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Apostila para OAB 1a Fase Direito Empresarial

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RC – Curso Preparatório para OAB
Aulas Presenciais em Duque de Caxias
Prof. Raphael Cabral
DIREITO EMPRESARIAL – 1a FASE
Indicações Bibliográficas:
-André Luiz Santa Cruz Ramos – Direito Empresarial Esquematizado – Editora Método
-Tarcísio Teixeira – Direito Empresarial – Editora Saraiva
 FUNDAMENTOS HISTÓRICOS
1a FASE: Teoria dos Atos de Comércio – França (1808)
*A nobreza tinha perdido o poder para a burguesia.
*Na época, D. Civil era dividido = Direito Comercial (regulamentava relações entre burgueses) x Direito Civil (regulamentava relações entre os nobres).
*Alguns privilégios do Direito Empresarial de hoje, advém desse período.
Enquanto o D. Civil trazia inúmeras obrigações, o D. Comercial trazia vários benefícios.
*Direito Comercial dessa época tinha uma feição classista.
*Como ter o cuidado para que os nobres não tenham “acesso” ao D. Comercial, mais favorável.
Não trouxe o código comercial da época, intencionalmente, um conceito do que seriam os “atos de comércio”. A legislação apenas listou o que deveria ser caracterizado como “ATOS DE COMÉRCIO”.
Na época, os atos de comércio eram:
Comércio (comprar bem aqui para vender acolá por valor maior)
Indústria (manufatura)
Bancos
Seguros (assunção de risco)
Obs.: Prestação de Serviços, Extrativismo, Agricultura e Pecuária não estão incluídos. Ora, é provável que na época, quem detinha a propriedade para exploração desses eram os nobres, e a burguesia não queria permitir a eles o acesso ao D. Comercial.
*Principais características dessa fase:
-Bipartição do D. Privado;
-Não trouxe um conceito fundamental do que fossem atos de comércio.
*Essa medida foi copiada pelo Código Comercial Brasileiro de 1850:
Código Comercial de Napoleão (1808) Código Comercial Brasileiro (1850)
Obs.: A única parte do C. Com. Brasileiro que ainda tem vigência é a parte do “Direito Comercial Marítimo”.
Hoje, o que vale - Arts. 966 até 1195 do Código Civil.
2a FASE: Teoria da Empresa – Itália (1942)
*Nesse sistema não é viável, cientificamente, conceituar o que seriam “atos de comércio”.
*Art. 2.082, C. Civil Italiano – traz o conceito de empresário (é o artigo que inaugura o D. Empresa no código).
*Art. 966, C. Civil Brasileiro – traz o conceito de empresário (é o artigo que inaugura o D. Empresa no código).
Obs.: O Art. 966 é uma cópia do Art. 2.082.
*A Teoria da Empresa veio acompanhada da tese/tentativa de “Reunificação do D. Privado”.
*Essa reunificação só ocorreu do ponto de vista formal.
Do ponto de vista científico e didático, as disciplinas D. Empresarial e D. Civil continuam sendo disciplinas autônomas.
*Principais características dessa fase:
-Trouxe um conceito fundamental.
-Tentou unificar os ramos do direito privado.
=====================
 CONCEITO DE EMPRESÁRIO (Art. 966, CC)
*ELEMENTOS CARACTERIZADORES DO EMPRESÁRIO
-Profissionalmente
-Atividade Econômica
-Organizada
-Produção e Circulação de Bens ou Serviços
1) PROFISSIONALMENTE
1.1) Habitualidade = periodicidade; tem que atender a demanda de sua atividade (pode haver demanda diária, mensal, anual, etc.);
1.2) Pessoalidade = significa que a atividade tem que ser exercida em nome do empresário; o empresário é responsável pelos atos praticados em nome de seus prepostos, porque os prepostos agem em nome dele.
1.3) Monopólio de Informações = compartilhamento das informações com os consumidores do produto ou serviço; dá ideia de “que o empresário tem que saber tudo e guardar só pra ele” – essa ideia é falsa. O empresário não precisa saber tudo, mas aquilo que é necessário que se compartilhe com os consumidores.
Ex.: “Tenho um primo que tem uma farmácia, mas nem vai lá” – Cuidado: O primo não é empresário, mas sim sócio-empresário. E, os elementos caracterizadores que estamos estudando aplicam-se aos “Empresários”!
 EMPRESÁRIO INDIVIDUAL - PF
EMPRESÁRIO	 SOCIEDADE EMPRESÁRIA – PJ
(gênero)		 EIRELI – PJ
*Empresário Individual pode ter CNPJ, mas mesmo assim continua sendo uma PF.
A Receita Federal dá a ele um CNPJ para controlar melhor o regime de tributação e como será aplicado ao patrimônio pessoal e da atividade.
Obs.:
-Aquisição de Personalidade da PF – nascimento com vida (salvo direitos assegurados ao nascituro);
-Aquisição de Personalidade da PJ – registro no órgão competente (ou no Registro Público de Pessoa Jurídica ou na Junta Comercial).
*A Sociedade Empresária é PJ composta de Sócios.
Temos Sócios com responsabilidade limitada e outros com responsabilidade ilimitada. Mas sócio não se confunde com sociedade. A sociedade é quem exerce a atividade.
Quem tem de atender os elementos caracterizadores do art. 966 é a Sociedade Empresária e não o sócio.
*EIRELI – Empresário Individual de Responsabilidade Limitada
É uma PJ que tem apenas 1 único integrante; 1 único titular, cuja responsabilidade pelas obrigações da EIRELI é limitada.
2) ECONÔMICA (COM INTUITO LUCRATIVO)
Obs.: Associação ou Fundação podem ter lucro? Sim. Lucro é um conceito contábil.
Lucro = Receita – Despesa
O que elas NÃO podem é distribuir lucro. O Lucro tem que ser reinvestido na própria atividade.
Atividade empresarial “Lucro” é o fim
Atividade não-empresarial “Lucro” é meio para atingir outros fins
Obs.: Existem atividades civis que também perseguem lucro.
Ex.: advogado.
*Requisito é perseguir o Lucro (pode ser que não consiga; pode ser que só tenha tido prejuízo).
Obs.: Por que o Cód. Civil conceituou “empresário” e não “empresa”?
Empresa não é sujeito, nem objeto; não é coisa, nem pessoa; não é agente, nem paciente.
Empresa é o vínculo jurídico que liga o sujeito ao objeto.
Empresa é sinônimo de “atividade”.
3) ORGANIZAÇÃO
Articulação dos fatores de produção:
Capital
Pode ser próprio ou alheio.
Mão-de-obra
Pode ser direta ou indireta (sem vínculo empregatício)
Insumos
Matéria prima utilizada.
Tecnologia
Aprimoramento da técnica para atender à demanda.
ATENÇÃO: Se faltar qualquer desses requisitos, o indivíduo exerce ATIVIDADE CIVIL.
=================
 ATIVIDADES CIVIS:
EXCLUDENTE: não será considerado empresário quem não atende aos requisitos do art. 966, CC.
PROFISSIONAL INTELECTUAL: Art. 966, p. único, CC.: não será empresário aquele que exerce profissão intelectual, ainda que com ajuda de colaboradores, salvo se esse for elemento da empresa. O profissional intelectual NÃO é empresário, ainda que com ajuda de colaboradores. Ex.: médico, advogado, pintor, autor, etc. Mesmo que esse profissional contrate colaboradores NÃO será empresário. O médico contratou uma secretaria, uma enfermeira e um motoboy – ainda não será empresário. Obs.: Mas, se esse profissional intelectual for incluído em uma atividade econômica organizada, agora sim será empresário. 
Ex.: Consultório Médico x Hospital. 
Obs.: E a “Clínica Médica”? Responda se o referencial é o médico ou a clínica??
RURAL: Se, para todos os outros, a regra é que o registro tenha natureza declaratória; para os que exercem atividade rural, no entanto, o registro na Junta Comercial é constitutivo. Ou seja: o registro é definidor. Ao que exerce atividade rural é facultado o registro, e, se o fizer, será considerado empresário.
COOPERATIVAS (Art. 982, p. único, CC) – As cooperativas serão SEMPRE “Sociedades Simples”. Isto é: nunca será empresaria. Mas, cuidado: apesar de ser sempre uma sociedade simples, as Cooperativas terão sempre que efetuar seu registro na “Junta Comercial”.
Obs.: Esse mesmo dispositivo afirma que as “Sociedades por Ações” sempre serão sociedades empresarias. 
Sociedade por Ações = sociedade dividida em ações: a) sociedade anônima; b) sociedade em comandita por ações.
*Cooperativas sempre são Simples e Sociedades por Ações sempre são Empresárias Independentemente dos elementos caracterizadores e independente de registro!
==============
 PREPOSTOS
*CONCEITO: É toda mão-de-obra utilizada pelo empresário.
*Os atos praticados pelos prepostos vinculam ao empresário. Desde que esses atos atendam a2 requisitos: Objeto e Lugar.
Lugar = lugar em que a atividade é exercida;
Objeto = tem que estar relacionado ao objeto da atividade.
Ex.: O empresário de uma loja de móveis proíbe a venda de determinada cadeira. O vendedor vai e vende. João compra e cai da cadeira, sofrendo diversas lesões. Contra quem João vai ajuizar ação de indenização? Contra o empresário.
Ex2.: João vai a mesma loja de móveis, e agora compra um tênis, do mesmo vendedor. O empresário responde, se houver problema no tênis? Não!
Ex3.: João encontra com o gerente do seu banco, na praia. João sabe que ele é o seu gerente. Ele informa que, se João investir 4.000 reais hoje, daqui uns dias você terá 20.000. Você tira 4.000 e dá. O objeto é relacionado a atividade bancaria, mas o lugar não é relacionado!
Ex.4: Entregador de pizza – Pizza a R$ 9,90.
Ex.5: Cracker em um site, que reduz os preços dos televisores a R$ 9,90.
*Obs.: A proposta vincula ao empresário, salvo se a proposta for irrisória. 
*Obs.: Preposto NÃO pode concorrer com o empresário.
*GERENTE = é o preposto que tem função de chefia.
O Empresário pode limitar os poderes do Gerente.
Mas, para essa limitação produzir efeitos contra 3os, terá que ser feita por escrito e arquivada na Junta Comercial.
*Qualquer pessoa capaz pode ser gerente. Não há exigência de qualificações.
Até porque, gerente é um prepostos facultativo (se o empresário quiser, pode nem existir).
*CONTADOR ou CONTABILISTA = é o preposto que cuida da escrituração do empresário.
*Pode ser empregado ou não (pode ser terceirizado).
*Mas, somente quem é formado em contabilidade e registro no Conselho competente pode ser Contador.
