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EQUADOR As Veias Abertas da América Latina

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
FACULDADE NACIONAL DE DIREITO 
GRADUAÇÃO 
 
 
 
 
INGRID CAROLINE GRANDINI RODRIGUES (116082948) 
Professora Ilana Aló 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE EXTENSÃO: AS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA 
A construção de um novo Constitucionalismo: Equador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2017 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho visa fazer uma resenha crítica em relação a um dos temas 
expostos no Grupo de Extensão: As Veias Abertas da América Latina. A palestra escolhida 
para ser abordada foi ministrada pela Professora Ilana Aló, “A construção de um novo 
Constitucionalismo: Equador”, a qual, após uma exposição de motivos, concluímos que o 
Equador, atualmente, tem aquilo que chamamos de hiperpresidencialismo e coloca em 
conforto o poder do presidente com a sua, teórica, Constituição democrática do, também 
teórico, novo constitucionalismo latino-americano. 
 
 
 
Palavras-chave: Novo constitucionalismo latino-americano. Equador. Poder da 
Mídia 
Área do conhecimento:​ Direito (2017) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
RESUMO 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO 
PALESTRA 
CONCLUSÃO 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho visa fazer uma análise crítica sobre o novo constitucionalismo 
latino americano existente no Equador. Tal assunto foi abordado pelo Curso de Extensão: 
Veias Abertas da América Latina em palestra ministrada por Ilana Aló, professora da 
Universidade Federal do Rio de Janeiro, dia 30 de outubro de 2017 no campus de ciências 
jurídicas e sociais, Faculdade Nacional de Direito - UFRJ. 
O assunto foi tema da professora em sua defesa de dissertação de mestrado 
defendida em março de 2013 na Universidade Federal Fluminense que trouxe a democracia 
equatoriana: “da promessa teórica e dogmática à experiência do poder no Equador”. 
O Curso de Extensão, de modo geral, é baseado no livro de Eduardo Galdeano, 
“Las venas abiertas de América Latina”, e tem um enfoque interdisciplinar apesar de estar 
inserido na Faculdade de Direito da UFRJ. O objetivo dos nossos encontros foram elucidar as 
transformações ocorridas na América Latina que busca emancipação a partir da história, da 
política, do direito e da literatura. Segundo a professora Ilana: 
 
“Vamos entender emancipação como a luta por uma ruptura concreta com a 
assimétrica dependência externa e uma transformação das estruturas internas 
legado de anos de repressão e dominação. Essa busca levou a tentativa de uma 
construção de uma identidade nacional enquanto os anseios por liberdade 
consolidaram os ideais latinos em independência, república e, posteriormente, 
democracia. Nesse sentido, a identidade como destino leva a compreensão das 
três dimensões do nosso ser histórico: passado, presente e futuro. Mas, como 
nossa complexa diversidade externa e interna não nos permite um caminho 
comum, vamos contar desde os distintos atores como conjunturas que foram 
transformadas e como o conceito de emancipação foi sendo modificado no 
tempo e no espaço”. 
 
A minha ideia original para com a resenha de uma das palestras era em relação a 
sessão 3, “Euclides da Cunha e as revoluções”, ministrada pela Professora Laís Peres, mestre 
em Literatura Brasileira pela UFRJ. Isso porque tento vincular a minha graduação em Direito 
nesta universidade às artes. Todavia, creio que os problemas de força maior ocorridos no dia 
da palestra tenham prejudicado um pouco o meu aprendizado sobre o tema. Dessa forma, e 
vendo a minha maior afinidade com a Professora Ilana, optei por escolher esta palestra. 
 
