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ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO

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!:.
_vv. ^to^ uxgaus judiciais e detensorias públicas junto às'populações pobres, aproximando oJudiciário do povo, como também conscientiza
apopulação de seus direitos e dos modos de exercê-los, obviando assim os im
pedimentos de ordem social e cultural. ' im"
d) Finalmente, aparticipação do povo como colaborador da Justiça dá s
naqualidade de testemunha, perito etc. Ç S
16
Princípios de Organização do
Poder Judiciário
Princípios que Regem a Organização do Poder Judiciário
1.1 Princípio da Desconcentração
1.2 Princípio da Territorialidade
1.3 Princípio da Adequação
1.4 Princípio do Duplo Grau de Jurisdição
Órgãos: Definição
Composição dos Órgãos
Enumeração dos Órgãos
1 PRINCÍPIOS QUE REGEM A ORGANIZAÇÃO DO PODER
JUDICIÁRIO
Ao estudarmos a jurisdição, vimos que se trata de um conjunto unitário
de atribuições que precisam ser cumpridas para que o Estado alcance os fins a que
se propõe.
Acontece, porém, que o Estado, enquanto tal, sendo um mero ente da ra
zão, não tem existência física, nem psíquica, não podendo, pois, exercer ativida
des, nem manifestar vontade.
Surge, então, a necessidade de criar uma organização que seja capaz de
executar as funções do Estado, exprimindo-lhe a vontade e realizando as ativida
des necessárias à consecução de seu fim.
O Poder Judiciário é, justamente, a organização preordenada ao exercício
da função jurisdicional, ou seja, é um conjunto de elementos pessoais e materiais
relacionados entre si, tendo em vista desempenhar a função jurisdicional do Estado.
a
construção
do
PoderJudiciário,
com
o
de
qualquer
organização
M
resultado
acaso
m
asobedece
acertasregrasouprincípios.PoroutraspEv£s
adeterminaçãodosórgãos
constitutivosdoJudiciário,as
especificaçõesde^
atribuições,as
relaçõesdeinterdependência
ede
cooperação
entre
eles
tudo
presididoporprincípiosqueprecisamosestudarparapodermos
conh
cê-bcom
m
ais
segurança.
w
u
u
ci_e
10
co
m
1.1
Princípio
dadesconcentração
Desconcentrarérepartirasfunções
entre
osváriosórgãosdeum
a
m
esm
a
pessoajurídica.Nao
se
confunde
com
adescentralizaçãoque
se
verifica
auandn
asfunções
são
transferidaspara
outrapessoajurídica1
q
°
OJudiciáriobrasileiroé
essencialmentedesconcentrado.Defato
aauio
serviçojurisdicionaldoEstadoéprestadoporum
a
m
ultiplicidadedeórgãoses
a
aisEssatécnicadadesconcentração
apresenta
a
vantagem
dedescongestionar
asatividadesjunsdicionais,contribuindoparatornarm
enoslento
odesfechoJos
processos.
lu
U
üs
1.2
Princípio
da
territorialidade
Muitopróximo,
e
relacionado
com
oprincípiodadesconcentração
é
o
principiodaterritorialidade.A
m
ultiplicidadedeórgãosque
compõe
o
aparelho
judiciáriodoEstado
estádisseminadaportodoterritóriodopaís,cadaqualtendo
um
a
circunscnçaoquelheéprópria
e
onde
exerce
suas
atribuições.
ri,a
a
°PrÍnCÍPÍ°í
territorialidade
apresenta
a
vantagem
de
aproximarajus
tiçado
povo,
evitando,
assim
,
seu
sdeslocam
entos.
Dá
origem
à
cham
ada
com
petência
territorial.
1.3
Princípio
da
adequação
Além
dedesconcentraraprestaçãodo
serviçojurisdicional,atribuindo-se
aum
a
m
ultiplicidadedeórgãos,edelocalizaressesórgãos
em
diferentes
circuns-
cnçoesterritoriaisdopaís,olegisladorinstituiu
outrotipodedemarcaçãofunda
m
entaldentrodoPoderJudiciário.Trata-sedaseparação
operada
entre
osórgãos
judiciárioscombaseno
chamadoprincípiodaadequação,ou
especialização
com
o
r
a\-
l°br!3Sdistíni?õesentredescentralizaredesconcentrar,verCelsoAntônioBdeMello
Cursodedreitoaàmvustranvo,p.131;verHelyLopesMeirelles,Direitoadministrativob^üetop.
queiram
cham
á-lo,queleva
em
co
nta,entre
o
utros
critérios,
aqualificaçãojurídi
ca
da
m
atéria
sobre
que
v
e
rsa
a
ação,
a
qualidade
dos
titulares
da
relação
posta
em
juízo
e
o
utras
circunstâncias
e
n
u
m
e
radas
n
a
lei.
É
assim
que
o
Judiciáriobrasileirodivide-se
inicialm
ente
em
grandesblo
co
s
de
órgãos,
cham
ados
"justiças",
c
o
n
stituindo
u
m
a
s
as
"justiças
especiais"
e
o
utras
as
"justiças
c
o
m
u
n
s".
A
lém
disso,
o
legislador
opera
o
utrosdesdobram
entos
n
o
seio
de
c
ada
u
m
a
dessasjustiças,de
m
odo
a
co
nfiar
cada
espécie
de
cau
sa
ao
órgão
reputado
o
m
ais
apto.
O
princípio
da
adequação
do
órgão
ao
litígio
traz,
co
m
o
co
n
seqüência,
a
diversificação
dasjustiças,
engendrando
u
m
problem
a
de
repartição
das
co
m
pe
tências,
e
m
ra
zão
da
m
atéria,das
pessoas
etc.
1.4
Princípio
do
duplo
grau
dejurisdição
O
princípio
do
duplo
grau
dejurisdição
tem
o
seguinte
significado
práti
co
:
a
parte
que
não
obteve
satisfação
de
su
a
pretensão
em
l2
grau
pode
provocar
u
m
n
o
v
o
e
x
a
m
e
de
seu
processo
por
u
m
órgão
de
2-grau,
portanto,diverso
do
quejulgou
precedentem
ente.
O
objetivo
do
princípio
do
duplo
grau
dejurisdição,
segundo
a
doutrina,
é
o
de
a
ssegurarà
parte
u
m
n
o
v
o
pronunciam
ento
sobre
a
m
atéria.M
as
ao
lado
dessa
função
subjetivista
do
princípio
do
duplo
grau
dejurisdição
podem
os
vis
lum
brar
o
utra
de
n
atureza
política,porque
ligada
àdefesa
do
próprio
direito
ob
jetivo.Seria
aquela
de
subm
eter
asdecisõesdosórgãosde
l2
grau,geralm
ente
m
ais
sen
síveis
às
n
ecessidades
das
m
udanças
so
ciais,
a
u
m
co
ntrole
por
órgãos
m
ais
"e
xperientes",
e
vitando-se,
a
ssim
,
as
cham
adas
decisões
alternativas
o
u
re
v
olu
cionárias.A
liás,já
n
o
regim
e
da
m
o
n
arquia
absoluta,
o
duplo
grau
dejurisdição
era
u
m
instrum
ento
político
que
propiciava
ao
rei
a
oportunidade
de
afirm
ar
a
su
a
soberania
em
face
dasjustiças
senhoriais
e
eclesiásticas.D
aí
o
adágio:
"Todajus
tiça
e
m
a
n
a
do
rei."
N
o
e
ntanto,hoje
a
doutrina
vê
o
princípio
do
duplo
grau
dejurisdição
de
u
m
a
perspectiva
técnica
e
subjetivista,
afirm
ando
tratar-se
de
u
m
a
garantia
de
boa
justiça.D
efato,
argum
entam
o
sdoutrinadores,
u
m
a
v
ezque
o
sjuizes
são
falíveis,
é
essen
cial
a
previsão
de
u
m
instrum
ento
perm
itindo
reparar
o
erro
involuntário
dos
prim
eirosjulgadores.
A
v
e
rdade,porém
,é
que
se
trata
de
u
m
m
ecanism
o
polêm
ico
de
eficiên
cia
discutível,principalm
ente
porque
protela
a
solução
finaldos
litígios
e,depois,
porque,
até
agora,
ainda
não
se
tem
n
e
nhum
a
dem
onstração
de
que
o
sórgãos
do
2°graujulguem
m
elhordo
que
o
s
do
l2.
Não obstante isso, o direito brasileiro consagra o princípio do duplo gra
de jurisdição irrestritamente.
