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Taxas

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE FACULDADE DE DIREITO – CAMPUS HIGIENÓPOLIS DIREITO TRIBUTÁRIO I
PROFESSORA FÚLVIA HELENA DE GIÓIA
Trabalho de Direito Tributário: 
Taxas
He Nem Kim Seo – 3114476-4
Isabel Cristina Torres Silva – 3114601-5
José Salviano Carvalho da Costa – 3113301-0
Kamila Rossatto Duque – 3110613-7
Paulo Marcio da Cruz Amâncio – 3115777-7
Turma: 7ºU 
SÃO PAULO 
2014
		
 
He Nem Kim Seo 
Isabel Cristina Torres Silva 
José Salviano Carvalho da Costa 
Kamila Rossatto Duque 
Paulo Marcio da Cruz Amâncio 
Taxas
Trabalho de Avaliação para a disciplina de Direito Tributário I da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie/SP Campus Higienópolis.
Professor: Fúlvia Helena de Gióia
 São Paulo
Maio de 2014
SUMÁRIO
Introdução.......................................................................................................................04
1. Taxas.............................................................................................................................05
1.1. Competência..............................................................................................................06
1.2. Fato Gerador.............................................................................................................08
1.3. Sujeitos........................................................................................................................09
1.4. Base de Cálculo e Alíquotas....................................................................................11
1.5. Princípios...................................................................................................................12
Binômio fato gerador/base de cálculo..............................................................13
1.6. Imunidade..................................................................................................................13
1.7. Taxa de Polícia..........................................................................................................14
1.8. Taxa de Serviço.........................................................................................................15
2. Taxas no Município de São Paulo.......................................................................17
2.1. Taxa de Fiscalização de Estabelecimento.............................................................17
2.2. Taxa de Fiscalização de Anúncios..........................................................................17
2.3. Taxa de Limpeza Urbana.........................................................................................18
3. Súmula Vinculante 19..............................................................................................18
4. Questões Objetivas...................................................................................................21
Conclusão........................................................................................................................34
Referências Bibliográficas..........................................................................................35
Introdução
O Código Tributário Brasileiro através de seu art. 3º conceitua tributo como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda cujo valor nela se possa exprimir, que não consta sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”, ou seja, tributo é obrigação ex lege, decorrente de lei, em moeda, o qual não constitui-se em sanção por ato ilícito e que tem por sujeito ativo, credor, normalmente, uma pessoa política e por sujeito passivo, o devedor, qualquer pessoa, apontada na lei da entidade tributante, cobrada mediante atividade administrativa vinculada.
Na doutrina temos os conceitos dados pelo Prof. Kiyoshi Harada (2004, p. 313), em sua obra intitulada Direito Financeiro e Tributário, e do Prof. Luciano da Silva Amaro (2003, p. 25), em sua obra intitulada Direito Tributário Brasileiro.[1: “tributos são prestações pecuniárias compulsórias, que o Estado exige de seus súditos em virtude do seu poder de império”][2: “tributo é toda prestação pecuniária não sancionatória de ato ilícito, instituída em lei e devida ao Estado ou a entidades não estatais de fins de interesse público”]
A quantidade de tributos no Brasil possui duas teorias, a (i) teoria tripartida e a (ii) teoria pentapartida.
Nos termos do art.145 da nossa Constituição Federal e do art. 5º do CTN, tributos são:
a) Impostos.
b) Taxas, cobradas em razão do exercício do poder de policia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.
c) Contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Assim, a teoria tripartida é pautada no Código Tributário Nacional (CTN) e no art. 145 da Constituição Federal de 1988 que dispõe serem três as espécies tributárias; impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
A teoria pentapartida é, atualmente, a teoria mais aceita pelos doutrinadores e pelo Supremo Tribunal Federal, ao regularem as contribuições de melhoria e os empréstimos compulsórios como tributos, conforme artigo 148 e 149 da Constituição Federal (Capítulo I – Do Sistema Tributário Nacional).
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Assim, a teoria pentapartida além de aceitar as três espécies clássicas do CTN, aceita também os institutos do empréstimo compulsório e da contribuições especiais trazidos pela Constituição Federal. 
Taxas
Dentre as espécies tributárias, o presente trabalho abordará especificamente as taxas. Dispõe a Constituição Federal e o CTN que as taxas são tributos, criados através de... cujo fato gerador é configurado por uma atuação estatal específica, referível ao contribuinte, que pode consistir no (i) exercício regular do poder de polícia ou na (ii) prestação ao contribuinte, ou colocação à disposição deste, de serviço público específico e divisível.[3: Art. 145, II, da CF e art. 77, do CTN.]
No entendimento do Prof. Luciano da Silva Amaro, a principal característica da taxa é a presença de uma atividade estatal, divisível, destinada a um indivíduo ou para um grupo de indivíduos determináveis.[4: Direito Financeiro e Tributário, 1999, p. 30.]
Assim, quando paga-se uma taxa, em contrapartida tem-se a prestação de um serviço público, v.g. pagar uma taxa para retirar passaporte, ou pagar taxa para estabelecer uma danceteria, restaurante, lanchonete, curtume, entre outros, ou ainda, pagar uma taxa de coleta de lixo domiciliar e em contrapartida ter a prestação de um serviço de coleta de lixo. 
Logo, a receita com impostos financia os serviços públicos indivisíveis, enquanto as taxas financiam os serviços públicos divisíveis.[5: Prof. Hugo de Brito Machado (1996, p. 322), Curso de Direito Tributário.]
As taxas existentes no município de São Paulo são:
Taxa de Fiscalização de Estabelecimentos;
Taxa de Fiscalização de Anúncios; e
Taxa de Limpeza Urbana.
Competência 
Diz-seda Competência Tributária, a aptidão para criar tributos em abstrato, por intermédio de lei, contendo todos os elementos essenciais, dentre os quais: hipótese de incidência, sujeito ativo, sujeito passivo, base de cálculo e alíquota. Consuetudinariamente, compete ao sujeito ativo da relação jurídica tributária, pois também apresenta a capacidade tributária ativa, nada impedindo, porém, que a pessoa política, através de dispositivo legal, delegue a capacidade tributária ativa a terceiros, figurando estes, como sujeitos ativos do tributo.
Consoante disposto no artigo 145, inciso II da Constituição Federal é atribuída a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a instituição das taxas, devido ao exercício do Poder de Polícia, ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou colocados a sua disposição. 
O ente competente para instituir e cobrar taxa é a pessoa jurídica de direito público que apresente atribuições para a realização da atividade a qual se vincule o fato gerador respectivo. Devido ao fato de a taxa se configurar como tributo vinculado, pode-se dizer que seu fato gerador é sempre relacionado a uma atividade estatal. Desta forma, a entidade estatal competente para o desempenho da atividade é competente, por consequência, para instituir e cobrar a taxa correspondente.
Roque Antônio Carrazza nos ensina que no Brasil, as pessoas políticas podem criar taxas de serviço e as taxas de polícia. Outras modalidades de taxas, encontradas no Direito Comparado, são inconstitucionais em nosso país, como no caso das taxas de uso, isto é, das taxas que têm por hipótese de incidência a utilização de bem pertencente a domínio público, e das taxas de obras, aquelas que tem por hipótese de incidência a realização de obras públicas.[6: CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 21ª Edição revisada e atualizada. Editora Malheiros, São Paulo: 2005.]
