Buscar

PRATICA SIMULADA III SEMANA 8

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
IMPETRANTE: HELIO CALDAS MACIEL FILHO, brasileiro, solteiro, advogado, identidade número, CPF número, residente na Rua, inscrito na OAB número, com escritório na Rua, para fins do artigo 39 do CPP, vem, perante Vossa Excelência com base nos artigos 5º, LXVIII da Constituição Federal e 647 a 667 do Código de Processo Penal, impetrar
HABEAS CORPUS
Em favor do paciente MICHAEL DA SILVA, brasileiro, estado civil, profissão, identidade número, CPF número, residente na Rua, indicando como autoridade coautora o JUIZ DA 22ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL, alegando o seguinte:
1 - DOS FATOS
Michael da Silva foi preso em flagrante no dia 10 de julho de 2016 pela prática do crime previsto no art. 16, § único, IV da Lei 10.826/03 e art. 28 da lei 11.343/06. No auto de prisão em flagrante constavam os depoimentos dos policiais que efetuaram a prisão. 
Michael fora preso em razão de uma notitia criminis realizada por sua mulher Angelina da Silva afirmando que o mesmo possuía armas dentro de casa com numeração raspada e isso a assustava. 
Diante da informação e com o consentimento de Angelina, os policiais se dirigiram a casa onde o casal residia e após uma intensa busca no imóvel, encontraram três revólveres calibre 38 com a numeração raspada, em um armário dentro do quarto. Em outro armário, os policiais encontraram 50 munições. Em seguida, encontraram um papelote contendo 0,9 decigramas de cocaína. 
Perguntado sobre a posse do material encontrado, Michael afirmou que adquirira as armas em Angra dos Reis de um amigo, e quanto à droga, disse que era para seu uso pessoal. 
O auto de prisão em flagrante foi devidamente lavrado e distribuído ao juízo da 22ª Vara Criminal da Capital, onde foi requerida a sua liberdade provisória, que foi negada pelo juiz ao argumento de que se tratava de crime grave, haja vista o preso possuir 03 revólveres com numeração raspada em sua residência e em razão do depoimento da sua esposa que afirmou ser ele um homem agressivo. 
Não há anotações na folha de antecedentes de Michael da Silva.
2 - DO DIREITO
– 2.1 - DA AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DA PRISÃO PREVENTIVA CONFORME ARTIGO 312 DO CÓDIGO DE PROCESSO.
O paciente encontra-se preso desde o dia 10 de julho de 2016, em razão de prisão em flagrante mantida por ordem do judicial. A liberdade provisória foi requerida e negada pelo juiz sob o argumento de que se tratava de crime grave em razão do depoimento da esposa do paciente, que afirmou ser ele um homem agressivo, mas não há anotações na folha de antecedentes de Michael da Silva.
Cabe ressaltar, que a gravidade do crime não é fundamento para que haja prejuízo ao réu. O juiz não pode ir contra a súmula 718 do STF e fundamentar que o crime é grave para deixar o réu preso; o fundamento que prevalece é se o crime fere a garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, conforme estabelece o art. 312 do Código de Processo Penal. Logo, tal fundamento não deve persistir por falta de nexo. 
Súmula 718 STF
A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Por fim, há entendimento pacífico nos tribunais e jurisprudência do STJ:
STJ – HABEAS CORPUS HC 46677 SP 2005/0130459-9 (STJ)
HABEAS CORPUS. ROUBO. PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA INDEFERIDO. FALTA DE ELEMENTOS CONCRETOS. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM CONCEDIDA.
1. Revela-se evidenciado o constrangimento ilegal se a custódia cautelar é mantida sem que o magistrado aponte qualquer elemento concreto identificador da necessidade de garantia da ordem pública, da conveniência da instrução criminal ou de se assegurar a aplicação da lei penal, sendo consideradas apenas as circunstâncias genéricas de ser o delito grave.
2. Habeas corpus concedido.
3 - DO PEDIDO
Por esses motivos, o impetrante requer a concessão da ordem de Habeas Corpus, com a revogação da prisão preventiva e a consequente expedição de alvará de soltura.
.
Nestes termos, 
espera a concessão da ordem.
Rio de Janeiro, 19 de setembro de 2017.
Helio Caldas Maciel Filho
ADVOGADO OAB número
		
Universidade Estácio de Sá: Campus R9 
Disciplina: PRÁTICA SIMULADA III. 
Professora: Ana Paula Couto. 
Nome: Helio Caldas Maciel Filho • Turma: 3026 • Matrícula: 20140305256-5.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais