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Fonoaudiologia Educacional- Psicogênese da língua escrita

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Por que conhecer?
Psicogênese da língua escrita
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No começo era o desenho...
O desenho, enquanto primeira manifestação gráfica e estética da cultura na história da humanidade, é uma das primordiais formas de expressão deixadas pelos vestígios e produtos culturais, contendo importantes revelações da luta do homem em manifestar sua evolução.
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No começo era o desenho...
Em seguida o homem utilizou o desenho, na sua expressão elementar do traço, para construir e significar o seu mundo circundante, desenvolvendo formas de apreensão e transmissão do conhecimento.;
E logo estaria aperfeiçoando a comunicação escrita através da pictografia.
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Evolução da escrita na humanidade:
Pictográfica
Ideográfica
Alfabética
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Escrita Pictográfica
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Consiste em representar seres e idéias através do desenho.
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 Escrita Ideográfica
Se caracteriza pela escrita ser realizada por meio de desenhos especiais, chamados ideogramas. 
As letras do nosso alfabeto vieram desse tipo de evolução.
 
).
Egípcia (também chamada hieroglífica
Chinesa
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Escrita Alfabética
Caracteriza-se pelo uso das letras.
 Estas tiveram sua origem nos ideogramas, mas perderam o valor ideográfico. A escrita assumiu uma nova função : a representação puramente fonográfica.
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Caminho da construção 
da escrita infantil
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No começo
(também)
É o desenho...
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Observando as outras pessoas desenharem, as crianças tendem a imitá-las, 
surgindo, então, a primeira manifestação gráfica, as garatujas.
 
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O desenvolvimento da escrita nas crianças segue um caminho que pode ser descrito como a transformação de rabiscos não diferenciados em sinais diferenciados. Linhas e rabiscos são substituídos por figuras e imagens e estas dão lugar aos signos. Nesta seqüência de acompanhamento esta todo o desenvolvimento da escrita, tanto na história da civilização quanto no desenvolvimento das crianças.
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Teoricamente, toda criança passa por cinco níveis até que esteja alfabetizada:
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NÍVEL 1 Início dessa construção. As tentativas das crianças dão-se no sentido da reprodução dos traços básicos da escrita que elas se deparam no cotidiano. O que vale é a intenção, pois, embora o traçado seja semelhante, cada um "lê" em seus rabiscos aquilo que quis escrever. Desta maneira, cada um só pode interpretar a sua própria escrita, e não a dos outros.
 Nesta fase, a criança elabora a hipótese de que a escrita dos nomes é proporcional ao tamanho do objeto ou ser a que está se  referindo. 
  
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Exemplos de escrita do nível 1:
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Nível 2 A hipótese central é de que para ler coisas diferentes é preciso usar formas diferentes. A criança procura combinar de várias maneiras as poucas formas de letras que é capaz de reproduzir. 
Nesta fase, ao tentar escrever, a criança respeita duas exigências básicas: a quantidade de letras (nunca inferior a três) e a variedade entre elas, (não podem ser repetidas). 
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Exemplo de escrita do nível 2:
Pré-silábica: colocam letras e as trocam de lugar, com critério mínimo de três letras. 
Jabuticaba
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Nível 3, são feitas tentativas de dar um valor sonoro a cada uma das letras que compõem a palavra. 
Surge a chamada hipótese silábica, isto é, cada grafia traçada corresponde a uma sílaba pronunciada, podendo ser usadas letras ou outro tipo de grafia. Há, neste momento, um conflito entre a hipótese silábica e a quantidade mínima de letras exigida para que a escrita possa ser lida. 
 
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A criança, neste nível, trabalhando com hipótese silábica, precisa usar duas formas gráficas para escrever palavras com duas sílabas, o que vai de encontro às suas idéias iniciais de que são necessários, pelo menos três caracteres. Este conflito a faz caminhar para outra fase...
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Silábica: percebe o corte silábico auditivo e representa cada "pedaço" com uma letra.  
 
Exemplo de escrita do nível 3:
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Nível 4 ocorre, então a transição da hipótese silábica para a alfabética. O conflito que se estabeleceu - entre uma exigência interna da própria criança ( o número mínimo de grafias ) e a realidade das formas que o meio lhe oferece, faz com que ela procure soluções.
Ela, então, começa a perceber que escrever é representar progressivamente as partes sonoras das palavras, ainda que não o faça corretamente. 
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Silábico-alfabética: coloca mais letras, ora construindo completamente uma sílaba, ora usando só uma letra .
 
Exemplo de escrita do nível 4:
Jabuticaba
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Nível 5 Finalmente, é atingido o estágio da escrita alfabética, pela compreensão de que para cada um dos caracteres da escrita correspondem valores menores que a sílaba, e que uma palavra, se tiver duas sílabas, exige, dois movimentos para ser pronunciada e,portanto, necessita mais do que duas letras para ser escrita e, ainda, a existência de uma regra produtiva que lhes permite, a partir desses elementos simples, formar a representação de inúmeras sílabas, mesmo aquelas sobre as quais não se tenham exercitado. 
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Alfabética: a criança desvenda nossa escrita convencional, construindo todas as sílabas, embora sem correção ortográfica 
(Jabuticaba)
Exemplo de escrita do nível 5:
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Emilia Ferreiro, psicóloga e pesquisadora argentina, radicada no México, fez seu doutorado na Universidade de Genebra, sob a orientação de Jean Piaget.   
Na Universidade de Buenos Aires, a partir de 1974, como docente, iniciou seus trabalhos experimentais, que deram origem aos pressupostos teóricos sobre a Psicogênese do Sistema de Escrita, campo não estudado por seu mestre, que veio a tornar-se um marco na transformação do conceito de aprendizagem da escrita, pela criança. 
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A criança não chega a escola vazia, sem saber nada sobre a língua, pois a escrita não é um produto escolar, mas um objeto cultural resultante do esforço coletivo da humanidade.
 
Emília Ferreiro
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Emilia Ferreiro
“Ignorar que a criança pensa e tem condições de escrever desde muito cedo é um retrocesso"
Emilia Ferreiro

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