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Direito e Legislação Cronograma: Noções gerais de Direito; Direito das coisas; Noções de Direito das obrigações; Legislação Para que serve o direito? • O direito cria ou reconhece os direitos e regula deveres que nascem dos interesses, evitando assim a desorganização social. • Sentidos: Subjetivo ou Objetivo Divisão do Direito: Público (constitucional, penal, fiscal, administrativo) ou privado ( civil, trabalho, comercial, etc.). SUJEITO DE DIREITO • Personalidade jurídica. • Pessoa natural – é toda criatura que nasce com vida – art. 2º do CC. • Registro público – nascimento e morte (certidão de nascimento e certidão de óbito) Capacidade civil Diferença entre capacidade de direito e capacidade de fato. Incapacidade absoluta: Menores de 16 anos, loucos de todo o gênero, surdos mudos e ausente declarados judicialmente. Incapacidade relativa: Maiores de 16 e menores de 18 anos, pródigos, ébrios habituais, drogados, deficientes mentais, excepcionais sem desenvolvimento mental completo e silvícolas. A capacidade civil pode ser adquirida antes do tempo? Uma pessoa com 17 anos pode se tornar “de maior”? Emancipação; Casamento; Formatura em curso de nível superior; Estabelecimento civil ou comercial com economia própria; Exercício de emprego público. Pessoa jurídica É a unidade de pessoas naturais com o fito de obter interesse comum. Como nasce a pessoa jurídica? Objeto do direito É todo o bem material ou imaterial que tem valor econômico e pode ser objeto de uma relação jurídica, sendo suscetível de ser defendido por ação própria perante o judiciário. Classificação dos bens: Bens considerados em si mesmos: Bens imóveis Bens móveis Bens fungíveis e consumíveis Indivisíveis/divisíveis Reciprocamente considerados: Principal/acessório Públicos; Bens de família. Direito das coisas É o conjunto de normas que regulam as relações jurídicas concernentes às coisas que podem ser objeto de apropriação pelo homem. Diferença entre posse e propriedade A posse poderá ser: Direta/indireta Justa/injusta ( violenta, clandestina e precária ) Boa-fé/ má-fé Efeitos da posse: Manutenção de posse; Reintegração de posse; Interdito proibitório; Nunciação de obra nova; Embargos de terceiros. Usucapião (posse mansa e pacífica): Extraordinário – 15 anos ininterruptos e sem oposição; Especial rural – não sendo proprietário rural ou urbano, trecho de terra não superior a 50 hectares, por 5 anos ininterruptos; Especial urbano – área urbana até 250 m², por 5 anos ininterruptos e sem oposição; Ordinário – Posse do imóvel com justo título e boa-fé, de forma contínua e incontestável por 10 anos. PROPRIEDADE Meios de aquisição da propriedade: -Transcrição do título de transferência de registro; - Pela acessão; -Pelo usucapião; -Direito hereditário; Perda de propriedade imóvel: ( Alienação; Renúncia; Abandono (urbano – 10 anos; rural – 03 anos); Perecimento; Desapropriação; Terrenos utilizados para cultivar plantas psicotrópicas. Direitos reais sobre coisa alheia: Enfiteuse (2,5%); Servidão; Usufruto; Uso/Habitação; RENDAS CONSTITUÍDAS SOBRE O IMÓVEL: - Direito real de garantia; - Penhor diferente de penhora; Hipoteca; Anticrese. DIREITO DE VIZINHANÇA Direito de vizinhança: Aldemiro Rezende “Direito de vizinhança nada mais é do que o conjunto de direitos e deveres impostos aos vizinhos pelo simples fato de serem vizinhos.” Limitações da propriedade: -Interesse público; -Interesse privado. Ato praticado em um prédio que possa alcançar outro. Em princípio ficam excluídos da aplicação das regras do direito de vizinhança: - litígios entre locador e locatário; - litígios entre condôminos. Não haverá distinção entre proprietário e possuidor. Os valores que serão garantidos: - Segurança: Atos que possam comprometer a solidez e estabilidade do prédio; -Sossego: Possibilidade de afastar ruídos excessivos; Saúde: Emissão de gases tóxicos, poluição de águas. O mau uso da propriedade dá-se pela prática de atos ilegais, abusivos e excessivos. -Quanto ao uso anormal da propriedade: Art. 1277 do CC: O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais a segurança, ao sossego e a saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança. Art. 1278: O direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece quando as interferências forem justificadas por interesse público, caso em que o proprietário ou o possuidor causador delas pagará ao vizinho indenização cabal. Ex: Fábrica que gera milhares de empregos, com o passar do tempo o proprietário deverá ser vales de meios para diminuir as interferências. Art. 1280: O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição ou a reparação deste quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente. - Quanto ao uso de árvores limítrofes: Art. 1282: A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes. Art. 1283: As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido. Art. 1284: Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular. -Quanto ao uso da passagem forçada: Art. 1.285: O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário. Obs: Necessidade de encravamento total. § 2o Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem. Art. 1.286: Mediante recebimento de indenização que atenda, também, à desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa. Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que a instalação seja feita de modo menos gravoso ao prédio onerado, bem como, depois, seja removida, à sua custa, para outro local do imóvel. Art. 1287: Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao proprietário do prédio onerado exigir a realização de obras de segurança. -Quanto ao limite entre os prédios: Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas. A repartição dos gastos seguirá os costumes da localidade. Art. 1.298: Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada, oterreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante indenização ao outro. Art. 1.299: O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos. Art. 1.300: O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não despeje águas, diretamente, sobre o prédio vizinho. Art. 1.301: É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a menos de metro e meio do terreno vizinho. § 1o As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como as perpendiculares, não poderão ser abertas a menos de setenta e cinco centímetros. Art. 1.302: O proprietário pode, no lapso de ano e dia após a conclusão da obra, exigir que se desfaça janela, sacada, terraço ou goteira sobre o seu prédio; escoado o prazo, não poderá, por sua vez, edificar sem atender ao disposto no artigo antecedente, nem impedir, ou dificultar, o escoamento das águas da goteira, com prejuízo para o prédio vizinho. Parágrafo único. Em se tratando de vãos ou aberturas para luz, seja qual for a quantidade, altura e disposição, o vizinho poderá, a todo tempo, levantar a sua edificação, ou contramuro, ainda que lhes vede a claridade. Art. 1.303: Na zona rural, não será permitido levantar edificações a menos de três metros do terreno vizinho. Art. 1.308: Não é lícito encostar à parede divisória chaminés, fogões, fornos ou quaisquer aparelhos ou depósitos suscetíveis de produzir infiltrações ou interferências prejudiciais ao vizinho. Parágrafo único. A disposição anterior não abrange as chaminés ordinárias e os fogões de cozinha. Art. 1.311: Não é permitida a execução de qualquer obra ou serviço suscetível de provocar desmoronamento ou deslocação de terra, ou que comprometa a segurança do prédio vizinho, senão após haverem sido feitas as obras acautelatórias. Parágrafo único. O proprietário do prédio vizinho tem direito a ressarcimento pelos prejuízos que sofrer, não obstante haverem sido realizadas as obras acautelatórias. CONDOMÍNIO O QUE É CONDOMÍNIO? - Quais são as partes de