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fichamento direito e realidade (1)

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FADITU – FACULDADE DE DIREITO DE ITU
FICHAMENTO REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE O ENSINO DO DIREITO PARTE I
ITU – SÃO PAULO 2018
4
Texto: ALMEIDA, Frederico de; SOUZA, André Lucas Delgado; CAMARGO, Sarah Bria de. Direito e Realidade: desafios para o ensino jurídico. In: Ensino do direito em debate: reflexões a partir do 1° Seminário Ensino Jurídico e Formação Docente / José Garcez Ghirardi e Marina Feferbaum (organizadores). São Paulo: Direito GV, 2013. (Série pesquisa Direito GV). p. 19-32.
Palavras Chaves: Dogmática e Zetética, Ensino Jurídico, metodologia de ensino.
SUMÁRIO
PARTE I REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE O ENSINO DO DIREITO
Introdução
O autor expõe que o tempo do Direito é bem mais lento que o tempo da sociedade, assim, o ensinamento jurídico não consegue acompanhar as mudanças sociais, políticas e econômicas. Pois sem o ensino da compreensão da realidade poderá aumentar a distância entre o “país real” e o “país legal”.
A Dogmática e a Zetética.
As mudanças introduzidas na organização do ensino jurídico brasileiro buscaram superar a distância entre o Direito e a realidade.
Estes conceitos dogmáticos determinam algo como verdade absoluta e indiscutível, já Zetética parte do princípio das experimentações é um campo de investigação examinando várias opiniões.
A disciplina dogmática é importante para o fundamento do direito positivo, só que sozinha não desenvolvem o senso crítico e o raciocínio jurista. Este raciocínio parte de um dogma e seu objetivo é converter as normas já existentes em uma nova norma, mas não se aprofundando no entendimento de conflitos.
“Com esse dogmatismo, os cursos jurídicos têm formado profissionais incapazes de perceber a dimensão real dos problemas com os quais terão de lidar” (p.21)
As disciplinas Zetéticas poderiam ser tratadas de maneiras mais amplas na grade curricular de cursos jurídicos, mas estas disciplinas têm tido pouco espaço no ensino do direito fazendo com que os alunos tenham dificuldade em conectar problemas sociológicos.
Teoria e prática jurídica.
No ensino jurídico os alunos aprendem o código civil, penal, de processo civil e penal e trabalhista, apenas na teoria sem uma visão panorâmica ou praticas mais aprofundadas.
A flexibilidade de grades curriculares talvez seria uma boa alternativa, pois assim, os estudantes teriam mais tempo de atualizarem seus conhecimentos em estudos práticos.
Instituições de ensino, professores e alunos.
Cada profissional traz em suas experiências de vida bagagens de aprendizado sobre o Direito, mas infelizmente eles acreditam que aulas expositivas e leitura acrítica são o suficiente para o conhecimento geral do aluno, deixando assim de lado atividades extracurriculares, sem se importar que existem pessoas com
mais ou menos dificuldade em um aprendizado.
O ideal seria tirar os alunos e professores da zona de conforto para que tanto o professor ensine entender a realidade, e os alunos venham compreender esta realidade.
“Deve- se também pensar em estratégias de nivelamento, buscando suprir carências adquiridas pelos alunos nos níveis anteriores de ensino” (p.27)
“Será possível que não só a instituição de ensino possa auxiliar o aluno nessa jornada de aprendizado: ele próprio terá condições de ser proativo e ir em busca daquilo que não o satisfaça durante o curso” (p.27)
Para que o aluno se torne um profissional mais preparado e que ele possa se ingressa no mercado de trabalho de forma autônoma buscando mais estudos e se atualizar mediante as leis.
Considerações finais.
Conclui-se que é um dos desafios de aproximar a realidade do ensino do Direito. Mas muito dos elementos do ensino do Direito com a realidade estão sendo dados no ensino superior jurídico criando uma aproximação ao fato. A mais de 40 anos vem sendo feito críticas e sugestões para uma melhoria no ensino do direito no brasil.
“A saída, portanto, está na criatividade estimulada pela ideia de flexibilidade da grade curricular” (p.28)
“Contudo, só poderá ser implementada por meio de um corpo docente comprometido com estratégias metodológicas inovadoras” (p.28)
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