Resta clara a interpretação do dispositivo constitucional que as taxas são tributos retributivos ou contraprestacionais, haja vista que não podem ser cobradas sem que o Estado preste ao contribuinte, ou coloque à sua disposição, um serviço público específico e divisível.
Igualmente estabelece o artigo 80 do Código Tributário Nacional:
“Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas, no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público”.
A classificação quanto as pessoas que detêm competência tributária para a criação das taxas não é unânime entre os doutrinadores. A doutrina majoritária, considera como competência comum à referente a criação de taxas e de contribuição de melhoria. Há alguns autores que justificam tal competência como privativa (referente aos impostos), haja vista que todas as pessoas políticas apresentam atribuições para criarem taxas e contribuições de melhoria desde que não equivalentes.
À medida que a competência residual em matéria de impostos pertence à União Federal (artigo 154, inciso I), no que concerne às taxas, essa competência residual é dos Estados, uma vez que a estes, conforme o artigo 25, parágrafo 1º, da Constituição Federal, são atribuídas as competências que não lhes sejam vedadas pela própria Lei Maior. Conforme nos ensina Hugo de Brito Machado, aos Estados são conferidas, assim, atribuições residuais, correspondendo a competência residual para o desempenho de atividades, e em decorrência, para a instituição de taxas a estas vinculadas.
Dessa forma, pode-se compreender que a União poderá instituir, pode meio de lei complementar, outros impostos, desde que não cumulativos e não que tenham fato gerador ou base de cálculo própria dos impostos discriminados na Constituição Federal. No caso das outras contribuições sociais, poderão ser instituídas desde que objetivando-se a expansão da seguridade social, observado o artigo 154, inciso I, da CF.
A definição das atribuições de cada uma das pessoas jurídicas de direito público cabe ao direito administrativo e ao direito constitucional, que tem o condão de analisar a questão da competência para a instituição e a cobrança de taxas, entendida como simples decorrência da competência para o exercício da atividade a que se vinculem.
Destarte, verifica-se uma restrita vinculação entre a competência tributária e a competência administrativa, em se tratando dos tributos vinculados. E, considerando que as competências administrativas da União e dos Municípios estão estritamente descritas no corpo constitucional, nos capítulos II e IV do Título III da Lei Maior, e que o artigo 25, §1º do mesmo diploma prescreve as competências dos Estados e dos Municípios ao Distrito Federal, conclui-se que a competência residual para a instituição de taxas pertence aos Estados e ao Distrito Federal, conforme supramencionado.
Fato Gerador
O fato gerador da taxa é sempre uma atividade específica, relativa ao contribuinte. Resulta claro do texto constitucional que a atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, à qual se vincula a instituição da taxa, pode ser o (i) exercício do poder de polícia ou a (ii) prestação de serviços ou colocação destes à disposição do contribuinte.
Nesse contexto, a taxa é tributo vinculado cujo fato gerador é configurado por uma atuação estatal específica, referível ao contribuinte, que pode consistir:
No exercício do poder regular de polícia; e
Na prestação ao contribuinte, ou colocação à disposição deste, de serviço público específico e divisível (art. 145, II, da CF e art. 77, do CTN).
Assim, dois são os fatos geradores da taxa:
O regular exercício do poder de polícia e;
A utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
O conceito de poder de polícia pode ser encontrado no art.78 do CTN:
“Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.”
Da supremacia do interesse público em relação ao particular decorre o poder de polícia. Portanto, o fato gerador da taxa será sempre uma atuação estatal relacionada de modo direto aos interesses do sujeito passivo. Assim, sempre que houver uma atividade estatal, preventiva ou repressiva, que vise disciplinar a liberdade individual ou a propriedade particular, compatibilizando-as com o interesse público, ocorrerá a taxa de policia.
No entanto, para a configuração do fato gerador da taxa de serviço que este seja:
Específico e divisível;
Prestado ao sujeito passivo ou posto à sua disposição; e,
Utilizado, efetiva ou potencialmente, pelo contribuinte.
Mais uma vez os conceitos acima encontram-se no CTN:
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
Esta característica da taxa, vinculação a uma atuação estatal divisível e referível ao contribuinte, serve para evitar que ela se confunda com o imposto, mas não se prestapara separar dessa figura as demais exações tributárias, o que demandará outros critérios distintivos. 
A taxa de coleta de lixo, a taxa de água e esgoto e a taxa de fornecimento de gás são exemplos de taxas específicas e divisíveis, utilizadas efetiva ou potencialmente pelo contribuinte.
Sujeitos
O art. 3º do Código Tributário Nacional impõem que os elementos componentes do instituto devem ser definidos na lei de criação do tributo.
Conforme disposição do art. 97, inciso III e IV do Código Tributário Nacional, pode-se identificar rapidamente cinco elementos indispensáveis à criação do tributo:
a) fato gerador - situação necessária e suficiente para criar relação jurídico-tributária, conforme art. 114 do Código Tributário Nacional. O fato gerador pode ser analisado sob três aspectos ou dimensões:
b) base de cálculo - consiste na quantidade utilizada para medir o fato gerador.
c) alíquota - conjugada com a base de cálculo, permite definir o valor da prestação tributária com precisão. São duas as espécies de alíquotas:
d) sujeito passivo - pessoa física ou jurídica obrigada por lei a cumprir a exigência tributária;
e) sujeito ativo - pessoa indicada em lei como responsável pelo recolhimento do tributo.
Aspecto pessoal (item d e e) - sujeitos ativos e passivos:
A taxa pela prestação de serviço público tem a finalidade de ressarcir o Estado pelos custos da manutenção da atividade de oferecer aos cidadãos utilidades ou comodidades materiais, cuja titularidade é atribuída ao mesmo pela Contribuição.
Assim, temos como sujeito ativo o Estado ou ente de direito público, unidade autônoma de atuação estatal e como sujeito passivo todo usuário, pessoa física ou jurídica, que recebe ou pode utilizar potencialmente um serviço público.
Porém, para avaliar os sujeitos temos que avaliar a relação jurídica existente entre elas. Quando um serviço não é propriamente estatal e não é de utilização compulsória para o interesse público, não cabe cobrança de taxa, mas sim de preço público (ou tarifa), caso das tarifas de energia elétrica, gás e de serviços concedidos em geral. 
A tarifa não é necessariamente submetida aos princípios do Direito Tributário, como legalidade, anterioridade, prazos decadenciais e prescricionais próprios de tributos. Assim, estamos diante de uma relação contratual que pode ser inclusive encerrada pelo usuário. Ou seja, para se configurar sujeito ativo e passivo na relação jurídico-tributária em relação a determinada taxa, há de se verificar e analisar o vínculo do serviço prestado.
Toda pessoa que provoca a atuação estatal caracterizada pelo exercício do poder de polícia, ou a pessoa a quem seja prestada, ou à disposição de quem seja colocada a atuação do Estado traduzida em um serviço público divisível, será contribuinte de taxa.
Base de cálculo e alíquotas
Os aspectos quantitativos (item b e c) - base de cálculo e alíquotas, integram o critério quantitativo da regra-matriz de incidência tributária.
