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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA LICENCIATURA PLENA
ALINY ARAÚJO DE MEDEIROS SILVA
LITERATURA INFANTIL E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DO HÁBITO DA LEITURA DAS CRIANÇAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
CAICÓ – RN
2017
ALINY ARAÚJO DE MEDEIROS SILVA
LITERATURA INFANTIL E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DO HÁBITO DA LEITURA DAS CRIANÇAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Monografia apresentada à Universidade Vale do Acaraú, como instrumento final para conclusão do curso de Licenciatura em Pedagogia. 
Profª. Ma. Célia Fônseca de Lima 
CAICÓ– RN
2017
ALINY ARAÚJO DE MEDEIROS SILVA
LITERATURA INFANTIL E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DO HÁBITO DA LEITURA DAS CRIANÇAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Monografia apresentada à Universidade Vale do Acaraú, como instrumento final para conclusão do curso de Licenciatura em Pedagogia. 
Profª. Ms. Célia Fônseca de Lima 
BANCA EXAMINADORA
CAICÓ/RN, _____de________________2017
______________________________________________________
Prof.ª Orientadora: Ms. Célia Fônseca de Lima
_______________________________________________________
Prof.ª Convidada: Ms. Iva Alves da Costa
_______________________________________________________
Prof.ª Convidada: Ms. Maria Dolores de Araújo Vicente
AGRADECIMENTOS
A Deus, ser supremo a quem devo a minha sabedoria, força e determinação. Aos meus familiares, pela dedicação e compreensão nos momentos em que mais precisei de apoio para o meu desenvolvimento acadêmico. A minha orientadora, professora Ma. Célia Fônseca de Lima, pelo o seu companheirismo e dedicação em prol do meu sucesso na realização de uma pesquisa acadêmica. A todos que direta ou indiretamente, contribuíram para a minha formação.
RESUMO
O presente trabalho se constitui em um estudo sobre as contribuições da literatura infantil no processo de aprendizagem da criança nos anos iniciais, baseado no estágio desenvolvido com Educação Infantil em uma escola da rede municipal de Caicó/RN. Tem como tema literatura infantil e suas contribuições para o desenvolvimento do hábito da leitura das crianças nos anos iniciais do ensino fundamental. Temos como objetivo geral deste trabalho: compreender a influência da literatura infantil na criança e seu hábito de leitura, e destacando as contribuições do contato com livros desde o início da alfabetização. Os dados utilizados para o desenvolvimento desse estudo basearam-se na contação de histórias na Educação Infantil, realizadas durante a experiência do estágio. A pesquisa bibliográfica embasou os aspectos em que a literatura infantil contribuiu no processo de leitura e aprendizagem dos alunos das series iniciais.Com a pesquisa bibliográfica construí esse estudo que é qualitativo, buscando compreender as atividades do estágio em diálogo com professores e alunos. Podemos perceber que o professor precisa planejar a sua aula e conhecer a história que vai ser contada, para que consiga atingir os objetivos previamente propostos. Foi através deste estudo embasado na leitura de Vygotsky (1991), entre outros, como uma aula, utilizando a leitura de histórias, contribui para o desenvolvimento da leitura na criança. O hábito da leitura pode ser vista como uma prática do educador, trazendo a possibilidade de organizar a realidade da criança e sendo assim contribuir para o seu desenvolvimento tanto na leitura como na escrita.
Palavras chave: Alfabetização. Leitura. Literatura infantil
ABSTRACT
The present work is a study about the contributions of children 's literature in the process of learning the child in the initial years, based on the stage developed with Early Childhood Education in a school in the Caicó / RN municipal network. Its theme is children's literature and its contributions to the development of the habit of reading children in the early years of elementary school. We have as general objective of this work: to understand the influence of children's literature on the child and their reading habit, and highlighting the contributions of contact with books from the beginning of literacy. The data used for the development of this study were based on storytelling in Childhood Education during the internship experience. The bibliographic research was based on the aspects in which children's literature contributed to the reading and learning process of students in the initial series. With the bibliographic research, I constructed this qualitative study, seeking to understand the activities of the internship in dialogue with teachers and students. We can see that the teacher needs to plan his class and know the story that will be told, so that he can achieve the previously proposed goals. It was through this study based on the reading of Vygotsky (1991), among others, how a class, using the reading of stories, contributes to the development of reading in the child. The reading habit can be seen as a practice of the educator, bringing the possibility of organizing the reality of the child and thus contributing to its development both in reading and writing.
Keywords: Literacy. Reading. Children's literature
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................8
2 UM BREVE RELATO HISTÓRICO SOBRE LITERATURA INFANTIL.........................10
3 COMPREENDENDO A LITERATURA INFANTIL NO HABITO DA LEITURA...........12
3.1 DEFININDO A LITERATURA INFANTIL.....................................................................14
3.2 DEFININDO A LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL...............................................14
4 LITERATURA INFANTIL SOBRE O OLHAR DE MONTEIRO LOBATO.....................16
5 CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA INFANTIL PARA O DESENVOLVIMENTO DO HABITO DA LEITURA...........................................................................................................18
5.1 CAMINHOS TRILHADOS: UMA INTERVENÇÃO SOCIO ESCOLAR.......................18
5.2 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO INVESTIGADA...........................................19
5.3 METODOLOGIA...............................................................................................................21
5.4 RELATOS E ANALISE DA INTERVENÇÃO.................................................................21
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................28
APÊNDICES.............................................................................................................................29
	
	
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho propõe compreender a importância da literatura infantil e suas contribuições para o desenvolvimento do hábito da leitura das crianças nos anos iniciais do ensino fundamental. Acredita-se nesta investigação que o uso da literatura infantil no processo de aquisição da leitura desperte na criança a curiosidade e a necessidade de ser um leitor, garantindo condições para que ela represente o mundo e a vida através das palavras, deixando criatividade, prazer e aprendizagem entrelaçados. 
Partindo disso, o objetivo principal deste trabalho é verificar como, e de quais formas, os professores alfabetizadores que trabalham na educação infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental utilizam a literatura no dia a dia escolar. O presente estudo terá ainda como objetivos específicos investigar a utilização, pelos professores alfabetizadores, da literatura como apoio pedagógico e os métodos utilizados para desenvolver o hábito de leitura nos alunos. 
Na escola busca-se reconhecer e desenvolver na criança as competências da leitura e da escrita,
sendo que a leitura influência de maneira positiva neste processo. Sabemos que ao longo dos anos a educação preocupou – se em contribuir para a formação de um indivíduo crítico, ético, responsável e atuante na sociedade, onde as trocas sociais acontecem rapidamente através das diversas culturas, da leitura, da escrita, da linguagem oral e visual. 
