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RESUMO DE HISTÓRIA QUARTA (PP)---República Velha
República da Espada
1) INTRODUÇÃO
A república recém nascida era frágil e temia-se um contra - golpe monárquico. Portanto nada melhor que um governo forte, militar, para proteger o regime nos seus primeiros anos. Chamamos de república da espada a esse período da história do Brasil, marcado pelos governos militares.
Primeiramente foi estabelecido um governo provisório sob o comando do Mal. Deodoro da Fonseca.
As diferenças políticas dos membros da cúpula republicana, seria a causa das futuras divergências que comprometeriam o governo Deodoro.
Podemos identificar claramente a existência de três projetos de republica:
projeto dos cafeicultores: queriam uma república liberal. Um meio através do qual os interesses e lucros seriam maximizados, ou seja, colocar o estado a serviço deles. Um governo descentralizado.
projeto positivista(seguida pelo exército): O progresso deveria ser alcançado a qualquer custo, mas sempre dentro da ordem, daí o papel do estado como seu promotor. A ideia de um governo forte, excessivamente centralizado, uma verdadeira “ditadura republicana”.
projeto jacobino: usaram como referencia – ainda que exagerada – o radicalismo jacobino da revolução francesa(1789). Esse projeto era defendido por setores da classe média (médicos, advogados e professores), queriam uma republica igualitária, e mais participação popular na administração publica.
2) O GOVERNO PROVISÓRIO DE DEODORO
O primeiro governo da recém-instalada república apresentou um caráter provisório, ou seja, foi estabelecido para resolver os primeiros e mais urgentes problemas criados pela proclamação.
Deodoro era um oficial com longa experiência remontando à guerra do Paraguai, e carregou para a presidência um excessivo autoritarismo. Essa característica acabou dificultando articulações políticas e inviabilizando a busca de algum consenso com o grupo dos cafeicultores.
Mesmo assim, Deodoro implementou as primeiras e mais urgentes medidas, destacando-se:
grande naturalização: ofereceu cidadania brasileira a todos os estrangeiros residentes no Brasil.
separação entre igreja e estado: Boa parte dos imigrantes eram protestantes, e não tinham liberdade de culto (somente particular), pois a religião oficial era a católica. Os cafeicultores apoiavam essa medida, pois objetivavam uma maior vinda de imigrantes.
convocação de uma Assembleia Constituinte: as eleições para a Assembleia Constituinte seriam realizadas em setembro de 1890.
O encilhamento: Rui Barbosa foi nomeado para o ministério da fazenda, ele tinha o ideal de desenvolver a indústria no país. Segundo ele era necessário maior aplicação de recursos na indústria, e acreditava que a libertação dos escravos, e a entrada de muitos imigrantes no Brasil levavam à expansão do trabalho assalariado, gerando forte demanda por moeda.
Assim sendo, o ministro concedeu a alguns bancos privados o direito de emitir papel moeda. Ao mesmo tempo criou leis facilitando o estabelecimento de sociedades anônimas, isto é, empresas de capital aberto com ações na bolsa de valores. Muitas pessoas começaram a comprar muitas ações, contudo não sabiam que muitas das novas empresas, na verdade, não existiam.
A febre especulativa do período ficou conhecida como ENCILHAMENTO e marcou os primeiros anos da república, inclusive com o desencadeamento de violento processo inflacionário, resultado das grandes emissões de papel-moeda sem lastro.
As eleições para a Assembleia Constituinte foram realizadas em setembro de 1890, mas a essa altura, já existia um projeto de constituição previamente redigido, e tal constituição foi promulgada em fevereiro de 1891, segundo ela:
Estabelecia-se a existência do “voto universal masculino”, estando excluídos do jogo eleitoral mulheres, analfabetos (lembrando que 80% da população eram analfabetas), mendigos, menores de 21 anos, padres e soldados. O voto seria aberto (não era secreto).
Procedia-se à divisão dos três poderes independentes entre si.
Estados com bastante autonomia (Republica federativa), da maneira como queriam os cafeicultores.
A primeira eleição seria indireta, o presidente e o vice-presidente seriam escolhidos pelos deputados e senadores.
As elites civis criticavam, no entanto, os efeitos desastrosos da política econômica do governo. 
Nas disposições transitórias da constituição de 1891 ficava determinado que o primeiro presidente da república após a promulgação da constituição, excepcionalmente, não seria eleito pelo voto universal, mas pela Assembleia Constituinte. E, efetivamente, em março de 1891, por 129 votos contra 97, Deodoro da Fonseca se transformou no primeiro presidente constitucional da república brasileira. 
3) O GOVERNO CONSTITUCIONAL DE DEODORO (1891)
As tendências autoritária de Deodoro ainda permaneciam, mas agora o presidente deveria submeter sua vontade à um congresso controlado pelos cafeicultores. Os choques entre presidente e congresso tornaram-se, então, inevitáveis, acrescentando à crise econômica a primeira grande crise política republicana.
Então senado aprovou a Lei de Responsabilidades que reduzia as atribuições do presidente.
Na manha de 3 de novembro de 1891, o presidente decretou estado de sitio, fechou o congresso e prendeu vários políticos da oposição.
A oposição se preparou para reagir, e no dia 23 de novembro o almirante Custódio de Melo colocou-se no comando dos navios atracados na baia de Guanabara e apontou os canhões para a cidade, ameaçando o bombardeiro e exigindo a renuncia de Deodoro. Diante das crescentes pressões, Deodoro recua e renuncia.
4) O Governo Floriano (1891-1894)
Floriano assumiu um país politicamente convulsionado.
Como primeiras medidas o congresso foi restabelecido e o estado de sitio suspenso. Os governadores que apoiaram o golpe de Deodoro foram substituídos por partidários de Floriano.
Floriano congelou os aluguéis, iniciou um projeto de construção de casas populares e demolição de cortiços. Além disso, controlou os preços dos produtos de primeira necessidade.
Em abril de 1892, houve o Manifesto dos Treze Generais. No qual, treze generais do exército assinaram um manifesto contrario a Floriano, pedindo seu afastamento e a realização de eleições.
Essas manifestações apoiaram-se no argumento de que o governo de Floriano era inconstitucional. Pois segundo a constituição: “se no caso de vaga por qualquer causa da presidência ou da vice-presidência, não houverem decorridos dois anos do período presidencial, proceder-se-á novas eleições” (lembrando que Deodoro ficou apenas 9 meses no poder). Floriano rejeitava essa tese e contra-argumentava lembrando que o primeiro governo da republica foi eleito por voto indireto e não por sufrágio universal, e dizia que ele havia sido eleito para um mandato de 4 anos.
A reação do presidente foi pronta e dura, porém estritamente dentro da lei. Os oficiais envolvidos foram afastados e presos, conforme previsto no Código Militar para casos de insubordinação.
A Revolução Federalista(2/1893-8/1895)- foi uma disputa pelo poder entre as oligarquias gaúchas. De um lado os federalistas (maragatos) liderados por Silveira Martins, e do outro os republicanos (pica-paus) liderados pelo governador do rio grande do sul, Júlio de Castilhos, e defendidos pelo presidente Floriano. 
5) A Revolta da Armada
Causas: a marinha tinha muitas rivalidades com o exército. Este tinha sua oficialidade formada por pessoas da classe média, já na marinha os oficiais geralmente eram de famílias monarquistas e aristocráticas. Mas a principal causa foram as ambições políticas de Custódio de Melo que ambicionava muito ser o próximo presidente da republica.
Custódio de Melo se aproxima muito de Floriano, pois as eleições estavam chegando e ele queria ser o candidato indicado pelo atual presidente. Nesse ínterim Wanderkolk sequestra um navio, e tenta fazer um levante contra Floriano, então se dirige para o Rio Grande do Sul, esperando receber apoio dos federalistas, contudo ele não consegue esse apoio e acabasendo preso, e levado para a fortaleza de Santa Cruz (unidade do exército). Isso foi visto como uma afronta à Marinha, pois ele deveria ser preso em uma unidade da marinha.
Com isso os oficiais da marinha queriam articular um golpe, e pediram a ajuda de Custódio de Melo, o qual não concordou, pois esperava ser indicado como candidato à presidência. Contudo a escolha recaiu sobre Prudente de Morais.
Assim custódio de Melo resolve repetir o feito de 1891 (feito com o governo de Deodoro), e aponta os canhões para a Baía de Guanabara e exigi a renuncia de Floriano, que ao contrario de Deodoro, resistiu.
Iniciam-se então os bombardeios entre os navios e a cidade do RJ, o que acaba provocando graves sacrifícios para a população civil, milhares de pessoas fugiram das cidades.
Custódio de Melo manda um navio para o Sul para fazer contato com os federalistas que lutavam contra Floriano. Chegando até a estabelecer um governo rebelde na cidade de Desterro em Santa Catarina.
Até então Saldanha da Gama que estava neutro, entra na revolta, pois tinha chegado no RJ uma poderosa esquadra americana, a qual ele pensava que viria a dar apoio à Floriano.
Saldanha da Gama assume o comando da revolta, enquanto Custódio de Melo navega para Santa Catarina. Nisso Saldanha percebe a necessidade de uma base em terra, e desembarca em Niterói, porém não consegue sustentar a posição, pois o exército, em um combate corpo a corpo, faz com que ele e seu pessoal recuem.
Floriano adquire navios de guerra (formando uma esquadra) no exterior, os quais se reúnem em Recife, e no dia 10 de março de 1894 fundeiam no RJ. Essa esquadra foi apelidada pelos rebeldes de “esquadra de papelão”. Foi exigida a rendição em 48 horas (iniciando às 12 horas do dia 13 de março). Saldanha buscou abrigo em dois navios portugueses, Floriano pensou que esses navios iriam para a Europa, porém seguiram para a Argentina, e de lá os rebeldes partiram para o Rio Grande do Sul, de onde retornaram a luta contra o governo.
Em abril com o bombardeamento do navio aquidabã na baia de Desterro, e um massacre violento contra os rebeldes, acaba a revolta.
As consequências foram: finanças nacionais arrasadas, elites cafeiculturas fortalecidas para assumir o poder.
A Popularidade do Mal. Floriano chegou ao auge. Surge uma nova ideologia: o jacobinismo florianista, de forte mobilização popular.
O mandato do Presidente Floriano chegou ao fim, sendo eleito o cafeicultor Prudente de Morais, dando início a República Oligárquica que durou até 1930.
É importante lembrar que havia algumas pessoas (abutres políticos) que queriam dar um golpe para que Floriano ficasse no poder, mas ele disse que seu mandato era de apenas 4 nos e que sua missão já havia sido cumprida, e para evitar convergências nem chegou a comparecer na posse de prudente de Morais.
REPÚBLICA OLIGARQUICA
1) introdução
A chegada à presidência de Prudente de Morais, representou a vitória de um projeto político liberal e de um projeto econômico agroexportador. Os cafeicultores queriam colocar o estado a serviço deles.
2) Oligarquia e Coronelismo
Oligarquia é o governo de poucas pessoas de um mesmo grupo. E as oligarquias estaduais controlavam a republica.
Coronelismo o termo coronel surge no período regencial, quando foi criada a guarda nacional. O comando da guarda nacional em cada município cabia ao CORONEL, patente geralmente vendida pelo governo aos grandes fazendeiros. Coronelismo é o poder exercido por esses coronéis sobre parcelas do eleitorado, com o objetivo de eleger os candidatos por eles indicados. 
3) O Sistema Político
O sistema político tinha como base de sustentação as oligarquias estaduais e os coronéis. O coronel abava controlando o eleitorado da região onde ele estabelecia seu poder, principalmente porque possuía muitos afilhados, doava pedaços de terra, dava empregos, conseguia hospital para as pessoas, e etc. Desta maneira o coronel conseguia votos para os candidatos, e esses faziam as coisas que os coronéis precisam, por exemplo, quando os coronéis precisavam de uma estrada eles construíam.
Este sistema controlado de votos era chamado de “voto de cabresto” e as regiões comandadas por estes coronéis era chamada de “curral eleitoral”.
São Paulo e Minas Gerais eram os estados mais populosos e poderosos e por isso entenderam que tinham que se organizar e ter o controle político do Brasil, criaram assim a chamada “Política do Café com Leite” na qual suas elites deveriam alternar-se na presidência da República.
O segundo presidente civil Campos Sales(1898-1902), além de ser adepto da política do “café com leite” arquitetou um plano chamado por ele de Política dos Estados, mas que ficou conhecido como “Política dos Governadores”. Esse plano se baseava na política de compromissos, na qual o presidente da republica dava apoio aos governadores, em troca de que estes conseguissem votos para eleger os deputados e senadores indicados pelo presidente. Para conseguir esses votos os governadores faziam diversas coisas pedidas pelos coronéis, como por exemplo a construção de alguma estrada ou ponte, e em troca estes coronéis conseguiam os votos para os deputados e senadores indicados pelo presidente.
Um dos mecanismos dessa política foi a Comissão de Verificação dos Poderes. Esta era composta por 5 membros escolhidos pelo presidente, e esses membros diziam se os deputados e senadores eleitos iriam poder tomar posse ou não. Na verdade foi uma medida criada para não deixar um deputado ou um senador de oposição ao presidente assumir o poder.
Na presidência do Mal. Hermes da Fonseca (1910-1914) foi implantada a Política das Salvações, que foi uma sistemática intervenção nos estados, com o objetivo de derrubar as oligarquias. Contudo ele acabou apenas trocando as oligarquias pelas que eram à favor dele, em alguns estados nem mesmo chegou a trocar, e em poucos derrubou oligarquias.
4) A economia na república velha
A principal característica da economia foi a exportação de produtos primários. Principalmente a borracha e o café, que chegou a atingir 64% das exportações.
O ciclo da borracha durou de fins do século XIX até aproximadamente 1918. A extração e exportação em larga escala da borracha surgiram justamente por esse produto ser fundamental para a próspera indústria de pneumáticos e, logo também, para a de automóveis.
Descobriram que a borracha é extraída da seringueira, sendo a bacia do amazonas a maior reserva natural da árvore. As pessoas que trabalhavam na extração do látex eram muitas vezes emigrantes nordestinos fugindo da seca. A forma de se extrair o látex era muito difícil.
O declínio do ciclo da borracha começou em 1910, e em 1918 as exportações do produto eram insignificantes no quadro das exportações brasileiras. O motivo para o declínio foi o fato de os ingleses terem pegado mudas de seringueira no Brasil para cultivá-las em uma colônia oriental (Malásia), e assim acabaram tomando conta do mercado.
A economia brasileira estava em uma situação bastante complicada, grande déficit orçamentário, inflação muito alta. 
Então, Campos Sales, antes mesmo de tomar posse do cargo de presidente, vai com o futuro ministro da fazenda à Europa para negociar um empréstimo (O “Funding-loan”), objetivando assim solucionar o problema do déficit orçamentário. Esse empréstimo era de um valor de 10 milhões de libras esterlinas.
O presidente Campos Sales, promoveu um importante saneamento financeiro, que consistia, num primeiro momento, no combate ao déficit publico. Nesse sentido realizou um corte radical nos gastos do governo, paralisou quase que totalmente as obras públicas, aumentou a arrecadação de impostos e restringiu o crédito. Obteve-se assim o equilíbrio orçamentário, mas teve como consequência o fechamento de muitas empresas e o aumento do desemprego. Além disso, o governo diminuiu a impressão de papel moeda, e promoveu a eliminação física do mesmo (queimou dinheiro), com resultados óbvios na queda da alta inflação, que diminuiu tanto que chegou a uma deflação (inflaçãonegativa).
A crise do café a partir de 1895 o preço do café começou a cair, principalmente devido a concorrência e a superprodução (produzia-se mais do que as pessoas consumiam).
A saída encontrada pelos cafeicultores foi o estabelecimento de uma política de valorização do café. O método mais comum era o governo desvalorizar a moeda, mas não resolvia a situação, pois a Colômbia (principal concorrente) continuava produzindo café e permanecia a superprodução do produto.
Então, em 1906, foi adotado o chamado Convênio de Taubaté. Os governadores dos três principais estados produtores (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro) concordaram em comprar o excedente da produção cafeeira, estocando-o. Esses estoques seriam vendidos no mercado internacional conforme surgisse a demanda e os preços subissem.
Os primeiros resultados foram encorajadores, obtendo-se a tão esperada valorização do café. No entanto ocorreram graves consequências na economia, pois para comprar o excedente da produção de café dos fazendeiros foi necessária a realização de um grande empréstimo externo. Além disso, caso a demanda internacional não fosse suficiente, os estoques excedentes seriam destruídos, causando prejuízos, não para os cafeicultores, pois já haviam recebido pela venda do café, mas para o governo, que havia bancado a compra da produção. Prejuízo para o governo é sinônimo de prejuízo para a sociedade: é a socialização das dividas.
Como vimos, esse conjunto de medidas foi adotado pelos governadores de SP, MG e RJ. O convenio de Taubaté chegou a ser proposto para o governo federal, mas foi repudiado, em 1906, pelo então presidente Rodrigues Alves. No entanto, o presidente empossado no mesmo ano, o mineiro Afonso Pena, adotou a política de valorização do café, assim como todos os seus sucessores, pelo menos até Artur Bernardes.
INDUSTRIALIZAÇÃO Apesar das dificuldades a industrialização teve avanços importantes na República Velha, os cafeicultores começaram a utilizar o lucro do café para investirem na indústria.