O art. 145, §2º da Constituição Federal proíbe a criação de taxas que tenham bases de cálculo próprias de impostos. Ou seja, a base de cálculo da taxa não pode ter relação ou ser baseada em renda pessoal do contribuinte e sim numa estimativa do custo da atividade estatal, serviço ou exercício do poder de polícia, específica destinada ao contribuinte, devendo seu valor ser estimado o mais próximo de uma contraprestação pela atividade oferecida. A atuação estatal deve ser dimensionada, buscando-se o custo, valor ou outra grandeza que lhe seja intrínseca. Pelo princípio da isonomia, o custo do serviço deve ser repartido entre todos os usuários, obrigando-se o usuário a pagar pela manutenção da atividade na medida em que a demande. As taxas são regidas pelo princípio da retribuição. Lembrando que essa retribuição tem por finalidade a estrita manutenção da atividade estatal tributada, e não a geração de lucro. Não é o próprio serviço público o objeto da tributação, mas sim a sua prestação.
Apesar de alguns autores definirem a taxa como um tributo contraprestacional outra parte da doutrina discorda, pois não há necessidade de se auferir efetiva vantagem ou uso real do serviço, pois o próprio art. 145, inciso II do CF dispõe que a taxa pode ser cobrada pela “utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição”. A taxa será cobrada ainda que não haja utilização efetiva do serviço, basta a utilização em potencial, conforme o art. 145, II, da CF e o art. 77 do CTN. Lembrando que só se configura utilização potencial quando os serviços estão à disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento (art. 79, I, b, do CTN).
Porém, vale ressaltar que o STF já decidiu ser constitucional a taxa de melhoramento de portos, cuja base de cálculo é o valor comercial das mercadorias transitadas pelo contribuinte. Podemos presumir que o valor comercial do que é transitado não é só uma manifestação de riqueza, mas também um indicador do quantum de atividade estatal especificamente referida ao contribuinte. 
O §único do art. 77 do CTN afirma que as taxas não podem ter base de cálculo ou fato gerador idênticos ao de impostos, nem ser calculada em função do capital das empresas. O imposto tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal, ou seja, a hipótese é de incidência não vinculada. As taxas são exatamente o contrário, recai sobre hipótese de incidência vinculada. Logo, a taxa não pode ter base de cálculo igual à de um imposto. Por exemplo, uma taxa com base de cálculo idêntica à de imposto era a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem, extinta pela Súmula 595 do STF. A base de cálculo da taxa era o valor venal dos imóveis rurais, base do Imposto Territorial Rural - ITR, de competência da União. Além disso, a atividade estatal no caso não era um serviço divisível.
O que pode ocorrer, no entanto, é a base de cálculo da taxa ser própria de imposto sem haver identidade, basta não haver correlação entre valor e o custo da atuação estatal específica. Exemplo de taxa com base de cálculo não idêntica, porém própria de imposto seriam as custas judiciais, calculadas sobre o valor da causa. O trabalho do Judiciário é presumivelmente proporcional ao valor da causa. Mas essa proporcionalidade deixa de existir se o valor da causa for muito alto. Estas taxas foram condenadas pela Súmula 595 do STF, embora sob o argumento não tributário: limitam o acesso à justiça. 
Assim, a Súmula Vinculante 29 do STF afirma ser constitucional a taxa cuja base de cálculo tenha identidade apenas parcial com aquela de um imposto, por exemplo, a taxa de coleta domiciliar de lixo que tem como base de cálculo a área do imóvel, um dos elementos para cálculo do valor venal, que é a base de cálculo do IPTU. Aqui o argumento de que se trata de base de cálculo própria de imposto não prevaleceria, pois o STF em um dos casos entendeu que o custo do serviço era presumivelmente proporcional à área do imóvel, aproximando-se assim de uma contraprestação.
Princípios Constitucionais
O regime jurídico das taxas é regido pelo princípio da retributividade, vale dizer, deve traduzir uma contraprestação paga ao Estado em razão da limitação de direitos e liberdades subjetivas do indivíduo (taxa de polícia) ou da prestação de serviço público específico e divisível (taxa de serviço).
Contudo, não é qualquer serviço público que possibilita a tributação por via de taxa de serviço, mas, tão-somente, o serviço público específico e divisível, conforme preceitua a 2ª parte do inc. II do art. 145 da Constituição Federal.
Quando uma taxa é criada por qualquer espécie normativa que não a medida provisória, impõe-se a observação do princípio da anterioridade no seu duplo aspecto, ou seja, anterioridade de exercício e anterioridade nonagesimal.
Binômio fato gerador/base de cálculo
Apesar de não ser um princípio constitucional, importante ressaltar o binômio fato gerador/base de cálculo. No direito positivo brasileiro,o tipo tributário é definido pela integração lógico-semântica de dois fatores: hipótese de incidência e base de cálculo.
Em outros termos, é preciso que haja uma relação íntima de causalidade entre a hipótese de incidência abstratamente definida em lei e a base de cálculo de um tributo, sob pena de deformação da especificidade de sua natureza jurídica, o que o tornaria inexigível, justamente devido à falta de congruência, adequação e pertinência com a hipótese de incidência.
Parece-nos que as taxas tributárias não apresentam essa relação de causalidade, uma vez que os valores cobrados não guardam integração com a atuação estatal. A base de cálculo da taxa de lixo, por exemplo, não é o valor pago aos coletores de lixo por tal prestação de serviço. 
Imunidade
Trata-se de uma proteção conferida pela Constituição Federal de 1988 aos contribuintes, ou seja, é uma hipótese de não incidência tributária constitucionalmente qualificada.
As imunidades são limitações constitucionais ao poder de tributar consistente na delimitação da competência tributária constitucionalmente conferida aos entes políticos.
Existem três formas de não-incidência tributária e a imunidade é uma delas, a qual não admite qualquer alteração por emenda constitucional. 
Quanto à aplicação das imunidades às taxas, há divergência doutrinária, eis que para alguns autores a imunidade deve ser abrangente, incluindo todos os tributos. 
Considerando este posicionamento temos as seguintes previsões constitucionais:
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Art. 230 § 2º da CF/88 - Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos.
Para outra parte da doutrina, a imunidade abrange somente impostos e não os demais tributos.
Diante de todo o exposto, tendo em vista que o direito de peticionar aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse, bem como a garantias aos maiores de sessenta e cinco anos aos transportes coletivos urbanos, serem gratuitos na forma da lei, conclui-se que a imunidade abrange as taxas, não podendo ser de outra forma a interpretação por beneficiar o contribuinte.
Taxa de polícia
A taxa de polícia, também chamada taxa de fiscalização, será exigida em virtude de atos de polícia, realizados pela Administração Pública, pelos mais diversos órgãos ou entidades fiscalizadores.
Nas palavras de Luciano Amaro, “a taxa de polícia é cobrada em razão da atividade do Estado, que verifica o cumprimento das exigências legais pertinentes e concede a licença, a autorização, o alvará e etc.”.[7: AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro, 14. ed., p. 33]
Contudo, não se pode confundir a polícia administrativa com a polícia judiciária e nem com a polícia de manutenção da ordem pública.
O art. 78 do CTN dispõe acerca do conceito de poder de polícia, verbis:
“Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.”
Há inúmeras atividades fiscalizatórias geradoras de cobrança de tributo, deflagrando-se dentre estas as conhecidas taxas de polícia. Dentre as principais, temos a (i) Taxa de Alvará – ou de funcionamento, (ii) Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA e a (iii) Taxa de Fiscalização dos Serviços de Cartórios Extrajudiciais.
