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A síndrome do ninho vazio

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1 
SÍNDROME DO NINHO VAZIO EM FAMÍLIAS DE FILHO (A) ÚNICO (A)
1
 
 
Camila de Souza Sperandio
2
 
Simone Isabel Jung
3
 
 
RESUMO 
O seguinte trabalho trata de um estudo qualitativo de caráter exploratório, que tem como 
objetivo investigar como pais de filho(a) único(a) experienciam a síndrome do ninho vazio. 
Para este estudo, participaram quatro casais, cujo filho(a) havia saído de casa há pelo menos 3 
meses e no máximo dois anos. Os instrumentos utilizados foram: ficha sócio-demográfica e 
entrevista. Foi possível perceber que os sentimentos que os pais mais relataram sentir, após a 
saída do(a) filho(a) de casa, foi o de falta, saudade e vazio. Em segundo lugar foi verbalizada 
a dor, angústia e sofrimento. Varias estratégias de enfrentamento foram apresentadas nas falas 
dos casais, porém a comum a todos os participantes foi à percepção de ganhos dos filhos com 
a saída de casa. A maioria dos entrevistados mudou sua rotina com a saída do filho, e realizou 
movimentos de aproximação. Os participantes passaram pela fase do ninho vazio de forma a 
não alterar significativamente sua qualidade de vida. 
 
Palavras-chave: filho único, família, ciclo vital, síndrome do ninho vazio. 
 
INTRODUÇÃO 
 A família é uma entidade composta por alguns membros, como pai, mãe, filho(s), 
dentre outros, sendo o primeiro ambiente em que o indivíduo vive, ou seja, é o espaço 
psicossocial no qual ele aprende a se conduzir nas relações com o mundo externo (MACEDO, 
1994). 
Na atualidade, têm ocorrido constantes transformações nas famílias, como a 
diminuição de seus membros e por consequência o aumento do número de casais com apenas 
um filho (TAVARES; FUCHS; DILIGENTI; ABREU; ROHDE; FUCHS, 2004). De acordo 
com Cardoso (2010), existem mais de sete milhões de casais com filho único no Brasil. 
Assim, existe um número significativo de casais cujo filho único deixará a casa dos pais, em 
geral, no final da adolescência ou início da idade adulta, levando-os possivelmente a enfrentar 
a chamada síndrome do ninho vazio. 
 
1
 Artigo de pesquisa apresentado ao Curso de Psicologia das Faculdades Integradas de Taquara, como requisito 
parcial para aprovação na disciplina Trabalho de Conclusão II. 
2
 Acadêmica do Curso de Psicologia da FACCAT. Endereço Postal: Rua José Loureiro da Silva, 1997, apto 303, 
Taquara – RS. Email: mila.sspe@gmail.com 
3
 Psicóloga, Mestre em Psiquiatria (UFRGS), Docente do Curso de Psicologia da FACCAT e Orientadora do 
Trabalho de Conclusão. Endereço Postal: Emílio Lúcio Esteves, 1187/303, Taquara – RS. E-mail: 
simoneisabeljung@gmail.com 
 
 2 
Cada estágio do desenvolvimento humano apresenta-se com aspectos positivos e 
negativos, caracteriza-se por crises emocionais, e recebe influência do contexto psico-social 
em que o indivíduo está inserido (ERIKSON, 1976). Compreender como pais de filhos únicos 
se sentem com a saída do filho de casa é de grande relevância para o estudo do ciclo vital 
familiar. 
O objetivo deste trabalho é investigar e compreender como pais de filho(a) único(a) 
experienciam a síndrome do ninho vazio, ou seja, como passam por esta fase do ciclo vital. 
Quando um(a) filho(a) sai de casa, tanto o pai quanto a mãe sofrem, e é isso que este estudo 
busca: entender as mudanças que houveram após a saída do filho de casa, como que pai e mãe 
se sentiram, e também analisar como que o casal fez para se reestruturar. 
Entende-se que, pesquisar sobre a síndrome do ninho vazio auxilia na compreensão 
desse momento na vida familiar, possibilitando a criação de intervenções e estratégias que 
auxiliem pais quando o(a) filho(a) único(a) deixa a casa. 
 
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
1.1 Ciclo vital 
A família é um sistema em movimento contínuo e que pode mudar com o tempo, neste 
sistema, novos membros são incorporados na forma de casamento, nascimento de filho(s) 
e/ou adoção(ões). O início do ciclo vital da família se dá com o casamento, continua com o 
nascimento e adolescência dos filhos, com a saída do filho ou do último filho de casa, assim, 
começando um novo ciclo vital (CARTER; McOLDRICK, 1995). 
Cerveny e Berthoud (2008) definem o ciclo vital como etapas pelas quais as famílias 
passam, essas, são constituídas de critérios como a idade dos pais e/ou de seus filhos, tempo 
de casamento, saída dos filhos de casa, a chegada de novos membros (cônjuge do(a) filho(a) 
ou netos), dentre outros. As autoras dividem o ciclo vital da família brasileira em quatro 
estágios, não rigidamente determinados: 1. fase de aquisição, 2. fase adolescente, 3. fase 
madura e 4. fase última. Além desses estágios, existem os rituais de passagem, que são 
momentos que a família passa para elaborar e assumir as crises de transição de um estágio da 
vida para o outro, isso, conforme a história, a cultura, meio social e econômico em que vivem 
(FALCETO; WALDEMAR, 2001). 
De forma diferenciada, Carter e McGoldrick (1995) apresentam o ciclo vital em seis 
estágios: 1. saindo de casa: jovens solteiros, 2. a união de famílias no casamento: o novo 
casal, 3. famílias com filhos pequenos, 4. famílias com adolescentes, 5. lançando os filhos e 
 3 
seguindo em frente, 6. famílias no estágio tardio da vida. Estágios que de certa forma estão 
contemplados na divisão mais concisa de Cerveny e Berthoud (2008), a qual será seguida 
nessa fundamentação. 
 A primeira fase, descrita por Cerveny e Berthoud (2008), é a da aquisição, que 
corresponde desde a união do casal até o momento em que os filhos chegam à adolescência. 
Dentro desta fase, temos a chegada do primeiro filho, onde a família organiza sua vida e seus 
ciclos, pois é no nascimento do primogênito que novas identidades se formam, é quando o 
casal se transforma em família, o marido em pai, a esposa em mãe e os pais em avós 
(FALCETO; WALDEMAR, 2001). Entretanto, Brazelton (1988, apud FALCETO; 
WALDEMAR, 2001), assinala que existem dois lados da chegada de um novo membro, de 
um lado, a celebração familiar, do outro, a dificuldade e os medos comuns sobre como lidar 
com o bebê recém-chegado. As novas responsabilidades amadurecem o caráter, e a 
autoestima fortalece-se com o orgulho muito especial da condição de pais. 
Falceto e Waldemar (2001) referem que nesse momento podem aparecer outras 
demandas, tanto físicas como emocionais, que podem desestabilizar o casal. Problemas mal 
resolvidos podem prejudicar o casamento, esses novos pais e mães podem repetir padrões 
disfuncionais que sua família de origem já possuía. Para o casal passar por essas dificuldades 
é necessária harmonia e maturidade, para isso acontecer, às vezes é preciso que haja renúncias 
pessoais. 
Mesmo com o crescimento do filho, os problemas continuam, as demandas mudam. 
Na idade pré-escolar, é necessário que as atividades sejam monitoradas, que se oriente a 
criança, sempre com afeto e limites quando for preciso. É nessa etapa de pré-escola que os 
avôs se tornam importantes, pois auxiliam os pais a cuidar dos netos, assumindo assim 
algumas tarefas. Além de ser bom para os pais, é bom para os avôs, pois como esses 
normalmente estão aposentados, possuem tempo livre e acabam se ocupando com os netos, 
sendo algo muito significativo para a vida deles (FALCETO; WALDEMAR, 2001). 
Após as dificuldades com os filhos pequenos, o casal entra na segunda fase do ciclo 
vital, onde os filhos se tornam adolescentes; fase de transição para a adultez, onde toda a 
família tende a adolescer (CERVENY; BERTHOUD, 2008). Os pais relembram sua 
adolescência, e com isso, a hierarquia familiar se confunde e as regras já estabelecidas não 
funcionam muito bem. É comum apenas um dos pais adolescer, assimo cônjuge “ganha” 
mais um filho. 
Falceto e Waldemar (2001), dizem que, frequentemente, quando os filhos são 
adolescentes os pais estão na crise de meia-idade e os avôs aposentados começam a apresentar 
 4 
problemas de saúde. É nesse momento que os pais, separadamente, refletem sobre os rumos 
que tomaram em suas vidas e ainda conseguem mudar, se necessário, e pensam que se 
deixarem a oportunidade passar pode ser tarde. Quando esta reflexão se encaminha bem, o 
casal renova a relação conjugal, ficando emocionalmente próximo com os avós, liberando 
assim os jovens para encontrar seu espaço e liberdade. 
Para Carter e McGoldrick (1995), está é uma nova etapa para a família, pois os pais 
“não podem mais impor uma autoridade completa” (p. 20). Existem famílias que apresentam 
problemas, isso pode ocorrer em famílias muito fechadas e que não vêem seus filhos 
crescendo. Nesta fase, que o filho adolescente estabelece novos relacionamentos, a família 
pode receber novos membros e assim precisa se reajustar. 
É neste período que existe a crise que as autoras chamam de “crise do meio da vida” 
(p. 20), os cônjuges refletem sobre o que já viveram, sobre suas satisfações ou insatisfações, 
esta conjugal ou pessoal. Neste momento pode ocorrer um novo contrato de casamento entre o 
casal. 
Segundo Cerveny e Berthoud (2008), a fase madura é a terceira fase e a mais longa. 
Ocorre quando os filhos saem de casa, a família de origem se adapta aos agregados, vêm os 
netos e também acontecem algumas perdas de pais dos pais, ou mesmo o cuidado com esses. 
E é aqui que começam as preocupações com a aposentadoria e envelhecimento. 
É com o casamento dos filhos que o casal reaprende a viver a dois, um com o outro, 
cuidar da saúde e promover novas formas de socialização. Falceto e Waldemar (2001) dizem 
que alguns pais gostam de ajudar os filhos, mas outros acham que isso é sobrecarga. 
Esta fase é complicada, podendo gerar um sentimento de vazio e depressão para os 
pais. É o momento em que acontece a saída dos filhos de casa e a chegada de novos membros, 
cônjuges dos filhos e netos (CARTER; McGOLDRICK, 1995; CERVENY; BERTHOUD, 
2008). 
Por fim, o casal entra na fase última, caracterizada como o momento onde se percebe 
com clareza as consequências de todas as vivências anteriores. Se o casal conseguir manter 
seu padrão e características vividas antes, será uma base boa, mas por outro lado tem a viuvez, 
podendo ser o mais difícil de enfrentar (CERVENY; BERTHOUD, 2008). 
 Carter e McGoldrick (1995) chamam esta fase de famílias no estágio tardio da vida. 
Nesta etapa, há um reajuste do casal em relação a estar aposentado, trazendo insegurança e 
algumas vezes dependendo dos filhos financeiramente. As autoras concordam com Cerveny e 
Berthoud (2008), quando falam de viuvez, ou seja, que é um momento difícil para o cônjuge 
 5 
que fica, pois este precisa reaprender a viver sozinho. Entretanto, o relacionamento com os 
netos pode ajudar a enfrentar este estágio da vida. 
 