*O Contador é preposto obrigatório! Salvo, nas localidades onde não existir Contador.
==============
 OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO
I - REGISTRO
Obrigação de efetuar o Registro na Junta Comercial.
Lei 8.934/1994 – essa lei instituiu o SINREM (Sistema Nacional de Registro de Empresas).
-O SINREM pode ser dividido em 2 esferas:
1) FEDERAL – DREI (Departamento de Registro Empresarial e Integração)
É o DREI que diz como deve ser feito o Registro, que a Junta fará.
O DREI é hoje subordinado à “Secretaria Especial de ME e EPP”.
2) ESTADUAL – JUNTA COMERCIAL
A Junta tem 2 subordinações em esferas diferentes:
	2.1) Subordinação Técnica – DREI
	2.2) Subordinação Administrativa – Governo Estadual
Obs.: Apenas uma Junta Comercial no Brasil NÃO tem essas 2 subordinações = Junta Comercial do DF.
A Junta Comercial é subordinada, tanto técnica, quanto administrativamente, ao DREI.
*REGISTRO é GÊNERO, que comporta 3 ESPÉCIES:
	1) MATRÍCULA
	É o ato de registro dos auxiliares do empresário (tradutores públicos, intérpretes comerciais e leiloeiros).
	2) ARQUIVAMENTO
	É ato de registro do empresário do empresário individual, da sociedade empresária e da EIRELI.
	Prazo para realização do Arquivamento – 30 dias.
	O empresário tem 30 dias para realizar o arquivamento na respectiva Junta Comercial.
	Mas Atenção:
	-Se o arquivamento for feito dentro do prazo efeitos “ex tunc”/retroativos;
	-Se o arquivamento for realizado fora do prazo efeitos “ex nunc”/não-retroativos.
	3) AUTENTICAÇÃO
	Tem dupla função: veracidade e regularidade.
	Veracidade = afirmação que a cópia confere com o original.
	Regularidade = alguns documentos empresariais só são considerados, se estiverem autenticados (ex.: os livros empresariais).
II - LIVROS
É a obrigação de lançar nos livros a realização das atividades empresariais.
Função 1: “gerencial” – ajuda os empresários na tomada de decisões;
Função 2: “documental” – decorre da necessidade que o empresário tem de demonstrar a 3os (investidores, instituições financeiras) a sua atividade.
Função 3: “fiscal” – decorre da necessidade que o Estado tem de controlar a incidência e o pagamento de tributos.
Existem 2 ESPÉCIES de LIVROS EMPRESARIAIS:
OBRIGATÓRIOS
São aqueles impostos pela legislação. Aqueles que, se faltarem, acarretam sanções aos empresários.
Os Obrigatórios podem ser:
COMUNS
Impostos a todos os empresários, indistintamente.
Só temos 1 livro “Obrigatório Comum” a todos os empresários = “LIVRO DIÁRIO”. 
Exceção: ME e EPP (esses não tem a obrigatoriedade de manter “Livro Diário”. Esses são regidos pela LC 123/2006.
Obs.: -ME faturamento igual ou inferior a R$ 360.000,00
-EPP faturamento superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.00,00.
Esses poderão fazer a opção pelo “Simples Nacional”.
O ME ou EPP que fizer opção pelo Simples Nacional, está dispensado de escriturar o Livro Diário, mas tem que guardar os documentos que comprovam a realização das operações.
Já, aqueles que não fizerem a opção pelo Simples Nacional poderão substituir o “Livro Diário” pelo “Livro Caixa”.
ESPECIAIS
São impostos apenas a certas categorias de empresários.
Ex.: Livro de Atas de Assembleia de uma S/A só para S/A’s
Ex.: Libro de Registro de Duplicatas só para sociedade que emitam duplicatas.
FACULTATIVOS
Não são impostos pela legislação. É opção do empresário em mantê-los.
Qualquer “rascunho” feito pelo empresário.
III - BALANÇOS
Obrigação de levantar “BALANÇOS PERIÓDICOS”.
Todos os empresários tem que levantar 2 balanços 1 vez por ano:
BALANÇO PATRIMONIAL
BALANÇO DE RESULTADO ECONÔMICO
BALANÇO PATRIMONIAL = demonstra o ativo e o passivo do empresário
BALANÇO DE RESULTADO ECONÔMICO (ou DRE) = demonstra o lucro ou o prejuízo do empresário.
Obs.: As Instituições Financeiras obrigatoriamente devem levantar esses 2 balanços a cada 6 meses;
Obs.2: ME e EPP está dispensado de levantar esses balanços.
=============
 ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
*O Estabelecimento Empresarial - é o meio utilizado pelo empresário para alcançar seus objetivos; é o instrumento de trabalho do empresário.
*Diferente do “Local” “Local” = “Ponto”.
*É o conjunto de bens, materiais e imateriais, do empresário destinados ao exercício da atividade econômica organizada.
Obs.: Mas esse não é o conceito de “Patrimônio Empresarial”?
Existe uma diferença entre “Estabelecimento” e “Patrimônio”.
Estabelecimento é parcela do Patrimônio! E, Patrimônio é tudo que pertence ao Empresário.
*Como se calcula o valor do “Estabelecimento Empresarial”?
Não é a simples soma dos valores dos bens que o compõe. 
Existe um valor agregado, em razão de sua organização, que chamamos de “AVIAMENTO”.
*Posso vender o “Estabelecimento Empresarial”?
Sim, através do fenômeno que se chama “TRESPASSE”.
*Ora, mas o estabelecimento empresarial é a principal garantia dos credores do empresário.
Então:
*REQUISITOS DO TRESPASSE:
a) o contrato de trespasse tem que ser escrito, para que possa ser arquivado na Junta Comercial;
b) a publicação do Trespasse na imprensa oficial (Diário Oficial);
c) anuência ou concordância de todos os credores.
Obs.: E se um credor não concordar?
Não poderá alienar. O que pode ser feito é o empresário pagar, e o indivíduo deixar de ser credor.
Mas, essa anuência pode ser tácita. Se comunicado, o credor não se manifestar em 30 dias, considera-se que ele concordou.
A não ser que, o patrimônio restante seja suficiente para solver a dívida do empresário, não é necessária a anuência do credor.
Obs.: As dívidas, devidamente contabilizadas, acompanham o estabelecimento empresarial.
Essas dívidas se transferem ao adquirente, mas o alienante continuará solidariamente responsável por elas, pelo período de 1 ano.
(1 ano a contar do Trespasse – para as dívidas vencidas; 
1 ano a contar do vencimento – para as dívidas vincendas).
Cuidado: 2 anos = é a responsabilidade solidária do sócio-alienante em relação ao adquirente (p. ex., quando ele aliena quotas a terceiros). Aqui estamos falando de alienação do Estabelecimento!
Exceções: Dívidas Trabalhistas e Dívidas Tributárias
TRABALHISTAS regramento de acordo com o art. 10 e 448, CLT.
Também se transferem ao adquirente, mas o alienante terá responsabilidade subsidiária, até a prescrição.
TRIBUTÁRIAS regramentode acordo com o art. 133, CTN.
Dependem do comportamento do alienante.
-Se o alienante cessa a atividade empresarial, ou retorna apenas após 6 meses – responsabilidade integral do adquirente.
-Se o alienante inicia mesma ou outra atividade empresarial – responsabilidade do alienante, e o adquirente responde subsidiariamente
=================
 PONTO COMERCIAL
É o lugar de exercício da atividade.
O Ponto é importante para o empresário, porque atrai a clientela.
*”LOCAÇÃO EMPRESARIAL” - Lei 8.245/91
Existe uma diferença para a locação empresarial.
A Lei 8.245 concede tratamento diferenciado:
Residencial – imóvel utilizado para fins de moradia;
Não-residencial – imóvel utilizado para exercício de atividade econômica.
Dentre as espécies, o que nos interessa é:
b.1) Empresarial – tem como locatário o empresário, e o imóvel é usado para exercício de atividade econômica.
Em regra, na locação não-residencial, o locatário faz investimentos pesados para adaptar aquele imóvel a sua atividade.
Mas não somente isso: o empresário também investe pesadamente em “publicidade e propaganda”, para que as pessoas saibam que naquele imóvel irá se desenvolver determinada atividade.
Muitas vezes o local é conhecido, pela atividade ali desenvolvida.
Ex.: Loja de roupas na Rua Teresa – em Petrópolis;
Ex.2: Rua em Benfica – lojas de peças automotivas.
Atenção: 
“DIREITO DE INERÊNCIA AO PONTO” ou “RENOVAÇÃO COMPULSÓRIA DO CONTRATO DE LOCAÇÃO” – direito que temo locatário (empresário) de renovar o contrato de locação, mesmo que o locador não queira.
Para que isso aconteça, é imprescindível que alguns REQUISITOS sejam atendidos:
a) contrato de locação tem de ser escrito e arquivado na Junta Comercial, e é imprescindível que tenha prazo determinado (contrato por prazo indeterminado não gera direito de inerência ao ponto);
b) ter o locatário, pelo menos, 5 (cinco) anos ininterruptos de contrato ou contratos, inclusive com diferentes titulares, desde que entre eles, tenha se mantido vínculo jurídico (inter vivos ou mortis causa).
c) ter o locatário, pelo menos, 3 (três) anos ininterruptos de efetivo exercício de mesma atividade, quando da propositura da Ação Renovatória.
*E QUANDO DEVE SER PROPOSTA A AÇÃO RENOVATÓRIA?
PRAZO: Vai de 1 ano até 6 meses anteriores ao fim do contrato de locação.
Esse é prazo decadencial: não se suspende, não se interrompe e não se prorroga.
Resultado: Caso seja julgada procedente a Ação, o juiz ordenará que o contrato seja renovado por igual período.
*Não há limites para renovação.
E o proprietário?
1) O aluguel é reajustado pelo valor de mercado.
2) Existem algumas “defesas” em que o proprietário pode usar para reaver seu imóvel. (Obs.: Essas hipóteses não servem para interrupção do contrato, mas sim para impedir a renovação).
Arts. 52 e 72 da Lei 8.245/91 = “EXCEÇÕES/DEFESAS DE RETOMADA”
uso próprio (obs.: o proprietário não pode usar para mesma atividade que usava o locatário – está impedido por 5 anos - , salvo se o proprietário já exercia aquela atividade antes da locação);
reforma substancial do prédio locado, imposta pelo Poder Público, ou para ampliação do imóvel (a reforma tem de começar em até 3 meses do encerramento da locação);
proposta de renovação insuficiente em relação ao valor de mercado (quem determina o valor de mercado é a perícia);
proposta de renovação melhor, de 3o (o 3o e o locador responderão solidariamente ao locatário pela perda do ponto comercial);
transferência de estabelecimento, existente mais de 1 ano, do cônjuge, ascendente ou descendente do proprietário para o seu imóvel (tem que existir mais de 1 ano para evitar fraude).