Segundo o art. 78, parágrafo único, do CTN, pagar-se-á a taxa de polícia em virtude do exercício regular do poder da polícia administrativa, hábil a limitar direitos ou liberdades individuais em prol da coletividade. Contudo, a abrangência da expressão “exercício regular”, sempre gerou dúvidas nos órgãos julgadores, levando-os a refletirem se “exercício regular” significava um policiamento efetivo e concreto ou uma atividade fiscalizatória em condições de ser concretizável.
O STF, em reiterados pronunciamentos, tendo o STJ seguido a mesma linha de raciocínio, entendeu que o exercício regular significava policiamento efetivo, concreto ou real, traduzível por uma inequívoca materialização do poder de polícia.
Entretanto, o STF tem admitido situação que parece vir de encontro ao entendimento em epígrafe: a constitucionalidade da taxa de renovação anual de licença para localização, instalação e funcionamento de estabelecimentos comerciais e similares, desde que haja órgão administrativo que exercite o poder de polícia, ou seja, presumindo-se tal atividade de policiamento, ainda que o órgão fiscalizador não tenha empreendido fiscalizações individualizadas nos estabelecimentos do contribuinte.[8: (I) RE 115.213/SP, 1ª T., rel. Min. Ilmar Galvão, j. 13-08-1991; (II) RE 198.904/RS, 1ª T., rel. Min. Ilmar Galvão, j. 28-05-1996; e no já comentado (III) RE 416.601 (Pleno), de relatoria do ministro Carlos Velloso, em 10-08-2005, em que se discutiu a exigência da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA. Lei n. 10.165/2000) das empresas potencialmente poluidoras, independentemente de sofrerem fiscalização efetiva.]
Taxa de Serviço
Também chamada de taxa de utilização, a taxa de serviço será cobrada em razão da prestação estatal de um serviço público específico e divisível.
Tais requisitos são cumulativos, pois dão os contornos necessários à exigibilidade da taxa de serviço. Ou seja, a taxa de serviço sempre será dotada de especificidade e divisibilidade, conforme dispõe o art. 79, II e III do CTN.
De início, cabe conceituar o termo “serviço público”. Segundo Hugo de Brito Machado o serviço público será “toda e qualquer atividade prestacional realizada pelo Estado, ou por quem fizer suas vezes, para satisfazer, de modo concreto e de forma direta, necessidades coletivas”.[9: MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário, 29. ed., p. 426.]
Assim, o serviço público será:
Específico: também intitulado serviço público “singular”, é aquele destacável em unidades autônomas de utilização, permitindo-se identificar o sujeito passivo ou discriminar o usuário. Direciona-se, assim, a um número determinado de pessoas;[10: V. NOGUEIRA, Ruy Barbosa. Curso de direito tributário, 14. ed., p. 162.]
Divisível: é aquele passível de individualização ou “suscetível de utilização individual pelo contribuinte”, ou seja, o serviço quantificável, que traz um benefício individualizado para o destinatário da ação estatal. Conforme aduz Luciano Amaro, “o imposto é o modo de financiamento próprio dos serviços públicos indivisíveis, e a taxa, dos serviços divisíveis”. Com efeito, a divisibilidade pressupõe que o Estado os destaque ou especialize, segregando-os do conjunto de suas tarefas para a eles vincular a cobrança das taxas.
Desse modo, podemos concluir que a taxa de serviço somente será exigida se houver uma prestação de um serviço público específico e divisível. Em resumo, diz-se que “serviço divisível, necessário para a instituição da taxa, é o suscetível de utilização individual pelo contribuinte, e específico é o destacável em unidade autônoma.”
Ainda, é de todo oportuno esclarecer que, além de conter os atributos de especificidade e divisibilidade, o serviço público, ensejador da taxa de serviço, poderá ser de utilização efetiva ou de utilização potencial.
Analisando o art. 79 do CTN, concluímos que a utilização do serviço público deflagrador da taxa de serviço será: 
Efetiva: se o serviço for concretamenteprestado à coletividade, com fruição fática e materialmente detectável. Vale dizer, um serviço fruído, a qualquer título; 
Potencial: se o serviço, sendo de utilização obrigatória, for colocado à disposição do usuário-contribuinte, sem a correspondente utilização. Diz-se serviço fruível ou potencialmente utilizado.
Taxas no município de São Paulo
Taxa de Fiscalização de Estabelecimentos
Instituída pela Lei nº 13.477/02, a taxa de fiscalização de estabelecimentos é prevista na primeira parte do inciso I, do art. 145 da CF, correspondente à primeira parte do art. 77 do CTN.
Essa taxa surgiu com a implantação da Reforma Tributária pela Emenda nº 18/65 e, até hoje, parte da doutrina não conseguiu desvencilhar-se do conceito tradicional da taxa que implica a prestação de serviço público específico e divisível.
A lei nº 13.477/02 elege como fato gerador da taxa o exercício regular do poder de polícia, pelos órgãos competentes do Município, desenvolvendo atividades permanentes de controle, vigilância e fiscalização do cumprimento das normas municipais aí referidas. 
Nesse tipo de taxa, não existe serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte ou colocado a sua disposição. Basta a simples prática, pelo poder público municipal, de atos administrativos de prevenção, observação ou repressão necessários à verificação do cumprimento das normas. É imprescindível, apenas, que o sujeito ativo dessa taxa disponha de estrutura material e pessoal para exercitar, efetivamente, o poder de polícia nos setores referidos. 
Taxa de Fiscalização de Anúncios
Essa taxa, instituída pela Lei nº 13.474/02, também conhecida como taxa de licença de publicidade, tem como fato gerador o exercício do poder de polícia para fiscalização de anúncios naquilo que é de competência municipal, isto é, defesa dos locais destinados ao público, preservações de estética urbana, de segurança, de bons costumes, de tranquilidade pública e etc.
Tal taxa, tem como sujeito passivo qualquer pessoa física, jurídica ou qualquer unidade econômica ou profissional, cujo anúncio é submetido à fiscalização do poder público ou a pessoa que utiliza ou divulga anúncios de terceiros igualmente sujeitos à fiscalização.
O aspecto quantitativo da taxa, varia de R$ 150,00 a R$ 2.800,00, de conformidade com o tipo de anúncios e áreas utilizadas. A lei, com a intenção de diminuir os custos administrativos, elegeu como regra o lançamento por homologação.
Taxa de Limpeza Urbana
A Lei nº 13.478/03 dispôs sobre a organização do Sistema de Limpeza Urbana de São Paulo e criou e estruturou seu órgão regulador, bem como instituiu as Taxas de (i) Resíduos Sólidos Domiciliares – TRSD, para custeio dos serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação final desses resíduos, (ii) Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde – TRSS, (iii) Fiscalização dos Serviços de Limpeza Urbana – FISLURB e o Fundo Municipal de Limpeza Urbana – FMLU.
Tal taxa tem como fato gerador a utilização potencial dos serviços ditos divisíveis de coleta, transporte, tratamento e final destinação de resíduos sólidos domiciliares, apegando-se à alternativa permitida pelo texto constitucional.
Aparentemente, a norma estaria preenchendo os requisitos da especificidade e divisibilidade, à medida que descartou os serviços inespecíficos e genéricos, como os de varrição, conservação e capinagem de vias e logradouros públicos, e desentupimento de bocas-de-lobo, contemplados na legislação revogada.
