Buscar

O Setting

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

6
O Setting
O setting pode ser conceituado como a soma de todos os procedimentos que organizam, normatizam e possibilitam o processo psicanalítico.
Sua função é bastante ativa e determinante na evolução da análise, serve de cenário para reprodução de velhas e novas experiências emocionais e está sob uma continua ameaça em vir a ser desvirtuado tanto pelo analisando quanto pelo analista.
Bleger faz uma distinção entre setting e situação analítica: a primeira é soma de todos os detalhes da técnica, a segunda a soma de todos os fenômenos que se processam na relação analista-analisando incluindo o próprio enquadre.
Tratando-se de pacientes muito regressivos, F. Taustin sugere que o setting analítico deve ser visto como uma incubadora.
O setting funciona como, um importante fator terapêutico psicanalítico pela criação de um espaço que possibilita ao analisando trazer seus aspectos infantis no vínculo transferencial. 
Funções do Setting
Também fazem parte da função do setting:
Estabelecer o aporte da realidade exterior com a suas inevitáveis privações e frustrações.
Ajudar a definir a predominância do principio de realidade sobre o de prazer.
Prover a necessárias delimitações entre o “eu” e os “outros”, por meio da função de desfazer a especularidade e gemeralidade típica deste pacientes.
Auxiliar, a partir daí, a obtenção das capacidades de diferenciação, separação e individuação.
Definir a noção dos limites e das limitações que provavelmente estão algo borrado pela influência da onipotência e onisciência, próprias da “parte psicótica da personalidade”, sempre existente em qualquer paciente.
Desfazer as fantasias do analisando, que sempre esta em busca de uma ilusória simetria e de uma similaridade com o analista.
Reconhecer que é unicamente sofrendo as inevitáveis frustrações impostas pelo setting, desde que essas não sejam exageradamente excessivas ou escassas, que o analisando, pode desenvolver a capacidade para simbolizar e pensar.
Mesmo que o paciente apresente verbalizações, atos ou sentimentos considerados proibidos ou mal vistos, estes não irão afetar o setting do analista.
Freud explicita cinco regras fundamentais para o setting: regra fundamental (livre associação de idéias), abstinência, neutralidade, atenção flutuante e amor à verdade. Essas regras quando são seguidas na íntegra e sem uma sensibilidade que permita necessárias alterações, acabam por ser um ritual obsessivo e rígido, e por isso perdem valor. 
Deve-se tomar cuidado para não tomar uma posição de “dominador” em relação ao paciente, dando ênfase em “tarefas” que devem ser cumpridas na análise, como se fosse o esforço que deve ser valorizado e não o resultado da análise. 
Uma exagerada permissividade em relação às regras fundamentais também é considerada um problema, pois não permite a frustração do paciente e acaba por deixá-lo numa condição de dependência e não de crescimento mental.
O analista, assim como qualquer pessoa importante para o paciente, também deve permitir frustrações, desde que não sejam muito exageradas, escassas ou incoerentes.
A Inclusão de Parâmetros
Parâmetro são padrões, regras, e normas estabelecidos pelo analista; de acordo com Eissler (1953) o analista deve seguir e impor tais parâmetros de acordo com as recomendações e técnicas preconizadas pela psicanálise, ainda assim também pode introduzir outros tipos desde que não interfira na analise em si.
O emprego de parâmetros deve ter três condições básicas:
1. O analista deve ter o domínio e a segurança de tudo que está propondo dentro do setting.
2. Caso a proposta de mudanças no enquadre seja sugerido pelo analisando, tais somente podem ser atendidas após uma exaustiva analise, e ainda assim precisam ser estabelecidas distinções, entre aquilo que está relacionado a realidade e ao acting (atuação).
3. E para parâmetros de maior complexidade , tanto o analista quanto o analisando devem ter condições de retornar caso seja possível  necessário as condições estabelecidas anteriormente.
A IPA (associação internacional de psicanálise) vem com o intuito de defender as técnicas psicanalíticas afim de torna-las sempre mais eficazes e para um bom tratamento, porém o que temos é uma forte resistência em parte dos analisados em questão de dificuldades financeiras, pelo fato de que seria um tratamento mais extenso .
O movimento psicanalítico vêm sofrendo um descrédito em relação ao uso de fármacos, que seria um meio mais “rápido” para os analisados, de resolver seus conflitos ao invés de irem para terapia, que é evidente que é mais eficiente, e contempla uma vasta área do meio psicológico, tornando assim o tratamento muito mais completo, eficaz e trazendo benefícios para a saúde mental do paciente.
Simetria
É natural que o analisando, através de diversas manobras, inconscientes em sua grande maioria, procure desfazer a essa odiada assimetria, por mais que o seu lado racional reconheça a sua indispensabilidade.
Similaridade
(...) não há uma similaridade entre o paciente e o terapeuta, isto é, eles não são pessoas iguais naquilo que diz respeito aos valores, crenças, forma de pensar, trabalhar, resolver problemas, etc.
12

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais