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O procedimento Ludodiagnóstico

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O procedimento Ludodiagnóstico
A sala de atendimento:
-A sala de atendimento infantil deve ser separada dos adultos ou adolescentes;
- Deve ser um local preparado para a criança se movimentar, jogar bola, molhar com água, utilizar os materiais;
- Montar a sala com materiais, chão e as paredes laváveis e que não coloquem a criança em risco;
- Sugere-se que a sala tenha janela, com acesso à luz natural, em edifícios, a janela deve ter rede de proteção; é importante que as lâmpadas estejam protegidas;
- Quanto ao mobiliário recomenda-se que haja:
- Uma mesa lavável, de 1,10m de comprimento, 70 cm de largura e 65 cm de altura, pois facilitam a colocação dos materiais e não dirigi a escolha;
- Duas cadeiras iguais: uma para o terapeuta e outra para a criança;
- Uma cadeira para adultos;
- Um divã lavável; alguns terapeutas utilizam colchões com almofadas laváveis.
Armário das caixas lúdicas ou boxes:
Sugere-se que:
- A criança tenha seus materiais individualmente que garante o sigilo terapêutico, a privacidade da criança;
- Que os materiais de cada criança sejam guardados em um armário lavável dividido em boxes fechado, ou sejam montadas caixas lúdicas individuais, guardados em um armário fechado com prateleiras;
- Guardam separados os materiais de ludodiagnósticos. Esses materiais são coletivos e é reposto à medida que são utilizados. Como as sessões de ludodiagnósticos podem ser no máximo três, pode deixar no compartimento os materiais produzidos pela criança, caso perceba que irá utilizar nos próximos encontros. 
A caixa lúdica e os materiais: 
- Preferencialmente a caixa lúdica deve ser de madeira e revestida de fórmica ou de outro material lavável o que facilitaa sua reutilização. O tamanho ideal de uma caixa Ludodiagnóstica é de 50 cm de comprimento por 35 cm de largura e 30 cm de altura. Crianças que se sentem muito ameaçadas costumam delimitar o seu espaço pintando a caixa;
- Segundo Klein (1932) os materiais devem ser pequenos para que sejam manipulados pela criança, mas não tão pequenos que possam ser engolidos e materiais muito grandes podem assustar a criança. Os materiais estruturados devem representar a realidade cultural de cada criança atendida. Respeitando as cores, formas e tamanhos de cada item representado;
- Não há uma padronização para a caixa lúdica, mas alguns teóricos e pesquisadores recomendam a utilização de materiais estruturados e não estruturados. Os materiais recomendados para uma cultura brasileira são:
Materiais estruturados: famílias de bonecos; famílias de animais selvagens e domésticos; casinha com quarto, cozinha, sala e banheiro; posto de gasolina; carros e caminhões ou caminhão-cegonha ou cegonheiro; bola; armas de brinquedo; soldados em campo de guerra ou policiais; índios; equipamentos de cozinha, de enfermagem ou ferramentas; aeroporto e porto com barquinhos.Os materiais estruturados funcionam como facilitadores da expressão infantil e permitem um rápido acesso à capacidade simbólica da criança. Numa situação diagnóstica é de suma importância que a caixa contenha cenas e materiais que estabeleçam relação entre si, pois há pouco tempo de observação.
Materiais não estruturados: lápis preto; caixa de lápis colorido; borracha; guaches coloridos (azul, preto, amarelo, branco e vermelho); pincéis nº 6 e 12; apontador; cola e fita adesiva; tesoura; massa de modelar; barbante; papéis laminados coloridos; papel sulfite; papel espelho colorido; blocos de madeira coloridos; brinquedos de construção e de encaixe; panos e bacia com água.Os materiais não estruturados além de terem a finalidade de facilitar a expressão infantil, também permitem a expressão da criatividade.