A literatura infantil é compreendida como uma atividade que além de educar, diverte, ensina e forma a criança para a vida em sociedade através de atividades prazerosas extraídas direto dos livros de literatura, como, (contos, fábulas, lendas, gravuras, fantoches, dobraduras etc.). Os livros literários são ferramentas valiosas para o educador e para a escola, como um meio propulsor para um ensino-aprendizagem significativo e qualitativo, desenvolvendo na criança a linguagem, a oralidade, o conhecimento de diversas histórias, enriquecendo e ampliando o vocabulário das mesmas, aproximando-as do universo da escrita, permitindo a livre expressão para descreverem cenários e personagens. A literatura infantil apresenta as crianças um universo de magia, emoções, sentimentos, sentidos e significados, a partir da interação com o livro, com o mundo das histórias, onde proporciona o desenvolvimento da imaginação, da criatividade, de valores culturais, éticos e morais de forma prazerosa.
Segundo Dutra (2011), ler é uma das competências mais importantes a serem trabalhadas com o aluno, principalmente após recentes pesquisas que apontam ser esta uma das principais deficiências do estudante brasileiro. Uma leitura de qualidade representa a oportunidade de ampliar a visão do mundo. Através do hábito da leitura o homem pode tomar consciência das suas necessidades, promovendo assim a sua transformação e a do mundo.
Para Vygotsky (1996), no desenvolvimento da criança existe um período pré-linguístico; do pensamento e um período pré-intelectual da fala: o pensamento e a palavra não se encontram relacionados por uma relação primária. No percurso da evolução do pensamento e da fala gera-se uma conexão entre um e outra que os transforma e os faz se desenvolver. As raízes e o curso seguido pelo desenvolvimento do intelecto diferem dos da linguagem inicialmente, o pensamento é não verbal e a linguagem é não intelectual. Vygotsky (1996) mostra que Stern afirma que, em determinado ponto, as duas linhas de desenvolvimento se cruzam tornando-se a linguagem racional e o pensamento verbal. A criança “descobre” que “cada coisa tem o seu nome e começa a perguntar como se chamam todos os objetos”. 
O significado duma palavra representa uma amálgama de pensamento e linguagem que é difícil realizar uma distinção. Uma palavra sem significado é um som vazio; assim sendo, o significado é um critério da palavra e um componente indispensável. Pode parecer como fenômeno linguístico, mas do ponto de vista da Psicologia o significado de cada palavra é uma generalização, um conceito. E como as generalizações e os conceitos são inegavelmente atos de pensamento, pode-se encarar o significado como um fenômeno do pensar.
De acordo com as pesquisas bibliográficas realizadas foi no final do século XVII que foram escritos os primeiros livros destinados a crianças. No entanto, eles não podem ser ainda considerados literatura. Eles são escritos por professores e sua função consistia em ensinar valores, hábitos e ajudar a enfrentar a realidade social. Em outras palavras, eles propiciavam uma leitura utilitária, não uma leitura per se, como ocorre com a literatura. Nessa época, a criança era considerada um adulto em miniatura, que participava da vida adulta, inclusive tomando contato com sua literatura.
Foi somente no século XVIII que o conceito de criança começou a mudar. A criança passou a ser considerada como criança e um tipo específico de literatura foi desenvolvido para ela. Esse tipo de literatura foi denominada literatura infantil. Antes daquela época, as crianças da nobreza liam os grandes clássicos e as crianças das classes populares liam lendas e contos folclóricos. Com o passar do tempo, esses clássicos sofreram adaptações e os contos folclóricos inspiraram os contos de fadas. Vejamos alguns exemplos de autores e obras de literatura infantil:
Perrault: “Chapeuzinho Vermelho”, “A Bela Adormecida”, “O Barba Azul”, “O Gato de Botas”, “Pequeno Polegar”, etc. Irmãos Grimm: “A gata borralheira” (que de tão famosa recebeu mais de 300 versões pelo mundo afora), “Branca de Neve”, “Os Músicos de Bremen”, “João e Maria”, etc. Andersen: “O Patinho Feio” Charles Dickens: “Oliver Twist”, “David Copperfield”; La Fontaine: “O Lobo e o Cordeiro” ; Esopo: “A lebre e a tartaruga”, “O lobo e a cegonha”, “O leão apaixonado”.
No decorrer do trabalho teremos um breve relato histórico sobre a literatura infantil para compreendermos o que é leitura e suas definições para encontrar as contribuições do hábito de leitura dos alunos das series iniciais. Portanto teremos a descrição do autor monteiro lobato e suas contribuições para a literatura infantil. A abordagem metodológica da pesquisa esteve ancorada num enfoque qualitativo de conhecimentos. 
Reconhecer a importância e contribuições da literatura infantil e incentivar a formação do hábito de leitura na idade em que todos os hábitos se formam, isto é, na infância, é o que este trabalho vem propor. Neste sentido, a literatura infantil é um caminho que leva a criança a desenvolver a imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa. O presente estudo inicia com um breve histórico da literatura infantil, apresenta conceitos de linguagem e leitura, enfoca a importância de ouvir histórias e do contato da criança desde cedo com o livro e finalmente esboça algumas estratégias para desenvolver o hábito de ler.
UM BREVE RELATO HISTÓRICO SOBRE LITERATURA INFANTIL
No Brasil, a literatura infantil pode ser marcada com o final do século XIX, onde a monarquia cheirava a imobilismo, e o país estava progredindo, a população aumentando, as variedades culturais e étnicas se exprimindo. Um governo único, que reinava por quase 50 anos, não respondia mais a esses anseios, e ele acabou sendo deposto. O aparecimento dos primeiros livros para crianças incorpora-se a esse processo, porque atende às solicitações formuladas pelo grupo social emergente. 
É nesse ponto que um novo mercado começa a se apresentar, requerendo dos escritores a necessária prontidão para atendê-lo. O problema é que eles não tinham atrás de si uma tradição para dar continuidade, pois ainda não se escreviam livros para crianças na nossa pátria. O jeito foi traduzir obras estrangeiras, adaptar para os pequenos leitores obras destinadas originalmente aos adultos. Procedeu, porém, da tradição popular a principal contribuição, a saber, as histórias conhecidas até hoje como contos de fadas. 
