....................................................................................................................... 419
Leituras Recomendadas ................................................................................................ 419
Referências ................................................................................................................... 420
Na próxima unidade ...................................................................................................... 420
Unidade 8: Divergências – IFRS x US--GAAP ......................................................... 421
Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 421
Você se lembra? ............................................................................................................ 421
Introdução .................................................................................................................... 422
8.1 Contabilizações de ativos intangíveis ................................................................... 422
8.2 Contabilizações de ativo imobilizado .................................................................... 424
8.3 Contabilizações de Leasing financeiro sob a perspectiva do arrendador ............. 426
8.4 Contabilizações e avaliação de estoques ............................................................... 428
8.5 Contabilizações de impostos diferidos .................................................................. 429
8.6 Contabilizações de ativos biológicos ..................................................................... 431
8.7 Contabilizações de receita de contrato de construção ........................................... 433
Atividades ..................................................................................................................... 433
Reflexão ........................................................................................................................ 434
Leituras Recomendadas ................................................................................................ 434
Referências .................................................................................................................... 435
Na próxima unidade ...................................................................................................... 435
Unidade 9: IFRS versus BRGAAP ............................................................................ 437
Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 437
Você se lembra? ............................................................................................................ 437
Introdução ..................................................................................................................... 438
9.1 Tratamento contábil de estoques de acordo com IAS 2 ......................................... 438
9.2 Eventos subsequentes ............................................................................................. 441
9.3 Imobilizado ............................................................................................................ 443
9.4 Reserva de reavaliação ........................................................................................... 446
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o9.5 Impairment ............................................................................................................. 4479.6 Leasing ou arrendamento mercantil, contido em IAS 17 ...................................... 452
Atividades ..................................................................................................................... 455
Reflexão ........................................................................................................................ 458
Leituras Recomendadas ................................................................................................ 458
Referências .................................................................................................................... 458
Referências bibliográficas ............................................................................................. 458
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o O UniSEB Interativo
Prezado(a) acadêmico(a)
Bem-vindo(a) ao Centro Universitário UniSEB 
Interativo. Temos o prazer de recebê-lo(a) no novo 
segmento desta instituição de ensino que já possui mais 
de 40 anos de experiência em educação.
O Centro Universitário UniSEB Interativo tem se des-
tacado pelo uso de alta tecnologia nos cursos oferecidos, além 
de possuir corpo docente formado por professores experientes e 
titulados. 
O curso, ora oferecido, foi elaborado dentro
das Diretrizes 
Curriculares do MEC, de acordo com padrões de ensino superior da 
mais alta qualidade e com pesquisa de mercado. 
Assim, apresentamos neste material o trabalho desenvolvido pe-
los professores que, por meio da tecnologia da informação e comunica-
ção, proporciona ensino inovador e sempre atualizado.
Este livro, o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e a teleaula 
integram a base que visa transmitir os conhecimentos necessários à sua 
formação, além de auxiliá-lo(a) nos estudos e incentivá-lo(a), com as indi-
cações bibliográficas de cada unidade, a fim de aprofundar cada vez mais 
o seu saber.
Procure ler os textos antes de cada aula para poder acompanhá-la 
melhor e, assim, interagir com o professor nas aulas ao vivo. Não deixe 
para estudar no final de cada módulo somente com o objetivo de passar 
pelas avaliações; procure ler este material, realizar outras leituras e 
pesquisas sobre os temas abordados e estar sempre atualizado, afi-
nal, num mundo globalizado e em constante transformação, é pre-
ciso estar sempre informado.
Procure dedicar-se ao curso que você escolheu, aproveitan-
do-se do momento que é fundamental para sua formação pesso-
al e profissional. Leia, pesquise, acompanhe as aulas, realize 
as atividades on-line, desta maneira você estará se forman-
do de maneira responsável, autônoma e, certamente, fará 
diferença no mundo contemporâneo.
Sucesso!
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Apresentação
O Módulo 6.2
Neste material, serão apresen-
tadas as disciplinas de Perícia e de 
Contabilidade Internacional.
A Perícia Contábil é uma das principais 
áreas de trabalho do profissional de Contabilida-
de, propiciando ao aluno o conhecimento técnico de 
ferramentas de trabalho e forma de atuação nos diversos 
ramos da prova pericial, seja para fins comerciais, adminis-
trativos, previdenciários, fiscais, bancários, trabalhistas, seja 
para outros ramos da contabilidade.
A Perícia Contábil sofreu grandes transformações ao longo 
do tempo, razão pela qual o curso tratará dos aspectos contemporâ-
neos e dos novos desafios do profissional da área, sempre focando as 
atuações judiciais e extrajudiciais do profissional, ampliando a visão e o 
mercado de trabalho para o perito contador.
No curso, serão tratados aspectos introdutórios de Direito voltados 
ao Código de Processo Civil e à Prova Pericial, além do conhecimento do 
ambiente de trabalho e das divisões judiciárias do Estado Brasileiro, com am-
pla discussão dos trâmites processuais, das instâncias decisórias e das funções 
dos serventuários da justiça.
Posteriormente, adentraremos nas diferenças básicas entre perícia e auditoria, 
conhecendo os campos de atuação do perito contador, os principais tipos de perícia que 
pode exercer e as suas principais áreas de aplicação, focando seus diretos e suas obriga-
ções, prerrogativas profissionais, liberdade de atuação e função de assistente técnico e 
árbitro, fazendo uma leitura e entendimento detalhado das normas Brasileiras de Perícia e 
Perito Contábil (NBC-TP01 e NBC-PP01), além das demais legislações pertinentes.
Buscamos a integração do aluno ao mundo do trabalho pericial, preparando-o 
para trabalhar conceitos periciais, elaboração de relatórios técnicos e estudos de caso, 
trazendo a satisfação pessoal e o sucesso profissional do contabilista.
Nesse sentido, o objetivo do curso é integrar o aluno com a contabilidade interna-
cional, demonstrar os diferentes tipos de contabilidade aplicada nas principais economias do 
mundo e as bases que influenciam no desenvolvimento da contabilidade dessas economias. 
