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Desigualdade Racial no Brasil

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17/4/2015 UNINASSAU
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Questão 1. 3
Considere o texto abaixo:
 
Disparidades raciais
 
Fator decisivo para a superação do sistema colonial, o fim do trabalho escravo foi seguido pela criação do
mito da democracia racial no Brasil. Nutriu-se, desde então, a falsa ideia de que haveria no país um
convívio cordial entre as diversas etnias.
Aos poucos, porém, pôde-se ver que a coexistência pouco hostil entre brancos e negros, por exemplo,
mascarava a manutenção de uma descomunal desigualdade socioeconômica entre os dois grupos e não
advinha de uma suposta divisão igualitária de oportunidades.
O cruzamento de alguns dados do último censo do IBGE relativos ao Rio de Janeiro permite dimensionar
algumas dessas inequívocas diferenças. Em 91, o analfabetismo no Estado era 2,5 vezes maior entre
negros do que entre brancos, e quase 60% da população negra com mais de 10 anos não havia
conseguido ultrapassar a 4ª série do 1º grau, contra 39% dos brancos. Os números relativos ao ensino
superior confirmam a cruel seletividade imposta pelo fator socioeconômico: até aquele ano, 12% dos
brancos haviam concluído o 3º. Grau, contra só 2,5% dos negros. 
É inegável que a discrepância racial vem diminuindo ao longo do século: o analfabetismo no Rio de
Janeiro era muito maior entre negros com mais de 70 anos do que entre os de menos de 40 anos. Essa
queda, porém, ainda não se traduziu numa proporcional equalização de oportunidades.
Considerando que o Rio de Janeiro é uma das unidades mais desenvolvidas do país e com acentuada
tradição urbana, parece inevitável extrapolar para outras regiões a inquietação resultante desses dados.
(Folha de São Paulo, 9. de jun. de 1996. Adaptado).
Considerando as funções da linguagem, reconhecemos que, no texto acima, predomina a função:
 
[0] expressiva: o autor tenciona apenas transparecer seus sentimentos e emoções
pessoais.
[0] Poética: o autor tem a pretensão de despertar no leitor o prazer e a emoção da
arte pela palavra.
[1] referencial: o autor discorre acerca de um tema e expõe sobre ele considerações
pertinentes.
[0] apelativa: alguém pretende convencer o interlocutor acerca da superioridade de um
produto.
[0] fática: o propósito comunicativo em jogo é o de entrar em contato com o parceiro
da interação.
Questão 2. 10
Leia o poema abaixo, de Carlos Drummond de Andrade, e responda à questão que segue marcando a
alternativa correta.
 
Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial,
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez,
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui para diante vai ser diferente.
 (Carlos Drummond de Andrade)
17/4/2015 UNINASSAU
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[0] O poema acima expressa uma opinião do poeta, centrando na emoção deste o
conteúdo da mensagem. Nesse caso, a função específica do texto é emotiva.
[0] O poeta visa apresentar de forma objetiva sua opinião sobre o tempo, em vista
disso utiliza a linguagem denotativa. Portanto, predomina nesse caso função referencial.
[0] O objetivo do texto é convencer o leitor sobre um posicionamento adotado pelo
poeta a respeito do tempo. Sendo sua função persuasiva, trata-se de um poema
apelativo.
[0] Há no texto uma grande necessidade de explicar a língua através do próprio código
linguístico, sendo isso comum em poemas. Assim, a função básica do texto é a
metalinguística.
[1] Percebe-se, nesse texto, que o poeta deu grande ênfase à construção da
mensagem, utilizando, por exemplo, palavras como “fatias” e “industrializou” em sentido
conotativo. Trata-se, portanto, de um texto de função, predominantemente, poética.
Questão 3. 8
Leia o texto.
 
ACERCA DA CONSTITUIÇÃO DA TEORIA DA LINGUAGEM
(Louis Hjelmslev, Universidade de Copenhague)
 
A linguagem – a fala humana – é uma riqueza inesgotável dotada de múltiplos valores. A linguagem
entrelaça-se, indissociavelmente, ao homem e o acompanha em sua jornada. A linguagem é o utensílio
com o qual o homem dá forma ao pensamento e ao sentimento, às sensações, ao esforço, à vontade e à
ação, o instrumento com o qual move e é movido, a derradeira e mais profunda pré-condição da sociedade
humana. Mas é, também, a última e inarredável tábua de salvação do indivíduo, seu refúgio em momentos
de solidão, nos espaços onde a mente enfrenta o viver, conflito que deságua no monólogo do poeta, do
pensador, do introspectivo. Antes do primeiro despertar de nosso consciente, a linguagem já soava ao
nosso redor, pronta a acolher e abrigar o primeiro e hesitante germe do pensar, para daí acompanhar-nos,
de forma indissociável, ao longo da vida, desde os afazeres do cotidiano até os nossos momentos mais
íntimos e mais sublimes, de onde o cotidiano, pela âncora da reminiscência que a linguagem assegura,
toma emprestado calor e força. Não é a linguagem um mero companheiro de viagem, que nos seja
familiar, porém externo; é, sim, uma trama tecida na profundidade da mente humana; é o tesouro das
lembranças enraizadas no indivíduo e em sua estirpe, é a consciência ética atenta, pela recordação e pelo
incentivo. A fala é a marca da personalidade, para o bem e para o mal. A marca da terra natal. Da nação. A
patente de nobreza da humanidade.
 