Aventuras como as de João e Maria, da Bela Adormecida, da cinderela, de Chapeuzinho Vermelho eram contadas por e para adultos, até que homens como Charles Perrault (1628-1703), na França, e Jacob (1785-1863) e Wilhelm (1786-1859) Grimn, na Alemanha, as transcreveram e publicaram visando ao público infantil. Daí para frente, foram muito difundidas, acontecendo com elas o mesmo que ocorrera aos romances de Defoee Swift: transformaram-se em sinônimos de literatura infantil. Os candidatos brasileiros a escritores para crianças não fugiram a essa regra. Repetindo o que ocorrera na Europa, acabaram inventando a literatura infantil brasileira, abrindo caminho para um percurso que, como já se observou, conta mais de cem anos.
É em meados do século XX que a valorização dos livros surge, no Brasil esse crédito é destinado a Monteiro Lobato e sua ‘Turma do Sítio do Pica-pau Amarelo’, o sucesso de suas obras rompe com as convenções estereotipadas e oportuniza a produção de obras literárias para crianças. Por volta de 1970 a literatura é retomada como fator importante ao desenvolvimento intelectual e cultural da criança. Com isso a edição de livros infantis e sua produção expandiram-se a números importantes. Os livros
passam a ter maior relevância e a preocupação com aspectos gráficos assume autonomia e em alguns casos autossuficiência. O gênero assume uma forte ligação com o âmbito escolar, porém com a necessidade de reafirmar-se como obra literária.
Atualmente muitos são os debates e propostas na área educacional, principalmente em relação à língua e à literatura, em especial a literatura infantil. Coelho (2009) afirma que “alguns distraídos não perceberam que a verdadeira evolução de um povo se faz ao nível da mente, ao nível da consciência de mundo que cada um vai assimilando desde a infância” (Coelho, 2009, p.15). Ela ainda fala que o caminho para que se chegue a esse nível é a literatura, em especial a infantil, pois esta tem uma tarefa especial a cumprir nessa sociedade em constante transformação: a de auxiliar na formação quer seja espontaneamente, quer por meio de mediação, em especial a mediação escolar.
Desde o princípio, a literatura esteve ligada à função essencial de atuar sobre as mentes, nas quais se decidem as vontades e as ações, e sobre os espíritos, nos quais se expandem as emoções, paixões, desejos e vários sentimentos. É no encontro com a literatura (ou com a arte em geral) que os homens têm a oportunidade de ampliar, transformar e enriquecer sua própria experiência de vida, intensamente e incomparável a qualquer outra atividade. Neste contexto concorda-se com a autora, à medida que parte do pressuposto de que a literatura, em especial a infantil, tem papel eficaz no processo de desenvolvimento e formação sujeito:
 A literatura em especial a infantil tem uma tarefa fundamental a cumprir nessa sociedade em transformação: a de servir como agente de transformação, seja no espontâneo convívio leitor/livro, seja no diálogo leitor/texto estimulado pela escola. (COELHO, 2009, p.15). 
Sabe-se que as crianças têm forte ligação com os livros de Literatura Infantil, pois esses divertem, estimulam a imaginação, desenvolvem o raciocínio e permitem uma melhor compreensão do mundo. Para que as crianças tenham acesso a essa infinidade de conhecimentos faz-se necessário que dominem o processo da leitura, processo este que está intimamente ligado à educação escolar. 
Na relação escola e literatura percebe-se que o senso comum empregado à literatura infantil é que ela tem objetivo didático, não sendo vista como arte, fazendo com que a criança não tenha prazer na leitura. Muitas vezes, torna-se uma atividade comprometida com a dominação da criança, trazendo problemáticas nas relações entre literatura e ensino, o que faz com que alguns jovens tenham aversão pela instrução por meio da arte literária. Por outro lado, observa-se a sala de aula como ambiente privilegiado para o desenvolvimento do gosto pela leitura, o local de atuação e mediação do professor, sendo assim, um campo importante para o intercâmbio da cultura literária, devendo ser considerada sua utilidade e importância no contexto escolar. 
COMPREENDENDO A LITERATURA INFANTIL NO HABITO DA LEITURA
	Para que se possam formar alunos leitores competentes, fluentes, críticos, no qual possam dominar a leitura e a escrita, atribuindo o uso constante de sua prática, se faz necessário que pais e professores incentivem a leitura durante toda a infância. Desde pequena, as crianças já ouvemestórias na forma oral e esse processo enriquece ocontato dacriança com o mundo da leitura. Vygotsky citadoem Maurício (2010, p.63) relata que: 
 
“O adulto é o mediador no processo de desenvolvimento da criança e oferece instrumentos para a apropriação do conhecimento”. (Maurício 2010, p.63).
	Esse primeiro contato com a literatura é primordial no desenvolvimento da criança, quanto mais estímulos ao mundo da literatura, melhor será a formação do pequeno leitor. É de grande importância o hábito de leitura das crianças para um desenvolvimento escolar.
	Bem antes de a criança entrar na escola, ela já carrega consigo um contato cultural e social, propiciado pelos pais pela interação com a leitura, a fim de estimulá-la. Vygotsky citado em Maurício (2010, p.64) afirma que:
Quando os pais ajudam e orientam a criança desde o início de sua vida, dão a ela uma atenção social mediada, a aprendizagem ganha significado e contribui para o bom desempenho da criança na sua vida escolar. (Maurício (2010, p.64)).
A leitura é de suma importância para todo seres humanos, no qual tem que haver uma estimulação para isso acontecer, quando as crianças entram na escola, os profissionais trabalham com esse método, fazendo com que as crianças tenham o hábito e o interesse de ouvir a cotação de histórias, sendo assim desenvolve cada vez mais o conhecimento.
Desta forma, acredita-se que a responsabilidade do professor na Educação Infantil é de incentivar a leitura, pois a criança que tem contato com livro desde pequena terá maior oportunidade de se tornar um leitor assíduo por toda sua vida, usando a literatura com prazer - e não obrigação. 
	Vale destacar que a oralidade é muito importante na Educação infantil, enriquecendo a comunicação e expressão, uma vez que as crianças fazem uso da linguagem a todo o momento, esta ajuda a favorece a interação social.
Ao longo dos anos, a educação preocupa-se em contribuir para a formação de um indivíduo crítico, responsável e atuante na sociedade. Isso porque se vive em uma sociedade onde as trocas sociais acontecem rapidamente, seja através da leitura, da escrita, da linguagem oral ou visual. A Educação infantil é uma fase ideal para a formação do interesse pela leitura, pois nesta fase formam-se os hábitos da criança. As escolas de Educação infantil são um local onde as crianças interagem socialmente, recendo influências socioculturais para o desenvolvimento da aprendizagem e com a prática da leitura os alunos podem vivenciar cada história contada em sala de aula e até mesmo viajar em sua própria imaginação. 