Ocorreu a Substituição das Importações: com a alta dos preços dos produtos importados, devido à desvalorização da moeda, capitais originados das exportações do café, impulsionaram a produção industrial. A Primeira Guerra Mundial também muito contribuiu para a expansão da produção industrial, pois a Europa começou a desviar sua produção para a indústria de guerra, assim o Brasil teve dificuldades nas importações e começou a serem criadas industrias simples (sabão, vela e etc.).
CONFLITOS SOCIAIS NA REPÚBLICA VELHA
INTRODUÇÃO
Mesmo Com o advento da república, a situação do povo não mudou em nada. No campo permaneceu a concentração fundiária, o trabalhador sem direito a terras, muitas vezes famílias de camponeses que ocupavam algumas terras há gerações, ou eram expulsas pelos coronéis, ou ficavam trabalhando para eles (muitas vezes em condições sub-humanas), pois eles chegavam apresentando uma documentação forjada dizendo que aquelas terras lhes pertenciam. Devido a tudo isso, a terra ficava concentrada nas mãos de poucos.
Entrada do século XX, o Brasil estava se tornando cada vez mais urbano, as cidades cada vez cresciam mais. Assim muitos ex- escravos e imigrantes iam para as cidades para tentarem conquistar uma vida melhor, mas o trabalhador da cidade também vivia em condições muito precárias, as vezes não tinha nem o que comer, não existia uma legislação trabalhista, as jornadas de trabalho eram muito grande, havia muita exploração do trabalho infantil e etc. a participação política da população também era bem restrita, pois o voto era proibido aos analfabetos (e a maior parte da população era analfabeta).
Mediante esses fatos o povo ficava muito insatisfeito e se rebelava, e nessas rebeliões a repressão do governo sempre era muito dura. Para a elite governante a “questão social é um caso de polícia.”
2) A Revolta de Canudos (1893-1897)
Localização- interior da Bahia.
Alguns anos antes houve no nordeste uma seca que deixou milhares de mortos, e essa seca aliada ao problema de concentração de terras no campo e à exploração dos coronéis, deixou a população sertaneja sem rumo, então ou eles se submetiam à exploração dos coronéis, ou saiam como retirantes pelo nordeste em busca de uma situação melhor, e eles vão encontrar essa situação melhor quando aparece a figura do Antonio conselheiro (Antonio Maciel).
Antonio conselheiro foi o líder dessa revolta. Ele percorria o interior do nordeste a pé, fazendo os seus discursos, profecias, dando conselhos e proclamando a Fé no Reino de Deus. Era portador de um discurso capaz de mobilizar as populações ao seu redor ao prometer, por exemplo, a salvação eterna em troca das misérias terrenas, também pregava a volta de D. Sebastião (SEBASTIANISMO D. Sebastião era o rei que tinha morrido na batalha de alcácer-quibir) e era monarquista. Alem disso prestava assistência à população mais pobre, reformando igrejas e construindo cemitérios.
As Pregações de Conselheiro atraíram milhares de seguidores. E em 1893 fundam o arraial de canudos (também conhecido como arraial de Belo Monte). No Arraial de Canudos, o povo sofrido encontrava conforto espiritual e uma vida digna, chegou a atrair uma população entre 20 e 30 mil pessoas. Esse arraial possuía algumas regras, por exemplo: os jogos de azar, a bebida e a prostituição eram proibidos, o trabalho deveria ser de forma coletiva e durante a rotina de trabalho duro existiam vários momentos separados para rezas.
Iremos explicar separadamente como esta situação incomodava as oligarquias locais, a Igreja e o governo.
AS OLOGARQUIAS LOCAIS em virtude do medo que os coronéis tinham da formação de um poder paralelo no arraial de canudos, e à falta de mão de obra devido ao fato de muitos camponeses irem para o arraial. 
A IGREJA a igreja precisa de fiéis para se manter, e ela começou a perder esses fiéis para Canudos, além disso tinham medo de que o movimento avançasse por todo o pais e acabasse surgindo uma nova religião.
O GOVERNO pelo fato de os integrantes de canudos não pagarem impostos, e de Antonio conselheiro ser monarquista.
A igreja e as oligarquias começaram a pressionar o governo para invadirem canudos, mas o governo precisava de um pretexto para poder invadir. Então Tendo como pretexto as críticas que Conselheiro fazia à República, ordenou-se a destruição de Canudos.
Foram necessárias quatro expedições militares para derrotar o Arraial. E finalmente no dia 5 de outubro de 1897, canudos foi finalmente derrotado.
Este episódio foi imortalizado no livro Os Sertões, de Euclides da Cunha.
3) A Guerra do Contestado (1912-1916)
Localização- território situado entre o Paraná e Santa Catarina.
O que originou a revolta basicamente foram: a concentração de terras no campo, a exploração dos coronéis, e o fato de os trabalhadores terem sido expulsos das terras que ocupavam devido a instalação de uma ferrovia e uma madeireira multinacionais. Além disso, quando a ferrovia acabou de ser construída deixou cerca de 8 mil trabalhadores desempregados. 
Em virtude desses fatores milhares de pessoas ficaram sem rumo, sem terem para onde ir. É nesse momento que aparece a liderança de um monge chamado José Maria. “O monge” José Maria agrega essas pessoas sem perspectiva nenhuma através de suas pregações messiânicas, que se baseavam na volta de D. Sebastião (sebastianismo) e vai formar uma comunidade, só que diferentemente de canudos não era todo mundo concentrado em um mesmo lugar, e sim diversas pequenas comunidades separadas umas da outras, as quais receberam o nome de monarquia celestial, essa comunidade era baseada na igualdade social e no trabalho coletivo. A monarquia celestial é considerada, como Canudos, um movimento messiânico.
O governo precisava de um pretexto para invadir as monarquias celestiais, então os acusaram de monarquistas, houve a intervenção do Exército que durou quatro anos e deixou um saldo de milhares de camponeses mortos. É importante lembrar que esse foi o primeiro momento na história do Brasil queos aviões foram usados como armas de guerra.
4) O Cangaço
A origem esta na grande seca que ocorreu no nordeste no final do século XIX, a qual deixou milhares de mortos, assim, devido à fome e falta de água os sertanejos saem como retirantes em busca de um lugar onde pudessem sobreviver (citado em vidas secas de Graciliano ramos). Então os fazendeiros contrataram jagunços para evitar a invasão de retirantes nas suas fazendas.
A origem do cangaceiro esta justamente ai, pois muitos desses jagunços vão começar a agir de forma independente, eles começam a pensar que já que podem trabalhar sozinhos, para que vão ficar obedecendo a coronéis, assim começam a formar bandos, que mais tarde serão denominados de cangaceiros.
À medida que esses bandos vão se fortalecendo, começam a atacar fazendas e a querer cada vez mais. E a característica desse grupo é que eles não tinham um foco de ataque, não atingiam somente o fazendeiro, ou só o estado, ou apenas a população. Por exemplo, se eles traçassem o objetivo de invadir um povoado , eles invadiam, exigiam das pessoas, dos comerciantes, do prefeito o que eles precisavam e iam embora, só que muitas vezes eram cometidas muitas violências.
Essa característica dos cangaceiros de muitas vezes atacarem fazendas e pressionaram o fazendeiro, fez com que até hoje se discuta o verdadeiro caráter do cangaço, um dos maiores historiadores do século XX usou o termo banditismo social, o qual se refere àquele bandido que muitas vezes tira do rico para dar para aos pobres, porém eles não faziam isso, chegavam até atacar os ricos, contudo não necessariamente davam aos pobres, mesmo assim muitas vezes utilizam o termo banditismo social para se referir aos cangaceiros.
Muitos sertanejos admiravam os cangaceiros, pois tinham no fundo da alma o desejo de afrontar os coronéis, e isso os cangaceiros faziam. Muitos os viam como justiceiros que vingavam os crimes praticados pelos poderosos. Muitas pessoas entravam para o cangaço para vingar a morte de um familiar, como é o caso do Lampião (O mais famoso líder do cangaço), muitos jovens e até foragidos da policia também entravam para o cangaço.
Esses cangaceiros reproduziam a violência da sociedade em que viviam. O auge do cangaço foi na década de vinte.
O mais famoso líder do cangaço foi Lampião, que entrou para o cangaço devido seu pai ter sido morto à mando de um coronel e ele queria vingar a morte do pai. Depois ele se torna líder, e seu bando chega a ter 100 cangaceiros.
Lampião foi morto em 1938, por um volante (grupo do tamanho de um pelotão) da policia militar, o qual recebeu uma denuncia, e durante a noite cercou o local onde estava o grupo do lampião, e pela manhã fuzilaram o grupo, alguns até conseguiram fugir, mas lampião e sua esposa, Maria bonita, são mortos, a cabeça dele foi posta em várias cidades do nordeste para sinalizar que o cangaço já estava acabando.