Refletindo sobre o texto, marque a alternativa INCORRETA.
[0] Com a linguagem, o ser humano influencia e é influenciado.
[1] O tema central do texto é, pois: a linguagem tem um papel ativo na formação do
indivíduo, porém, apenas quando ele detém o conhecimento das suas normas e regras.
[0] A linguagem possibilita ao homem a reflexão quando está sozinho e constrói obras
literárias, filosóficas e científicas.
[0] No texto, reflete-se sobre a questão da linguagem, que modela os pensamentos,
sentimentos, emoções, esforços, vontade e atos do ser humano.
[0] Esse texto é temático, porque procura interpretar, através de conceitos, certos
aspectos da linguagem.
Questão 4. 1
Considere o texto abaixo para responder à questão que segue.
 
Asa Branca
Composição: Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira
 
Quando oiei a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
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Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
 
Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
 
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
 
Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Intonce eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
 
Intonce eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
 
Hoje longe, muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão
 
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão
 
Quando o verde dos teus óio
Se espaiar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração
 
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração
 
Marque a alternativa INCORRETA em relação ao texto “Asa Branca”.
[0] O texto “Asa Branca” não teria, de modo algum, o mesmo poder de expressão se
estivesse escrito na norma culta da Língua Portuguesa, pois na variante linguística
utilizada há a representação de aspectos sociais, culturais e históricos.
[0] Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira relatam um acontecimento da vida na seca,
verossímil à problemática vivida no sertão. Para isso utilizam uma variantelinguística na
modalidade escrita que se assemelhe à linguagem oral daquela população.
[0] Muitas vezes o preconceito com a variante linguística de uma determinada
comunidade é decorrente da não aceitação, primeiramente, da representação desse povo.
Mas, a postura assumida pelo texto é justamente de valorizar a cultura e a linguagem do
povo sertanejo, colaborando para uma aceitação cada vez maior dessa comunidade
linguística.
[1] O texto quis apresentar uma linguagem escrita parecida com a linguagem oral de
um povo que majoritariamente não teve escolaridade, por isso expõe tantos erros de
Português.
[0] A variante linguística utilizada pelos autores não é condizente com a norma culta
padrão, que também é apenas uma variante linguística.
Questão 5. 6
Considere o texto abaixo:
 
A variação é inerente às línguas, porque as sociedades são divididas em grupos: há os mais jovens e os
mais velhos, os que habitam numa região ou outra, os que têm esta ou aquela profissão, os que são de
uma ou outra classe social e assim por diante. O uso de determinada variedade linguística serve para
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marcar a inclusão num desses grupos, dá uma identidade para os seus membros. Aprendemos a
distinguir a variação. Quando alguém começa a falar, sabemos se é de São Paulo, gaúcho, carioca ou
português. Sabemos que certas expressões pertencem à fala dos mais jovens, que determinadas formas
se usam em situação informal, mas não em ocasiões formais. Saber uma língua é ser “poliglota” em sua
própria língua. Saber português não é só aprender regras que só existem numa língua artificial usada pela
escola. As variações não são fáceis ou bonitas, erradas ou certas, deselegantes ou elegantes, são
simplesmente diferentes. Como as línguas são variáveis, elas mudam.
 
FIORIN, José Luiz. “Os Aldrovandos Cantagalos e o preconceito linguístico”. In O direito à fala. A questão
do preconceito linguístico. Florianópolis. Editora Insular, pp. 27, 28, 2002.
 
Marque a alternativa que NÃO condiz com que se defende no texto do professor José Luiz Fiorin.
[0] O falante “poliglota” revela sua competência linguística uma vez que é capaz de
distinguir diferentes variações em sua própria língua.
[1] Visto que qualquer língua é essencialmente heterogênea, cabe à escola enfatizar o
conhecimento das regras, a fim de que os falantes desenvolvam a competência discursiva.
[0] Todo o falante nativo de uma determinada língua tem competência linguística,
portanto, a norma padrão seria uma dentre as variedades da língua.
[0] A competência discursiva do aluno não pode ser medida pela variedade linguística
por ele empregada.
[0] A língua sofre a influência do contexto em que o falante está inserido, dessa forma
o ensino da língua não preconceituoso pressupõe reconhecer o fato de que as diferentes
formas de falar constituem variedades linguísticas que não devem ser desprezadas.
Questão 6. 4
Faça uma leitura atenta da linguagem verbal e não verbal da situação abaixo.
 
