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Resumo prova 2 Histologia

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Resumo prova 2 Delycia
TECIDO CARTILAGINOSO
O tecido cartilaginoso tem função de sustentar o embrião em desenvolvimento embrionário e tecidos moles, como o septo nasal por exemplo. Além disso, também reveste superfícies articulares, e proporciona a formação e crescimento de ossos longos.
Não apresenta vascularização ou inervação própria, e a nutrição se dá por capilares presentes no pericôndrio, um tecido conjuntivo denso que envolve a peça de cartilagem. 
		Pericôndrio
Reveste as cartilagens (exceto as articulares), e tem função de nutrir o tecido cartilaginoso e eliminar seus resíduos metabólicos. É dividido em duas camadas:
- Celular: camada mais próxima da cartilagem, com predomínio de células condrogênicas comprometidas com a formação da cartilagem;
- Fibrosa: camada mais externa do pericôndrio, com predomínio de fibras de colágeno tipo 1 e fibroblastos.
		Células cartilaginosas
Células condrogênicas
 Células fusiformes do pericôndrio com potencial para se diferenciarem em condroblastos e em células osteoprogenitoras (durante a ossificação endocondral). Responsáveis pelo crescimento da cartilagem em espessura (crescimento aposicional).
Condroblastos
Células arredondadas com citoplasma abundante, que apresentam pequenas projeções que aumentam a sua interação com o meio extracelular. Ficam entre o pericôndrio e a peça de cartilagem propriamente dita. Tem capacidade mitótica, e realizam a síntese da matriz cartilaginosa. Ao serem aprisionados por elas, reduzem suas projeções citoplasmáticas e assumem a morfologia de condrócitos.
Condrócitos
Sintetizam e renovam os elementos da matriz cartilaginosa. Se localizam em lacunas na matriz, e podem ter formato ovoide (mais próximos à periferia da cartilagem) ou esféricos (localizados mais profundamente na cartilagem). É uma célula característica de secreção de proteínas, por ter muitas mitocôndrias, RER e golgi. Organizam-se em grupos isogênicos: cada grupo de células originou-se do mesmo condroblasto precursor. Tais grupos podem ser:
- Isogênicos coronários: organizados em ninhos celulares;
- Isogênicos axiais: organizados em filas.
		Matriz cartilaginosa
Gags e proteoglicanos associados a elementos fibrilares, como colágenos por exemplo. 80% do peso da cartilagem se dá pela água de solvatação presente na matriz, que permite a difusão de nutrientes pela mesma. 
		Histogênese
Células mesenquimais se multiplicam e se agrupam em centros de condrificação, onde se diferenciam em condroblastos. Estes secretam uma matriz extracelular diferenciada, que dá origem à matriz cartilaginosa. A produção deste tecido avança, prendendo os condroblastos em lacunas. Então, estes assumem características morfológicas de condrócitos, que ficam circundados por uma matriz cartilaginosa diferenciada: a matriz territorial. Ao se dividirem dentro de uma mesma lacuna, formam os grupos isogênicos.
Isto ocorre no período embrionário, e é chamado, portanto, de crescimento intersticial.
Enquanto a cartilagem se forma, o mesênquima ao seu redor se diferencia formando o pericôndrio, que por sua vez adiciona novas camadas de cartilagem a partir de mudanças na sua camada Celular, onde ficam as células condrogênicas. Tal processo é chamado de crescimento aposicional.
		Tipos de cartilagem
Cartilagem hialina
Mais abundante, sustenta o corpo do embrião nos primeiros meses de vida e protege as articulações do corpo. No adulto é encontrada na extremidade do nariz, laringe, extremidade das costelas onde se articulam com o esterno, anéis da traqueia e peças de cartilagem nos brônquios. Servem também como molde para a formação dos ossos longos durante a ossificação endocondral. Possui duas regiões distintas:
- Matriz territorial, ao redor dos condrócitos;
- Matriz interterritorial, entre os grupos de condrócitos.