1.2 Famílias com Filho(a) único(a) 
Para Araujo (2011), a família é uma instituição que não desapareceu ao longo da 
história, apenas teve algumas modificações estruturais. As famílias atuais tiveram uma 
diminuição progressiva de membros, com isso, aumentando o número de famílias com apenas 
um filho (TAVARES et al., 2004). Mambrini e Filho (2010), afirmam que as mudanças na 
cultura e na economia podem ser um dos motivos para essas modificações na árvore 
genealógica da família. 
Cunha (2002) assinala que outro motivo para essas mudanças é a participação mais 
efetiva da mulher no mercado de trabalho, e também pela mulher encontrar outras formas de 
se satisfazer que não seja apenas a família e a casa. Ainda, segundo a autora, o cansaço, falta 
de tempo e disponibilidade pode também ser um dos motivos para a família optar por ter 
somente um filho. 
Em pesquisa realizada em Portugal, com o objetivo de avaliar quais os motivos para se 
optar em ter apenas um filho, as dificuldades financeiras, local para se morar, desemprego e 
também a preocupação com o futuro, apareceram em primeiro lugar. Em segundo, foi 
apontada a idade avançada, depois a dificuldade da mulher em conciliar a vida profissional 
com a pessoal e, problemas com a família. A saúde surgiu em posição final como motivo para 
a opção de filho único (CUNHA, 2002). 
Antigamente, se comparava filho único e filho não único, acreditava-se que o 
primeiro, por ser só ele, poderia tornar-se egoísta, exigente, dependente e com temperamento 
próprio. Segundo Menegueço (2011), este mito foi criado após a publicação em 1896 do livro 
“Of Peculiar and Exceptional Children” do psicólogo Granville Stanley. Este livro 
influenciou muitos pesquisadores, mas recentemente estudos vêm mostrando que este 
estereótipo é apenas um mito. Ser filho único tem suas vantagens, e uma delas é que os pais 
gastam somente com ele, podendo assim investir mais nesse filho e lhe oferecer melhor 
escola, cursos e outros que a família tenha condições de pagar (MAMBRINI; FILHO, 2010). 
Tavares et al. (2004, p.18), também falam em vantagens, citando a “inteligência, desempenho 
acadêmico e sucesso profissional” como uma delas. Já para Menegueço (2011), não precisar 
disputar atenção dos pais, não sofrer preconceito de irmãos também é vantagem de filho 
único. 
 6 
Tavares et al. (2004), afirmam que a convivência com os adultos e a falta de irmãos 
pode influenciar o desenvolvimento do indivíduo intelectualmente, na personalidade e 
também no convívio com outras pessoas. Essa convivência com adultos também sugere que o 
filho único amadurece mais rápido comparando com filho que possui mais irmãos. Outro mito 
seria que filho único não tem muitos amigos, mas os autores relatam que eles têm tantos 
amigos quanto os filhos não únicos, que também são satisfeitos com suas vidas e tem 
autoestima elevada. Quando a criança não tem irmão para trocar conhecimentos, acaba 
aprendendo sozinha, ela mesma se cobra e os pais também a cobram (EISCHENS, 1999; 
MAMBRINI; FILHO, 2010). 
A sociedade, atualmente, está vendo a família e a gerenciando como se fosse uma 
empresa, pois criar um filho exige um investimento afetivo infinito e financeiro ao longo da 
vida deste filho (ARAUJO, 2011). Conforme Mambrini e Filho (2010), os gastos com o filho 
até a idade adulta pode chegar a R$ 1,6 milhões para famílias de classe alta e para as de classe 
baixa R$ 400 mil. Além do investimento financeiro e afetivo, os pais pensam no 
envelhecimento. Para os autores, esta é a fase mais complicada de ser filho único, afinal, é 
sobre ele que cairá toda a carga e cuidados dos pais. 
 
1.3 Síndrome do Ninho Vazio 
Conforme revisão teórica feita por Sartori e Zilberman (2008), existe dois termos que 
definem o ninho vazio, sendo estes: o ninho vazio em si, que é a mudança de papeis dos pais, 
passando de pais para novamente marido e mulher. E a síndrome do ninho vazio, foco desta 
pesquisa, que é definido pelo sofrimento emocional dos pais quando seu filho sai de casa. 
Para Brito da Luz e Brito da Luz (2000), é o momento em que o casal fica sozinho 
novamente, podendo redescobrir e também redefinir essa nova relação. 
Carter e McGoldrick (1995) caracterizam a síndrome de ninho vazio por um conjunto 
de sinais e sintomas específicos, que pode provocar mudanças no casal enquanto cônjuges, 
fazendo os mesmos se sentirem mais velhos e mudando o relacionamento entre pais e filhos. 
Webber e Delvin (2010) afirmam que é normal chorar e até mesmo ir ao quarto do filho para 
tentar diminuir a ausência dele. Esses sintomas e sinais se manifestam de forma diferente 
entre os pais, podendo se intensificar por uma relação conjugal insatisfatóriaou um 
relacionamento simbiótico com os filhos. 
Para Brito da Luz e Brito da Luz (2000), a síndrome são os sentimentos, as emoções 
pelas quais os pais passam após a saída do filho de casa, dentre elas está a infelicidade e 
 7 
também a insatisfação. Sartori e Zilberman (2008) ressaltam outros sintomas, como as brigas 
entre o casal ou mesmo entre pais e filho e as mudanças na estrutura familiar. 
Baumgart e Santos (2009), relatam que a síndrome do ninho vazio pode ser percebida 
como uma imensa perda e ocupar dois papéis ao mesmo tempo, um exemplo é quando o filho 
se distancia de casa e a mãe quer se reaproximar, e para isso envolve o pai. Se não funcionar, 
essa perda pode gerar conflitos e até mesmo a separação do casal. Assim, a saída do filho de 
casa pode instigar os problemas do casamento, mas possibilitar que o casal procure ajuda para 
solucioná-los ou encontre essa solução sozinhos. 
Cada cônjuge sente a síndrome de forma diferenciada. As mulheres sofrem mais, pois 
normalmente elas estão passando por outras mudanças importantes da sua vida, como a 
menopausa (WEBBER; DELVIN, 2010). Algumas entram em depressão, se sentem inúteis, 
ficam com a autoestima baixa, porque normalmente é ela que tem um papel principal nos 
cuidados do filho. Por outro lado, existem mulheres que após a saída do filho se sentem livres, 
retornando sua vida anterior, continuando projetos parados ou começando novos, melhorando 
a qualidade de vida (SARTORI; ZILBERMAN, 2008). 
Do outro lado, temos os homens pais que podem se acomodar, preferindo atividades 
mais calmas, sem novidades e, até mesmo, ficando no ambiente doméstico, o que pode 
aumentar os riscos de conflitos no casal. Esses conflitos podem ser bons, as crises conjugais 
também, pois com eles o casal tem nova chance de se reestruturar para seguir a nova vida 
(SARTORI; ZILBERMAN, 2008). 
Baumgart e Santos (2009), observaram que para alguns casais a situação de estar 
sozinhos novamente é como uma segunda oportunidade para explorarem novos caminhos, 
redefinir papeis e até mesmo acrescentar outros. Já para outros casais, a situação pode 
acarretar o divórcio, problemas físicos ou psicológicos, gerando um sentimento de perda. 
Sabe-se que quando o casal está sozinho tem mais tempo para perceber a situação que está 
vivendo, o que viveu e as coisas que estão sendo vivenciadas de forma diferente (CERVENY; 
BERTHOUD, 2008; BAUMGART; SANTOS, 2009). 
Casais com filhos independentes possuem mais tempo para si, assim o casal faz mais 
atividades juntas, tem mais horas livres para fazer o que gosta. Esse tempo livre pode ajudar 
no diálogo do casal, consolidando a intimidade. “Faz parte da relação de um casal 
compreender, aceitar os limites e também reconhecer que nem sempre será possível suprir as 
necessidades do parceiro” (BAUMGART; SANTOS, 2009). 
É importante que o casal não viva a vida dos filhos e nem em função deles, pois isso é 
ruim para a estrutura familiar. Tombini (2010) afirma que é bom para o casal e para a 
 8 
estrutura familiar que os filhos tenham liberdade de sair de casa, mas também se sintam 
acolhidos, podendo voltar ao lar sempre que precisarem. Mas, infelizmente, temos o outro 
lado, dos filhos que saem de casa e esquecem a família, e esse fenômeno pode gerar grande 
sofrimento para os pais. Conforme Zalewski (2011), os filhos devem mostrar para os pais que 
não estão lhes abandonando, mas indo viver sua própria vida, e que nela os pais se encaixam. 
Para os pais entenderem isso, os filhos precisam orientá-los e não apenas procurar os mesmos 
quando estiverem com necessidades, pois eles podem se sentir desvalorizados, e não fazendo 
parte dessa nova família. Baumgart e Santos (2009) comentam que a rede familiar é 
importante para as famílias que passam pela síndrome do ninho vazio, pois a rede ajuda as 
mesmas a resolver de forma satisfatória seus conflitos e lidar com situações boas ou ruins que 
possam vir. 
 
