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1 HISTÓRIA (EF09HI01) Descrever e contextualizar os principais aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos da emergência da República no Brasil. (EF09HI02) Caracterizar e compreender os ciclos da história republicana, identificando particularidades da história regional até 1954. -Trabalhar com os conceitos de oligarquia, coronelismo, política dos governadores e política do ¨café com leite¨. -Comparar as eleições da Primeira República com as atuais. (EF09HI05) Identificar os processos de urbanização e modernização da sociedade brasileira e avaliar suas contradições e impactos na região em que vivem. (EF09HI03) Identificar os mecanismos de inserção dos negros na sociedade brasileira pós abolição e avaliar os resultados. (EF09HI04) Discutir a importância da participação da população negra na formação econômica, política e social do Brasil. Lá vem história... CONSTRUÇÃO DA REPÚBLICA NO BRASIL A República construída em nosso país atendia a determinados interesses. O primeiro período de nossa história republicana foi marcado pela presença dos militares. Da proclamação da República até 1894, tivemos dois presidentes militares. O primeiro, foi o Marechal Deodoro da Fonseca. O segundo, o Marechal Floriano Peixoto. Este período foi chamado de República da Espada. Podemos dividir a República da Espada da seguinte forma: - Governo Provisório: 1889 a 1891. - Presidência de Deodoro da Fonseca: de fevereiro a novembro de 1891. - Presidência de Floriano Peixoto:1891 a 1894. Semana 1: 03/05 a 07/05 2 Quais as características deste período? Importante destacar que até a promulgação da primeira constituição republicana, as principais lideranças políticas realizaram um intenso debate sobre os “rumos” do novo regime. No entanto, a grande maioria da população permaneceu à parte, excluída. A questão da exclusão vai acompanhar as principais discussões da Primeira República, onde o “social” era visto como “caso de polícia”. Disponível em: http://bionarede.com.br/wp- content/uploads/2011/04/Hist%C3%B3ria%209%C2%BA%20ano%202011-1.PDF, acesso em 1 de abril de 2021 Analisando a Proclamação da República, a historiadora Magali Gouveia Engel observou: Segundo Aristides Lobo, numa frase que ficou famosa, o ¨povo¨ assistiu à proclamação da República completamente ¨bestializado¨. Mas, como bem observou José Murilo [de Carvalho], mais do que ¨bestializado¨ o povo foi ¨bilontra¨ (esperto), já que, de algum modo, percebeu o sentido histórico de um ato que mudava o regime, mas mantinha a exclusão e a desigualdade na sociedade [...]. Como intuíra um dos maiores personagens machadianos no romance Memorial de Aires, com o advento da República, ¨nada se mudaria; o regime, sim, era possível, mas também se muda de roupa sem trocar de pele¨. [...] MACHADIANO: que diz respeito ao extraordinário escritor brasileiro Machado de Assis (1839-1908). Engel, Magali Gouveia. Republicanismo. In: Vainfas, Ronaldo (Org.). Dicionário do Brasil Imperial (1822-1889). Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. p. 633. http://bionarede.com.br/wp-content/uploads/2011/04/Hist%C3%B3ria%209%C2%BA%20ano%202011-1.PDF http://bionarede.com.br/wp-content/uploads/2011/04/Hist%C3%B3ria%209%C2%BA%20ano%202011-1.PDF 3 Segundo a autora do texto, o povo assistiu à Proclamação da República bestializado ou foi bilontra? Justifique. Qual é o significado de ¨também se muda de roupa sem trocar de pele¨? Ficou curioso? Quer saber mais? Acesse: http://museudarepublica.museus.gov.br/exposicao-a-res-publica-brasileira/ A primeira CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA estabelecia: • Eleições diretas para os cargos do PODER LEGISLATIVO e do PODER EXECUTIVO. O voto, porém, era direito dos cidadãos maiores de 21 anos, do sexo masculino, alfabetizados. Logo, era somente para uma pequena parcela da população brasileira. • A divisão dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o sistema presidencialista e a federação dos estados. Assim, a Constituição criava a descentralização do poder, permitindo que os governantes dos estados tivessem autonomia suficiente para legislar de acordo com seus interesses. http://museudarepublica.museus.gov.br/exposicao-a-res-publica-brasileira/ 4 O primeiro governo republicano