A Taxa de Remoção de Lixo Domiciliar, embutida na Taxa de Limpeza Pública, após declaração de sua inconstitucionalidade pelo STF, por conter na composição de sua base de cálculo elementos próprios para integrar a base de cálculo do IPTU, foi revogada pela Lei nº 12.782/98.
Súmula vinculante 19
Em 29 de outubro de 2009 foi editada a Súmula Vinculante de número 19, segundo a qual “A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o art. 145, II, da Constituição Federal”.
A questão abordada na súmula vinculante 19 é mais profunda do sua redação sugere, pois, além de se discutir a possibilidade de o serviço de coleta de lixo servir de fato gerador à cobrança de taxa, questionava-se se a área do imóvel poderia ser fator determinante do valor a ser pago.
Hugo de Brito Machado produziu um parecer, acolhido posteriormente pela Súmula Vinculante 19, onde demonstrou a constitucionalidade de taxa de lixo instituída e cobrada nesses termos, pelo Município de Fortaleza. Segundo ele, a área de um imóvel não é base de cálculo própria de impostos (o valor o é, mas a área, sozinha, não), e que a área, por sua vez, é indicativa – ao lado de outros fatores, como a finalidade dada ao imóvel (residência, restaurante, hospital etc.) – da quantidade de lixo ali produzida, podendo ser validamente eleita como critério para a determinação do valor da taxa.[11: MACHADO, Hugo de Brito; MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Direito Tributário Aplicado. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p. 9 e seguintes.]
Além do parecer de Hugo de Brito Machado, a Súmula Vinculante 19 contou com os seguintes precedentes:
RE 576321 RG-QO
RE 256588 ED-EDv
AI 476945 AgR
AI 460195 AgR
RE 440992 AgR
AI 481619 AgR
AI 684607 AgR
RE 273074 AgR
RE 532940 AgR
RE 411251 AgR
RE 481713 AgR
RE 473816 AgR
AI 457972 AgR
RE 393331 AgR
AI 459051 AgR
RE 206777
Dentre eles, merece atenção o RE 576.321 publicado em 13.02.09 de relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski. 
“(...) observo, inicialmente, que o Supremo Tribunal Federal fixou balizas quanto à interpretação dada ao art. 145, II, da Constituição, no que concerne à cobrança de taxas pelos serviços públicos de limpeza prestados à sociedade.
Com efeito, a Corte entende como específicos e divisíveis os serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, desde que essas atividades sejam completamente dissociadas de outros serviços públicos de limpeza realizados em benefício da população em geral (uti universi) e de forma indivisível, tais como os de conservação e limpeza de logradouros e bens públicos (praças, calçadas, vias, ruas, bueiros).”
Decorre daí que as taxas cobradas em razão exclusivamente dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis são constitucionais, ao passo que é inconstitucional a cobrança de valores tidos como taxa em razão de serviços de conservação e limpeza de logradouros e bens públicos. 
Além disso, no que diz respeito ao argumento da utilização de base de cálculo própria de impostos, o Tribunal reconhece a constitucionalidade de taxas quem na apuração do montante devido, adote um ou mais dos elementos que compõem a base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não se verifique identidade integral entre uma base e a outra.
Ou seja, a discussão por trás da Súmula Vinculante 19 é se o serviço de coleta, remoção e destinação do lixo pode ou não ser cobrado por taxa, uma vez que a taxa é uma espécie de tributo que pressupõe que o serviço público é específico e divisível, conforme dispõe o art. 145, II da CR/88.
Diante do exposto, afirmar que a coleta, remoção e destinação do lixo é um serviço específico e divisível, assevera também que sua prestação é mensurável. Contudo, fica a dúvida de como será feita a medição do lixo produzido por cada imóvel?
Refletindo sobre a questão o Ministro Carlos Brito expôs a seguinte tese em voto proferido no Recurso Extraordinário 576.321-8/SP: 
“Confesso aos Senhores que todas as vezes que paro para refletir sobre a cobrança da taxa de lixo experimento um desconforto cognitivo. Ou seja, sem querer fazer trocadilho, hermeneuticamente, essa taxa não me cheira bem. Todas as vezes fico em dificuldade para compreender como se pode, sem artificializar a mensuração, dividir e quantificar o consumo. E, às vezes, chego a conclusão de que, não raras as vezes, a cobrança se torna uma ofensaao princípio da razoabilidade porque, com frequência, há casas e apartamentos menores habitados por muita gente. Então a produção de lixo não guarda conformidade com o tamanho do imóvel.”
Entretanto, o Ministro Relator Ricardo Lewandowski no mesmo Recurso Extraordinário 576.321-8/SP expôs que não há outra forma de se fazer esse cálculo, calcula-se o custo do serviço - municipalidade tem o custo desse serviço - e a melhor forma, como disse o Ministro Carlos Velloso, para que haja o mínimo de isonomia, é tomar como base um dos elementos para cálculo do IPTU, que é a grandeza do imóvel, porque, realmente sugere que o imóvel maior produza mais lixo do que o menor.
Apesar das discordâncias, prevaleceu o entendimento, que inclusive prevalece na jurisprudência da Suprema Corte, de que a coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis é serviço uti singuli e por isso a taxa pode ser calculada individualizadamente.
Questões objetivas 
Qual a natureza do tributo?
A taxa tem sua cobrança legitimada somente nas situações de utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível ou na situação de exercício regular do poder de polícia.
Assim dispõe o art. 4o do Código Tributário Nacional, nestes termos: 
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: 
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; 
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. 
Na definição legal de tributo dado pelo Código Tributário Nacional, tributo é “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. 
Portanto, o fato de existir o elemento da compulsoriedade da cobrança e porquanto são cobradas em razão de serviço público prestado e de exercício regular do poder de polícia, tais taxas possuem natureza tributária vinculada.
Quais os princípios constitucionais tributários aplicáveis a esta espécie tributária?
Com exceção do princípio da capacidade contributiva e, em partes, do princípio da imunidade, todos os demais princípios tributários relatados pela Constituição Federal brasileira de 1988, no Título VI, da Tributação e do Orçamento, Capítulo I, do Sistema Tributário Nacional, Seção II, das limitações ao poder de tributar, que tenham relação com as hipóteses de aplicabilidade das taxas tributárias, ou seja: 
Princípio da Legalidade (Artigo 150, I, CF);
Princípio da Anterioridade (Art. 150, III, “b”, CF/88);
Princípio da Irretroatividade (Art. 150, III, “a”, CF);
Princípio da Igualdade ou Isonomia Tributária (Art. 150, II, CF/88);
Princípio da Vedação ao Confisco (Art. 150, IV, CF/88);
Princípio da Liberdade de Tráfego (Art. 150, V, CF/88);
Princípio da Uniformidade Geográfica (Art. 151, I, CF/88);
Princípio da Vinculabilidade da Tributação;
Princípio da Transparência dos Impostos ou da Transparência Fiscal; e
 Princípio da não Diferenciação Tributária (Art. 152, CF/88).
Dentre os princípios constitucionais tributários apreendidos, há exceções em relação a esta espécie? Aponte-as e fundamente-as.
Há duas exceções, quais sejam:
Princípio da Capacidade Contributiva (Art. 145, §1º, CF/88)
O fato de não existir uma ação por parte do contribuinte, sendo este submetido à incidência das taxas de acordo com a ação estatal, fere o princípio da capacidade contributiva. 
No caso das taxas, o que é levado em consideração é se o serviço prestado ou colocado à disposição alcança ao contribuinte, ou seja, se é divisível e específico.
