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INTERFACE SAÚDE E EDUCAÇÃOINTERFACE SAÚDE E EDUCAÇÃO práticas: atravessadas por diversaspráticas: atravessadas por diversas concepções de saúde e educação, queconcepções de saúde e educação, que retratam distintas posições filosóficas sobreretratam distintas posições filosóficas sobre o homem e a sociedade;o homem e a sociedade; a concepção de educação como atoa concepção de educação como ato normativo, prescritivo, para instrumentalizarnormativo, prescritivo, para instrumentalizar e controlar, guarda correspondência com ae controlar, guarda correspondência com a concepção de saúde como ausência deconcepção de saúde como ausência de doença;doença; ações de educação em saúde e ações deações de educação em saúde e ações de saúde no campo da educação ➜ concepçãosaúde no campo da educação ➜ concepção saúde-doença ➜ transmissão de informaçõessaúde-doença ➜ transmissão de informações ou aplicação de procedimentos ➜ou aplicação de procedimentos ➜ profissionais reproduzem relaçõesprofissionais reproduzem relações assimétricas (professor-aluno e profissionalassimétricas (professor-aluno e profissional de saúde-doente) no desempenho de açõesde saúde-doente) no desempenho de ações predefinidas;predefinidas; - concepções de saúde e educação;- concepções de saúde e educação; concepções e práticas de educação e saúdeconcepções e práticas de educação e saúde tiveram em sua base o modelo higienista ➜tiveram em sua base o modelo higienista ➜ modo específico de conceber, explicar emodo específico de conceber, explicar e intervir sobre os problemas de saúde;intervir sobre os problemas de saúde; intervenção baseavam-se na prescrição deintervenção baseavam-se na prescrição de normas, voltadas para os mais diferentesnormas, voltadas para os mais diferentes âmbitos da vida social (família, escola,âmbitos da vida social (família, escola, trabalho, convivência social) como modos detrabalho, convivência social) como modos de conservação de saúde. Dessa maneira, eramconservação de saúde. Dessa maneira, eram vistos e desenvolvidos como educaçãovistos e desenvolvidos como educação sanitária;sanitária; práticas sanitárias de cunho higienistapráticas sanitárias de cunho higienista migraram para as instituições escolaresmigraram para as instituições escolares levando à medicalização da educação;levando à medicalização da educação; práticas curativas, reabilitadoras epráticas curativas, reabilitadoras e preventistas fundamentadas na noção depreventistas fundamentadas na noção de risco à saúde nortearam a atuação derisco à saúde nortearam a atuação de fonoaudiólogos que atuavam no âmbito dafonoaudiólogos que atuavam no âmbito da educação;educação; influenciaram práticas clínicas nainfluenciaram práticas clínicas na compreensão de que a saúde poderia sercompreensão de que a saúde poderia ser alcançada por meio de mudanças dealcançada por meio de mudanças de comportamentos e estilo de vida;comportamentos e estilo de vida; na escola, a aproximação entre educação e ana escola, a aproximação entre educação e a saúde sem uma maior reflexão sobre asaúde sem uma maior reflexão sobre a atribuição de cada área ocasionou no séculoatribuição de cada área ocasionou no século passado a transposição de técnicas depassado a transposição de técnicas de avaliação e intervenção do campo (clínico) daavaliação e intervenção do campo (clínico) da saúde para o campo escolar;saúde para o campo escolar; - sec. XIX e inicio XX;- sec. XIX e inicio XX; escolas especiais passaram a conceber aescolas especiais passaram a conceber a ação educativa tendo como parâmetroação educativa tendo como parâmetro programas de reabilitação;programas de reabilitação; a escola regular passou a identificar criançasa escola regular passou a identificar crianças que estavam fracassando no processo deque estavam fracassando no processo de aprendizagem e encaminhá-las para classesaprendizagem e encaminhá-las para classes especiais e/ou atendimentos clínicos, semespeciais e/ou atendimentos clínicos, sem que refletir, de fato, sobre suas práticasque refletir, de fato, sobre suas práticas pedagógicas;pedagógicas; a aproximação entre saúde e educaçãoa aproximação entre saúde e educação dentro dessa