2 MÉTODO 
Nesta pesquisa foi usado o delineamento qualitativo de cunho exploratório. A pesquisa 
qualitativa estuda e investiga um assunto profundamente, sem generalizações, sem quantificá-
lo, analisando suas características através da coleta e análise de dados (GUNTHER, 2006). 
 
2.1 Participantes 
Participaram dessa pesquisa quatro casais de pais de filho(a) único(a) residentes no 
Vale do Paranhana, cujo filho(a) saiu de casa há no mínimo três meses e no máximo dois 
anos. Os casais foram indicados por terceiros para a participação na pesquisa. Os dados 
demográficos dos casais são apresentados no quadro 1. 
 Casal 1 Casal 2 Casal 3 Casal 4 
Idade do pai 52 anos 43 anos 34 anos 46 anos 
Escolaridade do pai Ensino médio Ensino médio 
incompleto 
Ensino médio Pós-Graduando 
Profissão/ 
Ocupação 
Representante 
comercial 
Padeiro Sapateiro Jornalista 
Idade da mãe 51 anos 43 anos 32 anos 45 anos 
Escolaridade da 
mãe 
Ensino médio Ensino médio 
incompleto 
Ensino médio Ensino médio 
Profissão/ 
Ocupação 
Professora Autônoma Costureira Técnica em 
Contabilidade 
Tempo de casados 29 anos 23 anos 18 anos 25 anos 
Idade do(a) filho(a) 21 anos 20 anos 17 anos 24 anos 
 9 
 Casal 1 Casal 2 Casal 3 Casal 4 
Escolaridade Ensino superior 
incompleto 
Ensino superior 
incompleto 
Ensino médio 
incompleto 
Ensino superior 
incompleto 
Profissão/Ocupação Estudante Estudante Trabalhando Estudante 
Estado civil Solteiro Solteira Solteira Solteiro 
Mês/ano da saída 
de casa 
Fev/2011 Jan/2011 Jul/2010 Jul/2011 
Quadro 1- Dados demográficos dos participantes 
Fonte: elaborado pela autora 
 Para a melhor identificação dos participantes o quadro 2 identificará a legenda que 
será utilizada nesta pesquisa. 
 Casal 1 Casal 2 Casal 3 Casal 4 
PAI Pai1 Pai2 Pai3 Pai4 
MÃE Mãe1 Mãe2 Mãe3 Mãe4 
Quadro 2 – Identificação 
Fonte: elaborado pela autora 
 
2.2 Instrumentos 
Nesta pesquisa foi utilizada para coleta dos dados ficha sócio-demográfica (Apêndice 
A) e entrevista semi-estruturada (Apêndice B), com um roteiro de perguntas abertas para que 
os participantes ficassem a vontade para falar sobre seus sentimentos e para uma melhor 
exploração do assunto. 
 
2.3 Procedimentos para coleta dos dados 
Para a realização dessa pesquisa, primeiramente, o projeto passou pela aprovação do 
Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Integradas de Taquara - FACCAT. Após a 
aprovação, os participantes indicados foram contatados para marcar um horário para a 
realização da entrevista. No dia e horário marcado com o casal participante, foram explicados 
os objetivos da pesquisa, tirado as dúvidas sobre os procedimentos, e depois entregue o 
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O termo foi assinado pelo casal e pelo 
pesquisador, sendo que ambos ficaram com cópias. Logo após, procedeu-se a entrevista que 
levou em média vinte minutos, e foi gravada em áudio para posterior transcrição e análise dos 
dados. 
 