Discutiremos, inicialmente, sobre a problemática de adotar uma contabilidade 
internacional e sobre os motivos que têm levado as empresas a adotá-la.
Analisaremos os principais motivos que levam às divergências entre práticas 
contábeis e também como vem se desenvolvendo o processo de convergência da con-
tabilidade mundial. 
Demonstraremos aos alunos, entre outros assuntos, a estrutura e o funcio-
namento do IASB e os procedimentos que devem ser adotados para se aplicar a 
contabilidade internacional.
Abordaremos, ainda, como são elaboradas, quais as peças contábeis e as 
informações que devem ser divulgadas na elaboração de uma demonstração 
financeira de acordo com as normas internacionais de contabilidade
Finalmente, trataremos as principais diferenças entre as normas in-
ternacionais de contabilidade, os princípios contábeis americanos (IFRS x 
US-GAAP) e as principais diferenças entre o IFRS e o BR-GAAP sob a 
perspectiva das normas anteriores aos novos pronunciamentos técnicos 
(CPCs) emitidos. Nesse sentido, capacitaremos os alunos a avaliar 
as principais diferenças que afetarão a contabilidade das empresas na 
aplicação dos novos pronunciamentos técnicos emitidos pelo CPC.
Bons estudos!
Prof. Guilherme Pontes
Prof. Carmo Barboni Junior
 Perícia contábil
A perícia contábil no Brasil está em franca 
expansão. Desde a sua regulamentação através 
do Decreto Lei 9295/46, a perícia sofreu profundas 
transformações ao longo dos anos, e, em consequên-
cia de sua modernização, o profissional contábil teve que 
se adequar às novas exigências e desafios do mercado. Se-
gundo a definição das Normas Brasileiras de Contabilidade 
(NBC-TP-01), perícia contábil é “o conjunto de procedimentos 
técnicos, que tem por objetivo a emissão de laudo sobre ques-
tões contábeis, mediante exame, vistoria, indagação, investigação, 
arbitramento, avaliação ou certificado”. A perícia contábil é uma 
especialização da contabilidade e deve ser efetuada por profissional 
graduado em ciências contábeis na categoria de contador e não de téc-
nico em contabilidade e deve ser devidamente registrado no Conselho 
Regional de Contabilidade. O profissional de perícia, além de dominar 
conceitos e teorias de contabilidade, tem que dominar profundamente 
institutos jurídicos e aspectos econômicos de mercados, pois a perícia 
tem se aplicado cada vez mais nos processos de indenizações, fusões, 
aquisições, dissoluções de sociedades, dívidas bancárias, previdência, tra-
balhismo, dentre outras matérias. Nesse sentido, falar em perícia signifi-
ca tratar de questões que envolvem, além do patrimônio das entidades, a 
análise circunstancial de situações econômicas externas e internas, pois, 
hoje em dia, ela não se destina somente a fins judiciais para esclaracer 
questões técnicas aos juízes, mas também matéria de extrema impor-
tância nas mediações, nos acordos e até nas avaliações de negócios.
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Conceitos e normas da perí-
cia contábil
Processo de ensino-aprendizagem
Nesta primeira unidade será demonstrada a rela-
ção da perícia com as demais áreas da contabilidade, 
inclusive a sua importância para o direito brasileiro, os 
aspectos introdutórios do direito, a evolução da perícia, 
bem como o seu conceito e sua finalidade, além de entender 
os seus fins e suas provas, e, por fim, traçar um paralelo e en-
tender as diferença entre auditoria e perícia contábil. 
Objetivos de aprendizagem
O objetivo desta aula é apresentar os aspectos introdutórios da 
perícia contábil, bem como, seu conceito e sua finalidade; conhecer 
quais são os fins e as provas da perícia e, por fim, compreender a dife-
rença entre ela e auditoria. 
Você se lembra?
Você se lembra de alguma pessoa ou empresa que se envolveu em 
disputa judicial que demandou a realização de perícia contábil? Você 
sabia que grande parte do trabalho dos peritos antecedem as disputas ju-
diciais, ou seja, são trabalhos preparatórios para as demandas? O estudo 
proposto de perícia visa ao conhecimento não somente da área judicial, 
mas também dos trabalhos extrajudiciais
16
Perícia contábil
Conceitos e normas da perícia contábil - Unidade 1
IntroUução à perícia contábilU.U 
A perícia, pela ótica mais ampla, pode ser entendida como qualquer 
trabalho de natureza específica, cujo rigor na execução seja profundo. 
Dessa maneira, pode haver perícia em qualquer área científica ou até em 
determinadas situações empíricas. Por outro lado, a natureza do processo 
é que a classificará, podendo ser de origem judicial, extrajudicial, ad-
ministrativa ou operacional. Quanto à natureza dos fatos que a ensejam, 
pode ser classificada como criminal, contábil, médica, trabalhista etc.
O Código de Processo Civil (CPC) de 1939 já estabelecia vagas re-
gras sobre perícia, mas com o Decreto-lei no 9.295/46, pode-se dizer que 
foi institucionalizada a perícia contábil no Brasil, criou o Conselho Fede-
ral de Contabilidade e definiu as atribuições do contador. 
Significativas alterações foram introduzidas nas normas periciais 
com o Decreto-lei no 8.579, de 8-1-1946. Também, a Legislação Falimen-
tar – Decreto-lei no 7.661/45, com as alterações da Lei no 4.983/66, em 
seus arts. 63, inciso VI; 93, parágrafo único; 169, inciso VI; 212, incisos 
I e II – estabeleceu regras de perícia contábil, que são claras ao definirem 
esta atribuição ao contador. No entanto, com o “segundo” Código de Pro-
cesso Civil – Lei no 5.869/73: 
com as modificações que lhe foram dadas pelas Leis Complemen-
tares, que as perícias judiciais foram premiadas com a legislação 
ampla, clara e aplicável.
Com globalização da economia e dos mercados, a necessidade do 
conhecimento do profissional para o século XXI ajustou a visão distorcida 
do especialista puro, exigindo que o homem tenha conhecimentos sobre 
todas as áreas que afetam sua especialidade. 
Nesse sentido, a contabilidade, sendo uma ciência social, requer do 
contador conhecimentos gerais – diferente da expressão conhecimento 
profundo – de todas as ciências que se inter-relacionam, traduzindo-se em 
necessário domínio da matemática, especialmente a financeira, de noções 
de economia, direito, lógica e outras. 
A perícia é um dos ramos que mais exige essa inter-relação entre 
áreas, principalmente por ligar todos os conhecimentos necessários em 
uma única causa – a solução de um litígio ou de um problema particular.
Os profissionais que atuam na área da perícia contábil, para executa-
rem seus trabalhos, utilizam-se de um conjunto de procedimentos técnicos, 
tais como pesquisas, diligências, levantamento de dados, análises, cálculos 
etc. Assim, é fundamental que os fatos sejam analisados com profundida-
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de, não pairando quaisquer dúvidas sobre as conclusões obtidas quanto aos 
fatos, haja vista que a qualidade do laudo pericial dependerá, dentre outros 
fatores, da formulação dos quesitos e da elaboração das respostas. 
Desse modo, podemos relacionar como áreas importantes para o estu-
do da perícia, praticamente todas as áreas da contabilidade, assim descritas:
contabilidade geral (princípios fundamentais de contabilidade);a) 
contabilidade comercial (formalidades, exigências, livros etc);b) 
contabilidade tributária (impostos em geral);c) 
contabilidade internacional (regras, apropriações, aplicabilidade);d) 
matemática financeira (juros, métodos, amortizações etc);e) 
estatística (cálculos, leitura de dados, tendências etc)f) 
economia (micro e macroeconomia, teorias, mercado etc);g) 
psicologia (equilíbrio, discernimento, respostas);h) 
direito. i) 
Contabili-
dade Financeiro Fiscal
Recursos
Humanos Jurídico Comercial
Figura 1 – Ligações entre a contabilidade e os departamentos
O Uireito brasileiro e a perícia contábilU.2 
A perícia destaca-se na área do direito, pois ela, em sua maior parte, traba-
lha com institutos jurídicos e problemas que, na maioria das vezes, já culminaram 
em processos judiciais. Isso não quer dizer que se encontram problemas particu-
lares que demandam a atuação de peritos, sendo assim, é necessário um estudo 
histórico e introdutório na área jurídica, propiciando ao leitor uma compreensão 
da evolução do instituto da prova, e, consequentemente, da perícia contábil.
Há, nos dias atuais, um relativo conhecimento por parcela significa-
tiva da população no tocante à função ordenadora do moderno direito le-
gislado. Necessário à convivência social, que haja entre os vários elemen-
tos formadores da sociedade, um conjunto de regras que torne suportável 
a interpelação que nasce do contato entre os vários indivíduos. Segundo 
Humberto Theodoro Júnior, não há como existir uma vida em sociedade 
sem uma estrutura normativa que regule o comportamento humano. O 
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito proces-
sual civil. Forense, 1991.
18
Perícia contábil
direito nasce desse anseio, sendo que aquele nada mais é que um conjunto 
de normas gerais e positivas, disciplinadoras da vida social.
Assim, a principal função do direito é permitir a existência, ao me-
nos aparente, de uma harmonia nas relações sociais. Essa citada harmonia 
nasce do conhecimento implantado em cada indivíduo de que, se deter-
minada regra jurídica for desobedecida, haverá uma sanção proporcional, 
quer seja de natureza civil ou mesmo de origem penal.
Apesar da existência desse conhecimento e do relativo desenvolvi-
mento do direito através dos tempos, essa posição da sociedade perante a 
estrutura normativa decorre de um aprimoramento que tem suas origens 
em varias experiências sobre qual é a correta maneira de fornecer a cada 
um o que a este é devido.
Diante da complexidade dos relacionamentos sociais torna-se, ainda 
de acordo com o autor retrocitado, impossível evitar a contraposição de 
interesses entre os vários cidadãos, ou mesmo entre estes e o Estado, ape-
sar da regulamentação legal dos direito de cada um. A primeira tentativa 
de solucionar conflitos entre os indivíduos integrantes da sociedade foi 
denominada de autotutela. 
Segundo essa modalidade de aplicação do direito, cada pessoa, na 
medida de sua força física, procuraria tomar aquilo que, segundo sua 
concepção própria de justo, lhe seria direito. Essa forma de aplicação do 
direito decorria do fato de que, na época em que era aplicada, inexistia 
um Estado forte o suficiente para impor respeito às suas decisões, caben-
do ressaltar que nem mesmo existiam leis, não no sentido como hoje são 
estas conhecidas. Analisando essa situação com o modelo jurídico atu-
almente em vigor, pode ser verificada a falha desse sistema. Ali não era 
garantida a aplicação da justiça, mas sim a supremacia do mais forte ou 
mais ousado sobre àquele que não dispunha da mesma força. Duas são as 
características da autotutela: 
inexistência de um juiz imparcial e distinto das partes; a) 
imposição da decisão por uma das partes à outra. b) 
Após a utilização reiterada da autotutela, verificou-se que esta mo-
dalidade de aplicação do direito não era a mais adequada, face as defici-
ências já mencionadas, buscou-se uma forma de solucionar a questão de 
modo a proporcionar o correto oferecimento do direito. Tentou-se, poste-
riormente, a aplicabilidade do autocomposição como método de aplacar 
as várias espécies de interesses em conflito. 
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Por essa forma de utilização do direito, cada parte renunciaria ao 
seu interesse ou mesmo a parcela deste. Dentro desse contexto, três são 
as formas de autocomposição: “(...) a-) a desistência (renúncia à preten-
são); b-) a submissão (renúncia à resistência oferecida à pretensão); c-) a 
transação (concessões recíprocas). Todas essas soluções têm em comum 
a circunstância de serem parciais – no sentido de que dependem da vonta-
de e da
atividade de uma ou de ambas as partes envolvidas”, nascendo daí 
sua deficiência. Para que possa ser validamente utilizada, na autocompo-
sição deve, necessariamente, uma ou ambas as partes deixarem de exercer 
algum direito, o que nem sempre é possível.
A arbitragem, método na qual as partes elegiam determinada pessoa 
para solucionar o conflito de interesse, nasceu como aprimoramento da 
autocomposição. Por tal procedimento, a decisão do árbitro era lançada 
baseando-se na convicção coletiva da sociedade, inclusive pelos costumes. 