DEFININDO A LITERATURA INFANTIL
A principal atividade desenvolvida na escola é a formação de alunos leitores. É fundamental saber ler e muito mais compreender o que foi lido. Grande parte das informações que precisamos aprender na vida se dá através da leitura. Ler é uma atividade extremamente complexa e envolve além da decodificação, contextos culturais, ideológicos, filosóficos (Cagliari, 2009).
Quando se fala de literatura, fala-sede umarelação bastante estreita entre leitore leitura. O leitor, no momento da leitura,ativa suamemória, relaciona fatos e experiências e entraem conflito com seus valores. Nesse aspecto a Literatura Infantil torna-se uma grande aliada da escola em suas várias possibilidades: divertindo, estimulando a imaginação, desenvolvendo o raciocínio e compreendendo o mundo. 
A literatura infantil é como uma manifestação de sentimentos e palavras, que conduz a criança ao desenvolvimento intelectual, de sua personalidade, satisfazendo suas necessidades e aumentando sua capacidade crítica.
A literatura é indispensável na escola por sero meio necessário para que a criança compreenda o que acontece ao seu redor, seja capaz de interpretar diferentes situações e escolher caminhos com os quais se identifica. No entanto, muitos professores desconhecema importância da leitura e da literatura e resume sua prática pedagógica, muitas vezes, em textos repetitivos com exercícios dirigidos e mecânicos, nos quais o espaço de reflexão sobre si e sobre o mundo raramente encontra lugar.
Desse modo, é necessário que dentro do ambiente escolar o professor crie situações em que o aluno seja capaz de realizar sua própria leitura, ainda que de forma não convencional, desenvolvendo uma forma crítica de pensar.
DEFININDO A LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
 Segundo o dicionário a Leitura é: “Primeiramente o ato ou efeito de ler; em segundo é a arte ou hábito de ler; em terceiro é aquilo que se lê; em quarto é o que se lê, considerado em conjunto. E por último é arte de decifrar e fixar um texto, de um autor, segundo determinado critério”. (AURÉLIO, 1988, p. 390).
Existem inúmeras
definições de leitura, entretanto, quando se diz que ler é saber compreender e interpretar é preciso ter clareza que tanto a compreensão como a interpretação implica na percepção de cada pessoa e das relações existente entre o texto e o seu contexto. A leitura é um processo de compreensão de mundo e é através dela que o indivíduo interage com os outros. 
 “A leitura da palavra é precedida da leitura do mundo”. Ler é atribuir sentido ao texto, é relacioná-lo com o contexto e com as experiências vivenciadas pelo leitor. (FREIRE, ( 1989; pág.46)
Segundo Freire (1981) ninguém começa a ler a palavra, pois a primeira coisa que temos a nossa disposição para ler é o mundo, ao trazer conosco nossa experiência de vida. Ainda ressalta a importância de realizarmos uma leitura crítica e afirma que o gosto pela leitura se desenvolve a partir do momento em que os conteúdos estejam de acordo com nossos interesses e necessidades. Sendo assim o autor nos leva a pensar que:
[...] de alguma maneira, porém, podemos ir mais longe e dizer que a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo, mas por uma certa forma de “ escrevê-lo” ou de “reescrevê-lo”, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente. (PAULO FREIRE, 1981, p.13)
De acordo com Martins (1988), ao mencionarmos leitura pensamos em alguém lendo um jornal, uma revista, contudo o mais comum é pensarmos em alguém fazendo a leitura de um livro. O ato de ler é comumente relacionado com a escrita e com o leitor realizando a decodificação das letras. Porém ao pensarmos nesse assunto surge uma questão diante da hipótese de a leitura não ser apenas uma decodificação, pois nos deparamos com situações cotidianas como “ler o olhar de alguém”, “ler o tempo”, entre outras, o que nos leva a pensar no ato de ler como algo além da escrita. Nessa perspectiva um sentido amplo da prática de leitura, é que justifica Freire em sua concepção de leitura (1982, apud MARTINS, 1988, p. 10) “a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele”.
Existem inúmeras definições de leitura, entretanto, quando se diz que ler é saber compreender e interpretar é preciso ter clareza que tanto a compreensão como a interpretação implica na percepção de cada pessoa e das relações existente entre o texto e o seu contexto. A leitura é um processo de compreensão de mundo e é através dela que o individuo interage com os outros. Nessa perspectiva, é importante refletir sobre qual a importância da leitura na formação social de um Indivíduo, pois ler não diz respeito somente à escrita, mas também a outras formas de expressão humana. Assim dominar a leitura de textos escritos oferece ao leitor outros recursos para representar o mundo e se expressar. Então cria-se uma relação dinâmica em que a leitura da palavra enriquece a compreensão do mundo e assim vice-versa.
Quanto mais um professor compreender o processo de aquisição da língua escrita, a construção do conhecimento, mais eficiente será seu trabalho. A aprendizagem da leitura constitui uma relação simbólica entre o que se fala, com o que se vê. 
“Por leitura se entende toda manifestação linguística que uma pessoa realiza para recuperar um pensamento formulado por outra e colocado em forma escrita”. (CAGLIARI, 2009, p.136).
Como se percebe, há diferentes atitudes perante a leitura, ela é singular para cada leitor, é uma atividade de reflexão pessoal que depende do contexto em que esse leitor está inserido. A leitura é a extensão da vida cotidiana, uma parcela considerável do conhecimento humano advém da leitura. Um aluno pode não se sair muito bem em diferentes atividades, mas se for um bom leitor terá mais chances de um futuro melhor. (CAGLIARI, 2009).
LITERATURA INFANTIL SOBRE O OLHAR DE MONTEIRO LOBATO
Um dos principais autores da Literatura Infantil brasileira, José Bento Marcondes Monteiro Lobato, inicia sua carreira de autor de livros infantis com a publicação de “Narizinho Arrebitado”, em 1921, trazendo a possibilidade de novas perspectivas na leitura das crianças do Brasil.
A autora Maria Antonieta Antunes Cunha, em seu livro “Literatura Infantil – Teoria e Prática” (2003), afirma que:
Com Monteiro Lobato é que tem início a verdadeira literatura infantil brasileira. Com uma obra diversificada quanto a gêneros e orientação, cria esse autor uma literatura centralizada em algumas personagens, que percorrem e unificam seu universo ficcional. No Sítio do Picapau Amarelo vivem Dona Benta e Tia Nastácia, as personagens adultas que “orientam” crianças (Pedrinho e Narizinho), “outras criaturas” (Emília e Visconde de Sabugosa) e animais como Quindim e Rabicó. (CUNHA, 2003, p. 24).