2.4 Procedimentos para a análise dos dados 
 10 
Os conteúdos transcritos foram analisados conforme a análise de conteúdo de Bardin 
(1977), que é caracterizada por um conjunto de técnicas de análise de comunicação, onde se 
pode analisar sistematicamente e/ou objetivamente o conteúdo das mensagens. 
A análise de conteúdo constituiu-se de três etapas. A pré-análise, que é a etapa de 
organização, onde foi realizada uma leitura flutuante dos dados. Na segunda etapa houve a 
exploração do material e foram definidas as unidades de registro e sua categorização. A 
última etapa foi caracterizada pelo tratamento dos resultados obtidos e interpretação 
(BARDIN, 1977). 
 
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
Apósa realização da análise de conteúdo das entrevistas, surgiram sete categorias e 23 
subcategorias que relatam sobre as vivências e sofrimento dos pais após a saída do(a) filho(a) 
único(a) de casa. 
No quadro 3, é apresentada a relação das categorias e subcategorias resultantes. 
Categorias Subcategorias 
 
A - Saída de casa A1 – Motivo 
A2 – Planejamento e Preparação 
A3 – Inesperada 
A4 – Decisão 
B - Sentimentos com a saída do filho B1 – Saudade, Falta e Vazio 
B2 – Dificuldade, Dor e Angústia 
B3 – Impotência 
C - Estratégias de enfrentamento C1 – Ocupação e Vida social 
C2 – Religiosidade 
C3 – Percepção dos ganhos 
C4 – Mudar de assunto 
C5 – Mais um filho 
C6 – Criar para o mundo 
D - Apoio D1 – Financeiro 
D2 – Emocional 
E - Mudanças E1 – Negação 
E2 – Aproximação 
E3 – Rotina do casal 
F - Relação com filho pós-saída F1 – Contato 
F2 – Cobrança 
G - Expectativas G1 – Amadurecimento 
G2 – Sucesso 
G3 – Futuro do casal 
Quadro 3 - Categorias 
Fonte: elaborado pela autora 
 11 
 A categoria A, saída de casa, apresenta o porquê e como foi realizada a saída do filho 
da casa dos pais. Ela se divide em quatro subcategorias: motivo (A1), planejamento e 
preparação (A2), inesperada (A3) e decisão (A4). 
A saída de casa pode acontecer por vários motivos (subcategoria A1), no caso do casal 
1 o filho saiu para estudar e trabalhar, no casal 2 o pai diz que: “a decisão era antes já dela ir 
pra FACCAT, a gente ja queria que ela fosse pra lá, só que não tinha dado certo, dai como 
deu essa bolsa, dai ela foi” (a filha saiu para estudar em SP). A mãe 3 referiu que a saída se 
deu pela opção da filha em ir para um monastério: “a gente é adventista né?! Então dispertou 
a vontade dela assim de servir a Deus mais assim, como é que eu posso te dizer, mais 
profundamente né?!” . Já o filho do casal 4 saiu, pois segundo o pai: “ele dizia que ele queria 
muito fazer o intercambio, antes de casar, de se estabelecer, até de ter um emprego, ele 
queria fazer essa experiencia de morar um ano fora e estudar, porque depois isso fica 
complicado né?!”. 
Nas entrevistas, foi possível verificar que quando é feito o planejamento e preparação 
(subcategoria A2) para a saída do(a) filho(a), fica mais fácil passar pelos processos de 
mudanças que estão por vir. Isso aconteceu com o casal 1 e segundo relato da mãe a saída: 
“foi tranquila, porque a semana inteira ele já vinha fora”, e com o casal 4 também, pois 
conforme relato da mãe: “um ano antes eles começaram a se preparar”(quando a mãe fala 
em eles, é o filho e a namorada). Para o casal 2, de acordo com a mãe, a preparação não 
existiu, pois: “não foi uma coisa planejada agora né?!” e também que: “parece que foi 
muito rapido que não deu tempo de pensar muito sabe?!”, mostrando que a saída foi 
inesperada (subcategoria A3). 
“A fase em que o(a) filho(a) sai de casa pode ser complicada para os pais e gerar 
vários sentimentos, entre eles o vazio e a depressão.” (CARTER; MCGOLDRICK, 1995; 
CERVENY; BERTHOUD, 2008). Na categoria B (sentimentos com a saída do filho) 
encontram-se as falas dos participantes sobre esses sentimentos, que se caracterizaram pela 
saudade, vazio e falta (B1), dificuldade, dor e angústia (B2) e impotência (B3). 
Todos os casais entrevistados relataram saudade, falta e vazio (subcategoria B1); 
seguem exemplos dessas verbalizações: “o que a gente sente e foi nos primeiros dias assim tu 
levanta demanhã e tu vê que a porta do quarto ta aberta, sem ninguém, tu senti aquilo 
sabe?!” (pai1);“eu olhava pro quarto dele não tinha ninguém e pensava assim putz” (mãe4); 
“eu acho que quando mais passa o tempo, mais eu vou sentir falta, acho que não foi assim, 
no início pra gente parecia que ela tava de ferias, até a gente pensar naquilo de não ela vai, 
mas vai ficar lá né?!” (mãe2); “a gente tem saudade e tudo, a gente se comunica só por 
 12 
telefone, mas tem muita saudade e as vezes N. (mãe) ta chorando pelos cantos, ela também as 
vezes chora no telefone” (pai3). Sobre isso, os autores Webber e Delvin (2010), afirmam que 
é normal chorar e até mesmo ir ao quarto do filho para tentar diminuir a ausência dele. 
Outros sentimentos são a dor, a angústia e a dificuldade (subcategoria B2). Brito da 
Luz e Brito da Luz (2000), explicam que essas emoções fazem parte da síndrome do ninho 
vazio, podendo gerar infelicidade ou insatisfação, e isso aparece nas seguintes falas: “olha, eu 
tô em processo ainda de adaptação ta?! Tô assim, cada dia pra mim é uma vitória entendeu?! 
Então eu ainda assim, eu ainda não parei pra pensar muito né?! Eu tô assim, cada dia é um 
dia e vai indo sabe?! Então, eu não sei ainda como que é vai ser né?!” (mãe3); “dificultoso” 
e “doloroso” (pai2); “não foi facil assim pra gente deixar ela sair de casa” (pai3);“a 
angustia é um pouco grande assim no momento que tu ta no aeroporto né?! Primeira coisa 
que tu quer saber é se chegou bem né?!” (pai4). Podemos ver que cada casal demonstrou 