Princípio da Imunidade (Art. 150, CF/88)
A exceção ao princípio da imunidade diz respeito tão somente ao inciso VI do art. 150 da CF, pois as imunidades ali consolidadas dizem respeitos exclusivamente aos impostos. 
Há imunidade em relação à espécie? Aponte.
Há divergência doutrinária, eis que para alguns autores a imunidade deve ser abrangente, incluindo todos os tributos, e para outros, as imunidades são genéricas, ou seja, destinadas apenas aos impostos. 
As imunidades estão previstas no art. 150, VI da Constituição Federal de 1988:
Imunidade recíproca às pessoas políticas (União, Estados, DF e Municípios);
Imunidade do patrimônio, renda e serviços das autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
Imunidade do patrimônio, da renda e dos serviços dos templos de qualquer culto;
Imunidade dos partidos políticos, sindicatos dos empregados, instituições assistencias e educacionais sem fins lucrativos; e
Imunidade dos jornais, livros, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
Preferimos ficar com aqueles que defendem a tese de que o texto constitucional contempla hipóteses de imunidades referentes a taxas, como é o caso do art. 5º, inciso XXXIV, 'a' e 'b', inciso LXXIV, LXXVII e art. 195, § 7º, art. 226§1º, todos da Constituição Federal.
Identifique em relação ao tributo:
Competência e veículo (LC ou LO e possibilidade de MP) para criação 
Consoante disposto no artigo 145, inciso II da Constituição Federal é atribuída a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a instituição das taxas, devido ao exercício do Poder de Polícia, ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou colocados a sua disposição. 
Assim, o ente competente para instituir e cobrar taxa é a pessoa jurídica de direito público que apresente atribuições para a realização da atividade a qual se vincule o fato gerador respectivo. Devido ao fato de a taxa se configurar como tributo vinculado, pode-se dizer que seu fato gerador é sempre relacionado a uma atividade estatal. 
Desta forma, a entidade estatal competente para o desempenho da atividade é competente, por consequência, para instituir e cobrar a taxa correspondente.
A taxa deve ser criada por lei, não é exigível a sua instituição por lei complementar, que apresentará o fato gerador, dentre os quais, exercício regular do poder de polícia e a utilização efetiva ou potencial de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Materialidade (aspecto material)
O critério material da taxa refere-se ao comportamento de pessoa, física ou jurídica, não qualificado como ilícito pelo direito positivo. Sua identificação se faz através do verbo e complemento, empregados para representar a conduta no plano da linguagem jurídica.
As taxas são classificadas por Geraldo Ataliba como tributos vinculados, haja vista o critério material da hipótese tributária referir-se a uma atividade estatal tendo como supedâneo o artigo 145 da Constituição Federal. [12: ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. 5ª Ed. São Paulo, Saraiva: 1996.]
A partir dos artigos 145, inciso II da Constituição Federal e 77 do Código Tributário Nacional supracitados, se verifica que o aspecto material da taxa está dividido entre o exercício do poder de polícia e a prestação do serviço público.
Assim, há a possibilidade de se identificar dois critérios materiais, quais sejam:
Utilizar a prestação “específica e divisível” de serviço público, realizada por pessoa jurídica de direito público ou por empresa pública formada por capital cuja ordem é exclusiva da esfera federativa daquela; e
Ter acesso a prestação “específica e divisível” de serviço público, cuja utilização é compulsória, e realizada por pessoa jurídica de direito público ou por empresa pública formada por capital cuja ordem é exclusiva da esfera federativa daquela.
Momento da ocorrência do fato gerador (aspecto temporal)
O fato gerador da taxa é vinculado a uma atividade estatal específica relativa ao contribuinte. Por essa razão, diz-se, reproduzindo a ideia de A. D. Giannini, mencionado por Hugo de Brito Machado, que “a taxa é um tributo vinculado”. [13: Instituzioni di Diritto Tributario, Milão,Dott. A. Giuffrè Editore, 1948, p.39]A Carta Magna brasileira, embora não descreva a hipótese de incidência do tributo, estabelece o âmbito dentro do qual o legislador pode fazê-lo, e neste sentido estabeleceu que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir “taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição” (art. 145,II). Essa mesma indicação é feita pelo CTN, em seu artigo 77. 
Assim, no caso dos serviços públicos, o fato gerador da taxa ocorre quando há efetiva existência do serviço público ao contribuinte. Mesmo que este não o utilize, o fato deste existir de forma específica e divisível e ser colocado à disposição do contribuinte, já configura a possibilidade de cobrança por parte do ente competente. 
Por outro lado, nos casos do exercício regular do poder de polícia, o fato gerador ocorre somente com efetiva fiscalização e o relacionamento direto com o contribuinte. Nesse caso, a atividade é provocada ou demandada pelo contribuinte.
Local da Ocorrência do fato gerador (aspecto espacial)
O fato gerador da taxa é sempre uma atividade específica, relativa ao contribuinte. Resulta claro do texto constitucional que a atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, à qual se vincula a instituição da taxa, pode ser o (i) exercício do poder de polícia ou a (ii) prestação de serviços ou colocação destes à disposição do contribuinte.
Portanto, o local da ocorrência do fato gerador será, dentro dos limites de competência dos entes, onde o exercício do poder de polícia for efetivamente prestado ou onde ocorrer a efetiva prestação ou disposição de serviço público ao contribuinte.
Sujeitos (aspecto pessoal)
Os sujeitos ativos são a União o Estado ou Município. 
Os sujeitos passivos são os beneficiários da atividade ou serviço. 
Base de cálculo e alíquotas (aspecto quantitativo)
A base de cálculo é o valor sobre o qual o tributo é calculado, com o papel específico de mensurar, quantificar o fato gerador e, com exceção da taxa de coleta de lixo que a base de cálculo é a metragem da área construída do imóvel, sempre será o valor estimado da prestação do serviço.
A alíquota é o percentual aplicado sobre a base de cálculo, para dar o valor do tributo. Assim, a base de cálculo e a alíquota aplicada dependerão do tipo de taxa. 
Análise de jurisprudência específica (Tributais Superiores), conforme relação abaixo, que deverá contemplar: 
Através do Recurso Extraordinário com Agravo nº 748.445 com repercussão geral reconhecida em 23.10.13, analisaremos a manifestação do exercício do poder de polícia na Anotação de Responsabilidade Técnica, instituída pela Lei Lei 6.496/1977, cobrada pelos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA. LEI 6.496/1977. MANIFESTAÇÃO DO EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA. NATUREZA DE TAXA. SUBMISSÃO AO PRINCÍPIO DA ESTRITA LEGALIDADE. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. - O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da matéria debatida nos presentes autos, para reafirmar a jurisprudência desta Corte, no sentido de que a Anotação de Responsabilidade Técnica, instituída pela Lei Lei 6.496/1977, cobrada pelos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, tem natureza jurídica de taxa, sendo, portanto, necessária a observância do princípio da legalidade tributária previsto no art. 150, I, da Constituição. Em consequência, conheceu do recurso extraordinário, desde já, mas lhe negou provimento.
Com efeito, a obrigação de Anotação de Responsabilidade Técnica foi instituída pela Lei 6.496/1977, cujo art. 1º prescreve: 
“Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou prestação de quaisquer serviços profissionais referentes à Engenharia, à Arquitetura e à Agronomia fica sujeito à 'Anotação de Responsabilidade Técnica”.