Monteiro Lobato trouxe com seus personagens uma nova visão para a história literária, ainda inexistente. Houve nele uma preocupação direcionada realmente à educação e a cultura das crianças. Só nos fins do século XIX que o ensino e aprendizagem assumem um rumo mais prático, com nomes de grandes reformadores importantes na pedagogia moderna no Brasil para a educação infantil como: Rui Barbosa, Guilhermina Loureira, Teodoro Morais, Anísio Teixeira e Lourenço Filho. Esses e outros escritores foram pessoas que contribuíram para a expansão da literatura infantil no Brasil.
As obras de Lobato representam a sua época, acrescentando à Literatura Infantil, valores, comportamentos, representação da realidade com detalhes e a valorização do relacionamento entre as personagens, misturando imaginação com o material, o autor apresenta suas histórias como algo possível de acontecer.
De acordo com Coelho, Monteiro Lobato “cada vez mais, deixa-se impregnar pela psicologia infantil (onde o real e o maravilhoso não se diferenciam...), e nas histórias que continua a inventar e a publicar, os limites entre o mundo real e o outro vão-se enfraquecendo, até desaparecerem completamente.” (COELHO, 2010, p. 139).
A literatura para Lobato tem uma finalidade social, pois sendo a linguagem um instrumento mais poderoso e expressivo na vida da criança como um meio de comunicação e consequentemente um meio de socialização, é evidente e óbvio o valor da literatura com finalidade social.O seu primeiro livro para o público infantil foi Narizinho arrebitado, que traz uma personagem que se impõe no seu contexto. As suas personagens mostram uma moral na qual a liberdade é de grande valor, e no momento que a criança passa a ler o livro deixa uma reflexão embutida sobre o regime daquela época.  Lobato era um militante convicto que queria modificar o mundo, porém, já estava ficando casando e “velho” desta luta. Foi quando pensou em escrever para a criança, pois só elas poderiam mudar este mundo que tanto precisava de transformações principalmente no Regime.
Lobato foi um verdadeiro educador intuitivo, fazendo com que as pessoas entendessem as coisas através do riso. Nos seus livros, traz as questões morais, pois a literatura desperta os bons sentimentos e logo é aperfeiçoada com o tempo, conduzindo a criança a fazer boas ações, despertando na criança o amor pela justiça, estimulando o valor da verdade. Monteiro Lobato é considerado como o primeiro escritor brasileiro a se preocupar com a literatura infantil, dando um real valor às crianças.
Algumas obras de Monteiro Lobato, foram às ideias de Jeca Tatu, conto, 1918; O Saci literatura infantil, 1921; Fábulas de Narizinho, literatura infantil, 1921; Narizinho Arrebitado, literatura infantil, 1921.O Marquês de Rabicó, literatura infantil, 1922; O Macaco que se fez Homem, romance, 1923; Mundo da Lua, romance, 1923; Caçadas de Hans Staden, literatura infantil 1927; Peter Pan, literatura infantil, 1930; Reinação de Narizinho, literatura infantil, 1931; Viagem ao Céu, literatura infantil, 1931; Caçadas de Pedrinho, 1933; Emília no País da Gramática, literatura infantil, 1936; Historias de Tia Nastácia, literatura infantil, 1937; Serões de Dona Benta, literatura infantil, 1937; O Pica-pau Amarelo, literatura infantil, 1939. 
5 CONTRIBUIÇÕES DA
LITERATURA INFANTIL PARA O DESENVOLVIMENTO DO HABITO DA LEITURA
A literatura infantil tem uma importância que vai além do prazer proporcionado por ouvir ou ler histórias, ela contribui para efetivar a iniciação das crianças nas complicações das linguagens, ideias, valores e sentimentos que governam a vida. Além disso, ela tem o poder de estimular o imaginário e encontrar novas ideias para solucionar questões de curiosidade, principalmente das crianças. Quando falamos em literatura infantil, inicialmente nos enviamos ao passado, lembrando que esta era utilizada como incentivadora de valores morais difundidos pela sociedade.Atualmente, passados alguns anos, a literatura infantil expande sua verdadeira funcionalidade sendo vista como colaboradora de uma criança leitora, estimulando à escrita ea leitura.
Neste capítulo apresenta-se os caminhos percorridos de todo o desenvolvimento dos relatos e análises realizadas no campo de estudo, onde pôde-se vivenciar momentos oportunos para a prática pedagógica, favorecendo a formação inicial como professor.
CAMINHOS TRILHADOS: UMA INTERVENÇÃO SÓCIO ESCOLAR 
O trabalho apresentado visa a literatura infantil e suas contribuições para o desenvolvimento do hábito da leitura das crianças nos anos iniciais do ensino fundamental. Foi elaborado mediante observação em estágio na turma de 2º ano do ensino fundamental da Escola Municipal walfredo gurgel, localizado no bairro paraíba – Caicó –RN. 
Tivemos como objetivo geral discorrer sobre a importância da literatura infantil e suas contribuições para o desenvolvimento do hábito da leitura das crianças nos anos iniciais do ensino fundamental e objetivos específicos Observar a prática pedagógica para o desenvolvimento do hábito da leitura das crianças Identificar as contribuições da literatura infantil para o desenvolvimento do hábito da leitura das crianças; apontar a importância da literatura infantil e também suas contribuições para o desenvolvimento do hábito da leitura das crianças.
5.2 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO INVESTIGADA
A Escola Municipal Walfredo Gurgel, localiza-se à Rua Hamilton Camboim, nº 19, bairro, Walfredo Gurgel, Caicó/RN, foi inaugurada em 07 de março de 1979 sob o decreto nº 0001/79 e teve como primeira diretora a Sra. Elisa Ribeiro de Faria Monteiro. A Escola surgiu através do Projeto Casulo um programa nacional de educação pré-escolar, criado através da Legião Brasileira de Assistência (LBA), que tinha como meta principal cuidar das crianças de 0 (zero) a 6 (seis) anos para que suas mães pudessem trabalhar e assim aumentar a renda da família.
Inicialmente o trabalho estava voltado somente para a educação infantil, sendo que em 1999 passou a funcionar o ensino fundamental, porém apenas em 2001 houve a regulamentação através da Lei 3.865 de 19 de abril de 2001 que dispõe sobre a criação das escolas. Com as novas funcionalidades foi necessário um novo nome surgindo então a Escola Municipal Walfredo Gurgel, identificando-se, assim, com o próprio nome do bairro em homenagem ao Monsenhor Walfredo Gurgel. 
