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RELAÇÃO EMPREGO-EMPREGADOS ATIPICOS-TRABALHADORES NÃO EMPREGADOS-TERCERIZAÇÃO-EMPREGADOR-GRUPO ECONOMICO

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DIREITO DO TRABALHO
Sujeitos da Relação de Emprego.
Prof. José Alfredo da Silva
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SUJEITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO
PARTE 1
Empregado típico (CLT). Empregados atípicos. Trabalhadores não empregados.
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Trabalhadores em geral. 
Trabalhador é gênero que tem duas espécies:
Não empregados
Autônomos;
Eventuais;
Avulsos;
Cooperados;
Estagiários;
Funcionários públicos e violuntários
Não são regidos pelo Direito do Trabalho, embora a maioria deles (exceção dos funcionários públicos CLT) devam se valer da Justiça do trabalho para dirimir conflitos relativos à sua relação de trabalho.
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Trabalhadores em geral. 
Empregados
Típico ou urbano: Regido pela CLT.
Atípicos: Não são regidos pela CLT
Doméstico (Lei 5.859/72)
Rural (Lei 5.889/73)
Temporário (Lei 6.014/74)
Os empregados são regidos pelo Direito do Trabalho, seus Princípios, suas fontes, etc. Entretanto, apenas o empregado típico é regido pela CLT. Os demais empregados, chamados de atípicos, são regidos pelas respectivas Leis.
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Empregado Típico. CLT. Introdução.
Não obstante este ramo do direito seja denominado de “Direito do Trabalho”, já vimos que este é voltado para apenas um tipo específico de trabalhador, que é o trabalhador empregado.
Este trabalhador distingue-se dos demais exatamente por ser subordinado, o que o torna hipossuficiente e atrai a aplicação do Princípio Protetor, basilar do Direito do Trabalho.
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Geralmente, quem não tem: 
Subordinação é autônomo
Habitualidade é eventual
Salário é voluntário ou ESCRAVO
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Empregado Típico. CLT. Introdução.
O trabalhador empregado deve ter o seu contrato de trabalho registrado na sua Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), como determina o art. 29 da CLT.
Grande, entretanto, é a incidência do chamado trabalho informal, ou seja, aquele prestado sem o registro em CTPS.
Daí porque é de fundamental importância aprender a distinguir a figura do empregado dos demais tipos de trabalhadores.
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Empregado Típico. CLT. Características legais.
Estabelece o art. 3º da CLT:
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. 
Estabelece, ainda, o art. 2º da CLT.
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. 
A prestação de serviços é do empregado e não do empregador. Logo, a característica “pessoal” refere-se ao empregado e não ao empregador.
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Empregado Típico. CLT. Características Doutrinárias
As expressões legais foram substituídas pela doutrina, da seguinte forma:
Dependência		Subordinação jurídica 
Não eventualidade	Habitualidade
Salário			Onerosidade
Pessoalidade		Pessoalidade
Pessoa Física		Pessoa Física
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Empregado Típico. CLT. Características. Subordinação Jurídica
Quando o art. 3º da CLT se refere à “dependência” do empregado para com o empregador, a primeira idéia que se tem é que esta dependência seria econômica.
Isto não é correto. Não se ignora que, no mais das vezes, o empregado é, de fato, dependente economicamente do empregador, mas, não necessariamente.
A questão é que, por força do contrato, o empregado transfere ao empregador o modus operandi do seu trabalho e, por conseqüência, submete-se à direção do empregador.
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Empregado Típico. CLT. Características. Subordinação Jurídica.
O poder diretivo do empregador previsto no art. 2º da CLT coloca o empregado numa condição de subordinado.
Esta condição de subordinado é prevista na Lei (art. 2º, CLT) e se materializa por força do contrato de trabalho, que é um instrumento jurídico.
Decorre daí a expressão cunhada pela doutrina: “Subordinação jurídica”.
A dependência econômica é irrelevante para caracterizar a figura do empregado. O empregado deve obedecer ordens do empregador, sendo ou não dependente econômico deste.
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Empregado Típico. CLT. Características. Subordinação Jurídica.
É a condição de subordinado que faz do empregado hipossuficiente e, por conseqüência, atrai a incidência do Princípio Protetor.
Daí porque esta é a característica mais marcante do empregado.
Implica, no caso concreto discutido judicialmente, em verificar se o empregador estabelecia o modus operandi da prestação de serviços.
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Empregado Típico. CLT. Características. Habitualidade.
Trabalho “não eventual” ou trabalho “habitual” é aquele que reitera no tempo com uma certa previsibilidade.
Não é trabalho necessariamente diário.
Normalmente não se admite trabalho eventual quando inserido na atividade-fim do empreendimento, mas, excepcionalmente tal pode ocorrer se o fato causador da contratação for, de fato, um evento.
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Empregado Típico. CLT. Características. Onerosidade.
A expressão legal “salário” induz em erro.