esses sentimentos de forma diferenciada, mas apenas o casal 1 não relatou os sentimento de 
angústia, dor e dificuldade. Uma das explicações para este fato é a possibilidade dos pais 
visitarem com frequência o filho, por ele morar perto da residencia paterna. 
A impotência (subcategoria B3) foi mencionada unicamente pelo casal 4. Acredita-se 
que isso tenha acontecido, pois o filho deles está em outro país e tendo que se adaptar a nova 
cultura. O pai relata que: “é bem complicado saber que você não pode de uma hora pra outra 
estar junto da pessoa e nem ela contigo, porque vai depender no mínimo de comprar 
passagem” e a mãe diz que: “pra mim o pior é não poder ajudar, dar uma mão”. 
Para enfrentar os sentimentos relatados na categoria anterior, os casais usaram de 
estratégias de enfrentamento (categoria C). Faria e Seidl (2005) definem estratégias de 
enfrentamento com formas de pensamento ou de comportamento que o indivíduo se utiliza 
para enfrentar um certo tipo de sobrecarga. Nessa categoria, temos seis subcategorias: 
ocupação e vida social (C1), religiosidade (C2), percepção dos ganhos (C3), mudar de assunto 
(C4), mais um filho (C5) e criar para o mundo (C6). 
 O casal 1 e 4 relataram que uma das maneiras de enfrentar a falta do filho é se 
ocupando, e com isso, tendo uma vida social (subcategoria C1), ou seja, tendo contato com 
amigos, famíliares, rede de apoio: “a gente enxe a cabeça, eu acho que esse é o principal, que 
nem nós, tanto como ela e eu, nós temos o dia inteiro cheio” (pai1); “nós inventamos as 
coisas pra nós também”(mãe1), essas falas mostram que o casal sabe que se ocupar é 
importante. Já o casal 4, o pai relata que: “durante a semana não da muito tempo, tem 
bastante ocupação”. O convívio social e a ocupação segundo Baumgart e Santos (2009), é 
 13 
importante para as famílias, pois pode ajudar a resolver de forma satisfatória seus conflitos e 
lidar com situações boas ou ruins que possam vir. 
Tanto o casal 2 quanto o 3 são adventistas, assim entramos na subcategoria 
religiosidade (subcategoria C2). Para Faria e Seidl (2005), algumas pessoas se apegam a Deus 
como “recurso cognitivo, emocional ou comportamental” (p. 383) para enfrentar momentos 
difíceis. Ainda segundo as autoras, nem todas as pessoas se apegam a Deus como estratégia 
de enfrentamento, normalmente as que o fazem é porque já são religiosas e seguem suas 
crenças. Isso pode ser visto nas verbalizações do casal 1, que diz que por acreditarem em 
Deus estão conseguindo passar por essa fase do ciclo familiar com mais facilidade e do casal 
3: “mas assim de um modo geral assim, eu acho que só Deus pra suprir essa necessidade 
né?! E o nosso relacionamento assim, em si, Deus tem atuando, porque, sabe!?” (pai3). 
Paraos pais, perceber ganhos (subcategoria C3) é importante e também uma forma de 
enfrentar a saída do(a) filho(a) de casa:“a gente procura olhar o lado bom” (casal 2); “a 
gente entende que o que a gente crê é que lá ela ta sendo preparada né?! Pra enfrentar esse 
mundo entende?” (pai3);“eu pra mim o que me conforta é saber que ele ta bem” (pai4). Com 
esses relatos, é possivel afirmar que para os pais o importante é saber que os filhos estão bem, 
que, independente do motivo, para ele ter saído de casa foi bom, que foi o melhor para os 
filhos. 
O casal 2 se utiliza de outras duas estratégias de enfrentamento, uma delas é mudar de 
assunto (subcategoria C4), onde a mãe relata que: “é, e a gente procura trocar de assunto, se 
preocupar com outra coisa. Não procura assim ficar naquele assunto sabe?! Pra não 
entristeser os dois dai.”. Outra verbalização, que é importante destacar deste casal, é que o 
pai diz: “talvez se a gente tivesse outro filho talvez não fosse assim tão complicado, eu acho, 
dai, acho até pra ela também né?!”(subcategoria mais um filho, C5). O casal 4 também tem 
uma estratégia diferente para enfrentar o ninho vazio, a mãe diz que: “eu sempre pensei 
assim, que eu não tive ele pra mim, eu sempre pensei que eu tava criando ele pro mundo” 
(subcategoria criar para o mundo, C6) 
Além de se usarem de estratégias de enfrentamento, os pais entrevistados também 
apoiam os filhos. Este apoio (categoria D) pode ser financeiro (subcategoria D1) e emocional 
(subcategoria D2). Conforme Falceto e Waldemar (2001), alguns pais gostam de ajudar os 
filhos, mas outros acham que isso é sobrecarga. Para o casal 1 ajudar financeiramente não é 
ruim, como relata o pai: “tipo assim, não que a gente cobre o que a gente dá, acho que tudo 
que nós estamos fazendo, colaborando, ajudando, aluguel, transporte, tudo é porque nós 
queremos”. Essa verbalização confirma a afirmação que Mambrini e Filho (2010) fazem: ser 
 14 
filho único tem suas vantagens, e uma delas é que os pais gastam somente com ele, podendo 
assim, investir mais nesse filho e lhe oferecer melhor escola, cursos e outros que a família 
tenha condições de pagar. 
Ainda falando sobre apoio financeiro, para o casal 2 este apoio também não é uma 
sobrecarga, mas é algo que os pais querem que a filha consiga sozinha para que ela 
amadureça, isso está no comentário: “claro que se precisar a gente vai continuar ajudando, 
mas ela vai ter que primeiro ver como que ela vai se manter com o salario dela né?!”. 
Outra forma de apoiar é emocionalmente (subcategoria D2), esse apoio foi encontrado 
nas falas de todos os casais:“que a gente assim ó, primeira coisa foi dar todo o apoio” (pai 
casal 1); “que ela tem que estudar, que a gente vai fazer de tudo pra ela concluir os estudos e 
vai fazer de tudo pra ela conseguir estudar.” (pai2). O pai 3 vê que o fato da filha ter saído 
