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ONU aprova por unanimidade novas sanções ao Irã Os 15 membros do Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovaram por unanimidade na tarde deste sábado novas sanções ao Irã pela manutenção de seu programa nuclear. O novo pacote de sanções (resolução 1747), que tem como objetivo coibir o enriquecimento de urânio do Irã, foca a exportação de armas, as ações do banco estatal Sepah e o comando de elite da Guarda Revolucionária do país. A votação não contou com a presença do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que defende o caráter pacífico de seu programa nuclear, alegando que as autoridades americanas demoraram intencionalmente na entrega de vistos para sua delegação. Os dois países muçulmanos do CS, Indonésia e Qatar, uniram-se ao consenso sem deixar de expressar certas reservas. "Nós nos sentimos profundamente entristecidos pelo conselho ter sido obrigado a adotar a resolução", afirmou o embaixador do Qatar, Nassir Abdulaziz Al Nasser, manifestando seu temor quanto às "prováveis conseqüências", devido à "volátil situação" na região. Sanções Os principais países que redigiram o texto da nova resolução --EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha-- chegaram a um acordo nesta sexta-feira. Para conseguir o apoio da África do Sul, da Indonésia e do Qatar (que ocupam cadeiras rotativas do CS da ONU), foi discutida no texto a importância de um Oriente Médio livre de armas de destruição em massa e destacado o papel da Aiea (Agência Internacional de Energia Atômica). As negociações foram intensas para que uma votação unânime fosse alcançada. As novas medidas são um incremento das sanções decididas em 23 de dezembro de 2006, que baniam o comércio de materiais nucleares e mísseis balísticos com o Irã, além do congelamento de bens de indivíduos e instituições ligados ao programa nuclear iraniano. Segundo a Aiea, o Irã não apenas desobedeceu as exigências da ONU contidas na resolução anterior como ainda expandiu seu programa de enriquecimento de urânio. Apesar de a comunidade internacional acusar o país de visar à obtenção de armas nucleares, a Aiea nunca conseguiu definir categoricamente o objetivo do programa iraniano. Especula-se que a resolução de hoje afete a economia iraniana, mas deixe intocada a indústria do petróleo do país --entre as cinco maiores do mundo. O embargo inclui todas as armas convencionais que o Irã pode vender e congela os bens internacionais do Banco Sepah (o que os EUA já fizeram), isolando a instituição de financiamentos internacionais. Visita cancelada Na última sexta-feira, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, cancelou uma esperada visita a Nova York, onde ele deveria se dirigir aos membros do CS da ONU antes da votação das novas sanções hoje. Segundo membros do governo iraniano, a visita foi cancelada devido ao atraso --que acusam de proposital-- na entrega dos vistos de entrada nos Estados Unidos aos membros da delegação persa. Mary Altaffer/AP Embaixadores da ONU durante reunião do Conselho de Segurança neste sábado 12.mar.2007/Reuters Em seu lugar, é aguardado o ministro do Exterior iraniano, Manouchehr Mottaki, que deverá defender frente aos membros do conselho o enriquecimento de urânio de Teerã. O Irã afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos e visa a obtenção de energia. O ministro iraniano provavelmente fará propostas para o conselho que incluem uma sugestão anterior de que os europeus invistam no programa nuclear do país através de um consórcio sob o controle da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Negociadores europeus rejeitaram a idéia em outras ocasiões porque ela daria ao Irã controle de uma produção de combustível nuclear potencialmente perigosa. Detidos O Irã insistiu neste sábado que os 15 marinheiros britânicos capturados ontem no golfo Pérsico entraram ilegalmente em águas iranianas. Os detidos foram levados para a capital do país, Teerã, onde teriam supostamente confessado a "violação" das águas iranianas no que o Irã classificou de "agressão clara". Os oito marinheiros da Marinha Real e os sete fuzileiros navais detidos haviam acabado de checar um navio mercante quando foram interceptados por navios iranianos nesta sexta-feira, por volta das 10h30 locais (4h30 de Brasília), segundo oficiais americanos e britânicos. Os iranianos teriam cercado os britânicos e os escoltado até o Irã sob a mira de armas. A agência de notícias iraniana Fars afirmou que os 15 britânicos foram transferidos para Teerã para "explicarem sua ação agressiva". A agência disse ainda que entre os detidos há mulheres. No Reino Unido, oficiais confirmaram que ao menos uma mulher está entre os capturados. Confissão Segundo o general Alireza Afshar, um alto oficial iraniano, citado pela agência semi-oficial Fars, os britânicos "confessaram" a violação. Os militares detidos "estão sendo interrogados e confessaram ter violado as águas territoriais da República Islâmica", disse Afshar, encarregado das relações públicas do Estado Maior do exército iraniano. "Temos provas que demonstram que foram detidos em águas nossas. Eles mesmos o confessaram e admitiram ter cometido um erro", declarou, paralelamente, à emissora de televisão iraniana Al Alam. Mahmoud Ahmadinejad cancelou sua visita à reunião do CS da ONU em Nova York
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