Para haver contrato é preciso que o serviço prestado seja em função de uma contraprestação prometida, ou seja, que exista intencionalidade de pagamento.
Salário por ser:
Por unidade de tempo (hora, dia, semana, quinzena, mês).
Por unidade de produção (comissão, peças produzidas, etc).
Logo, não precisa ser, necessariamente, uma importância fixa mensal.
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Empregado Típico. CLT. Características. Pessoalidade.
O contrato de trabalho é personalíssimo na figura do empregado, ou seja, é “intuitu personae”.
Não o empregador contrata um empregado, não visa apenas a prestação de um trabalho qualquer, mas, sim, daquele trabalho específico que o empregado pode oferecer dadas as suas características pessoais (capacidade, conhecimento, diligência, etc).
O empregado não pode se fazer substituir por outro, salvo se houver autorização expressa do empregador.
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Empregado Típico. CLT. Características. Pessoa Física.
Somente a pessoa natural tem o bem da vida que o Direito do Trabalho quer proteger (dignidade humana).
Trabalhador (gênero). é, necessariamente, a pessoa humana. Assim, empregado (espécie) também o será.
Há muitas contratações fraudulentas de pessoas jurídicas constituídas para mascarar a relação de emprego.
Há que se observar o Princípio da Verdade Real. Se a prestação de serviços for por pessoa física, irrelevante que esta tenha, formalmente, constituído uma pessoa jurídica.
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Empregado Típico. CLT. Características. Exclusividade.
Exclusividade não é requisito para caracterização do vínculo de emprego.
É absolutamente possível que um trabalhador tenha dois ou mais empregos simultaneamente, desde que exista compatibilidade de horários. Logo, a falta de exclusividade não descaracteriza o vínculo de emprego.
De igual forma, é possível que determinado trabalhador autônomo, por exemplo, tenha um único cliente (e, portanto, trabalhe exclusivamente para este), sem que isto o transforme em empregado.
Em outras palavras, exclusividade é um requisito absolutamente irrelevante para o tema.
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CURSO DIREITO TRABALHO
Prof: José Alfredo da Silva
EMPREGADOS
ATÍPICO
CARACTERÍSTICAS
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Empregado Atípicos. Considerações iniciais.
Como vimos, empregados atípicos são protegidos pelo Direito do Trabalho, seus Princípios, suas fontes e todo o seu arcabouço teórico. 
Apenas não são a eles aplicáveis os dispositivos da CLT e, mesmo assim, esta inaplicabilidade está restrita aos preceitos de ordem material. O regramento processual contido na CLT é aplicável aos empregados atípicos.
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Empregado Atípicos. Considerações iniciais. Continuação.
Estabelece o art. 7º da CLT:
Art. 7º - Os preceitos constantes da presente Consolidação, salvo quando for, em cada caso, expressamente determinado em contrário, não se aplicam:
a) aos empregados domésticos, assim considerados, de um modo geral, os que prestam serviços de natureza não-econômica à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas ( lei especial);
b) aos trabalhadores rurais, assim considerados aqueles que, exercendo funções diretamente ligadas à agricultura
e à pecuária, não sejam empregados em atividades que, pelos métodos de execução dos respectivos trabalhos ou pela finalidade de suas operações, se classifiquem como industriais ou comerciais ( lei especial);
c) aos funcionários públicos da União, dos Estados e dos Municípios e aos respectivos extranumerários em serviço nas próprias repartições; 
d) aos servidores de autarquias paraestatais, desde que sujeitos a regime próprio de proteção ao trabalho que lhes assegure situação análoga à dos funcionários públicos ( lei 8.112/90). 
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Empregado Atípicos. Empregado doméstico.
Estabelece o art. 1º da Lei 5.859/72 (lei original):
Art. 1º Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial destas, aplica-se o disposto nesta lei. 
Daí podemos extrair os requisitos para caracterização do empregado doméstico:
Pessoa física que presta serviços a pessoa ou família;
No âmbito residencial;
Desvinculado de atividade econômica.
Natureza continua (é diferente de habitual).
Não há restrição quanto à atividade a ser exercida. Logo, o trabalho doméstico não se restringe àqueles mais conhecidos (limpar, lavar, passar, cozinhar, etc).
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Empregado Atípicos. Empregado doméstico. Continuação.
Residência não é necessariamente domicílio. Uma pessoa ou família pode ter várias residências. (Casa de campo, casa de praia, etc).
Portanto, são exemplos de empregados domésticos:
O motorista particular;
O caseiro de chácara de lazer;
O caseiro da casa de praia;
A auxiliar de enfermagem contratada para cuidar de pessoa da família enferma;
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Empregado Atípicos. Empregado Rural.
Estabelece o art. 2º da Lei 5.889/73:
Art. 2º Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário. 
Daí podemos extrair os requisitos para caracterização do empregado Rural:
Os mesmos da CLT (Pessoa física, não eventualidade, dependência e salário);
No âmbito Rural;
Atividade econômica que não altera a matéria prima.