uso comum em um condomínio? - O terraço da cobertura é de uso comum? Art. 1331, parágrafo 5º do CC: “O terraço de cobertura é de uso comum, salvo disposição contrária da escritura de constituição do condomínio. O CONDOMÍNIO PODERÁ SER CLASSIFICADO DA SEGUINTE FORMA: - Voluntário ou convencional; - Eventual ou acidental. Art. 1.314: Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá- la de terceiro, defender a sua posse e da respectiva parte ideal, ou gravá-la. Art. 1.315: O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa. Art. 1.316: Pode o condômino eximir-se do pagamento das despesas e dívidas, renunciando à parte ideal. § 2º Se não há condômino que faça os pagamentos, a coisa comum será dividida. Art. 1.331: Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos. § 1º As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas, sobrelojas ou abrigos para veículos, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários. § 2º O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de distribuição de água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e as demais partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro público, são utilizados em comum pelos condôminos, não podendo ser alienados separadamente, ou divididos. Art. 1.332: Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar daquele ato, além do disposto em lei especial: I - a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, estremadas uma das outras e das partes comuns; II - a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao terreno e partes comuns; III - o fim a que as unidades se destinam. Art. 1.333: A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção. Parágrafo único: Para ser oponível contra terceiros, a convenção do condomínio deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Art. 1.334: Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e as que os interessados houverem por bem estipular, a convenção determinará: I - A quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio; II - Sua forma de administração; III - A competência das assembleias, forma de sua convocação e quórum exigido para as deliberações; IV - As sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores; V - O regimento interno. § 1º A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento particular. § 2º São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo disposição em contrário, os promitentes compradores e os cessionários de direitos relativos às unidades autônomas. Art. 1.335: São direitos do condômino: I - usar, fruir e livremente dispor das suas unidades; II - usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais co-possuidores; III - votar nas deliberações da assembleia e delas participar, estando quite. § 1º O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito; § 2º O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição expressa, caberá à assembleia geral, por dois terços no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa. Art. 1.338: Resolvendo o condômino alugar área no abrigo para veículos, preferir-se-á, em condições iguais, qualquer dos condôminos a estranhos, e, entre todos, os possuidores; Art. 1.341: A realização de obras no condomínio depende: I - se voluptuárias, de voto de dois terços dos condôminos; II - se úteis, de voto da maioria dos condôminos. Art. 1.343: A construção de outro pavimento, ou, no solo comum, de outro edifício, destinado a conter novas unidades imobiliárias, depende da aprovação da unanimidade dos condôminos; Art. 1.346: É obrigatório o seguro de toda a edificação contra o risco de incêndio ou destruição, total ou parcial. Art. 1.347: A assembleia escolherá um síndico, que poderá não ser condômino, para administrar o condomínio, por prazo não superior a dois anos, o qual poderá renovar-se. Art. 1.348: Compete ao síndico: I - Convocar a assembleia dos condôminos; II - Representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns;III - Dar imediato conhecimento à assembleia da existência de procedimento judicial ou administrativo, de interesse do condomínio; IV - Cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as determinações da assembleia; V - Diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela prestação dos serviços que interessem aos possuidores; VI - Elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano; VII - Cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor e cobrar as multas devidas; VIII - Prestar contas à assembleia, anualmente e quando exigidas; IX - Realizar o seguro da edificação. Art. 1.349: A assembleia, especialmente convocada para o fim estabelecido no § 2º do artigo antecedente, poderá, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, destituir o síndico que praticar irregularidades, não prestar contas, ou não administrar convenientemente o condomínio. Art. 1.351: Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos condôminos a alteração da convenção; a mudança da destinação do edifício, ou da unidade imobiliária, depende da aprovação pela unanimidade dos condôminos. RESPONSABILIDADE CIVIL obs: Assunto não faz parte do conteúdo programático do curso CONCEITO Quanto a origem: A) contratual ou negocial; B) extracontratual ou aquiliana. O que é ato ilícito? Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Qual a parte mais importante do artigo? E ILÍCITO CIVIL = VIOLAÇÃO DO DIREITO + DANO = DEVER DE INDENIZAR O que é abuso de direito? Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Observações: -Abuso de direito também exige dano. - É lícito quanto ao conteúdo e ilícito quanto a forma de execução. Ato emulativo é caso de abuso de direito na propriedade. Ex: Excesso de ruído, excesso de animais no apartamento. Uso anormal da propriedade figura abuso de direito. Elementos da responsabilidade civil: 1- Conduta humana ação/omissão. Regra – ação. Exceção – omissão. Roubo de carro dentro de um condomínio edilício haverá responsabilidade do condomínio? Exceção – Comprometimento expresso ou implícito. A regra será conduta por ato próprio, porém exceções: - Ato de terceiro; - Ato do animal (excludente – força maior e culpa da vítima; -Ato da coisa (resp. objetiva); - Produto/serviço (resp. objetiva). 2- Culpa (violação de um dever legal, contratual ou social – Chironi). Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. 3- Relação de causalidade 4- Dano O CDC a regra será responsabilidade objetiva, a exceção será responsabilidade subjetiva. Profissionais liberais têm resp. subjetiva, pois assumem obrigações meio. Ex: Advogado e Médico cirurgião plástico reparador assume obrigação de meio. Ex: Caso de Faustão Profissionais que atuam com obrigação de resultado têm responsabilidade objetiva. Ex: Médico cirurgião plástico estético. Art. 1228 do CC: O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.. § 2º São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. Direito das obrigações De dar (coisa certa ou incerta); De fazer; De não fazer. CONTRATO -Capacidade das partes; - Consentimento; -Idoneidade do objeto (lícito, idôneo e possível); - Legitimação; -Forma. CLASSIFICAÇÃO Bilaterais: Ambas adquirem direitos e obrigações. Ex: Compra e venda; Unilaterais: Uma adquire direitos e a outra obrigação. Ex: Doação; Onerosos: Adquirir vantagem patrimonial. Ex: Compra e venda; Gratuito: Somente uma das partes aufere vantagens. Ex: doação. Comutativos: A prestação de um corresponde com a do outro; Aleatório: Uma das partes terá vantagem ou perda. Ex: Contrato de seguro; Solenes: Consentimento é manifestado através de forma prescrita em lei. Ex: Casamento; Não solenes: Podem ser realizados pelo acordo de vontades. Principais: Existem por conta própria. Ex: Contrato de locação; Acessórios: Cuja existência depende de outro contrato. Ex: Penhor; Contrato de adesão: Predominância vontade de uma das partes. Ex: Contrato de TV por assinatura; VÍCIO REDIBITÓRIO Opções: Desfazimento do negócio com a devolução do dinheiro ou abatimento do preço. CONTEMPORÂNEO, OCULTO, GRAVE. Prazo 30 dias – coisa móvel e PRAZO de 1 ano – coisa imóvel. EVICÇÃO Tem por função garantir a transferência da coisa defendendo-a das pretensões de terceiros. RETROVENDA É o direito de recompra – 3 anos. Extinção: Decadência, destruição ou renuncia. CLÁUSULA PENAL Pacto acessório estipula pena ou multa contra quem retardou ou deixou de cumprir a obrigação. MORA Retarda o cumprimento da obrigação. LOCAÇÃO Locador -> Locatário O que é locação? Quais os tipos de locação? LA locação poderá ser: - Residencial -Não residencial; -Especial Locação residencial: a) Por prazo determinado certo igual, superior ou inferior a 60 meses –Denúncia Vazia. O que é denuncia vazia? B) Por prazo indeterminado. LEI Nº 12.112/2009 Art. 4º - Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não poderá o locador reaver o imóvel alugado. O locatário, todavia, poderá devolvê-lo, pagando a multa pactuada, proporcionalmente ao período de cumprimento do contrato, ou, na sua falta, a que for judicialmente estipulada. Parágrafo único. O locatário ficará dispensado da multa se a devolução do imóvel decorrer de transferência, pelo seu empregador, privado ou público, para prestar serviços em localidades diversas daquela do início do contrato, e se notificar, por escrito, o locador com prazo de, no mínimo, trinta dias de antecedência. CÁLCULO DA MULTA: VALOR DA MULTA _________________________ QUANTIDADE DE MESES CONTRATADOS X Nº DE MESES QUE FALTAM PARA TERMINAR O CONTRATO Ex: “A” locou um imóvel residencial para “B” pelo valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais e pelo prazo de 36 meses. No contrato firmado havia uma cláusula que estipulava uma multa no valor de R$ 1.800,00, a qual seria atribuída caso o locatário rescindisse o contrato antes do prazo, porém “A” precisou sair do imóvel após a 32ª mensalidade. Qual o valor que ele vai pagar em razão da quebra do contrato? Art. 12. Em casos de separação de fato, separação judicial, divórcio ou dissolução da união estável, a locação residencial prosseguirá automaticamente com o cônjuge ou companheiro que permanecer no imóvel. Parágrafo 1º Nas hipóteses previstas neste artigo e no art. 11, a sub-rogação será comunicada por escrito ao locador e ao fiador, se esta for a modalidade de garantia locatícia. Parágrafo 2º O fiador poderá exonerar-se das suas responsabilidades no prazo de 30 (trinta) dias contado do recebimento da comunicação oferecida pelo sub-rogado, ficando responsável pelos efeitos da fiança durante 120 (cento e vinte) dias apósa notificação ao locador. Ex: Um locador ao locar um imóvel consegue um fiador e este assina o contrato de locação residencial que tem prazo determinado de 24 meses. Contudo, após 24 meses o locador permaneceu no imóvel por mais 10 meses, tendo devolvido o imóvel sem pagar os últimos 2 meses. Caso o proprietário do imóvel queria ingressar com uma ação de cobrança poderá acionar o fiador? Até que momento dura a responsabilidade do fiador? Art. 39. Salvo disposição contratual em contrário, qualquer das garantias da locação se estende até a efetiva devolução do imóvel, ainda que prorrogada a locação por prazo indeterminado, por força desta Lei. Art. 40. O locador poderá exigir novo fiador ou a substituição da modalidade de garantia, nos seguintes casos: I - morte do fiador; II - ausência, interdição, recuperação judicial, falência ou insolvência do fiador, declaradas judicialmente; III - alienação ou gravação de todos os bens imóveis do fiador ou sua mudança de residência sem comunicação ao locador; IV - exoneração do fiador; V - prorrogação da locação por prazo indeterminado, sendo a fiança ajustada por prazo certo; VI - desaparecimento dos bens móveis; VII - desapropriação ou alienação do imóvel. VIII - exoneração de garantia constituída por quotas de fundo de investimento; IX - liquidação ou encerramento do fundo de investimento de que trata o inciso IV do art. 37 desta Lei X - prorrogação da locação por prazo indeterminado uma vez notificado o locador pelo fiador de sua intenção de desoneração, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante 120 (cento e vinte) dias após a notificação ao locador. Parágrafo único. O locador poderá notificar o locatário para apresentar nova garantia locatícia no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de desfazimento da locação. No contrato de locação, pode o locador exigir do locatário as seguintes modalidades de garantia: I - caução; II - fiança; III - seguro de fiança locatícia. Caução em dinheiro- Exige-se que o valor seja depositado em caderneta de poupança, em conta conjunta; sendo que o levantamento da quantia deverá ser autorizado por ambos os titulares, ou seja, locador e locatário, revertendo em benefício do locatário os juros e a correção monetária auferidos durante a vigência do contrato de locação. Seu valor é de três a seis meses do aluguel vigente à época da efetivação do contrato A caução em valores fiduciários, tais como letras de câmbio, títulos da dívida pública, ações de sociedades anônimas, certificados de depósitos bancários, quotas de fundos de investimento etc., deve atender, no que couber, às mesmas regras dos depósitos em dinheiro, que se destinam à caderneta de poupança. Desse modo, todas as vantagens que advierem desses valores pertencerão ao locatário, podendo este recebê-los, se solvidas todas as suas obrigações decorrentes da locação 3. Fiança A fiança é sem dúvida a forma tradicionalmente mais utilizada de garantia nas locações, embora a lei sugira outras, até mais eficientes. Abrindo maiores possibilidades para a caução real, para o seguro locatício e para fundos de investimento Trata-se de forma peculiar de contrato, pelo qual um terceiro garante o contrato. Garantia pessoal que é, assegura o cumprimento das obrigações do locatário, o verdadeiro devedor. O seguro fiança locatícia é uma das opções que o proprietário pode exigir do inquilino como garantia do recebimento do aluguel. O uso deste tipo de seguro é previsto em lei e imprime agilidade na aprovação do candidato à locação, além de fornecer mais segurança para o locador (proprietário do imóvel). É um serviço que pode ser contratado para aluguéis residenciais, comerciais e não residenciais (consultórios, escritórios, etc). O seguro fiança locatícia dispensa fiador e evita que você desfalque suas economias para reunir dinheiro equivalente a três aluguéis, supondo que seja necessário fazer depósito-caução. Impossibilidade de dupla garantia, sob pena de nulidade. O que ocorre quando a locação possuir duas garantias? CÓDIGO CIVIL X LEI DO INQUILINATO - FIANÇA Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o rito ordinário. § 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo: I - o descumprimento do mútuo acordo (art. 9º, inciso I), celebrado por escrito e assinado pelas partes e por duas testemunhas, no qual tenha sido ajustado o prazo mínimo de seis meses para desocupação, contado da assinatura do instrumento; II - o disposto no inciso II do art. 47, havendo prova escrita da rescisão do contrato de trabalho ou sendo ela demonstrada em audiência prévia; III - o término do prazo da locação para temporada, tendo sido proposta a ação de despejo em até trinta dias após o vencimento do contrato; IV - a morte do locatário sem deixar sucessor legítimo na locação, de acordo com o referido no inciso I do art. 11, permanecendo no imóvel pessoas não autorizadas por lei; V - a permanência do sublocatário no imóvel, extinta a locação, celebrada com o locatário. VI - o disposto no inciso IV do art. 9º, havendo a necessidade de se produzir reparações urgentes no imóvel, determinadas pelo poder público, que não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário, ou, podendo, ele