- Não há uma padronização dos materiais numa caixa lúdica, mas há um consenso na necessidade da utilização desses materiais, pois permitem a observação de fenômenos que não são obtidos pela fala e que podem ser observados e analisados no acontecimento lúdico ou na maneira como a criança utiliza os materiais.Dependendo do objetivo do atendimento os materiais da caixa devem ser alterados;
- O material lúdico é um instrumento de expressão da saúde mental da criança e uma criança que não interage com os materiais ou não manifesta a brincadeira simbólica apresenta alguma alteração que deve ser investigada. Segundo Freud (1920) o faz de conta permite não só a representação de uma realidade angustiante como também a sua elaboração ou mesmo o confronto da realidade interna com a vivenciada;
- O profissional é influenciado pelo seu referencial teórico na escolha dos materiais e a caixa lúdica deve conter elementos que permitem uma análise segundo o seu enfoque profissional. 
A conduta do profissional na situação Ludodiagnóstica:
- O papel do profissional é de observador participante, podendo formular perguntas para esclarecer dúvidas e interagir na brincadeira, se for solicitado.
- Se a criança precisar de um acompanhante a conduta do profissional deverá ser a mesma, e deverá observar e analisar essa relação da criança com o outro.
- O profissional deve fica atento e intervir tentando diminuir possíveis reações de medo e ou angústia e evitando críticas;
- Sugere-se não anotar durante a sessão evitando, assim, uma possível inibição da criança e para não impedir ou dificultar o processo investigativo diagnóstico;
Manejo técnico da situação Ludodiagnóstica:
- Os móveis podem fazer parte do contexto interpretativo a ser analisado, pois podem representar a maneira como a criança interage como mundo externo, com os conteúdos de figuras de autoridade, com um adulto, etc;
- Antes de a criança entrar na sala, os materiais da caixa lúdica devem estar dispostos sobre a mesa, obedecendo a critérios aleatórios, mas com certa ordem, preferencialmente em montinhos agrupados; o agrupamento é no sentido de facilitar o manuseio e a escolha do material;
- Seguindo esta perspectiva orienta-se para que os materiais sejam apresentados fora das embalagens, tais como: lápis, massinha, etc;
- É importante que o profissional providencie uma bacia com água, caso a criança não tenha acesso fácil a ela;
O contrato da sessão Ludodiagnóstica:
- Assim que a criança entra na sala de atendimento sugere-se esclarecer a ela os objetivos do encontro, o porquê da presença do material, bem como o papel de cada um – criança e profissional;
- Procedimento comumente utilizado na realização do ludodiagnóstico:
1) perguntar á criança se ela sabe o motivo de estar ali;
2) apresentar os motivos dos pais ou de terceiros que a levaram a esse encontro;
3) apresentação dos materiais que será facultativo a utilização pela criança, explicando a função deles.
4) esclarecer no início da sessão que o objetivo é compreender e tentar orientar os envolvidos no problema;
5) após tais esclarecimentos, aguarda-se um posicionamento sobre como a criança esta recebendo esta preocupação dos pais;
6) aguardam-se as manifestações da criança, sejam verbais ou através da utilização dos materiais.Pode-se ocorrer de fazer perguntas á criança;
7) as perguntas não devem ser seguidas como roteiro, vai depender daquilo que a criança fizer ou desejar expressar;
8) alguns minutos antes do término da sessão ludodiagnóstica, sugere-se a retomada do que foi esclarecido no início da sessão. Enfim, conclui-se o contrato, explicando: numero de encontros previstos, com os seus objetivos, duração e tempo, forma de pagamento, sigilo profissional e como se dará a finalização de todo processo de avaliação. A criança será informada de que receberá os resultados do processo juntamente com os pais;
9) comumente após 50 minutos, a sessão lúdica é encerrada. Antes, porém, é solicitado que a criança guarde os materiais segundo os seus critérios. Deve-se fazer a análise desse procedimento tal como recurso integrante do procedimento do Ludodiagnóstico.

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