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Empregado Atípicos. Empregado Rural. Legislação.
A primeira fonte legislativa do empregado Rural é o art. 7º da CF:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
Caso a hipótese discutida não esteja presente no dispositivo constitucional, deve ser consultada a Lei 5.889/72.
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Empregado Atípicos. Empregado Temporário.
O Trabalho temporário é regido pela Lei 6.019/74.
O empregado temporário é empregado e, portanto, não se confunde com a figura do trabalhador eventual e nem do trabalhador avulso (que serão vistas mais adiante).
Requisitos:
Intermediação da mão-de-obra por interposta pessoa;
Prazo determinado (03 meses, prorrogáveis por mais 03 meses), ampliado pelo MP, para 9 meses (portaria 789, 03 julho de 2014;
Contrato escrito.
Motivos específicos:
Substituição temporária de mão-de-obra permanente;
Acréscimo extraordinário de serviços
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Empregado Atípicos. Empregado Temporário. Continuação.
Por acréscimo extraordinário de serviços existem dois entendimentos.
Extraordinário como “fora do comum”. Ex: Acréscimo de vendas na época natalina, aumento da produção da indústria de chocolate na época de páscoa, etc.
Extraordinário como imprevisível. Não seriam admitidas as hipótese exemplificadas acima, posto que previsíveis.
Sendo contrato por prazo determinado, há que se fixar o termo (certo ou incerto), não sendo válida a cláusula que fixa o prazo “até 03 meses, até 06 meses” posto que, neste caso, há indeterminação do prazo, hoje até (9 meses).
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Empregado Atípicos. Empregado Temporário. Continuação.
Principais direitos:
Registro em CTPS;
Inclusão na Previdência Social;
Remuneração equivalente aos empregados da tomadora;
Férias proporcionais, com 1/3;
13º salário proporcional;
FGTS;
Indenização por dispensa sem justa causa (antes do término do prazo, portanto) de 1/12 por mês trabalhado;
DSR’s, jornada de trabalho e adicional noturno.
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Empregado Atípicos. Empregado Temporário. Continuação.
Primeira situação jurídica de contratação por interposta pessoa, que, futuramente, veio a ensejar o modelo de terceirização.
Fornecedora de mão de obra
empregado
Tomadora de Serviços
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Curso de direito do trabalho
Prof: José Alfredo da Silva
TRABALHADORES
NÃO
EMPREGADOS
CARACTERÍSTICAS
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Trabalhadores não empregados. Introdução
Trabalhadores não empregados devem ser estudados, principalmente, sob o aspecto de suas características e diferenças em relação aos empregados.
Como vimos anteriormente, são trabalhadores não empregados:
Autônomos;
Eventuais;
Avulsos;
Cooperados;
Estagiários;
Funcionários públicos e voluntários.
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Trabalhadores não empregados. Autônomo.
O trabalhador autônomo é pessoa física, pode ser habitual e até pessoal, normalmente é oneroso.
O que o autônomo não pode ter é subordinação jurídica.
A presença da subordinação jurídica é o traço diferenciador entre um trabalhador autônomo e um trabalhador empregado.
Subordinação jurídica é a transferência do modus operandi do trabalho para o tomador de serviços. O autônomo não a transfere. O empregado transfere.
Representante comercial: Deve ter contrato escrito e deve estar registrado no respectivo Conselho Regional, nos termos da Lei 4.886/65 .
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Trabalhadores não empregados. Eventual.
O trabalhador eventual é pessoa física, pode ser subordinado e até pessoal, normalmente é oneroso.
O que o eventual não pode ter é habitualidade.
A presença da habitualidade é o traço diferenciador entre um trabalhador eventual e um trabalhador empregado.
habitualidade é a reiteração do trabalho no tempo com certa previsibilidade. O trabalho habitual não está relacionado com um evento.
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Trabalhadores não empregados. Avulso.
Portaria 3.107/71 do Ministério do Trabalho e Previdência social define:
Entende-se como trabalhador avulso, no âmbito do sistema geral da previdência social, todo trabalhador sem vínculo empregatício que, sindicalizado ou não, tenha a concessão de direitos de natureza trabalhista executada por intermédio da respectiva entidade de classe”
O trabalhador Avulso tem como características:
Interposição de mão-de-obra pelo sindicato ou associação de classe;
Remuneração por rateio
O art. 7º, inciso XXXIV estabelece:
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. 
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Trabalhadores não empregados. Avulso. Continuação.
No Brasil, apenas os portuários estão organizados sob esta modalidade de trabalho. Os direitos trabalhistas garantidos aos avulsos devem ser satisfeitos pelo sindicato.
A Lei do Trabalho Portuário (Lei nº 8.630/93) criou o OGMO – Órgão Gestor de Mão-de-obra que faz a gestão da mão-de-obra portuária.