======================
 NOME EMPRESARIAL
É o elemento identificador do empresário, enquanto SUJEITO da atividade econômica organizada.
*DIFERENÇAS:
1) MARCA – identifica os produtos ou serviços oferecidos pelo empresário.
2) TÍTULO DE ESTABELECIMENTO – identifica o ponto empresarial.
3) NOME DE DOMÍNIO – identifica o ponto empresarial eletrônico (página empresário na internet).
*O Nome Empresarial é protegido através do Registro na Junta Comercial.
*Já a Marca é protegida através do Registro no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial).
*O Nome de Domínio é protegido através do Registro no “nic.br” (Núcleo de Informação e Coordenação do .br).
*Obs.: O Título de Estabelecimento não tem um lugar específico de proteção. Ë protegido pelas regras de “concorrência desleal”.
ATENÇÃO: “Âmbito Territorial da Tutela”
Nome Empresarial – protegido dentro do território do Estado em que foi registrado;
Marca – protegida em todo território nacional.
Obs.: Existem tipos de Marcas que, dado seu impacto, são protegidas em outros países.
É o que se chama “Marca Notoriamente Conhecida”. 
Essas são protegidas em todos os países signatários da “União de Paris”.
ATENÇÃO: “Âmbito Material da Tutela”
Nome Empresarial – protegido em todos os ramos de atividade;
Marca – protegida apenas na classe em que foi registrada.
Exceto: “Marcas de Alto Renome”.
Essas são protegidas em todas as classes, independentemente da classe em que foi registrada.
Ex.: Eu não posso criar uma “Mc Cadeira”. Não posso criar um curso preparatório que se chama “Coca-Cola Cursos”.
Ex.: Coca-Cola e Mc Donald’s, por exemplo, são Marcas Notoriamente Conhecida e de Alto Renome.
=====================
 ESPÉCIES DE NOME EMPRESARIAL:
1) FIRMA
	1.1) FIRMA INDIVIDUAL
	1.2) FIRMA SOCIAL
2) DENOMINAÇÃO
1) FIRMA
É a espécie de nome empresarial que tem por base o nome civil de seu (s) integrante (s). E, pode vir acompanhado ou não, do ramo ou objeto de atividade.
Ex.: José Silva e João Souza vão iniciar atividade empresarial.
-Silva e Souza
-Silva e Souza Com. de Alimentos.
2) DENOMINAÇÃO
Tem por base do nome, um elemento fantasia. E, obrigatoriamente deve vir acompanhado pelo objeto ou ramo de atividade (essa indicação é obrigatória).
Ex.: José Silva e João Souza vão iniciar atividade empresarial.
-Amanhecer Com. de Alimentos.
*QUEM PODE USAR FIRMA E QUEM PODE USAR DENOMINAÇÃO?
1) FIRMA:
Empresário Individual – utiliza Firma Individual
Firma Social – Soc. em Nome Coletivo; Comandita Simples; Comandita por Ações; Ltda. e EIRELI.
2) DENOMINAÇÃO
Ltda.; S/A; Comandita por Ações e EIRELI.
*Resumo:
a) Ltda.
b) Comandita por Ações
c) EIRELI
	Podem escolher entre Firma e Denominação.
*N/C e C/S Só Firma.
*S/A Só Denominação
*ATENÇÃO: Nas 4 abaixo, a indicação do tipo societário escolhido é OBRIGATÓRIA:
-S/A;
-Ltda.;
-Comandita por Ações;
-EIRELI.
Obs.: A expressão “Sociedade Anônima” pode ser substituída por “Companhia”. Mas, esse “Companhia” como sinônimo de S/A deve vir no começo. Isso para evitar que se confunda com o “e companhia”, que indica que existem outros sócios.
Obs.2: A S/A só pode usar Denominação.
Obs.3: A Lei 6.404/76 (LSA) permite que o elemento fantasia de uma S/A seja substituído pelo nome civil de um acionista que muito contribuiu para seu desenvolvimento, ou que fundou a S/A.
Obs.4: A expressão EIRELI só pode vir abreviada e ao final.
*ATENÇÃO: O NOME EMPRESARIAL PODE SER ALIENADO?
Em regra não. Salvo, na alienação do estabelecimento, em ato inter vivos.
É o que diz o art. 1.164, CC.
=============================================================================
 DIREITO SOCIETÁRIO
*É o ramo do Direito Empresarial que estuda o exercício da atividade empresarial pela Pessoa Jurídica.
*SOCIEDADES SIMPLES x SOCIEDADES EMPRESÁRIAS
Sociedades Simples – é instituto de D. Civil
Sociedades Empresárias – é instituto de D. Empresarial
*O Conceito de Sociedade Simples é residual. Veja:
“Será simples, toda sociedade que NÃO for Empresária!”
EMPRESÁRIAS					SIMPLES
Art. 966, CC					Não atende aos requisitos do Art. 966, CC
Soc. Prof. Int. (elemento de empresa)		Soc. Prof. Int. (que não são elemento de empresa)
Soc. Rural – com Registro Junta Com.		Rural – Registro no RPPJ (Cartório Civil)
Soc. por AçõesCooperativas (ainda que registradas na Junta Com.)
======================
 CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES
*INTRODUÇÃO:
OBSERVAÇÃO 1: A responsabilidade do sócio, pelas obrigações sociais, é subsidiária. 
Ou seja: o credor da sociedade, em primeiro lugar, tem de demandar à sociedade, para depois, poder demandar o sócio. Existe uma ordem a ser respeitada.
O Sócio tem direito de ser demandado apenas depois da Sociedade.
	2 EXCEÇÕES (em que o credor pode demandar o sócio diretamente):
Desconsideração da personalidade jurídica
Na Teoria Maior, o sócio fraudador não tem direito ao benefício de ordem. Nela, o sócio fraudador pode ser diretamente demandado.
Sociedade em Comum
É a Sociedade que NÃO tem registro na Junta Comercial. Ora, se ela não está registrada, ela não adquiriu personalidade jurídica. Logo, o sócio que contrata pela Sociedade em Comum NÃO tem direito ao benefício de ordem.
Obs.: Sociedade em Comum é Gênero. São espécies:
Sociedade de Fato – contrato social na forma oral;
Sociedade Irregular – contrato social na forma escrita.
OBSERVAÇÃO 2: Quando o Código menciona a “responsabilidade solidária dos sócios” estará tratando da solidariedade existente entre eles (sócios).
Isso porque, entre o Sócio e a Sociedade, a regra é a subsidiariedade, e não a solidariedade.
OBSERVAÇÃO 3: O Direito Brasileiro NÃO admite limitação de responsabilidade por obrigação pessoal. Só pode haver limitação de responsabilidade por obrigação de 3o.
Há limitações externas, como por exemplo, bem de família.
A responsabilidade do sócio (3o) pode ser limitada ou ilimitada, por obrigação que pertence à sociedade.
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS:
	1) ILIMITADA
	É aquele em que todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais.
	Ex.: Soc. em Nome Coletivo (é o único exemplo no ordenamento jurídico brasileiro).
	O fato do sócio responder de maneira ilimitada, não retira dele o direito ao benefício de ordem.
	2) LIMITADA
	É aquela em que todos os sócios têm responsabilidade limitada pelas obrigações sociais.
	Exs.: S/A e a Ltda. (são os 2 exemplos em nosso ordenamento jurídico).
	Nesses dois tipos societários, todos os sócios respondem limitadamente pelas obrigações sociais.
Obs.: Na S/A o sócio só responde pela parte dele, e nada mais. Já na Ltda. o sócio responde solidariamente pelo que faltar na integralização do capital.
	3) MISTA
Há sócios que respondem de forma ilimitada e outros que respondem de maneira limitada, pelas obrigações sociais.
Exs.: Sociedade em Comandita Simples e a Comandita por Ações (são os 2 exemplos em nosso ordenamento jurídico).
 QUANTO AO REGIME DE CONSTITUIÇÃO E DISSOLUÇÃO
	1) CONTRATUAL
	É regida pelo “CONTRATO SOCIAL”, que é dividido em cláusulas.
	Exs.: Nome Coletivo; Comandita Simples e Ltda.
	2) INSTITUCIONAL
	É regida pelo “ESTATUTO SOCIAL”, que é dividido em artigos.
	Exs.: S/A e Comandita por Ações.
 QUANTO À ALIENAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA
	1) DE PESSOAS
	A essência da sociedade é em razão das qualidades e habilidades dos seus sócios.
*A alienação da participação societária a 3o está condicionada à aprovação com anuência dos demais sócios.
*Ora, mas se o sócio não está conseguindo alienar a um 3o, mas quer sair da sociedade?
Solução: “Dissolução Parcial da Sociedade com Apuração de Haveres” será levantado um Balanço Especial que apontará o Patrimônio Social Líquido. Daí, o sócio que quer se retirar, sai com o equivalente ao percentual dele.
*Para que os herdeiros ingressem na sociedade, também é muito importante a anuência dos demais sócios.
Se os demais sócios não concordarem? Os herdeiros irão receber a parcela do Patrimônio Social Líquido equivalente à participação do “de cujus”.
*A participação societária, em uma sociedade de pessoas, impede a penhora dessa participação por dívidas pessoais desse sócio.
Atenção: pode ser penhorados o dividendo, o pró-labore, etc. Mas NÃO a participação societária.
-Decisões Judiciais permitem sim a penhora do pró-labore até 30% (apesar da natureza salarial).
	2) DE CAPITAL
	É formada essencialmente em razão dos recursos financeiros empreendidos.
*Não quer dizer que não exista o “affectio societatis”, a confiança nos demais sócios. Mas essa característica é secundária.
*Não será necessária a anuência dos demais sócios para que seja alienada a participação societária.
	*Herdeiros podem ingressar sem a anuência dos demais sócios.
*A participação societária de sócios de sociedade de capital podem ser penhoradas por dívidas pessoais.
ATENÇÃO: O Contrato Social é que irá dizer que se a Sociedade é de Pessoas ou de Capital.
Se o Contrato for omisso, em regra:
CONTRATUAIS – DE PESSOAS;
INSTITUCIONAIS – DE CAPITAL.
CUIDADO: Sociedade de Capital é diferente de Sociedade Patrimonial
Sociedade Patrimonial = aquela que tem por objeto a gestão de patrimônio.
Obs.: Qual a NATUREZA JURÍDICA DO SÓCIO?