5) A Reurbanização do Rio de Janeiro e a Revolta da Vacina
Em 1902, ao assumir a presidência, Rodrigues Alves decidiu modernizar a capital da República (RJ). Pois o RJ não tinha saneamento, existiam muitos cortiços e em torno do porto era uma verdadeira vergonha (muito lixo, esgoto e mendigos). Enfim, era uma situação tão desagradável, que os tripulantes dos navios que paravam para abastecer nem desembarcavam com medo de contrair doenças.
As doenças no RJ estavam se multiplicando, doenças como: peste bubônica, febre amarela e outras.
Então com o objetivo de modernizar o RJ, Rodrigues Alves contrata Pereira Passos. Este por sua vez, teve a ideia de construir avenidas largas (a exemplo de Paris), mas para isso foi necessário destruir muitos cortiços e prédios de moradia que estavam no caminho, o grande problema é que nem mesmo indenizaram as pessoas que habitavam neles. A população apelidou esta medida de “Bota Abaixo”.
Essas coisas começam a causar revolta na população, pois muitas pessoas devido ao fato de terem que ir morar no subúrbio acabaram perdendo o emprego por causa da distância.
O presidente também contrata o sanitarista Oswaldo Cruz para combater as doenças que assolavam a capital (peste bubônica, febre amarela e varíola). A primeira doença combatida por ele foi a peste bubônica, que é causada por ratos, a medida tomada por ele para combater essa doença foi acabar com os ratos, e para isso instalou quiosques onde as pessoas levavam ratos mortos e trocavam por dinheiro, assim em 6 meses ele consegue erradicar a doença.
Logo em seguida foi combater a febre amarela, onde monta as “brigadas mata - mosquitos”, que entravam na casa das pessoas à força para jogarem inseticidas.
Por fim foi combater a varíola, foi justamente esse combate que ocorreu o estopim para que a população se revoltasse, pois aprovou-se, em outubro de 1904, a lei que instituiu a vacinação obrigatória contra a varíola, e como não houve uma campanha de vacinação a população era ignorante quanto aos efeitos da vacina, e ainda possuía uma moral que rejeitava a exposição de partes do corpo (por exemplo, os ombros das senhoras), assim entravam nas casas e vacinavam as pessoas à força.
o povo do Rio de Janeiro cansado com o “Bota-abaixo”, com o desemprego e com as “brigadas mata-mosquitos”, traduziu seu descontentamento em uma revolta: a Revolta da Vacina, entre 10 e 14 de novembro de 1904.
O movimento tomou uma extensão tão grande que o exercito, a marinha e até os bombeiros foram acionados para intervir na revolta. No momento da revolta houve a tentativa de um golpe, onde políticos e alguns generais tentaram se aproveitar dessa confusão, mas não conseguiram apoio. Então depois de uns 4 ou 5 dias a revolta foi contida.
6) O Movimento Grevista
Nesse período estavam vindo muitos imigrantes para o Brasil, e parte desses imigrantes vão trabalhar nas pequenas fábricas que estavam surgindo ( fábricas de sabão, vela, e outras), pois a classe operária brasileira ainda era muito pequena. 
Só que esses trabalhadores europeus já vinham com uma ideologia, e uma consciência política formada. Muitos deles eram anarquistas (o anarquismo prega o fim do Estado), e começam a influenciar e organizar os trabalhadores brasileiros, assim formam os primeiros sindicatos de trabalhadores do Brasil, conhecidos como anarco-sindicalistas (devido essas influencias anarquistas).
Devido a grande influencia desses imigrantes, o governo cria a Lei Adolfo Gordo(1907),que previa a expulsão de imigrantes que se envolvesse em greves.
Em 1917, eclodiu em São Paulo, a Grande Greve Geral, maior movimento grevista da República Velha. Eles revindicavam principalmente a jornada de 8 horas de trabalho por dia, alem de férias, fim do trabalho infantil entre outras coisas. E a partir dessa greve, até 1920 estouraram greves em vários setores nas capitais do pais, principalmente RJ e SP.
As péssimas condições de vida e de trabalho resultaram em mais de 200 greves entre 1917 e 1920.
7) A Revolta da Chibata
Havia falta de voluntários para servir a marinha, devido à péssima alimentação, baixos salários, sobrecarga de trabalho e o fato do serviço obrigatório ter duração de 15 anos, além disso havia muita deserção.
Por esses motivos o recrutamento era forçado, muitas vezes ou pegavam as pessoas que rondavam o cais, ou iam para o interior recrutar pessoas pobres (muitas vezes pais de família).
Ocorria também muitas vezes de pais que tinham filhos rebeldes, mandarem esses meninos, às vezes com 13 ou 14 anos, para servirem à marinha. Ou mesmo de jovens rebarbados caírem nas mãos do juiz e serem mandados para servir na marinha.