Assim, “ na autotutela, aquele que impõe ao adversário uma solução 
não cogita de apresentar ou pedir declaração de existência ou inexistência 
do direito; satisfaz-se simplesmente pela força (ou seja, realiza a sua pre-
tensão). A autocomposição e a arbitragem, ao contrário, limitam-se a fixar 
a existência ou inexistência do direito: o cumprimento da decisão, naqueles 
tempos iniciais, continuava dependendo da imposição de solução violenta e 
parcial (autotutela)”.
Em sequência a essas experiências referentes a aplicação do direito, 
face a suas indiscutíveis deficiências, procurou-se encontrar uma forma de 
aplicação que tornasse possível contornar os inconvenientes ora apontados.
Vigora atualmente, após elaboradas construções legais, a prevalência 
da função jurisdicional sobre as outras formas de tutela. O fortalecimento 
do Estado, com a possibilidade de impor suas decisões, tornou possível a 
este chamar para si a função de compor litígios. E, para facilitar a sujeição 
das partes ao comando estatal, procurou-se emitir determinadas ordens de 
conduta abstratas sem atingir apenas casos concretos, isso com a finalidade 
de servir de critério objetivo e vinculativo das decisões. Assim, cada parte 
poderia conhecer anteriormente a prática da conduta e quais seriam as con-
sequências legais dela, e, assim, aceitar a decisão emanada do ente estatal.
O EstaUo e as três orUens Ue ativiUaUeU.3 
Após a Revolução Francesa, com a aplicação da Teoria da Triparti-
ção dos Poderes, vigora na maioria dos Estados soberanos a divisão das 
20
Perícia contábil
suas funções em três atividades básicas: administrativa, legislativa e juris-
dicional.
Figura 2 – Mapa do Brasil
A função administrativa, atualmente desenvolvida pelo Poder Exe-
cutivo, 
(...) é de conteúdo incerto. Em nossa constituição, ora exprime a 
função (art. 76), ora ao órgão e ocupante (art. 2o). Seu conteúdo 
envolve poderes, faculdades e prerrogativas das mais variadas natu-
rezas. Pode dizer-se, de modo geral, que se trata de órgão constitu-
cional (supremo) que tem por função a prática de atos de chefia de 
Estado, de governo e de administração .
Já o Poder Legislativo, função no âmbito da união exercida pelo 
Congresso Nacional, possui como competência ordinária emitir coman-
dos legais abstratos, ou seja, de uma maneira simples e clara, criar leis. 
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo, 
Malheiros Editores, 1992, p. 471.
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Nos interessa no âmbito da perícia contábil, a função jurisdicional 
do Estado, da qual foi incumbido o Poder Judiciário. Essa atividade, que 
(...) vem a ser a missão pacificadora do Estado, é exercida diante das si-
tuações litigiosas. Através dela, o Estado dá solução às lides ou litígios, 
que são os conflitos de interesse, caracterizados por pretensões resistidas, 
tendo como objetivo imediato a aplicação da lei ao caso concreto, e como 
missão mediata restabelecer a paz entre os particulares e, com isso, man-
ter a da sociedade. .
O processo como forma Ue atuação jurisUicionalU.4 
Como corolário lógico das colocações expostas, verifica-se que o 
Estado atribuiu a si o direito de solucionar conflitos, utilizando a função 
jurisdicional. Só que, apesar disso, não basta que o ele possua uma série 
de leis que regulem a conduta abstrata de si mesmo, bem como da popula-
ção, necessário se faz dotá-lo de um instrumento apto a permitir a aplica-
ção do comando legal.
Insuficiente a existência de uma lei que garanta algum direito, pois 
apesar do indivíduo possuir a faculdade de exigir determinado bem, falta-
lhe o modo pela qual poderá ser-lhe este entregue, ou seja, um instrumento 
que permita a aplicação do ordenamento jurídico. Procurando atender a 
exigência de uma forma legal de aplicação da legislação, surgiu o direi-
to processual . Visando regular esse método de composição de litígios, 
nascem do comando estatal normas jurídicas para servirem de forma, ou 
mesmo de instrumento de atuação da vontade existente nas leis de direito 
material, sendo que nos interessa, por motivos lógicos, apenas o estudo do 
direito processual civil, pois somente neste há a atuação do perito contábil.
Direito processual e Uireito materialU.5 
Antes de analisarmos o direito processual civil dentro do contex-
to da perícia, necessário se faz diferenciar o direito material do direito 
processual e, desta forma, responder de forma negativa ou afirmativa à 
 THEODORO JÚNIOR, op. cit. p. 3 e 4.
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Perícia contábil
seguinte indagação: Há direito sem que haja um processo para assegurá-lo 
e, via de consequência, pode existir processo sem que o titular deste pro-
cesso possua qualquer direito?
Já analisamos que o objetivo maior do direito processual é assegurar 
a aplicabilidade das normas abstratas existentes no ordenamento jurídico. 
Tais normas, ao serem editadas pelo legislador, ficam como em um estado 
de suspensão no tempo e no espaço aguardando apenas a sua violação 
para produzir seus efeitos, e sem uma afronta ao seu comando, ficam estas 
inertes. Apesar disso, correndo qualquer conduta que possa ser enquadra-
da como violação ao comando estatuído, nasce para o prejudicado o di-
reito de acionar o aparelho jurisdicional, pois seria inócuo que fosse pelo 
Estado atribuído algum direito ao indivíduo, sem que, em contrapartida, 
houvesse qualquer modo deste ser garantido de forma válida e eficaz.
Denomina-se direito material, em contraposição ao direito pro-
cessual, “(...) o corpo de normas que disciplinam as relações jurídicas 
referentes a bens e utilidades da vida (direito civil, penal, administrativo, 
comercial, tributário, trabalhista)”.
O direito processual caracteriza-se por ser um conjunto de normas e 
princípios gerais e específicos que disciplinam o modo e a forma como a 
Estado-juiz irá oferecer a tutela jurisdicional, regulamentando assim, o di-
reito de ação do demandante – autor da impetração –, bem como o direito 
de defesa do demandado – réu do processo.