Resposta: é de “sócio”. O Sócio tem natureza jurídica própria; “sui generis”.
Cuidado: a natureza do sócio não é de credor. Ele pode até figurar, por vezes, como credor, quando recebe dividendos, pró-labore, etc.
*DIREITOS E DEVERES DOS SÓCIOS:
1) DEVERES
	1.1) OBRIGAÇÃO DE CONTRIBUIR COM A FORMAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL
	Capital Social é a contribuição inicial dos sócios para iniciar (“montar”) o seu negócio e formar a sociedade; para que ela possa começar a exercer sua atividade.
Mas veja: essa “contribuição” pode ser:
pode ser em dinheiro, 
pode ser com bens (móveis e imóveis), 
pode ser com créditos
pode ser em serviço / trabalho
	obs.: existem sociedades que NÃO admitem a contribuição com trabalho 
São elas: Ltda. e S/A.
1.2) OBRIGAÇÃO DE SUPORTAR AS PERDAS EMPRESARIAIS ATÉ O LIMITE DE SUA RESPONSABILIDADE
2) DIREITOS
		2.1) DIREITO DE PARTICIPAR DOS RESULTADOS SOCIAIS POSITIVOS
Obs.: Existem 2 formas de remuneração do sócios:
percepção de dividendos;
percepção do “pró-labore”.
-Dividendo = lucro distribuído. É a remuneração ao sócio, pelo simples fato de ser sócio. 
Todo sócio tem direito a dividendos.
Para ele receber dividendo:
		-sociedade tem que ter lucro;
		-sociedade tem que decidir que irá distribuir lucro (pois a sociedade pode dar outro destino ao lucro – ex.: formar reserva, reinvestir nela mesma – a esses casos dá-se o nome de capitalização).
Atenção: a sociedade NÃO pode distribuir lucros se tiver débitos previdenciários!!!
NÃO há incidência de IR quando o sócio receber dividendos.
-Pró-labore = remuneração pelo trabalho. É a remuneração ao sócio, que trabalha pela sociedade.
Somente o sócio que trabalho tem direito ao pró-labore.
Mesmo que a sociedade tenha tido prejuízo, o sócio que trabalhou terá direito ao pró-labore.
Logo, não há necessidade que se tenha lucro.
HÁ incidência de IR quando o sócio recebe pró-labore.
2.2) DIREITO DE PARTICIPAR DAS DELIBERAÇÕES SOCIAIS
	Decidindo sobre quais serão os rumos da sociedade.
2.3) DIREITO DE FISCALIZAR A ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE
2.4) DIREITO DE RETIRADA
É o direito que tem o sócio de retirar-se (sair) da sociedade.
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 TIPOS SOCIETÁRIOS
*INTRODUÇÃO:
OBSERVAÇÃO 1: O rol de tipos societários é TAXATIVOS. É um rol que não admite novas possibilidades.
OBSERVAÇÃO 2: A PJ pode ser sócia de uma sociedade. Mas, a sua responsabilidade social, necessariamente será limitada! Ou seja: só quem pode ter responsabilidade ilimitada é o Sócio PF.
OBSERVAÇÃO 3: Aplica-se apenas à Sociedade em Nome Coletivo e Sociedade em Comandita Simples: O Sócio que tem responsabilidade ilimitada pode participar da administração social, e pode “emprestar” seu nome civil para compor o nome empresarial.
Já o sócio que tem responsabilidade limitada NÃO pode participar da administração social, e também NÃO pode “emprestar” o seu nome civil para compor o nome empresarial.
Obs.: Se, por engano, o nome civil de um sócio de responsabilidade limitada figura no contrato social, ou ele participa daadministração social - a responsabilidade dele passa a ser ilimitada.
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I – SOCIEDADE EM NOME COLETIVO
É aquela em que TODOS os sócios têm responsabilidade ilimitada pelas obrigações sociais.
Posso então deduzir que, todos os sócios de uma Sociedade em Nome Coletivo são PF’s.
E que, qualquer um dos sócios pode participar da administração social e, qualquer um deles pode “emprestar” seu nome civil para compor seu nome empresarial.
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II – SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES
Essa sociedade tem 2 tipos de sócios:
COMANDITADO
Tem responsabilidade ilimitada pelas obrigações sociais.
Se a responsabilidade é ilimitada, todos os Comanditados, então, são PF’s.
Logo, qualquer comanditado pode participar da administração social e pode “emprestar” seu nome civil para compor o nome empresarial.
COMANDITÁRIO
Tem responsabilidade limitada pelas obrigações sociais.
Se a responsabilidade é limitada, todos os Comanditários, podem ser PF ou PJ’s.
O comanditário - não pode participar da administração social e não pode “emprestar” seu nome civil para compor o nome empresarial.
Obs.: Se o nome civil do comanditário aparecer no nome empresarial, ou se ele estiver participando da administração social – a responsabilidade do comanditário passa a ser ilimitada.
Mas ATENÇÃO: Exceção = O Código Civil permite que o comanditário, de maneira excepcional, pratique atos de gestão.
Comanditado é quem administra.
		Formam um núcleo “de pessoas”.
Comanditário é o sócio que fica esperando receber.
		Formam um núcleo “de capital”.
Por isso, os Comanditados formam um núcleo diferente dos Comanditários.
E quais são as CONSEQUÊNCIAS disso?
*Comanditado: 
a) E se quiser vender sua participação para 3o?
Precisa da anuência dos demais sócios.
Mas de quais sócios? De todos: comanditados e comanditários.
b) E se morrer um Comanditado?
Precisa da anuência dos demais sócios (comanditados e comanditários)
c) Pode penhorar participação do Comanditado? Não.
*Comanditário:
a) Pode vender sua participação para 3o sem anuência;
b) Se morrer um Comanditário, o herdeiro pode assumir a participação societária.
c) Pode SIM penhorar a participação societária do Comanditário.
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III – SOCIEDADE EM CONTA DA PARTICIPAÇÃO
*Ora, mas nos exemplos acima ela não foi citada - Isso porque esse é um tipo societário extremamente peculiar.
*É uma sociedade NÃO-PERSONIFICADA (não possui personalidade jurídica).
*O Código Civil destacou dois tipos de sociedades: aquelas que possuem personalidade jurídica e as que não possuem.
Existem apenas 2 sociedades não-personificadas: 
Sociedade em Comum;
Sociedade em Conta da Participação.
-Sociedade em Comum = não tem personalidade jurídica porque o sócio não efetuou registro na Junta Comercial.
-Sociedade em Conta da Participação = não tem personalidade jurídica, porque é de sua natureza (essência) não ter personalidade.
Obs.: O Contrato Social de uma SCP NÃO pode ser arquivado na Junta Comercial!
*Mas a SCP não estaria, nesse caso, irregular?
Não, a regularidade dela é não ter seu contrato registrado, para que não tenha personalidade jurídica.
*E qual a finalidade?
Facilitar as relações interempresariais.
*A SCP tem 2 (dois) tipos de sócios:
	a) SÓCIO OSTENSIVO
	b) SÓCIO PARTICIPANTE ou OCULTO
A personalidade jurídica utilizada para assinar os contratos é a do “sócio-ostensivo”.
*O sócio ostensivo é quem adquire personalidade jurídica em face de 3o. Mas, se responder por algo, terá direito de regresso em face do sócio participante (oculto).
Ex.: Construtora (sócio ostensivo) pretende desenvolver um empreendimento, mas não tem $ para isso. Forma uma SCP com outra Construtora (sócia participante) que irá enviar material e mão-de-obra.
*A SCP – NÃO tem nome empresarial. O nome que aparece é o do sócio ostensivo.
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IV – SOCIEDADES LIMITADAS
*Correspondem, no Brasil, a mais de 90% dos registros nas Juntas Comerciais.
E por quê?
RESPONSABILIDADE LIMITADA 
É possível empreender, preservando o patrimônio pessoal do sócio.
CONTRATUALIDADE
É a facilidade de constituição de uma Ltda., atrelada à facilidade de contratar.
É fácil constituir uma sociedade limitada.
E, por esse motivo, é fácil de ser regida.
*Todos os sócios, em uma LTDA., respondem de forma limitada.
Mas, responderão SOLIDARIAMENTE pelo que faltar para integralizar o Capital.
Obs.: Capital Social = contribuição inicial para que a sociedade possa desenvolver o seu objeto.
SUBSCRITO = capital prometido em contrato.
REALIZADO = pagamento parcial feito.
INTEGRALIZADO = quando todos pagarem tudo o que prometeram à sociedade.
		Subscrito		Realizado		Integralizado
A		100			100			100
B		100			0			100	
C		100			0			100
*Se o credor da Sociedade demandar a Sociedade, terá primeiro que exaurir o Patrimônio Social.
Mas, se o Capital estiver integralizado, ele só poderá esgotar o patrimônio, sem poder atingir o patrimônio pessoal do sócio.
*EXCEÇÕES À LIMITAÇÃO DE RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS:
	1) DÍVIDAS RELACIONADAS À DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA;
	2) DA AUSÊNCIA DE REGISTRO NA JUNTA COMERCIAL;
	3) DA AUSÊNCIA DA EXPRESSÃO “LTDA.” NO NOME EMPRESARIAL;
	4) DAS DELIBERAÇÕES CONTRÁRIAS À LEI OU AO CONTRATO SOCIAL.
	Ex.: 977, CC
	Cônjuges – separação obrigatória e comunhão universal não podem contratar sociedade entre si.
	-Maiores de 70 anos – só podem casar no regime de separação obrigatória.
 ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE LIMITADA
A Administração da Ltda. pode ser exercida por 1 ou mais pessoas, sócias ou não, designadas no próprio contrato ou em ato separado, e com mandato por prazo determinado ou indeterminado.
Obs.: Para um não-sócio, só poderá ele ser administrador de uma Ltda., se o contrato EXPRESSAMENTE permitir (autorizar)
Obs.1: Na Sociedade em Nome Coletivo – o administrador só pode ser sócio.
Obs.2: O administrador, em uma Ltda., pode ser uma PJ?
A corrente majoritária entende que sim.
 OBRIGAÇÕES DO ADMINISTRADOR
As obrigações do administrador decorrem do cargo que ele ocupa. 
Se ele sair do cargo, as obrigações se transferem a quem passar a ocupar o cargo.
ATENÇÃO: Existem 3 obrigações que são PERSONALÍSSIMAS do administrador (não se transferem):
a de arquivar na Junta Comercial os atos relacionados com o seu mandato (condução, recondução, cessação, dentre outros);
prestar contas do período em que foi administrador;
pagar os débitos da sociedade enquadráveis como dívida ativa.