As crianças não compreenderam a atitude da avó, apesar de ela dizer que estava fazendo um cachecol. O
fato de não saberem que a avó estava fazendo um cachecol, para uma girafa. Esse problema se originou:
[0] No receptor;
[0] No canal;
[0] No código;
[1] Na mensagem;
[0] No emissor;
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Questão 7. 5
Diante de uma reunião com o pessoal de uma conceituada empresa, o Gerente Administrativo utilizou
uma linguagem que não foi assimilada pelos funcionários presentes na reunião. Como sabemos, a
comunicação só estará completa quando houver o fornecimento ou a troca de informações de maneira
clara. Nesse caso, qual dos componentes da comunicação abaixo o Gerente não utilizou corretamente em
sua comunicação?
[0] Canal;
[0] Receptor;
[1] Código;
[0] Emissor;
[0] Mensagem;
Questão 8. 9
Podemos denominar como letra de música o gênero do texto abaixo. Sabendo-se da liberdade
composicional que se há para esse gênero, analise-o:
 
Cuitelinho
Composição: Paulo Vanzolini 
 
Cheguei na bera do porto
onde as onda se espaia.
As garça dá meia volta,
senta na bera da praia.
E o cuitelinho não gosta
que o botão de rosa caia.
 
Quando eu vim de minha terra,
despedi da parentaia.
Eu entrei no Mato Grosso,
dei em terras paraguaia.
Lá tinha revolução,
enfrentei fortes bataia.
 
A tua saudade corta
como o aço de navaia.
O coração fica aflito,
bate uma, a outra faia.
E os oio se enche d´água
que até a vista se atrapaia.
http://letras.terra.com.br/pena-branca-e-xavantinho/48101/
 
Julgue as proposições abaixo:
I. Percebe-se que o produtor do texto opta por utilizar uma variante linguística, de certa forma, distante
da norma culta padrão da Língua Portuguesa.
II. Pelo que se pode perceber, “Cuitelinho” narra, em primeira pessoa, a história de alguém que,
certamente, foi de uma cidade de interior para um centro urbano. Portanto, os elementos linguísticos
utilizados no texto também expõe características dessa narrativa.
III. Espaia, parentaia, bataia, faia e atrapaia, embora com desvios do padrão ortográfico tradicional, têm
grande importância para a produção de sentidos, favorecendo, inclusive, o ritmo musical, o que, aliás,
é característico do gênero textual em questão.
IV. Apesar de ser uma composição interessante, os desvios em relação à norma culta devem ser
evitados em qualquer situação, a fim de que a Língua Portuguesa não seja deteriorada.
 
Marque, portanto, a alternativa que apresente apenas as proposições VERDADEIRAS.
[0] II e IV.
17/4/2015 UNINASSAU
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[0] I e IV.
[0] I, II, III e IV.
[0] II e III.
[1] I, II e III.
Questão 9. 7
Leia a tirinha com atenção:
SÓ DANDO GIZADA
A tirinha acima exemplifica o uso de variedades linguísticas. Sobre variedades e registros de linguagem,
assinale a afirmativa incorreta.
 
[1] Norma culta ou padrão é a denominação dada à variedade linguística dos membros
da classe social de maior prestígio, que deve ser utilizada por todos da mesma
comunidade.
[0] Gíria ou jargão é uma forma de linguagem baseada em vocabulário criado por um
grupo social e serve de emblema para os membros do grupo, distinguindo-os dos demais
falantes da língua.
[0] Diferenças significativas nos aspectos fonológicos e morfossintáticos da língua
marcam as variedades sociais, seja devido à escolaridade, à faixa etária, ao sexo.
[0] Preconceito linguístico é o julgamento negativo dos falantes em função da
variedade linguística que utilizam.
[0] A maior ou menor proximidade entre os falantes faz com que usem variedades mais
ou menos formais, denominadas registros de linguagem.
Questão 10. 2
Assinale a alternativa em que há INADEQUAÇÃO entre o contexto e a linguagem utilizada.
[0] Gerente de banco a um correntista: “Conforme o senhor solicitou, comprovamos
que suas aplicações renderam acima do esperado. A taxa de juros teve alta em virtude da
estabilização da moeda.”
[0] Cientista em entrevista em programa de televisão: “Pesquisas mostram que a
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violência doméstica é encoberta pela própria mulher que não faz denúncia para não expor
o fato publicamente”.
[0] Pescador ribeirinho falando com outro: “Nóis num pode pescá nessa época. Se o
Ibama pega, prende as tarrafa. Vamo esperá o fim da piracema”.
[0] Jovem na praça de alimentação de um shopping: “Cara, fala sério. Não acredito que
você azarô aquela mina. Manero, heim. Não esquece que amanhã tem prova de Biologia.”
[1] Professor em reunião com pais de alunos no salão da escola: “Como já falamos, a
gente não pode continuar com alguns alunos com maus comportamento. A discussão
desse assunto com vocês, pais, vai de encontro às teorias mais contemporâneas”.
Pontuação:8
Comentários do professor sobre os resultados da prova:
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