2 ORGAOS: DEFINIÇÃO
Vimos que o Estadoé uma entidade abstrata por não existirno mundo da;
realidades materiais, mas só no mundo do direito.
Disso resulta que o Estado,para exercitarseus poderes e cumprir suas atri
buições, precisa valer-sede pessoas físicas que possam atuar seus poderes e com
petências, agindo e querendo por elee, bemassim, dos meios materiais quepos
sibilitam seu desempenho.
O órgão, em sentido amplo, é justamente essa figura organizatória que
resulta da reunião da pessoa ou conjunto depessoas físicas comas competências
que lhes cabem exercer e, bem assim, com os meios materiais necessários a seu
desempenho. Ressalte-se, por relevante, que os órgãos são indiferentes à identi
dade pessoal dos sujeitos físicos que desempenham suas competências.
Empregamos, pois, o termo órgão no sentido mais amplo possível, abran
gendo não só a pessoaou pessoasfísicas que exercitamos poderes, mas, também,
os próprios poderes atribuídos a elas e, até, os meios materiais de que se valem
para desenvolver suas funções. Acrescente-se que é nesse sentido amplo que o
termo é usado na Constituição Federal, como se vê, entre outros, no art. 92. Aí,
quando a Constituição Federal diz que a funçãojurisdicional é exercida pelos ór
gãos que enumera, Supremo Tribunal Federal e outros, está usando o termo ór
gão para compreender não só a esfera de competência, mas, igualmente, a pes
soa ou pessoas físicas que a exercitam, e os meios materiais necessários a seu exer
cício. Tanto assim, que enumera como órgãos, indistintamente, ora as entidades
(tribunais, juizes), ora as pessoas físicas (juizes).
Aliás, essa definição de órgão decorre de sua própria natureza orga
nizatória. De fato, o órgão é uma organização e, como tal, é, até por definição,
um conjunto ordenado de elementos pessoais e materiais relacionados entre si,
tendo em vista o desempenho de uma tarefa ou atribuição.
Dessa maneira, quando falamos em órgão judiciário, estamos nos referin
do a um complexo constituído pela pessoaou pessoasfísicas, pelas atribuições que
a lei lhes confere e, enfim, pelos meios materiais de que se valem para exercita
rem-nas.2
2 Deum ponto de vista puramente intelectual e abstrato, é possívelseparar o órgão, como
centro unitário de competência, de seu titular, pessoa ou pessoas que atuam as competências. Nes
se sentido, ver Celso Antônio Bandeira de Mello, Apontamentos sobre os agentes e órgãos públicos.
Noentanto, a compreensãoque adotamos no texto corresponde melhor a sua dimensão pragmáti
ca, ou seja, ao uso que fazem do conceito "órgão" a lei e os juristas práticos.
COMPOSIÇÃO DOS ORGAOS
Os órgãos jurisdicionais brasileiros são de composição monocrática e co
legial. Adotamos, pois, os dois princípios de composição dos órgãos judiciários.
Em regra, são monocráticos os órgãos do l2 grau. No entanto, fazem ex
ceção à regra:
a) os órgãos do ls grau da Justiça do Trabalho, as juntas de conciliação e
julgamento, que são juízos colegiados;
b) os órgãos do l2 grau da Justiça Militar, os conselhos, que são também
juízos colegiados;
c) os órgãos do l2 grau da Justiça Eleitoral, as juntas eleitorais, que são
igualmente colegiais; e, finalmente,
d) alguns órgãos do l2 grau das Justiças Federal e Estadual, os tribunais
do júri, que são colegiados.
Os órgãos do 2° e 3a graus e, bem assim, o Supremo Tribunal Federal são
todos colegiados.
4 ENUMERAÇÃO DOS ORGAOS
Acabamos de ver as regras que presidem a organização do Poder Judiciá
rio e o que se deve entender por órgão. Agora vamos enumerar sucintamente os
elementos que compõem o Judiciário, ou seja, vamos enumerar seus órgãos para,
no capítulo seguinte, analisarmos cada um separadamente.
O Judiciário brasileiro, de acordo com a Constituição Federal, art. 92, com
põe-se dos seguintes órgãos: Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de
Justiça, Justiça Federal, Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral, Justiça Militar,
Justiças Estaduais e Justiça do Distrito Federal e Territórios.
WS8ÈSÊÊÊÊ
17
Justiças da União
1 Justiças da União: Significado da Expressão
2 Supremo Tribunal Federal
3 Superior Tribunal de Justiça
4 Justiça Federal
4.1 Tribunais Regionais Federais
4.2 Juízos Federais
4.3 Juizados Especiais da Justiça Federal
5 Justiça do Trabalho
5.1 Tribunal Superior do Trabalho
5.2 Tribunais Regionais do Trabalho
5.3 Juízos do Trabalho
6 Justiça Eleitoral
6.1 Tribunal Superior Eleitoral
6.2 Tribunais Regionais Eleitorais
6.3 Juízos Eleitorais
6.4 Juntas Eleitorais
7 Justiça Militar
7.1 Superior Tribunal Militar
7.2 Conselhos de Justiça
8 Justiça do Distrito Federal e Territórios
1 JUSTIÇAS DA UNIÃO: SIGNIFICADO DA EXPRESSÃO
Quando falamos em Justiças da União, referimo-nos àquelas figuras
organizatórias constituídas por órgãos isolados ou por conjuntos unitários de ór
gãos que são estruturados e mantidos pela União para o exercício de uma dada
esfera de atribuições jurisdicionais. Portanto, não hácomo confundir Justiças da
União com função jurisdicional do Estado, una, indivisível e de âmbito nacional.
Por sua vez, a divisão das justiças em Justiças da União e dos Estados-Membros
decorre da forma federativa do Estado brasileiro, dizendo respeito àorganização
e manutenção dessas Justiças, umas pela União, outras pelos Estados-Membros,
nada tendo a ver com sua essência de órgão do Judiciário, predisposto ao exercí
cio da mesma função jurisdicional doEstado, essência queé comum a todas elas.1
2 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
OSupremo Tribunal Federal é o órgão decúpula doPoder Judiciário. Isso
significa que o Supremodá a última palavra, no Brasil, sobreos temas do direito.
Afunção específica do Supremo é a de controlar in abstracto a constitu-
cionalidade das leis. Nesse sentido, o Supremo é umtribunaleminentemente cons
titucional. Isso faz do Supremo um superlegislador, já que tem opoder de invali
dar as normas criadas pelo próprio legislador. Ademais, o controle da constitu-
cionalidade das leis por um órgão do Poder Judiciário coloca uma questão de
natureza política: se a leié umato desoberania exercida porrepresentantes do
povo, eleitos pelo princípio do sufrágio universal, fica difícil aceitar que possa ser
invalidada porjuizes, que não são órgãos derepresentação do povo.
Arealidade é quea Constituição entendeu deseguir osistema adotado nos
Estados Unidos, onde o controle deconstitucionalidade é tarefa própria do Judi
ciário (Suprema Corte), diversamente do sistema continental europeu, em que a
garantia da constitucionalidade das leis é atribuição de uma Corte Constitucio
nal - tribunal especialde caráter políticofora da estrutura do Poder Judiciário.
Dado o fato de que o controle da constitucionalidade das leis relaciona-se
com aspectos da maior importância na política geral do Estado, acreditamos que
a solução européia dos tribunais constitucionais fora do Judiciário é superior à
solução norte-americana do controle por órgãos judiciários, seguida pelo Brasil.
Ademais, se, nos Estados Unidos, razões históricas e políticas aconselhariam a
adoção do modelo judiciário, no Brasil essas mesmas razõeso desaconselhariam.
Conclusão: aqui, a opção pelo modelo americano foi ditada pelo espírito de pura
imitação do constituinte de 1891.
Composição: o Supremo Tribunal Federal é composto de 11 juizes que
recebem o título de ministros, escolhidos e nomeados pelo Presidente da Repú
blica, depois de aprovada aescolha pela maioria absoluta do Senado Federal (CF,
1 Sobre a natureza da "justiça esportiva", ver Álvaro Melo Filho, Odesporto na ordem
jurídica constitucional.
art. 101, parágrafo único), dentre cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos
de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Competência: como foi dito, o Supremo Tribunal Federal configura-se como
o mais alto intérprete da Constituição. Nesse sentido, mediante os procedimen
tos adequados, garante a primazia da Constituição e julga da conformidade ou não
das leis e outros atos normativos à Carta Magna.
Ademais de suas funções constitucionais, o Supremo exerce as competên
cias que lhe são atribuídas no art. 102,1 e II, da Constituição Federal, funcionan
do ora como instância originária, ora como instância recursal ordinária.