Tem todos os direitos trabalhistas, inclusive o reconhecimento das convenções e acordos coletivos.
Mesmo antes da Constituição Federal, o STF já havia fixado jurisprudência no sentido de que os conflitos envolvendo o trabalhador avulso deveriam ser dirimidos pela Justiça do Trabalho.
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Trabalhadores não empregados. Cooperados.
As cooperativas são regidas pela Lei 5.764/70.
A condição de cooperado exige:
A dupla qualidade: de prestador de serviços e destinatário dos serviços. Em outras palavras, a cooperativa presta serviços ao cooperado e também pelo cooperado;
Autonomia na prestação de serviços;
Retribuição equivalente ao trabalho prestado (remuneração por unidade de produção);
Rateio de sobras e lucros entre os cooperados;
Participação efetiva na destinação da sociedade, com a plena capacidade de votar e ser votado.
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Trabalhadores não empregados. Cooperados. Continuação.
As cooperativas nunca foram objeto de grande aplicabilidade prática até o advento da Lei 8.949/94 que acrescentou o parágrafo
único ao art. 442 da CLT:
Parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela. 
Este dispositivo, entretanto, não pode ser analisado isoladamente. Há que ser interpretado em consonância com os requisitos da cooperativa válida (já vistos), o art. 3º da CLT (características do empregado) e, em especial, com o art. 9º da CLT.
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Trabalhadores não empregados. Cooperados. Continuação.
Estabelece o art. 9º da CLT:
Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. 
O Direito não festeja a malícia e não dá asas à fraude.
A adesão a uma cooperativa é uma verdade formal. A verdade material (ou real, como preferem os doutos) é que deve ser investigada, a fim de verificar que este ato não foi praticado apenas com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação da CLT.
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Trabalhadores não empregados. Estagiários.
O contrato de estágio é regido pela Lei 11.778/08
São características essenciais ao contrato de estágio:
Contrato trilateral, com a anuência da instituição de ensino;
Correlação entre o trabalho prestado e o conteúdo programático do curso frequentado pelo estagiário.
O contrato de estágio verdadeiro não gera relação de trabalho posto que seu objetivo central é o aprendizado e não o trabalho. Neste caso o trabalho é apenas um meio para que se alcance o fim (aprendizado).
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Trabalhadores não empregados. Trabalho voluntário.
O trabalho voluntário é regido pela Lei 9.608/98.
É o trabalho com ânimo e causa benevolentes.
O objetivo buscado, neste caso, não é o pagamento e sim a prática da benemerência.
O traço diferenciador, aqui, é a intencionalidade.
A contratação de trabalhador com animus de remuneração afasta o trabalho voluntário, ainda que nenhum salário tenha sido pago ao mesmo. Neste caso, o vínculo de emprego deve ser reconhecido e deve haver condenação no pagamento dos salários atrasados.
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Trabalhadores não empregados. Funcionário Público.
Servidor Público é gênero que tem como espécies o funcionário público e o empregado público.
O funcionário público é aquele que se vincula à administração pública por meio do regime estatutário, regido pelo Direito Administrativo. Não é empregado e não tem Justiça do Trabalho, segundo liminar concedida pelo STF em ADIN proposta contra o art. 114, I da CF.
O empregado público vincula-se à administração pública por meio do regime da CLT, regido pelo Direito do Trabalho.
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Trabalhadores não empregados. Funcionário Público. Continuação.
Ambos devem prestar concurso público (art. 37, II, CF).
Todo cargo público é criado por Lei. A lei que cria o cargo público é que estabelece o regime que o regerá (D. Público, estatutário ou D. Privado, “celetista”).
O Estatuto do Regime Único do servidor Público Federal (Lei 8.112/90) estabelece que, para a União Federal, o regime deve ser o estatutário. Exceção feita às empresas públicas e sociedades de economia mista que, por força do art. 173, § 1º, II da CF devem ser submetidas ao regime das empresas privadas.
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CURSO DE DO TRABALHO prof: José Alfredo da Silva
PARTE 2
Terceirização.
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Terceirização. Conceito.
Terceirização é um neologismo da palavra “terceiro”, aqui compreendido como intermediário.
Segundo Godinho: “é o fenômeno pelo qual se dissocia a relação econômica de trabalho da relação justrabalhista que lhe seria correspondente”.
Em outras palavras, a relação de emprego não está diretamente relacionada com a relação econômica onde o trabalho está inserido.
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Terceirização. Modelo.
Surgiu na década de 70 e ganhou força em 80
Empresa fornecedora de mão-de-obra
Empregado
Empresa tomadora de serviços
Relação de
emprego
Relação comercial
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Terceirização. Precedentes legislativos.
A terceirização não é regulamentada por norma de natureza estatal.
Trata-se de um fenômeno econômico típico do final do século XX.
O ordenamento jurídico contém apenas previsões esparças:
Art. 455, CLT: Contrato de subempreitada;
Lei 6.019/74: Trabalho Temporário;
Lei 7.102/83: Vigilância bancária
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Terceirização. Jurisprudência.
A proliferação da terceirização foi um fenômeno econômico que eclodiu na década de 1.980, fruto da alteração do modelo econômico mundial (já estudado: globalização, flexibilização, etc).
A primeira reação da jurisprudência (TST) foi de repúdio, conservadora com a edição da Súmula 256 do C. TST:
Nº 256    CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (cancelada) Res. 4/1986, DJ 30.09.1986
Salvo os casos de trabalho temporário e de serviço de vigilância, previstos nas Leis nºs 6.019, de 03.01.1974, e 7.102, de 20.06.1983, é ilegal a contratação de trabalhadores por empresa interposta, formando-se o vínculo empregatício diretamente com o tomador dos serviços. 
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O REPÚDIO DO TST
O repúdio deu-se em virtude da empresa de exploração de mão de obra não produzir nada, e ter lucros sobre o trabalhador. 
Mesmo com o posicionamento do TST as sentenças dos Juizes de varas e alguns TRT,s contrariaram no caso dos vigilantes, e depois nos demais casos.
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Terceirização. Jurisprudência. Continuação.
Esta reação conservadora justifica-se.
A terceirização rompe com o modelo tradicional das relações de trabalho (bilateral).
Não há, aparentemente, razão para a existência do terceiro nesta relação, cuja atividade econômica estaria restrita à exploração da mão-de-obra alheia, eis que nada produzia.
As novas situações econômicas, entretanto, impeliam a prática da terceirização não obstante a restrição jurisprudencial e forçaram o TST a alterar seu posicionamento 07 anos depois, com a edição da Súmula 331.
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Terceirização. Súmula 331, TST. Continuação.
Nº 331    CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE - Res. 23/1993, DJ 21, 28.12.1993 
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974).
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988).
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que hajam participado da relação processual e constem também do título executivo judicial (art. 71 da Lei nº 8.666, de 21.06.1993).
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Terceirização. Súmula 331, TST. Continuação.
Atualmente a redação desta Súmula é que rege a terceirização no país, o que exige análise detalhada deste verbete sumular:
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974).
Daí se extrai que, de regra, a terceirização continua a ser proibida no país, foi apenas uma cópia do inciso I da sum. 256 TST.
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Terceirização. Súmula 331, TST. Continuação.
O inciso II do referido verbete traz a primeira exceção à proibição do inciso I:
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988).
Isto porque
a aplicação da regra contida no inciso I também à administração pública levaria à burla da exigência do concurso público prevista no art. 37, II da CF.
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Terceirização. Súmula 331, TST. Continuação.
O inciso III do referido verbete traz a verdadeira novidade sobre o tema ao dispor:
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.
A análise sistemática deste inciso III com o inciso I da mesma Súmula, leva à conclusão de que a terceirização é proibida (inciso I) apenas onde não é permitida (inciso III), ou seja, na atividade-fim.
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Terceirização. Súmula 331, TST. Licitude. Conclusão.
Daí podemos concluir que:
A terceirização é ilícita se for realizada em atividade-fim ou em atividade-meio com a presença de subordinação direta e/ou pessoalidade;
A terceirização é lícita se for realizada em atividade-meio sem subordinação direta e/ou pessoalidade;
A terceirização é sempre lícita se o tomador de serviços for a administração pública.
Resta perquirir, portanto, o que vem a ser atividade-fim e a atividade-meio.
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Terceirização. Atividade-fim x atividade-meio
Num primeiro momento, a tendência é pensar que atividade-fim é toda aquela atividade necessária à realização da pretensão econômica do empregador.
Isto não é correto, posto que, atividade-meio seria, por conseqüência, a atividade desnecessária.
Ora, nenhum empresário realiza atividades desnecessárias.
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Terceirização. Atividade-fim x atividade-meio. Continuação.
Atividade-fim é aquela que está relacionada diretamente com a razão existencial da própria empresa.
Exemplos: Médico em hospital; professor em universidade; motorista em empresa de ônibus, etc.
Atividade-meio, por outro lado, é aquela atividade especializada que, embora necessária como meio para se atingir um fim, não se relaciona diretamente com a razão existencial do empreendimento.
Exemplos: vigilância, limpeza, conservação. Serviços especializados em computação numa indústria, etc.
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CONDOMÍNIO
Qual a atividade especializada do condomínio?
R: Manutenção, limpeza e conservação das áreas comuns.
Conclui-se que: a terceirização de faxineiros, porteiros, vigias, etc, são irregulares, tendo em vista ser atividade especializada do condomínio.
Terceirização do jurídico, contabilidade, Rh, pelo condomínio é terceirização licita. 
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Terceirização ilícita. Modelo.
Empresa fornecedora de mão-de-obra
Empregado
 Empresa tomadora de serviços
Relação de
emprego
Relação comercial
Vínculo de
emprego
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Terceirização. Responsabilidade do tomador de serviços.
