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Universidade Federal da Bahia Instituto de Física Departamento de Física Geral FIS 122 – Física Geral e Experimental II-E / Laboratório Turma Teórica/Prática: T06/P12 Pêndulo Físico Moema Daniele Isabelly Ribeiro 2017 Introdução Esse relatório tem como objetivo analisar o comportamento de um pêndulo físico, no qual o objeto oscilatório utilizado foi uma barra de alumínio de comprimento l = (40,0 ± 0,05) cm, com a finalidade de obter a relação entre o período (T) e a distância (s) do eixo de oscilação ao centro de massa. Estas grandezas foram medidas e estruturadas através de gráficos que permitiram analisar o comportamento dinâmico de um corpo suspenso, onde o período é mínimo. Quando um sistema em situação de equilíbrio estável é afastado levemente dessa posição e liberado, executa-se um movimento periódico ou oscilatório em torno da posição de equilíbrio. A esse movimento onde não existem forças dissipativas, ou seja, uma espécie de energia não é transformada em outra, dá-se o nome de Movimento Harmônico Simples (MHS). O pêndulo físico constitui-se de um corpo rígido qualquer de massa m, onde esse é posto a oscilar em um plano vertical e suspenso por um eixo horizontal, em redor do qual o corpo pode girar. Podemos demonstrar o período do pêndulo físico para menores amplitudes como: 𝑇 = 2𝜋√ 𝐼 𝑚𝑔𝑠 , onde: - I é a inércia do corpo que está oscilando - g é a gravidade local - m é a sua massa - s é a distância entre o eixo de oscilação e o centro de massa do objeto. Procedimento Experimental Material Utilizado Haste com furos Raio de roda de bicicleta Cronômetro Régua Garras Procedimento Foi utilizada uma haste de acrílico com furos, cujo objetivo era variar a distância do eixo de oscilação ao centro de massa da haste. Utilizou-se também o raio da roda de bicicleta como eixo de oscilação do sistema. Com o objetivo de reduzir os erros de medida, coletou-se o período (T) para 10 oscilações, tomando a média para a realização dos cálculos. Para cada medida, registrou- se a distância (s) do furo que contém o eixo de oscilação até o centro de massa da haste. Tendo registrado o período para cada oscilação e a distância até o centro de massa da haste, calculou-se o valor da frequência da oscilação através de ƒ = 1 𝑇 . Tratamento de Dados A tabela 1 abaixo contém as medidas coletadas durante o experimento. Tabela 1 Dados do experimento L (cm) = 40,0 ±0,05 m (g) = 127,8 ±0,1 𝐼𝑐𝑚 (g.cm²) = 17.040 s (cm) ƒ (Hz) T (s) 19,0 0,935 1,07 17,0 0,943 1,06 15,0 1,000 1,00 13,0 1,030 0,97 11,0 1,020 0,98 9,0 1,020 0,98 7,0 0,960 1,04 5,0 0,860 1,16 3,0 0,690 1,44 2,0 0,620 1,61 1,0 0,610 1,65 Na primeira parte do tratamento de dados, construiu-se o gráfico do período T em função da distância s. Foi observado que o gráfico tem um valor mínimo e que ele cresce quando s→ 0 e s→ 𝐿/2. Na segunda parte do experimento, traçou-se, em escala logarítmica, os dados para os quatro menores valores de s, que corresponde, aproximadamente, ao limite em que s→ 0. Como foi utilizado os 4 menores valores de s, a expressão 𝑇2 4𝜋2 = 𝐿2 12𝑔𝑠 + 𝑠 𝑔 se reduz a 𝑇2 4𝜋2 = 𝐿2 12𝑔𝑠 . Arrumando a equação, tem-se 𝑇 = 2𝜋𝐿 √12𝑔 𝑠 −1 2⁄ . Linearizando: 𝑙𝑜𝑔(𝑇) = b − 1 2 log(𝑠) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 0 5 10 15 20 P er ío d o ( s) Distância (cm) Distância(cm) x Período(s) 5; 1,16 3; 1,44 2; 1,611; 1,65 1 10 1 10 P er ío d o ( s) Distância (cm) Distância (cm) x Período (s) Onde 𝑏 = log ( 2𝜋𝐿 √12𝑔 ) = 𝑙𝑜𝑔 ( 2𝜋40 √12𝑥978,33 ) = 0,365. Ou seja, espera-se para esta relação uma dependência em uma lei de potência, com um coeficiente linear próximo a 0,365 e um coeficiente angular próximo