se recuse a consenti- las; VII - o término do prazo notificatório previsto no parágrafo único do art. 40, sem apresentação de nova garantia apta a manter a segurança inaugural do contrato; VIII - o término do prazo da locação não residencial, tendo sido proposta a ação em até 30 (trinta) dias do termo ou do cumprimento de notificação comunicando o intento de retomada; IX - a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no vencimento, estando o contrato desprovido de qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter sido contratada ou em caso de extinção ou pedido de exoneração dela, independentemente de motivo. Parágrafo 3º No caso do inciso IX do parágrafo 1º deste artigo, poderá o locatário evitar a rescisão da locação e elidir a liminar de desocupação se, dentro dos 15 (quinze) dias concedidos para a desocupação do imóvel e independentemente de cálculo, efetuar depósito judicial que contemple a totalidade dos valores devidos, na forma prevista no inciso II do art. 62." Art. 68. Na ação revisional de aluguel, que terá o rito sumário, observar-se-á o seguinte: I - a petição inicial deverá indicar o valor do aluguel cuja fixação é pretendida; II - ao designar a audiência de conciliação, o juiz, se houver pedido e com base nos elementos fornecidos tanto pelo locador como pelo locatário, ou nos que indicar, fixará aluguel provisório, que será devido desde a citação, nos seguintes moldes: a) em ação proposta pelo locador, o aluguel provisório não poderá ser excedente a 80% (oitenta por cento) do pedido; b) em ação proposta pelo locatário, o aluguel provisório não poderá ser inferior a 80% (oitenta por cento) do aluguel vigente; DIREITO DAS SUCESSÕES Para aonde vai o patrimônio que você construiu em vida quando você morrer? O que é o Direito das sucessões? O que significa sucessão? Comoocorre a sucessão: Inventariante -> listados todos os bens -> habilitação dos credores -> partilha -> formal de partilha -> os herdeiros poderão levantar os valores que estiverem nos bancos e transferir as propriedades para seus nomes -> extinção do CPF do falecido. Inventário extrajudicial Requisitos: - Maior idade e capacidade dos interessados; -Consenso quanto à partilha dos bens; -Não pode existir testamento. DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA PROCESSAMENTO DO INVENTÁRIO ADMINISTRATIVO: - Certidão de óbito do autor da herança; - Documentos pessoais RG e CPF das partes e do autor da herança; - Certidões comprobatórias do vínculo de parentesco dos herdeiros (certidões de nascimento); - Certidão de casamento do cônjuge sobrevivente e dos herdeiros casados, atualizada (90 dias); - Certidão do pacto antenupcial, se houver; - Certidão de propriedade, atualizada (30 dias) e não anterior à data do óbito; - Documentos comprobatórios do domínio e valor dos bens móveis, se houver; - Certidão negativa conjunta da Receita Federal e PGFN; - Certidão comprobatória da inexistência de testamento. Sucessão poderá ser no ativo ou no passivo do patrimônio. Patrimônio ativo/passivo = Espólio -> inventariante INVENTÁRIO NEGATIVO Art. 990. O juiz nomeará inventariante: I - o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste; II - o herdeiro que se achar na posse e administração do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou estes não puderem ser nomeados; III - qualquer herdeiro, nenhum estando na posse e administração do espólio; IV - o testamenteiro; V - o inventariante judicial, se houver; Parágrafo único. O inventariante, intimado da nomeação, prestará, dentro de 5 (cinco) dias, o compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo. Art. 991. Incumbe ao inventariante: I - representar o espólio ativa e passivamente, em juízo ou fora dele; II - administrar o espólio, velando- lhe os bens com a mesma diligência como se seus fossem; Vll - prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou sempre que o juiz lhe determinar; Art. 992. Incumbe ainda ao inventariante, ouvidos os interessados e com autorização do juiz: I - alienar bens de qualquer espécie; II - transigir em juízo ou fora dele; III - pagar dívidas do espólio; A sucessão poderá ser: A) Testamentária: 50% da família e 50% para quem o testador quiser deixar. Quem não possuir herdeiros necessários pode testar em favor de qualquer pessoa. DIFERENÇA ENTRE LEGADO E HERANÇA. A sucessão poderá ser a título singular ou universal: Quem sucede a título singular é o legatário. Este não responde por eventuais dívidas, porém somente recebe seu legado após verificada a solvência da herança. Ex: Casa de praia; Quem sucede a título universal é o herdeiro e responde também pelas eventuais dívidas do morto, dentro dos limites da herança. Ex: 20% da herança. B) Legítima: Existirá quando alguém morre sem testamento ou se o testamento for invalidado. Não há legado porque não há testamento. ORDEM DE PREFERÊNCIA: I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente; II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos colaterais." PRINCÍPIOS: 1- DA VONTADE DO HEREDITANDO; 2- ATRIBUIÇÃO DA HERANÇA A PARENTES OU FAMILIARES DO FALECIDO. DIFERENÇA ENTRE PARENTES E FAMILIARES Pai, filho e mãe – 1º grau; Irmãos e avós - 2º grau; Tios, sobrinhos e bisavós – 3º grau; Primos e trisavós - 4º grau. 3- DIVISÃO NECESSÁRIA. É possível beneficiar um filho mais do que o outro? De que forma? Abertura da sucessão Pressupostos: 1- Morte de alguém; 2- Vocação hereditária feita pelo falecido se deixou testamento ou pela lei na ausência deste. Exceção para abertura de sucessão: Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. Qual a diferença entre curador e tutor? Qual a diferença entre assistido e representado? Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados: I - o cônjuge não separado judicialmente; II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos Se o herdeiro não tiver condições de dar garantia o que deverá ser feito? § 1º Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia. § 2º Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente. Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono. Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo. Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal. A aceitação poderá ser: - Expressa ou -Tácita. O que é a cessão de direitos hereditários? Antes de ceder o quinhão onerosamente para terceiros precisa, deve o herdeiro oferecer aos demais coerdeiros. RENUNCIA DA HERANÇA Pode ser verbal? -Exigência: Forma. Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz- se por declaração escrita. Roberto tinha dois filhos, “A” e “B”, ao falecer deixou somente um imóvel no valor de R$ 700.000,00. “A” lhe procura para vender o imóvel e lhe informa que seu irmão renunciou a herança. Como o corretor deve proceder? Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou termo judicial. João era viúvo etinha três filhos, “A”, “B” e “C” porém morreu sem deixar testamento. Ocorre que “A” era brigado com o pai e por esta razão renunciou sua parte da herança. Desta forma, o que ocorrerá com o quinhão de “B” e “C”? A renuncia somente seria válida para créditos ou para débitos também? Seria possível renunciar a herança e não ficar obrigado a pagar as dívidas? É possível renunciar a herança de pessoa viva? Efeitos da renuncia: 1- Efeito retroativo; Se o pai renunciar a herança os filhos poderão ser inseridos no inventário? 2- Os filhos do renunciante não herdam em segundo lugar; Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão. 3- O renunciante pode representar o hereditando na sucessão de terceiros; Herança jacente e vacante. Herança -> Jacente (1 ano) -> Vacante (5 anos). Indignidade e deserdação Para suceder basta estar vivo, ter legitimidade e não ser indigno ou deserdado. O que é uma pessoa indigna? Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: I - que houverem sido autores, coautores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente; II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade. Efeitos da indignidade: 1-Sentença transitada em julgado; 2- O indigno fica obrigado a devolver os frutos da herança que por ventura tenha auferido; 3- Os efeitos são pessoais, não passando da pessoa do herdeiro; 4- “ex nunc” – não retroage. Justiça declara Suzane Von Richthofen indigna de receber herança fonte: R7, 10/02/2011 Foi publicada no Diário Oficial nesta terça- feira (8) a exclusão de Suzane Von Richthofen da herança deixada pelos pais, assassinados em 2002, atendendo ação movida pelo irmão de Suzane, Andreas. O valor do espólio deixado foi estimado em cerca de R$ 2 milhões em 2006, apesar desta informação não constar na publicação. A exclusão foi feita porque foi apontada como principal motivo para o crime, o que torna Suzane indigna de recebê-la: "pois teria ela, aos 31 de outubro de 2002, em companhia do seu namorado, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, e do irmão dele, Cristian Cravinhos de Paula e Silva, barbaramente executado seus pais, Manfred Albert Von Richthofen e Marísia Von Richthofen, vez que golpearam as vítimas até a morte" De acordo com o advogado de Suzane, Denivaldo Barni, a ação para pedir que a condenada fosse excluída da herança deixada pelos pais foi movida por um tio materno, Miguel Abdala Neto, e não pelo irmão de Suzane, o Andreas. Segundo Barni, na época em que a ação sobre o pedido de exclusão, entre 2002 e 2003, Andreas era menor de idade, mas Miguel ainda não tinha sua guarda. Posteriormente o tio obteve a guarda do garoto . O advogado explicou que, mesmo que o irmão fosse menor, ele poderia mover a ação, sendo representado pelo tio. - Ele entrou com a ação não por Andreas, mas em nome próprio. Deserdação diferente de Indignidade 1- A indignidade está prevista em lei as hipóteses, porém a deserdação deverá ser declarada em testamento e só atinge herdeiros necessários. Quem são os herdeiros necessários? 2- A deserdação somente ocorrerá na sucessão testamentária, já a indignidade pode ocorrer tanto na sucessão testamentária como na legítima. Casos de deserção: Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes: I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto; IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade. Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos ascendentes pelos descendentes: I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta; IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade. Herdeiro aparente – é aquele que parece mais não é. João morreu e deixou dois filhos reconhecidos e um, Mário, fruto de relacionamento extraconjugal, sem reconhecimento. Os dois primeiros filhos entraram com a Ação de Inventário Judicial e a partilha foi devidamente realizada. Mário ingressou com ação de investigação pós morte. Após a confirmação da paternidade o que Mário poderá fazer para ter direito a herança? Ação Anulatória de Partilha c/c Petição de Herança. Qual o prazo? 10 anos. AÇÃO ANULATÓRIA DE PARTILHA. RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE POSTERIOR À PARTILHA NO INVENTÁRIO DO INVESTIGADO. NULIDADE DA PARTILHA. PRAZO PARA ANULAR A PARTILHA. O Prazo para o herdeiro necessário postular a anulação de partilha é de 10 anos, pelo que dispõe Código Civil de 2002 (artigo 205). Aquele que ainda não detém a condição de herdeiro, não pode postular direito hereditário, porquanto lhe falta legitimidade. Logo, contra o filho que teve a sua paternidade reconhecida após a partilha, o prazo para postular a anulação dessa partilha somente pode começar a correr a partir do momento em que ele passou a deter a condição de herdeiro. Sucessão legítima – falta de testamento ou se houver testamento que não abranja todos os bens. Vocação hereditária = Obs: Só se convoca uma classe nova quando não há herdeiros na classe precedente. Ex: Não se convoca o ascendente se houver descendente. Na mesma classe os mais próximos excluem os mais remotos. Ex: Não se chama o neto se existe filho, não se chama o avô se existe o pai. Modos da sucessão legítima: a) Direito próprio: Quando for herdeiro da classe chamada; b) Direito de representação: Quando se toma o lugar do herdeiro pré morto ou indigno. Se o filho morrer antes do pai quem herda o direito do avô quando este falecer? Obs¹: O filho do herdeiro renunciante não pode representar o pai; O filho de um herdeiro testamentário pode representá-lo caso este já tenha falecido? Obs²: A representação é exclusiva da sucessão legítima. Ex: João morre sem mulher ascendentes e descendentes. Ocorre que ele tem três irmãos e um dos irmãos faleceu. Quem irá herdar? c) Direito de transmissão: bitributação. Ex: João morre e durante o inventário seu filho morreu também, então os netos virão suceder o pai e o avô joão, pagando dois impostos de transmissão. Formas de partilha: a) por cabeça: partes iguais. Ex: João morre e seus três filhos vão herdar por direito próprio e por cabeça, cada um 33,33%. Por estirpe: sucessão em graus diversos por direito de representação. Ex: João morre e tem um filho que morreu e deixou dois netos, então seus dois filhos vivos vão herdar por direito próprio e por cabeça 33% do patrimônio de João, enquanto cada um de seus netos vão herdar por representação 16,5%. c) Por linhas: somente ocorre quando são chamados os ascendentes. Ex: João morre sem deixar descendentes e conjuge, seuspais já morreram, tendo ficado viva a avó paterna e o avô e avó materna. Então caberá metade a avó paterna e metade aos outros dois avôs maternos. Sucessão do cônjuge: Se deixou filhos o cônjuge irá herdar junto com os filhos; Se não houver filhos irá herdar junto com os ascendentes; Irá herdar sozinho se não deixou filhos, tampouco ascendentes. Meação é diferente de herança! Art. 1.660. Entram na comunhão: I - os bens adquiridos na constância do casamento por Título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges; II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior; III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão Regimes: a) separação obrigatória de bens: O viúvo não tem meação, tampouco herança; Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; II - da pessoa maior de 70 (setenta) anos; III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. Art. 1.523. Não devem casar: I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. Qual o objetivo das causas suspensivas? b) Separação convencional: O sobrevivente não tem meação, mas tem direito a herança. c) Comunhão parcial de bens: o viúvo tem meação, porém caso se divorcie não tem direito aos bens do cônjuge. Se o falecido não deixou bens particulares o cônjuge nada herda, fica apenas com sua meação. Se o falecido somente deixou bens particulares, só haverá herança e não meação. d) Comunhão universal: o viúvo tem meação de tudo, então não precisa herdar nada. Se o falecido convivia em união estável o companheiro terá direito ao que? O companheiro não irá herdar como o cônjuge casado!!! Ementa (processoAG994093015180SP) - Indeferimento do pedido de suspensão do julgamento até pronunciamento do Órgão Especial a respeito da constitucionalidade do art. 1790, CC - Questão de interpretação sistemática- Deve ser evitada a declaração de inconstitucionalidade quando for possível a interpretação conforme a Constituição. - No mérito, trata-se de sucessão da companheira - Concorrência com herdeiros, sendo quatro exclusivos do autor da herança e três comuns com a companheira. -Existência de bens adquiridos na constância da união estável - Pretensão dos agravantes, filhos do primeiro leito, que seja afastada a participação da companheira na sucessão - Interpretação sistemática dos arts. 1725, 1790 e 1829, I, do CC- -Existência de bens adquiridos na constância da união estável - Pretensão