Na periferia dessas cartilagens, os condroblastos tem forma mais alongada, enquanto que mais profundamente eles se agrupam. 
Cartilagem elástica
Encontrada na laringe, na epiglote e sustentando a orelha externa. Neste tipo de cartilagem, há muitas fibras elásticas e os condrócitos parecem ser mais volumosos que na cartilagem hialina. 
Cartilagem fibrosa (ou fibrocartilagem)
Possuem feixes de fibras colagenosas preferencialmente do tipo I, logo é mais resistente à tração. Participa na constituição dos discos intervertebrais, na sínfise pubiana e meniscos do joelho, além de estar presente em alguns tendões e ligamentos que se inserem ao osso. Pode se associar à cartilagem hialina ou ao tecido ósseo. Esta cartilagem só possui crescimento intersticial, e devido às fibras colagenosas, os condrócitos se dispõe em fileiras alongadas nas lacunas, caracterizando grupos isogênicos axiais.
		Regeneração
Exceto em crianças, a regeneração da cartilagem é ineficiente. As células condrogênicas do pericôndrio podem penetrar na região lesada, dando origem a nova cartilagem, mas se a lesão for extensa, formarão um tecido conjuntivo denso para sua reparação. 
		Degeneração
O processo mais comum é a calcificação da matriz, com a deposição de fosfato de cálcio sob forma de cristais de hidroxiapatita. Tal processo ocorre na ossificação endocondral.
TECIDO ÓSSEO
Tem como função o apoio e suporte para partes moles do organismo, proteção dos órgãos vitais, locomoção, alocação e proteção da medula óssea e reservatório de íons e sais minerais, principalmente cálcio. Para estuda-lo em microscopia de luz, utilizam-se dois métodos:
Descalcificação: remoção da parte inorgânica do tecido. Primeiro, fragmentos de um osso são fixados para preservar elementos orgânicos. Depois, a solução é tratada com acido ou quelante para remoção de sais de cálcio. Após isso, o material fica mais maleável e pode ser utilizado o método histológico tradicional.
Desgaste: o osso é cortado com a serra e assim pequenos fragmentos são obtidos. Tais fragmentos são desgastados com lixas para obtenção de finas fatias, que se tornam delgadas a ponto da luz atravessa-las. Tais fatias vão ara as laminas e são observadas no microscópio.
Constituição do tecido
Constituído por células e matriz extracelular calcificada. É recoberto por tecido conjuntivo denso chamado de periósteo, a partir do qual os vasos sanguíneos penetram no osso. No periósteo há fibras colagenosas (chamadas de sharpey) que o fixam no osso. A cavidade central dos ossos é revestida pelo endósteo, que pode ser delgado, a ponto de se resumir a células de osteoblastos e osteoclastos dispostas numa camada única.
		Matriz óssea
Componente orgânico
Fibras de colágeno tipo I (em sua grande maioria)
Ao se organizarem, formam feixes espessos com muitas ligações cruzadas. A grande quantidade de colágeno é responsável pela acidofilia da matriz óssea. 
Gags
Encontram-se associados à proteínas, formando proteoglicanos. Estes podem formar agregados com a presença de hialuronano. Varias glicoproteínas são encontradas na matriz, e algumas delas estão envolvidas no processo de osteogênese (mineralização da matriz óssea).
Proteínas
Associadas aos Gags, formando proteoglicanos.
Células
Células osteoprogenitoras
Células fusiformes com núcleo oval, derivadas do mesênquima e com potencialidade para diferenciarem-se em osteoblasto. Durante o processo de crescimento ósseo, são as células mais ativas. No osso maduro se localizam na face interna do periósteo e podem ser observadas também revestindo os canais de havers. 