concepção de homem edentro dessa concepção de homem e sociedade, tem levado a área da saúde esociedade, tem levado a área da saúde e desenvolver programas de educação quedesenvolver programas de educação que condicionam ou conduzem a população acondicionam ou conduzem a população a receber passivamente informações ereceber passivamente informações e aceitarem orientações ou recomendaçõesaceitarem orientações ou recomendações sem refletir sobre a própria realidade;sem refletir sobre a própria realidade; a perspectiva crítico-reflexiva contrapõe-se aa perspectiva crítico-reflexiva contrapõe-se a esse modo de conceber educação e saúde,esse modo de conceber educação e saúde, pois parte da análise das realidades sociais,pois parte da análise das realidades sociais, revelando suas características e as relaçõesrevelando suas características e as relações que as condicionam e as determinam;que as condicionam e as determinam; na interface da educação e da saúde,na interface da educação e da saúde, constituída com base no pensamento críticoconstituída com base no pensamento crítico sobre a realidade, torna-se possível pensarsobre a realidade, torna-se possível pensar educação em saúde e saúde na educaçãoeducação em saúde e saúde na educação como estratégias para alcance da autonomiacomo estratégias para alcance da autonomia ou emancipação, ou seja, acesso a recursosou emancipação, ou seja, acesso a recursos que possibilitam intervir e transformar asque possibilitam intervir e transformar as condições objetivas para produção de saúdecondições objetivas para produção de saúde individual e coletiva;individual e coletiva; INTERFACE FONOAUDIOLOGIA EINTERFACE FONOAUDIOLOGIA E EDUCAÇÃOEDUCAÇÃO ✱ FONOAUDIOLOGIA: ciência interdisciplinar ➜✱ FONOAUDIOLOGIA: ciência interdisciplinar ➜ base concepções e métodos de áreas da saúde;base concepções e métodos de áreas da saúde; práticas de medicalização da educação naspráticas de medicalização da educação nas instituições escolares;instituições escolares; ➜ ➜ ações de educação em saúde realizadas emações de educação em saúde realizadas em serviços de saúde pautadas na normatização deserviços de saúde pautadas na normatização de comportamentos, mantêm-se ainda hoje comocomportamentos, mantêm-se ainda hoje como modelos hegemônicos;modelos hegemônicos; ➜ história das práticas de saúde e educação➜ história das práticas de saúde e educação mostra a importância de se compreender asmostra a importância de se compreender as concepções acerca do trabalho de educação emconcepções acerca do trabalho de educação em saúde e o de saúde na educação;saúde e o de saúde na educação; ➜ educação e saúde são práticas sociais que se➜ educação e saúde são práticas sociais que se inserem no modo de produção da existênciainserem no modo de produção da existência humana e que precisam ser abordadashumana e que precisam ser abordadas historicamente como fenômenos constituinteshistoricamente como fenômenos constituintes das relações sociais (produção, reprodução edas relações sociais (produção, reprodução e transformação);transformação); @projetofonoo@projetofonoo HISTORICIDADE EMHISTORICIDADE EM FONOAUDIOLOGIAFONOAUDIOLOGIA "língua pátria" ➡ imposição da língua do"língua pátria" ➡ imposição da língua do colonizador como instrumento decolonizador como instrumento de domesticação do colonizado;domesticação do colonizado; ✔ construção conceitual;✔ construção conceitual; ✔ relações históricas entre fono e educação;✔ relações históricas entre fono e educação; ✔ gênese das práticas fonoaudiológicas de✔ gênese das práticas fonoaudiológicas de intervenção no âmbito escolar;intervenção no âmbito escolar; ✔ visão preventiva e reabilitadora dos "vícios de✔ visão preventiva e reabilitadora dos "vícios de fala" ➜ medicalização do ensino;fala" ➜ medicalização do ensino; ✔ interesses políticosdo Estado Novo - práticas✔ interesses políticos do Estado Novo - práticas disciplinadoras da linguagem;disciplinadoras da linguagem; ✔ ideologia nacionalista;✔ ideologia nacionalista; ✔ variantes: vícios e defeitos;✔ variantes: vícios e defeitos; ✔✔ 1920-1940 medidas higienistas e moralizadoras 1920-1940 medidas higienistas e moralizadoras voltadas à saúde, à educação;voltadas à saúde, à