3 SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Ao tratar da constitucionalidade das leis, vimos que o constituinte entre
gou seu controle ao Supremo Tribunal Federal, órgão do Poder Judiciário, seguin
do, assim, o modelonorte-americano.
No entanto, ao disciplinar o problema do respeito à lei federal, o consti
tuinte optou pela criação do Superior Tribunal de Justiça, que, de um modo ge
ral, corresponde às chamadas Cortes de Cassação do direito continental europeu.
A diferença entre o Superior Tribunal de Justiça e as Cortes de Cassação
européias é que estas, diante de uma violação do direito, limitam-se, em princí
pio, a cassar (anular) a decisão recorrida (daí o nome de cassação), enviando o
processo para julgamento ao juízo ou tribunal competente, enquanto o Superior
Tribunal de Justiça, além do poder de cassar a decisão recorrida, tem, também, a
competência para proferir um novo julgamento sobre a matéria, que substitui a
decisão recorrida.
Composição: o Superior Tribunal de Justiça compõe-se, no mínimo, de 33
ministros, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha
pelo Senado Federal.
Os ministros do Superior Tribunal de Justiça são escolhidos dentre juizes
dos Tribunais Regionais Federais (1/3), desembargadores dos Tribunais de Justi
ça (1/3), indicados em lista tríplice, elaborada pelo Superior Tribunal de Justiça
e, bem assim, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Esta
dual, do Distrito Federal e Territórios, indicados em lista sêxtupla, elaborada pe
los órgãos de representação das respectivas categorias.
Competência: o Superior Tribunal de Justiça tem competência originária
(CF, art. 105, I) e recursal, que pode ser ordinária (art. 105, II) e especial (art.
105, III).
O que releva na competência do Superior Tribunal de Justiça é seu poder
de conhecer o recurso especial tendente a assegurar a vigência e uniformidadeda
lei federal quando a decisão recorrida for proferida pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunaisdos Estados (justiça ou alçada), do Distrito Federal e
Territórios.
Orecurso especial é meio de impugnação estritamente de direito e nãode
fato, vez que se destina a resguardar a exata observância e auniforme interpreta
ção da lei federal. Isso quer dizer que, na apreciação do recurso especial, oSupe
rior Tribunal deJustiça selimitará a verificar seháviolação à vigência ouvalida
deda leifederal, ousehá divergência deinterpretação daleifederal entre a deci
são recorrida e outro tribunal.
No âmbito administrativo, funciona junto ao Superior Tribunal de Justiça
o Conselho de JustiçaFederal, cabendo-lhe, na forma da lei, a supervisão admi
nistrativa e orçamentária da Justiça Federal de lfl e 22 graus (CF, art. 105, pará
grafo único).
4 JUSTIÇA FEDERAL
A Justiça Federal é composta de vários órgãos do 22 grau, os Tribunais
Regionais Federais, de juízos federais e de juizados especiais federais.
4.1 Tribunais Regionais Federais
Composição: os Tribunais Regionais Federais, em número de cinco, con
forme dispõe o art. 27, § 6a, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
são localizados nas cidades de Recife, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto
Alegre.
Osjuizesdos Tribunais Regionais Federais sãonomeados peloPresidente
da República dentrebrasileiros com mais de 30 anos e menos de 65 anos de ida
de. São recrutados, se possível, na própria região, sendo:
a)
b)
umquinto, dentre advogados com mais de10anos deefetiva ativida
de profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de
10 anos de carreira;
os demais, mediante promoção de juizes federais com mais de 5 anos
de exercício pelos critérios de antigüidade e merecimento, alterna-
damente.
Competência: a competência dos Tribunais Regionais Federais é originá
ria e recursal. Ambas estão disciplinadas noart. 108,1 e II, da Constituição Fede-
ral. Releva salientar que a competência recursal dos Tribunais Regionais Federais
é para os recursos interpostos nas causas decididas por juizes federais e esta
duais, estes no exercício da competência federal, da área de sua jurisdição.
4.2 Juízos federais
Osjuízos federais são os órgãos do Ia grau da Justiça Federal. São órgãos
monocráticos, ou seja, órgãos ocupados por um juiz singular.