O que diferencia realmente o direito processual do direito material é 
que o primeiro regula as relações entre os sujeitos do processo, da posição 
ocupada por cada um deles neste processo, além das formas dos diver-
sos atos processuais, sem, contudo, nada impor quanto ao bem da vida 
abstratamente falando. O direito processual atua somente no sentido de 
disciplinar o caso concreto apresentado ao conhecimento do Poder Judici-
ário, sem regular hipóteses abstratas. É esse um instrumento a serviço do 
direito material, sendo a forma como este último materializa-se no plano 
físico.
Segundo nosso conceito, o direito processual é o exercício conjuga-
do da jurisdição do Estado-juiz, da ação do demandante e da defesa do 
demandado, trata-se de um instrumento a serviço do direito material.
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A compreensão da independência bem como da autonomia do direi-
to processual, nessa fase, é de suma importância para que se possa enten-
der a disciplina que regulamenta as provas no processo civil, dentre elas a 
perícia. Inexiste dúvidas quanto a essas características do direito proces-
sual – autonomia e independência–, bastando a análise de
um exemplo 
simples que, por sinal, responderá à questão formulada no início deste 
tópico. Deve ser analisado, em primeiro lugar, se há como ocorrer a exis-
tência de direito material sem a possibilidade deste ser processualmente 
assegurado. Apesar de, numa primeira análise, termos a tendência para a 
resposta negativa, é forçoso reconhecer que não é esta a assertiva correta.
Pode correr tal hipótese fática no caso de estar caracterizada a pres-
crição. O Estado, através de seus órgãos, e em especial com a atuação do 
Poder Jurisdicional, garante aos titulares de um direito violado a possibili-
dade de acionar o aparelho estatal para a defesa de seus interesses. Ocorre 
que o exercício dessa faculdade não pode existir por um tempo indetermi-
nado, a segurança jurídica exige que toda possibilidade de atuar através do 
processo tenha tempo máximo, ocorrendo este termo final, denominado 
no direito de prescrição, há uma obstaculização da atividade jurisdicional 
àquele que não exerceu seu direito dentro do lapso de tempo fixado em lei.
Tal instituto, apesar de a primeira vista parecer odioso, é necessária 
a estabilização das relações jurídicas, pois sem esta nada seria permanente, 
havendo sempre a possibilidade de ser acionado o aparelho jurisdicional. 
A prescrição, numa conceituação simplória, nada mais é que a impossibi-
lidade de ser acionado o aparelho jurisdicional em decorrência do decurso 
de prazo assinalado em lei.
Voltando à questão, no caso de ser recebida qualquer coisa móvel 
com algum vício, existe o prazo para a interposição da ação competente 
para haver o abatimento da coisa ou mesmo a rescisão do contrato. Assim, 
decorrido o decurso de tempo apontado, mesmo que o prejudicado tenha 
o direito material violado por ter recebido coisa móvel com algum vício, 
não poderá socorrer-se do direito processual pois o seu relapso em não 
utilizar-se da ação competente, no prazo legal, impede tal faculdade. 
Respondendo à primeira parte da questão lançada, chegamos à con-
clusão que é possível a existência de um direito material garantido sem a 
contrapartida da proteção processual para a mesma hipótese. Pertinente 
agora, como consequência lógica dos argumentos lançados, responder à 
segunda parte da indagação: há possibilidade de ser utilizada a função ju-
risdicional sem que exista qualquer direito material a ser tutelado? 
24
Perícia contábil
Fica claro a possi-
bilidade de existir um direito 
processual sem que fique visível um 
direito material a ser assegurado. Pois 
há o direito de usar o processo. O objetivo 
dessas colocações é deixar evidente a indepen-
dência bem como a autonomia de ambos os 
ramos do direito – processual e material – e, des-
sa forma, propiciar um estudo atento do direito 
processual quando da análise da estrutura 
das provas, em especial a perícia.
A resposta a esta indagação é ne-
cessariamente afirmativa. Basta, para 
uma melhor compreensão, indicar-
mos a hipótese de alguém inter-
por determinado processo objeti-
vando receber quantia a que tem 
direito. O aparelho jurisdicional 
será acionado e, provavelmen-
te, manifestar-se-á no sentido 
de julgar improcedente o pedido, 
reconhecendo a inexistência de um 
direito material a ser assegurado.
O Uireito processual civilU.6 
O direito processual civil, atualmente sofrendo uma considerável 
evolução, nada mais é que um ramo do direito público que (...) consiste 
no conjunto sistemático de normas e princípios que regula (sic) a ati-
vidade da jurisdição, o exercício da ação e o processo, em face de uma 
pretensão civil, entendida esta como toda aquela cuja decisão esteja fora 
da atuação da jurisdição penal, penal militar, do trabalho e eleitoral.. 
Tais definições, utilizando o critério da exclusão, possuem grandes defi-
ciências, tornando-se inevitável, neste caso, a busca de um conceito mais 
exemplificativo. 
Decompondo o conceito acima exposto, seguindo colocações do 
professor Vicente Grecco Filho, temos que o direito processual civil é um 
ramo do direito público. Tal conclusão reside no fato de que a atividade 
jurisdicional é sempre estatal, não havendo como as partes modificarem 
as regras disciplinadoras dos diversos procedimentos.
GRECCO FILHO, Vicente. Direito processual civil brasileiro. 
Saraiva, 1992, p. 66.
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Busca-se com 
esta modalidade de ação 
uma sentença, que é a decisão do 
julgador, onde se reconheça a existência 
ou não de uma pretensão. Com esta espécie, 
procura o autor ou a declaração da existência 
ou inexistência de um direito, a constituição ou 
desconstituição de uma relação jurídica e, ainda, 
a condenação da outra parte a fazer ou entre-
gar alguma coisa que seja devido àquele que 
acionou o poder jurisdicional.
Forma este ramo do direito um conjunto de normas lógicas e coe-
rentes, regidas por princípios reguladores de sua aplicação. Além disto, 
regula este as lides civis, ou seja, aquelas que não abrangem disputas pe-
nais, trabalhistas ou sujeitas a justiças especiais .