a -0,5. Utilizando o método dos mínimos quadrados, obteve-se: a = nƩxiyi – ƩxiƩyi nƩ(xi²) – (Ʃxi)² b = Ʃ(xi 2)Ʃyi – ƩxiyiƩxi nƩ(xi²) – (Ʃxi)² a = 0,732−0,956 3,227−2,182 ≅ −0,22 b = 0,522−0,270 3,227−2,182 ≅ 0,24 Dessa forma, a equação pode ser escrita como 𝑇 = 100,24 𝑠0,22 . Comparando o valor esperado com o valor obtido através da discrepância relativa, obtêm-se: ∆𝑎= | −0,22−(−0,5) (−0,5) | 𝑥 100% = 56% ∆𝑏= | 0,24−0,365 0,365 | 𝑥 100% ≅ 34,25% O erro aceitável deve estar em torno de 10%, isso mostra que possíveis erros experimentais podem ter interferido na coleta de dados. Na terceira parte do tratamento de dados, construiu-se o gráfico do valor de 𝑇²𝑠 4𝜋² em função de 𝑠2. 0 5 10 15 20 25 0 50 100 150 200 250 300 350 400 T² s s² s² (cm²) x T²s (s².cm) Multiplicando a expressão 𝑇2 4𝜋2 = 𝐿2 12𝑔𝑠 + 𝑠 𝑔 por s, obtém-se: 𝑇2𝑠 4𝜋² = 𝐿² 12𝑔 + 𝑠² 𝑔 . Arrumando essa expressão, obtém-se : 𝑇2𝑠 = 𝜋²𝐿² 3𝑔 + 4𝜋² 𝑔 𝑠2 que já se encontra linearizada. O coeficiente angular é 𝑐 = 4𝜋² 𝑔 e o coeficiente linear é 𝑑 = 𝜋²𝐿² 3𝑔 . 𝑐 = 4𝜋² 𝑔 = 4𝜋² 978,33 = 0,040 𝑑 = 𝜋²𝐿² 3𝑔 = 𝜋²40² 3𝑥978,33 = 5,380 Ou seja, espera-se uma relação linear entre as grandezas período e distância, com um coeficiente angular c próximo a 0,040 e um coeficiente linear d próximo a 5,380. Utilizando o método dos mínimos quadrados, obteve-se: 𝑐 = 235535,66−154371,41 3490894−1779556 ≅ 0,047 𝑑 = 36724427,03−28564051,56 3490894−1779556 ≅ 4,768 Assim, chega-se à 𝑇2𝑠 = 0,047𝑠2 + 4,768. (1) Comparando o valor esperado com o valor obtido através da discrepância relativa, obtêm-se: ∆𝑐= | 0,047−0,040 0,040 | 𝑥 100% = 17,5% ∆𝑑= | 4,768−5,380 5,380 | 𝑥 100% ≅ 11,38% Possíveis erros na coleta dos dados podem ter causado essa variação em torno do que se esperava. Para determinar a dependência existente entre o momento de inércia do pêndulo físico e a distância do eixo até o centro de massa, utiliza-se a relação: 𝑇 = 2𝜋 𝜔 = 2𝜋 √ 𝑚𝑔𝑠 𝐼 = 2𝜋√ 𝐼 𝑚𝑔𝑠 , arrumando essa equação, têm-se: 𝐼 = 𝑇²𝑠𝑚𝑔 4𝜋² (2) Substituindo a equação (1) em (2), têm-se: 𝐼𝑒 = (0,047𝑠2+4,768)𝑚𝑔 4𝜋² Utilizando o teorema do Eixo paralelo que é dado por 𝐼 = 𝐼𝑐𝑚 + 𝑚𝑠² e, como 𝐼𝑐𝑚 = 𝑚𝑙² 12 , têm-se 𝐼𝑡 = 𝑚(𝑙2+12𝑠²) 12 . Tomando s=19cm, l=40 cm, m=127,8g e g=978,33 cm/s, têm-se: 𝐼𝑡 = 127,8(40²+12𝑥19²) 12 = 63175,8 (g.cm²) 𝐼𝑒 = (0,047𝑥192+4,768)127,8𝑥978,33 4𝜋² =68836,08 (g.cm²) Calculando a discrepância relativa: ∆𝐼= | 68836,08−63175,8 63175,8 | 𝑥 100% = 8,96% Como a discrepância é menor que 10%, entende-se que o pêndulo obedece ao Teorema dos eixos paralelos. O raio de giração K é a distância do eixo a um ponto em que seu momento de inércia com relação ao eixo é igual ao do corpo que constitui o pêndulo físico. Fazendo as substituições, encontra-se: 𝐾 = √ 𝐼 𝑚 = √ (0,047𝑥𝑠2+4,768)𝑔 4𝜋2 = √ (0,047𝑥192+4,768)978,33 4𝜋2 Conclusão Através da análise feita, tornou-se possível determinar a relação existente entre o período e a distância do eixo de oscilação até o centro de massa do pêndulo físico. Foi verificado que o valor de s que determina significativamente o valordesse período. Os valores encontrados para o momento de inércia do pêndulo mostram a efetividade do modelo físico. Podemos dizer que a diferença entre os valores experimentais e teóricos são consequências de algumas aproximações que foram feitas durante a resolução algébrica e, também, alguns erros experimentais que podem ter ocorrido durante a coleta de dados. Assim, temos uma confirmação experimental do modelo físico. Referências Halliday, D.; Resnick, R.; Walker,J, “Fundamentos de Física, vol 2” , LTC, 2009. Nussenzveig, Herch Moyses, “Curso de Física Básica, vol 2”, Edgard Blucher, 2002.
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