foi contrário à proposta da Lei das Responsabilidades, que restringia os poderes do PRESIDENTE, isto é, do Executivo Federal. Tomando uma posição radical, o Marechal Deodoro fechou o Congresso. Esta atitude recebeu duras reações de diferentes setores da sociedade e deu origem à Revolta da Armada. O presidente, sem conseguir resistir às pressões, acabou por renunciar ao final de 1891. • O segundo presidente da República da Espada, Marechal Floriano Peixoto, já assumiu o poder numa atmosfera de discórdia. A constituição brasileira previa que, se houvesse a vaga no mandato em menos de dois anos, deveriam ser realizadas novas eleições. O Marechal Floriano não respeitou esta determinação, Floriano Peixoto esteve à frente do Brasil em um momento extremamente conturbado, seu governo enfrentou várias revoltas e levantes duas delas foram importantes e violentas: > a 2ª Revolta da Armada. > a Revolução Federalista – que se estendeu até 1895. 5 A POLÍTICA DOS GOVERNADORES A presidência de Prudente de Morais (1894-1898) inaugurou a preponderância dos interesses dos cafeicultores no período republicano. Deste momento até 1930, os grandes estados – São Paulo e Minas Gerais – assumiram a hegemonia política de nosso país. Esta hegemonia é caracterizada pela dominação de determinada classe social sobre as demais classes sociais. Aos cafeicultores se ligavam os governadores (ou presidentes) dos estados, deputados e senadores, que formavam as oligarquias estaduais. Isto ocorreu porque as estruturas política, econômica e social estavam ligadas à monocultura cafeeira. Como explicar o funcionamento da política dos governadores? - Na verdade, era uma troca de “favores políticos” entre o presidente da República e os governadores dos estados. - Isto fortalecia as oligarquias dominantes em cada estado e garantia o apoio destas ao governo. - As oligarquias estaduais, por sua vez, negociavam o apoio político nas eleições com os grupos políticos dominantes nos municípios – os chamados coronéis. Os coronéis controlavam as eleições municipais através da troca de favores ou mesmo da violência junto aos eleitores. Este tipo de ação ficou conhecida como ¨coronelismo¨. Disponível em: http://bionarede.com.br/wp-content/uploads/2011/04/Hist%C3%B3ria%209%C2%BA%20ano%202011-1.PDF, acesso em 1 de abril de 2021 (texto adaptado) Semana 2: 10/05 a 14/05 http://bionarede.com.br/wp-content/uploads/2011/04/Hist%C3%B3ria%209%C2%BA%20ano%202011-1.PDF 6 POLÍTICA DO CAFÉ COM LEITE Até 1930, o modelo político da República beneficiava os interesses ligados à agroindústria cafeeira. O povo chamava a preponderância de São Paulo e Minas na presidência da República de Política do CAFÉ COM LEITE, porque dizia que de São Paulo vinha o café e de Minas vinha o leite. Naquele período, apenas três dos presidentes da República não foram paulistas, nem mineiros. Na primeira República as eleições eram fraudulentas. A imagem de uma charge do conhecido chargista brasileiro que assina como Angeli. BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História, sociedade e cidadania: 9º ano. 4. Ed., São Paulo: FTD, 2018 (texto adaptado) h tt p s: // re gi st ro d em ar ca .a re n am ar ca s. co m .b r/ ed u ca ca o /o -q u e- fo i- a- p o lit ic a- d o -c af e- co m - le it e/ Essa charge refere-se ao tempo passado ou ao presente? Justifique. O que o chargista quis criticar?Que relação se pode estabelecer entre a conduta criticada na charge e o tempo da 1ª República? 7 No período da Primeira República, as tensões estabelecidas entre, de um lado, os governos e poderosos (coronéis) e, de outro, os trabalhadores pobres, descendentes de escravos e vulneráveis em geral, viraram conflitos que se espalharam pelo Brasil. Em geral, esses conflitos foram reprimidos violentamente pelas forças militares dos governos (federal e estadual), gerando milhares de mortos. A Guerra de Canudos (1896-1897) O Arraial de Belo Monte, fundado na região de Canudos, no interior norte da Bahia, transformou-se numa comunidade com milhares de habitantes, em meados da década de 1890. Seus moradores eram, em sua maioria, pessoas simples, trabalhadoras e desprotegidas que viram, naquele lugar, a oportunidade de libertarem-se da opressão e da falta de oportunidades em outras regiões rurais do país. O líder do