Até 2005 a escola funcionava em regime de seriação com as modalidades de Educação Infantil (Jardins I, II e alfabetização) e Ensino Fundamental (1ª a 4ª série). Em 2006, com a ampliação do ensino fundamental, decreto nº 142 de 19 de dezembro de 2005, a escola passou a funcionar com o Ensino Fundamental de nove anos permanecendo com as mesmas modalidades, no entanto, modificando apenas a nomenclatura das turmas, Educação Infantil (níveis IV e V) e Ensino Fundamental (1º ao 5º ano).
Atualmente a escola conta com uma demanda de (duzentos e sessenta e dois) alunos e (trinta e nove) funcionários sendo (treze) professores efetivos, (um) diretor, (um) vice-diretor, (dois) supervisores, (dois) professores de sala de informática, (dois) professores de sala de recursos multifuncionais, (sete) estagiários do IEL e (uma) professora efetiva readaptada, (oito) auxiliares de serviços gerais (as merendeiras são celetistas). De todo este contingente de educadores somente (dois) não são graduados em Pedagogia. Os estagiários do IEL são (seis) alunos de Ensino Médio e (uma) aluna do curso de Pedagogia.
A escola atende desde a Educação Infantil (pré-escola) até o Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano) totalizando (quatorze) turmas em dois turnos sendo (sete) turmas pela manhã (níveis IV e V, ao 5º ano) e (sete) à tarde (níveis IV e V, 1º ao 5º ano). As turmas dos níveis IV e V do turno vespertino funcionam juntos devido à quantidade de alunos. 
A Escola Municipal Walfredo Gurgel tem como diretora Soraya Ferreira, que disponibiliza a modalidade do Ensino Infantil e Fundamental, o funcionamento no período matutino das 07:00h às 11h:30h e no vespertino das 13:00h às 17:30h que contem (sete) turmas no matutino e (seis) turmas pelo vespertino, na faixa etária de 04 à 11 anos. A Escola tem um quadro de funcionários que são: (um) diretor, (um) vice-diretor, (duas) equipe pedagógico, (três) administrativo, (treze) docentes, (oito) auxiliar docente, (quatro) auxiliar de serviços gerais.
A mesma é composta por (sete) salas, (uma) secretaria, (uma) direção, (uma) cozinha, (uma) sala multifuncional, (uma) sala de informática, (dois) banheiros, (quatro) banheiros em construção (um) pátio (Salão). O quadro de funcionários é composto e supre todas as necessidades da escola. A escola dispõe de material suficiente e em bom estado de conservação nas salas de aula, enquanto que nas dependências administrativas a mobília é bem conservada. Há na instituição vários equipamentos que são disponíveis aos funcionários e alunos como: computadores, DVD, aparelho de som maquinas de xerox, serviço de som, enfim, tudo o que possa auxiliar a todos da comunidade escolar em tarefas de pesquisa e outros.
A escola possui Projeto político Pedagógico (PPP) que se encontra acerbado, porém em constante evolução. O planejamento é realizado de forma individual e coletivo através de jornadas pedagógicas mensais, com a participação de todos os professores, Supervisores, Funcionários, Monitores da Mais Educação e Direção. Todo o trabalho da escola é coletivo e estimulado pela equipe técnico-administrativo a qual buscar a inter-relação entre os setores escolar. 
Portanto, a avaliação institucional é realizada através das reuniões de pais, mestre e funcionários, procurando adequar a realidade de vida dos alunos ao cenário da escola, através de debates em sala de aula, nas apresentações dos trabalhos onde expressam suas ideias de forma inovadora. 
5.3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada contribuiu para levantar dados sobre o tema, a importância da literatura infantil na formação de alunos leitores. Para que se averiguassem os dados propostos para análise, foi escolhido a escola municipal Walfredo Gurgel, situada em Caicó/RN.A preferência por escolher a rede de ensino ocorreu por intermédio do estágio realizado no ensino municipal. Observando como o trabalho sobre a inserção da literatura infantil, surgiu interesse em se pesquisar como é desenvolvido esse trabalho na rede de ensino e como está o papel do professor e da família diante dos pequenos leitores.
Não há dúvidas de que a literatura infantil favoreça o processo ensino aprendizagem, contudo os textos literários são utilizados em sala de aula, quase que de maneira muito tímida e vem trazendo resultados relevantes no desenvolvimento das competências e habilidades. Este projeto tem base bibliográfica, pretende analisar os fatores que influenciam no pouco uso da literatura infantil, em sala de aula, como prática pedagógica na formação do leitor crítico e autônomo. 
Reconhecer a importância da literatura infantil e incentivar a formação do hábito de leitura na idade em que todos os hábitos se formam, isto é, na infância, é o que este projeto vem propor. Neste sentido, a literatura infantil é um caminho que leva a criança a desenvolver a imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa. O presente estudo inicia com um breve histórico da literatura infantil, apresenta conceitos
de linguagem e leitura, enfoca a importância de ouvir histórias e do contato da criança desde cedo com o livro e finalmente esboça algumas estratégias para desenvolver o hábito de ler.
5.4 RELATOS E ANALISE DA INTERVENÇÃO
Inicialmente, foi realizado várias visitas na turma investigada para detectar um problema e poder intervir com propostas de atividades dinâmicas para o processo da aquisição da leitura e escrita das crianças e o que chamou atenção e provocou curiosidade foi quando pude perceber que existia uma grande dificuldade dos alunos na prática da leitura.
E para conhecer e compreender deu-se início as observações em sala de aula onde pôde-se perceber que somente a prática de leitura em sala de aula não fará o aluno ter o hábito de leitura, precisa que os pais ou responsáveis incentivem em casa a prática de leitura dando continuidade no trabalho desenvolvido na escola. Para os alunos aprenderem não basta algumas horas de aula e sim ter um acompanhamento diário de seus familiares, principalmente nos anos iniciais.
Para grande parte dos alunos a escola é o ponto de partida, é o início da convivência com livros, com a leitura em si. Desta forma, a escola deve abordar a leitura de modo em que o aluno se interesse por livros, para que isso leve o aluno, a saber, a aprender com a leitura, a adquirir o prazer em ler e, consequentemente, a alterar a sua vida social.
Desta maneira, o professor quando faz uma atividade de leitura em sua sala de aula, não deve selecionar o livro para o aluno, pois os mesmos devem analisar para descobrirem qual livro mais interessa, uma vez que cada aluno pode se interessar por gêneros diferentes, sendo assim, se a escolha partir do adulto pode limitar o prazer do aluno em praticar a leitura. 