dos agravantes, filhos do primeiro leito, que seja afastada a participação da companheira na sucessão - Interpretação sistemática dos arts. 1725, 1790 e 1829, I, do CC- Equiparado ao cônjuge casado no regime da comunhão parcial, o companheiro só concorrerá com os descendentes se não houver já recebido a sua meação, sob pena de afronta ao princípio da isonomia - Assim, deve ser afastada a participação da companheira na herança, ficando-lhe resguardado o direito à meação dos bens adquiridos onerosamente durante a união estável -Pedido de suspensão do julgamento indeferido e agravo de instrumento provido. Processo:APL9216676712009826SP92 1667671.2009.8.26.0000) SEGURO DE VIDA - BENEFICIÁRIO NÃO INDICADO- SEGURADO QUE FALECE NO ESTADO CIVIL DE CASADO - ADMISSIBILIDADE DE INDENIZAÇÃO AO CÔNJUGE E AO HERDEIRO NECESSÁRIO (FILHO) - ARTIGO 792 DO CÓDIGO CIVIL - OPÇÃO DO LEGISLADOR QUE DEVE SER RESPEITADA -CAPITAL SEGURADO QUE NÃO CONSTITUI HERANÇA - LIBERDADE DE INSTITUIR BENEFICIÁRIO QUE NÃO FOI EXERCIDA PELO SEGURADO EM FAVOR DA SUPOSTA COMPANHEIRA - SEGURO CONTRATADO NA CONSTÂNCIA DA SOCIEDADE CONJUGAL - INDENIZAÇÃO QUE DEVE, ASSIM, SER PARTILHADA ENTRE A ESPOSA E O FILHO. Na falta de indicação de beneficiário, e tendo o segurado falecido no estado civil de casado, a seguradora deve pagar a indenização, em partes iguais, ao cônjuge não separado judicialmente e ao herdeiro necessário (filho), nos termos do art. 792 do Código Civil. - Recurso desprovido. Luz no fim do túnel! Morto o companheiro, o sobrevivente tem a meação mais a herança apenas sobre os bens adquiridos onerosamente durante a união estável. Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho; II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles; III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança; IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança Obs: Se não houver parente o companheiro não herda tudo, mas apenas os bens adquiridos onerosamente, indo ao município o restante dos bens. RECURSO ESPECIAL. MILITAR. PENSÃO POR MORTE. RATEIO ENTRE CONCUBINA E VIÚVA. IMPOSSIBILIDADE. I - Ao erigir à condição de entidade familiar a união estável, inclusive facilitando a sua conversão em casamento, por certo que a Constituição Federal e a legislação infraconstitucional não contemplaram o concubinato, que resulta de união entre homem e mulher impedidos legalmente de se casar. Na espécie, o acórdão recorrido atesta que o militar convivia com sua legítima esposa. II - O direito à pensão militar por morte, prevista na Lei nº 5.774/71, vigente à época do óbito do instituidor, só deve ser deferida à esposa, ou a companheira, e não à concubina. (Recurso especial provido. (STJ – 5ª T., Resp nº 813.175/RJ, Rel. Min. Felix Fischer, DJ 29.10.2007, p. 299) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. OMISSÃO E CONTRADIÇÃO NO ARESTO EMBARGADO. MILITAR. PENSÃO POR MORTE. UNIÃO ESTÁVEL. SEPARAÇÃO DE FATO. DIREITO DA COMPANHEIRA À PENSÃO, EM RATEIO COM A CÔNJUGE DO DE CUJUS. 1. A união estável tem como requisitos a convivência pública, contínua, duradoura e com intenção de formar unidade familiar, e se configura ainda que um dos companheiros possua vínculo conjugal com outrem, desde que haja, entre os casados, separação fática ou jurídica. 2. A companheira possui direito à pensão por morte do companheiro, militar, ainda que casado, uma vez comprovada, nas instâncias ordinárias, a separação de fato entre os cônjuges. Considerando que o de cujus não deixou descendentes, há de se operar o rateio igualitário da pensão entre a companheira e a viúva. (STJ – 6ª T., EDcl noREsp nº 354.424/PE, Rel. Min. Hélio Quaglia Barbosa, DJ 17.12.2004, p. 600) PREVIDÊNCIA PRIVADA. PENSÃO POR MORTE. COMPANHEIRA NÃO DESIGNADA NO PLANO. CABIMENTO. A previdência privada não perde o seu caráter social pelo só fato de decorrer de avença firmada entre particulares. Assim, incontroversa a união estável, como no caso, a companheira de participante de plano dessa natureza faz jus à pensão por morte, mesmo não estando expressamente inscrita no instrumento de adesão. Recurso especial conhecido e provido. (STJ – 4ª T., REsp nº 844.522/MG, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJ 16.04.2007, p. 214) PENSÃO POR MORTE. UNIÃO ESTÁVEL (DECLARAÇÃO). PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL (POSSIBILIDADE). ARTS. 131 E 332 DO CÓD. DE PR. CIVIL (APLICAÇÃO). 1. No nosso sistema processual, coexistem e devem ser observados o princípio do livre convencimento motivado do juiz e o princípio da liberdade objetiva na demonstração dos fatos a serem comprovados (arts. 131 e 332 do Cód. de Pr. Civil). 2. Se a lei não impõe a necessidade de prova material para a comprovação tanto da convivência em união estável como da dependência econômica para fins previdenciários, não há por que vedar à companheira a possibilidade de provar sua condição mediante testemunhas, exclusivamente. 3. Ao magistrado não é dado fazer distinção nas situações em que a lei não faz. 4. Recurso especial do qual se conheceu, porém ao qual se negou improvimento. (STJ – 6ª T., REsp nº 783.697/GO, Rel. Min. Nilson Naves, DJ 09.10.2006, p. 372) Sucessão testamentária É aquela conduzida pelo testamento, o testamento pode contemplar herdeiros que sucedem a título universal e legatários que sucedem a título singular. Art. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte. Conceito de testamento: Negócio jurídico solene pelo qual alguém, nos termos da lei, dispõe de seus bens, no todo ou em parte, para depois de sua morte. Diante do artigo anteriormente citado uma pessoa poderá dispor de todos os seus bens? Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima. O que poderá constar em um testamento? Somente acerca da destinação dos bens? No testamento poderá constar: Reconhecimento de um filho; Nomeação de um tutor para os filhos menores; Determinações sobre o funeral, etc. Características do testamento: - Revogável; -Imprescritível; A partir de que idade uma pessoa pode fazer seu testamento? Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento. Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos. - Ato pessoal; - Ato unilateral; Quem Pode testar? Qualquer pessoa física desde que lúcida, maior de 16 anos! Quem pode adquirir por testamento? Animais podem ser herdeiros? Animais não podem ser herdeiros ou legatários, mas podem ser encargos! Testamento para cachorro 02/09/2007 – Artigo do IBDFAM. Causou espanto a notícia, recentemente divulgada na midia, de um testamento deixado pela triliardária americana Leona Helmsley, que faleceu na semana passada. Ela atribuiu a maior parte da sua fortuna ao seu animal de estimação, uma cadelinha que atende pelo sugestivo nome de "Trouble". Problema à vista, com certeza, pois os herdeiros parentes talvez reclamem da grande soma destinada ao animal, nada menos que 12 milhões de dólares. O testamento ainda determina que, ao morrer a cadela, seja enterrada no mesmo túmulo da família Helmsley. Os recursos para a manutenção da afortunada Trouble foram deixados à administração de um irmão da testadora, que também se viu beneficiado com a "razoável" soma de 10 milhões, dois a menos que a cadela. Mais valores, à ordem de 5 milhões para cada um, foram atribuídos a dois netos da ricaça, com a condição de que visitem o túmulo de seu pai pelo menos uma vez ao ano. Outros dois netos foram alijados do testamento. Não gozavam das boas graças da avó, "por razões que eles conhecem", conforme constou do instrumento. A grande dúvida é saber se vale um testamento daquela espécie, com outorga de bens a um ser irracional. Seria preciso analisar o seu inteiro teor e também quanto dispõe a legislação americana. E no Brasil, o testamento seria válido? Como outorga direta, pura e simples, não. Isso porque a capacidade para suceder é exclusiva da pessoa humana ou da pessoa