A responsabilidade patrimonial do tomador de serviços é tema tratado na mesma Súmula, mas, na verdade, refere-se a assunto diverso.
Estabelece o inciso IV da Súmula 331 do C. TST:
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que hajam participado da relação processual e constem também do título executivo judicial (art. 71 da Lei nº 8.666, de 21.06.1993).
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Terceirização. Responsabilidade do tomador de serviços. Continuação.
A leitura deste inciso IV, num primeiro momento, nos leva a crer que a responsabilidade subsidiária estará presente na terceirização ilícita. Isto não é correto.
Na terceirização ilícita o modelo trilateral será rompido, e o vínculo de emprego será formado direta e bilateralmente com o tomador de serviços. Logo, neste caso, a responsabilidade é direta.
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Terceirização. Responsabilidade do tomador de serviços. Continuação.
A responsabilidade subsidiária (que vem de “dar subsídio”, “dar suporte”) estará presente, portanto, na terceirização lícita.
Isto porque, na terceirização lícita a estrutura trilateral é mantida. Assim, há espaço para a presença de um devedor principal (empregadora, empresa fornecedora de mão-de-obra) e para um devedor secundário, subsidiário (tomadora de serviços).
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Terceirização. Responsabilidade do tomador de serviços. Continuação.
A questão que daí emerge é: Se a terceirização é lícita, porque ainda assim o tomador de serviços é responsável?
O art. 455 da CLT prevê que o tomador da mão-de-obra seja subsidiariamente responsável ao empregador em caso de inadimplemento deste último.
O art. 159 do Código Civil de 1.916 prevê que aquele que, por omissão culposa ou dolosa causar dano a alguém fica obrigado a repará-lo.
Sobre estes fundamentos construiu-se a teoria da responsabilidade por culpa in eligendo e in vigilando, a qual, diga-se, não é de aplicação exclusiva no Direito do Trabalho. Por tal fundamento responde todo aquele que exerce atividade econômica através de terceiros.
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Terceirização. Responsabilidade do tomador de serviços. Continuação.
A responsabilidade de terceiros também está prevista, por exemplo, no art. 1.521 do Código Civil de 1916, inciso III, onde o comitente responde pelos danos causados por seus prepostos, o que é estendido às pessoas jurídicas pelo art. 1.522 do mesmo Diploma Legal.
A previsão foi mantida no novo Código Civil, em seu art. 932, inciso III.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
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Terceirização. Responsabilidade do tomador de serviços. Continuação.
Daí se conclui que:
O tomador de serviços deve escolher (eleger) uma empresa idônea para lhe prestar serviços;
O tomador de serviços deve vigiar a empresa contratada durante a execução do contrato, no que tange ao cumprimento das obrigações trabalhistas do empregado.
A terceirização não é fenômeno destinado a baratear o custo da mão-de-obra e, sim, a otimizar a realização de serviços especializados que fogem ao conhecimento da empresa contratante. A especialidade, portanto, é o tema central da responsabilidade.
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Terceirização. Responsabilidade do tomador de serviços. Continuação.
Para que o tomador de serviços seja responsabilizado em Juízo é necessário que este figure no pólo passivo da ação já na fase cognitiva, sendo vedada a sua inclusão apenas na fase executiva do feito.
A responsabilidade subsidiária emerge com o mero inadimplemento (art. 455, CLT) da obrigação e não com a insolvência do devedor principal. Do contrário, não haveria sentido em se garantir ação de regresso ao tomador de serviços.
Basta que o empregador, citado para pagar em 48 horas não o faça e nem garanta a execução para que seja possível executar o devedor subsidiário.
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DONO DA OBRA
Dono da obra não é responsável subsidiário
Conceito: pessoa física que constrói casa pára sua própria moradia, ou para pessoa de sua família, até 3º grau.
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DONO DA OBRA
Sumula 191.  CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL.  RESPONSABILIDADE. (nova redação) - Res. 175/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 Diante da inexistência de previsão legal específica, o contrato de empreitada de construção civil entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma empresa construtora ou incorporadora
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DONO DA OBRA
O dono de obra não pode ser considerado empregador, pois não assume os riscos da atividade econômica, nem tem intuito de lucro na construção ou reforma de sua residência. O aumento de patrimônio, em razão da construção realizada, não pode ser considerado risco da atividade econômica, nem se enquadra o dono da obra no conceito de empresa. 
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CURSO DE DIREITO TRABALHO
Prof: José Alfredo da Silva
PARTE 3
Empregador
E
Grupo Econômico
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CONCEITO DE EMPREGADOR
“Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço”
Características:
Pessoa Jurídica (empresa);
Assume o risco da atividade econômica;
Admite e assalaria o empregado;
Dirige a prestação de serviços (subordinante)
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CONCEITO DE EMPREGADOR. Continuação.
