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Introdução à Zoologia Introdução à Zoologia Estudo científico dos animais Ciência e não ciência • Princípios da ciência: ciência religião (1) É guiada pela lei natural; (2) Precisa ser esclarecedora como referência à lei natural; (3) É passível de ser testada em relação ao mundo observável; (4) Suas conclusões são tentativas, isto é, não são necessariamente a palavra final; (5) Pode ser refutada. • “A ciência é neutra em questões religiosas e os resultados da ciência não favorecem uma posição religiosa em relação à outra”. Introdução à Zoologia Método científico Método hipotético-dedutivo • 1o passo: constatação de um fato – situação problema • 2º passo: pergunta - geração de hipóteses ou respostas potenciais às questões que estão sendo formuladas • 3º passo: experimentação • 3º ou 4º passos: conclusão • Ex. Hipótese de Darwin sobre seleção natural (caso da mariposa britânica Biston betularia) Formas claras e melânicas da mariposa Biston betularia Introdução à Zoologia Quando a hipótese é bastante poderosa em explicar uma ampla variedade de fenômenos relatados ela atinge o status de teoria. Ex. Seleção natural Para os cientistas teoria especulação (como na linguagem ordinária). Os criacionistas têm falado de evolução como “apenas uma teoria”, como algo pouco melhor do que uma aspiração. Hipótese Teoria Paradigma (teorias poderosas que guiam extensos campos de pesquisa: quebra = revoluções científicas. Ex. Evolução). Aspectos fundamentais para a compreensão zoológica atual • Princípios de evolução (Darwin e Wallace) • Princípios de hereditariedade (Mendel) • Nomenclatura binomial (Linnaeus) • Sistemática filogenética ou cladística (Hennig) • Biogeografia Alfred Russel Wallace Charles Robert Darwin Uma das primeiras árvores da vida, desenhada em 1874 pelo biólogo alemão Ernst Haeckel, muito influenciado pela teoria da descendência comum de Darwin. Muitas das hipóteses filogenéticas mostradas nesta árvore, incluindo a progressão unilateral da evolução em direção aos seres humanos (=Menschen, no topo), foram refutadas desde então Gregor Johann Mendel As diferenças nas previsões relacionadas aos resultados dos cruzamentos de Mendel entre plantas altas e baixas, no caso de herança particulada e herança por mistura. A previsão da herança particulada é confirmada e a da herança por mistura é refutada pelos resultados dos experimentos Carolous Linnaeus (1707-1778). Aos 68 anos, três anos antes de sua morte Willi Hennig (1913-1976), entomólogo alemão responsável pela formulação dos princípios de sistemática filogenética/cladista História da Zoologia no Brasil (Klassa & Santos, 2012) A ordenação e a classificação biológicas significam uma primeira aproximação ao mundo natural (ZARUR, 1994), uma vez que praticamente tudo aquilo que é observável na natureza pode ser catalogado. O primeiro estágio para estudar e conservar a diversidade é descrevê-la, mapeá-la e medi-la (MARQUES & LAMAS, 2006). Essas atribuições específicas da taxonomia biológica aconteciam desde antes dos sistemas formais de classificação de Carolus Linnaeus no século XVIII (SANTOS, 2008), até meados do século XX. Desenvolvimento da Zoologia Brasileira: perspectiva da ciência aplicada e voltada ao entendimento de espécies e grupos de interesse médico, social ou sanitário. História da Zoologia no Brasil (Klassa & Santos, 2012) Zarur (1994) compila os estudos zoológicos em três fases: - tradição naturalista (séc. XVIII e XIX) - “escola de Manguinhos” (até início do século XX) - expansão de São Paulo, enquanto polo de pesquisa (criação USP 1934) Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) -Décadas de 1970 e 1980 -Sistemática Filogenética de Hennig (1950, 1966) -Paulo E. Vanzolini (sistemática evolucionista) -Nelson Papavero, Nelson Bernardi (difusão da sistemática filogenética) Exercício Agrupe os organismos abaixo de acordo com critérios de classificação estabelecidos por você e justifique a escolha desses critérios: Gafanhoto, camarão, morcego, pardal, lagartixa, mosca, aranha, roseira, sapo, goiabeira, lambari, minhoca, samambaia, musgo, bactéria, ameba Taxonomia e sistemática • Taxonomia = sistemática • Sistemática como algo mais amplo que taxonomia • Sistemas artificiais e naturais (seres vivos) • Importância de Lineu: Systema Naturae (1735) -Espécie segundo Lineu: grupos de seres vivos semelhantes a um tipo ideal e imutável • Com a aceitação das ideias evolutivas, as categoria lineanas foram mantidas e até mesmo ampliadas, passando a ser interpretadas de maneira diferente, contando a história evolutiva de cada grupo • Sete categorias taxonômicas obrigatórias (máximo de 30) http://educar.sc.usp.br/ciencias/seres_vivo s/seresvivos2.htm http://tudodeconcursosevestibulares.blogspot.com. br/2012/12/classificacao-dos-seres-vivos- questoes.html