arraial, Antônio Conselheiro, era um “beato” que realizava pregações religiosas nas redondezas. Era contrário à República, instaurada poucos anos antes, e achava-a autoritária na sua maneira de cobrar os altos impostos, e perversa, no seu “afastamento de Deus” (laica, desligada da Igreja). Tal comunidade em Canudos, que chegou a ter entre 20 e 30 mil habitantes, passou a incomodar os poderosos da região. Foram realizadas três expedições militares para acabar com Canudos: todas derrotadas. Na quarta, houve uma carnificina. Disponível em: http://www.multirio.rj.gov.br/media/PDF/pdf_4883.pdf, acesso em 5 de abril de 2021 Semana 3: 17/05 a 21/05 http://www.multirio.rj.gov.br/media/PDF/pdf_4883.pdf 8 Guerra do Contestado (1912-1916) No início do século XX, entrou em construção a ferrovia que ligaria São Paulo ao Rio Grande do Sul, cortando os estados do Paraná e Santa Catarina. A via férrea cruzava uma região que era disputada por estes dois últimos estados (isso explica o nome da revolta). As obras desalojaram vários grupos de trabalhadores da região, pois o governo federal havia cedido, por contrato, as terras próximas ao trajeto da ferrovia à Brazil Railways, empresa responsável. A partir de 1912, grupos de trabalhadores juntaram-se aos milhares, afetados pelos problemas sociais e econômicos da região, e começaram uma revolta que duraria cerca de quatro anos. Eles queriam acesso à terra e o fim da opressão que sofriam de empresários (brasileiros e estrangeiros), coronéis e governantes. Um de seus líderes, conhecido como “monge” José Maria, com suas pregações místicas e religiosas, atraía muitas pessoas para o lado rebelde. Após ocuparem vastas áreas na região da disputa, criarem várias aldeias, invadirem e sabotarem serrarias e madeireiras, os rebeldes foram derrotados em 1916. A abolição da escravidão e o início da República poderiam significar que o país estava se modernizando e se civilizando. Era a Belle Époque, especialmente no rio de janeiro. Com o início da presidência de Rodrigues Alves (1902-1906), a cidade do Rio de Janeiro conheceria grandes transformações urbanísticas e arquitetônicas, que tinham a pretensão de modificar a “alma” da cidade, dando-a euforia e entusiasmo típicos da Belle Époque. O prefeito da capital federal, o engenheiro Francisco Pereira Passos, teve papel fundamental nesse processo. Ele dirigiu as políticas públicas para essa transformação, coordenou um conjunto de ações que incluía a abertura e o alargamento de ruas e avenidas, construção de edifícios novos, a facilitação da circulação, reforma dos portos, aterramentos, canalizações de rios, dentre outras. 9 Por outro lado, cortiços, residências e regiões pobres (incluindo as primeiras favelas), sofriam desapropriações, higienizações, demolições ou expulsões de seus moradores. Eram alvos da “modernização”, das reformas de Pereira Passos. Esse conjunto de ações passou a ser chamado de “bota-abaixo”. Para as elites cariocas e brasileiras, ainda tinha sinais (negativos para elas) da cidade colonial, escravista e incivilizada que foi, com suas epidemias, revoltas, ambulantes e um grande contingente de pobres, ex-escravos, imigrantes, etc. Esse pensamento elitista e preconceituoso circulava entre os poderosos da capital federal e, dessa forma, as transformações urbanísticas e arquitetônicas realizadas nela carregavam essa marca. A ideia era transformar a cidade do Rio de Janeiro em uma “Paris dos trópicos”. Assim, seria importante também higienizá-la. Disponível em: http://www.multirio.rj.gov.br/media/PDF/pdf_4883.pdf, acesso em 5 de abril de 2021 A Revolta da Vacina (1904) Em 1904, para combater a varíola, foi decretada a vacinação obrigatória para toda a população. O clima de tensão no Rio de Janeiro, com isso, piorou ainda mais. Hoje, conhecemos os benefícios das vacinas. Porém, no início do século XX, boa parte da população os desconheciam. Muitos se recusavam a tomá-la. A postura autoritária do governo (federal e municipal), dos agentes de saúde e das forças policiais fizeram com que a população se revoltasse. Em novembro de 1904, estourou a revolta da vacina. Durante, aproximadamente, uma semana um conjunto de manifestações abalou o Rio de Janeiro. Os revoltosos foram violentamente combatidos pela polícia e por tropas militares (Exército e