Assim a marinha entendia que para controlar e disciplinar essas pessoas era necessária a utilização de castigos físicos. Até o século XIX, os castigos físicos faziam parte das tradições das marinhas de todo o mundo, porém durante o século XIX começaram a ser abolidos.
Os castigos corporais na MB foram extintos em 16/11/1889. Entretanto, no ano seguinte, foram novamente legalizados: “para as faltas leves, prisão e ferros na solitária(...)faltas graves, 25 chibatadas.” (Decreto 328 de12/04/1890)
Por causa desse recrutamento, existiam de um lado os marinheiros (analfabetos, rudes, alguns eram até marginais, outros ex-escravos), e de outro os oficiais (brancos, com bastante instrução e educação e filhos das oligarquias rurais).
Paradoxalmente o Brasil era uma das maiores potências navais do mundo com a sua esquadra branca. Era uma marinha poderosa e moderna, e essa modernização começa a partir de 1906, quando o ministro da marinha, almirante Alexandrino, consegue verba do governo para uma completa modernização da marinha. Todavia, o tratamento dado aos marinheiros era o pior possível: péssima alimentação, baixos salários, sobrecarga de trabalho e punições violentas.
Então teremos as causas da revolta, uma dessas causas foi citada pelo Vice-Almirante Leôncio Martins, para ele: “Basicamente a revolta foi causada pela falta de sintonia, no Brasil, entre os elementos recrutados para a Marinha e a complexidade dos modernos navios de guerra.(RHBN nº 9 p.25 ano 2006)
O Estopim da revolta foram as 250 chibatadas dadas no marinheiro, Marcelino Rodrigues, do Minas Gerais na manhã do dia 22/11/1910. Ele foi condenado por entrar com uma garrafa de cachaça à bordo. Esse foi o estopim, mas a revolta já vinha sendo planejada desde 1908.
À noite, desse mesmo dia, teve início a Revolta da Chibata sob o comando do marinheiro João Cândido. Alguns marinheiros ficam do lado do comandante e outros do lado dos revoltosos, existe o combate, e o comandante acaba morrendo.
Outros navios aderem à revolta, Os marinheiros manobraram os navios e apontaram os canhões para o palácio do Catete, exigindo o fim da chibata, o aumento dos soldos e a qualificação profissional dos marinheiros: “Por isto pedimos a V.Exa. abolir o castigo da chibata e os demais bárbaros castigos pelo direito de nossa liberdade a fim de que a Marinha Brasileira seja uma ARMADA de CIDADÃOS, e não uma fazenda de escravos, que só têm dos seus senhores o direito de serem chicoteados.”(Proclamação dos marinheiros ao Ministro da Marinha).
O presidente e o parlamento cederam às exigências, sendo imediatamente aprovado um projeto acabando com as chibatadas e concedendo uma anistia aos revoltosos. Nos dias seguintes foram entregues de volta os navios, mas com o fim do movimento, o governo ignorou a anistia e expulsou vários marinheiros.
Como consequência desses atos, o Batalhão Naval (fuzileiros navais) revoltou-se, sendo bombardeado pelo Exército e pelos navios, morrendo dezenas de fuzileiros. (9/12/1910)
João Cândido foi preso e colocado em uma cela com outras pessoas, onde jogaram cal virgem, mas ele sobreviveu e depois foi internado no Hospital dos Alienados, mas foi absolvido em 1912.
Para terminar a viagem do N/M Satélite, este foi o navio mercante onde foram colocados muitos marinheiros, pessoas da cidade e mendigos para irem para o Acre (a chamada viagem da morte).
8) O Tenentismo
Foi movimento político-militar que, pela luta armada, pretendia conquistar o poder e fazer reformas na República Velha.
Principais propostas:
moralização da administração pública, fim da corrupção eleitoral e centralização política.
voto secreto.
nacionalismo.
educação pública gratuita e obrigatória.
eliminação do poder das oligarquias. 
9) O Fim da República Velha
em 1929, o Brasil começava a sentir os efeitos da crise internacional.
o presidente Washington Luís rompeu a política do café com leite.
Oposição criou a Aliança Liberal para disputar a eleição presidencial que foi vencida pelo governo.
Então,oposição começa a conspirar planejando dar um golpe de estado.
Em 3/10/1930,eclodiu a Revolução de 1930 que levou Getúlio Vargas ao poder.
DEUS SEJA LOUVADO!!!
AL. 3056-RAFAEL SOUZA

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