Osteoblastos
Originam-se das células osteoprogenitoras e sintetizam elementos da matriz extracelular. Variam de cubicas a cilíndricas e tem citoplasma basófilo quando ativas. Possuem prolongamentos citoplasmáticos que se intercomunicam com outras células. Quando estes se tocam, formam junções comunicantes. Localizam-se na superfície do tecido. Entre a matriz óssea e os osteoblastos, existe o osteóide, área da matriz não totalmente calcificada. Quando a matriz ao redor do osteoblasto se calcifica por completo, ele fica aprisionado e assume a morfologia dos osteócitos. Apenas 1/3 dos osteoblastos se tornam osteócitos; os demais
fazem apoptose. Em adultos, os osteoblastos ficam inativos e revestem a superfície do periósteo e do endósteo. Neste caso são chamados de células de revestimento ósseo, e podem entrar em atividade tornando-se células osteoprogenitoras com algum estímulo.
Osteoclastos
Células grandes, multinucleadas, com capacidade de deslocamento. O citoplasma é acidófilo devido ao grande numero de mitocôndrias e lisossomos. São responsáveis pela reabsorção óssea e seu precursor é o mesmo dos monócitos. Quando se inicia a formação do tecido ósseo, as células progenitoras se fundem e formam os osteoclastos. Localizam-se em lacunas de Howship, e a face da célula voltada para a superfície óssea apresenta microprojeções da membrana (borda pregueada), e esta região é a área de atuação do osteoclasto, que reabsorve o tecido ósseo, criando caminhos para dentro do tecido. A atividade de reabsorção é regulada pela calcitonina e pela calcemia. Quando o nível plasmático de cálcio esta abaixo do normal, a secreção de calcemia aumenta, diminuindo a calcitonina; quando o nível está acima do normal, a secreção de calcitonina aumenta, diminuindo a calcemia.
Osteócitos
Células maduras do tecido, com prolongamentos delgados. Fica em lacunas no interior da matriz chamadas de lacunas ósseas ou osteoplastos. Os prolongamentos se projetam em diferentes direções e estabelecem junções comunicantes com osteócitos vizinhos. Através destas há a passagem de íons e pequenas moléculas. Os prolongamentos percorrem espaços que intercomunicam as lacunas, chamados de canalículos ósseos.
Componente inorgânico
65% do peso do osso é constituído por cálcio e fosforo, além de bicarbonato, magnésio, sódio e potássio. 
		Estrutura do osso
À olho nu, observa-se diferença entra a parte mais externa do osso, que é mais densa (osso compacto) e a parte mais interna, que é mais porosa (osso esponjoso). Analisando microscopicamente, observa-se dois tipos de ossos:
Osso primário ou imaturo
Este é o primeiro osso a se formar durante o desenvolvimento embrionário e durante a reparação óssea. Possui muitos osteócitos na matriz, mas sem organização definida, e os feixes de fibras colagenosas se dispõe num arranjo irregular.
Osso secundário ou lamelar
Histologicamente maduro, com tecido organizado em lamelas ósseas, em um arranjo concêntrico ou disposto de forma paralela. Os osteócitos ficam entre as lamelas, e a matriz é mais calcificada que em comparação ao osso primário. O arranjo das lamelas ósseas permite distribuir as forças que agem sobre o tecido ósseo. Tanto o osso compacto quanto o esponjoso são ossos lamelares.
		Sistemas lamelares
Sistema Circunferencial: formam lamelas ósseas paralelas. Podem ser:
Externo: localizado abaixo do periósteo, é mais desenvolvido que o interno.
Interno: localizado circundando o canal medular.
Sistema de Havers: formado por lamelas ósseas organizadas num arranjo concêntrico ao redor de um canal que contem uma rede vascular, denominado canal de Havers. O sistema é, portanto, formado pelo canal + lacunas ósseas concêntricas. Intercomunicando os canais de Havers, existem os canais de Volkmann. Estes permitem o transito de estruturas vasculares e nervosas da periferia para o interior do osso e vice e versa. É através dos canais de Havers e Volkmann que as artérias, veias e nervos chegam até a medula.
Formação: os vasos sanguíneos presentes no periósteo vão sendo aprisionados num túnel, formado pelo crescimento de cristas no periósteo, até que elas se fundem. A partir de então, o periósteo aprisionado no túnel formado é chamado de endósteo, que por sua vez continua a formar tecido ósseo através de seus osteoblastos. Então, o túnel vai se estreitando, até formar o canal de Havers com o vaso sanguíneo ali dentro. 