jurídica. Não podem receber bens, pois não possuem personalidade jurídica, os seres irracionais ou as coisas inanimadas. Mesmo porque, se isso fosse possível, como ficaria a sucessão nos bens de entes dessa natureza? O favorecimento a um animal, no entanto, pode ser feito de forma indireta, num testamento que atribua certo bem ou valor a uma pessoa, com o encargo de cuidar do animal, ou sob a condição de atender às suas necessidades. É o que se chama de legado com encargo, de modo que a pessoa beneficiada somente ficará com o bem ou o valor se atender a essa obrigação. Houve um caso semelhante no Brasil, há alguns anos. Uma viuvinha gaúcha, solitária e sem filhos, deixou seu apartamento de luxo para a gatinha Mimi e a cadela Fifi. Um irmão dela impugnou a validade do testamento pleiteando o imóvel na qualidade de herdeiro. Consta que teve ganho de causa, pois o testamento foi interpretado como encargo de que ele, herdeiro, tomasse conta dos bichinhos usando os recursos da herança. Autor: Euclides de Oliveira é diretor do IBDFAM-SP Regras gerais do testamento: - O que não estiver no testamento não tem validade; - A designação do legatário sempre será expressa, mas do herdeiro poderá ser tácita; - O testamento poderá ter cláusulas extrapatrimoniais; -Na dúvida os sucessores herdam por igual. - Condicional: Depende de evento futuro e incerto; -Modal: Tem cargo ou ônus. Obs: O descumprimento do encargo pode levar o herdeiro legítimo a pedir a anulação da herança a fim de beneficiá-lo; Motivado: O testador indica as razões pelas quais está beneficiando aquela pessoa. Essa motivação é dispensada pela lei. - Clausula de inalienabilidade: Clausula restritiva que implica a impenhorabilidade, incomunicabilidade e impenhorabilidade. “CIVIL. CLÁUSULA DE INALIENABILIDADE. DESPESAS CONDOMINIAIS. O imóvel, ainda que gravado com a cláusula de inalienabilidade, está sujeito à penhora na execução de crédito resultante da falta de pagamento de quotas condominiais. Recurso especial não conhecido” (REsp 209046 / RJ, Relator Ministro ARI PARGENDLER. DJ 16/12/2002 p. 311LEXSTJ vol. 162 p. 99 ) Um cliente lhe procura para que você venda um imóvel que ele recebeu através de testamento, porém ao ler a escritura você verificou que tem uma clausula de inalienabilidade. Desta forma, o imóvel poderá ser vendido? DIREITO DAS SUCESSÕES. REVOGAÇÃO DE CLÁUSULAS DE INALIENABILIDADE, INCOMUNICABILIDADE E IMPENHORABILIDADE IMPOSTAS POR TESTAMENTO.FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. SITUAÇÃOEXCEPCIONAL DE NECESSIDADE FINANCEIRA. FLEXIBILIZAÇÃO DA VEDAÇÃO CONTIDA NO ART. 1.676 DO CC/16. POSSIBILIDADE. 1. Se a alienação do imóvel gravado permite uma melhor adequação do patrimônio à sua função social e possibilita ao herdeiro sua sobrevivência e bem-estar, a comercialização do bem vai ao encontro do propósito do testador, que era, em princípio, o de amparar adequadamenteo beneficiário das cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade. 2. A vedação contida no art. 1.676 do CC/16 poderá ser amenizada sempre que for verificada a presença de situação excepcional de necessidade financeira, apta a recomendar a liberação das restrições instituídas pelo testador. 3. Recurso especial a que se nega provimento. (Processo: REsp 1158679 MG 2009/0193060-5; Relator(a): Ministra NANCY ANDRIGHI; Julgamento: 07/04/2011; Órgão Julgador: T3 - TERCEIRA TURMA; Publicação: DJe 15/04/2011) Obs: A clausula de inalienabilidade não pode ser imposta aos bens do testador, pois não podemos gravar os nossos próprios bens, mas apenas aos bens que transferimos por doação ou herança. Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima. § 1º Não é permitido ao testador estabelecer a conversão dos bens da legítima em outros de espécie diversa. § 2º Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus dos primeiros. Para que a clausula de impenhorabilidade incida sobre determinado imóvel é necessário que o testador justifique de forma clara e objetiva, não podendo este alegar motivos fúteis para embasar a clausula. A clausula de inalienabilidade não impede a penhora do bem gravado por dívidas de tributos do próprio bem. Ex: IPTU. LOTEAMENTOS E DESMEMBRAMENTOS Lei nº 6.766/1979 O que é loteamento e desmembramento? Art. 2º. O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes. § 1º - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes. § 2º- considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes. § 4o Considera-se lote o terreno servido de infraestrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe. Art. 3o Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal. Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do solo: I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; Il - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção. Art. 4º. Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: II - os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; Art. 6º. Antes da elaboração do projeto de loteamento, o interessado deverá solicitar à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, que defina as diretrizes para o uso do solo, traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços livres e das áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário, apresentando, para este fim, requerimento e planta do imóvel contendo, pelo menos: I - as divisas da gleba a ser loteada; II - as curvas de nível à distância adequada, quando exigidas por lei estadual ou municipal; III - a localização dos cursos d’água, bosques e construções existentes; IV - a indicação dos arruamentos contíguos a todo o perímetro, a localização das vias de comunicação, das áreas livres, dos equipamentos urbanos e comunitários existentes no local ou em suas adjacências, com as respectivas distâncias da área a ser loteada; V - o tipo de uso predominante a que o loteamento se destina; Art. 7º. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, indicará, nas plantas apresentadas junto com o requerimento, de acordo com as diretrizes de planejamento estadual e municipal: I - as ruas ou estradas existentes ou projetada, que compõem o sistema viário da cidade e do município, relacionadas com o loteamento pretendido e a serem respeitadas; II - o traçado básico do sistema viário principal; IV - as faixas sanitárias do terreno necessárias ao escoamento das águas pluviais e as faixas não edificáveis; V - a zona ou zonas de uso predominante da área, com indicação dos usos compatíveis. Parágrafo único. As diretrizes expedidas vigorarão pelo prazo máximo de quatro anos. Art. 9o Orientado pelo traçado e diretrizes oficiais, quando houver, o projeto, contendo desenhos, memorial descritivo e cronograma de execução das obras com duração máxima de quatro anos, será apresentado à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal, quando for o caso, acompanhado de certidão atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis competente, de certidão negativa de tributos municipais e do competente instrumento de garantia. § 2º - O memorial descritivo deverá conter, obrigatoriamente, pelo menos: I - a descrição sucinta do loteamento, com as suas características e a fixação da zona ou zonas de uso predominante; II - as condições urbanísticas do loteamento e as limitações que incidem sobre os lotes e suas construções, além daquelas constantes das diretrizes fixadas; III - a indicação das áreas públicas que passarão ao domínio do município no ato de registro do loteamento; IV - a enumeração dos equipamentos urbanos, comunitários e dos serviços públicos ou de utilidade pública, já existentes no loteamento e adjacências. Art. 10. Para a aprovação de projeto de desmembramento, o interessado apresentará requerimento à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, acompanhado de certidão atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis competente, ressalvado