Assim como afirma Freire (1995, p.45) “nada ou quase nada se faz no sentido de despertar e manter acesa, viva, curiosa, a reflexão conscientemente crítica, indispensável à leitura criadora, quer dizer, a leitura capaz de desdobrar-se na re-escrita do texto lido”, pois muitas vezes, o aluno é despertado a ler pela capa ou pelo título do livro.
A professora da sala observada, de 43 anos, casada, mãe de apenas 1 filho, pedagoga há 21 anos, iniciou a vida profissional em 1996, na época só tinha somente magistério. Em 2005 concluiu o curso de Pedagogia pela Universidade Vale do Acaraú – UVA. Em 2010 fez concurso e fui convocada para o município de Caicó, onde se encontrou até hoje exercendo a função de professora. Durante toda essa trajetória fez especialização em Gestão e Supervisão Escolar entre outras formações. E na sua visão profissional a educação é a base de toda a formação de cada indivíduo. Relatou que: 
“Sinto-me feliz por poder contribuir de forma positiva para essa construção de saberes e caráter”. (professora da sala observada, 2017)
Por mais que exista a falta de recursos dos nossos gestores políticos, os professores não deixam a desejar, o método utilizado em sala de aula, no ponto de vista do docente é de suma importância à cotação de histórias em sala de aula, vale ressaltar que traz inúmeros benefícios para o desenvolvimento cognitivo estimulando a criatividade, o senso crítico, a oralidade, a desinibição e outros fatores.
Vale destacar que as cotações de história são diárias em sala de aula desenvolvendo o habito pela a leitura, tendo um crescimento intelectual na criança, proporcionando nela o seu lado crítico. O profissional concorda com esse método utilizado dentro de sala de aula, pois é através de histórias podemos despertar na criança diversos sentidos como afeto, alegria, tristeza, tranquilidade, esperança, paz, amor, enfim sentimentos que a levaram a praticarem boas atitudes. Sempre procura utilizar algo concreto que chame atenção dos alunos. A cotação de histórias é semanalmente na própria sala ou no salão recreativo.
Um dos momentos que mais chamou atenção durante esse ano foi quando a professora realizou com as crianças uma sequência didática envolvendo o livro. “Beleléu e os números”. Fiquei satisfeita com o resultado, pois existia uma dificuldade entre alguns dos meus alunos em relacionar os números às quantidades e isso foi superado através dessa cotação de história. Foi uma sequência didática que teve a duração de 10 dias, onde envolve diversos temas e disciplinas.
Vale destacar uma das histórias marcantes em sua trajetória é quando chega ao final do ano e vejo que, muitas dificuldades de aprendizagem encontradas foram superadas e principalmente quando eles dizem: “Tia, aprendi a ler”. Isso não tem preço. É tudo para mim!
Quarta feita 28 de junho de 2017 retornei em sala a qual eu observei no período 21 a 26 de junho de 2017 onde fui muito bem recebida pela professora e seus alunos, para intervir no processo de ensino e aprendizagem em uma docência compartilhada com a professora titular da sala onde o meu objetivo foi, trabalhar com os alunos a leitura e a escrita numa etapa da alfabetização.
Para intervir na sala de aula, sentiu-se a necessidade de se trabalhar atividades dinâmicas diferenciadas do seu cotidiano para incentivar cada vez mais o gosto pela leitura, com histórias que tivessem bastantes gravuras, devido chamar bastante a atenção dos pequenos leitores com as imagens da história contada em sala de aula.
Primeiro dia de regência foi tranquilo e bem participativo, a rotina foi seguida como de costume, recepção na chegada dos alunos, e a oração. Em seguida foi feita a leitura do conto de forma prazerosa. Para esse momento foi utilizado um livro que já tinha em mente, apresentei para eles o nome da história e fiz algumas perguntas a eles sobre o tema, o que eles entenderam sobre a história? E depois pede para eles desenhasse o que eles entenderam sobre a leitura. A turma ficou encantada com a história, parecia que tudo era novidade e não tiveram dificuldade sobre a leitura.
Segundo dia 29 de junho de 2017 foi seguido à mesma rotina, iniciando a aula com oração compartilhada. Dando continuidade ao conto de João e Maria cujo objetivo é a leitura e a escrita, que é de grande importância no processo de alfabetização. A leitura será feita de forma fatiada, onde cada aluno terá oportunidade de participar montando o texto por inteiro em folha de oficio, depois pede para eles colocarem os textos no mural da escola. Mais um dia de prazer e satisfação com crianças maravilhosa que apesar de algumas dificuldades encontradas no processo de ensino aprendizagem demonstrando interesse pelo mesmo. 
Terceiro e último dia de intervenção 03 de julho de 2017, fizemos a oração como de costume, e como já havia combinado com a turma que no último dia seria a culminância, a ansiedade era grande entre eles. Hoje a aula foi de muita emoção, carinho e saudades, dia de compartilhar com os alunos, os bons momentos vividos durante esses três dias de docência compartilhada com a professora da turma. Então para que pudéssemos vivenciar mais uma vez o conto de João e Maria, os convido para fazer uma pequena dramatização, para que eles possam entrar em um mundo encantado. Logo após uma breve confraternização com bolo e doces.
Entende-se que o trabalho com a Literatura Infantil na escola com crianças em fase de alfabetização, estimula a construção de conhecimentos e transforma o sujeito em cidadão crítico e consciente. Porém deve-se considerar a leitura como meio fundamental para a conscientização e construção de saberes. Percebe-se que aprender a ler é um processo que se desenvolve ao longo de toda a escolaridade, como bem explicitou ZILBERMAN (1987), Dessa forma realizou-se o diagnóstico por meio da pesquisa de campo realizada através de entrevistas realizadas com professoras alfabetizadoras que apresentaram sob quais formas a Literatura Infantil está presente na rotina diária de suas aulas.
A partir dos resultados obtidos espera-se que o uso da Literatura Infantil em sala de aula aconteça com frequência, porém levando em consideração que o gênero é arte e desenvolve a imaginação, valores e cultura (LAJOLO, 2002). Sendo assim, espera-se que a Literatura
Infantil esteja presente, em sala de aula, de forma lúdica e inovadora, mantendo sua essência literária e tornando o contato com ela significativo, para que colabore com a apropriação da leitura e sendo fonte de oportunidades de transformação social. Para tanto se faz necessário que as professoras envolvidas neste processo acreditem em todo potencial que o trabalho com a Literatura Infantil pode proporcionar e invistam nesse recurso, como prática diária e constante. 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho permitiu fazer uma reflexão sobre a importância e contribuições da literatura infantil na formação de alunos leitores. As pesquisas possibilitaram compreender como surgiu a literatura infantil desde seu início até sua chegada ao Brasil, destacando-se Monteiro Lobato que pôde proporcionar e ainda possibilita uma literatura de qualidade. 