Regras de nomenclatura zoológica • Nome da espécie é sempre duplo e deve aparecer grifado - nome em latim: gênero e epíteto de espécie • Gênero com letra inicial maiúscula e epíteto específico com inicial minúscula – Homo sapiens • Gênero como substantivo e epíteto de espécie quase sempre como um adjetivo. Ex. Turdus migratorius (turdus, sabiá; migratorius, de hábito migratório). • Epíteto de espécie nunca pode ser citado isoladamente. • Nomes de gêneros não podem ser dados a diferentes grupos de animais. Mas o mesmo epíteto de espécie pode ser usado em diferentes gêneros. Ex. Sitta carolinensis (subideira-de-peito- branco); Parus carolinensis (bem-te-vi da Carolina) e Anolis carolinensis (lagarto) Ascaris lumbricoides Epíteto Epíteto genérico específico Espécie Conceito biológico de espécie Grupos de populações naturais real ou potencialmente intercruzantes, que são reprodutivamente isolados de outros grupos de organismos Sistemática Filogenética • Cladogênese: processos responsáveis pela ruptura da coesão original em uma população, gerando duas ou mais populações que não trocam mais genes • Anagênese: processos pelo qual um caráter surge ou se modifica em uma população ao longo do tempo, sendo responsáveis pelas novidades evolutivas, e pela fixação dessas novidades nas populações. Sistemática Filogenética • Conceitos importantes: -Cladograma -Homologia (similaridade de caracteres que resulta de um ancestral comum) -Homoplasia (similaridade de caráter que não representa descendência comum) -Grupos irmãos (partem de um mesmo nó e são mais próximos evolutivamente entre si do que grupos que partem de um outro nó) -Caráter ou condição derivada ou apomórfica -Caráter ou condição primitiva ou plesiomórfica -Grupos naturais ou monofiléticos -Outros grupos: parafiléticos, polifiléticos O cladograma como um agrupamento hierárquico de táxons. O anfioxo constitui o grupo externo, sendo que o grupo interno compreende quatro vertebrados (perca, lagarto, cavalo, macaco). São usados quatro caracteres para gerar um cladograma simples: presença contra ausência de quatro membros, ovo amniótico, pêlo e glândulas mamárias. Para todos os quatro caracteres, a ausência é considerada o estado ancestral em vertebrados, pois é o estado encontrado no grupo externo, o anfioxo; para cada caráter a presença é a condição derivada nos vertebrados Homologias ≠ Grupo irmão: grupos que compartilham um ancestral comum mais recente A e B C e A+ B D e E D + E e C + (A + B) Filogenia dos animais • Organismos ou espécies que compartilham estados derivados de caracteres formam subgrupos dentro dos grupos denominados clados (gr. klados, ramo) • Um caráter derivado compartilhado pelos membros de um clado é formalmente denominado sinapomorfia (gr. synapsis, união, + morphe, forma) pertencente àquele clado. • Taxomomistas: usam sinapomorfias como evidência de homologia. Ex. Nos amniotas, o clado das aves (ausência de dentes e presença de penas) • Plesiomorfias: estados primitivos de um caráter para um táxon • Simplesiomorfias: compartilhamento de condições primitivas entre os organismos • Sinapomorfias simplesiomorfias: erros na determinação da polaridade dos caracteres podem produzir erros na inferência da filogenia. • Diagrama para representação dos clados cladograma A. Monofiletismo – um grupo monofilético contém um ancestral comum mais recente de todos os membros do grupo e todos os seus descendentes. B. Parafiletismo – um grupo parafilético contém o ancestral comum mais recente de todos os membros do grupo e alguns de seus descendentes, mas não todos. C. Polifiletismo – um grupo polifilético não contém o ancestral comum mais recente de todos os membros do grupo; deste modo, o grupo em questão possui pelo menos duas origens filogenéticas distintas ou independentes. Filogenia e classificação, no nível de família, de primatas antropóides. Taxonomia evolutiva – Gorilla, Pan e Pongo = Pongidae (parafilética) Taxonomia cladista - Gorilla, Pan, Pongo e Homo = Hominidae (monofilética) Conceito filogenético de espécie População ou grupo de populações definidas por uma ou mais condições derivadas, constituindo o menor agrupamento taxonômico reconhecível Classificação dos cinco reinos de Whittaker sobreposta em uma árvore filogenética que evidencia representantes atuais destes reinos. Os reinos Monera e Protista constituem grupos parafiléticos e são assim inaceitáveis para a sistemática cladista. Proposta antiga: 5 reinos Proposta atual dos três domínios Relações evolutivas entre os principais grupos de organismos atuais inferidos a partir de comparações da sequência de RNA ribossômico, utilizadas por Woese, Kandler e Wheelis (1990) para reconhecimento dos domínios Archaea, Bacteria e Eucarya
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