Esse caráter impositivo da ART é acentuado pelo art. 3º da Lei 6.496/1977, que determina a aplicação de multa ao profissional ou à empresa que não realizar a anotação de responsabilidade técnica. Desse modo, se o descumprimento da obrigação legal sujeita o infrator a uma sanção, impossível afirmar que essa obrigação tenha natureza facultativa.
Diante desse fato (caráter impositivo), o dever de Anotação de responsabilidade Técnica constitui nítido exercício do poder de polícia realizado pelo Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia CONFEA. 
Assim, entendeu o Supremo que o dever de anotação ora discutido caracteriza-se como instrumento utilizado pela recorrente no desempenho do dever de fiscalização do exercício das profissões sujeitas ao seu controle e que, portanto, a remuneração advinda dessa atividade provém da cobrança da instituição de taxa cuja criação deve ser realizada com observância do princípio da legalidade tributária, previsto no art. 150, I, da Constituição.
Caso levado a julgamento
Recurso Extraordinário com Agravo nº 748.445 com repercussão geral reconhecida em 23.10.13.
Decisão e seu fundamento
Concluo, portanto, que a Anotação de Responsabilidade Técnica prevista no art. 1º da Lei 6.496/1977 prestase ao exercício do poder de polícia fiscalização de profissões , atribuído ao CONFEA. Assim, a remuneração dessa atividade provém da cobrança da instituição de taxa cuja criação deve ser realizada com observância do princípio da legalidade tributária, previsto no art. 150, I, da Constituição. 
Ressalto que esse entendimento vem sendo acolhido por esta Corte, conforme se observa dos seguintes precedentes: RE 567.094/DF, de relatoria do Ministro Dias Toffoli; RE 596.440/DF, ARE 766.167/RS e ARE 762.492/RS, de relatoria da Ministra Cármen Lúcia; RE 684.686/RS, Rel. Min. Luiz Fux; RE 599.778/DF, RE 567.102/DF e ARE 737.301/PR, de minha relatoria; ARE 763.522-AgR/SC, de relatoria da Ministra Rosa Weber; ARE 760.987-AgR/SC, ARE 762.023-AgR/SC e ARE 763.527- AgR/SC, de relatoria do Ministro Celso de Mello. Esse último acórdão foi assim ementado:
RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO (LEI Nº 13.322/2010) ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ART) COBRADA PELOS CONSELHOS REGIONAIS DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA (CREA) NATUREZA JURÍDICA DE TAXA NECESSÁRIA OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA DE LEI FORMAL (CF, ART. 150, I) IMPOSSIBILIDADE DE CRIAÇÃO OU MAJORAÇÃO DE REFERIDA EXAÇÃO TRIBUTÁRIA MEDIANTE SIMPLES RESOLUÇÃO PRECEDENTES DO STF RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO (grifei). 
Isso posto, manifesto-me pelo reconhecimento da repercussão geral da matéria debatida nos presentes autos, para reafirmar a jurisprudência desta Corte, no sentido de que a Anotação de Responsabilidade Técnica, instituída pela Lei Lei 6.496/1977, cobrada pelos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, tem natureza jurídica de taxa, sendo, portanto, necessária a observância do princípio da legalidade tributária previsto no art. 150, I, da Constituição. Em consequência, conheço do recurso extraordinário, desde já, mas lhe nego provimento.
Eventual divergência e seu fundamento
Não houve divergência. Decisão Unânime.
Análise de precedentes da Súmula vinculante 19
“A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal”. (Súmula Vinculante 19)
Data de Aprovação: Sessão Plenária de 29/10/2009
Referência Legislativa: Constituição Federal de 1988, art. 145, II.
Precedentes:
RE 576321 RG-QO
Publicação: DJe nº 30, em 13/2/2009
Trata sobre a constitucionalidade das taxas de serviços de limpeza pública e a distinção dos elementos da base de cálculo própria de impostos. O recurso teve sua repercussão geral reconhecida, foi ratificado o entendimento firmado pelo Tribunal sobre o tema e denegado a distribuição dos demais processos que versem sobre a matéria.
RE 256588 ED-EDv
Publicação:DJ de 3/10/2003
A questão discutida diz respeito a universalidade e a impossibilidade da cobrança de taxa do Serviço de limpeza de logradouros públicos e de coleta domiciliar de lixo. Decidiu o supremo que tratando-se de taxa vinculada não somente à coleta domiciliar de lixo, mas, também, à limpeza de logradouros públicos, que é serviço de caráter universal e indivisível, é de se reconhecer a inviabilidade de sua cobrança.
AI 476945 AgR
Publicação: DJ de 24/3/2006
Novamente, a taxa de limpeza de pública foi tema de discussão e novamente a decisão do supremo foi no sentido de ser inviável a cobrança da Taxa de Limpeza Pública. Tal taxa foi instituída pela Lei 5.641/89, pelo Município de Belo Horizonte. Entendeu o STF a inviabilidade ocorre por se tratar de taxa vinculada não somente à coleta domiciliar de lixo, mas, também, à limpeza de logradouros públicos, serviço de caráter universal e indivisível. 
AI 460195 AgR
Publicação: DJ de 9/12/2005
Nesse caso a Taxa de limpeza pública (TLP) foi considerada inexigível por conta da atividade estatal não se revestir das características de especificidade e divisibilidade. É assente na colenda Corte que a taxa de limpeza pública, cuida-se de atividade estatal que se traduz em prestação de utilidade inespecífica, indivisível e insuscetível de ser referida a determinado contribuinte, não podendo ser custeada senão por meio do produto da arrecadação dos impostos gerais. 
RE 440992 AgR
Publicação: DJ de 17/11/2006
Ementa: Agravo regimental. Recurso extraordinário. Tributário. Taxa de coleta de lixo domiciliar. Município de natal. Serviço específico e divisível. Precedentes. O acórdão recorrido afirmou que "o serviço de coleta e remoção de lixo domiciliar, fornecido pelo Município, é uti singuli, efetivamente usufruído pelo contribuinte, gerando benefícios que o atingem diretamente...". Logo, é legítima a cobrança da Taxa de Limpeza Pública, dado que instituída em face de uma atuação estatal específica e divisível. Precedentes: RE 232.393, Relator o Ministro Carlos Velloso, e RE  241.790, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence. Agravo regimental a que se nega provimento.
AI 481619 AgR
Publicação: DJ de 20/4/2007
Ementa: Imposto predial e territorial urbano - IPTU. Imunidade tributária. Taxa de iluminação pública e taxa de coleta de lixo e limpeza pública. Município de belo horizonte. Precedentes. Agravo regimental desprovido. 1- Para se aferir a imunidade tributária reconhecida pelo tribunal a quo seria necessário o reexame de fatos e provas. Incidência da Súmula 279 deste Tribunal. 2- A jurisprudência deste Supremo Tribunal é pacífica quanto à inconstitucionalidade da cobrança das taxas de iluminação pública e de coleta de lixo e limpeza pública. Precedentes.
AI 684607 AgR
Publicação: DJe nº 177, em 19/9/2008
Ementa: Taxa de coleta de lixo e limpeza pública - inconstitucionalidade - precedentes - recurso de agravo improvido.