Marinha). O saldo foi muita destruição, prisões, deportações (vários foram enviados para a região amazônica como punição) e mortes. Ao final do conflito, o governo voltou atrás na questão da obrigatoriedade da vacina. Disponível em: http://www.multirio.rj.gov.br/media/PDF/pdf_4883.pdf, acesso em 5 de abril de 2021 http://www.multirio.rj.gov.br/media/PDF/pdf_4883.pdf http://www.multirio.rj.gov.br/media/PDF/pdf_4883.pdf 10 Quer saber mais? Oswaldo Cruz, Diretor geral de Saúde Pública, cargo que corresponde atualmente ao de Ministro da Saúde, em charge de 1904 para a revista "O Malho", por ocasião das críticas à crise da vacinação contra. Leia mais em: https://saude.abril.com.br/blog/tunel-do-tempo/febre-amarela-como-oswaldo-cruz- derrotou-a-doenca-ha-um-seculo/, acesso em 05 de abril de 2021 Vivemos a pandemia do coronavírus e nosso país desde janeiro de 2021, iniciou a vacinação como podemos ver nos gráficos abaixo: Disponível em: https://viz.saude.gov.br/extensions/DEMAS_C19VAC_Distr/DEMAS_C19VAC_Distr.html, acesso em 05 abril de 2021 Você considera a campanha de vacinação importante? Conhece os cuidados que devemos tomar para evitar a contaminação? Você e sua comunidade vêm tomando esses cuidados? https://www.youtube.com/watch?v=6i6v9f_aWjg https://saude.abril.com.br/blog/tunel-do-tempo/febre-amarela-como-oswaldo-cruz-derrotou-a-doenca-ha-um-seculo/ https://saude.abril.com.br/blog/tunel-do-tempo/febre-amarela-como-oswaldo-cruz-derrotou-a-doenca-ha-um-seculo/ https://viz.saude.gov.br/extensions/DEMAS_C19VAC_Distr/DEMAS_C19VAC_Distr.html https://www.youtube.com/watch?v=6i6v9f_aWjg 11 Dentro desse contexto de uma cidade em transformação e, considerando os conflitos entre as classes pobres e governos/poderosos, que marcaram a Primeira República, surgiu, em 1910, outra revolta popular importante: a Revolta da Chibata ou Revolta dos Marinheiros. Os marinheiros que serviam em embarcações ancoradas na Baía de Guanabara, em sua maioria negros, se rebelaram contra as péssimas condições de trabalho e salários. Levantaram-se contra, sobretudo, os castigos físicos (chibatadas) a que eram submetidos pelos seus superiores, demonstrando claramente uma continuidade com os tempos da escravidão, abolida há mais de 20 anos. Os marinheiros, tomaram algumas embarcações e ameaçaram bombardear a cidade. Entre os revoltosos, destacou-se um de seus líderes, chamado João Cândido, que ficou conhecido como o “Almirante Negro”. Apelaram ao presidente Hermes da Fonseca(1910- 1914) que prometeu atender aos pedidos dos marinheiros. As chibatadas foram proibidas na Marinha, mas os revoltosos, dias após se entregarem, foram presos. Vários deles permaneceram nas cadeias por alguns anos, outros deportados para a região norte do país. João Cândido saiu da prisão em 1912, mas foi expulso da Marinha. Nas primeiras décadas do século XX, o Brasil era um país agrário: a maioria da população e a base econômica (o café, sobretudo) estavam no campo. Porém houve, nesse período, um crescimento das cidades brasileiras, bem como das indústrias e das casas comerciais (também das oportunidades de empregos) nas regiões urbanas 12 do país. Boa parte da mão de obra empregada passou a ser de imigrantes europeus e asiáticos que vinham para o Brasil em busca de melhores condições de vida. As condições de trabalho nessas indústrias e no comércio eram péssimas. Não havia legislação que protegesse os trabalhadores, a carga horária diária não era limitada (muitos trabalhavam até 16 horas por dia), mulheres e crianças eram empregadas e realizavam suas tarefas até a exaustão, os salários não eram reajustados. Em vista disso, a partir da década de 1910, o movimento operário ganhou mais força, sob a influência dos ideais anarquistas, socialistas e comunistas, trazidos, sobretudo, por imigrantes europeus. Em 1917, aconteceu a considerada primeira greve geral do Brasil. Em 1922, foi fundado o Partido Comunista do Brasil (PCB), instituição organizada 273 para representar os anseios da classe trabalhadora do país. Disponível em: http://www.multirio.rj.gov.br/media/PDF/pdf_4883.pdf, acesso em 5 de abril de 2021(Texto Adaptado) http://www.multirio.rj.gov.br/media/PDF/pdf_4883.pdf 13 O presidente negro: Nilo Peçanha Nascido em Campos de Goytacazes, RJ, em dois de outubro de 1867, Nilo