Obs.: “Débitos enquadráveis como dívida ativa” – poderia o administrador, com seu patrimônio pessoal, responder por dívida social? = “Teoria ultra vires” (teoria quase extinta).
Desconsideração da Personalidade Jurídica x Teoria “ultra vires”
Desconsideração = responsabilização do sócio
Teoria ultra vires = responsabilidade do administrador (seja ele sócio, ou não).
Cuidado: A jurisprudência brasileira tem flexibilizado a aplicação da Teoria Ultra Vires – somente a aplica quando o administrador agiu com excesso de poderes.
 CONSELHO FISCAL NA LIMITADA
*A Limitada não precisa de “Conselho Fiscal” (é órgão facultativo). Isso porque, todo sócio tem o direito de fiscalizar a administração da sociedade limitada.
*O Conselho Fiscal de uma Ltda. tem no mínimo 3 membros e respectivos suplentes. 
-Que podem ser sócios, ou não! 
-Mas que são eleitos pelos sócios.
*ATENÇÃO: Existem pessoas que não podem fazer parte do Conselho Fiscal:
a) administrador;
b) empregados.
*E os minoritários que não conseguem eleger ninguém para o Conselho Fiscal?
Os minoritários que não conseguem eleger nenhum membro para o Conselho Fiscal, e que representem pelo menos 20% do Capital Social (ou seja: 1/5 do Capital Social) poderão eleger um Conselheiro em separado.
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V – SOCIEDADES ANÔNIMAS
*É uma Sociedade institucional.
Ou seja: é regida por um Estatuto Social, que é dividido em artigos.
*É uma Sociedade de Capital
Alienaçãoda participação societária não depende da aprovação dos demais sócios.
*”Participação Societária” de uma S/A = Ações.
E, o titular da ação = acionista.
 CLASSIFICAÇÃO DAS S/A’s
1) QUANTO À NACIONALIDADE:
	1.1) BRASILEIRA
Para ser brasileira, basta que a S/A tenha sede de administração no Brasil e, por conseguinte, será regida pela legislação brasileira.
	1.2) ESTRANGEIRA
2) QUANTO À POSSIBILIDADE DE ALIENAÇÃO DOS VALORES MOBILIÁRIOS NO MERCADO DE CAPITAIS
	2.1) ABERTA
	S/A’s que permitem a alienação de seus valores mobiliários no mercado de capitais.
	2.2) FECHADA
	S/A’s que proíbem a venda de seus valores mobiliários no mercado de capitais.
*VALORES MOBILIÁRIOS:
Títulos ou papéis emitidos pela Companhia, no intuito de captar recursos.
*MERCADO DE CAPITAIS:
É compostos por:
MERCADO DE BALCÃO
É uma Corretora de Valores Mobiliários.
Corretor é quem intermedia as negociações.
O Mercado de Balcão pode atuar tanto:
MERCADO PRIMÁRIO
MERCADO SECUNDÁRIO
BOLSA DE VALORES
Várias corretoras, juntas, representa uma Bolsa de Valores.
A Bolsa de Valores serve para potencializar as negociações.
A Bolsa de Valores só pode atuar no:
	2.1) MERCADO SECUNDÁRIO
MERCADO PRIMÁRIO = quando a ação é vendida pela 1a vez;
MERCADO SECUNDÁRIO = mercado de venda de ações já existentes.
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 ESPÉCIES DE VALORES MOBILIÁRIOS:
1) DEBÊNTURES
Conferem ao seu titular o direito de crédito contra a Companhia, pautado em um “contrato de empréstimo”.
Se é um contrato de empréstimo, pode ter garantia real, garantia fiduciária, pode não ter garantia, ou pode ter uma “cláusula de conversibilidade em ação”.
Obs.: “Cláusula de conversibilidade em ação” = se a companhia não conseguir pagar (resgatar a debênture no prazo), o debenturista pode requerer a conversão da debênture em ação.
2) PARTES BENEFICIÁRIAS
Conferem ao seu titular o direito de crédito eventual, contra a Companhia, pautado em seus lucros.
Está pagando para participar do “risco do negócio”.
3) BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO
Conferem ao seu titular o direito de preferencia na aquisição de novas ações.
O titular não tem “desconto” no preço da compra de novas ações. Apenas há a preferencia de se comprar novas ações que a Companhia venha a emitir.
4) COMMERCIAL PAPERS
É uma Nota Promissória que confere ao seu titular o direito de crédito contra a Companhia, pautado em um contrato de empréstimo, de curto e médio prazo (mínimo 30 dias e máximo 360 dias)
Diferença em relação a Debêntures: A debênture é mais complexa, e, em regra, de prazo superior a 1 ano.
5) AÇÕES 
É a unidade de participação societária.
Titular é chamado de acionista.
*CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES:
QUANTO AOS DIREITOS E DEVERES CONFERIDOS
ORDINÁRIA
Confere ao seu titular os mesmos direitos e deveres pertinentes ao acionista comum, quais sejam:
-direito de voto;
-direito de participar dos resultados sociais;
-dever de contribuir para a formação do capital social.
PREFERENCIAL
Confere ao seu titular uma gama diferenciada de direitos e deveres, pautados no art. 17 da Lei 6.404/76:
-pode prever dividendos mínimos;
-pode prever o recebimento de dividendos, ainda que a companhia dê prejuízo;
-prioridade no reembolso do capital investido;
Ou seja: uma série de vantagens financeiras para atrair o acionista investidor.
Obs.: A Ação Preferencial pode ter direito a voto ou não; ou ainda pode ter restrições ao direito de voto.
Obs.2: A Companhia só pode ter, no máximo, 50% de suas ações sem direito a voto ou com restrições a esse direito.
DE FRUIÇÃO
Substitui uma “ação amortizada”, conferindo ao seu titular os mesmos direitos e deveres da ação anterior.
Atenção: Exceto o direito de participação no “acervo final” da companhia. Isso porque, a “participação no acervo final” foi antecipada, para quando a Companhia amortizou, em valor patrimonial, as ações de determinado acionista.
Ninguém tem direito a receber ações de fruição. É mera liberalidade dos acionistas.
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 ÓRGÃOS DAS S/A’s
A – ASSEMBLÉIA GERAL
*É o órgão máximo da companhia, de caráter exclusivamente deliberativo.
*É formada por todos os acionistas (mesmo aqueles que não têm direito a voto- esses terão o que se chama “direito a voz”).
 TIPOS DE ASSEMBLÉIA GERAL:
	*ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA (AGO)
	Tem que acontecer 1 vez por ano, obrigatoriamente.
	Nos 4 meses que se seguem ao término do exercício social.
	Obs.: E quando termina o exercício social?
	Exercício Social = 1/1 até 31/12.
	E, se o exercício social termina em 31/12, a AGO deve ser realizada até Abril do ano subsequente.
	-COMPETÊNCIA DA AGO (Art. 132, Lei 6.404/76)
	a) votar as contas e balanços;
	b) deliberar sobre a destinação do Lucro Líquido;
	c) eleger “Administradores” e “Membros do Conselho Fiscal”;
	d) aprovar a correção monetária do Capital Social.
ATENÇÃO: Esse rol acima é taxativo! Se quiser que seja deliberado, qualquer outro tema, diferente dos acima, deverá ser convocada uma AGE (Assembleia Geral Extraordinária).
	*ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA (AGE)
	Pode ser convocada a qualquer tempo.
	Quantas vezes for necessária.
	Obs.: Inclusive para o mesmo dia, hora e local da AGO.
A competência da AGE é residual: será competente para deliberar sobre tudo o que não seja da competência da AGO.
B – CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
*Também é um órgão deliberativo, que detém parte da competência da Assembleia Geral.
*Para evitar a convocação de Assembleia Geral a todo momento, serve o Conselho de Administração, que é órgão mais enxuto e de convocação mais célere, facilitando a tomada de decisões de uma Companhia.
ATENÇÃO: O Conselho de Administração é Órgão FACULTATIVO. Mas tem 3 EXCEÇÕES, quando a existência do Conselho de Administração é obrigatória:
Companhias Abertas;
Sociedades de Economia Mista;
Companhias de Capital Autorizado.
Obs.: Companhia de Capital Autorizado = aquela que o Estatuto autoriza a modificação do Capital Social sem a necessidade de alteração do próprio Estatuto.
*O Conselho de Administração pode ser formado por acionistas ou não.
C – DIRETORIA
*É o órgão de representação legal da Companhia (representativo), e de execução das deliberações da Assembleia Geral ou do Conselho de Administração (executivo). É de existência obrigatória.
*A Diretoria pode ser formada por acionistas ou não.
*Até 1/3 dos membros do Conselho de Administração pode integrar a Diretoria.
D – CONSELHO FISCAL
*É o órgão de existência obrigatória, mas de funcionamento facultativo.
*Toda Companhia tem de ter Conselho Fiscal, mas o seu funcionamento vai depender das necessidades da Companhia.
ATENÇÃO: Os 4 Órgãos acimas são aqueles previstos na Lei das S/A’s. Mas, podem existir outros de acordo com o que determinar o Estatuto Social da Companhia.
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VI – SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES
*Semelhanças com as S/A’s:
a) A Comandita por Ações, assim como a S/A, é dividida em Ações.
b) O Instrumento que rege a Comandita por Ações também é o Estatuto Social, que é dividido em artigos.
*Semelhanças com a Comandita Simples:
a) Assim como a Comandita Simples, a Comandita por Ações também tem sócios de responsabilidade Ilimitada e sócios de responsabilidade Limitada:
	-Ilimitada – chamados de “DIRETORES” (na Comandita Simples eram comanditados)
	-Limitada – chamados de “INVESTIDORES” (na Comandita Simples eram comanditários)
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 OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS
TRANSFORMAÇÃO
FUSÃO
INCORPORAÇÃO
CISÃO
INTRODUÇÃO:
OBSERVAÇÃO 1: As operações societárias NÃO podem reduzir ou extinguir direitos e garantias dos credores.
OBSERVAÇÃO 2: As operações societárias que relacionem Companhias com debêntures emitidas tem de se submeter à aprovação pela ASSEMBLEIA DOS DEBENTURISTAS, ou pelo menos garantir o resgate das debêntures em até 6 meses.
OBSERVAÇÃO 3: As operações com “faturamento anual bruto expressivo” ou “posiçãodominante em mercado relevante” tem de se submeter à aprovação do CADE (Lei 12.529/2011 – Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
“Faturamento Anual Bruto Expressivo” = + R$ 400 milhões/ano.
“Posição Dominante em mercado relevante” = deter mais de 20% de determinado mercado consumidor, que tem impacto no PIB.
1) TRANSFORMAÇÃO
É a alteração de tipo societário.