o disposto no § 4o do art. 18, e de planta do imóvel a ser desmembrado contendo: I - a indicação das vias existentes e dos loteamentos próximos; II - a indicação do tipo de uso predominante no local; III - a indicação da divisão de lotes pretendida na área. Art. 12. O projeto de loteamento e desmembramento deverá ser aprovado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso. § 1º O projeto aprovado deverá ser executado no prazo constante do cronograma de execução, sob pena de caducidade da aprovação. Art. 13. Aos Estados caberádisciplinar a aprovação pelos Municípios de loteamentos e desmembramentos nas seguintes condições: Il - quando o loteamento ou desmembramento localizar-se em área limítrofe do município, ou que pertença a mais de um município, nas regiões metropolitanas ou em aglomerações urbanas, definidas em lei estadual ou federal; Art. 16. A lei municipal definirá os prazos para que um projeto de parcelamento apresentado seja aprovado ou rejeitado e para que as obras executadas sejam aceitas ou recusadas. § 1o Transcorridos os prazos sem a manifestação do Poder Público, o projeto será considerado rejeitado ou as obras recusadas, assegurada a indenização por eventuais danos derivados da omissão. § 2o Nos Municípios cuja legislação for omissa, os prazos serão de noventa dias para a aprovação ou rejeição e de sessenta dias para a aceitação ou recusa fundamentada das obras de urbanização. Art. 18. Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador deverá submetê-lo ao registro imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprovação, acompanhado dos seguintes documentos: I - título de propriedade do imóvel ou certidão da matrícula, ressalvado o disposto nos §§ 4o e 5o; II - histórico dos títulos de propriedade do imóvel, abrangendo os últimos 20 (vintes anos), acompanhados dos respectivos comprovantes; III - certidões negativas: a) de tributos federais, estaduais e municipais incidentes sobre o imóvel; b) de ações reais referentes ao imóvel, pelo período de 10 (dez) anos; c) de ações penais com respeito ao crime contra o patrimônio e contra a Administração Pública. IV - certidões: a) dos cartórios de protestos de títulos, em nome do loteador, pelo período de 10 (dez) anos; b) de ações pessoais relativas ao loteador, pelo período de 10 (dez) anos; c) de ônus reais relativos ao imóvel; d) de ações penais contra o loteador, pelo período de 10 (dez) anos. V - cópia do ato de aprovação do loteamento e comprovante do termo de verificação pela Prefeitura Municipal ou pelo Distrito Federal, da execução das obras exigidas por legislação municipal, que incluirão, a execução das vias de circulação do loteamento, demarcação dos lotes, quadras e logradouros e das obras de escoamento das águas pluviais ou da aprovação de um cronograma, com a duração máxima de quatro anos. VI - exemplar do contrato padrão de promessa de venda, ou de cessão ou de promessa de cessão, do qual constarão obrigatoriamente as indicações previstas no art. 26 desta Lei; VII - declaração do cônjuge do requerente de que consente no registro do loteamento. § 1º - Os períodos referidos nos incisos III, alínea b e IV, alíneas a, e d, tomarão por base a data do pedido de registro do loteamento, devendo todas elas serem extraídas em nome daqueles que, nos mencionados períodos, tenham sido titulares de direitos reais sobre o imóvel. § 2º - A existência de protestos, de ações pessoais ou de ações penais, exceto as referentes a crime contra o patrimônio e contra a administração, não impedirá o registro do loteamento se o requerente comprovar que esses protestos ou ações não poderão prejudicar os adquirentes dos lotes. Se o Oficial do Registro de Imóveis julgar insuficiente a comprovação feita, suscitará a dúvida perante o juiz competente. Art. 19. Examinada a documentação e encontrada em ordem, o Oficial do Registro de Imóveis encaminhará comunicação à Prefeitura e fará publicar, em resumo e com pequeno desenho de localização da área, edital do pedido de registro em 3 (três) dias consecutivos, podendo este ser impugnado no prazo de 15 (quinze) dias contados da data da última publicação. 1º - Findo o prazo sem impugnação, será feito imediatamente o registro. Se houver impugnação de terceiros, o Oficial do Registro de Imóveis intimará o requerente e a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para que sobre ela se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias. § 3º - Nas capitais, a publicação do edital se fará no Diário Oficial do Estado e num dos jornais de circulação diária. Nos demais municípios, a publicação se fará apenas num dos jornais locais, se houver, ou, não havendo, em jornal da região. § 5º - Registrado o loteamento, o Oficial de Registro comunicará, por certidão, o seu registro à Prefeitura. Art. 21. Quando a área loteada estiver situada em mais de uma circunscrição imobiliária, o registro será requerido primeiramente perante aquela em que estiver localizada a maior parte da área loteada. Procedido o registro nessa circunscrição, o interessado requererá, sucessivamente, o registro do loteamento em cada uma das demais, comprovando perante cada qual o registro efetuado na anterior, até que o loteamento seja registrado em todas. Denegado registro em qualquer das circunscrições, essa decisão será comunicada, pelo Oficial do Registro de Imóveis, às demais para efeito de cancelamento dos registros feitos, salvo se ocorrer a hipótese prevista no § 4º deste artigo. § 2º - É defeso ao interessado processar simultaneamente, perante diferentes circunscrições, pedidos de registro do mesmo loteamento, sendo nulos os atos praticados com infração a esta norma. § 3º - Enquanto não procedidos todos os registros de que trata este artigo, considerar-se-á o loteamento como não registrado para os efeitos desta Lei. § 4º - O indeferimento do registro do loteamento em uma circunscrição não determinará o cancelamento do registro procedido em outra, se o motivo do indeferimento naquela não se estender à área situada sob a competência desta, e desde que o interessado requeira a manutenção do registro obtido, submetido o remanescente do loteamento a uma aprovação prévia perante a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso. Art. 23. O registro do loteamento só poderá ser cancelado: I - por decisão judicial; II - a requerimento do loteador, com anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, enquanto nenhum lote houver sido objeto de contrato; III - a requerimento conjunto do loteador e de todos os adquirentes de lotes, com anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, e do Estado. § 1º - A Prefeitura e o Estado só poderão se opor ao cancelamento se disto resultar inconveniente comprovado para o desenvolvimento urbano ou se já se tiver realizado qualquer melhoramento na área loteada ou adjacências. § 2º - Nas hipóteses dos incisos Il e III, o Oficial do Registro de Imóveis fará publicar, em resumo, edital do pedido de cancelamento, podendo este ser impugnado no prazo de 30 (trinta) dias contados da data da última publicação. Findo esse prazo, com ou sem impugnação, o processo será remetido ao juiz competente para homologação do pedido de cancelamento, ouvido o Ministério Público. Art. 24. O processo de loteamento e os contratos de depositados em Cartório poderão ser examinados por qualquer pessoa, a qualquer tempo, independentemente do pagamento de custas ou emolumentos, ainda que a título de busca. Art. 28. Qualquer alteração ou cancelamento parcial do loteamento registrado dependerá de acordo entre o loteador e os adquirentes de lotes atingidos pela alteração, bem como da aprovação pela Prefeitura Municipal, ou do Distrito Federal quando for o caso, devendo ser depositada no Registro de Imóveis, em complemento ao projeto original com
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