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PONTE ESTAIADA – OCTAVIO FRIAS DE OLIVEIRA Projeto O primeiro projeto da ponte foi concebido com a utilização das duas vias como estrutura separada e, por questões estruturais, a estrutura foi unificada. Projeto Após a mudança do projeto, o cruzamento entre as duas pontes ocorre no mastro (margem do rio Pinheiros), ambos os tabuleiros estaiados são suportados por um único mastro. Projeto A necessidade da junção dos tabuleiros em um único MASTRO INCLINADO adveio da curvatura dos tabuleiros. Como o cruzamento entre os tabuleiros ocorre junto ao mastro, as torres inclinadas se interceptam, contraventando-se entre si. Fundação As interferências locais para a execução da fundação foram: Linha de Transmissão; Canal de Adução; Rio Pinheiros; CTPM; Marginal Pinheiros Fundação Fundação 28 estacões f130cm; 10 estacas raiz f 41cm. Mastro Altura do Mastro: 138,00 m Mastro – até 12 m Pilares ligados transversalmente por 3 vigas armadas e uma laje. Pilares ligados longitudinalmente por 2 vigas protendidas. Na cota 12,00 m acontece o primeiro travamento. Mastro – 12m a 23,4 m Torres inclinadas com seção variável. Paredes com espessura de 40cm e 60cm. Pilares ligados longitudinalmente por duas vigas armadas. Na cota 23,4m acontece o segundo travamento. Mastro – 23,40m a 81,00m Duas torres inclinadas com seção variável. As extremidades das torres convergem para um mesmo ponto. Parede com espessura de 40cm. Mastro – 81,00m a 90,00m Ligação entre as torres feita através de uma seção celular de 9,0m de altura. Mastro – 90,00m a 132,00m Duas torres inclinadas com seção variável. Inclinação necessária para minimizar efeitos de torção devido cargas permanentes. Espessura da parede igual a 40cm e 80cm. Mastro – 90,00m a 138,00m Posição dos ressaltos para saída dos cabos Estais 18 pares de cabos em cada um dos 4 vãos, totalizando 144 estais. Arranjo espacial único devido curvatura do tabuleiro e inclinação das torres. Estais compostos por 9 a 25 cordoalhas. Consumo de estais: 374.350m de cordoalha e 462 toneladas de aço. Próximo ao mastro, sobre o rio Pinheiros, há o cruzamento entre os estais. Estais Tabuleiro 16,0m de largura; Passeio de emergência: 2 x 0,85m Vigas: 2 x 1,50m Defensas: 2 x 0,40m Leito carroçável: 10,50m Tabuleiro Tabuleiro Devido ao componente horizontal de força dos estais, é necessária uma protensão no tabuleiro para minimizar este efeito. Comportamento Estrutural de Pontes Estaiadas A ideia da ponte estaiada surge como alternativa para os pilares de apoio intermediários de tabuleiros, por cabos inclinados e ancorados, prolongando o vão em pontes. A forma estrutural básica de uma ponte estaiada é composta de triângulos sobrepostos, com estais e tabuleiros. Todos os componentes estão solicitados principalmente por forças axiais, com os cabos em tração e o tabuleiro em compressão. Comportamento Estrutural de Pontes Estaiadas Comportamento Estrutural - Sistema de Cabos em Harpa Do ponto de vista estrutural e econômico é a melhor solução. A estabilidade da estrutura pode ser atingida em princípio por dois sistemas estruturais básicos: enrijecendo-se o tabuleiro e mantendo-se a torre esbelta ou o contrário. Se a torre possuir rigidez à flexão desprezível, surgirão momentos fletores apenas no tabuleiro. No entanto, se a rigidez à flexão da torre for alta e o tabuleiro muito esbelto, os momentos fletores atuarão apenas na torre. Comportamento Estrutural - Sistema de Cabos em Leque A força normal introduzida no tabuleiro pelos cabos é menor no sistema em leque, devido à maior inclinação dos cabos em relação ao tabuleiro, devido a isso, o peso total dos cabos é significativamente menor do que no sistema em harpa. Devido à maior inclinação dos estais (medida em relação ao tabuleiro) no sistema em leque, a força existente no cabo para equilíbrio das cargas verticais é menor e consequentemente a área de aço necessária para os estais é reduzida. A flexão longitudinal da torre é reduzida no sistema em leque, uma vez que a componente desequilibrada de esforço horizontal pode ser transferida diretamente para o cabo de ancoragem, sem solicitar a torre. Os deslocamentos da torre e consequentemente do tabuleiro são inferiores no sistema em leque, quando comparados aos demais. Comportamento Estrutural - Sistemas de Cabos em Leque Comportamento Estrutural - Sistemas de Cabos com Suspensão Central A presença de um sistema único de suspensão evita o cruzamento visual dos cabos, conferindo à ponte uma vantagem estética. Os momentos torsores atuantes no tabuleiro, causados por cargas assimétricas, exigem uma seção rígida. Comportamento Estrutural - Sistema de Cabos com Suspensão Lateral Em sistemas com dois planos de cabos, os momentos torsores podem ser equilibrados totalmente nos planos de cabos pelo princípio do braço da alavanca. A suspensão lateral introduz momentos fletores transversais com valor máximo no centro da seção e esforços cortantes e forças de ancoragem máximas nos pontos extremos. Comportamento Estrutural - Tabuleiro O tabuleiro atua principalmente na transferência local de cargas entre seus pontos de aplicação e os pontos de suporte dos estais. Os esforços de flexão não são elevados quando os cabos forem pouco espaçados, o que reduz a necessidade de seções do tabuleiro com elevada rigidez à flexão. Comportamento Estrutural - Tabuleiro O tabuleiro também é responsável pela transmissão da componente horizontal de força nos cabos. A participação do tabuleiro no equilíbrio das cargas verticais pode ser simplificadamente dividida em três parcelas: 1. Transferência de cargas entre os pontos de suporte dos estais. 2. Auxílio ao sistema de cabos no equilíbrio global. 3. Distribuição de forças concentradas entre os estais. Comportamento Estrutural – Torre/Mastro No caso de sistemas de cabos em harpa, que são sistemas instáveis, as cargas assimétricas entre os vãos central e lateral podem ser equilibradas pela flexão longitudinal da torre ou do tabuleiro. No entanto, a fim de se reduzir a deformabilidade do tabuleiro, deve-se prover a torre de elevada rigidez longitudinal à flexão, para que possa resistir aos elevados momentos fletores provenientes de cargas assimétricas. Nas estruturas com sistemas de cabos em leque os estais de ancoragem conferem ao sistema grande rigidez longitudinal, uma vez que criam apoios elásticos para o topo da torre. Os momentos fletores longitudinais nela atuantes são reduzidos já que grande parte dos esforços horizontais desequilibrados é transferida diretamente ao cabo de ancoragem. Neste caso, a rigidez longitudinal das torres tem pequena influência no comportamento estrutural do conjunto. Referências RIBEIRO, Catão F. PONTE DUPLA ESTAIADA COM MASTRO EM X SOBRE O RIO PINHEIROS. Enescil Engenharia de Projetos. São Paulo. TORNERI, Paola. COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DE PONTES ESTAIADAS: COMPARAÇÃO DE ALTERNATIVAS, São Paulo, 2002, 272p. VARGAS, Luis Arturo Butron, COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DE PONTES ESTAIADAS: EFEITOS DE SEGUNDA ORDEM. São Paulo, 2007, 153p.
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