educação; ✔✔ saúde escolar: identificar e tratar as crianças; saúde escolar: identificar e tratar as crianças; professores: aptos para "correção da fala";professores: aptos para "correção da fala"; ✔✔ especialista em erros de palavra; especialista em erros de palavra; ✔✔ criação dos primeiros cursos de formação criação dos primeiros cursos de formação acadêmica no Brasil - USP;acadêmica no Brasil - USP; ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICAATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA CONTEMPORANEIDADENA CONTEMPORANEIDADE ↳ marcadas por contradições...;↳ marcadas por contradições...; ↳↳ identificar, descrever e classificar identificar, descrever e classificar distúrbios/problemas de natureza linguística,distúrbios/problemas de natureza linguística, orgânica, psíquica (dentre outros), queorgânica, psíquica (dentre outros), que justifiquem por que parcela significativa dajustifiquem por que parcela significativa da população não tem se apropriado dospopulação não tem se apropriado dos conhecimentos academicamente produzidos;conhecimentos academicamente produzidos; ↳ ↳ explicar o fracasso escolar;explicar o fracasso escolar; história: legitimam sua inserção no contextohistória: legitimam sua inserção no contexto educacional, a partir da produçaõ e veiculaçãoeducacional, a partir da produçaõ e veiculação de conhecimentos e pr[aticas que, acima dede conhecimentos e pr[aticas que, acima de tudo, contribuem para a medicalização dotudo, contribuem para a medicalização do ensino;ensino; ↳ ações de caráter clínico-avaliativo >↳ ações de caráter clínico-avaliativo > classificar, a partir de critérios reducionistas, oclassificar, a partir de critérios reducionistas, o normal e o patológico, o bom e o malnormal e o patológico, o bom e o mal falante/leitor/escritor; normatizar a linguagemfalante/leitor/escritor; normatizar a linguagem oral e escrita, a voz e a audição, a a partir deoral e escrita, a voz e a audição, a a partir de procedimentos de estimulação das crianças e deprocedimentos de estimulação das crianças e de instrumentalização/orientação/treinamento doinstrumentalização/orientação/treinamento do professor;professor; POR OUTROPOR OUTRO LADO:LADO: ↪ estudos e ações: comprometidos com a↪ estudos e ações: comprometidos com a melhoria da qualidade do ensino e, em especial,melhoria da qualidade do ensino e, em especial, com processos de formação continuada capazescom processos de formação continuada capazes de provocar mudanças que viabilizem o acesso ede provocar mudanças que viabilizem o acesso e a apropriação da linguagem oral e escrita pora apropriação da linguagem oral e escrita por parte da população brasileira;parte da população brasileira; ↪↪ estabelecimento de interseções e inter- estabelecimento de interseções e inter- relações, a partir de parcerias colaborativasrelações, a partir de parcerias colaborativas entre fonoaudiólogos e educadores naentre fonoaudiólogos e educadores na concretização de propostas de formaçãoconcretização de propostas de formação continuada/em serviço, voltadas a amboscontinuada/em serviço, voltadas a ambos profissionais;profissionais; - na esteira desse movimento, consideramos- na esteira desse movimento, consideramos necessária a realização de estudos comnecessária a realização de estudos com elementos teórico-práticos para oelementos teórico-práticos para o desenvolvimento de ações intersetoriais quedesenvolvimento de ações intersetoriais que contribuam para que a escola, enquanto umacontribuam para que a escola, enquanto uma das agências sociais responsáveis peladas agências sociais responsáveis pela alfabetização e letramento, cumpra com o seualfabetização e letramento, cumpra com o seu papel social;papel social; REFERÊNCIAS DA AULA:REFERÊNCIAS DA AULA: Lopes Filho, O., Campiotto, A. R.; Levy, C. C. A. C.; Redondo, M. C.; Anelli, W. (2013). Novo Tratado de Fonoaudiologia. 3ª Ed. São Paulo: Roca. Berberian, Ana Paula (2007). Fonoaudiologia e educação: um encontro histórico. São Paulo: Plexus. Leitura do capítulo 2 “Os Aspectos Formais do Grafismo e sua Interpretação” Ferreiro, E. (1999). A psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artmed.
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