RE 273074 AgR
Publicação: DJe nº 36, em 29/2/2008
Ementa: 1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Taxa de coleta de lixo e limpeza pública (TCLLP). Cobrança. Inviabilidade. Agravo regimental não provido. Não é legítima a cobrança de taxa quando não vinculada apenas à coleta de lixo domiciliar, mas, também, de serviço de caráter universal e indivisível como a limpeza de logradouros públicos. 2. RECURSO. Extraordinário. Controle difuso de constitucionalidade. Declaração de inconstitucionalidade de lei municipal. Modulação dos efeitos da decisão. Atribuição de efeitos ex nunc. Art. 27 da Lei Federal nº 9.868/99. Inadmissibilidade. Agravo regimental não provido. Esta Corte já negou, por inúmeras vezes, a atribuição de efeitos ex nunc à declaração de inconstitucionalidade ou não recepção de lei do Município do Rio de Janeiro que instituiu a cobrança do IPTU com alíquotas progressivas.
RE 532940 AgR
Publicação: DJe nº 152, em 15/8/2008
Ementa: Agravo regimental no recurso extraordinário. Taxa de coleta de lixo. Constitucionalidade. Débitos da fazenda pública. Juros e correção monetária. Necessidade de legislação que discipline a matéria. Sucumbência. Juízo da execução. 1. A taxa de limpeza pública, quando não vinculada a limpeza de ruas e de logradouros públicos, constitui tributo divisível e específico, atendido ao disposto no artigo 145, II, da CB/88. Precedentes. 2. O fato de um dos elementos utilizados na fixação da base de cálculo do IPTU ser considerado quando da determinação da alíquota da taxa de coleta de lixo não significa que ambos tenham a mesma base de cálculo. Precedentes. 3. A correção monetária e a incidência de juros sobre os débitos da Fazenda Pública dependem de lei que regulamente a matéria. Precedentes. 4. Os honorários de sucumbência devem ser decididos no juízo da execução. Agravo regimental a que se nega provimento.
RE 411251 AgR
Publicação: DJe nº 112, em 28/9/2007
Ementa: Agravo regimental no recurso extraordinário. Taxa de coleta de resíduos sólidos urbanos. 1. É legítima a taxa de coleta de resíduos sólidos urbanos. Tributo cobrado pelo exercício de serviço divisível e específico. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega provimento.
RE 481713 AgR
Publicação: DJe nº 74, em 25/4/2008
Ementa: Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Taxa de limpeza pública. Distrito Federal. Inconstitucionalidade. 3. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.
RE 473816 AgR
Publicação: DJe nº 139, em 9/11/2007
Ementa: Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Taxa de coleta de lixo. Município de Araçatuba. Serviço específico e divisível. Constitucionalidade. 3. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.
AI 457972 AgR
Publicação: DJ de 30/3/2007
Ementa: Tributário. Taxa de limpeza pública do município de belo horizonte. Lei municipal 5.641/89. Inconstitucionalidade. A decisão agravada está em conformidade com o entendimento firmado por ambas as Turmas desta Corte de que a cobrança da Taxa de Limpeza Pública, instituída pela Lei 5.641/89 do Município de Belo Horizonte, é inviável. Agravo regimental a que se nega provimento.
RE 393331 AgR
Publicação: DJ de 5/8/2005
Ementa: Taxa de limpeza pública - município de belo horizonte - ausência de especificidade e divisibilidade. Assentando a Corte de origem que a taxa não se mostrou específica nem divisível, considerado o contribuinte e o imóvel do qual é proprietário, forçoso é concluir pela ausência de enquadramento do extraordinário no permissivo da alínea "a" do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal, no que glosado o tributo. AGRAVO - ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - MULTA. Se o agravo é manifestamente infundado, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil, arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé.
AI 459051 AgR
Publicação: DJ de 4/2/2005
Ementa: Recurso. Extraordinário. Inadmissibilidade. IPTU. Progressividade. Lei municipal anterior à EC 29/00. Inconstitucionalidade. Súmula 668. Agravo regimental não provido. “É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana”.
RE 362578 AgR
Publicação: DJe nº 107, em 13/6/2008
Ementa: Constitucional. Tributário. IPTU do município do rio de janeiro. Progressividade anterior à EC 29/2000. Taxa de coleta de lixo e limpeza pública - TCLLP. Efeitos da declaração de inconstitucionalidade no controle difuso. Multa. I - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que é inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinadas a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana (Súmula 668 do STF). II - É ilegítima a cobrança da Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública - TCLLP, porquanto não está vinculada apenas à coleta de lixo domiciliar, mas também a serviço de caráter universal e indivisível,como a limpeza de logradouros públicos. III - A atribuição de efeitos prospectivos à declaração de inconstitucionalidade, dado o seu caráter excepcional, somente tem cabimento quando o tribunal manifesta-se expressamente sobre o tema, observando-se a exigência de quorum qualificado previsto em lei. IV - Aplicação de multa. V - Agravo não provido.
RE 206777
Publicação: DJ de 30/4/1999
Ementa: - Tributário. Município de santo André. IPTU progressivo. Taxas de limpeza pública e de segurança. Leis municipais nº 6.747/90 (arts. 2º e 3º); 6.580/89 (arts. 1º e 2º. inc. I, alínea a, e inc. II, alíneas a e b), e 6.185/85. Acórdão que os declarou inexigíveis. Alegada ofensa incs. i e ii e §§ 1º e 2º do art. 145; inc. I e § 1º do art. 156; §§ 1º, 2º, 4º, inc. II, do art. 182 da constituição. Decisão que se acha em conformidade com a orientação jurisprudencial do STF no que tange ao IPTU progressivo, declarado inconstitucional no julgamento do RE 194.036, Min. Ilmar Galvão; e á taxa de limpeza urbana (arts. 1º e 2º, inc. I, a, e II, a e b, da Lei nº 6.580/89), exigida com ofensa ao art. 145, inc. II e § 2º, da CF, porquanto a título de remuneração de serviço prestado uti universi e tendo por base de cálculo fatores que concorrem para formação da base de cálculo do IPTU. Declaração da inconstitucionalidade dos dispositivos enumerados, alusivos à taxa de limpeza urbana. Pechas que não viciam a taxa de segurança, corretamente exigida para cobrir despesas com manutenção dos serviços de prevenção e extinção de incêndios. Recurso conhecido em parte, para o fim de declarar a legitimidade da última taxa mencionada. Recurso conhecido em parte, para o fim de declarar a legitimidade da última taxa mencionada.
Conclusão
As taxas são tributos cujo fato gerador é configurado por uma atuação estatal específica, referível ao contribuinte, que pode consistir no (i) exercício regular do poder de polícia ou na (ii) prestação ao contribuinte, ou colocação à disposição deste, de serviço público específico e divisível.
Assim, o fato gerador da taxa é um fato do Estado e não do contribuinte, pois é o Estado que exerce a atividade passível de cobrança. Contudo, nem sempre o contribuinte usufrui do serviço prestado. Por vezes, a taxa pode ser cobrada somente pelo fato do serviço estar à disposição do contribuinte.
Concluindo, as taxas foram criadas com o intuito de financiar as atividades estatais divisíveis e referíveis a um indivíduo ou grupo determinável. Portanto, contribuinte da taxa será a pessoa que provoca a atuação estatal caracterizada pelo exercício do poder de polícia, ou a pessoa a quem seja prestada, ou à disposição de quem seja colocada, a atuação do Estado traduzida num serviço público divisível. 
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DOCS - 727040v1

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