Ex.: Ltda. que se transforma em S/A
S/A que se transforma em nome coletivo
2) FUSÃO
É a reunião de 2 ou mais sociedades, sob uma nova personalidade jurídica.
Ex.: A + B = C
Ex.: Brahma e Antártica; Sadia e Perdigão
3) INCORPORAÇÃO
Quando 1 sociedade absorve a outra.
Ex.: A + B = A
Ex.: Real e Santander
4) CISÃO
É a divisão de 1 sociedade em 2 ou mais sociedades, com ou sem manutenção da personalidade jurídica anterior. Isso porque pode haver Cisão Total ou Cisão Parcial.
Total: A – divide-se em B e C
Parcial: A – divide-se em A e B
Obs.:
Cisão Total = contrário da Fusão
Cisão Parcial = contrário da Incorporação
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 EIRELI
*EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA
*OBJETIVO DE CRIAÇÃO DA EIRELI:
-É uma PJ que tem um único integrante, um único titular.
-Antes da EIRELI, para proteger o patrimônio particular, o empreendedor precisava de um sócio.
*Art. 980 – A, CC.
*CRIAÇÃO DA EIRELI:
	a) Capital Social Mínimo: 100 x o salário-mínimo vigente;
	b) Esse capital tem de estar devidamente integralizado (integralização à vista);	
	c) A EIRELI pode usar tanto “Firma”, como “Denominação”;
	d) Tem que constar a expressão “EIRELI”, de forma abreviada, ao final do nome empresarial.
*ATENÇÃO:
Se o integrante único da EIRELI for Pessoa Física, essa PF só pode integrar 1 única EIRELI.
*CONCENTRAÇÃO DE QUOTAS:
Supondo que A decidiu formar sociedade com B.
Mas, B quis sair da sociedade, e A comprou a parte de B e ficou sozinho.
-Por quanto tempo A pode ficar sozinho na sociedade?
Até 180 dias (se a sociedade for contratual)
-Esse prazo de 180 dias serve para o sócio remanescente decidir em:
encontrar outro sócio, restabelecendo a pluralidade
vira empresário individual
transformar a sociedade em EIRELI, mantendo a responsabilidade limitada de A.
Nesse caso, qual cuidado deve haver? O capital social integralizado deve ser de no mínimo 100 vezes o salario-mínimo vigente.
Obs.: Em sociedades institucionais (S/A por exemplo), se o sócio ficar sozinho: o prazo máximo de restabelecimento é o prazo de realização da próxima Assembleia Geral Ordinária.
*As regras aplicáveis às Sociedades Limitadas, também podem ser aplicadas à EIRELI.
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 DIREITO CAMBIÁRIO
*Apesar de muitos títulos de crédito estarem em desuso, ainda existem segmentos empresariais que os utilizam bastante.
*Surgimento dos Títulos de Créditos (TC’s) – na Idade Média.
Era arriscado transitar com $ entre burgos ou entre feudos, naquele período.
*Cambistas (quem fazia operação de câmbio, na época) – deram surgimentos às primeiras instituições financeiras.
 CONCEITOS DE TÍTULOS DE CRÉDITO
1) CONCEITO TÉCNICO:
*Título é o documento que representa uma relação jurídica.
*Crédito vem do latim “credere”, que significa – crer, acreditar ou confiar.
Na acepção econômica, crédito é a troca de um bem presente por um bem futuro.
Então, TC é um documento representativo, de uma prestação pecuniária futura pautada na confiança.
2) CONCEITO DO DOUTRINADOR ITALIANO CESARE VIVANTE:
Esse conceito, inclusive, foi adotado no Código Civil Brasileiro – art. 887, CC.
*É o documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo, nele mencionado.
*Esse conceito já traz, em seu conteúdo, os 3 princípios gerais do direito cambiário.
	NECESSÁRIO = CARTULARIDADE
	LITERAL = LITERALIDADE
	AUTÔNOMO = AUTONOMIA
		Obs.: A Autonomia se subdivide em:
			-Abstração
			-Inoponibilidade de Exceções Pessoais ao 3o credor de boa-fé.
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 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO CAMBIÁRIO
1) PRINCÍPIO DA CARTULARIDADE
É a exigência de posse do original do título de crédito, para o exercício dos direitos que dele emanam.
*EXCEÇÕES AO P. DA CARTULARIDADE:
a) PERDA OU EXTRAVIO
Tenho que apresentar “Registro de Ocorrência” e outras formalidades. Porque a regra é exercer o direito a partir do original do TC.
b) TÍTULOS ELETRÔNICOS
A doutrina clássica considera que esses representam exceção à Cartularidade.
c) DAS DUPLICATAS
A Lei de Duplicatas (Lei 5.474/68), em seu art. 15, $ 2o autoriza o exercício dos direitos que emanam de uma duplicata, mesmo sem o original.
2) PRINCÍPIO DA LITERALIDADE
É a exigência de prática dos atos jurídicos no próprio título, para que esses produzam efeitos cambiais.
*Exemplo:
Se o aval for reproduzido no título – produzirá efeitos de aval
Se o aval for reproduzido em uma folha a parte – produzirá efeitos de fiança (instituto jurídico semelhante, no direito civil).
*Exemplo2:
Se o endosso for reproduzido no título – produzirá efeitos de endosso
Se o endosso for reproduzido em uma folha a parte – produzirá efeitos de cessão civil de crédito (instituto jurídico semelhante, no direito civil).
Obs.: 3 planos de análise do Negócio Jurídico:
Existência
Validade
Eficácia
Cartularidade refere-se à eficácia = produção de efeitos;
Literalidade é ineficaz = produção de efeitos de forma diversa
3) PRINCÍPIO DA AUTONOMIA
*Independência entre si, das obrigações constantes em um Título de Crédito.
*A eventual nulidade de uma obrigação constante no TC, não contamina às demais.
Ex.: Eu tenho uma Nota Promissória garantida por Aval. A eventual nulidade da obrigação da NP não atinge o aval.
*SUBDIVISÃO:
	3.1) ABSTRAÇÃO
		É a independência do título, em relação a causa que lhe deu origem.
	3.2) INOPONIBILIDADE DE EXCEÇÕES PESSOAIS AO 3o CREDOR DE BOA-FÉ
		Exceção – do ponto de vista processual, refere-se à “defesa”.
O devedor não pode opor, em face do credor, alegações pessoais originárias, para se defender.
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 CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO:
MODELO: LIVRE x VINCULADO
ESTRUTURA: ORDEM DE PAGAMENTO x PROMESSA DE PAGAMENTO
CIRCULAÇÃO: AO PORTADOR x NOMINATIVO À ORDEM x NOMINATIVO NÃO À ORDEM
-Ao portador – a transferência do TC se dá com a mera tradição do título; não identifica o beneficiário; o beneficiário é quem tem a posse.
-A cláusula à ordem – permite da transferência do TC mediante Endosso.
-A cláusula não à ordem – proíbe a transferência do TC mediante Endosso.
		Obs.: tanto com cláusula à ordem, como com a cláusula não à ordem, o crédito ainda poderá ser transferido mediante “Cessão de Crédito”.
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 CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO CAMBIÁRIO:
É o nascimento do crédito cambiário
SACADOR dá ordem ao SACADO para que pague ao TOMADOR.
1) SAQUE
*É o ato de criação e emissão do título de crédito.
Obs.: Você vai ao Banco apresentar o título para pagamento, e não “sacar” o cheque.
Quando o indivíduo preenche, assina e entrega ao credor, ele estará “sacando” o cheque.
Obs.2: No Direito Civil, existência e solvência andam separadas.
Lá, você pode reconhecer a existência, mas não a solvência.
Só que, o Direito Cambiário protege o credor, e, aqui, existência e solvência andam juntas.
-Quem coloca sua assinatura no título – reconhece existência e se responsabiliza pela solvência = tornar-se devedor do título.
Quanto mais devedores o título tiver, maiores serão as chances do credor receber o pagamento.
*Efeito do Saque: vincula o sacador ao cumprimento da obrigação.
2) ACEITE
*É o ato pelo qual o sacado concorda com a ordem incorporada ao título.
Se o Sacado concordar com a ordem, passará a se chamar “ACEITANTE”.
O Aceite é um ato de “livre vontade”!
Ora, ele poderecusar o “Aceite” – Mas, a recusa do “Aceite” gera a antecipação do vencimento da obrigação em relação ao Sacador!!!
Ou seja: o Tomador poderá cobrar todo o valor, antecipadamente, do Sacador.
ATENÇÃO: ACEITE PARCIAL = O Sacado pode aceitar apenas parte da ordem incorporada ao título.
Nesse caso, ele se vincularia apenas a parte que ele aceitou.
O Aceite Parcial pode ser: 
Limitativo = ocorre quando o Sacado concorda apenas por parte do valor constante no título.
 ou 
Modificativo = ocorre quando o Sacado concorda com prazo maior do constante no título.
-Mas, quem aceita parte da ordem está recusando a outra parte. Ou seja: o “Aceite Parcial” vem necessariamente acompanhado da “Recusa Parcial”. 
E, qual a consequência da “Recusa Parcial”? O mesmo efeito da “Recusa Total” = a antecipação do vencimento de TODA a obrigação em relação ao Sacador.
-Existe alguma forma do Sacador evitar a antecipação do vencimento, em caso de recusa?
Sim, se o Sacador colocar no título a “CLÁUSULA NÃO-ACEITÁVEL”, que impede a antecipação do vencimento da obrigação em relação ao Sacador.
3) ENDOSSO
*É o ato de transferência do crédito cambiário, constante de um título nominativo, e com a “cláusula à ordem”.
Obs.: Cessão Civil de Crédito = ato de transferência do crédito civil.
ENDOSSANTE ou ENDOSSADOR = quem transfere o crédito.
ENDOSSATÁRIO = quem é beneficiado com a transferência do crédito.
-O Endossante, ao assinar, está reconhecendo a existência e responsabilizando-se pela solvência.
-E se eu quiser transferir o crédito, mas sem me vincular ao cumprimento da obrigação. – Faça uma Cessão Civil de Crédito.
-Ou, mesmo endossando, insira no título uma “CLÁUSULA SEM GARANTIA” = cláusula que desvincula o endossante da responsabilidade pelo cumprimento da obrigação cambial.
*TIPOS DE ENDOSSO:
	-ENDOSSO EM PRETO – identifica o beneficiário;
	-ENDOSSO EM BRANCO – não diz quem é o beneficiário; será beneficiário quem tiver a posse do título. Logo, o “endosso em branco” transforma um “título nominativo” em um “título ao portador”.