de casa será importante para ela, e com isso eles a apoiam, o que pode ser verificado no 
relato: “então eu só apoiei ela naquilo, porque eu vi que era o melhor pra ela entende?!”. Já 
o casal 4, o pai diz que: “eu não pedi pra ele ir, mas nós apoiamos, foi por vontade dele. 
Apoiamos no emocional, no moral, até porque tem momentos que eles fraquejam assim 
né?!”. 
Sabemos que quando o filho(a) está em casa, a rotina da família é uma, mas quando 
esse sai de casa, o casal volta a estar sozinhos e aparecem as mudanças (categoria E). Essa 
categoria está subdividida nas subcategorias: negação (E1), aproximação (E2) e rotina do 
casal (E3). 
Segundo Cerveny e Berthoud (2008), é importante que o casal consiga manter as 
características e os padrões já estabelecidos antes para que a relação seja boa. As autoras 
afirmam que quando o casal esta sozinho tem mais tempo para perceber a situação que estão 
vivendo, o que viveu e as coisas que estão sendo vivenciadas de forma diferente. Para 
completar, Baumgart e Santos (2009) dizem que casais com filhos independentes possuem 
mais tempo para si, assim o casal faz mais atividades juntas, tem mais horas livres para fazer 
o que gosta. Esse tempo livre pode ajudar no diálogo do casal, consolidando a intimidade. 
Nos casais entrevistados, o casal 1 afirma que não teve mudança (subcategoria E1), 
isso foi encontrado na fala do pai, onde ele refere: “não teve alteração assim, continuou assim 
a rotina, tudo normal”, já o casal 2 também negaram ter havido mudanças, mas no decorrer 
da entrevista mostraram que, inconscientemente, essas mudanças haviam acontecido. O que 
pode ser visto na fala da mãe: “é, porque antes a gente dividia com ela né?! A atenção, tudo 
né?! E agora não da mais pra dividir e então a gente se apegou mais um ao outro”. Nessa 
 15 
verbalização, podemos ver que após a saída da filha de casa houve a aproximação 
(subcategoria E2) do casal. 
O casal 3 também afirma essa aproximação: “eu acho que a gente até se aproximou 
um pouco, porque talvez pra suprir essa falta dela né?!” (pai3). O casal 4 além de afirmar 
que houve mudanças, afirmam que estão mais próximos, isso pode ser verificado na fala do 
pai, que diz: “muda, acho que assim, até mesmo a gente sabe que só temos um ao outro 
agora né?!”. “Essa aproximação é importante, levando a uma reestruturação do casal, ou seja, 
uma renovação conjugal.” (CERVENY; BERTHOUD, 2008). 
Outra mudança que foi encontrada, durante as entrevistas, diz respeito à rotina do 
casal (subcategoria E3): “a gente sempre planejava assim, algum lugar que ela ia a gente 
planejava ir com ela, agora não, agora a gente planeja só nós dois” (pai2); “então assim 
mudou bastante nas coisas, nos afazeres né?!” (mãe3). O casal 4 relata que mudou bastante 
nos finais de semana, pois durante a semana eles sempre tinham atividades, mas em finais de 
semana o filho e a namorada estavam sempre com eles, isso pode ser analisado na fala do pai, 
onde diz que: “mas tem aquelas atividades dos finais de semana que tu tinha a companhia 
deles e agora não tem, então é o momento mais triste.”. 
A categoria F apresenta a relação dos pais com os filhos após a saída deles de casa: o 
contato (F1) e a cobrança (F2). Na subcategoria de contato (F1), o casal 1 refere ter contato 
frequentemente com o filho, por não estarem distantes, assim alguns finais de semana o filho 
vai visitá-los, e outros, eles vão visitá-lo. Já o casal 2, a mãe comenta: “todos os dias, eu falo 
duas vezes por dia e ele fala uma porque ela fica o dia todo lá (no trabalho)”. Para o casal 4 
a tecnologia ajuda na comunicação e na aproximação do casal com o filho, isso é possível 
verificar na seguinte fala do pai: “eu quero dizer que a tecnologia hoje da comunicação ela 
facilita muito, pois tem e-mail, msn, telefone, skype, as ligações de lá pra cá são mais 
baratas, eles tem blog que eles atualizam. Dai tu sabe que eles estão bem, o facebook também 
ajuda, assim sabemos que eles estão bem”. Outra subcategoria é a cobrança (F2), que aparece 
na fala da mãe do casal 1: “cobrar de trabalha a gente cobra”. 
A última categoria, encontrada nas entrevistas, são as expectativas (G) e trata do que 
os pais esperam dos filhos e da sua relação com eles: amadurecimento (G1), sucesso (G2) e 
futuro do casal (G3). Tavares et al. (2004), dizem que a convivência com adultos sugere que o 
filho único amadurece mais rápido comparando com filho que possui mais irmãos. A 
subcategoria amadurecimento (G1) é uma expectativa verbalizada pela mãe do casal 1: 
“tomara que dá certo né?! Que de tudo certo que ele se ajeite”. Para o pai2 a saída de casa “é 
pra ela crescer, é pra vida dela né?!” e a mãe 3 também acredita que a saída é importante 
 16 
para o amadurecimento quando refere: “fui colocando na balança e fui vendo que realmente 
ela indo pra lá, mesmo tando longe dagente, isso ia, ela ia crescer tanto espiritualmente 
quanto” e o pai complementa: “pra vida né?!”. 
O casal 2 e 3 além de desejarem o amadurecimento dos filhos tem a expectativa de 
sucesso (subcategoria G2) dos mesmos: “ela esta vendo diferença lá mesmo e já esta olhando 
por lá, pois lá tem mais campo, tem clinicas, ela tava falando que tem clinicas de psicologia 
que, o mercado lá é mais vasto que aqui, até ela queria que a gente fosse embora pra lá”(pai 
1); “na verdade lá ela ta licerçando pra começar a viver né?! Porque ela é uma adolescente 
né?! Uma jovem, então ela ta se preparando para realmente ter uma base boa pra não ser 
influenciada e nem influenciar os outros né?!”(pai 2). 
Segundo Falceto e Waldemar (2001), é quando os filhos saem de casa que o casal 
reaprende a viver a dois, e Baumgart e Santos (2009) complementam que para alguns casais a 
situação de estar sozinhos novamente é como uma segunda oportunidade para explorarem 
novos caminhos, redefinir papeis, e até mesmo, acrescentar outros. É com esse pensamento 
que entramos na última subcategoria, futuro do casal (G3). É importante que o casal pense no 
seu futuro, mas é necessário que o casal não viva a vida dos filhos e nem em função deles. 
Somente o casal 2 falou sobre futuramente morar perto da filha: “ah, as vezes eu penso em ir 
e as vezes eu penso em não ir porque a vida lá é muito diferente da daqui né?! É mais agitada 
assim” (pai2). 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com a realização desta pesquisa, foi possível identificar as principais emoções que os 
casais entrevistados sentiram, e sentem, após a saída de seu(sua) filho(a) único(a) de casa. A 
saudade, a falta e o vazio foram sentimentos que todos os casais relataram estar passando, 
independente do motivo da saída do(a) filho(a) da casa. Alguns deles chegaram a verbalizar 
que esses sentimentos não acabam com o tempo, e sim, só se intensificam. Uma das 
entrevistadas (mãe4) chegou a se emocionar e chorar durante essas colocações. 
Um fator que foi percebido nos casais entrevistados, e que pode influenciar no 
sentimento de vazio, é o planejamento e a preparação para a saída. Os casais 1, 3 e 4 tiveram 
tempo para planejar, para pensar na saída, e mesmo assim houve o sentimento de separação, 
de a casa estar vazia, mas não foi algo tão complicado para se lidar. No casal 2, a saída da 
filha havia sido pensada um ano antes, mas depois de não conseguirem a bolsa essa hipótese 
foi esquecida; no ano seguinte conseguiram a bolsa, e a filha precisou sair de casa 
rapidamente, e isso abalou a família, tanto que na entrevista foi percebido um sentimento de 
 17 
perda grande, como se a filha não fosse mais voltar para casa, um sentimento parecido com o 
luto. 
Analisando as entrevistas, podemos inferir que planejar e preparar a saída, além de 
ajudar na organização financeira, também ajuda na organização das emoções e dos 
sentimentos. Zalewski (2011), diz que quando o filho sai de casa e o ninho fica vazio, os pais 
podem ter a sensação de missão cumprida, e de que tudo acabou. 
Para enfrentar essas sensações, os casais pesquisados usaram várias estratégias de 
enfrentamento. O casal 1 e 4 têm uma vida social agitada e várias ocupações, usando essas 
para enfrentar a saudade do filho. Já o casal 2 e 3, como são adventistas, acreditam que Deus 
ajuda-os a entender essa fase da vida e a suprir a falta das filhas. Entretanto, a única estratégia 
que todos os casais entrevistados verbalizaram, é a de sempre ver o lado bom, pensar que o(a) 
filho(a) ter saído de casa é bom para o futuro dele(a). 
Após a saída do(a) filho(a) de casa, segundo Brito da Luz e Brito da Luz (2002), 
algumas mudanças acontecem, dentre elas: o espaço físico, a relação do casal e as questões 
financeiras. Nos casais entrevistados, o 1 e o 2 negam ter havido mudanças, mas somente o 
casal 1 sustentou essa afirmação durante a entrevista. Os casais 2, 3 e 4 durante a conversa 
relataram que estão mais próximos, que um apóia o outro nos momentos difíceis. Quando foi 
falado na mudança da rotina do casal, somente os três últimos casais relatam que existiu, que 
depois que ficaram sozinhos em casa começaram a planejar mais atividades a dois. 
Mesmo após a saída dos(as) filhos(as) de casa, todos os casais entrevistados 
continuam apoiando seus filhos emocionalmente, logisticamente ou mesmo financeiramente, 
quando possível. Esses pais não acham que essas ajudas sejam obrigações ou mesmo 
sobrecarga, eles os fazem, pois acreditam que isso é importante para o amadurecimento e o 
sucesso de seus filhos. 
Cada casal entrevistado passa pela etapa do ninho vazio de uma forma peculiar. O 
sofrimento emocional dos pais pelo ninho vazio fica evidenciado em todos os casais. 
Entretanto, nenhum dos pais apresentou nas entrevistas sofrimento suficiente para alterar 
significativamente a qualidade de vida do casal. Pode-se afirmar que os casais estão 
conseguindo lidar com essa etapa do ciclo de vida familiar, de forma a não trazer-lhes grandes 
prejuízos. Isso não significa que a angústia, o sofrimento, e a falta dos filhos não estejam 
presentes. 
Essa pesquisa foi realizada com apenas quatro casais, que pode ter sido um limitador. 
Mesmo sendo uma pesquisa qualitativa, a ampliação do número de participantes poderia ter 
 18 
sido relevante. Sugere-se, ainda, outros focos de investigação, como o tempo de saída, o 
motivo e a distância, e a relação dessas variáveis como maior ou menor sofrimento dos casais. 
 
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Acesso em: 02 de maio de 2011. 
 
APÊNDICE A – Ficha sócio-demográfica do casal 
Idade do pai: 
Escolaridade: 
 20 
Profissão/Ocupação: 
Idade da mãe: 
Escolaridade: 
Profissão/Ocupação: 
Tempo de casamento: 
Idade do filho(a): 
Escolaridade: 
Profissão/Ocupação: 
Estado civil: 
Tempo de saida do filho (a): 
 
APÊNDICE B – Entrevista Semi-Estruturada 
 Como foi a saída do seu filho(a) de casa? 
 Qual foi o primeiro pensamento que você teve? (separadamente para o pai e a mãe). 
 Como que você se sentiu após a saída de seu filho? (também separadamente para o pai 
e a mãe). 
 Como lidaram com a saída de seu filho(a) de casa? 
 Como ficou a vida conjugal de vocês? 
 Aconteceu alguma(s) mudança(s) na vida conjugal após a saída do(a) filho(a) de casa? 
Se sim, quais?

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