PALESTRA 
 
A palestra abordada neste trabalho abordou o ex-governo do Equador nas mãos do 
então presidente Rafael Correa Delgado cuja posição manteve de 15 de janeiro de 2007 até 24 
de maio de 2017. Sua eleição, no ano de 2006, foi como candidato do movimento Alianza 
País e em seu primeiro ano de mandato consultou a população equatoriana sobre a 
promulgação ou não de uma nova Constituição para o País , criando-se, então, uma 1
assembléia constituinte. A referida Carta Maior foi promulgada em 2008 e acabou por ordenar 
novas eleições. É dessa forma que Rafael Correa inicia seu segundo mandato, seguindo em 
2013 para o terceiro mandato, somando, à frente da Presidência da República do Equador, 10 
anos. 
O novo constitucionalismo latino-americano que embasa a Constituição 
Equatoriana de 2009 tem uma vertente popular, visando a participação cidadã a fim de 
inclusão das minorias visando a conquista da pluralidade jurídica e da interculturalidade - 
revolução ​desde abajo. ​De acordo com a palestrante, a mudança de paradigma ocorrida é 2
complexa devido à existência um modelo historicamente marcado por uma visão eurocêntrica, 
não desconsiderando que a mudança envolve, também, as instituições políticas e jurídicas. 
Porém essa revolução cidadã, a promessa do poder nas mãos do povo, vai de 
encontro com o Poder Executivo cada vez mais centralizado (hiperpresidencialismo ou 3
hipertrofia do poder executivo). Visto isso, nos é apresentada uma Constituição com ideal 
quase utópico, afinal, a Carta foi constituída como reação ao liberalismo constitucional e, por 
isso, tem em seu texto aquilo que “pressupõe a sujeição dos poderes públicos ao ordenamento 
jurídico ampliado do Estado para um Estado de direitos e garantias”. 4
Todavia, esse texto constitucional é dependente de tempo hábil para conseguir sua 
efetivação na sociedade, afinal é somado à instabilidade político-institucional que assombra o 
1 O candidato esteve a frente da revolução cidadã a favor da mudança Constitucional. 
2 Recebe esse nome pois vai de encontro com outras revoluções anteriores que possuíam cunho 
elitista. 
3 Considera-se o modelo presidencial do Equador como ​sui generis​, pois o presidente concentra as 
funções de chefe de Estado e chefe de Governo, é eleito pelo voto popular, tem um mandato presidencial sujeito 
a tempo fixo e a destituição do mandato de ministros pode ser realizada livremente pelo presidente. 
4 ALÓ, Ilana. 2013. p.3 
 
Equador ao longo da sua história, isso porque suas constituições não possuem caráter 
duradouro sendo substituídas em pouco tempo. 
É necessário, então, para que se mantenha um poder executivo forte debilitar em 
excesso os partidos políticos para manter um partido hegemônico, conduzir a economia com 
recursos - no caso equatoriano - vindos do petróleo e converter as forças armadas em 
militantes desse projeto. 
 
Voltando ao hiperpresidencialismo existente no Equador e garantido pela própria 
Constituição do País, a palestrante indicou que Ramiro Ávila Santamaria atribui certas 
características a este poder exacerbado do poder executivo equatoriano: dissolução de 
assembleia, competência legislativa e expedição de decretos-lei, competência regulamentar, 
elaboração de projetos de urgência, iniciativa para convocar referendose reformar normas 
jurídicas sem contar com aprovação do parlamento, convocar consulta popular para reforma 
da constituição, pode votar todos os projetos de lei provenientes do parlamento, aprovar o 
plano nacional de desenvolvimento, formular o orçamento geral do Estado, faculdade na 
política monetária, creditícia e bancária além de poder decidir sobre a exploração excepcional 
em áreas protegidas. Posto isso, temos que esse super presidencialismo pode acarretar em 5
desvio de democracia, também trazida pela Constituição. 
É por isso que temos, hoje, no Equador, aquilo que podemos chamar de 
reconfiguração do domínio de classes com domínio novo da burguesia emergente gerando um 
desenvolvimento capitalista pós-liberal o que afasta a ideia inicial de revolução/socialismo do 
século XXI - como era previsto na ideia da última revolução constitucional equatoriana da 
qual fazia parte o ex-presidente Rafael Correa. 
 
Completando o discurso, não pode-se deixar passar a relação estreia que o 
governo mantém com os meios de comunicação privados, afinal o jornalismo tem, em 
quaisquer países, o dever do questionamento e investigação, e foi através dele que o novo 
regime inserido pela Constituição de 2009 e o seu processo constituinte foram questionados 
em sua formação. Não apenas isso, mas também esteve presente nas políticas sociais e 
econômicas realizadas pelo governo. Segundo Ilana, o setor “se converteu em um ator 
ideológico e político”. 
5 ALÓ, Ilana. 2013. p.8 
 
Todavia, o governo em questão criou um sistema estatal de meios de comunicação 
que incluem TV, rádio e jornal. É exatamente essa estatização dos meios de comunicação que 
podem vir a ameaçar as liberdades, principalmente a de imprensa, cerceando, de certa forma, 
o poder de fiscal e protetor da democracia concedido ao setor midiático. 
 