Espécies Ue ações no processo civilU.7 
Como já foi visto, a ação é o meio pela qual o ente estatal é acio-
nado, sendo assim oferecida a tutela jurisdicional com o objetivo de 
satisfazer alguma pretensão. Apesar de tal afirmativa estar nitidamente 
cristalizada, é importante deixar explicitado que as ações se desdobram 
entre si, sendo, portanto classificadas em função do objeto que se pretende 
obter com elas. Há o processo de conhecimento, o de execução e, ainda, o 
cautelar.
Processo de conhecimento: segundo Moacyr Amaral dos Santos, 
“(...) as ações de conhecimento, provo-
cam uma providência jurisdicional 
que reclama, para sua prolação, 
um processo regular de conhe-
cimento, por meio do qual o 
juiz tenha pleno conhecimen-
to do conflito de interesses a 
fim de que possa proferir uma 
decisão pela qual extraia da 
lei a regra concreta aplicável 
à espécie. O processo, de que 
se vale o órgão jurisdicional se 
diz de conhecimento, porque atra-
Nesses tipos de conflitos há legislações processuais próprias para 
cada um deles. No caso das lides penais temos o Código de Processo 
Penal. Na solução das reclamações trabalhistas existe a C.L.T.– Con-
solidação das Leis do Trabalho, que possuem uma parte nitidamente 
processual.
SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras linhas de direito processual 
civil, Saraiva, 1990, vol. I, p. 171
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Perícia contábil
Nessa pequena 
comparação verifica-se a 
principal diferença entre o processo 
de conhecimento e o de execução, onde 
a abrangência do primeiro é inegavelmente 
maior, sendo o segundo uma consequência 
lógica para o não cumprimento espontâneo do 
comando emergente da sentença, ou caso seja a 
hipótese, do título extrajudicial.
vés dele conhecerá com segurança não só a pretensão do autor como a 
resistência que lhe opõe o réu, isto é, a lide posta em juízo. Trata-se de 
um processo que conclui por uma decisão, uma sentença que, declarando 
quanto à relação jurídica entre as partes, atuará a lei à espécie”.
Processo de execução: normalmente, quem já alcançou o reconhe-
cimento de um direito, seja por ter uma senten-
ça condenatória que assim o diga, ou 
mesmo possua um título equipara-
do àquele comando jurisdicio-
nal, no qual há por sinal uma 
forte presunção de veracidade 
do direito invocado – em am-
bas as hipóteses, o titular do 
direito invocado necessita de 
algo mais, obter e perseguir 
aquilo que é seu. Nada mais 
se discute (caso seja o direito 
emanado de um processo regular) 
ou pouco se pode discutir. O titular da 
pretensão executiva, não busca o reconheci-
mento do seu direito ou mesmo a declaração deste, objeto que se restringe 
ao processo de conhecimento, como já visto. Com a execução, pretende 
obter a aplicação
de uma sanção ao devedor que não obedece o comando 
legal de forma espontânea, isto em função de ter o seu direito reconhecido 
por uma sentença (título judicial) ou por ter este sido reconhecido pelo 
próprio devedor (título extrajudicial).
Processo cautelar: por fim, no que se relaciona com as diversas 
modalidades de ações, cabe analisar o processo cautelar. Como consequ-
ência natural da busca de uma decisão correta e segura, com um estudo 
aprofundado das provas produzidas pelo autor e réu, o processo de conhe-
cimento e mesmo o processo de execução, necessitam de lapso de tempo 
considerável para que se possa chegar ao termo final. Nesse ínterim, pode 
ocorrer que determinada situação fática necessite de uma providência 
jurisdicional imediata, que não possa aguardar todos os percalços obriga-
tórios das outras modalidades de prestação jurisdicional.
Em decorrência dessa possibilidade de um dano imediato à parte, 
somado com a possibilidade aparente de ter esta um direito a ser protegi-
do, regulou o legislador tais situações com a criação de um processo deno-
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Para que se possa 
compreender o real alcan-
ce desse processo, imagine-se a 
hipótese de alguém que esteja na posse 
de um bem móvel, um carro, por exemplo, 
enquanto se processa ou se pretende interpor 
ação visando discutir a propriedade deste bem, 
ou seja, quem é realmente o titular do direito 
sobre o móvel. Nesse lapso temporal, o veículo 
encontra-se sob a possibilidade de sofrer 
avarias de tal monta que, ao final do 
processo de conhecimento, não terá 
qualquer valor.
minado cautelar, onde a urgência e 
a relevância do direito invocado 
são centrais. A maioria dos 
doutrinadores brasileiros, cur-
vando-se à influência carne-
luttiana, parte do pressuposto 
de que o processo cautelar 
equipara-se aos dois outros 
que lhe antecedem no código 
, conforme esta concepção, a 
finalidade do processo cautelar é 
proteger o processo principal.
O autor do processo de conhecimen-
to, ou mesmo antes de ser interposto este processo, ao saber desse fato, 
poderá ajuizar um outro processo, neste caso, cautelar, para que o veículo 
seja colocado sob seus cuidados até a solução final da lide. 
Os processos cautelares possuem como características:
a) sua instrumentalidade, porque relacionados sempre e necessariamente 
a um outro processo, dito principal, cujo resultado útil buscam assegurar;
b) a provisoriedade do provimento a que visam, visto como ten-
dentes apenas a constituir as condições necessárias à segurança da 
futura atribuição do bem da vida que for reconhecido, por sentença 
firme, como devido a alguém;
c) o fundado receio de que, antes de proferida a sentença transitada em 
julgado, venha a se tornar impossível ou improváveis a atribuição do 
bem da vida que por meio dela se pretende obter (periculum in mora);
d) a probabilidade de que a sentença a ser proferida se incline no 
sentido da existência do direito ao bem da vida que se pretende ob-
ter, em termos definitivos, com ela (fumus boni iuris). 
Denominados periculum in mora 
– perigo na demora – e fumus boni iuris – fumaça de bom direito.
Conforme colocação de Luiz Alberto Hoff em sua magnífica obra Refle-
xões em torno do processo cautelar. Revista dos Tribunais, 1992, p. 8.