	-ENDOSSO PRÓPRIO – é aquele que efetivamente transfere de imediato o crédito cambiário;
	-ENDOSSO IMPRÓPRIO – produz outros efeitos, que não a imediata transferência do crédito cambiário. Subdivide-se em:
ENDOSSO-MANDATO (ou Procuração):
Não transfere o crédito cambiário em si. Transfere apenas os poderes relacionados com o exercício do direito de crédito, tais como, o poder de cobrar (judicial ou extrajudicialmente), o poder de receber pagamento, e o poder de dar quitação.
ENDOSSO-CAUÇÃO (ou Penhor ou Garantia):
É aquele em que o título é dado em garantia para o cumprimento de uma outra obrigação.
Geralmente se tem algum prazo para você resgatar o título e pagar.
Obs.: ENDOSSO PARCIAL – o Direito Brasileiro NÃO admite o Endosso Parcial!!!
	
Obs2.: ENDOSSO CONDICIONAL – é válido, mas a condição é ineficaz.
Então, não importa a condição que você colocar – não irá produzir efeitos; é como se fosse não-escrita. Haverá endosso, independentemente do adimplemento da condição.
4) AVAL
*É o ato de garantia fidejussória do crédito cambiário.
O garantidor de uma obrigação, mediante aval, é o AVALISTA.
E, quem tem sua obrigação garantida é o AVALIZADO. 
Obs.: Fiduciária = garantia pautada na confiança que se tem a um 3o.
*O Avalista é tão devedor quanto o avalizado. 
O avalista é solidariamente responsável pela obrigação do avalizado.
*ATENÇÃO: AVAL X FIANÇA
Semelhanças:
ambas são garantias fiduciárias;
ambas exigem a necessidade de outorga conjugal (qualquer que seja o regime de bens, exceto o regime da separação total de bens).
Diferenças:
Fiança é instituto pertencente ao D. Civil, enquanto o Aval pertence ao D. Cambiário;
Fiança é uma obrigação acessória, enquanto o Aval é uma obrigação autônoma (a eventual nulidade da obrigação principal torna nula a Fiança, mas não o Aval);
Fiança comporta “benefício de ordem”, que NÃO existe no Aval;
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 EXIGIBILIDADE DO TÍTULO DE CRÉDITO
*É o momento dos exercícios do direito que emanam do crédito cambiário.
Obs.1: Os devedores de um título de crédito podem ser divididos em 2 categorias:
DEVEDOR PRINCIPAL: é o ACEITANTE;
COOBRIGADOS: SACADOR e os ENDOSSANTES.
-E o Avalista? Está na mesma categoria do respectivo avalizado!
Obs.2: Qual o requisito de exigibilidade?
Contra o Devedor Principal: é o VENCIMENTO;
Contra os Coobrigados: além do VENCIMENTO, é imprescindível a NEGATIVA DE PAGAMENTO PELO DEVEDOR PRINCIPAL.
Logo, eu preciso comprovar essa negativa de pagamento.
E qual é o instrumento público que comprova essa negativa de pagamento? É o PROTESTO!!!
Obs.3: Eu posso organizar os devedores em “Cadeia”.
1o = Aceitante + Avalista
2o = Sacador + Avalista
3o = Endossantes (em ordem cronológica)
*Entre o Devedor Principal e os Coobrigados existe a “SUBSIDIARIEDADE”.
-Mas, se o protesto for realizado, a barreira da subsidiariedade cai (passam a ser solidários) e eu posso cobrar de qualquer dos devedores. Caso quem tenha sido demandado, surge o direito de regresso a quem está em posição anterior na cadeia, até que se chegue ao Aceitante, que, caso pague, extingue a obrigação de todos.
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*VENCIMENTO
É ato ou fato jurídico, determinado em lei, como necessário para tornar o crédito cambiário exigível.
VENCIMENTO ORDINÁRIO
É o vencimento comum, cotidiano, corriqueiro.
Existem 2 tipos:
A PRAZO
Ocorre com o decurso do tempo.
À VISTA
Ocorre com a apresentação ao devedor do título.
VENCIMENTO EXTRAORDINÁRIO
2.1) 	A recusa do Aceite;
2.2) 	A Falência do Aceitante.
Obs.: “PRAZO” = regra é que prazo NÃO se converte!!!
-O prazo deve ser contado na mesma unidade em que foi estabelecido. 
Se foi estabelecido em dias, deve ser contado dia a dia. Se em mês, deve ser contado mês a mês.
Exceção: Se a unidade de prazo estiver “quebrado” – Ex.: “Meio mês” = 15 dias!
-Se o vencimento cair em dia não útil – deve ser prorrogado para o 1o dia útil subsequente.
“Dia útil” = dia em que há expediente bancário.
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*PAGAMENTO
É a forma natural de extinção das obrigações. É o adimplemento obrigacional. É o cumprimento da obrigação.
Só que, ao realizar o pagamento, o devedor deve se cercar de alguns cuidados. – “Quem paga mal, paga duas vezes”.
-Cautelas específicas do D. Cambiário
A quitação tem de ser dada no próprio título, em razão do princípio da “Literalidade”.
O título tem que ser entregue ao credor, em razão do princípio da “Cartularidade”.
-Temos 3 ESPÉCIES DE PAGAMENTO:
a) PAGAMENTO EXTINTIVO ou LIBERATÓRIO
É o pagamento feito pelo devedor principal.
b) PAGAMENTO RECUPERATÓRIO
É o pagamento realizado por um coobrigado.
Quando o coobrigado faz o pagamento, nasce para ele o direito de recuperar o valor pago.
c) PAGAMENTO POR INTERVENÇÃO
É o pagamento realizado por um 3o, que pode ser: Interessado ou Não.
Interessado – quem pode ter seu patrimônio alcançado em caso de inadimplemento. Ex.: fiador
Não interessado – Ex.: namorado.
A diferença é que o 3o interessado não precisa se preocupar em nome de quem irá realizar o pagamento: se em nome do devedor, ou se em nome próprio, isso porque, nos 2 casos ele terá direito de regresso.
Agora, se o pagamento for feito pelo 3o não interessado, ele terá de se preocupar de realizar o pagamento em nome do devedor. Porque, se fizer em nome próprio, terá ele apenas o direito de “reembolso”, conforme preceitua o Código Civil. (Direito de Reembolso = obrigação natural; não pode ser exigível judicialmente).
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*PROTESTO
É o ato formal para comprovação de 3 situações jurídicas distintas, quais sejam:
Falta de Aceite
Falta de Data do Aceite
Falta de Pagamento.
Falta de Aceite = O Sacador dá a ordem ao Sacado para pagar ao Tomador.
Falta de Data do Aceite: qual a razão e importância da data no Aceite?
Existem alguns títulos, cujo vencimento só será contadoa partir do Aceite.
São os títulos “a certo temo da vista”.
Obs.: O Credor de Boa-fé pode colocar a data. Mas, em uma eventual ação, o devedor irá dizer que a data é inválida. A saída então é: espera passar o prazo de apresentação ao aceite – só que o prazo de apresentação ao aceite é de 1 anos após o saque. Então, posso lançar mão do protesto.
Falta de Pagamento: função de conservar o direito de crédito contra os coobrigados. Mas, só se feito no prazo. O prazo é de 1 dia útil após o vencimento!
Cláusula Sem Despesa ou Sem Protesto – dispensa o protesto para fins de conservação do direito de crédito contra os coobrigados.
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*AÇÃO CAMBIAL
É uma Ação de Execução.
3 Anos a contar do Vencimento Devedor Principal
1 Ano a contar do Protesto Qualquer dos Coobrigados
6 Meses a contar do Pagamento Prazo para exercer o direito de Regresso.
Obs.: Perdi o prazo para propor a Ação de Execução: o que posso fazer?
Ação Monitória (função de restabelecer a executividade do título).
Prazo para Ação Monitória: STJ – prazo de 5 anos a contar do vencimento.
Obs.2: E se Perder a Monitória? Ação Ordinária de Cobrança, com base no fato que deu origem ao título. Os prazos para Ação Ordinária - Arts. 205 e 206, CC.
Essa Ação Ordinária não é mais uma Ação Cambial.
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 ESPÉCIES DE TÍTULOS DE CRÉDITO
As 4 espécies mais importantes são:
LETRA DE CÂMBIO - Lei Uniforme de Genebra – incorporada pelo Decreto 57.663/66
NOTA PROMISSÓRIA - Lei Uniforme de Genebra – incorporada pelo Decreto 57.663/66
CHEQUE – Lei 7.357/85
DUPLICATA – Lei 5.474/68
1) LETRA DE CÂMBIO 
Lei Uniforme de Genebra – incorporada pelo Decreto 57.663/66
Ordem condicional de pagar quantia certa e determinável.
Toda teoria geral estudada foi concebida tendo por base a Letra de Câmbio.
2) NOTA PROMISSÓRIA
As regras aplicáveis à Letra de Câmbio são também aplicáveis às Notas Promissórias, exceto aquelas incompatíveis com sua estrutura.
Nota Promissória é promessa de pagamento.
Obs.: O Aceite é incompatível com a Nota Promissória. (E por conseguinte o Protesto por Falta de Aceite e o Protesto por Falta de Data de Aceite não se aplicam à Nota Promissória).
3) CHEQUE
É uma ordem de pagamento à vista, sacada contra banco, e com base em suficiente provisão de fundos: seja por um depósito prévio do emitente, seja por um contrato prévio de abertura de crédito.
A obrigação do Banco é meramente administrativa. Se tiver fundos ele paga e, se não tiver, não paga.
O Banco não tem obrigação cambial.
Mas atenção: há a possibilidade de pagamento parcial.
Posso chegar ao Banco com um cheque de R$ 10.000,00. Não tem R$ 10.000 de saldo, mas tem R$ 2.500 – posso pegar R$ 2.500,00, dando quitação (eu credor), no título, do pagamento parcial.
Obs.: Art. 171, $ 2o, CP fraude no pagamento do cheque – Emitente, consciente de que não há fundos no momento da emissão – mesmo assim emite o cheque (só se admite na modalidade dolosa; não se admite na modalidade culposa).
Obs.2: “Cheque Pós-Datado”: configura dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. Mas, se for apresentado antes, o banco deve pagar, já que é ordem de pagamento à vista.
-4 MODALIDADES DE CHEQUES:
a) VISADO
Aquele em que o banco lança uma declaração de suficiência de fundos.
O cheque visado foi, aos poucos, sendo substituído pelo cheque administrativo.
b) ADMINISTRATIVO
É emitido pelo Banco, contra ele mesmo.
c) CRUZADO
Aquele em que são opostos 2 traços paralelos no título, com a intenção de facilitar a identificação do beneficiário. 
c.1) Geral ou Em Branco
c.2) Especial ou Em Preto: nesse, eu indico entre os traços o nome do banco em que o cheque deverá ser levado a depósito.
d) PARA SE LEVAR EM CONTA
Nesse cheque, na frente eu faço um cruzamento especial ou em preto. E, no verso eu coloco os dados bancários (agência e conta).
-PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DE CHEQUES:
30 dias – cheque de mesma praça (mesmo Município da agência pagadora);
60 dias – cheque de praças distintas (Município diverso da agência pagadora).
-Se eu perco esse prazo de apresentação para pagamento?
Resultado: acarreta a perda do direito de crédito contra os coobrigados.
-PRAZO PRESCRICIONAL PARA EXECUTAR O CHEQUE
6 meses a contar do final de apresentação para pagamento.
Obs.: A Lei dos cheques ainda prevê uma outra ação: 2 anos – ação de vedação para locupletamento sem causa.
E ainda tem a Ação Monitória.
-SUSTAÇÃO DE CHEQUES
Entre a Emissão e o Prazo de Pagamento (30 ou 60 dias).
Sustação pode ser:
Revogação ou Contraordem (Art. 35): só produz efeitos após encerramento do prazo da apresentação (30 ou 60 dias).
Oposição (Art. 36): já produz efeitos imediatos, após a comunicação.
Obs.: A Revogação só pode ser solicitada pelo Emitente. Enquanto a Oposição pode ser solicitada pelo Emitente ou pelo Portador Legitimado.
4) DUPLICATA
-Criada pelo D. Brasileiro, e hoje regida pela Lei 5.474/68.
A Nota Fiscal Fatura é obrigatória.
A Duplicata é de emissão facultativa.
Lembre-se que a Nota Fiscal Fatura NÃO é título de crédito. É um documento descritivo da quantidade, qualidade e preço dos produtos em negociação.
-A Duplicata é um título CAUSAL, ou seja, só pode ser emitida para representar uma obrigação constante:
a) de compra e venda mercantil;
b) prestação de serviços.
Esses 2 são os únicos motivos que autorizam a emissão de uma Duplicata.
-Apesar de ser Causal, a Duplicata também é título baseado no princípio da Abstração.
-É um título de ACEITE OBRIGATÓRIO (na regra geral, o Aceite é facultativo, ato de livre vontade).
-A Recusa do Aceite, na Duplicata, só poderá ser feita em uma das 3 hipóteses previstas em lei (Art. 8o da Lei 5.474/68):
I – avaria ou não recebimento das mercadorias;
II – vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou quantidade de mercadorias, devidamente comprovados;
III – diferenças nos prazos e preços ajustados.
-Posso exercer os direitos que emanam de uma Duplicata, mesmo SEM o original do título! (Lembre-se que é exceção ao princípio da Cartularidade).
DIREITO FALIMENTAR
*É o ramo do D. Empresarial que estuda a atividade empresarial em crise.
Dessa crise, podemos aplicar 3 institutos:
FALÊNCIA
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
- LEI 11.101/2005 = é a lei que trata, atualmente, do Direito Falimentar.
Essa Lei substituiu o DL 7.661/1945 – que previa apenas 2 institutos: a Falência e a Concordata.
A Falência foi mantida, com profundas alterações.
A Concordata foi substituída pela Recuperação Judicial.
E foi trazida a Recuperação Extrajudicial (que não encontra paralelo no DL anterior).
-O Legislador, na nova lei, apenas sugeriu algumas formas para reestruturação da atividade empresarial. O rol do art. 50 da Lei é exemplificativo.
-Cuidado: A Recuperação NÃO é pressuposto para Falência.
*O núcleo do Processo Falimentar é a “LIQUIDAÇÃO”!
-A Liquidação, nada mais é, que a “realização do ativo, para pagamento do passivo”.
-E o que é “realizar o ativo”? É vender todos os bens pertencentes ao falido.
*Antes da Realização do ATIVO tenho a fase de “Definição do Ativo”;
 Antes da Realização do PASSIVO tenho a fase de “Definição do Passivo”.
*Quando o juiz decreta a falência, ele manda arrecadar todos os bens que estão na posse do falido.
Esses bens, devidamente arrecadados, passam à gestão do administrador judicial.
Ora, bens não pertencentes ao falido podem também ter sido arrecadados.
Nesse caso, cabe ao 3o entrar com “PEDIDO DE RESTITUIÇÃO” (Art. 85, Lei 11.101/2005) ou “EMBARGOS DE TERCEIROS” (Art. 93, Lei 11.101/2005).
*O juiz também manda arrecadar os documentos que estão de posse do falido.
Através desses documentos, o administrador judicial faz a lista de credores.
*Essa lista (relação) é publicada em D.O.
A partir disso, inicia-se prazo de 15 dias para:
HABILITAÇÃO – credores que não foram incluídos;
 ou
DIVERGÊNCIA– credores incluídos de maneira equivocada.
*Vem então uma republicação da Lista
Dessa republicação abre-se prazo de 10 dias para IMPUGNAÇÕES.
*Julgadas as Impugnações, sai a “Lista Definitiva de Credores”.
Obs.: “E quando começa a ‘Liquidação’???”
Vai da sentença que decreta a Falência, até a sentença que encerra a falência.
*Da Sentença Decretatória de Falência – cabe Agravo;
 Da Sentença Denegatória de Falência – cabe Apelação.
*Da Sentença que Encerra a Falência – cabe Apelação.
*REGIME JURÍDICO DO FALIDO E DOS CREDORES DO FALIDO
Quais são os efeitos da Falência para o Falido? E para os Credores do Falido?
1) EM RELAÇÃO AO FALIDO
a) Perda do direito de dispor e administrar os seus próprios bens;
b) Falido não poderá se ausentar do lugar da falência sem autorização judicial;
c) Perda do sigilo de correspondência, quanto à atividade;
d) Falido não poderá praticar os atos da vida civil de caráter estritamente patrimonial.
2) EM RELAÇÃO AOS CREDORES DO FALIDO
a) Formação da “Massa Falida Subjetiva”;
Obs.: Massa Falida Objetiva – conjunto de bens e patrimônio; Subjetiva – conjunto de credores.
b) Suspensão da fluência de juros;
Somente correm juros até a decretação da falência; após a decretação, só correção monetária.
c) Suspensão do curso das Ações do Falido;
d) Antecipação do vencimento de todas as obrigações contrárias ao falido.
*CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS
1) CRÉDITOS COMPENSÁVEIS (Art. 122, LF);
Geralmente quem têm esses créditos são os bancos. Em um banco eu tenho créditos e aplicações financeiras. O Banco compensa!
2) CRÉDITOS TRABALHISTAS ESPECIAIS (Art. 151, LF);
Esses créditos são difíceis de ocorrerem na prática.
Têm que atender a esses requisitos:
-Estritamente salariais
-Limitados a 5 s.m. por credor
-Vencidos nos 3 meses anteriores à decretação da falência
3) CRÉDITOS RESTITUIÇÃO (Art. 85, LF)
4) CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS (Art. 84, LF)
São os créditos de manutenção da falência.
Remuneração do administrador e auxiliares; Despesas com realização do ativo; Custas judiciais; etc.
Obs.: Remuneração do Administrador – regra: 5%
No caso de ME e EPP – 2%.
5) CRÉDITOS CONCURSAIS (Art. 83, LF)
Aqueles créditos que deram origem à falência. Na seguinte ordem:
5.1) Trabalhistas (até 150 s.m.) e Acidentários;
5.2) Créditos com Garantia Real, até o limite do bem gravado;
(Obs.: E o que excede 150 s.m. nos créditos trabalhistas, e excede o limite do bem gravado? Viram créditos “Quirografário”)
5.3) Créditos Tributários
Excetuando-se as multas tributárias, que vão para 7o lugar – “Multas”)
5.4) Créditos com Privilégio Especial
A maioria desses créditos estão no art. 964, CC.
5.5) Créditos com Privilégio Geral
A maioria desses créditos estão no art. 965, CC.
5.6) Quirografários
5.7) Multas
5.8) Subordinados
Créditos dos sócios.
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 RECUPERAÇÃO JUDICIAL
 RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
O devedor vai apresentar um “Plano de Recuperação” aos credores reunidos em Assembleia.
O Plano, só será aprovado se atendido o quórum mínimo de cada classe.
*Na realidade existem 3 classes:
1) CLASSE DE CREDORES TRABALHISTAS
Critério Individual de votação.
2) CLASSE DOS CREDORES COM GARANTIA REAL
Critério Individual e Proporcional de votação.
3) “TODO O RESTO”
Critério Individual e Proporcional de votação.
Na Recup. Judicial quórum mínimo é de 50% + 1
Na Recup. Extrajudicial quórum mínimo é de 60% ou 3/5
Obs.: Quando falo em “Todo o Resto”, alguns créditos ficam de fora:
-Judicial créditos tributários estão fora;
-Extrajudicial créditos tributários e trabalhistas estão fora!
*REQUISITOS PARA RECUPERAÇÃO:
1) JUDICIAL: Art. 48, LF;
2) EXTRAJUDICIAL: Art. 161, LF.
1) JUDICIAL:
a) Exercício Regular da atividade empresarial há pelo menos 2 anos;
b) Não ser falido, e se o foi, estejam declaradas extintas suas obrigações (reabilitado);
c) Não ter, há menos de 5 anos, obtido a concessão da recuperação judicial;
d) Não ter, há menos de 5 anos, obtido a concessão da recuperação judicial especial (ME e EPP);
Obs.: Plano Especial: restringia-se apenas aos créditos quirografários – alterado pela LC 147/2014: atualmente pode abranger quaisquer créditos. O parcelamento só pode até 36 vezes iguais, sucessivas, corrigidas monetariamente e acrescida de jutos de acordo com a SELIC.; e, o prazo máximo para 1o pagamento é de 180 dias da concessão do plano.
e) Não ter sido condenado ou ter como administrador ou sócio, alguém que foi condenado por crimes falimentares.
2) EXTRAJUDICIAL:
Além dos requisitos da Recuperação Judicial (acima), tem que se atender a outros requisitos:
a) Prazo: o empresário não pode ter homologado plano de recuperação extrajudicial, não pode ter obtida concessão de recuperação há menos de 2 anos e também não pode haver plano de recuperação pendente.
Obs.: Judicial
 Judicial – há menos de 5 anos;
 Judicial Especial – há menos de 5 anos (alterado pela LC 147/2014)
Obs.: Não se fala em Extrajudicial. Logo, pode ter obtido uma Extrajudicial e pedir uma Judicial logo após.
Extrajudicial
 Judicial – há menos de 2 anos
 Extrajudicial – há menos de 2 anos
 Não pode haver Plano Recuperacional pendente.

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