“Às liberdades de imprensa que paulatinamente diminuem pode-se 
acrescentar as fortes críticas presidenciais a esta em meios de comunicação. 
Além de fazê-lo em seu programa semanal, em suas entrevistas e aportes, o 
presidente refere-se a imprensa privada de maneira a desqualificá-la perante 
os cidadãos. A entrevista que este concede ao jornal El País é um exemplo 
claro onde se cogita a ideia de inclusive a imprensa ser uma função do Estado. 
(trecho da entrevista)”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
A fim de encerrar essa resenha, podemos concluir ao fim da palestra que o novo 
constitucionalismo latino-americano nada mais é do que uma releitura do já conhecido 
constitucionalismo, como variações de uma mesma teoria que é contada de forma diferente 
para fazer brilhar os olhos daqueles que as escutam. Não sendo tão radical no ponto de vista 
exposto, podemos chegar a definir que esse novo constitucionalismo da américa latina não é 
de tudo igual ao velho constitucionalismo, existem suas diferenças, mas também guardam 
semelhanças. 
A grande novidade é a aproximação da população àquele que é o titular do poder - 
do presidente - a famosa e aclamada democracia participativa. Além disso, temos uma 
Constituição repleta de garantias fundamentais e um governo garantidor de políticas sociais a 
fim da inclusão das minorias. 
Historicamente, temos que o único modo de concretizar uma revolução é com a 
participação do povo, e nisso o Equador seguiu à risca com o surgimento da ​desde abajo 
(desde baixo - em uma tradução literal), indicando que a revolução começa com as classes 
mais baixas. 
Além disso, temos que a democracia é um conceito ainda em aberto e que está em 
constante construção, destacando que não basta que tenhamos medidas decretadas para o seu 
exercício, é necessário que tenhamos tempo necessário e instrumentos eficazes para que ela 
seja conquistada e exercida, inclusive, em suas especificidades, pois trata-se de mudança 
profunda para a sociedade. 
Sendo assim é necessário que existam mecanismos constitucionais fortes que 
efetivem esse encontro entre a vontade popular e o presidencialismo e o torne duradouro. Sem 
essa congruência a democracia torna-se apenas uma teoria sem efetivação. 
Outro ponto é que o presidencialismo ​sui generis presente no governo equatoriano 
apresenta características que o diferencia dos demais estilos de presidencialismo. Temos um 
fortalecimento, exacerbado, do poder executivo que tudo pode contrapondo a ideia de 
democracia tão desejada, indo, dessa forma, de encontro com o idealismo constitucional do 
País, afinal, o presidente tem o poder de tomar decisões sem a aprovação do parlamento (este 
sendo a voz do povo no governo). 
 
Encontramos no Equador esse desacordo entre participação popular e 
hiperpresidencialismo, afinal temos uma democracia pautada em regras autoritárias, nas quais 
podemos incluir os meios de comunicação estatais. 
A mídia é muitas vezes considerada um quarto poder vigente (Executivo, 
Legislativo, Judiciário e Midiático), já que ele serve para, dentre outras coisas, expor aquilo 
que deseja-se esconder, e, sendo assim, teria o presidente o controle de dois poderes: 
Executivo e Midiático. Durkheim se posiciona em relação a isso dizendo que a mídia é uma 6
“força social” que influencia, estipula tendência e direciona os cidadãos de acordo com a 
vontade dela própria. É, então, um meio de pressão utilizado para que os governantes 
coloquem em prática aquelas promessas não efetivadas e colocar o público a par das 
negligências do governo e os sucessos políticos. 
O jornalista é tido como guarda da sociedade e possibilita que sejam formadas 
opiniões sobre o atual contexto em que vive uma sociedade. Mas, tendo como base a 
existência de TV, rádio e jornal estatais que atinge as massas, temos que o presidente 
equatoriano influencia diretamente a sua população. 
 
Por fim, podemos destacar que apesar de deficitária, essas mudanças 
constitucionais presentes no Equador e em toda a América Latina são importantes e relevantes 
para a história dessa porção do continente. Desde a interculturalidade e a pluralidade jurídica 
que vem sendo instaurada até a inclusão das minorias. É necessário, acima de tudo, que torne 
e Constituição forte, estável e duradoura, para que as garantias e direitos fundamentais sejam 
efetivados e garantidos, apesar da existência do presidencialismo exacerbado. 
 
 
 
 
 
 
 
6 No caso equatoriano, podemos dizer que três poderes: executivo, legislativo e midiático. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BARBOSA, Luana. FERREIRA, Hugo. “​O Jornalismo Político” ​. 2010. Disponível em: 
http://jornalismoespecializado.blogs.sapo.pt/16959.html​ Acessado em: 01.12.2017 
 
ALÓ, Ilana​. O NOVO CONSTITUCIONALISMO LATINO AMERICANO - 
Democracia: da promessa teórica e dogmática à experiência do poder no Equador. 
Dissertação de Mestrado. Universidade Federal Fluminense - PPGDC/UFF. Rio de Janeiro. 
2013

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