Para fins de administração da Justiça Federal, o território nacional é divi
dido em seções judiciárias. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constitui
uma seção judiciária, tendo por sede a respectiva capital (CF, art. 110).
Os juízos federais são localizados nas capitais dos Estados e do Distrito
Federal e em cidades do interior, segundo o estabelecido em lei (CF, art. 110).
A competência dos juízos federais está disciplinada no art. 109 da Consti
tuição Federal e na Lei de Organização da Justiça Federal (Lei na 5.010, de 30-5-
1966).
4.3 Juizados especiais da justiça federal
A Lei ns 10.219, de 16-7-2001, instituiu os juizados especiais cíveis e crimi
nais no âmbito da justiça federal. Os Juizados Especiais Federais são órgãos da Jus
tiça Federal, como acontece com os Juizados Especiais das Justiças dos Estados e
do Distrito Federal, que são órgãos dessas Justiças. Com a criação desses Juizados
Federais, diminuíram as grandes dificuldades de acesso à Justiça Federal.
5 JUSTIÇA DO TRABALHO
A Justiça do Trabalho é composta de um órgão do 3a grau, o Tribunal
Superior do Trabalho, com sede em Brasília, de órgãos do 2a grau, os Tribunais
Regionais do Trabalho, e de Juízos do Trabalho, que são seus órgãos do Ia grau.
Juízos de Direito da Justiça dos Estados são os órgãos da Justiça do Trabalho nas
localidades onde não houver Juízos do Trabalho (CLT, art. 668).
A competência da Justiça do Trabalho é determinada exclusivamente em
razão da matéria. Com efeito, trata-se de uma Justiça organizada com a finalida
de exclusiva de processar, julgar e executar os litígios entre empregados e empre
gadores regulados pelo direito do trabalho.
Para efeito de administração da Justiça do Trabalho, o território nacional
é dividido em regiões. Haverá em cada Estado e no Distrito Federal pelo menos
um Tribunal Regional do Trabalho (CF, art. 112).
A importância social e política da Justiça do iraDaino e imensa, nain-ov-,
como vimos, da Justiça encarregada de resolver oconflito fundamental da socie
dade capitalista, que éoconflito entre ocapital e otrabalho. Ademais, a criação
da Justiça do Trabalho com afinalidade de aplicar um direito -o direito do tra
balho - que procura corrigir juridicamente odesequilíbrio econômico entre tra
balhadores eempregadores tem oclaro propósito de dissuadir aclasse trabalha
dora da idéia de tentar resolver seu conflito histórico com aclasse capitalista pelo
recurso da violência.
5.1 Tribunal Superior do Trabalho
Composição: oTribunal Superior do Trabalho tem sede em Brasília eju
risdição em todo oterritório nacional. Éomais alto órgão da Justiça do Traba
lho. Compõe-se de 17juizes com o título deministros.
Os ministros são nomeados pelo Presidente da República depois de apro
vados seus nomes pelo Senado Federal (CF, art. 111, §Ia). Seu recrutamento faz-
1 se pelo seguinte procedimento:
a) onze entre magistrados dos Tribunais Regionais do Trabalho integran
tes da carreira da magistratura trabalhista;
b) três entre advogados no efetivo exercício da profissão; e
c) três entre membros do Ministério Público do Trabalho.
Os ministros devem ser brasileiros, ter mais de 35 emenos de 65 anos (CF,
art. 111, § ls).
Funcionamento: oTribunal Superior do Trabalho funciona em plenário ou
dividido em turmas.
Competência: acompetência do Tribunal Superior do Trabalho éoriginá
ria e recursal. Acompetência originária e recursal do plenário e das turmas do
Tribunal Superior do Trabalho está regulada no art. 702, seus itens, letras epará
grafos da Consolidação das Leis do Trabalho.
5.2 Tribunais regionais do trabalho
Composição: no Brasil há pelo menos um Tribunal Regional do Trabalho
em cada Estado e no Distrito Federal.
Os juizes dos Tribunais Regionais do Trabalho são escolhidos entre os
Juizes do Trabalho, advogados emembros do Ministério Público do TrabalhoO
número de representantes dos advogados emembros do Ministério Publico do
iraDaino varia de acordo com a composição de cada tribunal. Os juizes dos Tri
bunais Regionais do Trabalho são nomeados peloPresidente da República (CLT
art. 670).