Processo de conhecimento e processo de execução.
CALMON DE PASSOS, J.J. Comentários ao código de processo 
civil. Revista dos Tribunais, 1984, p. 62.
28
Perícia contábil
A estrutura interna Uo processo juUicial (peças U.8 
principais)
Para uma correta compreensão do processo civil, e consequente-
mente do papel da perícia judicial dentro deste contexto, é importante o 
estudo das diversas peças que conjuntamente formam o processo propria-
mente dito. O conhecimento das diversas formações lógicas do processo 
mostra-se relevante para que, quando da elaboração da perícia, busque o 
perito judicial, ou mesmo o assistente técnico, fornecer exatamente aquilo 
que dele se espera.
O processo é em si mesmo, um conjunto de atos uniformes, conca-
tenados e, acima de tudo, lógicos que buscam numa interação a solução 
final do litígio. Assim, os diversos atos processuais buscam atingir a fim 
do processo, atuando todos estes com tal finalidade. Deve ser feita uma 
ressalva que será de muita valia quando analisarmos a estrutura do laudo 
pericial, ficando aqui alertado o leitor.
A petição inicial
A petição é toda declaração de vontade fundamentada (portanto 
contendo julgamento de fatos), pela qual alguém se dirige ao juiz, para a 
entrega de determinada prestação jurisdicional (...). 
(...)
Com a petição inicial, o autor da ação pede ao Estado que preste a 
tutela jurídica, o que é dever dele, depois que se retirou, quase em absoluto, 
a defesa de mão própria (...). A petição é que traça os limites para a ativi-
dade do juiz, pois que a ela tem ele de responder “sim” ou “não”(...). 
Aquele que entende ter sido violado direito próprio, pode, através 
da petição inicial, acionar o Estado-juiz para que este, utilizando a fun-
ção jurisdicional que lhe é atribuída, obrigue o cumprimento das normas 
esculpidas no ordenamento jurídico. Esta peça processual, denominada 
petição inicial, possui uma série de requisitos logicamente ordenados.
Também denominada autotutela, conforme já foi exposto.
PONTES MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Comentários ao código 
de processo civil, Forense, 1979, p. 3 e s.
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De acordo com Barbosa Moreira, a petição inicial, instrumento da 
demanda, é a peça escrita na qual o autor formula o pedido ao órgão ju-
dicial. Deve ela indicar (art. 282 do Código de Processo Civil) :
I – o juiz ou tribunal a que é dirigida;
II – a individualização e qualificação (nomes, prenomes, estado civil, 
profissão e residência) do autor e réu, ou dos vários autores e réus;
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido, isto é, a causa petendi 
(...) e o nexo que, ao ver do autor, existe entre ela e o efeito jurídico 
afirmado ou, em outras palavras, a razão porque ao fato narrado se 
deve atribuir esse efeito; não é indispensável a indicação da norma ju-
rídica que supostamente atribui o efeito ao fato (iura novit curia), nem 
é relevante o erro do autor na qualificação jurídica dada ao fato; 
IV – o pedido, com todas as suas especificações, identificando-se 
claramente (...), é o que se busca com o processo ajuizado;
V – a cominação pecuniária para o caso de descumprimento da 
sentença, se o autor pedir a condenação do réu a abster-se da prá-
tica de determinado ato; 
VI – o valor da causa do ponto de vista processual (...); 
VII – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos 
fatos alegados (...), devendo a prova documental, em princípio, ser 
logo produzida com a inicial. .
VIII – o requerimento de citação, que nada mais é que o pedido do 
autor para que o Estado-juiz determine ao réu que tome conheci-
mento do processo, concordando com o pedido ou opondo-se a ele.
Com relação à perícia contábil, objeto deste estudo, deve ser dada 
a relevância que a “causa de pedir” possui dentro da petição inicial. Se-
guindo os passos de Barbosa Moreira , lógica é a afirmação de que todo 
pedido tem uma causa. 
Procurar individualizar a “causa petendi” é encontrar a resposta para 
a indagação: de qual o motivo, a razão pela qual o autor necessita acionar 
o aparelho jurisdicional? A causa de pedir do fato ou conjunto de fatos, é 
a razão lógica para que o autor, pelo menos em sua concepção outorga-lhe 
razão para exigir algo em juízo. 
BARBOSA MOREIRA, José Carlos. O novo processo civil brasi-
leiro, Forense, 1993, p. 20.
 Ibid, p. 18 e s.
30
Perícia contábil
Ao ser identificada a
causa de pedir, estarão sendo conhecidos os 
motivos da interposição do processo e, assim, consequentemente, o que se 
busca responder com as provas, inclusive a pericial. 
Petição inicial em processo de execução fiscal:
EXMO SR. DR JUIZ___________________________________
COMARCA__________________________________________ 
A __________, pelo Procurador da ______________________ 
que subscreve, com, fundamento na Lei no 6.830/80, vem propor contra 
___________________________________________________ inscri-
to no Cadastro Geral de Contribuintes son o no ___________. domici-
liado na _________________________________________________.
EXECUÇÃO FISCAL DA DÍVIDA ATIVA 
Consubstanciada na(s) certidão(es) de inscrição em Dívida Ativa 
nos ______________________________________________________,
que integra(m) a presente petição inicial.
Para tanto, requer a Vossa Excelência, na forma ao art. 8o da Lei no 
6.830/80 e do Artigo 172 § 2o parágrafo, do Código de Processo Civil:
1. A citação do(s) Executado(s) para pagar(em) no prazo legal a dí-
vida inscrita, devidamente atualizada, acrescida de juros, encargo do 
Creceto-lei no 1.025/69, alterado pelo Decreto-lei no 1.645/78, custas 
e despesas processuais, ou nomear(em) bens para garantir a Execução, 
sob pena de lhe(s) ser(em) penhorados ou arrestados tantos bens quanto 
bastem à integral satisfação da dívida:
2. A intimação do cônjuge, caso a constrição recaia sobre bens imóveis .
Dá-se À causa o valor atualizado de R$ 28.898,46 (Vinte e oito mil 
seiscentos e noventa e oito reais e quarenta e seis centavos), consoante 
o disposto no art 6o, § 4o da Lei de Execução Fiscal, que corresponde ao 
valor consolidado da dívida.