“§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados ”
Características:
Pessoa Jurídica que não explora atividade econômica;
Pessoa Física que explora atividade econômica;
Mantidas as demais características do caput. (admite, assalaria e dirige a prestação de serviços).
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GRUPO ECONÔMICO
Histórico:
CLT – art. 2º, § 2º - Resp. Solidária
Lei 5.889/73 (Rural) – Art. 3º, § 2º - Resp. Solidária
Lei 6404/76 ( Lei das Sociedades Anônimas ) - Grupos de sociedades (artigo 265), sociedades coligadas (artigo 243), participações recíprocas (artigo 244), consórcios (artigo 278) e à subsidiária integral (artigo 251). 
CDC – Art. 28, § 2º - Resp. subsidiária
Lei 8.212/91 – (Custeio) – art. 30, IX – Resp. Solidária.
Novo Código Civil – Arts. 1097 a 1101 
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CONCEITO DE GRUPO ECONÔMICO
“conjunto de empresas ou sociedades juridicamente independentes, submetidas à unidade de direção”. (OCTÁVIO BUENO MAGANO)
“As empresas integrantes de um mesmo grupo devem manter uma relação entre si, para alguns, uma relação de dominação entre a empresa principal e as empresas subordinadas; para outros não há a necessidade dessa configuração; basta uma relação de coordenação entre as diversas empresas sem exista uma em posição predominante, critério que nos parece melhor, tendo em vista a finalidade do instituto que estamos estudando, que é a garantia da solvabilidade dos créditos trabalhistas.” (AMAURI MASCARO NASCIMENTO)
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MODALIDADES DE GRUPO ECONÔMICO
Caracterizando-se o grupo de empresas pelo controle ou administração comum podemos ter:
Grupo de empresas vertical (controle, Direção, administração)
Grupo de empresas horizontal (coordenação)
“O controle pode existir em estado latente, sem ser exercido.Dai dever-se afirmar que o controle é a dominação em potencia, mas não em ato quando o controle se exercita já não se configura mais como dominação e sim como direção (...) se trata de dois momentos de uma mesma realidade: o controle se apresenta como a dominação virtual, ou em potencia, ao passo que a direção é a dominação exercida ou em ato” (Octavio Bueno Magano)
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GRUPO ECONÔMICO POR ADMINISTRAÇÃO
Quando há a formação de grupo econômico pela administração, a empresa administrada não cede o controle dos negócios sociais, mas apenas a gerência da atividade econômica.Diferenciando-se da formação de grupo econômico por direção ou controle, pois nessa forma a empresa deve obedecer as suas orientações diretivas, não mantendo em momento algum sua autonomia social, já na formação de grupo por administração, a empresa administrada apenas tem suas atividades econômicas geridas, mantendo-se sua autonomia social. 
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GRUPO ECONÔMICO POR COORDENAÇÃO
basta uma relação de coordenação entre as diversas empresas sem que exista uma em posição predominante, critério que nos parece melhor, tendo em vista a finalidade do instituto..., que é a garantia da solvabilidade dos créditos trabalhistas.” (Amauri Mascaro Nascimento)
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ATIVIDADE ECONÔMICA
Para caracterizar grupo econômico não é preciso que as várias empresas componentes exerçam a mesma atividade econômica. É preciso, entretanto, que exerçam uma atividade econômica:
“O que quer a lei é que o sujeito jurídico componente do grupo econômico para fins justrabalhistas consubstancie essencialmente um ser econômico, uma empresa ( expressão sugestivamente enfatizadas pelos dois preceitos legais enfocados) .O caráter e os fins econômicos dos componentes dos grupos surgem, assim, como elementos qualificadores indispensáveis a emergência da figura aventada pela ordem jurídico trabalhista (...).não tem aptidão para comporá figura do grupo econômico entes que não se caracterizam por atuações econômica, que não sejam essencialmente seres econômicos, que não consubstanciam empresas.É o que ocorre, ilustrativamente, com o Estado e demais entes estatais, com o empregador domestico, comos entes sem fins lucrativos nominados no §1º do artigo 2º da CLT, e ali chamadas empregadores por equiparação(profissionais liberais, instituições de beneficência, associações recreativas, etc).”. (MAURÍCIO GODINHO DELGADO)
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RESPONSABILIDADE DO GRUPO
“Parágrafo 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.
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RESPONSABILIDADE PASSIVA
Indubitável que as empresas do mesmo grupo econômico, embora cada qual com personalidade jurídica própria, são solidariamente responsáveis pelos débitos trabalhistas umas das outras. 
O fundamento é no sentido de que o controle, direção, administração ou coordenação entre as empresas permitem o fluxo de patrimônio entre estas.
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Direção, Controle e Administração
Não é necessário os três requisitos cumulativamente.
Direção: contrata, assina cheques, nomeia advogados, prepostos, demite, compra, vende, etc
Controle: é potencial, virtual( não real), não dirige, ele escolhe quem dirige.