Funcionamento: os Tribunais Regionais do Trabalho das Ia e2a Regiões (Ri0
de Janeiro e São Paulo) são obrigatoriamente divididos em turmas. Os Tribunais
Regionais do Trabalho com 12 ou mais membros poderão adotar a divisão em
turmas (CLT, art. 670, §8a). Os demais, por exclusão, só funcionam em plenário
Competência: os Tribunais Regionais do Trabalho têm competência origi
nária erecursal, ambas disciplinadas nos arts. 678 a680 da Consolidação das Leis
do Trabalho.
5.3 Juízos do Trabalho
Composição: os Juízos do Trabalho são os órgãos do Ia grau daJustiça do
Trabalho. Cada Juízo do Trabalho compõe-se de umjuiz do trabalho.
Nas Comarcas ondenão houver Juízos do Trabalho, poderá a lei atribuir
suas funções aos juizes de direito (LOMAN, art. 14, § Ia, e CLT, arts. 668 e669).
Competência: a competência dos Juízos do Trabalho está disciplinada pe
los arts. 651 ess. da Consolidação das Leis do Trabalho. Em princípio, compete a
esses Juízos processar, conciliar, julgar e executar os conflitos trabalhistas, como
tais entendendo-se os definidos na Consolidação das Leis do Trabalho.
6 JUSTIÇA ELEITORAL
São órgãos daJustiça Eleitoral: oTribunal Superior Eleitoral, osTribunais
Regionais Eleitorais, os juízos eleitorais easjuntas eleitorais (CF, art. 118,1 a IV).
AJustiçaEleitoral não tem um quadro próprio de juizes. Esses são recru
tados das outras Justiças, como veremos.
AJustiça Eleitoral, como seunome indica, temsuacompetência determi
nada exclusivamente em razão da matéria eleitoral, assim entendida e definida
como tal na Constituição Federal (arts. 118 ss) e demais espécies normativas,
sobretudo do Código Eleitoral. Oterritório nacional édividido em circunscrições
eleitorais e, estas, em zonas eleitorais para fim de administração da Justiça Elei
toral. Cada Estado e o Distrito Federal constituem uma circunscrição eleitoral.
6.1 Tribunal Superior Eleitoral
Composição: é o mais altoórgão da Justiça Eleitoral. Tem sede emBrasília
ejurisdição em todo oterritório nacional. Écomposto de 7juizes com otítulo de
ministros.
O recrutamento dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral obedece ao
seguinte procedimento (CF, art. 119):
a) mediante eleição pelo voto secreto:
a-1) de três juizes, entre osministros do Supremo Tribunal Federal;
a-2) de dois juizes, entreosmembros do Superior Tribunal deJustiça;
b) por nomeações do Presidente daRepública de dois entre seis advoga
dos de notável saberjurídico e idoneidade moral, indicados pelo Su
premo Tribunal Federal.
Omandato dos juizes do Tribunal Superior Eleitoral é de dois anos e não
podem ser reconduzidos por mais de dois biênios (LOMAN, art. 10).
Funcionamento: oTribunal Superior Eleitoral sófunciona emplenário, dado
opequeno número de seus componentes. Delibera por maioria de votos.
Competência: o Tribunal Superior Eleitoral tem competência originária e
recursal disciplinada no Código Eleitoral (arts. 22 e 23). Em sua competência
recursal, cabe-lhe julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Re
gionais Eleitorais. As decisões do Tribunal Superior Eleitoral são irrecorríveis, salvo
quando contrariem a Constituição Federal e as denegatórias de habeas corpus ou
mandado desegurança, das quais caberá recurso para o Supremo Tribunal Fede
ral (CF, art. 121, § 3a).
6.2 Tribunais Regionais Eleitorais
Composição: háum Tribunal Regional Eleitoral nacapital de cada Estado
e no Distrito Federal (CF, art. 120). Os Tribunais Regionais Eleitorais são os ór
gãos do 2a grau da Justiça Eleitoral. São compostos de 7 juizes. Orecrutamento
dos juizes dos Tribunais Regionais Eleitorais faz-se obedecendo aos seguintes pro
cedimentos (CF, art. 120):
a) mediante eleição pelo voto secreto:
a-1) de dois juizes, entre os desembargadores do Tribunal deJustiça;
a-2) dedois juizes, entre os juizes dedireito escolhidos pelo Tribunal
de Justiça;

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