Termos em que, pede deferimento.
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A contestação
Da mesma forma que o autor vem a juízo e requer que lhe seja sa-
tisfeita a pretensão por ele alegada. Igual oportunidade deve ser conferida 
ao réu para defender-se, é o chamado princípio do contraditório. Segundo 
este princípio, cada parte no processo, seja autor ou réu, tem o direito de 
dar suas razões para resistir às pretensões do adversário. No processo civil 
é através da contestação que o réu se opõe aos direito alegados pelo autor.
A própria Constituição da República Federativa do Brasil deixa cla-
ro em seu artigo 5o, inciso LV que:
Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acu-
sados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os 
meios e recursos a ela inerentes. 
Segundo o conceituado constitucionalista, professor Celso Ribeiro 
Bastos, por ampla defesa deve-se entender o asseguramento que é feito 
ao réu de condições que lhe possibilitem trazer para o processo todos os 
elementos tendentes a esclarecer a verdade. É por isso que ela assume 
múltiplas posições, ora se traduzirá na inquirição de testemunhas, ora 
na designação de um defensor dativo, não importando, assim, as diversas 
modalidades, em um primeiro momento. Por ora basta salientar o direito 
em pauta como um instrumento assegurador de que o processo não se 
converterá em uma luta desigual em que ao autor cabe a escolha do mo-
mento e das armas para travá-la e ao réu só cabe timidamente esboçar 
negativas. Não, forçoso se faz que ao acusado se possibilite a colocação 
da questão posta em debate sob um prisma conveniente à evidenciação da 
sua versão. 
Acrescenta ainda o mestre do direito constitucional, que a ampla 
defesa só estará plenamente assegurada quando uma versão tiver iguais 
possibilidades de convencimento do magistrado, que seja alegada pelo 
autor, quer pelo réu – grifos nossos.
Dessa forma, com a contestação, exerce o réu a ampla defesa asse-
gurada inclusive no texto constitucional, sendo que há nesta peça proces-
sual uma espécie de “causa de pedir”, em contraposição às colocações do 
BASTOS, Celso Ribeiro & MARTINS, Ives Gandra. Comentá-
rios à Constituição do Brasil. Saraiva, 1989, p. 266 e 267.
32
Perícia contábil
autor. Esse detalhe deve ser levado em consideração na produção das pro-
vas no interior do processo, em especial no tocante a perícia. Deve-se ter 
uma atenção especial nestas duas últimas peças processuais citadas, por 
determinação legal as partes devem concentrar todas as suas alegações, 
o autor na petição inicial, o réu na contestação, isto sob pena de não mais 
poder utilizar tais argumentos. 
Apesar da existência de outras peças processuais importantes, en-
tendemos que, para o estudo da perícia judicial no processo civil, pelo me-
nos no estágio de conhecimento que pretendemos emitir, basta a análise 
destas duas – petição inicial e contestação.
Sujeitos processuaisU.9 
Apesar de ser o processo uma série de atos lógicos, para a reali-
zação destes há de haver uma atuação dos sujeitos processuais, o juiz, o 
advogado, o serventuário e, em alguns casos o promotor de justiça. Cada 
um desses possuem uma função típica e indelegável, no sentido de haver 
responsabilidade individual por certos atos, não podendo um substituir o 
outro.
Luiba TandiT / dream
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Figura 3 – O juiz
E face ao princípio da substanciação.
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 Em nosso país, o juiz assume o cargo através de concurso público, 
onde são avaliados os conhecimentos técnicos, provas, títulos e postura 
moral. Possui ele as garantias constitucionais da inamovibilidade, não 
pode ser transferido contra a sua vontade de um local para outro, vitalicie-
dade, o cargo é atribuído durante toda a vida e, por fim, a irredutibilidade 
de vencimentos na qual fica garantido o poder econômico do salário desse 
servidor público.
Como já vimos, o Judiciário dirime os conflitos, fazendo atuar a 
lei para dar a cada um o que é seu.. Usando sua função jurisdicional, 
isto é, de dizer, afirmar e expressar o direito objetivo, dentro do processo, 
em nome do Estado, que tem o monopólio de seu exercício, o juiz há de 
situar-se abaixo da lei, que é feita para ficar acima das pessoas. Então, 
não pode ele meter-se onde não é chamado, porque Ne procedat judex 
ex officio, máxima dos romanos, segundo a qual não deve dar nenhum 
passo sem o estímulo das parte. Instrumento de paz social, não pode 
criar conflitos e mal-estar, mas permanecer equidistante para resolvê-
los, quando o particular propõe a ação. Aí sim, tem o dever de exigir as 
atividades dos serventuários da justiça, de requisitar o concurso de teste-
munhas para comparecer em juízo e trazer informações sobre o fato, de 
peritos, de assistentes técnicos das partes.
Várias são as funções do juiz na estrutura do processo, 
devendo apenas ser citado que participa ativamente na 
formação e no desenvolvimento da relação proces-
sual, provendo-a quanto à regularidade bem como 
para assegurar as condições necessárias para que 
o processo caminhe para uma solução útil. É ele 
quem decide o processo bem como soluciona os 
diversos problemas surgidos no lapso de tempo 
entre a petição inicial e a sentença.
Salvo casos especiais, como exceção a regra geral.
BEMFICA, Francisco Vani. O juiz. O promotor. O advogado. Seus 
poderes e deveres. Forense, 1992, p. 7 e 8.
 
Conexão: 
Saiba mais sobre a 
atividade do juiz.
 Acesse o site: 
<http://www.brasilprofissoes.com.
br/profissoes/juiz-de-direito>.
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Perícia contábil
roberTo1977 / dream
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e.com
Figura 4 – O advogado
O advogado é um profissional indispensável na utilização do apare-
lho jurisdicional do Estado, segundo preceito constitucional . Cabe a ele 
iniciar o desenvolvimento do processo através da petição inicial e defen-
der o réu, via contestação. É considerado advogado o 
indivíduo com curso superior em Ciências Jurídicas 
e Sociais e devidamente inscrito

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