Administração: deve ter em comum o mesmo RH, DP, setor vendas, compras, mesmo com sócios e diretores e controle distintos.
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Sócios Comuns
A simples existência de sócios comuns em empresas distintas não gera grupo econômico, salvo se um dos sócios tem poder diretivo nas empresas envolvidas.
Não há grupo econômico entre franquia e franqueado.
Não há grupo econômico sem atividade econômica. Ex associação, fundação, clubes de funcionários, etc.
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Grupo econômico. Questiona-se
Pode executar empresa que não participou
da fase de conhecimento? R: sim, não
 Pode um só preposto? R: sim, não
 Pratica justa causa se não cumprir ordem da outra empresa? R: sim, não
Há equiparação entre o empregado de uma com o empregado da outra na mesma função? Sim, não
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Continuação
As empresas do grupo econômico constituem empregador único? R: sim, não
Amauri Mascaro Nascimento: não 
Mauricio Godinho: sim
A responsabilidade do grupo econômico é ativa e passiva.
Todas respondem mesmo não participando da fase de conhecimento, pois o entendimento é que o empregador é único.
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SOLIDARIEDADE ATIVA
Se a solidariedade passiva é inquestionável, a solidariedade ativa gera muitas controvérsias.
Os que a defendem (Magano, Godinho, Maranhão, Süssekind, Russomano, entre outros) sustentam que quando há grupo há empregador único (Súmula 129, TST) e o texto da Lei é genérico (para fins da relação de emprego).
Os que não a aceitam (Mascaro, Orlando Gomes, Bezerra Leite, entre outros), sustentam sua doutrina basicamente no Princípio Protetor.
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SÚMULA 205–CANCELADA. RES. 191/2003
Súmula Nº 205 do TST
Grupo econômico. Execução. Solidariedade
O responsável solidário, integrante do grupo econômico, que não participou da relação processual como reclamado e que, portanto, não consta no título executivo judicial como devedor, não pode ser sujeito passivo na execução.
(Res. 11/1985, DJ 11.07.1985)
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EFEITOS
O cancelamento da Súmula 205 do C. TST traz um questionamento: É possível executar o devedor solidário (que pertence ao mesmo grupo econômico) sem que este tenha participado
da ação de conhecimento e que, por conseqüência, não consta do título executivo?
A doutrina diverge:
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NEGATIVA
Godinho, Martins (Sérgio) entre outros:
Viola o Princípio do Devido Processo Legal;
Viola os limites subjetivos da coisa julgada;
O Simples cancelamento não tem o efeito de pressupor entendimento contrário;
O Grupo não tem personalidade jurídica e, portanto, não pode figurar no pólo passivo da ação ou da execução. 
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AFIRMATIVA
Francisco Antonio de Oliveira, Edilton Meirelles, entre outros:
O Grupo é empregador único (Súmula 129, TST). Logo, a citação de um representa a citação de todos. Sob esta ótica não há violação ao devido processo legal, limites da coisa julgada, etc.
A solidariedade é uma garantia típica da execução. A demora do processo pode modificar a situaçãoeconômica do empregador original.
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Alteração Subjetiva Contrato Trabalho
 Alteração: mudar
Subjetiva: sujeito ( entrar um sujeito e entrar outro)
O empregado pode ser mudado? Não, este é personalíssimo.
Pode mudar empregador? Sim, sai um empregador e entra outro, SUCESSÃO DE EMPRESAS, art. 10,448 da CLT
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CLT
 Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.
 Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos      empregados.
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Alteração Formal da Sociedade 
Formal: incorporação, fusão e cisão.
Incorporação: (a) + (b) = (A). (b) deixa de existir, se continuar é grupo.
Fusão: ( a) + (b) = (c). Extingue as originárias, se continuarem a existir é consórcio ( grupo por consórcio)
Cisão: (a) = (b) e (c), surgem outras empresas.
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Alteração Informal da Sociedade
Nome de um CÍTRICO? Laranja
Continuidade na exploração da mesma atividade.
Identidade patrimonial. ( todo ou em parte do patrimônio anterior= persecução patrimonial= perseguir o patrimônio).
Onde vai o patrimônio, vai as dividas trabalhistas.
 
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Alteração Informal da Sociedade
Sucessão traz a idéia de continuidade, ou seja, mesma atividade econômica.
Ex: Floricultura não pode ser sucessora de uma padaria. 
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Alteração Informal da Sociedade
Patrimônio pode ser corpóreo ou incorpóreo.
Corpóreo: móveis, automóveis, etc.
Incorpóreo: marca, patente, nome fantasia, clientes, ponto comercial, contratos.
A lei trabalhista diferente da civil, não menciona nada sobre o tempo.
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Aquisição Originária
Leilão ou desapropriação:
Não constitui sucessão de empregadores.
Não há como suceder, pois antes deste não houve ninguém. 
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FIM

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