O papel do professor é de grande importância em desenvolver projetos estimulantes para despertar o gosto pela leitura. É necessário ser um professor leitor, que saiba dar importância para o que a literatura infantil possa proporcionar em seus alunos.
 Através de pesquisas realizadas no decorrer deste estágio, realizado na escola Municipal Walfredo Gurgel, no 2° ano, com uma turma de 21 alunos, envolvendo professores equipe pedagógica e Gestão Escolar, procurou-se mostrar a importância que a leitura oferece e ao mesmo tempo apresentaram-se algumas sugestões didáticas para a inovação da prática pedagógica.
Destaca-se também que o interesse pela leitura é o ponto inicial para a formação de leitores, por isso se precisa encantar a criança e chamá-la para a leitura, e isso necessita ser postura de pais e professores. Quando pais e professores se encantam com as obras literárias e dão exemplo para filhos e alunos, o hábito da leitura acontece naturalmente. 
Ao continuar a reflexão sobre a literatura, em especial a literatura infantil, e sua contribuição para a formação de leitores, pensa-se ser importante refletir sobre a leitura e sua conotação literária. Acredita-se que através da leitura e da maneira com que se lê um livro é possível relacionar a história ao mundo real, pois todo livro tem uma história para contar, e uma lição para nos ensinar.
Nesse sentido, a leitura toma importância no processo de desenvolvimento da criança, principalmente durante o período de alfabetização, pois contribui através de suas histórias para o encantamento e a necessidade em aprender a ler. Durante o período de alfabetização é importante que o professor se utilize da literatura infantil, para estimular a leitura, criando estratégias para que o aluno entenda o que o texto quer dizer, ou seja, interprete-o.
Considera-se 	que a leitura propicia a ampliação de conhecimentos, a obtenção de informações básicas à abertura de novos horizontes para mente, a sistematização do pensamento, além de desenvolver a habilidade da escrita. Neste contexto a escola é o local privilegiado para esse exercício de ensino-aprendizagem da escrita através da leitura, é a partir dela que o educando ganha autonomia para seus próprios vôos.
Neste processo de elaboração do conhecimento a leitura é uma atividade preparatória para o aluno desenvolver suas habilidades para a escrita. Portanto os alunos deverão ser motivados a despertar o interesse pela leitura e escrita, não somente na escola, mas a partir de experiências vividas na interação com a família. O domínio da leitura e da escrita pressupõe o aumento da capacidade cognitiva onde os alunos sejam capacitados para selecionar informações críticas, além de potencializar a troca e a comunicação. É importante fazer com que o aluno reflita sobre os percursos cheios de desafios ligados diretamente a construção da escrita por meio da leitura. Essa reflexão é fundamental para a expansão da capacidade de aprimorar a leitura e a escrita. 
O trabalho de leitura com os diferentes tipos de textos não devem ser descartados nunca, mesmo nas séries iniciais em que alguns alunos ainda não conseguem ler o que está escrito, mas só o fato de eles estarem em constante contato com o material irá proporcionar de forma significativa um aprendizado que irá facilitar futuramente o desenvolvimento da leitura escrita, pois é com eles que os alunos aprendem e desenvolvem sua leitura, sua imaginação e sua criatividade, abrindo portas para o mundo encantado que é ler, pois é através desse mundo que podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação. Toda escola, particular ou pública, deve fornecer uma educação de qualidade incentivando a leitura, pois dessa forma a população se torna mais informada e crítica.
    	Conclui-se que a leitura é o caminho para ampliação da percepção do mundo à nossa volta. Quanto mais um indivíduo lê mais integrado com o seu meio estará. A leitura é feita de diversas formas, uma das principais é a utilizada pela escrita, onde pode ser observável através de livros, revistas, jornais, entre tantos outros dos quais se utilizam símbolos reconhecíveis por uma determinada sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIAR, Vera Teixeira de (Coord.). Era uma vez… na escola: formando educadores para formar leitores. Belo Horizonte: Formato, 2001.
BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. São Paulo: Ática, 1988.
CAGLIARI, L.C. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione, 2009
COELHO, Nelly Novaes. Panorama Histórico da Literatura Infantil Juvenil. 4. ed. São Paulo: Ática, 1991.
FERREIRO, E.; TEBEROSKY, APsicogênese da língua escrita. Tradução: Diana Myriam Lichtenstein, Liana Di Marco e Mário Corso. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1991.
MAURICIO, Aline Cristina Lofrese. Psicologia da aprendizagem.1. ed. São Paulo: KnowKnow, 2010. 122p.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. Tradução de Jefferson Luis Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
ZILBERMAN, R.; LAJOLO, M. Um Brasil para crianças: para conhecer a Literatura Infantil brasileira: histórias, autores e textos. São Paulo:Global, 1993.
ZILBERMAN, R. A Literatura infantil na escola. 6.ed. São Paulo: Global, 1987.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 6. ed. SãoPaulo: Global, 1987. 118p.
ZILBERMAN, Regina. Por onde começar. In: ______. Como e por que ler a literatura infantil brasileira. São Paulo: Objetiva, 2005, p.13-20.
APÊNDICE A
ENTREVISTA COM A PROFESSORA DA SALA OBSERVADA
1° Qual é seu nome? E fale um pouquinho sobre sua vida profissional?
2° Qual a sua visão sobre a sua profissão?
3° Existe alguma falta de recursos na instituição para os profissionais realizarem seus trabalhos da cotação de histórias na escola?
4° No seu ponto de vista é de suma importância a cotação de historia em sala de aula? Porque?
5° A cotação de historia costuma ocorrer com frequência? Como são desenvolvidas? 
6º Todas as crianças já sabem lerem? Eles gostam de ler o quê?
7º Eles têm o hábito de ler todos os dias? Cite exemplos.
8° Você concorda que através da cotação de historias as crianças demonstram alguns sentimentos? Porque?
9° Quais são os meios que você costuma utilizar em sala de aula na cotação de historia?
10° Você costuma fazer leitura em sala de aula ou existe o cantinho da leitura? Como é utilizado? se tiver.
11° Durante a sua trajetória profissional, o que lhe deixa mais emocionada durante esses anos como professora?

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