Peçanha é tido como o primeiro e único afrodescendente a ter assumido a presidência do Brasil. Em 1906, um ano e meio antes de terminar seu mandato como chefe do executivo estadual fluminense, foi eleito vice-presidente do Brasil na chapa de Afonso Pena e em 1909 assumiu a presidência do país, após a morte do político mineiro. Permaneceu como presidente até o fim do mandato. Nilo foi um dos maiores políticos brasileiros do século XX e é considerado o maior estadista fluminense da República. Disponível em: https://www.geledes.org.br/o-presiente-negro-nilo-pecanha/ACESSO em 01 de abril de 2021 Pesquise: Há homenagens para essas importantes personalidades campistas em nossa cidade? Semana 4: 21/05 a 28/05 José do Patrocínio filho do dono de escravos João Carlos Monteiro e de sua escrava Justina do Espírito Santo, nasceu em Campos dos Goytacazes. Farmacêutico, optou pelo jornalismo atuando em periódicos abolicionistas... para ele a Abolição deveria ser sem indenização aos senhores, mas com educação e trabalho para todos. Jo sé d o P at ro cí n io ( Fo to : D o m ín io P ú b lic o ) Nilo Peçanha (Foto: Domínio Público) https://www.geledes.org.br/o-presiente-negro-nilo-pecanha/ACESSO 14 Acredita-se que, durante os 358 anos de escravidão, de 1530 a 1888, cerca de 5,5 milhões de negros saíram da África para serem escravizados no Brasil. Nesse período, a condição de vida dos negros era muito precária, pois viviam em senzalas insalubres, trabalhavam durante a maior parte do dia, a alimentação era precária, e a desobediência era reprimida com bastante violência. Com a abolição da escravatura, apesar de terem conseguido a liberdade, a maioria da população negra não conquistou o mesmo padrão de vida dos brancos no país. Como não houve nenhuma assistência aos recém-libertos, que também não possuíam nenhum bem, muitas vezes, mesmo livres, os negros continuaram trabalhando para os seus antigos senhores. Em outros casos, os afro-brasileiros deslocaram-se para os centros urbanos no país, ocupando áreas mais afastadas ou impróprias para a moradia, contribuindo, assim, para o surgimento das primeiras favelas. Atualmente, ainda que a situação dos negros tenha melhorado, as condições de vida dessa parcela da população não se equiparam à da população branca, que ainda apresenta índices sociais mais favoráveis do que as demais etnias existentes no país. De acordo com o IBGE, os negros e pardos representam a maioria da população brasileira – cerca de 54% da população total do país, que já superou a quantia de 204 milhões de pessoas. Apesar disso, os negros correspondem a apenas 17,4% da população mais rica do país e atuam apenas em cerca de 18% dos cargos mais importantes. O rendimento salarial deles também é inferior, correspondendo a cerca de 80% do rendimento de um branco que exerce a mesma função. 15 A média de anos de estudos também é menor entre os negros. Em 2013, a população branca tinha, em média, 8, 8 anos de estudo; já a população negra possuía cerca de 7,2 anos. Outro problema que afeta os negros no país é a discriminação racial sofrida por vários deles. Essa discriminação ocorre em praticamente todos os setores da sociedade brasileira. Assim, embora a população brasileira seja constituída em sua maioria por negros e mestiços e a situação dessa parcela da população tenha apresentado melhorias desde a abolição da escravatura, ainda existe no país uma relativa segregação racial, pois a população negra ainda enfrenta preconceitos e condições sociais inferiores em relação ao restante da população brasileira. Uma política de governo, bastante criticada, que visa à diminuição dos contrastes sociais entre a população negra e a população branca é o sistema de cotas em universidades e concursos públicos para negros de baixa renda e oriundos de escola pública. Disponível em: https://escolakids.uol.com.br/geografia/populacao-negra-no-brasil.htm acesso em 01 de abril 2021 (texto adaptado) Comente esta afirmativa: “As inúmeras formas de resistência dos africanos à escravidão no Brasil foram respostas às condições de vida oferecidas aos escravos.” Com base no texto, responda: como está a situação do negro no Brasil hoje? https://escolakids.uol.com.br/geografia/populacao-negra-no-brasil.htm
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