Sistema Intermediário: restos de sistemas de havers que foram parcialmente destruídos durante o crescimento e remodelamento ósseo. 
** O tecido esponjoso não possui sistemas de havers verdadeiros, mas é constituído de trabéculas (tecido ósseo lamelar) estas se dispõe segundo as direções que correspondem as linhas de força que o osso suporta.
		Histogênese
A ossificação envolve a produção de uma matriz orgânica que será mineralizada. Existem dois tipos:
Ossificação endoconjuntiva
Na vida embrionária as células mesenquimais se proliferam e começam a se diferenciar, originando células osteoprogenitoras. Estas se dividem, mas continuam a diferenciar-se para dar origem a osteoblastos, que por sua vez, começam a secretar a matriz óssea, que vai envolvendo-os até aprisiona-los. Neste momento modificam sua atividade e então se tornam osteócitos. No mesênquima, a região onde se inicia a osteogênese é chamada de centro primário de ossificação, e o processo ocorre no tecido mesenquimal rico em vascularização durante a formação da maioria dos ossos chatos. 
Ossificação endocondral
Tem inicio na vida embrionária, mas necessita de um molde de cartilagem hialina pré-estabelecido, logo, tem inicio a partir de modificações do pericôndrio, que então induz a modificações em toda a cartilagem. O tecido do pericôndrio se torna bem vascularizado e as células condrogênicas viram células osteoprogenitoras, e originam os osteoblastos, assim, o pericôndrio vira periósteo. Os osteoblastos formados começam a secretar matriz óssea e forma-se um tecido conjuntivo calcificado ao redor da cartilagem, chamado de cilindro ósseo. Tais modificações começam na região mediana (futuramente diáfise) e progridem em direção as extremidades (futuramente epífise). Tal cilindro ósseo faz com que o fluxo de nutrientes vindos de vasos sanguíneos (para se difundirem na matriz até os condrócitos) seja reduzido, causando assim uma redução no nível de oxigenação e nutrição dos condrócitos. Isso acarreta numa hipertrofia dos mesmos, como forma de tentar compensar a falta de nutrientes, e também num acumulo de glicogênio em seu citoplasma, acarretando numa vacuolização. Com a hipertrofia, os condrócitos, que antes produziam colágeno tipo II, agora passam a produzir colágeno tipo X, que por sua vez possui afinidade com cálcio, auxiliando ainda mais no processo de calcificação. Com a matriz cartilaginosa calcificada, há ainda mais dificuldade de obtenção de nutrientes e oxigênio para os condrócitos, que então acabam morrendo. Paralelamente a estas modificações, externamente ao cilindro ósseo, osteoclastos começam a reabsorver a matriz óssea, e pequenos orifícios se formam. Estes permitem a entrada de vasos sanguíneos no cilindro, e vão ganhando o interior do osso. Com os condrócitos mortos, a matriz cartilaginosa permanece parcialmente calcificada. Conforme os vasos sanguíneos entram na cartilagem calcificada, levam células osteoprogenitoras consigo. Estas se alojam nas lacunas dos condrócitos e iniciam a síntese dos elementos da matriz óssea. Em seguida, diferenciam-se em osteoblastos, que por sua vez prosseguem com a produção de elementos da matriz, até serem presos nela e se transformarem em osteócitos, formando então o tecido ósseo. Junto ao sangue, também há células que produzem os osteoclastos, que então se alojam sobre as espículas ósseas. Assim, o osso se forma, e se estabelece um canal medular em seu interior. A medula óssea está presente em todos os ossos do corpo, e é uma cavidade interna preenchida muitas vezes por tecido hematopoiético, mas que pode também ser preenchida com gordura.
Tais modificações no meio da diáfise caracterizam o centro de ossificação primário. Depois, nas epífises dos ossos, surgem os centros de ossificação secundários, com crescimento radial.

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